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Resumo Populações Indígenas do Litoral Brasileiro

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Considerações sobre o texto POPULAÇÕES INDÍGENAS DO LITORAL BRASILEIRO NO Séc. XVI (John Manoel monteiro)
- A primeira impressão que os portugueses tiveram ao chegarem aqui era de que a língua usada pelos nativos era a mesma que se denominava TUPI. Os índios do litoral brasileiro também se denominavam TUPI.
- Havia um constante estado de guerra entre os diversos grupos nativos;
- Ainda durante o século XVI, os portugueses constataram que no interior havia uma série de outros povos nativos de um outro bloco genético os quais denominaram de TAPUIAS que segundo eles eram “uma casta de gentios muito antigos”;
- No litoral Baiano o domínio era dos TUPINAMBÁS e dos TUPINARÉS segundo Marques de Souza;
- Adotando o critério lingüístico acreditasse que no séc. XVI ao menos 40 tribos distintas estavam presentes no Brasil. A maioria fazia parte de três troncos lingüísticos distintos; TUPI, MACROJÊ E ARUAK. Porém havia outras variantes lingüísticas como o KARIB, GUAIKERÚ E MURA;
- Existiam ainda línguas consideradas isoladas encontradas em tribos mais ao norte como é o caso dos KARIRI do nordeste, os GOITACÁ do leste e os PURÍ do sudeste. Essas tribos somente mantiveram relações com os portugueses a partir do séc. XVII.
- Foram os TUPI/GUARANI os primeiros a manter contato com os portugueses;
- Havia um grande grupo que demonstrava notável organização social e habitava uma imensa área que se estendia por mais de 400km indo da Amazônia até a bacia do prata. Mais ao norte eram os TUPINANBÁS e mais ao sul e no interior os GUARANIS.
- Ao longo do litoral havia um constante estado de guerra entre as tribos GUARANÍS, TUPINAMBÁS, TAMOIOS, TEMEMINÓS, TUPÚIAS, CAETÊS, TABAJARAS, POTIGUARES, CAETÊS, GUAIANÁS (ancestrais dos Kaigangs), e ainda os AIMORÉS;
O escritor JOHN HEMIMINING calculou (apesar de algumas contestações) algo em torno de 2.431.000 índios no Brasil do séc. XVI sendo desses pelo menos 625 TUPÍS;
- Entre os TUPiS do litoral a aldeia constituía a principal organização social. Cada uma funcionava de maneira independente das demais no entanto, em situações de guerra, havia uma identidade comum entre eles.
- As aldeias não eram povoados fixos, podendo mudar de local, devido por exemplo o desgaste do solo, diminuição da caça, morte de um chefe ou mesmo a atração por um outro chefe carismático;
- O líder de uma comunidade indígena exercia papel importante na área política ou mesmo quanto à historicidade desse grupo. Sua principal fonte de autoridade vinha de sua capaciade de liderança em situações bélicas mas também tinha grande importância na organização social e material. Escolhia o local da aldeia, selecionava as terras para o plantio, supervisionava a construção. O líder dava o exemplo trabalhando e por vezes era o primeiro a praticar os trabalhos permanecendo dessa forma igual aos seus comandados. Suas ordens eram obedecidas com boa vontade.
- Segundo os europeus havia no séc. XVI três tipos de liderança entre os índios. Seriam os chefes das malocas, das aldeias e em menor escala (geralmente em tempos de guerra) liderança á nível de supra aldeia;
- Os chefes possuíam além da habilidade em mobilizar guerreiros, habilidade oratória. O líder tinha o papel de transmitir os conhecimentos da tradição da tribo com o intuito de preservá-los como identidade coletiva. Este mesmo papel era compartilhado com os PAJÉS ou XAMÂS. Estes ocupavam a posição de mediadores entre os espíritos e o povo indígena. Eram curandeiros interpretadores de sonhos e protetores da sociedade indígena dos espíritos malévolos. Sua autoridade derivava-se de anos de aprendizado de conhecimento exotérico passados por XAMÃS experientes;
Havia ainda profetas ambulantes chamados CARAÍBAS. Estes proferiam limpeza dos caminhos e andavam de aldeia em aldeia. Eram respeitados a ponto de suas profecias fazerem aldeias inteiras mudarem de local em busca de abundancia. Nos tempos de guerra os XAMÃS determinavam o momento do ataque. O principal motivo da guerra era a vingança. A guerra indígena fornecia um laço essencial entre passado e futuro dos grupos locais. A vingança se dava com a morte do inimigo em batalha ou sua captura para posterior execução em terreiro. Os cativos eram mortos e comidos em eventos que por vezes aglutinavam aliados e parentes de diversas unidades locais. A guerra, o cativeiro, o sacrifício dos prisioneiros constituíam a base de relação entre as aldeias TUPI no Brasil pré colonial.
