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CORRENTES EXCITOMOTORAS Juliana B. Corrêa julianabcorrea@gmail.com Histórico Eletrodiagnóstico e estimulação de músculos desnervados Anos 50 Liberson (1961): “eletroterapia funcional“ Anos 60 Kots (1976): Olimpíadas de Montreal "Corrente Russa" - (Fortalecimento Muscular em atletas) Anos 70 NMES ou FES? NMES Estimulação Elétrica Neuromuscular Estimulação do músculo através de seu nervo periférico intacto, que tem como objetivo de restaurar, manter ou melhorar sua capacidade funcional. FES Estimulação Elétrica Funcional Estimulação de músculos desprovidos de controle motor ou com insuficiência contrátil ou "postural", com o objetivo de produzir um movimento funcional e/ou substituir uma órtese convencional NMES EXIGE INTEGRIDADE NEUROMUSCULAR Tipos de Correntes Excitomotoras Média Frequência Russa Interferencial Aussie Baixa Frequência Polarizadas Não-Polarizadas Correntes Polarizadas Farádica Ultra-Excitante Ritmo Sincopado Correntes Não-Polarizadas Parâmetros • Amplitude • Duração de Pulso • Frequência • TON • TOFF • Ciclo ON / OFF • Rampas Pulsada Bifásica Simétrica Retangular Programas Clínicos de EE Neuromuscular (NMES) Fortalecimento Muscular Manutenção de ADM e Controle de Contraturas Controle da Espasticidade Facilitação e Reeducação Neuromuscular EE para Melhora do Fluxo Sanguíneo - Edema EE em Disfunções Urinárias Programas Funcionais de Substituição Ortótica (FES) FES para Ortostatismo e Marcha em Lesões Medulares FES no Auxílio Funcional aos MMSS FES para Dorsiflexão Assistida do Pé e Tornozelo FES para Subluxação do Ombro FES no Controle da Escoliose FREQUÊNCIA E TIPO DE CONTRAÇÃO A figura abaixo mostra que, conforme se aumenta a frequência de estimulação, a contração muscular passa de contrações isoladas para contrações somadas e, finalmente, para uma tetania seguida de fadiga. Frequência: Sensação e Contração Muscular Sensação Quanto maior a F , maior a estimulação sensorial (há mais pulsos passando por segundo) Contração F < 20 Hz = contrações isoladas F > 20 Hz = contrações sustentadas Teoricamente: quanto maior F, menor a impedância dos tecidos, portanto, aumenta o conforto Eletrodos de superfície Tem como objetivo transmitir a corrente gerada no equipamento para o paciente. Variação pelo tamanho: Eletrodos menores apresentam maior resistência da pele. O profissional deve escolher o eletrodo em função do tamanho e profundidade da área a ser tratada. Eletrodos maiores promovem uma maior resposta motora com menor estimulo doloroso. Eletrodos correntes não polarizadas borracha de silicone condutora + gel auto-adesivos / pré-gel colocação nos ventres musculares acoplamento adequado Eletrodos de superfície 1- Silicone-carbono; 2-Auto-adesivo; PONTOS MOTORES Pontos situados na superfície da pele que apresentam baixa impedância a passagem de corrente elétrica Permite uma maior contração do músculo com menor intensidade de estimulação Representam os pontos onde um nervo motor é bem superficial Posicionamento – Ponto Motor Localização do Ponto Motor TENS Palpação Frequência das sessões de tratamento Programas NMES clínicos: Mínimo : 3 vezes por semana Ideal : estimulação diária Melhor resultado: 2 vezes ao dia Programas FES (órteses): Ombro, Escoliose: 8 h/dia Pé Caído: durante uso funcional Contração voluntária X Contração eletricamente induzida Voluntária: Disparo de Unidades Motoras Assincrônico Eletricamente Induzida: Disparo de Unidades Motoras Sincrônico Pressuposto teórico Exercício voluntário: nunca gera a maior força muscular possível Estimulação elétrica: recruta e dispara as unidades motoras de uma forma sincrônica. Por serem sincrônicas, as contrações eletricamente induzidas podem gerar mais força e tensão, porém geraram maior fadiga. Contração voluntária X Contração eletricamente induzida Voluntária: Recruta inicialmente as fibras tipo I Eletricamente Induzida: Recruta inicialmente as fibras tipo II Contração Eletricamente Induzida Mais Fadiga Corrente Russa Corrente Aussie Introdução • Russa: “Yakov Kots” 1970; • Aussie: “Alex Ward” 2010; • Protocolo de Kots: • de 40% da força muscular; • 10% de hipertrofia