A AUDITORIA COMO FERRAMENTA DE ANÁ LISE PARA A MELHORIA DA QUALIDADE NO SERVIÇO PRESTADO

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A AUDITORIA COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE PARA A 
MELHORIA DA QUALIDADE NO SERVIÇO PRESTADO 
 
AUDIT AS AN ANALYSIS TOOL TO IMPROVE THE QUALITY OF SERVICE PROVIDED 
 
LA AUDITORÍA COMO HERRAMIENTA DE ANÁLISIS PARA MEJORAR LA CALIDAD 
DEL SERVICIO PRESTADO 
 
Neivo Andre Lima Bazzanella 
Enfermeiro Auditor Interno – Unimed (Caxias do Sul – RS), Especialista em: Gestão Hospitalar e Saúde 
Pública com Ênfase em Saúde da Família UNINTER, Acreditação: Qualidade no Serviço de Saúde 
(Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG) e Mestrando em Diversidade e Inclusão 
(Universidade FEEVALE). neco.cxs@ibest.com.br 
 
Edna Slob 
Enfermagem e Obstetrícia UFPR, Especialista em Metodologia da Ciência e Magistério Superior, 
Auditora de qualidade e Orientadora de TCC da Centro Universitário Uninter 
 
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QUALIDADE NO SERVIÇO PRESTADO 
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RESUMO 
A assistência à saúde melhorou consideravelmente nas últimas décadas com a implementação de novos 
processos, ferramentas, pesquisas cientificas e novas tecnologias. O presente trabalho tem como objetivo 
identificar a relação da auditoria com a gestão de qualidade. Considerando a complexidade do setor saúde, 
é apresentado o cenário atual das instituições, conceitos do segmento e análise e relevância da 
aplicabilidade da auditoria como ferramenta de gestão. É necessário avaliar todos os processos envolvidos 
no sistema de saúde por meio das ações propostas pela auditoria. Diante do exposto, o propósito desse 
artigo é o de apontar a relevância da auditoria no atual cenário das instituições de saúde, auxiliando na 
redução de custos e melhorando a qualidade dos serviços prestados. A metodologia utilizada neste 
trabalho de pesquisa foi a revisão bibliográfica. As conclusões sugerem que a utilização da auditoria como 
uma ferramenta de gestão deve contemplar as exigências pertinentes ao processo tais como planejar, 
monitorar, avaliar as ações e serviços de saúde, intensificar a capacitação e treinamento permanente de 
todos os envolvidos. Deve-se enfatizar a sua principal função educadora e não apenas a fiscalizadora e a 
punitiva. A implantação de uma gestão da qualidade deve contribuir para a melhoria continua dos serviços 
prestados. 
Palavras-chave: Auditoria de Enfermagem. Gestão de Qualidade. Qualidade da Assistência à Saúde. 
Cuidados de Enfermagem. 
 
ABSTRACT 
 
Health care has improved considerably in recent decades with the implementation of new processes, tools, 
scientific research and new technologies. This study aims to identify the relation between the audit and the 
quality management. Considering the complexity of the health sector, it is presented the current scenario 
of the institutions, concepts of the segment and their analysis and the relevance of the audit as a 
management tool. It is necessary to evaluate all the processes involved in the health system by means of 
actions proposed by the audit. Considering the above, the purpose of this paper is to point out the 
importance of audit in the current scenario of health institutions, by helping in cost reduction and in 
improving the quality of the provided services. The methodology used in this work research was the 
bibliographic review. The findings suggest that the use of audit as a management tool should address the 
relevant requirements to the process such as planning, monitoring, evaluating actions and health services, 
increasing training and ongoing training of all involved. It should be emphasized its main educational 
function, not only its inspecting and punitive roles. The implementation of a quality management should 
contribute to the continuous improvement of services. 
Key words: Nursing audit. Quality management. Quality of health care. Nursing care. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neivo Andre Lima Bazzanella e Edna Slob 
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RESUMEN 
 
