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Direito Comercial II

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2016/1
Seção 07
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Introdução ao Direito
Prof. Suriman Nogueira de Souza Junior
2016/1
Seção 07
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Direito Comercial II
Títulos de crédito
 Recuperação judicial e Falência
 Propriedade industrial
Conteúdo da seção
2016/1
Seção 07
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Títulos de crédito
Título de crédito é um documento literal e autônomo, com força executiva, representativo de dívida.
Podendo ser à ordem, quando admite endosso (cheque, nota promissória, letra de câmbio), ou não à ordem, quando não pode ser endossado.
Títulos de crédito
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Seção 07
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Características
Literalidade
“Vale o que está escrito”, vale na exata medida do que for nele declarado, sem interpretação extensiva.
Cartularidade
É imprescindível a existência física ou equivalente do documento, o título tem que existir como elemento efetivo e representativo do crédito.
Títulos de crédito
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Características
Autonomia
Desvincula-se ao negócio que o originou (abstração). A posse legítima autoriza o portador a exercer direitos.
Títulos de crédito
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Seção 07
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Emissão, endosso e aval
Emissão
Os títulos de crédito são colocados em circulação por seus emitentes.
Nem sempre o emitente é o credor do título.
A duplicata e a letra de câmbio são emitidas pelo credor e o devedor assina o seu aceite.
A nota promissória e o cheque são emitidos pelos devedores.
Títulos de crédito
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Emissão, endosso e aval
Endosso
O credor do título pode transferi-lo a terceiros, antes do vencimento, recebendo antecipadamente seu crédito, descontado do ágio correspondente.
Para isso, o credor assina no verso do título, assumindo a qualidade de endossante, o chamado endosso.
O endosso pode ser em preto, quando indica o nome do beneficiário do crédito (endossatário), ou em branco, quando não é indicado o beneficiário, tornando o título ao portador.
Títulos de crédito
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Emissão, endosso e aval
Aval
Sendo exigido ao credor que o devedor apresente uma terceira pessoa para lhe garantir o pagamento, essa pessoa, ou mais de uma delas, assinará o verso do título na qualidade de avalista.
Títulos de crédito
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Seção 07
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Classificações
Quanto ao conteúdo do direito documental, os títulos podem ser:
Cambiais: duplicata, letra de câmbio, nota promissória e cheque.
De empréstimo a médio e longo prazo: debêntures.
Representativos de bens ou direitos reais sobre coisa alheia: conhecimento de transporte, conhecimento de depósito “warrant”, cédula de crédito rural pignoratícia ou hipotecária.
De participação societária: ações nominativas endossáveis.
Títulos de crédito
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Seção 07
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Classificações
Quanto à importância da causa, os títulos podem ser:
Causais: duplicata, com origem em compra e venda de bem ou prestação serviço.
Abstratos: nota promissória, letra de câmbio e cheque.
Títulos de crédito
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Títulos de Crédito em Espécie
Letra de Câmbio
É uma ordem de pagamento, sacada por um credor contra um devedor, favorável a alguém.
O favorecido pode ser um terceiro ou o próprio sacador.
Quem emite a letra de câmbio é o sacador.
Sacado é o devedor, contra quem foi emitida a letra de câmbio.
Endossante é o titular do crédito que o transfere para outrem, chamado endossatário.
Títulos de crédito
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Títulos de crédito em espécie
Nota promissória
É uma promessa de que na data do vencimento haverá seu pagamento, sendo emitida pelo próprio devedor.
Difere da letra de câmbio, pois esta é uma ordem de pagamento, enquanto a nota é uma promessa de pagamento.
Não admite aceite.
Títulos de crédito
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Títulos de crédito em espécie
Cheque
É uma ordem de pagamento à vista sacada por uma pessoa contra um banco.
Emissor ou emitente: quem assina o cheque.
Beneficiário: pessoa destinatária de pagamento.
Não tem qualquer valor a determinação de que o cheque não deva ser pago à vista, na apresentação.
Títulos de crédito
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Cheque (cont.)