muscular; Ward & Shkuratova 2002 Princípios físicos da Corrente Russa -Media frequência de 2500 Hz; -Modulada de forma a produzir, 50 Bursts por segundo -Duração do Burst de 10 ms Princípios físicos da Corrente Aussie -Media frequência de 1000 Hz; -Modulada de forma a produzir, 50 bursts por segundo -Duração do Burst de 2 ms Correntes de Média Frequência Níveis mais altos de correntes Menor desconforto Maior efetividade Fibras mais profundas Programas Clínicos de EE Neuromuscular (NMES) Parâmetros ajustáveis no equipamento T (µs); Frequência (Hz); Ton / Toff; Rampas; Modo; Sincrônico, sequencial, grupos, normal. i (mA); Duração da sessão. Ton / Toff e Rampa FORTALECIMENTO MUSCULAR COM BAIXA FREQÜÊNCIA ou com CORRENTE RUSSA EE em Músculos Sadios EE aumenta força de músculos sadios quando comparada com controle não exercitado. Quando comparada aos exercícios voluntários, não é melhor (às vezes, é menos efetiva). Combinar EE ao exercício voluntário não traz vantagem adicional ao ganho de força. Entretanto: Contrair o músculo junto com a EE traz bons resultados Estimular com a articulação envolvida estabilizada (contração isométrica) diminui o desconforto. EE pode produzir maior ganho de força que o exercício voluntário. Há correlação positiva entre intensidade da contração de treinamento e ganho de força. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS EE indicada para pacientes com fraqueza muscular Pós-operatórios de joelho Lesados medulares, antes de utilizar uma órtese elétrica funcional. Após imobilizações prolongadas. EE em Pacientes com Fraqueza Muscular Programa de treinamento “iniciante” F = 20 – 80 Hz (20 Hz ótimo); T = 250 ms; Ton / Toff = 1/5 (10 seg/50 seg); Rampa de subida = Lenta (3 – 5 seg); Duração da sessão = 1 – 3 séries de 10 – 30 repetições, 3 X por semana; Tipo de contração = Isométrica, Isométrica + contração voluntária leve; Intensidade = Motora confortável. Parâmetros de Estimulação (avançado) I = máxima suportável T= 250 ms F = 20 - 80 Hz (50 ótimo) ON/OFF = 1/3 (10 / 30 s) Subida lenta (3-5 s) Eletrodos: sobre o ventre muscular Duração da Sessão: 10-20 contrações máx., diárias, 6 semanas. Tipo de Contração isométrica e paciente contraindo junto com a EE. MANUTENÇÃO DE ADM E CONTROLE DE CONTRATURAS OBJETIVOS Manter ou Ganhar Amplitude Articular. INDICAÇÕES Limitações econtraturas articulares articulares de origem: Ortopédica Pós imobilizações prolongadas ou Neurológica Lesão Medular, AVE, Traumatismo Craniano Parâmetros de Estimulação Amplitude = Contração "fair-plus": suficiente para produzir uma contração ampla e uniforme do músculo em toda ADM e alongar os tecidos moles contraturados. Frequência = em torno de 20 Hz (início da contração sustentada). Ciclo ON / OFF = 1:2 , com TON 6 seg. (subida lenta de 2-4 seg.); TOFF 12 seg. Manter ADM = 30-60 min. Ganhar ADM = 1-2 horas, várias sessões curtas de 15 a 20 min. Programa Clínico = 15 min. / diário. Controle da Espasticidade OBJETIVO: permitir a realização de programas de facilitação, reeducação, fortalecimento e treino funcional. Controle da Espasticidade PRINCIPAIS FORMAS DE EE: Estimulação dos antagonistas ao músculo espástico Estimulação em alta frequência dos próprios músculos espásticos Estimulação no limiar sensorial EE dos antagonistas Intensidade: moderada (evitar fadiga muscular) Frequência: 20-30 Hz Relação ON / OFF : 1 : 5 Ciclo ON: longo: 10-15s (mobilizar toda a ADM) Tempo de Subida: lento: 5 s Ciclo OFF: longo: 30 a 60 s (evitar fadiga). Duração da sessão : mínimo15 m/ 3x semana Mecanismos INIBIÇÃO RECÍPROCA ↑ CONTROLE VOLUNTÁRIO Efeitos duradouros CUIDADOS: Interromper tratamento se ocorrer: RESPOSTA PARADOXAL Contrações aparecem no grupo muscular antagonista ao estimulado. Optar por estimular o próprio músculo espástico. EE dos MM Espásticos Intensidade: Alta Frequência: 80-100 Hz Relação ON / OFF : 3:1 Ciclo ON: Longo - 15-20 s. Contração Isométrica mantida no limite da resistência espástica. Alongar manualmente a cada ciclo de EE. Tempo de Subida: lento: 3 s Ciclo OFF: curto: 5 a 7 s Duração da sessão: Curta, 10 a 20 contrações ou até ceder a espasticidade Mecanismos Fadiga e