La atención a la salud mejoró considerablemente en los últimos decenios con la implementación de nuevos 
procesos, herramientas, las investigaciones científicas y las nuevas tecnologías. Este trabajo se propuso a 
identificar la relación de la auditoría de la gestión de calidad. Teniendo en cuenta la complejidad del sector 
de la salud se presenta la situación actual de las instituciones, conceptos del segmento y análisis y 
pertinencia de la aplicabilidad de la auditoría como herramienta de gestión. Porque existe la necesidad de 
evaluar todos los procesos implicados en el sistema de salud a través de las acciones propuestas por la 
auditoría. Considerando lo anterior, el objetivo de este artículo es señalar la importancia de la auditoría en 
el escenario de las instituciones de salud, ayudando en la reducción de costes y en la mejora de la calidad de 
los servicios prestados La metodología se basa en una encuesta realizada por medio de una revisión 
bibliográfica. Los resultados sugieren que el uso de la auditoría como herramienta de gestión debe 
contemplar los requisitos pertinentes para el proceso, planificar, supervisar y evaluar las acciones y los 
servicios de salud, para intensificar la formación permanente de todos los involucrados. Debe hacerse 
hincapié en su función principal de educadora y no sólo de supervisora y punitiva, sino implementar la 
gestión de calidad destinada a contribuir a la mejora continua de los servicios prestados. 
 
