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Medicina Legal
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Medicina Legal / Obra organizada pelo Instituto IOB - 
São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-035-1
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Introdução à Medicina Legal, 5
1. Medicina Legal: Introdução, 5
2. Investigação de Paternidade, 7
Capítulo 2 – Psicopatologia Forense, 9
1. Psicopatologia Forense: Conceito. Desenvolvimento. Psicossexual. 
Oligofrenia, 9
2. Psicopatologia: Oligofrenia e Esquizofrenia, 11
3. Psicopatologia: Psicose, 12
4. Psicopatologia: Estudo da Sexualidade Anômala, 14
Capítulo 3 – Traumatologia, 17
1. Art. 129 do Código Penal, 17
2. Instrumentos Perfurantes e Cortantes, 18
3. Instrumentos Contundentes e Mistos, 20
4. Queimaduras e Asfixia, 22
Capítulo 4 – Identidade e Identificação, 24
1. Conceitos Gerais sobre Identidade, 24
2. Datiloscopia, 26
3. Antropologia Forense, 27
Capítulo 5 – Perícias e Peritos, 29
1. Considerações sobre Perícias, 29
2. Aspectos Jurídicos das Perícias, 31
3. Formalidade de Perícias, 32
4. Documentos Médico-Legais, 34
5. Laudos e Pareceres, 35
Capítulo 6 – Tanatologia, 37
1. Conceitos de Morte, 37
2. Sinais Abióticos, 38
3. Fenômenos Transformadores, 40
Capítulo 7 – Relações da Medicina Legal com o Direito Civil, 42
1. Personalidade Jurídica, 42
2. Casamento, 44
3. Impotências, 45
4. Filiação, 46
Capítulo 8 – Relação da Medicina Legal com o Direito Penal, 48
1. Atestado de Óbito, 48
2. Quantificação do Dano, 49
3. Ato Libidinoso e Aborto, 50
Capítulo 9 – Sexologia Forense, 52
1. Crimes contra a Liberdade Sexual – I, 52
2. Crimes contra a Liberdade Sexual – II, 53
Capítulo 10 – Toxicologia, 55
1. Toxicofilia e Embriaguez, 55
2. Fases e Tipos, 57
3. Tipos de Tóxicos, 58
4. Anfetamina, 59
Gabarito, 61
Capítulo 1
Introdução à Medicina Legal
1. Medicina Legal: Introdução
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará os aspectos introdutórios da medicina legal.
1.2 Síntese
A Medicina Legal situa-se num campo interligando as ciências médica e ju-
rídica, malgrado assuma forma de uma ciência independente e multidisciplinar.
Medicina Legal é a soma de conhecimentos médicos e paramédicos que 
servem ao direito. Outros doutrinadores a conceituam como a ciência da apli-
cação dos conhecimentos médico-biológicos aos interesses do direito.
Relaciona-se ainda com os seguintes ramos do direito:
Direito Penal nas lesões corporais, aborto, infanticídio, estupro, homicídio, 
suicídio e acidente.
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Direito Civil na investigação de paternidade, anulação de casamento por 
impotência ou mesmo doença grave, testamento na prova de incapacidade de 
testar, direitos do ovo e do recém-nascido.
Direito Processual Civil e Penal na psicologia da testemunha, do autor e 
da vítima.
Direito Constitucional na dissolução do casamento, proteção à infância e 
maternidade, aborto, gravidez, parto e puerpério.
Direito Trabalhista em doenças e acidentes do trabalho, estudo das intoxi-
cações, infortunística e insalubridade.
Direito Penitenciário na psicologia do encarcerado; a possibilidade de liberda-
de condicional para psicopatas como esquizofrênicos e serial killers, entre outros.
Direito dos Desportos nas lesões dolosas ou culposas no pleno exercício do 
direito que é desporto, exames de dopping, entre outros.
A Medicina Legal está presente no início da vida e no seu fim, e também 
após a exumação, nos casos em que esta se faz necessária, e é chamada para 
resolver questões do indivíduo, desde sua existência no ventre materno até de-
pois de sua morte.
A personalidade civil começa com o nascimento, mas a lei, segundo o Có-
digo Civil, resguarda os direitos do nascituro, ou seja, desde a concepção.
Conforme o art. 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa co-
meça do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro.”
De acordo com o art. 6º do Código Civil: “A existência da pessoa natural 
termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que 
a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.”
A prova de nascimento com vida é feita através da docimasia, e a mais 
utilizada é a docimasia hidrostática pulmonar de Galeno, que consiste em que 
respirar é viver, exame que verifica se a criança nasceu com vida ou não. Se 
houve ou não personalidade jurídica.
O fim da vida se dá com a morte. Cadáver significa carne dada aos vermes. 
E a Medicina Legal, não só estuda o cadáver em si.
Nos termos do Código Civil art. 7º: “Pode ser declarada a morte presumida, 
sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a 
sentença fixar a data provável do falecimento.”
Conforme o art. 8º: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma oca-
sião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos.”
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O perito criminal faz a perícia em volta do cadáver que é chamada de 
perinecroscopia, que significa: peri é em volta de; necros é cadáver e scopia é 
estudo.
Assim, a Medicina Legal serve ao direito, entre outras áreas, às seguintes:
No indivíduo vivo:
•	 Determinar a identidade;
•	 Diagnosticar doença ou deficiência mental;
•	 Afirmar ou negar simulação da gravidez e
•	 Diagnosticar lesão corporal que interessa ao estudo do art. 129 do Códi-
go Penal.
Já sobre o cadáver:
•	 Diagnosticar a realidade da morte;
•	 Determinar a causa jurídica da morte. Considera-se causa jurídica da 
morte homicídio, suicídio e acidente;
•	 Determinar a data da morte para precisar a primoriência ou estimar a 
comoriência;
•	 Diferenciar lesões corporais, intra-vitam e post-mortem;
•	 Realizar exame toxicológico das vísceras do cadáver nos casos de morte 
violenta ou suspeita e
•	 Proceder à exumação nos casos solicitados pela autoridade.
Assim o Médico Legista visa descrever, analisar, pesquisar detalhes, e res-
ponder a quesitos a fim de que a justiça aplique a lei.
Exercício
1. A perinecroscopia compreende:
a) O estudo dos antecedentes pessoais da vítima.
b) O exame do cadáver no local em relação aos locais onde foi 
encontrado.
c) A análise da história do crime.
d) O exame das vestes do cadáver.
2. Investigação de Paternidade
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará a investigação de paternidade.
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2.2 Síntese
A investigação de paternidade é baseada nos estudos de Mendel. Antes dele 
havia o período empírico da investigação. As provas obtidas por esse meio são 
de exclusão com certeza. Se uma prova de paternidade for de exclusão, ela será 
com certeza. A inclusão de paternidade somente se dá pelo DNA.
As provas deste período são divididasem não sanguíneas e sanguíneas.
As não sanguíneas são:
•	 Capacidade de dobrar a língua. Isto, porque a capacidade de dobrar a 
língua é dada por um gene dominante. Logo, um casal que não dobra a 
língua, jamais terá um filho que dobre a língua.
•	 Pavilhão auricular: lóbulos soltos possuem gene dominante e quem tem 
lóbulo preso o gene é recessivo.
•	 Cor dos olhos: Olhos escuros são castanhos e negros, e são dominantes; 
e olhos azuis e verdes são olhos claros, e recessivos. Genitores de olhos 
azuis jamais terão filhos de olhos castanhos.
•	 Vórtice capilar: se a vórtice capilar for para a direita chamará dextrogi-
ro, é dominante; e para a esquerda chamará levógiro, é recessivo.
•	 Cor da pele: a tonalidade da pele humana depende de vários fatores. 
As pessoas de pele branca possuem cinco pares de genes recessivos; e os 
negros cinco pares dominantes; da mistura de branco com negro dá-se 
mulatos, têm elemento de cada par.
Provas genéticas sanguíneas:
•	 Tipagem ABO. Por exemplo, o casal que tem tipo O, todos os filhos do 
casal terão tipo O.
•	 Fator Rh: fator RH negativo é homozigoto recessivo; e positivo é hetero-
zigoto dominante.
Exercício
2. Imagine que um casal tenha sangue tipo A. Qual a possível tipagem 
sanguínea dos seus filhos?
a) A e O.
b) B e AB.
c) B e A.
d) Somente O.
e) Somente A.
Capítulo 2
Psicopatologia Forense
1. Psicopatologia Forense: Conceito. 
Desenvolvimento. Psicossexual. Oligofrenia
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará o conceito da psicopatologia forense.
1.2 Síntese
A psicopatologia forense é uma matéria de suma importância porque englo-
ba várias áreas da ciência: psiquiatria, medicina, psicologia, sociologia, filosofia 
e, principalmente, o direito.
Psicopatologia tem origem no grego, que significa psico, mente; e patos, 
estudo. Estudo da mente doentia, que também é chamada de criminologia. 
O estudo em tela interessa no referente à imputabilidade, capacidade civil, de 
acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato.
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É o estudo da mente anormal. O estudo de psicopatologia forense aplica o 
conhecimento de psiquiatria em benefício da Justiça.
Para que uma pessoa seja considerada normal existe uma tríade:
•	 Ter um grupo de amigos;
•	 Ter uma fonte de renda; e
•	 Ter um relacionamento amoroso.
Todos esses conceitos embasam o início da explanação sobre psicopatologia 
forense, ou seja, o estudo do indivíduo normal e anormal.
O desenvolvimento psicossexual de uma criança deve ser estudado desde o 
nascimento até a idade de 14 anos.
Segundo Freud divide-se nas seguintes etapas:
•	 Fase oral, o bebê quando recebe um objeto coloca na boca.
