Buscar

História do Direito

Prévia do material em texto

DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 1
Introdução e Conceitos
 
Aula 01
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, introdução ao estudo do direito, sociedade e lei, manutenção da ordem social.
 
Que é direito? (André Franco Montoro)  essência
 
-          norma
O direito brasileiro proíbe o duelo.
 
-          faculdade (poder)
O Estado tem o direito de cobrar impostos.
 
-          justo
O salário é direito do trabalhador.
 
-          ciência
O estudo do direito requer método próprio.
 
-          fato social
O direito é um setor da realidade social.
 
Sociedade e lei: necessidade de normas sociais
 
-          controle social formal direto: intervenção legal.
 
-          controle social formal indireto: presença da norma jurídica condicionando o comportamento social.
 
Manutenção da ordem social, mediante as funções do direito:
 
-          conservadora;
 
-          educativa;
 
-          transformadora;
 
-          ordenadora.
 
4. Questões:
 
1. O que é direito?
 
2. Qual a necessidade de normas sociais em sociedade? Explique.
 
3. Quais são as funções do direito para a manutenção da ordem social’ Explique.
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 2
Introdução e Conceitos
 
Aula 02
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, introdução ao estudo do direito, direito natural, direito positivo, moral.
 
1.                 Direito Natural:
Alicerce do Direito jurídico. São princípios que servem de base para a formação do Direito Positivo.
 
São eles:
 
a)     Direito à vida;
 
b)     Direito à liberdade;
 
c)     Direito à manutenção da paz social;
 
d)     Dar a cada um o que lhe é devido;
 
e)     Contribuição de todos para o bem comum;
 
f)       O bem deve ser feito e o mal evitado.
 
2.                 Direito Positivo:
É um conjunto de normas elaboradas por uma sociedade determinada para regular a sua vida interna, com a proteção da força social. Pode ser:
 
a)     Direito estatal: normas elaboradas pelo Estado;
 
b)     Direito não-estatal: normas elaboradas por diferentes grupos sociais, mas que precisa estar em conformidade com o Direito Estatal. Ex.: Direito esportivo, Direito canônico, Direito universitário.
 
3.                 Direito e Moral – diferenças:
O Direito apresenta uma força intrínseca.
A Moral apresenta uma força extrínseca.
 
O Direito é coativo (coação = obrigação forçada da sanção).
A obrigação moral não é coativa, sendo cumprida por força da consciência.
 
O norma moral não atribui a ninguém a faculdade de exigir seu cumprimento. (ex.: incesto).
A norma jurídica, uma vez violada, envolve outras pessoas, que podem exigir seu cumprimento.
 
O Direito é heterônomo: somos obrigados a cumprir a norma jurídica (ex.: pagamento de impostos).
A Moral é autônoma: não somos obrigados a cumprir norma moral (ex.: o homem presta esmolas por força da consciência).
 
O Direito regula conduta exterior.
A Moral regula conduta interior.
 
4.                 Questões:
 
1. O que é Direito Natural?
 
2. Quais são as formas de expressão do Direito natural?
 
3. O que é Direito Positivo?
 
4. Quais são as principais diferenças entre Direito e Moral? Explique.
 
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 3
Fontes do Direito (parte 01)
 
Aula 03
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, introdução ao estudo do direito, fontes do direito.
 
1.                 Conceito:
 
É a origem primária do Direito, ou seja, são fatores reais que condicionaram o aparecimento das regras jurídicas.
 
2.                 Espécies:
 
2.1             Fontes materiais:
 
Fatores sociais, naturais, para a formação do Direito. São fatores econômicos, motivos éticos, estudos filosóficos ou sociológicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras de Direito.
 
2.2             Fontes históricas:
 
Documentos, antigas legislações que, em virtude de sua relevância, ascendem as legislações atuais. Ex.: Lei das 12 Tábuas, Código de Hamurabi.
 
2.3             Fontes formais:
 
a) imediatas ou primárias:
 
-          lei: é uma regra de direito geral, abstrata, permanente, oriunda de órgão competente e expressa na forma escrita;
 
-          costume: é um conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado. (Paulo Nader).
 