Descriptores: Auditoria de Enfermería; Gestión de Calidad; Calidad de la Asistencia a la Salud; Cuidados de 
Enfermería. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A transformação da economia e do comportamento da população, em virtude da 
globalização, intensificou a necessidade de fornecer produtos e serviços com qualidade. 
Isso favoreceu uma modificação no conceito de qualidade que passou a ser entendido 
não somente como um atributo aos objetos ou produtos, mas como um termo que se 
relaciona aos serviços ou atividades, agregando padrões previamente estabelecidos. 
O tema abordado nesse artigo é a Auditoria como método de avaliação do 
cuidado de enfermagem. Metodologicamente se caracteriza por ser uma revisão 
bibliográfica e tem como objetivo geral evidenciar que a Auditoria é uma ferramenta 
eficaz com subsídios para avaliar a qualidade do cuidado e dos registros de enfermagem 
realizados durante o período de permanência do cliente na instituição. 
Diante do exposto, o interesse por desenvolver este estudo partiu da 
necessidade em conhecer a realidade sobre a qualidade do cuidado de enfermagem. O 
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que motivou essa proposta foi a observação do autor durante sua prática como 
enfermeiro auditor interno. Identificou-se que muitos cuidados não estavam sendo 
executados de maneira satisfatória, tanto no aspecto técnico quanto ético e humano. 
Acredita-se que isso aconteça porque ainda não foi implantado um processo de avaliação 
da qualidade do cuidado prestado. Portanto mínimas são as ações tomadas no sentido de 
se fazer correções e melhorias. 
Padilha (2010), afirma que todas as ações propostas que visam melhorias do 
cuidado necessitam de avaliação sobre os aspectos positivos e negativos, tanto no que se 
refere à sua aplicabilidade quanto aos profissionais que estarão envolvidos. Caso 
contrário, as necessidades identificadas não serão supridas de forma eficaz. 
É importante que todos os profissionais compreendam a importância dessa 
atividade para ações específicas em prol da melhoria da qualidade no serviço. Cuidados 
em desacordo com os padrões aceitáveis podem gerar graves consequências.A implantação de um processo de avaliação dos cuidados prestados se justifica 
pela relevância em prevenir possíveis riscos ou prejuízos consequentes dessa atividade 
realizada de forma não adequada. Diante disso, torna-se fundamental a aplicação da 
Auditoria e uma Gestão de Qualidade. (PADILHA, 2010). 
 Conforme Mezomo (2001), alguns autores definem que a qualidade consiste em 
atender as necessidades do consumidor e satisfazer as suas expectativas. Também 
considera que a qualidade é uma consequência de processos com padrões estabelecidos. 
O mesmo autor afirma que qualidade é um conceito complexo e subjetivo, pois há a 
percepção individual de cada envolvido, a cultura institucional e as expectativas 
estabelecidas para o processo, ou seja, a qualidade deve atender as necessidades dos 
usuários nas instituições de saúde, oferecendo o máximo de benefícios possíveis por 
meio dos processos estabelecidos com o mínimo de riscos. 
Entende-se, ainda, que qualidade tem uma meta que é a busca pela melhoria 
continua, seja de produto ou serviço com o objetivo de atender as necessidades do 
cliente através da melhoria do atendimento prestado. 
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A busca das instituições de saúde por melhorias favoreceu uma adequação do 
seu sistema de gestão e uma nova concepção dos profissionais sobre seus processos de 
trabalho (ANTUNES; TREVISAN, 2000). 
Essa postura em valorizar a qualidade já é uma realidade entre alguns 
profissionais e em algumas instituições de saúde. No entanto, é preciso uma maior 
adesão e envolvimento para ocorrer uma efetiva qualidade nos serviços de saúde. 
(MATSUDA; ÉVORA; BOAN, 2000). 
Para o êxito da qualidade, além desse comprometimento, os profissionais devem 
conhecer a realidade dos serviços oferecidos para propor melhorias após a identificação 
dos pontos positivos e negativos. 
A Auditoria é um método que consiste na aferição da maneira pela qual os 
cuidados são prestados pela equipe de enfermagem, com base em padrões determinados 
e estipulados e de acordo com a realidade que se quer avaliar (D.INNOCENZO, 2006). 
De que forma os cuidados de enfermagem prestados nas Unidades de Internação 
podem ser avaliados? A resposta pode ser concebida pela utilização de uma ferramenta 
da GQ, a Auditoria, que está sendo muito utilizada nos processos de avaliação dos 
cuidados, pois possibilita: o conhecimento da realidade sobre o processo de trabalho 
executado; as intervenções baseadas nos cuidados em desacordo com os padrões de 
qualidade e também subsidiar ações de educação permanente. (SCARPARO; FERRAZ, 
2008). 
Esse conhecimento será concebido por meio de processos de avaliação da 
qualidade que consiste em uma ferramenta proposta pelo sistema da Gestão da 
Qualidade. Esta ferramenta foi introduzida primeiramente na indústria e posteriormente 
nas instituições de saúde. (ANTUNES; TREVISAN, 2000). 
A auditoria é uma ferramenta eficaz utilizada para examinar registros e impressos 
contábeis em uma instituição. Tem como finalidade confirmar ou não as informações 
através de levantamentos, estudo e análise sistemática de procedimentos, operações e 
rotinas para auxiliar os gestores na tomada de decisão (BRANDI; SIMÕES, 2007). 
