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AULA 01 HABITAÇÃO NO CONTEXTO DA CIDADE

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Política Social Pública de Habitação
A habitação no contexto da cidade
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA
SERVIÇO SOCIAL
Plano de Ensino
Política Social Pública de Habitação
Professora: Thaís Vilela
Arquiteta Urbanista
E-mail: thaisfervela@gmail.com
Conteúdo Programático
Relações sociais no espaço Urbano 
 Desenvolvimento do espaço urbano;
 Interações sociais coletivas no espaço urbano;
 Configuração urbana e seus impactos sociais.
UNIDADE 01
UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 04
Conteúdo Programático
UNIDADE 01
UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 04
A questão habitacional no Brasil 
 O défice habitacional;
 Impacto social da ausência de moradia;
 Políticas públicas para a habitação social.
Conteúdo Programático
UNIDADE 01
UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 04
A habitação social 
 Breve histórico da habitação social;
 Legislação e políticas voltadas à construção e distribuição da habitação social no Brasil;
 Conformações e estruturas dos modelos de habitação social e seus impactos.
Conteúdo Programático
UNIDADE 01
UNIDADE 02
UNIDADE 04
UNIDADE 03
Habitação social no Espírito Santo
 Políticas públicas para habitação no ES;
 Estudo de caso: Modelos de habitação social no ES.
Avaliações
1° Bimestre
Prova bimestral (Valor: 7,0 pontos);
Artigo em grupo (Valor: 3,0 pontos).
2° Bimestre
Prova bimestral (Valor: 7,0 pontos); 
Estudo de caso em grupo (Valor: 3,0 pontos).
Avaliações
 Prova Substitutiva – Valor: 7,0 pontos
 Prova Final – Valor: 10,0 pontos
 Participação dos alunos e o desempenho em sala de aula.
 O aluno que não obtiver 75% de presença nas aulas estará reprovado por falta
Objetivo Geral
 Desenvolver a visão crítica acerca das políticas públicas e sociais de habitação no Brasil, analisando seu impacto nas questões sociais, seus avanços e retrocessos, bem como as tendências de implementação dessas políticas no decorrer tempo. 
 Compreender a organização da cidade, e principalmente, como a localização, características e tipologias das habitações em função das demandas sociais afetam as interações entre as diversas camadas da população.
Objetivos específicos
 Conhecer o desenvolvimento das políticas públicas sociais de habitação no Brasil;
 Analisar os impactos do implemento da política habitacional sobre as questões sociais;
 Analisar criticamente as soluções e estratégias para a habitação social no Brasil de forma abrangente, inclusiva e sustentável.
 Relacionar em termos de qualidade, quantidade e acessibilidade as habitações sociais e o espaço urbano contíguo. 
Bibliografia
 CARLOS, A. F. A. A Cidade. 4ª Ed. São Paulo: Contexto, 1999.
 FREYRE, G. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. 3ª, 45ª, 48ª e 51ª Ed. São Paulo: Global, 1938, 2001 e 2003, 2006.
 MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para uma crise urbana. 6ª Ed. Petrópolis: Vozes. 2013,
Bibliografia
 SOARES FILHO, J. G. Estatuto da cidade, Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
 MUKAI, T. Estatuto da cidade: anotações à lei nº 10257, de 10/07/2001, São Paulo: Saraiva, 2001 .
 LEFEBRE, H. A cidade do capital. 2ª Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001
 BRASIL. 2004. Política Nacional de Habitação. Disponível em: http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNH/ArquivosPDF/4PoliticaNacionalHabitacao.pdf , Acesso em: 08 de março de 2015
 BRASIL. 2005. Lei nº 11.124. Dispõe sobre o sistema nacional de Habitação de Interesse Social, Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11124.htm> , Acesso em: 08 de março de 2015.