Tipos de costume:
 
. “secundum legem”: é o costume “de acordo com a lei”. Está previsto na lei, que reconhece sua eficácia obrigatória. Ex.: art. 1.297, parágrafo 1.º, CC;
 
. “praeter legem”: é o costume que supre a lei nos casos omissos, preenchendo lacunas. Ex.: art. 4.º, LICC;
 
. “contra legem”: é o costume “contra a lei”, que produz a não-aplicação da lei, em virtude do desuso.
Costume revoga lei?
 
b)                 mediatas ou secundárias:
 
-          doutrina: conjunto de princípios expostos nos livros de Direito, em que se firmam teorias ou se fazem interpretações sobre a ciência jurídica (sentido lato) e/ou opinião particular, admitida por um ou vários jurisconsultos, a respeito de um ponto de Direito controvertido (sentido estrito);
 
-          jurisprudência: é o conjunto de decisões reiteradas dos Tribunais sobre um determinado assunto (sentido lato), no mesmo sentido (sentido estrito).
	
	
	
 
                   Materiais       Estado – através de fatores e valores sociais
 
                   Históricas
                                                                            Lei
Fontes                             Imediatas ou primárias       
                   Formais                                              Costume
	
	
	
 
                                      Mediatas ou secundárias        Doutrina
 
                                                                             Jurisprudência
 
 
 
3.                 Questões:
 
1. O que são fontes do direito? Explique.
 
2. Quais são as fontes materiaisdo direito? Explique.
 
3. Quais são as Fontes históricas do direito? Explique.
 
4. Quais são as Fontes formais do direito? Explique.
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 4
Fontes do Direito (parte 02)
 
Aula 04
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, lei, costume, princípios gerais do direito, poder negocial.
 
1. Diferenças entre Lei e Costume:
 
Referências
Lei
Costume
Autor
Poder Legislativo
Povo
Forma
Escrita
Oral
Obrigatoriedade
Início de vigência
A partir da efetividade
Criação
Reflexiva
Espontânea
Positividade
Validade que aspira à efetividadeEfetividade que aspira à validade
Condições de validade
Cumprimento de formas e respeito à hierarquia das fontes
Ser admitido como fonte e respeito à hierarquia das fontes
Quanto à legitimidade
Quando traduz os costumes e valores sociais
Presumida
 
2. Princípios gerais do Direito e poder negocial:
 
a)                 princípios gerais do Direito: são noções básicas e concordantes que instruem o ordenamento jurídico e lhe conferem unidade (ex.: no Direito Civil, o princípio “pacta suntservanda”; no Direito Penal, o princípio “in dubio pro reo”).
 
Há 03 concepções:
 
-                                  concepção positivista: segundo essa teoria, princípios gerais do Direito são aqueles historicamente instituídos e mutáveis, de acordo com a evolução da sociedade e que inspiram a criação da legislação.
 
-                                  concepção racionalista: de acordo com esse conceito, princípios gerais do Direito são universais, absolutos e eternos. Não há alterações de acordo com o contexto histórico.
 
-                                  concepção eclética: os princípios gerais do Direito podem ser concebidos historicamente e também possuírem a característica da universalidade.
 
Os princípios gerais do Direito não são fontes do Direito, mas forma de preenchimento de lacunas.
 
Ressaltar diferenças entre costumes e princípios gerais do Direito.
b)                 poder negocial: é a energia empreendida pela autonomia da vontade para a elaboração de um negócio jurídico.
 
O contrato é um negócio jurídico, por excelência.
 
O poder negocial não é fonte do Direito, salvo para Miguel Reale, pois o negócio jurídico vincula apenas as partes contratantes e é restrito a um caso concreto, enquanto que as fontes do Direito são gerais e abstratas.
 
3. Questões:
 
1. Quais são as principais diferenças entre lei e costume?
 
2. O que são princípios gerais do direito?
 
3. O que é poder negocial?
 
4. Os princípios gerais do direito e o poder negocial são fontes do direito? Explique.
 
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 5
Direito na Antigüidade (parte 01)
 
Aula 05
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, formação do direito, Antigüidade, direito arcaico.
 