 A eficiência do controle financeiro das organizações se dá, atualmente, por meio 
da auditoria, apesar da 
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 utilização desta ferramenta não ser uma prática recente. Alguns historiadores 
relatam que os primeiros registros dessa atividade foram evidenciados no período de 
4500 a.C. (BRANDI; SIMÕES, 2007; SOUZA; FONSECA, 2005). 
A atividade de inspecionar, que caracteriza de alguma forma a auditoria, esteve 
presente em vários momentos históricos da humanidade. No entanto, somente no final 
do século XVII, com a Revolução Industrial, passou a ter conotação de profissão. Diante 
desse contexto, a auditoria como profissão tem como objetivo, entre outros, ser uma 
ferramenta de análise e avaliação para atender às grandes empresas que surgiram 
(SOUZA; FONSECA, 2005). 
Vários setores da economia passaram a utilizar a atividade da auditoria e entre eles 
está o setor de saúde que também se caracteriza por um modelo econômico e capitalista 
de otimização dos lucros. Por isso requer melhor desempenho dos profissionais e das 
instituições, incorporando a operacionalização dos processos de auditoria (SCARPARO; 
FERRAZ, 2008). 
O primeiro relato de auditoria na área da saúde ocorreu em 1918 nos EUA, através 
da revisão nos prontuários de pacientes com o objetivo de identificar a qualidade da 
assistência prestada. Porém, essa atividade assumiu definitivamente seu papel nas 
instituições de saúde a partir da década de 1980, associada aos avanços tecnológicos, à 
expansão da globalização de mercados, à informatização, à concorrência entre os 
prestadores de serviços e ao aumento das exigências dos clientes (KURCGANT, 2006). 
Somente a partir de 1990, no Brasil, o exercício da auditoria em saúde assume seu 
importante papel através da Lei Orgânica da Saúde, nº 8.080, que estabeleceu a 
necessidade de criação do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), em 1993. O SNA teve 
como objetivo a fiscalização geral dos serviços de saúde do país, em virtude da 
necessidade de descentralização da gestão instituída pelo SUS - Sistema Único de Saúde 
(FONSECA et al., 2005). 
Para avaliar a qualidade da assistência prestada, a auditoria aplica alguns métodos 
que se diferenciam em tipos de auditoria, apresentados a seguir. 
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A Auditoria Retrospectiva comporta a análise de critérios estabelecidos com base 
em dados provindos do prontuário do paciente. É realizada por meio de revisão 
sistemática após a alta do cliente da instituição e/ou unidade de internação. 
Já a Auditoria Operacional ou Recorrente caracteriza-se pela verificação de 
critérios e como se processa a assistência in loco, com base na observação direta, na 
entrevista informal/formal e na análise de documentos (FELDMAN, 2006). 
Com relação ao tempo de realização a auditoria pode ser Periódica - quando se 
estabelece um período de tempo para a sua realização; ou Contínua - quando é feita 
permanentemente (KURCGANT, 2006; HADDAD, 2004). 
Segundo D.Innocenzo et al. (2006), a auditoria pode ser Normal ou Específica em 
relação à natureza de sua realização, e Total ou Parcial em relação à limitação. 
No que se refere à intervenção, a auditoria pode ser de duas formas. A Interna 
possibilita uma avaliação mais especifica favorecida pelo fato de o auditor conhecer a 
estrutura administrativa, a cultura organizacional, as tecnologias e metas do serviço 
avaliado, pois o processo é feito por uma pessoa da própria instituição. Já na forma 
externa, o auditor não tem vinculo com a instituição, não possui nenhuma dependência 
administrativa e nenhum envolvimento com os colaboradores internos, o que permite 
considerações finais mais críticas e criteriosas sobre os resultados observados 
(D.INNOCENZO et al., 2006; HADDAD, 2004). 
Quanto à finalidade, a auditoria pode ser utilizada nos cuidados/qualidade, ou no 
controle de custos. Quando aplicada aos cuidados/qualidade, fundamenta-se nos 
registros realizados sobre o paciente no prontuário e/ou nas condições do paciente 
verificadas in loco, para avaliar os aspectos positivos e negativos da assistência prestada. 
Quando utilizada para a verificação dos custos, a auditoria se direciona a conferência dascontas médicas, glosas contratuais e administrativas a fim de controlar o faturamento das 
instituições de saúde. (RODRIGUES; PERROCA; JERICÓ, 2004). 
Percebe-se que a qualidade em saúde esta relacionada com a auditoria como meio 
de adequar, controlar, registrar e analisar para atender as exigências dos clientes. 
Um fato importante frequentemente detectado durante as auditorias é a ausência 
de dados fundamentais que certamente auxiliam no esclarecimento das ações realizadas. 
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Conforme relatos, vários pagamentos de materiais, medicamentos, 
procedimentos e outros serviços estão vinculados aos registros multiprofissionais. Como 
essas anotações são, muitas vezes, inconsistentes, ilegíveis e subjetivas, estão sujeitas a 
glosas. Essa prática de glosas de itens das contas hospitalares tem sido significativa para 
redução no faturamento das instituições. (RODRIGUES; PERROCA; JERICÓ, 2004). 
Segundo os mesmos autores a glosa significa cancelamento ou recusa, parcial ou 
total, de orçamento ou conta por serem considerados ilegais e/ou indevidos para 
pagamento. 