O espaço urbano social
Relações e atores do processo de urbanização
Configurações da Cidade
A CIDADE COMO ESPAÇO DE HABITAÇÃO:
 Processo de urbanização tardio e uma política de habitação que exclui a maior parte da população brasileira;
 Brasil Colônia: por meio da colonização portuguesa e das leis de terras, a abolição da escravatura (Manutenção das elites);
O modelo capitalista impõe que nem todos podem ter as mesmas condições, para que seu sistema continue funcionando. Nesse sentido, as discrepâncias observadas na cidade: formal x informal, área nobre x área periférica, bairros ricos x bairros pobres, nada mais são do que a materialização desse modelo e da forma como se conduziu o processo de urbanização brasileiro, vinculado às questões de habitação.
Processo de urbanização no Brasil
 O Brasil, como os demais países da América Latina, apresentou intenso processo de urbanização, especialmente na segunda metade do século XX.
 Em 1940 a população urbana era de 26,3% do total. Em 2000 ela era de 81,2%.
 Trata-se de um gigantesco movimento de construção urbana necessário para o assentamento residencial dessa população, bem como para a satisfação de suas necessidades de trabalho, abastecimento, transporte, saúde, energia, água, etc.
 A partir da virada do século XIX e das primeiras décadas do século XX que o processo de urbanização da sociedade começa realmente, a se consolidar, impulsionado pela emergência do trabalhador livre, pela Proclamação da República e por uma indústria insipiente.
 As reformas urbanas, realizadas em diversas cidades brasileiras entre o final do século XIX e início do século XX, lançaram as bases de um urbanismo moderno.
Processo de urbanização no Brasil
 Eram feitas obras de saneamento básico e embelezamento paisagístico, implantavam-se as bases legais para um mercado imobiliário de corte capitalista, ao mesmo tempo em que a população excluída desse processo era expulsa para os morros e as franjas da cidade.
 Ambiguidade: Ruptura com o passado, porém com a manutenção das estrutura colonial em pleno século XX;
 A urbanização foi fortemente influenciada por esses fatores: a importância do trabalho escravo (inclusive para a construção e manutenção dos edifícios e das cidades), a pouca importância dada à reprodução da força de trabalho, mesmo com a emergência do trabalhador livre, e o poder político relacionado ao patrimônio pessoal.
 Com a massificação do consumo dos bens modernos, dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudam radicalmente o modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente construído. (Mercado consumidor)
Processo de urbanização no Brasil
FUNCIONALISMO E ZONEAMENTO
 Crítica à cidade oitocentistas e novecentista – mistura funcional;
 “Boa arrumação” e distribuição dos usos do solo;
 CARTA DE ATENAS: isolar, separar e arrumar as principais funções na cidade: 
HABITAR, 
 TRABALHAR, 
 RECREAR E 
 CIRCULAR
Habitar
 Anecessidade de fornecer alojamento para todos em condições de higiene e salubridade é um dos maiores problemas do urbanismo Moderno.
 A urbanística Moderna é de início um urbanismo habitacional.
 Deste modo são introduzidas novas tipologias habitacuonais – o bloco, a torre e o cojunto.
Edifício Japurá – Eduardo Kneese (1940-1957)
SUPERQUADRAS - Brasília
CONJUNTO PEDREGULHO – Rio de Janeiro
A Cidade Moderna
“ A questão fundiária assume lugar conceitual, ideológico e político importante. Não se trata apenas de dispor edifícios isolados no terreno, é dar aos habitantes o máximo de solo livre.”
(LAMAS, 2011, p. 306).
Público X Privado
PRUITT IGOE
Construido em 1950, em St. Louis/ Missouri
Conjunto com apenas edificações residenciais.
Apenas cerca de 30% a 60% das unidades foram ocupadas.
Em 1972 começaram as implosões dos edifícios e em 1976 o último edifício foi demolido.