1. Introdução:
 
- toda cultura possui aspecto normativo;
 
- sociedade esforça-se para assegurar ordem social;
 
- lei é núcleo do controle social;
 
- cada organização social dispõe de sistema jurídico que reflete sua evolução;
 
- primeiros textos jurídicos: associados ao aparecimento da escrita;
 
2. Formação do direito nas sociedades primitivas:
 
a) base geradora do direito:
 
- laços de consangüinidade;
 
- práticas de convívio familiar;
 
- crenças, tradições etc.
 
- deriva das crenças religiosas;
 
- práticas de controle na forma oral;
 
b) efeitos jurídicos:
 
- vingança dos deuses: respeito;
 
- atos e procedimentos envolvidos pela magia e solenidade das palavras;
 
- imposição da força e costumes;
 
c) direito antigo: estágios de evolução
 
- direito provém dos deuses;
 
- direito confundido com costumes;
 
- direito identificado com a lei.
 
3. Códigos da Antigüidade:
 
3.1 Lei de Talião:
 
- três meses de partida do cativeiro do Egito;
 
- povo de Israel acampou no deserto do Sinai;
 
- rebelaram-se contra a autoridade de Moisés;
 
- Moisés subiu no Monte Sinai e recebeu sinais
 
3.2 Código de Hamurabi:
 
a) elaborada no século XVIII A.C. pelo rei Hammurabi;
 
b) leis para três classes diferentes:
 
- awelum: homens livres e de classe mais alta;
 
- mushkenum: cidadão livre, mas de classe inferior;
 
- wardum: escravo marcado.
 
c) penas:
 
- morte:
 
. fogueira;
 
. forca;
 
. empalação.
 
- mutilações corporais:
 
. cortar língua, seio, orelha;
 
. arrancar olhos, dentes
 
3.3 Considerações:
 
- não se diferenciavam prescrições civis, religiosas e morais;
 
- nos tempos mais avançados se começa a distinguir o direito da moral e a religião do direito;
 
4. Características do direito arcaico:
 
- regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela tradição;
 
- cada organização social possuía direito único;
 
- pouco contato com outros povos, exceto na beligerância;
 
5. Questões:
 
1. Explique a formação do direito nas sociedades primitivas.
 
2. Quais são os principais Códigos da Antigüidade? Explique sucintamente cada um deles.
 
3. Quais são as principais características dos Códigos da Antiguidade? Explique.
 
4. Quais são as principais Características do direito arcaico? Explique.
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 6
Direito na Antigüidade (parte 02)
 
Aula 06
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, formação do direito, Antigüidade, direito arcaico, direito grego.
 
1.  Espécies de direito ao longo da história:
 
- direito arcaico: característico dos povos sem escrita;
 
- direito antigo: surge com as primeiras civilizações urbanas;
 
- direito moderno, próprio das sociedades posteriores às Revoluções Francesa e Americana;
 
2. Direito e sociedade no direito antigo:
 
- verificados na Mesopotâmia e Egito;
 
- evolução das civilizações da Antigüidade:
 
. surgimento das cidades;
 
. invenção e domínio da escrita;
 
. advento do comércio e da moeda metálica.
 
3. Mesopotâmia e Egito - aspectos:
 
- simultaneidade do tempo histórico: por volta do século XXX ao XV a.C;
 
- Mesopotâmia:
 
. atual região do Iraque, Turquia, Irã e Arábia Saudita;
 
. no Código de Hammurabi: direito público e privado;
 
- Egito:
 
. região do rio Tigre e Eufrates;
 
. princípio da justiça divina;
 
 
4. Estágios de desenvolvimento do direito em uma sociedade:
 
a) sociedade pré-legal:
 
- não há qualquer procedimento estabelecido para lidar com disputas que surgem em seu meio;
 
- quando atinge alta densidade populacional: necessidade de normas;
 
b) sociedade proto-legal:
 
- regras e procedimentos bem determinados para a administração de disputas;
 
- não há distinção entre padrões sociais e lei;
c) sociedade legal:
 
- sociedade tal qual os dias atuais;
 
- atos indesejáveis e sanção;
 
- estágio legal mais rígido.
 
5. Direito grego antigo:
 
5.1 Períodos:
 
a) arcaico: do oitavo ao sexto século a.C;
 
b) clássico: quinto e quarto séculos a.C;
 
c) helenístico: desde Alexandre Magno até a conquista romana do Mediterrâneo oriental;
 
d) romano: a partir da derrota de Antônio e Cleópatra por Augusto = primeiro século d.C.
 