As glosas podem ser classificadas em administrativas e técnicas. As glosas 
administrativas são decorrentes de falhas operacionais no momento da cobrança, falta de 
interação entre o plano de saúde e o prestador de serviço (instituição hospitalar), ou 
ainda, falha no momento da análise da conta do prestador. (RODRIGUES; PERROCA; 
JERICÓ, 2004). 
As glosas técnicas estão vinculadas à apresentação dos valores de serviços e 
medicamentos utilizados e não aos procedimentos médicos adotados. Essas glosas ou 
correções são geradas quando qualquer situação gerar dúvidas em relação às regras e 
práticas adotadas pela instituição de saúde. (RODRIGUES; PERROCA; JERICÓ, 2004). 
A auditoria na enfermagem é uma avaliação sistemática da qualidade da 
assistência prestada ao cliente pela análise dos registros nos prontuários e 
acompanhamento do paciente. Consiste em confrontar os procedimentos realizados com 
conta hospitalar visando alcançar objetivos e resultados. (KURCGANT, 2006; SCARPARO; 
FERRAZ, 2008). 
Os primeiros registros de auditoria na enfermagem foram na década de 50 nos 
EUA e no Brasil nos anos 80. (KURCGANT, 2006). 
Apesar da importância da atividade de auditoria em enfermagem observa-se 
pouca aplicabilidade dessa prática e escassos registros. A Lei 7498/86 estabeleceu como 
responsabilidade privativa do profissional enfermeiro a prática da realização de 
auditorias, consultorias, ou emissão de opinião sobre matérias no campo da enfermagem. 
(CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 1986). 
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Scarparo e Ferraz (2008) identificaram em pesquisa realizada que, dentre as 
finalidades dos processos de auditoria compreendendo a verificação de contas, existe 
uma forte tendência de aplicação da auditoria também para a verificação das não 
conformidades do cuidado de enfermagem prestado, objetivando a melhoria contínua. 
Os resultados dos processos, como a obtenção da melhoria das inconformidades 
possibilitam, conforme Setz e D.Innocenzo (2009), respaldo ético e legal aos profissionais 
de enfermagem frente às associações de classe e a justiça pelo fato de que apontam as 
inconformidades presentes no cuidado prestado, permitindo ajustes e correções para 
evitar possíveis danos aos pacientes. 
Diante dos fatos, observa-se que a participação do enfermeiro no processo de 
auditoria contribui de maneira eficaz para a melhora do cuidado prestado aos pacientes. 
A implantação de instrumentos de avaliação do cuidado de enfermagem, como a 
auditoria, é importante para que a excelência dos cuidados possa ser obtida. Segundo 
Adami (2000) esse instrumento de controle da qualidade do trabalho da equipe de 
enfermagem permite a reflexão coletiva e individual sobre o exercício profissional como 
um todo. 
 O trabalho de enfermagem requer avaliação e atualização constantes com o 
objetivo de manter um excelente nível de qualidade e garantir a segurança do paciente 
durante toda assistência prestada em saúde 
Conforme Bohomol (2006) as falhas mais identificadas nos registros dos 
profissionais estão ligadas principalmente aos aspectos legais, de checagem e 
características técnicas, consequentemente ocorrendo a glosa. 
A auditoria pode influenciar diretamente no serviço oferecido, pois ao priorizar o 
controle de gastos exige-se do profissional maior dedicação. Tal fato valoriza a qualidade 
do cuidar exigindo seguir todas as fases do processo, conforme normas estabelecidas, 
portanto reduzindo as glosas e os custos (BOHOMOL, 2006). 
O prontuário do cliente esta cada vez mais se firmando como um documento legal 
e, portanto, utilizado como ferramenta importante na avaliação da qualidade da 
assistência prestada durante o período de internação. Fornece informações importantes 
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aos processos judiciais, operadoras dos sistemas de saúde, pesquisas científicas, entre 
outros. (RODRIGUES; PERROCA; JERICÓ, 2004). 
Os mesmos autores ressaltam a importância dos registros nos prontuários para 
fins de faturamento e cobrança das contas hospitalares, tanto para as auditorias internas 
quanto externas, com o objetivo de obter e analisar dados estatísticos referentes a todos 
os processos utilizados e para a análise institucional. 
Nos serviços multiprofissionais o controle da qualidade vem se tornando condição 
indispensável à eficácia assistencial por meio de implantação de processos avaliativos 
permanentes da assistência. Uma das formas de mensurar é o uso de indicadores com o 
objetivo de verificar a qualidade da assistência através da análise da forma como ela é 
prestada levando em consideração a qualificação do profissional que executa, a forma de 
como ela é registrada e a segurança e efetividade da ação prestada. (ADAMI, 2000). 
Em alguns momentos os registros dos profissionais têm sido criticados por 
estarem avaliando somente a sua constância e não os cuidados prestados. Porém, os 
cuidados também são avaliados uma vez que os registros refletem a qualidade do 
cuidado prestado. (ANTUNES; TREVISAN, 2000). 
 A Gestão da Qualidade (GQ) consiste em uma ferramenta gerencial fundamentada 
por diversos princípios de diferentes teorias administrativas. Nesse modelo de gestão 
alguns princípios se destacam como, por exemplo, a participação do cliente e a melhoria 
contínua dos processos que irão contribuir para a motivação dos colaboradores e a 