Pode ser nominal ou ao portador e pode ser transmitido por endosso, observadas as limitações legais.
Cheque cruzado: com duas linha paralelas no anverso, indica que ele deverá ser depositado na conta bancária do favorecido, pois somente pode ser pago a um banco.
Cheque visado ou administrativo: a provisão para o seu pagamento fica reservada, a pedido do emitente, antes da apresentação do cheque, garantindo a sua liquidação. 
Títulos de crédito
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Títulos de crédito em espécie
Duplicata
Título de crédito decorrente da compra e venda mercantil ou de prestação de serviços, para pagamento a prazo.
Código Comercial de 1850: por duplicado = duplicata = uma cópia da fatura.
Realizada a venda a prazo e emitida a fatura de venda, o comerciante saca uma ou mais duplicatas para circulação como títulos de crédito.
Títulos de crédito
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Duplicata (cont.)
É um título causal de aceite obrigatório.
Pela prática comercial, tem-se que o comprador aceitou o conteúdo das duplicatas contra ele sacadas, comprometendo-se com o seu pagamento.
Emitente ou sacador: vendedor.
Aceitante: comprador.
Somente pode ser recusada em casos de avaria, não recebimento de mercadorias, vícios redibitórios e divergências quanto aos prazos e preços.
Títulos de crédito
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Duplicata (cont.)
O credor pode negociar as duplicatas com terceiros, particularmente bancos, por meio da transferência do crédito, mediante endosso.
O não pagamento da duplicata permite ao credor realizar a cobrança por meios amigáveis ou judiciais.
Títulos de crédito
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Duplicata (cont.)
No caso de falta de aceite ou de pagamento, a duplicata pode ser protestada, bastando o credor recorrer ao cartório de protestos de títulos da praça de pagamento da duplicata, apresentando, se houver, a prova da entrega da mercadoria ou da prestação do serviço.
O devedor é intimado a comparecer no cartório para realizar o pagamento dentro de três dias úteis, sob pena de ser lavrado o protesto, no Livro Registro de Protestos.
Títulos de crédito
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Recuperação judicial
Tornando-se insolvente, mas antes de declarar a falência, o comerciante poderá tentar se recuperar, requerendo ao juiz que lhe seja concedida a recuperação judicial.
A recuperação visa o estabelecimento de um acordo com os credores mediante a apresentação em juízo de um plano dos meios de recuperação, demonstrando a viabilidade de sua implementação.
Recuperação judicial e falência 
2016/1
Seção 07
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Recuperação judicial
A lei dispõe sobre as condições necessárias para ser requerida a recuperação judicial, que, quando concedida, impõe aos credores uma proposta de acordo.
A recuperação judicial não afasta o devedor do exercício de suas atividades, objetivando soerguer a empresa.
Quando deferido o pedido de recuperação, o juiz nomeia um administrador judicial para a elaboração do quadro geral de credores, ente outras atividades; e um Comitê de Credores, com a função de fiscalizar as atividades do administrador judicial e do devedor.
Recuperação judicial e falência
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Falência
Falência é um processo de execução coletiva contra o devedor, inadimplente ou insolvente, que envolve a arrecadação de seus bens e a venda judicial forçada, para o pagamento proporcional ao crédito de cada um dos credores.
A falência promove o afastamento do devedor de suas atividades, visando preservar e otimizar a utilização dos bens, ativos e recursos da empresa.
Recuperação judicial e falência
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Falência
Estão sujeitos à falência o empresário e as sociedades empresariais (a sociedade em conta de participação também pode ter a falência decretada, frente ao seu sócio ostensivo).
Recuperação judicial e falência
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Falência
Não podem ser declaradas falidas:
as empresas públicas e as sociedades deeconomia mista que somente podem ter seus bens penhorados;
as sociedades seguradoras e as entidades de previdência privada que ficam sujeitas à liquidação extrajudicial;
as instituições financeiras, cooperativas de crédito, consórcio, sociedade operadora de assistência à saúde, sociedades de capitalização e equiparadas, sujeitas à intervenção e à liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central.