disparos de OTGs Facilitação Neuromuscular OBJETIVOS: Aumentar a consciência do movimento Aprender uma ação muscular nova Reeducar movimentos Melhorar o controle voluntário Produzir inputs proprioceptivos, cinestésicos e cutâneos em pacientes portadores de perdas sensoriais Facilitação Neuromuscular PRINCIPAIS INDICAÇÕES: Hemiplegias/paresias por AVE; Traumatismos Cranianos Traumas Raqui-medulares Incompletos Lesões Nervosas Periféricas, sem reação de degeneração Desuso muscular prolongado Colocação dos Eletrodos Nos pontos motores dos músculos paréticos agonistas 1. Paciente deve visualizar ação muscular (feedback visual) 2. Cooperação ativa é obrigatória e determinante para esta técnica Programas Funcionais de Substituição Ortótica (FES) FES para ortostatismo e marcha em Lesões Medulares FES para dorsiflexão assistida do pé e tornozelo FES para subluxação do ombro FES no controle da escoliose FES no auxílio ao exercício funcional de MMSS FES e marcha Marcha com FES • O sistema é de instalação muito custosa ao paciente. • A marcha é muito lenta e causa muita fadiga • Os pacientes acabam achando mais fácil se movimentar em cadeira de rodas A cadeira é mais rápida! O esforço físico na marcha assistida pela FES é 6 vezes maior do que na marcha normal. Por isso, menos de 5% dos usuários FES andam mais que 1.500 metros sem repouso. Desse modo, a ambulação com FES não é uma alternativa prática para a cadeira de rodas. LESÕES MEDULARES - PARASTEP® FES e Exercício Terapêutico Lesados medulares: mais problemas de saúde pela falta crônica de atividade física regular. Exercício terapêutico (ET) assistido pela FES pode ajudar nesse aspecto. FES-ET usa ergômetros (e.g., bicicleta estacionária, manivelas, aparelhos de remo) para exercitar MMII e MMSS ERGYS 2 system LESÕES MEDULARES – ERGYS2 Apesar da boa aceitação, o uso do Parastep® tem limitações na mobilidade diária, além de apresentar alto custo metabólico e cardiovascular. Proposto para manter aptidão física e psicológica em pacientes com lesão medular Spine . 2000 Feb 15;25(4):501-8. Dorsiflexão Assistida do Pé e Tornozelo Usar uma órtese elétrica prática e funcional exige: 1. Sistema fidedigno e adaptável 2. Paciente treinado, motivado, cooperativo e capaz de se comunicar 3. Espasticidade limitada aos flexores plantares do tornozelo, sem contraturas significativas 4. Sem limitações significativas nas ADM’s do quadril e joelho 5. Sem hipersensibilidade a EE Características do Programa Pontos motores do nervo fibular e tibial anterior (dorsiflexão + eversão) Frequência : 25–35 Hz Intensidade: suficiente para produzir o movimento Um disparador automático da EE é colocado no calcanhar do pé parético: quando o paciente retira o pé do chão a EE começa e é mantida na fase de oscilação da marcha Ness L300® EE como alternativa aos coletes CONTROLE DA ESCOLIOSE Critério de Seleção dos Pacientes: Curvas entre 20 e 45 graus Cobb Pelo menos 1 ano de previsão de crescimento espinal (linha de Risser presente) Curva de natureza idiopática e progressiva Paciente cooperativo Tolerar bem a estimulação Características do Programa Ortótico Eletrodos: na convexidade, posição LESS: centro na vértebra apical e eletrodos distantes 10 cm entre si. Frequência = 25–35 Hz Intensidade suficiente para mobilizar. Ciclo ON/OFF = 6/6 s., com subida lenta. Estimulação Noturna, 8 h/dia (treino de adaptação prévio). 10 cm V. apical EE como alternativa aos coletes Programa para ombro subluxado Eletrodos: músculo deltóide posterior e supraespinal: -produzir alinhamento glenoumeral -6 – 8 horas de EE / dia, com -F = 25–35 Hz, sem ON/OFF. -Treinamento clínico prévio. RX Ombro: sem e com EE Sem EE Com EE RX Ombro: sem e com EE Programas de Auxílio Funcional ao Membro Superior Aplicações em Extremidade Superior Restaurar a capacidade de “pegar e largar” Uso Clínico da FES para AVDs em MMSS Contraindicações • Usuários de marcapasso cardíaco • Cardiopatas • Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos • Vasos vulneráveis à hemorragia • Área abdominal de gestantes • Sobre seios carotídeos • Alterações de sensibilidade • Indivíduos com alterações na pele • Tecidos neoplásicos