satisfação das pessoas e da sociedade. (MATSUDA, 2002). 
 A GQ proporciona reorientação para os gestores pois seu foco esta no cliente, no 
trabalho em equipe por toda a organização, em decisões baseadas em fatos e dados, na 
busca de melhoria continua dos produtos e serviços, no aprimoramento do trabalho em 
todas as áreas da instituição e na diminuição das não conformidades (ROSCANI; LAMAS, 
2008). 
 É reconhecida a importância da GQ no âmbito da prestação de serviços e produtos 
no cenário mundial. A base que fundamenta essa gestão foi desenvolvida nos EUA na 
década de 30 e no decorrer do tempo passou a ser amplamente conhecida (FREITAS, 
2003). 
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 A introdução de uma importante ferramenta para a administração da qualidade foi 
o ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action).O Ciclo compreende as seguintes etapas: P- 
planejamento de objetivos e metas a serem alcançadas, D- execução/realização das 
atividades propostas, C- checagem das atividades realizadas com relação ao planejado e 
A- ação, representada pela consolidação dos resultados e correção dos erros/desvios que 
possam ocorrer. (BOHOMOL, 2006). 
A utilização dos princípios da GQ nas instituições hospitalares não é recente. O 
primeiro modelo de melhoria contínua da qualidade em saúde ocorreu em 1855, durante a 
Guerra da Criméia. Na ocasião, Florence Nightingale, enfermeira inglesa, implantou 
rígidos padrões sanitários e diminuiu a mortalidade entre os feridos da guerra (ADAMI, 
2000). 
 A comparação entre a qualidade da enfermagem do século XIX com a atual mostra 
o progresso ocorrido que está ligado a fatos marcantes para a profissão como: 
normatizações de técnicas e rotinas, o processo de enfermagem, a determinação de 
diagnósticos e intervenções de enfermagem. Todas essas ações de alguma forma 
contribuem para a qualidade e melhoria da prática profissional (LIMA; ERDMAN, 2006). 
De acordo com a literatura, identifica-se que os processos de avaliação da 
qualidade em saúde são diversificados e com forte influencia pelo estado de 
desenvolvimento econômico, social, político e cultural. Esses fatos são evidenciados 
principalmente em países considerados desenvolvidos, como os EUA, o Canadá e a 
Europa. Nesses locais, as organizações de avaliação de qualidade são bem estruturadas e 
fornecem seus modelos para países em desenvolvimento, que ainda não possuem 
serviços bem consolidados. (ADAMI, 2000; D.INNOCENZO, 2006). 
 A GQ caracteriza-se pela busca continua da qualidade, envolvendo todos os 
colaboradores e gestores a trabalhar em equipe para prevenir as não conformidades e 
obter a satisfação dos mesmos. (MATSUDA, 2002; LONGO, 1996). 
 A busca pela qualidade deve ser uma preocupação constante, pois dentre as 
recomendações legais para o exercício da enfermagem, a qualidade está diretamente 
relacionada ao ato de cuidar que envolve valores, compromisso, ações, conhecimentos e 
intenção. (WALDOW, 1998). 
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 A forma de exercer a enfermagem já esta atrelada à qualidade, evidenciada pelo 
ato de cuidar, pelo compromisso, pelo conhecimento e pelas ações prestadas ao cliente. 
Assim, a busca constante da qualidade no cuidado da enfermagem está inerente à ética 
profissional da classe e é indispensável, evidenciado pelo rigor na realização técnica dos 
procedimentos para obter melhores resultados. (ADAMI, 2000). 
 Destaca-se nesse contexto a Resolução n.º 311/07 que dispõe sobre o Código de 
Ética dos Profissionais de Enfermagem pois assegura, a todos os sujeitos da sociedade, o 
direito a um cuidado livre de danos decorrentes de atos de imperícia, imprudência ou 
negligência. (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2007). 
Considerando que a qualidade implica na ausência de erros e falhas que ocasionam 
danos, o referido Código determina que os cuidados prestados pela enfermagem sejam 
de qualidade. Essas ações da qualidade na enfermagem estão centralizadas no 
enfermeiro, o responsável pela supervisão do restante da equipe de trabalho. Essa 
atribuição lhe foi determinada mediante a Lei do Exercício Profissional n.º 7498/86 (Art.11. 
- I – privativamente: - c) que determina ao enfermeiro a responsabilidade pelas atividades 
de planejamento, organização, consultoria e avaliação dos cuidados. (CONSELHO 
FEDERAL DE ENFERMAGEM, 1986). 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 A Auditoria é um processo de avaliação sistemática da qualidade dos cuidados da 
assistência prestada, verificada por meio dos registros em prontuário dos profissionais 
e/ou das próprias condições observadas do cliente. 
 Os clientes serão beneficiados com a probabilidade de receber uma assistência de 
melhor qualidade a partir de um serviço oferecido de maneira mais segura e eficaz. Os 
colaboradores envolvidos no processo, a partir das orientações fornecidas pela Auditoria, 
obterão condições para avaliar aspectos positivos ou negativos da assistência oferecida 
aos clientes. 
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 Portanto, o serviço da auditoria pode ser visto como um processo educativo no 
qual não se busca responsáveis pela falha, mas questiona o porquê da não conformidade. 
Essa mudança de percepção estimula a participação da equipe na identificação e na 
resolução dos eventos adversos. 
 
 
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