Os primeiros colonizadores europeus foram recebidos com perplexidade e de forma amigável, contudo, com a construção de vilas pelos europeus começou a haver uma profunda mudança na comunidade indígena. Havia contestação com relação a propriedade das terras até mesmo pelos europeus que entendiam ser de propriedade dos índios.
 Os portugueses viram contudo nos índios uma vasta e barata mão de obra mas a tarefa de convencer os nativos não foi nada fácil pois esses mostravam enorme resistência gerando atritos entre eles, os jesuítas, colonos e portugueses. As primeiras ações portuguesas foram de agradar os índios com presentes como espelhos, bugigangas...mas funcionou apenas para a fase de derrubada de mata nativa preparando para o plantio. Essa forma de recrutamento era chamada de ESCAMBO.
Em um segundo momento os portugueses passaram a fomentar a guerra entre as tribos para que havendo capturados esses cativos fossem entregues como escravos aos portugueses ai invés de serem sacrificados em ritual, mas os índios também não estavam muito dispostos a colaborar com essa intenção européia e o sistema de escambo foi o primeiro a sofrer. Os índios forneciam aos colonos apenas os excedentes de suas produções (milho, farinha de mandioca) mas o faziam apenas em pequena escala, deixando os portugueses com poucos mantimentos para o seu sustento.
As intenções dessa troca entre índios e portugueses eram completamente diferentes. Enquanto os europeus era um mero comércio com os índios (escambo), para os nativos a expectativa era de que os jesuítas lhes garantissem uma contrapartida espiritual. Como resultado os portugueses acabaram por incentivar a guerra entre tribos para a obtenção de escravos e posterior mão de obra. Contudo alguns grupos Tupis sob influência dos jesuítas passou a mudar o ritual e a enterrar os seus mortos de guerra mas de todo recusando-se a abandonar seus rituais de sacrifício de prisioneiros frustrando dessa forma a expectativa dos colonizadores portugueses.
Até 1550 eram inúmeros os conflitos entre as tribos e também entre os portugueses e franceses no litoral do Brasil. Neste contexto a política encontrada por Portugal foi a da repressão em relação aos índios chamada “guerra justa”. Consistia em destruir a aldeia, capturar e escravizar os nativos. O que os portugueses não contavam era a disseminação de doenças entre os nativos capturados que acabavam morrendo de febre e epidemias diversas.
Neste contexto os jesuítas propuseram o aldeamento dos índios. Em 1550 nas áreas próximas aos assentamentos portugueses os aldeamentos começaram a substituir as aldeias transferindo para os portugueses o controle sobre o trabalho e a terra indígena. Esses assentamentos tornaram-se locais instáveis e improvisados de índios de tribos distintas. Os primeiros resultados foram empolgantes para os europeus mas a incidência de doenças distintas, surtos de contágios provocaram grande mortandade entre os índios. Mas se a aldeia européia e jesuíta parecia ao menos estar em um caminho exitoso para os europeus por outro lado, acabou por desarticular a estrutura indígena. OS jesuítas montaram suas estratégias em três bases:
- Conversão dos principais líderes;
- Doutrinação dos índios jovens;
- Eliminação dos pajés.
Os pajés e caraíbas foram a mais poderosa linha de defesa das tradições indígenas.
Nas aldeias por fim, nem os padres estavam fazendo questão de batizar os índios por entenderem que a conversão de fato, não se dava. A partir dessa premissa batizavam os índios apenas quando esse estava á beira da morte o que acabava por aumentara desconfiança indígena de que a água do batismo era sim a “água da morte”.

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