Apontamento 06 - A Atividade Econômica

Prévia do material em texto

Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 
Departamento de Ciências Jurídicas 
 
Curso: Direito Disciplina: Economia 
Professor: Ailton Menezes 
 
 Apontamento (06) 
 
ESTÁGIO - III 
 
 
A Atividade Econômica 
 
 
A atividade econômica concretiza-se na produção de ampla variedade de bens e 
serviços cujo destino último é a satisfação das necessidades humanas. Como cada agente 
econômico pode ser ou não dotado de habilidades específicas e diversificadas, os 
indivíduos, mediante sua capacidade de trabalho, são os organizadores da atividade 
produtiva. Por esta razão afirmamos que a Economia é também a ciência que estuda a 
atividade econômica do homem. Essa atividade se realiza dentro e fora do país, cuja soma 
dos esforços dos indivíduos (famílias), das empresas, do governo, e das transações com o 
chamado “resto do mundo” (importações e exportações) representa o resultado econômico 
de uma nação. 
 
Através da interação entre os diversos agentes econômicos nos múltiplos setores 
que compõem uma economia verifica-se um conjunto de esforços com o objetivo de 
produzir-se bens e serviços destinados a suprirem as diversas necessidades existentes. 
Podemos acrescentar ainda, que a atividade econômica é uma função das inter-relações 
observadas entre os recursos básicos de que todos os sistemas econômicos ou economias 
devem dispor, conforme as possibilidades a seguir demonstradas, com o objetivo de melhor 
satisfazer as necessidades demandadas pela sociedade. 
 
 
1. Fluxo Circular da Renda 
 
Através de um modelo de uma economia simplificada, ou seja, sem governo e sem 
transações com o resto do mundo, podemos compreender como se dá a interação entre dois 
dos principais agentes econômicos – as famílias e as empresas, bem como os fluxos de 
riqueza nominal (monetária) e real (produção) geradas pelo processo de interação entre 
estes agentes. 
 
Nas famílias manifestam-se as necessidades que, para serem atendidas, implicam 
na aquisição de bens e serviços produzidos pelas empresas. Todavia, a produção de bens e 
serviços implica na demanda de fatores de produção (recursos naturais, capital, trabalho, 
tecnologia), de propriedade das famílias, que são remunerados pelas empresas sob a forma 
de aluguéis, juros, salários e royalties. De posse das remunerações percebidas, as famílias 
realizam o dispêndio (gasto) na aquisição dos bens e serviços e geram receita para as 
empresas. Percebe-se então, que a renda constitui o somatório de todas as remunerações 
percebidas pelas famílias pela cessão do direito de uso de seus fatores de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
Verifica-se, então, que o fluxo de riqueza real resulta da interação entre 
empresas e famílias através do nível de produto alcançado pela utilização dos fatores de 
produção disponíveis bem como do nível das necessidades das famílias. Já o fluxo de 
riqueza nominal corresponde ao fluxo monetário das remunerações pagas pelas empresas 
às famílias pela utilização dos fatores de produção e do dispêndio realizado por estas no 
mercado de bens e serviços, gerando por sua vez receita para as empresas. Como nesta 
economia adotou-se a hipótese simplificadora da ausência de governo e da inexistência de 
transações com o resto do mundo e, presumindo ainda que as famílias gastam toda sua 
renda na aquisição de bens e serviços e, ainda, que todo o produto desta economia é 
absorvido, podemos afirmar que o fluxo monetário de riqueza é igual em valor ao fluxo real 
Mercado de 
Bens e Serviços 
Mercado de 
Fatores 
(Necessidades) 
Famílias 
 
(Fatores de Produção) 
(Produção) 
Empresas 
 
(Remunerações) 
Trabalho, Capital , tecnologia e 
Recursos Naturais 
Salários, Juros, 
royalties e Aluguéis 
RENDA 
Receita das Empresas 
Bens e Serviços 
Dispêndio: Compra 
de Bens e Serviços 
RENDAPRODUTO 
Bens e Serviços 
FATORES PROD. 
Figura 1 – Fluxo circular da renda 
dos bens e serviços produzidos ou, em outros termos, o produto resultante desta economia é 
igual em valor a renda gerada pela utilização dos fatores de produção. 
 
 
2. Renda Nacional(RN) Ou Produto Nacional(PN) 
 
Considerados como alguns dos conceitos mais importantes em economia, a renda 
nacional ou produto nacional medem a performance agregada de uma economia. É 
indispensável para se poder discutir sobre grandes problemas econômicos como 
desemprego, inflação e crescimento econômico. 
Definições e conceitos: 
RN – é uma medida, em unidades monetárias, do fluxo anual de bens e serviços de uma 
economia. É tecnicamente conhecida como produto nacional. 
PNB (Produto Nacional Bruto) – Valor monetário total de todos os bens e serviços finais 
produzidos por uma nação, inclusive em território estrangeiro, mas que utiliza fatores de 
produção apenas de residentes. 
PNB nominal ou PNB monetário ou PNB em valores correntes – Corresponde ao 
somatório dos bens e serviços vendidos aos preços correntes. 
PNB real ou PNB em valores constantes - Calculado avaliando-se os bens e serviços aos 
preços pelos quais foram vendidos num determinado ano. Corrige o efeito da inflação. 
PNL (Produto Nacional Líquido) – Corresponde ao PNB dele deduzida a parcela da 
depreciação do capital. 
Depreciação – Custo de reposição do capital resultante da redução do valor de um ativo 
desgastado pelo uso ou pela obsolescência, num determinado período de tempo, geralmente 
um ano. 
Capital – riqueza apresentada na forma de recursos produtivos(máquinas, equipamentos, 
instalações, dinheiro, etc). 
PIB (Produto Interno Bruto) - Valor monetário total de todos os bens e serviços finais 
produzidos dentro dos limites territoriais do país, empregando fatores de produção de 
residentes e não-residentes. 
Medindo o PN: 
Pode-se medir o PN através do fluxo de bens ou pelo fluxo de fatores. Na prática se mede 
por duas abordagens: a dos GASTOS e a da RENDA. 
Premissas Básicas: 1) Gasto Total = Renda Total (um real quando é um gasto na compra de 
um bem ele se torna também a renda do vendedor); 2) Produção Total = Venda Total (bem 
produzido é bem comprado mesmo que esteja no estoque). 
ABORDAGEM DOS GASTOS: 
Y = C + I + G + (X-M)  Esta equação é também conhecida como Demanda agregada 
Y – Nível de Produto. 
C – Consumo das famílias 
I – Investimento bruto das empresas 
G – Dispêndio Governamental 
(X-M) - Exportação Líquidas, onde X é Exportações e M Importações.