•	 Fase oral canibálica, que aparece por volta dos seis meses, em que a crian-
ça quer destruir o mamilo que a alimenta. Nasce a satisfação sexual.
•	 Fase anal. Uma fixação da libido nessa fase poderá ocasionar diversas 
patologias, como por exemplo: coprofilia (copros = fezes e filia = gostar 
de): atração sexual por pessoas evacuando; coprofagia (copros = fezes e 
fagia = comer): desejo de comer fezes; coprolalia (copros = fezes e lalos 
= falar): pessoas que gostam de xingar ou serem xingadas durante o ato 
sexual; urolagnia que é a atração sexual por observar pessoas urinando.
•	 Fase fálica: a atenção da criança se volta ao pênis. A fixação da libido 
nessa fase poderá levá-lo às seguintes patologias: uma delas é o exibi-
cionismo que é a necessidade de exibir o pênis, flácido, à distância, 
sem convite à cópula. Ainda nessa fase de 7 a 12 anos a criança pode 
ter vontade de observar o ato sexual dos pais. Se a libido se fixar nessa 
fase, essa pessoa poderá ser um mixoscopista ou voyeur que á pessoa que 
sente vontade de observar o ato sexual das demais.
Principais psicopatologias:
•	 Oligofrenias: os oligofrênicos são caracterizados pelo retardo mental, 
com funcionamento intelectual muito reduzido.
Os oligofrênicos podem ser divididos em retardados profundos, moderados 
ou leves.
O QI médio da população é de 90 a 100.
Os retardados profundos têm idade mental de 0 até 4 anos. Têm fixação 
de libido na fase oral, anal ou fálica. O QI vai até 25, e é considerado absoluta-
mente incapaz, inimputável.
O retardado moderado possui idade mental de 4 a 7 anos. O QI vai de 25 a 
50. São classificados em inimputáveis e sem capacidade civil.
Já nos retardados leves o QI vai de 50 a 90, são quase normais. Levam a 
ser mixoscopista ou exibicionistas. São considerados semi-inimputáveis e com 
relativa incapacidade civil, dependendo da perícia.
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Exercício
3. A interrupção precoce e patológica do desenvolvimento caracteriza:
a) Oligofrenia.
b) Esquizofrenia.
c) Psicose.
d) Paranoia.
2. Psicopatologia: Oligofrenia e Esquizofrenia
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará os aspectos clínicos da oligofrenia.
2.2 Síntese
Os aspectos clínicos das oligofrenias podem ser:
•	 Microcefalia, que é caracterizada por crânio pequeno, achatado, couro 
cabeludo invadindo a testa e possui estatura baixa. Já a macrocefalia é 
caracterizada pelo indivíduo de crânio grande oriundo da hidrocefalia.
•	 Mongolismo, síndrome de Down, traços orientais, língua grande, olhos 
pequenos, entre outras.
•	 Cretismo, que é caracterizado pela parada no desenvolvimento psicos-
somático por insuficiência tiroidiana.
O teste do pezinho pode detectar a oligofrenia de fenilcetonuria, nesses 
casos as crianças parecem normais e os sintomas são tardios.
Esquizofrenia é uma desordem psicótica caracterizada pelo espírito parti-
do. Sua etiologia é desconhecida, talvez seja genética, pois parentes de esqui-
zofrênicos têm mais chances de desenvolverem a patologia. Não há cura total, 
mesmo com medicamentos.
Características:
•	 Anedonia: consiste na ausência de prazer – indivíduos sem iniciativa, 
abandonam projetos, postergam atividades.
•	 Sensação de perseguição e controle de vivos, mortos e objetos.
•	 Comportamento extravagante, discurso desconexo.
•	 Alucinações, delírios e roubo do pensamento. Consiste em tiques e ma-
nias repetitivas.
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•	 Mania de perseguição e mania de grandeza. Sente-se superior em rela-
ção aos demais.
•	 Deterioração dos hábitos sociais, de inteligência e higiene.
•	 Afetividade desgastada, incapacidade de controlar emoções.
•	 Associação extravagante de ideias e ouvem vozes do além.
Principais formas clínicas:
•	 Forma simples: enfraquecimento insidioso e lento do psiquismo, indi-
ferentes, sem afeto. Muita dificuldade de atenção e memorização das 
coisas.
•	 Forma hebefrênica (o prefixo hebe quer dizer adolescente): se manifesta 
em adolescentes, apresentando expressão teatral e desdenhosa. Por ora 
são deprimidos e hipocondríacos, podendo nessa fase cometer suicí-
dios; outras vezes são românticos, irritáveis e impulsivos e com com-
portamento típico de adolescente apaixonado, não aceitando resposta 
negativa, podendo até matar.
•	 Forma catatônica: trata de tiques e manias repetitivos. Têm pouca ma-
nifestação delirante, tendentes ao suicídio e automutilação, ficando ho-
ras na mesma posição.
•	 Forma paranoide que tem maior interesse médico legal por seus crimes 
exóticos e incompreensíveis. As principais características são eco do 
pensamento e despersonalização.
Exercício
4. A dissociação das faculdades psíquicas com quebra da harmonia en-
tre o pensamento, sentimento e ação, perda do contato racional do 
doente com o meio exterior é característica:
a) Da epilepsia.
b) Da neuro.
c) Da oligofrenia.
d) Da esquizofrenia.
3. Psicopatologia: Psicose
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará os aspectos da psicose.
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3.2 Síntese
A psicose maníaco-depressiva consiste na síndrome bipolar afetiva. A per-sonalidade bipolar é a incitação psicomotora associada à depressão intensa. O 
indivíduo alterna atitudes de profunda depressão e intensa excitação. Possuem 
duas fases:
•	 Fase maníaca (a mais perigosa) – tem como características a eufo-
ria e otimismo exagerado; grande exaltação do humor e afetividade; 
erotismo; interesse exagerado por tudo; negócios fantásticos; projetos 
mirabolantes.
•	 Fase depressiva consiste em tristeza, culpa, pessimismo e suicídios bem 
planejados.
A paranoia surge entre 25 a 40 anos, com concepções ilusórias e delirantes. 
O indivíduo é inadaptado ao meio, apresenta autofilia e egocentrismo.
Tipos:
•	 Paranoia de ciúme: é progressivo e insidioso. O paranoico de ciúmes é 
homicida. A morte é bem matada, chamada de overkill, supermorte.
•	 Paranoia erótica: erotomania, amores impossíveis. São insistentes, 
mandam flores e cartas. O interesse médico-legal é a anulação de 
casamento.
•	 Paranoia genealógica: filhos rejeitados que se imaginam parentes de 
pessoas famosas.
•	 Paranoia de intervenções e reformas: enviam cartas insistentes para au-
toridades, se consideram os salvadores da humanidade.
•	 Paranoia de perseguição: diferente da esquizofrenia, o paranoico de per-
seguição sente-se perseguido o tempo todo e não somente no episódio.
Personalidades Psicopáticas: caracterizada pelas profundas alterações do 
caráter; perturbação da afetividade; inteligência normal ou superior à média. 
Os desvios da vida instintiva, dos sentimentos e afetos são tão intensos que 
dissolvem o caráter e a personalidade. Não tem definição clínica; o eu é preser-
vado, não há delírios; há distúrbios de afetividade; falta de remorso; autofilia; 
egocentrismo; gosto por chocar. Não são suicidas, mas sim homicidas. Não há 
delírios, a vida sexual é pobre. Os psicopatas são inseguros; sem autoestima; 
assumem culpa pelo que não fizeram. Possuem ideias obsessivas, fobias.
Os psicopatas carentes de afeto são mitômanos (mentirosos). Possuem com-
plexo de superioridade; são fanfarrões; gestos teatrais.
Psicopatas astênicos sentem fadiga; são hipocondríacos; influenciáveis e 
podem ser levados a cometer delitos.
Os psicopatas explosivos possuem irritabilidade excessiva com manifesta-
ção física; cometem crimes passionais sob efeito alcoólico; incesto; tóxicos; 
ociosidade; pedofilia.
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Psicopatas amorais ou perversos não possuem afeto natural; desvalorização 
das outras pessoas; desconhecem a bondade; mitomania; precocidade sexual; 
crueldade com animais na infância; piromania e enurese noturna. Cometem 
crimes desumanos, frios, metódicos e repetitivos. Não admitem ser observa-
dos. Praticam o mal por necessidade mórbida e sentem sua falta, tal como o 
drogado em crise de abstinência; QI é alto. Não têm reeducação e o confina-
mento carcerário é inútil, fazendo com que aprimore suas técnicas amorais e 
delituosas.
Exercício
5. Ausência se sentimentos, tendência à impulsividade, agressividade, 
ausência de culpa, incapacidade para aprender pela experiência e 
falta de motivação adequada caracterizam:
a) A psicose.
b) A neurose.
c) A hebefrenia.
d) A personalidade psicopática.
4. Psicopatologia: Estudo da Sexualidade 
Anômala
4.1 Apresentação
Esta unidade abordará o estudo da sexualidade anômala.
4.2 Síntese
Libido é a manifestação mental do instinto sexual. Tudo que substitui a 
cópula é considerado um desvio ou aberração da sexualidade.
Cópula é a penetração total ou parcial do pênis na vagina com ou sem 
ejaculação.
Interesse médico legal: anulação de casamento, negativa de paternidade, 
explicação para homicídios e suicídios.
Causas: podem ser fatores congênitos, tóxicos, psicopatologias e fisiológicos 
como puberdade, menopausa e gravidez.
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Desvios da sexualidade:
•	 Anafrodisia ocorre no homem: é a ausência ou perda do desejo sexual.
•	 Frigidez ocorre na mulher: é o mais frequente dos distúrbios. Ausência 
ou perda do desejo sexual.
•	 Erotismo: tendência abusiva aos atos sexuais, havendo orgasmo, mas 
sem satisfação da libido. No homem chama-se satirismo e na mulher 
ninfomania.
•	 Erotomania: é o amor etéreo, diáfano, isento de desejo carnal, para não 
macular a pureza da pessoa amada. O interesse médico legal é a anula-
ção do casamento.
•	 Exibicionismo: ostentar à distância o pênis flácido, sem convite para a 
cópula, nos mesmos lugares, à mesma hora.
•	 Narcisismo: gostam muito de si e de sua beleza, desprezando os demais. 
Não consegue copular com mulheres, apenas gosta que observem o 
corpo dele.
•	 Mixoscopia: também chamado de voyeurismo é a atração sexual pela 
contemplação pela volúpia de ver.
•	 Fetichismo: atração por partes do corpo ou objetos pertencentes à pes-
soa amada por odores, modo de andar, ou até mesmo por defeitos físi-
cos. Por exemplo, o indivíduo que tem fetiche por pés tem podofilia.
•	 Lubricidade senil: idosos portadores desta patologia apalpam genitais 
de crianças, prodigalidade.
•	 Riparofilia: atração por pessoas sujas e desasseadas.
•	 Hafefobia: aversão a pessoas desasseadas.
•	 Automisofobia: pavor da própria impureza física.
•	 Bestialismo ou zoofilia: observar atos sexuais de animais ou praticar atos 
sexuais com animais.
•	 Zoossadismo: decapitação do animal.
•	 Onanismo: é o chamado coito interrompido, ou masturbação.
•	 Necrofilia: atração sexual por cadáveres.
•	 Necrossadismo: mutilação de cadáveres.
•	 Topo inversão: prática de atos sexuais em cavidades ou partes do corpo 
indevidas.
•	 Pigmalionismo: amor por estátuas, uma forma velada de necrofilia.
•	 Sadismo: atração sexual em provocar a dor do outro indivíduo.
•	 Masoquismo: atração sexual por sentir dor.
•	 Dendrofilia: prática sexual com vegetais.
•	 Edipismo: tendência ao incesto. Ter relações sexuais com pessoas de 
sua família.
•	 Autoerotismo: coito psíquico.
•	 Pluralismo: ato sexual com mais de duas pessoas.
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•	 Gerontofilia (crono inversão): atração sexual por pessoas mais velhas.
•	 Pedofilia: é a atração sexual por crianças.
•	 Hebefilia: atração sexual por adolescentes.
•	 Cromo inversão: atração sexual por pessoas de cor de pele diferente.
•	 Etno inversão: predileção por grupos étnicos diferentes do seu.
Exercício
6. Riparofilia é um distúrbio sexual caracterizado por:
a) Desejo e satisfação sexual realizados sob sofrimento.
b) Atração sexual por pessoas sujas e desasseadas, de baixa condi-
ção social e sem higiene.
c) Satisfação sexual com animais domésticos.
d) Prática sexual em que participam três ou mais pessoas.
Capítulo 3
Traumatologia
1. Art. 129 do Código Penal
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará a traumatologia forense.
1.2 Síntese
Trauma é a ação de uma energia externa sobre o corpo de uma pessoa, 
capaz de causar alterações na normalidade de alguém. O objetivo principal é o 
estudo das lesões corporais, previsto no art. 129 do Código Penal.
Integridade corporal é a falta de solução de continuidade. Saúde é o bem-
-estar físico, psíquico e social.
Ocupações habituais são aquelas feitas no dia a dia, não é trabalho. Perigo 
de vida deve ser concreto, real e aparente.
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Debilidade é diminuição de função. Mais do que isso é inutilização.
Membro: quatro membros, dois prensores e dois locomotores. Nota-se que 
pênis não é membro, mas função.
Sentidos: tato, olfato, visão, paladar e audição.
Função: são as que mantêm as pessoas vivas: digestória, respiratória, circula-
tória.
No caso de órgãos duplos, a perda de um constitui debilidade permanente. 
A perda de ambos configura o delito descrito no art. 129, § 2º, III, do CP.
Essas lesões corporais são classificadas em leves, graves e gravíssimas, de 
acordo com as consequências das lesões, conformeo disposto no art. 129 do 
Código Penal e seus §§ 1º e 2º.
Quesitos de exame de lesões corporais:
•	 Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente;
•	 Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa;
•	 Se foi produzido por veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou por 
meio insidioso ou cruel;
•	 Se resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 
30 dias;
•	 Se resultou em perigo de vida;
•	 Se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de 
membro, sentido ou função; e
•	 Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade 
incurável ou deformidade permanente.
Exercício
7. Após levar um soco na face, o indivíduo teve diagnosticada uma fra-
tura no nariz, essa lesão é classificada como:
a) Grave.
b) Leve.
c) Gravíssima.
d) Insignificante.
e) Depende de exame anterior com prazo inferior a 15 dias.
2. Instrumentos Perfurantes e Cortantes
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará os instrumentos perfurantes e cortantes.
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2.2 Síntese
Há instrumentos ativos e passivos. A vítima está parada e o objeto vai até 
ela, o instrumento é ativo. E quando a vítima se dirige ao instrumento, este é 
passivo.
Os agentes que causam lesões podem ser em primeiro lugar os mecânicos 
que são divididos em: puros e mistos.
Os instrumentos mecânicos puros são divididos em:
•	 Perfurantes;
•	 Cortantes; e
•	 Contundentes.
Os instrumentos perfurantes são todos os que perfuram. Ferida produzi-
da: um ponto ou um furo (predomínio da profundidade sobre a largura). As 
lesões produzidas por instrumentos perfurantes podem ser em fundo de saco 
(com entrada e sem saída), transfixantes (com entrada e saída) ou em acordeon 
(quando a pele cede).
Com os instrumentos cortantes a lesão produzida é em forma de linha. 
A ação deste instrumento se dá por pressão e por deslizamento, produzindo 
feridas incisas (cortes).
Características principais são o predomínio do comprimento sobre a largu-
ra e profundidade, o sangramento abundante e a maior profundidade no centro 
da ferida e menor na saída da lâmina.
Lesões incisas são aquelas que aparecem no antebraço, mãos e dedos. São 
lesões de defesa.
As lesões de defesa podem ser:
•	 Esgorjamento que é o corte na parte anterior ou lateral da garganta.
•	 Degolamento ou degola é um corte localizado na nuca cortando a parte 
posterior do pescoço.
•	 Decapitação é a separação da cabeça do corpo.
Finalidade mnemônica:
Enforcamento é a constrição causada pelo corpo da vítima. Normalmente, 
a suspensão é completa.
Estrangulamento é a constrição do pescoço através de força estranha ao 
corpo da vítima. O sulcro é horizontal.
Esganadura é a constrição do pescoço causada por mão.
Exercício
8. Nos itens abaixo, assinale a alternativa que contém característica não 
encontrada em feridas produzidas por instrumento cortante:
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a) Presença de golpe de mina.
b) Forma linear.
c) Regularidade das bordas.
d) Centro da ferida mais profundo que as extremidades.
e) Perfil de corte de aspecto bisel, quando o instrumento atua em 
sentido oblíquo.
3. Instrumentos Contundentes e Mistos
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará os instrumentos contundentes e mistos.
3.2 Síntese
Contusão é a alteração da pele devido a um trauma direto, sem causar aber-
tura da mesma, podendo ocorrer edema, equimose ou hematoma, ou mesmo 
hemorragia interna. Sem o rompimento da pele.
Escoriação é a perda da epiderme devido ao atrito da pele por algo sólido, 
ficando exposto o córion.
Edema é a expansão dos líquidos extracelulares, que se infiltram nos tecidos, 
causando seu aumento de volume. É o que se chama comumente de inchaço.
Eritema é a coloração vermelha da pele, devido à vasodilatação.
Equimose é o derramamento de sangue por um traumatismo, em que este 
se dissemina e coagula nas malhas dos tecidos.
Espectro equimótico: permite ao legista analisar o tempo decorrido entre a 
lesão e o exame pericial: V-A-V-A.
1º dia: cor vermelha (recente).
3º e 5º dia: cor azul.
6º ao 12º dia: cor verde.
13º ao 17º dia: cor amarela.
Hematomas são bolsas de sangue que formam coleções, descolando a pele 
sem rompê-la, ou se coletando no interior de uma cavidade.
Instrumentos mistos:
Pérfuro-cortantes (perfuram e cortam). Ação através de pressão ou percus-
são. O instrumento pérfuro-cortante tem gume (fio) e ponta. Produzem feridas 
com um ângulo agudo e um ângulo arredondado. O ângulo arredondado é 
produzido pelo lado do instrumento que não corta, e o ângulo agudo é produ-
zido pelo fio.
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Os instrumentos pérfuro-cortantes podem ser de três tipos: Os que têm um 
gume; os que têm dois gumes e os que têm mais de dois gumes.
A ferida terá tantos ângulos agudos quantos gumes possuir o instrumento.
Corto-contundentes: cortam e contundem ao mesmo tempo. Ação por 
pressão, por peso e pela força viva. São características: ferida de bordas regula-
res (lâmina) e contusões (fraturas, mutilações).
Instrumentos perfuro-contundentes são aqueles que perfuram e contun-
dem. O mais comum é o projétil de arma de fogo. A ação é por pressão e 
feridas pérfuro-contusas.
Algumas noções sobre arma de fogo:
Trajetória é o caminho descrito pelo projétil desde seu ponto de disparo até 
alcançar a velocidade. Trajeto é o caminho percorrido pelo projétil no interior 
do corpo (dentro do alvo).
Tanto o tiro muito próximo como o tiro à queima-roupa possuem:
•	 Ferida invertida de bordas irregulares.
•	 Zona de contusão e enxugo.
•	 Zona de tatuagem.
•	 Zona de esfumaçamento.
•	 Zona de chamuscamento ou queimadura.
•	 Aréola equimótica.
•	 Zona de compressão de gases.
Orifício de saída é irregular, estrelar ou em fenda, de bordas invertidas e 
sangrantes. É maior que o de entrada em que o projétil não apresenta orlas ou 
zonas de contorno.
Exercício
9. Considere as proposições abaixo:
I – A apresentação de aréola equimótica no ferimento de entrada 
afasta a possibilidade de ter sido o tiro deflagrado a curta distância.
II – A orla de escoriação ou de contusão é um dos sinais comprova-
dores de ferimento de entrada nos tiros dados a qualquer distância.
III – O ferimento de saída terá forma irregular, bordas reviradas para 
fora, maior sangramento e halo de enxugo, não apresentando orla de 
escoriação e nem elementos químicos resultantes da decomposição 
da pólvora.
a) Apenas a proposição I está correta.
b) Apenas a proposição III está correta.
c) Apenas a proposição II está correta.
d) Todas as proposições estão corretas.
e) Todas as proposições estão incorretas.
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4. Queimaduras e Asfixia
4.1 Apresentação
Esta unidade abordará as queimaduras e asfixia.
4.2 Síntese
Quanto aos agentes físicos temos a temperatura que pode ser frio ou calor:
Frio é a congelação de todo corpo ou parte do corpo. A ação do frio pode 
causar geladuras de 1º a 3º graus.
1º grau: tem-se a eritema (rubefação ou palidez) – pele anserina, arrepiada;
2º grau: tem-se a vesicação (flictena – bolhas) e
3º grau: tem-se a gangrena (mortificação dos tecidos) – isquemia, necrose, 
gangrena.
Ação do calor. O calor difuso é chamado de termonose.
Insolação é a exposição ao sol; a ação direta dos raios solares (energia 
natural).
Intermação – ocorre em locais fechados, por exemplo, em fornos (energia 
artificial). Classificação da ação do calor:
1º grau: Eritema: rubor (lesão leve). Somente atinge a epiderme.
2º grau: Flictena (lesão leve) é bolha. Atinge a derme.
3º grau: Escarificação que atinge tecido conjuntivo e deixa uma cicatriz 
retrátil, lesão corporal de natureza gravíssima (deformidade permanente).
4º grau: Carbonização do tecido ósseo. Até 90º C o indivíduo é carboniza-
do, passando dessa temperaturaé calcionado.
Asfixias: asfixiologia médico-legal é o capítulo da medicina legal.
•	 Sinais gerais de asfixias: impedimento de oxigênio no organismo.
Cianose: a vítima apresenta uma coloração azulada na face, lábios e unhas.
Congestão: a face da vítima apresenta-se congesta devido à dilatação dos 
vasos sanguíneos, com vermelhidão no rosto.
Petéquias: são pontos hemorrágicos que aparecem na pele e nas mucosas.
•	 Tipos de asfixias: passivo e ativa.
Ocorrem com a constrição do pescoço da vítima (enforcamento, estrangu-
lamento, esganadura).
Asfixias por fechamento dos orifícios respiratórios, gases irrespiráveis: soter-
ramento e afogamento.
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Exercício
10. O exame no sulco do pescoço da vítima é de capital valor no diag-
nóstico do enforcamento, apresentando as características abaixo, 
exceto:
a) Livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo de suas 
bordas.
b) Infiltrações hemorrágicas punctiformes no fundo do sulco.
c) Pele enrugada e escoriada no fundo do sulco.
d) Ser necessariamente apergaminhado.
e) Vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
Capítulo 4
Identidade e Identificação
1. Conceitos Gerais sobre Identidade
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará os conceitos gerais sobre identidade.
1.2 Síntese
Identidade é o conjunto de características que individualiza uma coisa ou 
uma pessoa.
Identificação é o processo de individualização de uma coisa ou uma pessoa 
com suas características individuais. Um método de identificação exige pré-
-requisitos:
•	 Unicidade: tem de ser único.
•	 Perenidade e imutabilidade: perene é o que existe sempre, e imutável é 
aquele que não se altera enquanto existe.
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•	 Variabilidade e classificabilidade: as características podem ser variáveis.
•	 Praticabilidade: o método deve ser simples.
Identificar é demonstrar através de perícias.
A identificação judiciária é muito importante para todas as áreas do Direito; 
antes a identificação era feita por método empírico, mas hoje é feita por meio 
científico.
Existem vários métodos de identificação, como a fotografia comum, a si-
naléptica, mutilações, marcas, tatuagens, sinais profissionais, retrato falado e 
outros.
Juan Vucetich desenvolveu um método de identificação que não apresen-
tava as inconveniências da antropometria: as impressões digitais, que tem sido 
o melhor, o mais barato e o mais utilizado método, pois satisfaz às exigências 
de um critério de identificação.
Vejamos detalhadamente os critérios:
•	 Unicidade – é a propriedade de alguma coisa ser única, individual, ou 
seja, determinados elementos são específicos destes indivíduos e dife-
rentes dos demais. São necessários doze pontos característicos em co-
mum entre duas impressões digitais para se estabelecer uma identifica-
ção. Os pontos característicos mais comuns são encerro, cortada, ponto, 
anastomose, ilhota, bifurcação, forquilha etc.
•	 Imutabilidade – é uma característica que não se altera com o passar do 
tempo. Nós adquirimos rugas, envelhecemos, mas nossas impressões 
digitais não envelhecem.
•	 Praticabilidade – o método deve ser prático, permitindo a facilidade 
na colheita de dados. Em nosso palato existem rugas, cujo estudo é 
chamado de rugoscopia palatina. Este critério satisfaz a todos os de-
mais para identificação, menos o da praticabilidade, pois precisaria 
moldagem.
•	 Classificabilidade – o método escolhido deve permitir a comparação 
entre os dados; este requisito é muito importante, pois exige certa meto-
dologia no arquivamento, rapidez e facilidade na busca dos registros.
Vucetich, analisando as polpas dos dedos, descobriu que existem desenhos 
digitais, que são o inverso da impressão digital. Se passarmos tinta nos dese-
nhos teremos as impressões digitais, que reproduzem os desenhos digitais. Es-
tes apresentam linhas marginais e basilares. A união das linhas basilares com as 
linhas marginais nos dá o delta.
Datiloscopia é um método de identificação onde as impressões digitais sa-
tisfazem os critérios de unicidade, perenidade e imutabilidade, praticabilidade 
e classificabilidade. Permite a comparação de desenhos digitais com as linhas 
marginais e basilares. A união das linhas basilares e marginais forma o delta. 
Delta à esquerda do observador é chamada de presilha externa.
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Exercício
11. O termo identidade significa:
a) O conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou 
coisa.
b) Método de comparação por datiloscopia.
c) Processo de identificação de pessoa ou coisa.
d) Reconhecimento técnico de pessoa ou coisa.
e) Espécie de documento médico-legal.
2. Datiloscopia
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará os conceitos de datiloscopia.
2.2 Síntese
Há quatro tipos de impressões digitais. Verticilo com dois deltas, presilha 
externa com delta à esquerda do observador, presilha interna com delta à direi-
ta do observador e o arco que é uma figura sem delta.
Verticilo: presença de dois deltas e um núcleo central.
Presilha externa: presença de um delta à esquerda do observador e de um 
núcleo voltado em sentido contrário ao delta.
Presilha interna: presença de um delta à direita do observador e de um 
núcleo voltado à esquerda.
Arco: ausência de deltas e apenas os sistemas de linhas basilares e margi-
nais. Não tem núcleo.
Esses tipos representados por letras maiúsculas para os polegares e por alga-
rismos para o restante dos dedos.
Dois deltas-verticilo = V = 4
Delta à esquerda = E = 3
Delta à direita = I = 2
Sem delta = arco = A = 1
Quando o perito se referir aos polegares na sua fórmula datiloscópica usará 
letras e quando estiver se referindo aos demais dedos usará números. Se tiver 
alguma cicatriz importante se colocará X.
E em caso de amputação colocará 0.
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Dois deltas-verticilo = V = 4
Delta à esquerda = E = 3
Delta à direita = I = 2
Sem delta = A = 1
Cicatriz = X
Amputação = 0
A F.D., ou Fórmula Datiloscópica, é representada por uma fração que tem 
em seu numerador a mão direita e em seu denominador a mão esquerda a 
partir do polegar direito até o mínimo esquerdo.
Poroscopia é o estudo dos poros das impressões digitais e a alboscopia é o 
estudo das partes albas, ou seja, brancas das impressões digitais. Este estudo 
permite ao perito estabelecer a identificação de uma impressão digital baseado 
apenas na comparação entre dois fragmentos de impressões digitais.
Exercício
12. Sobre um indivíduo com fórmula datiloscópica A3224/E1332, pode-
mos afirmar, exceto:
a) Apresenta presilha externa no polegar esquerdo.
b) Não possui delta no polegar direito.
c) Apresenta presilha interna no quarto dedo da mão direita.
d) Apresenta dois deltas no indicador esquerdo.
e) Apresenta tipo verticilo no quinto dedo da mão direita.
3. Antropologia Forense
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará a antropologia forense.
3.2 Síntese
Antropologia forense é o estudo das ossadas, esqueletos e carbonizados com 
a finalidade de identificação.
O primeiro fator a ser analisado é a cor da pele. Através do estudo de medi-
das antropométricas do crânio o perito pode estimar a raça da ossada.
A identificação médico-legal busca alguns caracteres, a saber:
Raça: a classificação de raças de Salvatore Ottolenghi aponta cinco tipos 
fundamentais: caucásico, mongólico, negroide, indiano e australoide.
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Sexo: a determinação do sexo em ossadas se dá através de medidas crania-
nas, estudo dos ossos da pelve e estrutura corporal, entre outros.
Idade: estima-se a idade de uma pessoa através dos dentes.
Estatura: usa-se tabelas antropométricas de vários autores.
Sinais profissionais: são estigmas deixados por um tipo específico de trabalho.
Espécies:
Palatoscopia:estudo das rugosidades do céu da boca.
Queiloscopia: estuda os sulcos da estrutura anatômica dos lábios.
Identificação por sobreposição de imagens: através de negativos de fotos de 
indivíduos tiradas em vida, sobre as fotos tiradas do crânio do morto.
Identificação por radiografia: a mais utilizada é a radiografia do crânio.
Pelo registro da voz: método eletroacústico, obtido através da vibração da voz.
Exercício
13. Em antropologia forense, através do exame do fêmur de um esquele-
to pode-se:
a) Somente avaliar a estatura de um indivíduo.
b) Avaliar estatura e determinar o sexo do indivíduo.
c) Somente determinar o sexo do indivíduo.
d) Avaliar a estatura e determinar a raça do indivíduo.
Capítulo 5
Perícias e Peritos
1. Considerações sobre Perícias
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará a perícia.
1.2 Síntese
Para que haja crime é necessário haver autoria e materialidade. A materia-
lidade se concretiza através da perícia realizada pelo perito.
A palavra perícia vem do latim peritia que quer dizer sabedoria, capacidade. 
A perícia é, no mundo jurídico, a rainha das provas. Existem várias definições 
para perícia, a saber: é um conjunto de normas e procedimentos para esclare-
cer um fato de interesse da justiça. É a atuação de especialistas, de experts com 
a finalidade de elucidar fatos; é um exame técnico altamente especializado so-
bre um objeto, um corpo, instrumento ou outros, sempre feito por um especia-
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lista naquela determinada área. É um conjunto de procedimentos técnicos em 
busca da verdade e da produção de prova, destinada a levar ao juiz, que é leigo 
no assunto, dados sobre um determinado fato técnico. Sendo assim, a perícia 
contribui para a revelação da existência ou não de um fato contrário ao direito, 
formando então, a convicção do magistrado. É a procura incessante de elemen-
tos que formem uma opinião segura e adequada do fato que se pretende provar.
As perícias se materializam através dos laudos constituídos com base no ma-
terial estudado. O art. 158 do nosso Código de Processo Penal determina que 
quando a infração deixar vestígio é indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo ser suprido pela confissão do acusado. Sempre 
que a infração deixar algum vestígio ou elementos materiais perceptíveis pelos 
nossos sentidos, se estes forem obtidos por meios lícitos, será obrigatória a perí-
cia. Nem mesmo a confissão do acusado poderá suprimir a perícia. O art. 167 
do mesmo Código diz: “Não sendo possível o exame de corpo de delito, por ha-
verem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.”
Testemunha não é o mesmo que perito. A testemunha é chamada porque 
presenciou, ouviu ou conhece o fato, e o perito, sendo técnico, analisa tecnica-
mente o fato. O que eles têm em comum é que tanto o falso testemunho como 
a falsa perícia são crimes tipificados pelo nosso Código Penal em seu art. 342.
O perito pode ser oficial ou não. O oficial possui atribuição de cargo pú-
blico; já os não oficiais são pessoas escolhidas pelo juiz e são designadas por 
autoridades para substituir os oficiais, prestando compromisso para o ato.
Na área civil há apenas um perito, podendo cada uma das partes indicar 
um assistente técnico que poderá participar do exame.
Prova, segundo Genival Veloso de França, é o elemento demonstrativo da 
autenticidade ou da veracidade de um fato, com a finalidade de formar a con-
vicção do juiz. É o norte que aponta o rumo da lide. Esta será proibida quando 
for obtida por meios contrários à norma. Pode ser ilícita quando agride a uma 
regra de direito material e ilegítima quando afronta princípios da lei processual.
O art. 160 do Código de Processo Penal, diz que “os peritos elaborarão o 
laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e res-
ponderão aos quesitos formulados”. Na área Penal os quesitos são oficiais e 
na área cível são elaborados pelos assistentes técnicos das partes. A função da 
perícia é informar, ou seja, o visum et repertum, que significa, olhar e reportar, 
ver e repetir.
A prova proibida será ilícita quando afronta regra do direito material e será 
ilegítima quando afrontar regra de direito processual.
O objetivo da perícia é informar e fundamentar de maneira direta todos os 
elementos do corpo de delito, através dos vestígios deixados, a fim de se aproxi-
mar da autoria do crime.
Vestígio é todo material suspeito ou não encontrado no local do delito.
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Indício é o vestígio analisado, que tenha relação com o fato delituoso. Pode 
estar relacionado com a vítima, com o suspeito ou com o fato em si. Após a 
perícia, o perito valoriza ou não um fato e chega a conclusões individuais; os 
peritos não são obrigados a chegar à mesma conclusão. Se houver divergências, 
cada qual redigirá laudo em separado com a finalização a que chegaram e 
responderão aos quesitos.
Exercício
14. Em relação à perícia médico-legal podem ocorrer várias circunstân-
cias no decorrer do processo. Acerca dessas circunstâncias, assinale a 
opção incorreta:
a) O perito que confessar ter agido de má-fé antes da conclusão do 
processo não será punido por isso.
b) Tendo o perito confessado ter agido de má-fé, sua conduta será 
considerada dolosa e, portanto, ele será punido.
c) A perícia é considerada falsa quando distorce a verdade.
d) A simples diferença de diagnósticos entre laudos médicos não 
permite concluir pela falsidade da perícia.
e) A falsa perícia é considerada crime em qualquer juízo.
2. Aspectos Jurídicos das Perícias
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará os aspectos jurídicos das perícias.
2.2 Síntese
Os exames periciais podem ser feitos em manchas, espermas, salivas, ob-
jetos, indivíduos vivos ou mortos. Se feitos por profissionais da medicina, são 
chamados de perícia médico-legal.
O art. 180 do CPP refere-se à perícia contraditória, em que dois ou mais 
peritos chegam a diferentes conclusões sobre um mesmo fato.
Art. 180. “Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto 
do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá sepa-
radamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de 
ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.”
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Art. 181. “No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-
sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a 
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.”
Art. 182. “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-
-lo, no todo ou em parte.”
O art. 145 do Código de Processo Civil diz que a indicação dos peritos será 
de livre escolha do juiz. Este será o perito louvado e deverá prestar compromis-
so de bem e fielmente desempenhar a função.
Exercício
15. Entende-se por perícia contraditória:
a) A que está em contradição com os fatos.
b) A que não se baseia nos fatos ocorridos.
c) Aquela em que os peritos chegam a conclusões conflitantes.
d) Aquela em que os peritos não conseguem chegar a nehuma con-
clusão.
3. Formalidade de Perícias
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará a formalidade de perícias.
3.2 Síntese
O art. 162 do CPP estabelece que a autópsia será feita seis horas após a mor-
te. O termo autópsia é erroneamente consagrado, eis que verifica autoexame e 
o certo seria necrópsia.
O juiz não fica adstrito aos laudos, nos termos do art. 182 do CPP.
No Código de Processo Civil, art. 436, o juiz fica livre no seu convenci-
mento. No art. 437 o juiz poderá requerer de ofício ou a requerimento das 
partes a realização de nova perícia, quando não suficiente a matéria para seu 
esclarecimento.
A segunda perícia destina-se a corrigir eventual inexatidãoou omissão. 
Rege-se por disposições estabelecidas para a primeira.
A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz valorar uma e 
outra, nos termos do art. 438 e parágrafo único.
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Em regra a preferência é pelo perito oficial. A indicação dos peritos será 
de livre escolha pelo juiz, chamado de perito louvado, nomeado pelo juiz por 
serem de sua confiança.
Os nomeados ou ad hoc, o são para a ocasião, na ausência de perito oficial 
na localidade.
Esses peritos prestam compromisso conforme o art. 159 do CPP, §§ 1º e 2º.
Nomeado o perito, as partes terão cinco dias, depois da intimação de des-
pacho de nomeação de perito, a faculdade de indicarem assistentes técnicos e 
apresentarem os quesitos.
As perícias podem ser realizadas em vivos, cadáveres, esqueletos, animais, 
objetos etc. Nos vivos as perícias têm a finalidade de identificação, estimam a 
idade, sexo, grupo racial, diagnóstico de gravidez, parto e puerpério, diagnós-
tico de lesões corporais, conjunção carnal, atos libidinosos diversos de con-
junção carnal, determinação de paternidade e maternidade, comprovação de 
doenças e acidentes de trabalho.
A falsa perícia também está prevista e poderá ser resultado da afirmação de 
uma inverdade, da negação da verdade ou do silêncio sobre a verdade.
Quanto aos honorários, os peritos recebem remuneração justa pelos servi-
ços que prestaram à Justiça e às partes. O perito oficial não os recebe porque é 
funcionário público. O perito louvado apresentará seus honorários ao juiz ou 
em alguns casos até mesmo o próprio juiz poderá arbitrá-los.
Na área cível, o contrato de honorários é sempre feito mediante o juiz, não 
podendo os peritos fazê-lo diretamente com as partes. Após aceitar o encargo, 
o perito solicitará o arbitramento e o depósito dos honorários provisórios. Os 
honorários definitivos serão depositados por ocasião da entrega do laudo. O 
exame de corpo de delito poderá ser feito todos os dias, a qualquer hora, pois o 
tempo que se vai leva consigo a verdade, pois esta foge com o tempo.
O perito no exercício de sua função deverá evitar conclusões intuitivas e 
precipitadas, falar pouco e em tom sério, manter sigilo, ser livre para agir com 
isenção, não aceitar a intromissão de ninguém, ser honesto e ter vida pessoal 
correta, ter coragem para decidir e ser competente para ser respeitado. Tem 
também o dever de informação, atualização, de vigilância e abstenção de abuso.
Exercício
16. O Código de Processo Penal prevê, em seu art. 162 que, salvo em 
condições nele especificadas, a autópsia será feita pelo menos:
a) Doze horas após o óbito.
b) Dezoito horas após o óbito.
c) Seis horas após o óbito.
d) Vinte e quatro horas após o óbito.
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4. Documentos Médico-Legais
4.1 Apresentação
Esta unidade abordará os documentos médico-legais.
4.2 Síntese
Documentos médico-legais são anotações escritas que têm a finalidade de 
reproduzir uma manifestação do pensamento; são expressões gráficas que re-
presentam um fato a ser avaliado em juízo.
Os documentos de interesse médico-legal são: notificações, atestados, rela-
tórios e pareceres.
Notificações são comunicações compulsórias às autoridades sobre um fato 
profissional por necessidade social ou sanitária.
Atestado médico é afirmação simples e por escrito, ou a constatação formal 
e sucinta de um fato médico e suas consequências.
O Código de Processo Penal no art. 302 prevê o crime de apresentação por 
médico de atestado falso, com pena de detenção de um mês a um ano. Além 
da vedação pelo Código de Ética Médica.
O atestado de óbito é feito somente por médico, sendo vedado, quando não 
tiver sido verificado pessoalmente o corpo.
Também é vedado deixar de atestar o óbito do paciente quando estiver pres-
tando assistência médica.
O crime de atestado falso é próprio do médico, o dentista não responde por 
este crime, mas sim por crime de falsidade ideológica. Se o agente é funcioná-
rio público, a pena é aumentada.
O atestado será feito em formulário próprio, em papel timbrado, com quali-
ficação do médico e interessado, e a finalidade a que se destina. Deve constar, a 
pedido da pessoa interessada. Deverá ser escrito o fato médico, e ao final, local, 
data, assinatura e carimbo do profissional.
Classificação dos atestados quanto à procedência ou finalidade:
Administrativo: quando serve ao interesse do serviço ou servidor público;
Judiciário: quando por solicitação da administração da justiça;
Oficioso: quando interessa a pessoas físicas ou jurídicas de interesse privado.
Exercício
17. Constitui comunicação compulsória feita por médico às autoridades 
competentes, de fato profissional por necessidade social ou sanitária:
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a) Atestado.
b) Notificação.
c) Parecer.
d) Relatório.
5. Laudos e Pareceres
5.1 Apresentação
Esta unidade abordará os laudos e pareceres.
5.2 Síntese
Os documentos médico-legais são as notificações, atestados, relatórios e 
pareceres.
Os relatórios são divididos em laudos e autos. São a mesma coisa, mas o 
autos são laudos ditados ao escrivão.
Relatório é documento redigido pelo perito sobre a perícia médica para 
responder à solicitação de uma autoridade policial ou judiciária frente a um in-
quérito. Tem como principal finalidade esclarecer fato de interesse da justiça.
O relatório é constituído necessariamente das seguintes partes:
•	 Preâmbulo: qualificação das partes.
•	 Transcrição dos quesitos.
•	 Histórico ou comemorativo: registro sucinto dos fatos que motivaram a 
solicitação da perícia.
•	 Descrição (visum et repertum): o perito somente vê e repete o que foi 
encontrado. É a parte mais importante do relatório. Não será adstrita 
somente aquela lesão.
•	 Discussão: é o debate.
•	 Conclusão: é a síntese de tudo que foi analisado, a posição final.
•	 Respostas aos quesitos: os peritos responderão aos quesitos de forma su-
cinta, geralmente é sim e não.
Parecer é a resposta por escrito a uma consulta a um profissional compe-
tente, feita pelas partes para esclarecer questões obscuras de interesse jurídico.
O valor do parecer dependerá do prestígio da pessoa que foi consultada; 
é um instrumento particular, unilateral. É constituído de todas as partes do 
relatório sem a descrição, da seguinte forma: preâmbulo; exposição de motivos; 
discussão; conclusão e resposta aos quesitos.
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Exercício
18. Em matéria de perícias médico-legais, o médico produz documen-
tos que apresentam configuração que varia conforme sua situação e 
finalidade. Nesse sentido, analise:
I – Caso em que uma consulta médico-legal envolve divergências 
importantes quanto à interpretação dos achados de uma perícia, de 
modo a impedir uma orientação correta dos julgadores, estes podem 
solicitar esclarecimentos mais aprofundados tecnicamente de uma 
instituição que tem competência inquestionável, ou de um professor 
cuja autoridade na matéria seja reconhecida.
II – Afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas conse-
quências, podendo ter uso oficioso, administrativo e judiciário, sem 
exigência de compromisso legal, mas sem abrir mão do compromis-
so com a verdade.
III – Narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma pe-
rícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária a um 
ou mais profissionais anteriormente nomeados e compromissados na 
forma da lei, feito, geralmente por dois peritos.
Referidos documentos denominam-se, respectivamente:
a) Parecer médico-legal, atestado médico e relatório médico-legal.
b) Consulta médico-legal, parecer médico-legal e relatório médi-
co-legal.
c) Relatório médico-legal, atestado médico e parecer médico-legal.
d) Parecer médico-legal, relatório médico-legal e consulta médico-
-legal.e) Relatório médico-legal, atestado médico e parecer médico-legal.
Capítulo 6
Tanatologia
1. Conceitos de Morte
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará os conceitos de morte.
1.2 Síntese
Tanatologia é o ramo da Medicina Legal que estuda a morte e suas causas, 
bem como tudo o que está relacionado ao tema.
Morte é a cessação total e permanente das funções vitais pela parada da 
respiração, circulação e funções cerebrais.
Cronotanatologia: estuda os sinais abióticos imediatos e consecutivos que 
dará a cronologia da morte.
O momento da morte é a cessação dos fenômenos vitais.
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Alguns autores consideram que nesta evolução para a morte definitiva há 
algumas fases assim consideradas:
•	 Morte aparente – suspensão aparente de algumas funções vitais.
•	 Morte relativa – é a abolição efetiva e duradoura de algumas funções 
vitais, sendo possível a reversão total ou parcial de alguma delas.
•	 Morte intermediária – é a suspensão de algumas atividades vitais, não 
sendo possível recuperá-las.
•	 Morte absoluta – é a suspensão total e definitiva de todas as atividades 
vitais.
Funções da necrópsia: fornecer o atestado de óbito que será registrado e 
fornecer elementos para elaboração do laudo.
Necrópsia branca: os peritos não conseguem especificar a causa mortis.
Outras situações:
•	 Uma pessoa recebe uma lesão potencialmente fatal e sobrevive a ela. A 
isto chamamos de sobrevivência.
•	 Hipermortalidade é outro fenômeno muito importante do ponto de 
vista médico-legal, pois a vítima recebe uma agressão leve e morre em 
decorrência disto.
Exercício
19. Um cadáver humano apresenta os seguintes sinais externos: pele an-
serina, retração do escroto e maceração da epiderme. O quadro é 
sugestivo de:
a) Afogamento.
b) Empalamento.
c) Vitriolamento.
d) Envenenamento.
2. Sinais Abióticos
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará os sinais abióticos.
2.2 Síntese
Fenômenos abióticos imediatos: é a negação da vida. O primeiro dos sinais: 
perda da consciência e da sensibilidade. Abolição da mobilidade e tônus mus-
cular. Nidríase que é a mobilização da pupila.
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Uma pessoa é considerada morta quando ela apresenta morte cerebral, isto 
é, cessação da atividade cerebral.
Fenômenos abióticos consecutivos:
•	 Esfriamento do corpo: é possível saber o tempo da morte. O corpo passa 
a ter a temperatura ambiente.
•	 Mancha de hipóstase: o sangue começa a se depositar nas partes decli-
ves, nas partes baixas do cadáver. As manchas mostram a posição que o 
cadáver ficou logo após a morte.
•	 Rigidez cadavérica: é um fenômeno que substitui a flacidez inicial e 
começa a instalar-se pelos músculos menores, até os maiores.
•	 Desidratação cadavérica: é a diminuição de peso devido à perda de 
água, o que acontece mais ou menos duas horas após a morte.
•	 Exame do conteúdo gástrico: mostra o tempo ocorrido desde a última 
refeição feita e o tempo da morte.
•	 Espasmo cadavérico: é um caso particular de aumento de tônus, de 
instalação instantânea e ainda em vida.
Putrefação é a decomposição orgânica, resultado da participação ativa das 
bactérias.
Período de coloração (cromático) – tem início de 18 a 24 horas após o óbito 
e tem duração de 7 a 12 dias. Todos os cadáveres ficarão negros alguns dias 
após a morte, em razão da mancha verde que surge na região abdominal que 
começa bem clara e vai escurecendo.
Exercício
20. Para se constatar a certeza da morte, urge a observação de fenôme-
nos que surgem no corpo humano representados por físicas, quími-
cas ou estruturais de origem natural ou artificial. Assim, considere as 
proposições abaixo e indique a alternativa que contém o julgamento 
devido sobre ela:
I – Perda da consciência e cessação da respiração são considerados 
fenômenos abióticos consecutivos.
II – Rigidez e espasmo cadavérico são considerados fenômenos abió-
ticos imediatos.
III – Autólise e putrefação são fenômenos transformativos e des-
trutivos.
a) Apenas a alternativa I está correta.
b) Apenas a proposição II está correta.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) Apenas a proposição III está correta.
e) Todas as proposições estão incorretas.
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3. Fenômenos Transformadores
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará os fenômenos transformadores.
3.2 Síntese
São fenômenos transformadores:
•	 Putrefação: que é a decomposição orgânica por bactérias e pela fauna 
macroscópica, cujas enzimas produzem a desintegração do material 
orgânico.
Períodos da putrefação:
Período de coloração (período cromático, de coloração e das manchas): 
tem início de 18 a 24 horas após o óbito, com uma duração aproximada de 7 a 
12 dias. Começa com o aparecimento de uma mancha esverdeada na pele da 
fossa ilíaca direita, a chamada mancha verde abdominal.
Período gasoso (período enfisematoso ou período deformativo): tem início 
na primeira semana e se estende por um mês, aproximadamente.
A distensão gasosa é mais evidente no abdome e nas regiões moles.
•	 Período coliquativo: redução dos tecidos, o cadáver é reduzido a líqui-
do. Inicia-se no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou 
até dois ou três anos. É o amolecimento e desintegração dos tecidos 
que se transforma em massa pastosa. No final do período coliquativo, a 
putrefação termina e surge o esqueleto ósseo.
O estudo da entomologia é importante para determinar a fase da crono-
togtase.
Fenômenos conservadores:
•	 Saponificação ou adipocera: o cadáver vira um sabão. Acontece em ter-
renos líquidos e presença de grande tecido adiposo.
•	 Mumificação: conservação do cadáver que pode ser natural ou artificial.
Dentro do útero acontecem dois fenômenos quando ocorre a morte do feto: 
maceração e calcificação.
Técnica da necrópsia: o crânio é seccionado com serra e separado o encé-
falo para examinar possíveis lesões cerebrais. Visa esclarecer a ocorrência de 
crimes, acidentes de trabalho, entre outros, visando descobrir qualquer trau-
matismo disfarçado.
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Exercício
21. A autópsia de um homem de 50 anos de idade mostrou ao exame 
interno o seguinte: “conteúdo gástrico (estomacal) constituído por 
moderada quantidade de alimentos plenamente reconhecíveis em 
seus diversos tipos específicos.” Pode-se afirmar que a última refeição 
antecedeu a morte em:
a) Uma a duas horas.
b) Quatro a sete horas.
c) Sete a doze horas.
d) Três a sete horas.
Capítulo 7
Relações da Medicina Legal 
com o Direito Civil
1. Personalidade Jurídica
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará a personalidade jurídica.
1.2 Síntese
A Medicina Legal agrupa conhecimentos multidisciplinares, sendo ao mes-
mo tempo uma disciplina própria e uma especialidade médica. Por outro lado 
o Direito Civil regula as relações entre pessoas por meio de suas normas e 
para que elas sejam cumpridas; em muitas situações se faz necessário buscar a 
verdade com provas periciais das mais diversas formas. A perícia será feita por 
perito louvado.
É errôneo associar a Medicina Legal à morte. A Medicina Legal ocupa-se 
do indivíduo desde muito antes do nascimento com vida, isto é, na fecundação, 
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depois quando é apenas um ovo e seu estudo estendem-se muitos anos após a 
morte, nos casos de exumação.
A Medicina Legal é de grande valia ao Direito Civil na avaliação de capa-
cidade mental, nas provas de vínculo genético, na prova pericial de conjunção 
carnal, verificação de causas para possível anulação de casamento, psicologia 
da testemunha e perícias, entre outros.
Toda pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade para que 
possa exercer direitos e contrair obrigações. Para que a pessoa tenha personali-
dade jurídica énecessário nascer com vida e aqui a Medicina Legal vem afir-
mar ou negar isto através de alguns exames importantes. Um exame muito 
importante é a Docimásia Hidrostática Pulmonar de Galeno, que permite de-
terminar se o pulmão respirou ou não e, portanto, se houve ou não nascimen-
to com vida. Essa prova é feita colocando-se os pulmões na água para ver se 
flutuam ou não. Se os pulmões flutuarem conclui-se que respirou e, portanto, 
nasceu com vida.
A Medicina Legal auxilia o direito na estimativa de idade, mais especi-
ficamente na antropologia que vai estimar a idade do indivíduo baseada, 
entre outras coisas, na calcificação dos dentes e radiografias de mão e pu-
nho. Existem situações em que a lei prevê certas restrições ou anulação da 
capacidade civil, ou seja, são os casos de incapacidade relativa e absoluta. A 
Medicina Legal poderá também ser chamada para avaliar a situação psico-
lógica da pessoa que quer fazer um testamento e até mesmo da capacidade 
de testemunhar.
A incapacidade não torna nula a titularidade dos direitos, mas os absoluta-
mente incapazes têm de ser representados e os relativamente incapazes assisti-
dos para os atos da vida civil.
Se a deficiência mental for grave ou profunda a incapacidade será absoluta, 
e no caso de lesão leve, deve ser relativa.
Exercício
22. A desagregação do pensamento e a concatenação de impulsos e ges-
tos de um tipo delituoso caracterizam a(s):
a) Mania e síndrome maníaca.
b) Melancolia e síndrome depressiva.
c) Esquizofrenia.
d) Psicoses senis e pré-senis.
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2. Casamento
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará o casamento.
2.2 Síntese
Outro elo muito forte que a Medicina Legal tem com o Direito refere-se 
ao casamento, que tem muita importância para a manutenção da paz social. 
Em nossa sociedade o casamento é um contrato entre duas pessoas de sexos 
diferentes, que se unem pela comunhão da vida física, afetiva, moral e material, 
assumindo deveres e obrigações.
Para a Medicina Legal o que interessa, basicamente, são as condições de 
natureza médica que possam influir no impedimento da realização do casa-
mento, ou a sua dissolução, anulação ou nulidade. No Código Civil, art. 1.556 
há uma lista de deveres dos cônjuges.
Os casos de nulidade estão previstos no art. 1.548 e os casos de anulação 
estão previstos no art. 1.550, ambos do Código Civil. Na nulidade o vínculo 
do casamento se extingue como se ele nunca tivesse existido, e na anulação o 
vínculo deixa de existir a partir de sua decretação.
A perícia da conjunção carnal pode ser feita através do hímen, para saber se 
houve ou não a conjunção carnal.
Os arts. 1.521 e 1.522 do CC disciplinam a matéria dos impedimentos. 
Os de ordem médico-legal são os casos que se caracterizam pela chamada da 
perícia médica que intervém nas situações de interesse prático. Nesses casos a 
perícia se refere à consanguinidade.
Exercício
23. Hímen verdadeiramente complacente é aquele que:
a) Não se contrai durante a penetração do pênis.
b) Refaz-se espontaneamente após a conjunção carnal.
c) Não se rompe mesmo durante o parto normal.
d) Não se rompe durante a conjunção carnal.
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3. Impotências
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará as impotências.
3.2 Síntese
Quanto à dissolução da sociedade conjugal, o novo casamento só é permi-
tido se a pessoa for viúva, divorciada ou tenha seu primeiro casamento nulo 
ou anulado. Para fins periciais os eventos mais comuns de defeitos físicos irre-
mediáveis que servem à anulação do casamento dizem respeito à impotência 
coeundi, ou seja, incapacidade para a cópula. O critério usado para a classifica-
ção das impotências sexuais e suas causas é dicotômico, isto é, deve-se saber se 
está no homem ou na mulher, e se está relacionado ao ato da conjunção carnal, 
propriamente dito, ou à procriação.
Quando o defeito físico compromete a capacidade de conjunção carnal 
será chamada coeundi e de generandi quando a capacidade de procriar for com-
prometida. A impotência coeundi poderá ser causa de anulação de casamento, 
mas a generandi não. A impotência sexual é a incapacidade para a prática da 
conjunção carnal.
A ereção é indispensável para a prática da conjunção carnal. Se sua inexis-
tência for orgânica por causa, tem-se a impotência coeundi funcional. Caberá 
ao perito médico legista constatar a possibilidade ou não de ereção nestes casos 
de anulação de casamento. O chamado débito conjugal exige apenas a cópula, 
que é a penetração do pênis na vagina, com ou sem ejaculação.
Na coitofobia a mulher apresenta conjunto de reflexos de repulsa ao ato 
sexual. Tais reflexos são atribuídos a traumas de infância ou adolescência. Ou-
tra anomalia é o vaginismo, que caracteriza-se pelo excesso de sensibilidade no 
ato sexual.
O erro essencial refere-se principalmente ao que os juristas chamam de 
identidade civil, que é o conjunto de características que tornam uma pessoa 
idêntica a si mesmo e diferente das demais. O conjunto de coincidências tende 
ao infinito e não há nenhuma discrepância. Seria o caso de casamento com o 
irmão gêmeo univitelíneo de uma pessoa. As características da pessoa, como 
sua crença, estado civil ou político, fazem parte da sua identidade social.
Às vezes um defeito de personalidade pode ser manifestado somente após 
o casamento, na vida em comum. Mesmo que não se constitua um desvio 
que possa ser considerado como doença mental, ao perceber que o cônjuge 
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tem tendências sádicas pode ser motivo para anulação de casamento. Esse erro 
essencial deverá tornar insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
As doenças precisam ser verificadas pela perícia anterior ao casamento e 
que sejam crônicas.
Exercício
24. A impotência coeundi:
a) É exclusiva do homem.
b) É exclusiva da mulher.
c) Não é exclusiva de nenhum dos sexos.
d) É a impossibilidade de procriação.
4. Filiação
4.1 Apresentação
Esta unidade abordará a filiação.
4.2 Síntese
Os graus de parentesco podem ser causa de anulação de casamento, por 
isso, muitas vezes, o perito médico legista é chamado para fazer a investigação 
de paternidade, tanto de pessoas mortas ou vivas, conhecidas ou desconheci-
das, por exemplo, em bancos de espermas. O Judiciário solicita esclarecimento 
ao legista sobre a existência, ou não, de vínculo genético. Essas ações poderão 
ser também ajuizadas por alguém que deseja habilitação em inventário de ge-
nitor já falecido, em casos de troca de crianças em berçário ou um menor assis-
tido por sua genitora, que reclama o reconhecimento da paternidade biológica. 
A tarefa de investigação de paternidade é importante, porque se para fins legais 
é grave deixar alguém sem genitor, pior ainda é atribuir injustamente à alguém 
a paternidade.
Ainda quanto ao casamento, os nubentes terão de consentir, ter a capacida-
de de consentir e ainda manifestar a vontade de consentir. Novamente vem a 
Medicina Legal interagir com o Direito Civil. A perícia poderá ser convocada 
para esclarecer se aquele nubente tem a capacidade de consentir. Em caso de 
doenças mentais crônicas ou agudas, psicoses e neuroses, muitas vezes a pessoa 
não tem a capacidade de consentir. Por exemplo, uma pessoa oligofrênica, com 
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retardo mental profundo mesmo que seja maior terá incapacidade de consen-
tir. Não somente contrair núpcias, como consentir outros atos da vida civil, 
como celebrar contratos etc. Do mesmo modo uma pessoa em agonia poderá 
estar privada de sua plena capacidade de gerir sua pessoa e seus bens, e não 
poderá se casar ou até mesmo testar. Ainda nessa mesma linha de raciocínio, 
um surdo-mudo deverá expressar sua vontade de se casar de maneira clara.
Quanto aos aspectos médico-legais da filiação, o Código Civilde 1916 pre-
sumia como filhos, os que nasciam pelo menos 180 dias depois de estabelecida 
a convivência conjugal e também os que nasciam nos 300 dias subsequentes à 
dissolução da sociedade conjugal. Isto, porque 180 dias é o que se considera ju-
ridicamente um feto viável, se bem que com os avanços da medicina, hoje um 
feto de até menos de 180 dias pode ser considerado viável. O prazo de 300 dias 
na lei brasileira oferece certa lacuna para algumas dúvidas quanto à data do 
provável coito que causou a gravidez. O prazo médico é aproximadamente 270 
dias, mas nossa lei dilatou em 30 dias esse prazo para dirimir possíveis enganos. 
Então o Código Civil de 1916 admitia como filhos os nascidos entre 180 dias 
após o início da convivência conjugal e 300 após o término desta, pelos motivos 
que acabamos de explanar. Pois bem, com o advento da reprodução assistida, 
as coisas mudaram bastante e o Código Civil atual contemplou essa realidade.
Presumem-se concebidos na constância do casamento os havidos por fe-
cundação artificial heteróloga, desde que haja autorização do marido. A fecun-
dação heteróloga refere-se a esperma de outros homens, os chamados bancos 
de esperma. A bioética estuda os aspectos morais, jurídicos, filosóficos e religio-
sos dessa situação, tentando abarcar todos os seus aspectos, inclusive ao temido 
casamento entre irmãos. A reprodução assistida poderá também ser feita in 
vitro (na proveta) e in vivo, no útero.
Exercício
25. A interrupção precoce e patológica do desenvolvimento da inteli-
gência caracteriza a:
a) Oligofrenia.
b) Hebefrenia.
c) Esquizofrenia.
d) Paranoia.
Capítulo 8
Relação da Medicina Legal 
com o Direito Penal
1. Atestado de Óbito
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará o atestado de óbito.
1.2 Síntese
A necrópsia tem duas funções: a de fornecer o atestado de óbito que será re-
gistrado e fornecer elementos para elaboração do laudo. O primeiro documen-
to é emitido logo após o término do exame e o laudo somente após o resultado 
dos exames periciais quando necessários.
O atestado de óbito será feito por médico. É vedado ao médico atestar o 
óbito sem verificar o corpo. Este deverá ir pessoalmente verificar o corpo, cer-
tificar-se de que não há possíveis causas externas para aquele óbito e, então, de 
acordo com sua convicção íntima, poderá elaborar o atestado.
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Classificação dos atestados quanto à procedência ou finalidade:
Administrativo: quando serve ao interesse do serviço ou servidor público;
Judiciário: quando por solicitação da administração da justiça e
Oficioso: quando interessa a pessoas físicas ou jurídicas de interesse privado.
Exercício
26. O art. 129 do Código Penal em seu § 1º refere-se à natureza da inca-
pacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias. Nesse senti-
do tal incapacidade se refere:
a) Ao trabalho lucrativo realizado por maior de 18 anos.
b) Não leva em consideração a lucratividade, só importando a 
maioridade.
c) A todas e quaisquer atividades corporais comuns, não tendo sen-
tido de trabalho diário e nem de natureza lucrativa.
d) Do maior de 16 anos ao trabalho diário.
e) Ao trabalho lucrativo diário independente da idade.
2. Quantificação do Dano
2.1 Apresentação
Esta unidade abordará a quantificação do dano.
2.2 Síntese
O nexo causal deve estar sempre presente entre a ação e o dano. Sendo que 
o exame de corpo delito é feito mediante requisição da autoridade policial ou 
judiciária.
O art. 129, III, do Código Penal refere-se aos danos causados pela lesão.
O art. 168 do CPP afirma que em casos de lesões corporais, se o primeiro 
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á à complementação através 
de outro exame, que chamará exame complementar.
Se a lesão for de maior gravidade poderá ser classificada em gravíssima pela 
perda ou inutilização.
O tratamento deverá ser médico, rotineiro, comum. A lesão sofrida para 
que seja considerada grave deve possuir o efeito definitivo.
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O exame necroscópico é uma pequena parte dos exames, pois a maioria é 
feita em pessoas vivas.
Aspectos importantes obtidos quando as provas nos crimes de aborto e estu-
pro, para verificação de conjunção carnal.
O estupro e a violência sexual contra a mulher deixarão vestígios.
O exame pericial deve ser feito com a máxima urgência, pois os atos libidi-
nosos diversos da conjunção carnal são mais fugazes.
Exercício
27. O médico legisla realiza perícias:
a) A pedido das partes.
b) Mediante solicitação através de advogados diretamente ao 
mesmo.
c) Quando requisitadas por autoridade policial ou judiciária.
d) Por requisição do Ministério Público.
3. Ato Libidinoso e Aborto
3.1 Apresentação
Esta unidade abordará o ato libidinoso e o aborto.
3.2 Síntese
A conjunção carnal é a introdução do pênis na vagina, com ou sem ejacu-
lação. Já o coito pode ser qualquer ato libidinoso. Caso a mulher seja portadora 
do hímen complacente, a constatação da gravidez prova que houve a conjun-
ção carnal.
O diagnóstico é necessário para que se promova o aborto legal.
As requisições de diagnóstico de gravidez serão feitas por autoridade judi-
ciária, policiais ou Ministério Público e devem conter todas as informações que 
justifiquem a solicitação do exame.
Quesitos do exame: Se a examinanda estava grávida; e se estiver, de quanto 
tempo.
Anamnese para a Medicina Legal é um questionário, as perguntas que o 
perito faz à examinanda.
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O exame externo inicia-se com tomada de peso, altura, verificação dos ba-
timentos cardíacos do feto.
O perito poderá solicitar exames complementares em caso de dúvida, por 
exemplo, exame de urina, fezes, entre outros.
A curetagem é o método de abortamento empregado por dois terços das 
mulheres, e os métodos químicos são utilizados em segundo lugar, ocasio-
nando muitas vezes a morte da mulher. Marca de pinça no útero não jus-
tifica o dolo da ação, pois pode ter sido essencial o uso em razão do aborto 
necessário.
Para realizar o aborto, por se tratar de estupro, é necessário o consenti-
mento legal da gestante; se incapaz, precisará de consentimento de represen-
tante legal.
A Docimásia Hidrostática Pulmonar de Galeno permite determinar se o 
pulmão respirou ou não e, portanto, se houve ou não nascimento com vida. 
Essa prova é feita colocando-se os pulmões na água para ver se flutuam ou 
não. Se os pulmões flutuarem conclui-se que respirou e, portanto, nasceu 
com vida.
Existem situações em que a lei prevê certas restrições ou anulação da ca-
pacidade civil, ou seja, são os casos de incapacidade relativa e absoluta. A 
Medicina Legal poderá também ser chamada para avaliar a situação psicoló-
gica da pessoa que quer fazer um testamento e até mesmo da capacidade de 
testemunhar.
Exercício
28. Por meio da Docimásia Hidrostática Pulmonar de Galeno, o médico 
legista:
a) Verifica o grau de alcoolemia do indivíduo.
b) Estima o tempo decorrido entre o óbito e o momento do exame 
do cadáver da vítima.
c) Comprova o nascimento com vida.
d) Comprova a conjunção carnal recente.
Capítulo 9
Sexologia Forense
1. Crimes contra a Liberdade Sexual – I
1.1 Apresentação
Esta unidade abordará os crimes contra a liberdade sexual.
1.2 Síntese
A Lei nº 11.106/2005 trouxe mudanças importantes para o Código Penal 
e revogou alguns artigos. Atualmente, o estupro se concretiza quando a vítima 
é menor de 14 anos, pois presume-se a violência em razão da incapacidade de 
consentir, considerada vulnerável.
Conceito de conjunção carnal é a penetração total ou parcial do pênis na 
vagina. É necessário que o pênis ultrapasse o hímen, mas não é necessário que 
tenha ejaculação.
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Na perícia de conjunção carnal é preciso

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