Recuperação judicial e falência
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Falência
Insolvência
Situação decorrente de impossibilidade econômica de adimplemento de obrigações, por déficit patrimonial (passivo superior ao ativo) ou iliquidez patrimonial (falta de recursos disponíveis imediatamente).
Recuperação judicial e falência
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Falência
Caracterização da insolvência
O reconhecimento do estado de insolvência se dá por meio de sinais exteriores, definidos por lei, como o inadimplemento no vencimento de obrigação líquida (impontualidade), materializada por título ou títulos executivos protestados, ou por outros atos, taxativamente expressos em lei.
Recuperação judicial e falência
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Seção 07
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Decretação da falência
Decretada a falência, a pedido do próprio devedor ou de credor, fundado em insolvência ou inadimplemento, inclusive por descumprimento da recuperação judicial, o juiz, entre outras providências, ordenará:
ao falido que apresente a relação de credores; 
a nomeação do administrador judicial e o Comitê de Credores, para administrarem a massa falida, na figura de profissional idôneo ou pessoa jurídica especializada.
Recuperação judicial e falência
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Decretação da falência
A fixação do termo legal da falência (período suspeito, data em que se considera o falido estar na expectativa de falir).
Suspensão das ações de execução contra o falido.
Recuperação judicial e falência
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Administração da falência
Arrecadação dos bens
Consiste na imediata arrecadação do patrimônio, listando todos os bens que forem encontrados, com suas respectivas características. 
Recuperação judicial e falência
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Administração da falência
Realização do ativo
Trata-se da liquidação dos bens que integram a massa falida para o pagamento dos credores, obedecida a ordem das preferências.
Os bens são vendidos sob a forma de leilões, de uma só vez ou em lotes, por lances ou propostas.
Recuperação judicial e falência
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Administração da falência
Ordem das preferências de pagamento, créditos:
Trabalhistas até 150 salários mínimos e os decorrentes de acidentes do trabalho (salários, férias, indenizações).
Com direito real de garantia (penhor, hipoteca, alienação fiduciária).
Tributários (impostos, taxas, contribuições previdenciárias).
Com privilégio especial (aluguéis de prédio locado pelo falido).
Recuperação judicial e falência
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Administração da falência
Ordem das preferências de pagamento, créditos (cont.):
Com privilégio geral (direito de retenção sobre determinados bens).
Quirografários (duplicatas, notas promissórias, cheques, obrigações reconhecidas por sentença em ações judiciais)
Multas contratuais e tributárias.
Subordinados (direitos dos sócios ou administradores sem vínculo empregatício).
Recuperação judicial e falência
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Seção 07
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Crimes falimentares
A Lei Falimentar especifica uma série de crimes, dentre outros, fraudar credores, mediante inexatidão, omissão, destruição, ocultação de documentos, livros e sistemas informatizados de bens; informações falsas, uso ilegal de bens, exercício ilegal da atividade, favorecimento a credores, etc.
Recuperação judicial e falência
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Propriedade industrial
Considerando o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico nacional, são protegíveis legalmente:
Concessão de patentes de invenção e modelo de utilidade.
Concessão de registro de desenho industrial.
Concessão de registro de marca.
Repressão às falsas indicações geográficas de procedência e origem de produto.
Repressão à concorrência desleal. 
Propriedade industrial 
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Invenção
Ato de criar coisa, sistema ou processo novo no campo da ciência, da tecnologia ou das artes, suscetível de industrialização.
Critério de prioridade
Tem prioridade e privilégio o inventor que primeiro protocolou o pedido de patente ou de registro.
Propriedade industrial
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Desenho industrial
Forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto ornamental de linhas e cores que possam ser aplicados a um produto, propiciando uma imagem nova e original em sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.
Marcas
É o sinal distintivo de produtos, mercadorias ou serviços. A marca deve apresentar requisitos de especialidade ou originalidade e de novidade.
Propriedade industrial
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Bibliografia
Básica
MARTINS, Sergio Pinto. Instituições de direito público e privado. 12ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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Bibliografia
Complementar
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à luz do Novo Código Civil. 12ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2011.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 31ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
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