A Cidade Moderna
CIDADE FUNCIONALISTA
 4 funções principais (chaves do urbanismo moderno): Habitar, trabalhar, recrear-se e circular;
 A cada função a sua área de solo exclusiva;
 A área residencial ocupa lugar principal no urbanismo, enquanto a circulação deverá organizar a cidade existente;
 O grande objetivo será circular bem, em vias hierarquizadas que privilegiem o deslocamento e separem os percursos entre o pedestre e o automóvel;
“FUNÇÕES BEM ARRUMADAS EM LUGARES PRÓPRIOS, SEM SOBREPOSIÇÕES”
A Cidade Moderna
 Deslocamentos: prioridade ao automóvel;
 Cidades e bairros “dormitórios”– grandes conjuntos habitacionais;
 É mais fácil projetar edifícios com programas repetitivos em todos os pisos do que a sobreposição de funções;
 É mais fácil organizar um bairro só habitacional do que com misturas de usos;
“As vias só servem para tráfego, os edifícios só servem para conter alojamentos e as pessoas não participam da definição do espaço urbano.”
(LAMAS, 2011, p. 303)
As famosas “tesourinhas” de Brasília.
A Cidade Moderna
PROBLEMAS DA CIDADE FUNCIONALISTA
 A escala dos percursos volta-se ao automóvel: Praticamente ignora o pedestre – ruas a cada 400m e em alguns casos ruas complementares nos 200m intermediários; número de ruas deveria ser diminuído em 2/3, o que diminuiria o número de cruzamentos e tornaria mais ágil a circulação; eliminar cruzamentos;
 Proposição de um sistema viário hierarquizado de forma a propiciar maior velocidade de deslocamento – vias rápidas e vicinais, vias locais, vias coletoras;
Podemos estabelecer algumas consequências negativas:
Alojamentos – Unidade Habitacional
Zoneamento funcional
Alojamentos mínimos: a tipologia de habitação em conjunto com edifícios altos e espaçados gerou espaços sem vida e sem identidade; sendo aplicado algumas vezes de forma precária principalmente como elemento de publicidade social.
Conjunto habitacional popular
A organização distributiva da cidade em áreas funcionais especializadas provocou a perde de residências nas áreas centrais e de outras funções nas áreas residenciais. Retirando a vida do centro durante à noite e nos fins de semana e gerando monotonia e problemas sociais nas áreas residenciais.
Tráfico de Drogas – Cracolândia no centro de SP
Tráfego de carros – Deslocamento bairros x centro
A CIDADE FUNCIONALISTA
 A cidade é dividida em 4 áreas principais (Habitar, Trabalhar, Recrear e Circular) sem sobreposição de zonas;
 O absurdo do funcionalismo crias edifícios e bairros inteiros com apenas uma função: prédios de habitação, prédios de escritórios, centros comerciais e etc.;
Praia do Morro – Guarapari (Uso misto)
Praia do Solemar – Jacaraípe (Residencial)
Conclusão - Cidade Moderna
PROBLEMAS DA CIDADE FUNCIONALISTA
 Áreas centrais vazias à noite e cidades “dormitórios”;
 Necessidade de circular rapidamente: destruição de bairros e tecidos sociais, lançando vias e nós desnivelados, alargando ruas, destruindo edifícios;
 Hoje: necessidade de “domesticação” do automóvel.
Habitar x Morar x Viver
 O que é habitar?
 O que é dignidade?
O que é uma habitação digna?
Morar, ter como residência fixa, Permanecer, faz-se presente, Povoar, providenciar moradores ou habitantes. Do Latim Habitare, que significa VIDA. 
Qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede com decência, com honestidade. É um substantivo feminino, que vem do latim dignitate, que significa honradez, virtude, consideração. Qualidade moral que inspira respeito e consciência de si mesmo, é o amor-próprio.
Segregação socio - espacial
Favela de Higienópolis em São Paulo
Condições das moradias no Brasil
Características dos domicílios
IBGE 2016
Características das Habitações
A habitação no Brasil:
Precária: 
 Sem infraestrutura;
 Cidade informal;
 Isolamento e segregação da população de baixa renda;
 Investimentos precários ou falta de investimento do poder público;
 Nenhum “controle” do poder público.
 Edificações precárias;
 Doenças.
Características das Habitações
A habitação no Brasil:
Coabitação: 
 Várias “famílias” numa mesma casa ou mesmo lote; 
 Preço elevado de imóveis e lotes em áreas centrais e com boa infraestrutura.
 Produz o adensamento! 