5.2 Época arcaica:
 
a) colonização:
 
- excesso de população, secas ou chuvas em demasia;
 
- dificuldade na alimentação;
 
- gregos espalharam-se pelo Mediterrâneo;
 
- estimulação do comércio e indústria: colônias = troca de mercadorias;
 
- gregos e contatos com outros povos.
 
b) inovações:
 
- armamento naval com trirremes;
 
- armamento terrestre com hoplitas (soldado de infantaria com cnêmides);
 
- cavalo montado, substituindo carros de guerra puxados por cavalos;
 
- moeda: incremento do comércio e acúmulo de riquezas;
 
- alfabeto: escrita é nova tecnologia – codificação de leis e divulgação através de inscrições nos muros das cidades.
 
5.3 Época clássica e helenística:
 
a) início com as guerras Pérsicas;
 
b) Guerra do Peloponeso: Atenas (300 mil habitantes: 40 milcidadãos; 150 mil escravos);
 
c) consolidação das instituições:
 
- Assembléia do povo:
 
. cidadãos acima de 20 anos e de posse de direitos políticos;
 
. órgão de maior autoridade: atribuições legislativas, executivas e judiciárias.
 
- Conselho dos Quinhentos:
 
. idade acima de 30 anos;
 
. sorteio a partir de candidatura prévia, renovado anualmente;
 
. exame moral prévio: conselheiros antigos;
 
. prestação de contas ao final da atividade.
 
. examina, prepara leis e controla.
 
- Tribunais da Heliaia:
 
. tribunal popular que julgava todas as causas;
 
. membros sorteados anualmente;
 
. não há promotores, juízes ou advogados: há dois litigantes dirigindo-se a centenas de jurados (invenção do júri popular);
 
. retórica da persuasão
 
. apresentação do caso por discurso contínuo pelos litigantes;
 
. surgimento dos logógrafos (primeiros advogados da história);
 
. júri passou a permitir que um parente auxiliasse o litigante;
 
6. Questões:
 
1.  Quais são as espécies de direito ao longo da história? Explique-as.
 
2. Explique o Direito e sociedade no direito antigo.
 
3. Quais são os principais aspectos do direito na Mesopotâmia e Egito?
 
4. Quais são os Estágios de desenvolvimento do direito em uma sociedade?
 
5. Explique o Direito grego antigo.
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 7
Direito Romano
 
Aula 07
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
ALVES, José Carlos Moreira. Direito romano. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, direito romano.
 
1. Introdução:
 
- complexo de normas vigentes em Roma, desde a sua fundação (século VIII a.C.) até a codificação de Justiniano (século VI d.C.) = treze séculos da história romana.
 
2. Períodos:
 
- critério: organização política do Estado Romano:
 
a) época régia (fundação de Roma no século VIII a.C. até a expulsão dos reis em 510 a.C.);
 
b) época republicana (510 a.C até 27 a.C.);
 
c) época do principado até Diocleciano (27 a.C. até 284 d.C.);
 
d) época da monarquia absoluta, por este último iniciada até Justiniano (falecido em 565 d.C.).
 
- critério: evolução interna:
 
a) período arcaico (da fundação de Roma no século VIII a.C. até o século II a.C.);
 
b) período clássico (século II a.C até o século III d.C.);
 
c) período pós-clássico (século III d.C até o século VI d.C.).
 
2.1 período arcaico:
 
- formalismo, rigidez, solenidade e primitividade;
 
- Estado tinha funções limitadas a questões essenciais para sua sobrevivência:
 
. guerra;
 
. punição dos delitos mais graves;
 
. observância das regras religiosas.
- cidadãos romanos considerados mais como membros de uma comunidade familiar do que como indivíduos;
 
- defesa privada tinha larga utilização: a segurança dos cidadãos dependia mais do grupoa que pertenciam do que do Estado.
 
- desenvolvimento do poder central do Estado:
 
. progressiva criação de regras para reforçar a autonomia do cidadão, como indivíduo;
 
. codificação de regras costumeiras do direito vigente nas XII Tábuas (451 e 450 a.C.) fonte de todo o direito (aplicavam-se exclusivamente aos cidadãos romanos).
 