Características das Habitações
A habitação no Brasil:
Adensamento: 
 Falta de espaço e infraestrutura;
 Ocupação das áreas de proteção ambiental;
 Falta de acesso à cidade formal e às oportunidades;
 Autoconstrução.
Condições das moradias no Brasil
Domicílios adensados
IBGE 2016
Características das Habitações
A habitação no Brasil:
Alugueis cada vez mais caros
 Especulação imobiliária;
 Processos de gentrificação;
 Processo de “camarotização” 
 Isolamento social;
 Comprometimento da renda (falta renda para alimentação, vestimenta, etc.)
Condições das moradias no Brasil
Ônus excessivo de aluguel
IBGE 2016
Consequências
Condomínios isolados nos subúrbios;
 Aumento do tráfego de veículos e congestionamentos;
 Falta de tempo para o lazer e higiene mental;
 Ocupações Irregulares;
 Insatisfação, desamparo e desesperança;
 Aumento da violência urbana;
Aumento de gastos públicos;
 Aumento dos problemas sociais.
Ocupações Irregulares
A ocupação desordenada, ou seja, aquela proveniente de invasões irregulares ou de loteamentos clandestinos, por ser completamente dissociada da necessidade de observância destes parâmetros mínimos, certamente, gera um espaço para o exercício da moradia. 
 Todavia, trata-se de uma moradia desqualificada, incapaz de ser exercida de forma plena e digna.
Ocupações Irregulares
Ações humanas relacionadas à ocupação desordenada também têm como resultado indesejável o desequilíbrio do ecossistema. 
 Espaços caracterizados pela presença de relevante valor ambiental (áreas de preservação permanente, reserva legal, mata atlântica) são usualmente alvos de invasões irregulares e de loteamentos clandestinos, causando danos ao equilíbrio ecológico.
 Problemas de abastecimento (água e energia elétrica).
Ocupações Irregulares
 Além de áreas de proteção ambiental, também são ocupadas áreas de risco.
Ocupações Irregulares
Gastos públicos excessivos:
 Na medida em que as pessoas mais desprovidas financeiramente se estabelecem em locais cada vez mais distantes do centro da cidade, as obras de infraestrutura passam a ter um valor muito mais significativo. 
 Todavia, as obras públicas normalmente são realizadas em áreas de maior retorno imobiliário, contribuindo para a manutenção da situação de precariedade nas comunidades originadas de ocupações irregulares.
Ocupações Irregulares
CONDOMÍNIOS SÃO OCUPAÇÕES IRREGULARES? 
 Os condomínios voltados para as classes A e B também levam ao aumento da infraestrutura urbana e aumentam os gastos, a ocupação do solo e destruição das reservas ambientais.
 Ex.: Boulevard Lagoa e Alphaville Jacuhy.
Processos de Gentrificação
“Para entender gentrificação imagine um bairro histórico em decadência, ou que apesar de estar bem localizado, é reduto de populações de baixa renda, portanto, desvalorizado. (...)”
“Imagine, porém, que de um tempo para cá, a estrutura deste bairro melhorou muito: aumentou a segurança pública e agora há parques, iluminação, ciclovias, novas linhas de transporte, ruas reformadas, variedade de comércio, restaurantes, bares, feiras de rua… Uma verdadeira revolução que traria muitos benefícios para os moradores da região, exceto que eles não podem mais morar ali.”
Processos de Gentrificação
 Mas para que tudo isso se concretize, é necessário que haja um outro projeto, o de revitalização urbana, e este, sim, é bancado com dinheiro público, ou através de concessões públicas. 
 Os governantes também costumam enxergar no processo de gentrificação uma grande oportunidade: de justificar uma obra, se apoiar no interesse privado da especulação imobiliária para promover propaganda política de boa gestão.
A gentrificação, se apoia nesse mesmo discurso de “obras que beneficiam a todos”, mas não motivada pelo interesse público, e sim pelo interesse privado, relacionado com especulação imobiliária. Logo, tende a ocorrer em bairros centrais, históricos, ou com potencial turístico.