3. Questões:
 
1. De acordo com o critério de organização política do Estado Romano, quais são os principais períodos do Direito Romano? Explique.
 
2. De acordo com o critério de evolução interna, quais são os principais períodos do Direito Romano? Explique.
 
3. Explique o período clássico do Direito Romano.
 
4. Explique o período arcaico do Direito Romano.
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 8
Direito Canônico
 
Aula 08
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, direito canônico.
 
1. Conceito:
 
- conjunto de normas jurídicas;
 
- origem divina e humana (mas sempre de inspiração divina);
 
- reconhecidas ou promulgadas por autoridade da Igreja Católica;
 
- determina a sua organização, atuação e a de seus fiéis;
 
- em relação aos fins que lhe são próprios.
 
2. Fontes: períodos
 
As fontes se desenvolveram pelos 4 períodos:
 
a) formação:
 
- 500 d.C;
 
- sagradas escrituras;
 
- decretais dos papas;
 
- pronunciamentos judiciais dos bispos e tribunais eclesiásticos;
 
- regras monásticas.
 
b) estabilização:
 
- 1140;
 
- reunião de textos;
 
- comentários, agrupamento;
 
- trabalho exaustivo de interpretação;
 
- difundido nas Universidades medievais.
 
c) consolidação:
 
- séculos XIII e XIV;
 
- Igreja com excepcional poder;
 
- ocidente europeu;
 
- feudalismo;
 
- representantes do clero (cultura): austeridade e confiança;
 
- o direito romano vige, desde que não se oponha ao canônico.
 
d) renovação:
 
- normas editadas pelo Concílio de Trento (1547-1563);
 
- influência da Reforma Protestante;
 
- século XIX: Código de Direito Canônico;
 
- Novo Código de Direito Canônico = 1983.
 
3. Características:
 
- dominação através da autoridade;
 
- direito canônico como prática repressiva;
 
- materialização do divino na terra.
 
3. Legado:
 
- auxílio na construção do direito comum;
 
- desenvolvimento da conciliação;
 
- a direção do processo cabe ao juiz;
 
- desenvolvimento da coisa julgada;
 
- advogado para pessoas carentes (assistência judiciária gratuita);
 
4. Questões:
 
1. O que é Direito Canônico?
 
2. Quais são as Fontes do Direito Canônico? Explique.
 
3. Explique o período de estabilização do Direito Canônico.
 
4. Quais são as características do Direito Canônico? Explique.
 
5. Qual o legado do Direito Canônico para o Direito atual? Explique.
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 9
 A Common Law – A História do Direito Inglês (parte 01)
 
Aula 09
Indicação da leitura básica: HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2001.
 
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2002.
 
Indicação de leituras complementares: MARTINS NETO, João dos Passos. Introdução à filosofia política de Thomas Hobbes. 2. ed. Santa Catarina: OABSC, 2006.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, Thomas Hobbes, John Locke.
 
1. Thomas Hobbes:
 
Thomas Hobbes (5 de abril de 1588 – 4 de dezembro de 1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de “Leviatã” (1651) e “Do cidadão” (1651).
 
Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades.
 
No estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal.
 
Por isso, cada um de nós tem direito a tudo e, uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social.
 
Leviatã é um monstro bíblico cruel e invencível que simboliza, para Hobbes, o poder do Estado absoluto. No desenho, seu corpo é constituído de inúmeras cabeças e ele empunha os símbolos dos dois poderes, o civil e o religioso.
 
De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros dela devem conceder umaparcela da sua liberdade natural, de forma que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum.
 
Este soberano benevolente, seja ele um monarca ou um estado administrativo, deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável. A teoria política do Leviatã mantém no essencial as idéias de suas duas obras anteriores: “Os elementos da lei” e “Do cidadão” (que tratou da questão das relações entre Igreja e Estado).
 
Thomas Hobbes defendia a idéia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em se submeter a um poder absoluto e centralizado. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a livre-interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma, enfraquecer o monarca.
Hobbes argumenta, assim como os céticos e como René Descartes, que não podemos conhecer nada sobre o mundo exterior a partir das impressões sensoriais que temos dele.
 