Processos de Gentrificação
WILLIAMSBURG (NOVA YORK, EUA):
 Até meados da década de 1990, Williamsburg era apenas mais um bairro residencial do distrito do Brooklyn, cujo único atrativo era sua paisagem;
 Artistas e artesãos locais migraram para o bairro em busca de aluguéis baratos e boa localização;
 Este movimento se intensificou até virar um dos maiores casos de gentrificação que se tem conhecimento:hoje, é um dos bairros mais badalados do mundo.
Processos de Gentrificação
FRIEDRICHSHAIN (BERLIM, ALEMANHA)
 Após a queda do muro de Berlim, houve uma grande migração dos moradores de bairros da parte oriental para a parte capitalista da cidade, em busca de emprego, vida moderna e habitação confortável. 
 A área, abandonada, foi ocupada por imigrantes e artistas, que transformou o lugar em um grande fervilhão alternativo, hoje promove gastronomia, arte e entretenimento de alto padrão.
O parlamento alemão criou uma lei proibindo bairros com altos índices de gentrificação subirem os preços dos aluguéis mais do que 10% acima da média da região
Processos de Gentrificação
 Existem especialistas que não “criminalizam” a gentrificação, por acreditar que este é um processo decorrente da chamada “Sociedade Pós-Industrial”, na qual as relações de consumo (demanda) ditam as relações de produção (oferta), e esta é uma condição natural e irreversível do nosso tempo. 
Por constituir um processo típico de especulação imobiliária, a gentrificação precisa de muito investimento e respaldo do poder público para atender à uma demanda de interesse privado. 
 Ou seja, a cidade (enquanto “a coisa pública”) tem propensão a ser planejada de acordo com a vontade do interesse privado, que NÃO necessariamente é a mesma vontade da população, e nem sempre vai ao encontro das demandas defendidas por especialistas em planejamento urbano.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/788749/o-que-e-gentrificacao-e-porque-voce-deveria-se-preocupar-com-isso
Função social do solo
 A função social da propriedade urbana deve ser exercida por meio do Plano Diretor Municipal e seus instrumentos, de acordo com a Constituição Federal de 1988;
 O Estatuto da Cidade está diretamente ligado ao referido princípio e regulamenta todo o capítulo de política urbana – arts. 182 e 183 da Constituição.
O Estatuto é, portanto, um dos pilares fundamentais do direito urbanístico, porquanto tornou-se inconcebível a ocupação aleatória do espaço urbano e o Plano Diretor tem papel fundamental na eficácia da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
 Deste modo, os instrumentos são considerados importantes aliados na repressão à especulação imobiliária e efetividade do princípio da função social da propriedade urbana.
Função social do solo
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA:
Parcelamento compulsório:
O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, consiste na subdivisão de área (ou gleba) em lotes destinados a edificação, porém, com aproveitamento do sistema viário existente, ou seja, sem abertura de novas vias e logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
Edificação compulsória: 
A edificação consiste em uma construção ou obra que se destina à habitação, trabalho, culto, ensino ou recreação, constituindo um direito cujo exercício é subordinado às denominadas regras edilícias, como por exemplo, a obtenção do alvará municipal de licença de edificação.
Função social do solo
IPTU - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo:
Deste modo, uma vez notificado para efetuar o parcelamento, a edificação ou utilização do imóvel que esteja em desacordo com o plano diretor, se o proprietário não cumprir os prazos previstos na lei específica, o Município poderá exigir o pagamento do IPTU progressivo no tempo sobre a propriedade urbana não edificada, subutilizada ou não utilizada, com o fim de forçar o proprietário a promover o adequado aproveitamento do imóvel.
Desapropriação com pagamento mediante títulos:
Uma vez notificado para tanto e após a incidência da tributação progressiva, está autorizado o Município a desapropriar o imóvel e, ao invés da “prévia e justa indenização em dinheiro” prevista no parágrafo terceiro, o proprietário infrator receberá como pagamento “títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais
Especulação Imobiliária
ATIVIDADE: 
Leitura e discussão do texto: 
 ABOYA, Renato. O que é especulação imobiliária?

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