Hobbes ainda escreveu muitos outros livros falando sobre filosofia política e outros assuntos, oferecendo uma descrição da natureza humana como cooperação em interesse próprio.
 
2. John Locke:
 
John Locke (29 de Agosto de 1632 – 28 de Outubro de 1704) foi um filósofo predecessor do Iluminismo que tinha como noção de governo o consentimento dos governados diante da autoridade constituída e o respeito ao direito natural do homem, de vida, liberdade e propriedade.
 
Influencia, portanto, as modernas revoluções liberais: Revolução Inglesa, Revolução Americana e a fase inicial da Revolução Francesa, oferecendo-lhes uma justificação para a revolução e uma forma de um novo governo. Para fins didáticos, Locke costuma ser classificado entre os "Empiristas Britânicos", junto com David Hume e George Berkeley, principalmente por sua obra relativa às questões epistemológicas. Em ciência política, costuma ser enquadrado na escola do direito natural ou jusnaturalismo.
 
John Locke fugiu para Holanda, onde conheceu Fele de Barbosa, um grande capitalista que tinha muita influência sobre as indústrias de tabaco, onde testava todos os cigarros novos. Fele de Barbosa também foi um filósofo muito influente na política.
 
Em política, sua obra mais influente foi o tratado de duas partes, “Sobre o governo civil”. A primeira parte descreve a condição corrente do governo civil, enquanto que a segunda parte descreve sua justificação para o governo e seus ideais para as suas operações. Ele advogava que todos os homens são iguais e que a cada um deverá ser permitido agir livremente, desde que não prejudique nenhum outro. Com este fundamento, ele continuou fazendo a justificação clássica da propriedade privada ao declarar que o mundo natural é a propriedade comum de todos os homens, mas que qualquer indivíduo pode apropriar-se de uma parte dele ao misturar o seu trabalho com os recursos naturais.
 
Este tratado também introduziu o "proviso de Locke", segundo o qual o indivíduo não pode simplesmente tomar aquilo que pretende, também tem de levar em consideração o bem comum.
 
Locke é considerado o protagonista do empirismo, da teoria da "Tabula rasa", de acordo com a qual todas as pessoas começam por não saber absolutamente nada e aprendem pela experiência, pela tentativa e erro.
 
As suas obras filosóficas mais notáveis são: o “Tratado Sobre o Governo Civil” (1689); o “Ensaio sobre o Intelecto Humano” (1690); os “Pensamentos sobre a Educação” (1693).
 
3. Questões:
 
1. Quais são as obras de Thomas Hobbes que contribuíram para a formação do direito inglês? Faça uma breve síntese delas.
2. Qual a influência da obra “Leviatã” para o direito inglês?
 
3. Quais são as obras de John Locke que contribuíram para a formação do direito inglês? Faça uma breve síntese delas.
 
4. Qual a influência da obra “Sobre o Governo Civil” para o direito inglês?
 
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 10
A Common Law – A História do Direito Inglês (parte 02)
 
Aula 10
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito, Common Law.
 
1. A formação da Common Law:
 
A common law (em português lei comum, direito comum) nasceu da conjugação de dois direitos: o Bárbaro e o Romano (com nítida predominância do primeiro), no Reino Unido, entre os séculos X e XII. Caracteriza-se pela inclusão de normas não estatutárias que refletem precedentes derivados de julgamentos de casos reais pelos juízes.
 
A common law provém do direito inglês não escrito que se desenvolveu a partir do século XII.
 
A primeira fonte do direito é a jurisprudência. Portanto, as normas são elaboradas por indução (análise do caso particular para o geral).
 
Os conceitos jurídicos emergem e evoluem ao longo do tempo: são construídos pelo amálgama de inúmeros casos que, juntos, delimitam campos de aplicação.
 
A common law prevalece no Reino Unido, nos Estados Unidos da América e na maioria dos países da Commonwealth. Influencia mais de 30% da população mundial.
 
2. Questões:
 
1. O que é “Common Law”? Explique.
 
2. Em quais Estados prevalesce a “Common Law”?
 
3. Quais são as características da “Common Law”?
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 11
 Novas Tendências: o Direito Internacional
 
Aula 11
Indicação da leitura básica: MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de direito internacional público. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
 
Indicação de leituras complementares: RECHSTEINER, Beat Walter. Direito internacional privado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: direito internacional público, direito internacional privado, princípios sociológicos do direito internacional.
 
1. Espécies de Direito Internacional:
 
a) Direito Internacional Público:
 
- direito das gentes (law of nations, droit des gens);
 
b) Direito Internacional Privado:
 
- conflict of laws;
 
2. Origens e evolução histórica do Direito Internacional Público:
 
a) Idade Média:
 
b) Tratados de Westfália (1648):
 
c) Primeira Guerra Mundial (1914-1918):
 
d) Segunda Guerra Mundial (1939-1945):
 
3. Princípios sociológicos do Direito Internacional:
 
a) ausência de autoridade superior;
 
b) ausência de hierarquia entre as normas;
 
c) consentimento;
 
d) descentralização;
 
e) organização horizontal;
 
f) sistema de sanções precário.
 
4. Fundamentos do Direito Internacional Público:
 
O que significa saber os fundamentos?
 
Desvendar de onde vem a sua legitimidade e obrigatoriedade.
a) soberania:
 
- o que é?
 
- a soberania é ilimitada?
 
b) consentimento;
 
c) pacta sunt servanda:
 
5. Questões:
 
1. Quais são as principais diferenças entre o Direito Internacional Público e o Direito Internacional Privado? Explique cada uma delas.
 
2. Quais são os princípios sociológicos de Direito Internacional? Explique cada um deles.
 
3. Quais são os fundamentos do Direito Internacional Público? Explique.
 
4. Explique as origens e a evolução histórica do Direito Interancional.
 
	DISCIPLINA: História do Direito
	
 
Semana 12
O Direito na Época do Brasil Colonial
 
Aula 12
Indicação da leitura básica: WOLKMER. Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 3. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
 
Indicação de leituras complementares: AZEVEDO, Luiz Carlos. Introdução à história do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
 
WOLKMER, Antonio Carlos. História do direito no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: história do direito,Brasil colonial, ordenações no Brasil.
 
1. Características da Época do Brasil Colonial:
 
- descoberta e exploração portuguesa;
 
- novo mundo: rumo;
 
- não é nação, é empresa temporária;
 
- prática extrativista;
 
- detenção dos meios de produção: colonizadores;
 
- conseqüência: direito imposto dos padrões portugueses;
 
- desrespeito do índio e negro como sujeitos de direito;
 
- corpo burocratizado de agentes públicos.
 
2. Ordenações aplicadas no Brasil-Colônia:
 
a) Afonsinas (1466):
 
- pouco espaço de tempo quanto à sua aplicação no Brasil- Colônia;
 
- consolidação de leis promulgadas desde Afonso II, resoluções de Afonso IV e influência do direito canônico;
 
b) Manuelinas (1521):
 
- leis extravagantes;
 
c) Filipinas:
 
- as normas relativas ao Direito Civil vigoraram até 1916;
 
 
3. Orientação técnica das Ordenações:
 
- Livro I – Direito Administrativo e Organização Judiciária;
 
- Livro II – Direito dos Eclesiásticos, do Rei, dos Fidalgos e dos Estrangeiros;
 
- Livro III – Processo Civil;
 
- Livro IV – Direito Civil e Direito Comercial;
 
- Livro V – Direito Penal e Processo Penal.
 
4. Surgimento da segunda instância:
 
- 1609, na Bahia (Tribunal de Relação): dez desembargadores;
 
- 1751, no Rio de Janeiro;
 
- acima dos tribunais, apenas recurso extremo à Casa de Suplicação, em Lisboa;
 
- direito alienígena segregador e discricionário com relação à população nativa;
 
- estrutura elitista de poder;
 
- magistrados vinham de Portugal: não eram pessoas afastadas dos interesses da elite.
 
5. Questões:
 
1. Quais são as características da Época do Brasil Colonial? Explique.
 
2. Explique as Ordenações aplicadas no Brasil-Colônia.
 
3. Explique a Orientação técnica das Ordenações.
 
4. Quando e porque ocorreu o surgimento da segunda instância no Brasil? Explique.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes