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Curso de Direito Eleitoral

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Direito Eleitoral
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Direito Eleitoral 2ª edição / Obra organizada pelo Ins-
tituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-039-9
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Introdução, 7
1. Como Estudar Direito Eleitoral, 7
Capítulo 2 – Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira, 9
1. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte I, 9
2. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte II, 11
3. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte III, 12
4. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte IV, 13
5. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte V, 13
6. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VI, 14
7. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VII, 16
8. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VIII, 17
Capítulo 3 – Introdução ao Alistamento Eleitoral, Transferência, 
Segunda Via e Cancelamento da Inscrição, 19
1. Introdução ao Alistamento Eleitoral, 19
2. Habilitação ao Voto – Parte I, 20
3. Habilitação ao Voto – Parte II, 21
4. Habilitação ao Voto – Parte III, 22
5. Habilitação ao Voto – Parte IV, 23
6. Habilitação ao Voto – Parte V, 24
7. Habilitação ao Voto – Parte VI, 25
8. Habilitação ao Voto – Parte VII, 26
9. Habilitação ao Voto – Parte VIII, 27
10. Habilitação ao Voto – Parte IX, 28
11. Habilitação ao Voto – Parte X, 29
12. Transferência – Parte I, 30
13. Transferência – Parte II, 31
14. Segunda Via, 32
15. Cancelamento de Inscrição – Parte I, 33
16. Cancelamento de Inscrição – Parte II, 33
17. Cancelamento de Inscrição – Parte III, 34
18. Cancelamento de Inscrição – Parte IV, 35
Capítulo 4 – Condições de Elegibilidade e Inelegibilidade, 36
1. Introdução e Condições, 36
2. Condições de Elegibilidade – Parte I, 37
3. Condições de Elegibilidade – Parte II, 38
4. Condições de Elegibilidade – Parte III, 39
5. Inelegibilidades Constitucionais – Parte I, 40
6. Inelegibilidades Constitucionais – Parte II, 40
7. Inelegibilidades Constitucionais – Parte III, 41
8. Inelegibilidades Constitucionais – Parte IV, 42
9. Inelegibilidades Constitucionais – Parte V, 43
10. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VI, 44
11. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VII, 45
12. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VIII, 45
13. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte I, 46
14. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte II, 47
15. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte III, 48
Capítulo 5 – Registro de Candidatura, 49
1. Introdução – Parte I, 49
2. Introdução – Parte II, 50
3. Introdução – Parte III, 51
4. Procedimentos – Parte I, 52
5. Procedimentos – Parte II, 53
6. Procedimentos – Parte III, 54
7. Procedimentos – Parte IV, 54
8. Procedimentos – Parte V, 55
9. Procedimentos – Parte VI, 56
10. Procedimentos – Parte VII, 57
Capítulo 6 – Propaganda Política, 58
1. Introdução, 58
2. Propaganda Eleitoral – Parte I, 59
3. Propaganda Eleitoral – Parte II, 59
4. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte I, 61
5. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte II, 62
6. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte III, 63
7. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte IV, 64
Capítulo 7 – Das Ações e Representações Eleitorais, 66
1. Introdução – Parte I, 66
2. Introdução – Parte II, 67
3. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte I, 68
4. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte II, 69
5. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte III, 70
Capítulo 8 – Processo Penal Eleitoral, 72
1. Processo Penal Eleitoral – Parte I, 72
2. Processo Penal Eleitoral – Parte II, 74
Capítulo 9 – Crimes Eleitorais, 76
1. Crimes Eleitorais – Parte I, 76
2. Crimes Eleitorais – Parte II, 78
3. Crimes Eleitorais – Parte III, 79
4. Crimes Eleitorais – Parte IV, 81
5. Crimes Eleitorais – Parte V, 83
Capítulo 10 – Partidos Políticos, 86
1. Partidos Políticos – Parte I, 86
2. Partidos Políticos – Parte II, 88
3. Partidos Políticos – Parte III, 90
4. Partidos Políticos – Parte IV, 92
5. Partidos Políticos – Parte V, 93
6. Partidos Políticos – Parte VI, 95
7. Partidos Políticos – Parte VII, 97
Capítulo 11 – Das Eleições, 99
1. Das Eleições – Parte I, 99
2. Das Eleições – Parte II, 102
Capítulo 12 – Ministério Público Eleitoral, 105
1. Ministério Público Eleitoral, 105
Capítulo 13 – Abuso do Poder Econômico, 108
1. Abuso do Poder Econômico – Parte I, 108
2. Abuso do Poder Econômico – Parte II, 111
3. Abuso do Poder Econômico – Parte III, 112
4. Abuso do Poder Econômico – Parte IV, 115
Capítulo 14 – Das Condutas Vedadas, 117
1. Condutas Vedadas – Parte I, 117
2. Condutas Vedadas – Parte II, 119
Gabarito, 121
Capítulo 1
Introdução
1. Como Estudar Direito Eleitoral
1.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta a legislação eleitoral, di-
vulgando as principais leis que regulam a matéria, além do próprio 
Código Eleitoral.
1.2 Síntese
A Lei nº 4.737/1965 define o Código Eleitoral; é onde estão as principais 
regras sobre a matéria eleitoral. Datado de 1965, o Código Eleitoral foi editado 
sob a égide da Constituição de 1949.
São leis pertinentes ao estudo do direito eleitoral:
– Lei nº 9.504/1997 é a Lei das Eleições;
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– Lei nº 9.096/1995 é a Lei que trata dos Partidos Políticos;
– Lei Complementar nº 64/1990 é a Lei das Inelegibilidades, que sofreu 
alterações pela Lei Complementar nº 135/2010;
– além das Resoluções do TSE.
As dificuldades que poderão surgir são em razão do Código Eleitoral ser de 
1965 e as leis posteriores trazerem regras divergentes das contidas no referido 
diploma.
O Código Eleitoral que originalmente é uma Lei Ordinária, com a vigência 
da Constituição Federal de 1988, em parte tornou-se uma Lei Complemen-
tar, ou seja, alguns artigos foram recepcionados como Lei Complementar. Os 
artigos que receberam esse tratamento tratam da organização, competência e 
atribuições da Justiça Eleitoral, na forma do art. 121 da CF/1988.
O Código Eleitoral contém dispositivos revogados, seja por incompatibi-
lidade com o sistema constitucional vigente, seja por incompatibilidade com 
outras normas posteriores de mesmo status. Apresenta dispositivos com status 
de Lei Ordinária e dispositivos com status de Lei Complementar.
Site do TSE: Código Eleitoral.
Autor recomendado Adriano Soares da Costa/Djalma Pinto/Pedro Lenza/
Roberto Almeida.
Informativos do TSE, receber os informativos.
Capítulo 2
Estrutura da Justiça Eleitoral 
Brasileira
1. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta os órgãos que compõem a 
Justiça Eleitoral e inicia a análise do Tribunal Superior Eleitoral.
1.2 Síntese
Segundo a Constituição Federal de 1988, o direito eleitoral está distribuído 
em quatro órgãos diferentes. São eles: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal 
Regional Eleitoral, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.
Os órgãos da justiça eleitoral estão disciplinados no art. 118 da Constitui-
ção Federal de 1988. São eles: o Tribunal Superior Eleitoral,os Tribunais Re-
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gionais Eleitorais que são tribunais de segunda instância; e os Juízes Eleitorais 
e as Juntas Eleitorais, que compõem a primeira instância da Justiça Eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral tem sede na Capital Federal Brasília e possui 
jurisdição em todo o território nacional. É composto de no mínimo sete juízes. 
Estes sete membros serão magistrados e advogados, os quais permanecerão no 
cargo por um período de tempo determinado. O exercício do mandato tem pra-
zo determinado em função do caráter de transitoriedade na ocupação do cargo 
de juiz eleitoral. O TSE é composto de três ministros do STF; dois ministros 
do STJ e dois advogados.
A Constituição determina que haja no mínimo sete juízes. Entretanto, exis-
tem duas correntes que discutem sobre a majoração desse número.
A primeira diz que para aumentar o número de membros do TSE seria 
necessária uma Emenda Constitucional, art. 119 da CF/1988.
Já a segunda corrente acredita que para aumentar o número de juízes 
do TSE bastaria a edição de Lei Complementar, conforme art. 121 da 
CF/1988. Esta é a posição adotada pelo professor, com o argumento de que 
não estaria mudando a composição definida pelo art. 118, apenas aumen-
tando o número de componentes, o que seria plenamente possível mediante 
Lei Complementar.
Vista a composição de sete membros, é importante ressaltar que os mi-
nistros do STF e do STJ não deixam os seus respectivos cargos para atuarem 
no TSE, o exercício da função é concomitante, ou seja, se o ministro é do 
STF, ele irá atuar no STF e no TSE, caso seja ministro do STJ, irá atuar 
tanto no STJ quanto no TSE. Já os dois advogados, durante o período em 
que ocuparem o cargo de juiz do TSE, poderão advogar em outras áreas que 
não na eleitoral.
Por outro lado, não poderão ser membros do TSE os presidentes, vice-pre-
sidentes e os corregedores do STF e do STJ; estes estão impedidos de compor 
o quadro de juízes do TSE.
A escolha dos ministros do STF e dos ministros do STJ para comporem 
os quadros do TSE ocorre por meio de eleição secreta entre seus membros. 
O STF em sessão promove eleição com voto secreto entre seus ministros e 
os três mais votados são indicados para assumirem o cargo de juiz do TSE. A 
mesma formalidade ocorre para a escolha dos ministros do STJ que, em ses-
são, promovem votação secreta e os dois membros mais votados são indicados 
ao cargo de juiz do TSE.
Já os dois advogados que comporão o quadro de juízes do TSE deverão 
ter notável saber jurídico e idoneidade moral. Serão escolhidos dentre seis 
indicados pelo STF e o Presidente da República é quem nomeará os dois 
escolhidos.
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2. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor prossegue na análise da composição 
do quadro de juízes do Tribunal Superior Eleitoral, além de explicar o 
processo de escolha dos advogados que comporão o quadro de membros e 
aborda o tempo da judicatura no referido Tribunal.
2.2 Síntese
Tratando ainda da composição do TSE, conforme visto anteriormente, os 
advogados que farão parte do TSE serão indicados pelo STF e escolhidos pelo 
Presidente da República.
Além de idoneidade moral e notório saber jurídico, ainda são requisitos: 
possuir mais de dez anos de exercício da profissão e estar no exercício da ad-
vocacia no momento da indicação.
O TSE utiliza-se de Resoluções para regular matéria eleitoral e na elabo-
ração dos requisitos para o ingresso de advogados em seu quadro de membros 
usou como parâmetro o art. 94 da CF/1988.
O STF irá elaborar a lista com seis indicados. O TSE por sua vez irá publi-
car a lista para dar publicidade ao ato e propiciar a possibilidade de impugnação 
dos candidatos se for o caso, para só então encaminhar a lista com os nomes 
dos indicados para o Presidente da República, que escolherá dois para nomear.
O art. 121, § 2º da CF/1988 determina o tempo de judicatura eleitoral, 
conforme dispõe: “os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, 
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios conse-
cutivos, (...)”, ou seja, o exercício no cargo será de no mínimo dois anos e no 
máximo quatro anos.
Existe uma excepcionalidade: o TSE entende que o juiz eleitoral de pri-
meira instância pode ultrapassar o limite de dois biênios consecutivos; esta ex-
ceção ocorre em comarcas pequenas onde há juiz de vara única, situação em 
que o juiz estadual cumula a função de juiz eleitoral.
Entende-se por biênio o período de dois anos no exercício do cargo. A 
Constituição autoriza apenas dois biênios consecutivos, entretanto, se houver 
intervalo entre os biênios, e este intervalo for inferior a dois anos, será conside-
rada a consecutividade entre o primeiro e o segundo biênios.
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3. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor apresenta as características e competências 
dos juízes eleitorais.
3.2 Síntese
No capítulo anterior, foi estabelecido não haver a vitaliciedade na justiça 
eleitoral, mas sim a periodicidade no exercício da função de juiz eleitoral. Há 
uma constante renovação dos juízes eleitorais.
Na justiça eleitoral, para cada juiz eleitoral efetivo, haverá um juiz eleitoral 
substituto, conforme expressa a segunda parte do § 2º do art. 121 da CF/1988: 
“sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, 
em número igual para cada categoria.” Isto significa dizer que a Constituição 
criou duas categorias de juízes eleitorais: juiz eleitoral efetivo e juiz eleitoral 
substituto, escolhidos pelo mesmo processo e em igual número.
O juiz efetivo atua, enquanto o substituto permanece em stand by; via de 
regra, o juiz substituto não se torna efetivo, apenas substituirá o efetivo se hou-
ver necessidade. A substituição é temporária; por exemplo: em caso de férias do 
juiz efetivo, ou em caso de licença, etc.
As competências estão disciplinadas no art. 121, § 3º da CF/1988 e arts. 22 
e 23 do Código Eleitoral.
Art. 121, § 3º da CF/1988: “São irrecorríveis as decisões do Tribunal Supe-
rior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de 
“habeas corpus” ou mandado de segurança.”
Já o § 4º do mesmo artigo cita as hipóteses em que caberá recurso das de-
cisões dos Tribunais Regionais Eleitorais. São elas: I – forem proferidas contra 
disposição expressa desta Constituição ou de lei; II – ocorrer divergência na 
interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III – versarem sobre 
inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; 
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais 
ou estaduais; V – denegarem “habeas corpus”, mandado de segurança, “habeas 
data” ou mandado de injunção.
O TSE tem competência para julgar matéria eleitoral, entretanto, tem 
competência para julgar crimes eleitorais? Ou tem competência para processar 
e julgar o Presidente da República? A resposta para estas perguntas você encon-
trará no próximo capítulo.
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4. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte IV
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor encerra a análise do Superior Tribunal 
Eleitoral e inicia a temática dos recursos perante a justiça eleitoral.
4.2 Síntese
Seguindo na análise da competência para processamento e julgamento do 
TSE, questiona-se a competência desta Corte para processar e julgar o Presi-
dente da República nos crimes eleitorais. A resposta para tal questão está nos 
arts. 85 e 86 da CF/1988, que trazem as hipóteses de responsabilização do 
Presidente da República e a competência para processar e julgar no caso de 
cometimentode crimes de responsabilidade e de crimes comuns.
Os crimes eleitorais cometidos pelo Presidente da República, por sua vez 
estão inseridos nos crimes comuns, assim sendo, o TSE não possui competên-
cia para processar e julgar o Presidente da República. Em hipótese de cometer 
crime comum, será processado e julgado pelo STF. Enquanto que no caso de 
cometimento de crime de responsabilidade será processado e julgado pelo 
Senado Federal.
As decisões do TRE e do TSE em regra são irrecorríveis; em regra, porque 
excepcionalmente poderão ser interpostos o Recurso Extraordinário (art. 102, 
III da CF/1988) e o Recurso Especial (art. 105, III da CF/1988).
Será admitido recurso das decisões proferidas pelo TRE, quando a decisão 
violar a Constituição Federal; ocorrendo esta violação, o recurso será interpos-
to perante o TSE. E se a decisão do TSE mantiver a decisão do TRE, ou seja, 
mantiver a afronta à Constituição da República, aí sim, neste caso, caberá 
recurso perante o STF (art. 121, §§ 3º e 4º da CF/1988).
5. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte V
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor apresenta a composição do Tribunal Re-
gional Eleitoral e explica como se dá a escolha dos membros deste Tribunal.
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5.2 Síntese
Prosseguindo na análise do TSE e do TRE, é importante frisar que entre os 
membros (juízes) destes tribunais não pode haver parentesco por afinidade ou 
por consanguinidade até o quarto grau e nem com o cônjuge.
Haverá um TRE em cada Estado da Federação e um no Distrito Federal. 
Sua composição está disciplinada no art. 120 da CF/1988. Todos os TRE serão 
compostos por sete juízes, sendo: dois desembargadores do Tribunal de Justi-
ça do Estado; dois juízes de direito estaduais; um juiz do Tribunal Regional 
Federal ou juiz federal e dois advogados. Esse número de sete membros do 
TRE poderá ser majorado, se for combinado o art. 93 da CF/1988 com o art. 
96 também da Constituição Federal.
A escolha dos dois desembargadores e dos dois juízes de direito estaduais e 
seus respectivos substitutos será feita mediante eleição no Tribunal de Justiça 
do Estado, por meio de voto secreto. Serão eleitos dois desembargadores efeti-
vos e dois desembargadores substitutos e dois juízes de direito estaduais efetivos 
e dois substitutos.
A nomeação do juiz do TRF ou do juiz federal para compor os quadros 
da magistratura do TRE é feita mediante a escolha do TRF respectivo àquele 
Estado da Federação. Relembrando que são cinco os TRF no país e eles se 
dividem em regiões; cada região irá abarcar os Estados de sua competência, 
contemplando assim os vinte e sete Estados da Federação.
Nos Estados em que o TRF tiver sua sede, quem irá compor a magistratura 
do TRE será o juiz do TRF escolhido pelo próprio TRF. Nos Estados em que 
não há sede do TRF, quem comporá os quadros do TRE será o juiz federal 
daquele Estado indicado pelo TRF responsável por aquela região.
6. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VI
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor prossegue na análise do Tribunal Re-
gional Eleitoral, abordando em especial a composição do Tribunal e o 
processo de escolha de seus membros.
6.2 Síntese
A escolha dos advogados para a composição da magistratura do TRE se as-
semelha à escolha do TSE no que tange à idoneidade moral e ao notável saber 
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jurídico. A diferença está na indicação: para compor o TRE, a indicação dos 
seis nomes é feita pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado, já a nomeação 
dos dois escolhidos é feita pelo Presidente da República.
O procedimento para nomeação é idêntico ao procedimento realizado 
para o TSE. O TRE envia a lista com o nome dos seis indicados, aguarda pela 
eventual impugnação dos candidatos e não ocorrendo esta ou sendo improce-
dente, encaminha a lista para o Presidente da República que, por sua vez, fará 
a nomeação dos dois escolhidos.
Diferente da Constituição Federal, o Código Eleitoral em seu art. 25, 
§ 1º fala em lista tríplice. Esta lista é a lista que compõe o nome dos advo-
gados indicados, a cada um escolhido são três os indicados, por isso, o nome 
de lista tríplice.
Importante o estudo dos arts. 29 e 30 do Código Eleitoral sem prejuízo do 
art. 121 da CF/1988. Os dispositivos do Código Eleitoral trarão as competên-
cias jurisdicionais e administrativas do Tribunal Regional Eleitoral.
As funções e atribuições dos juízes eleitorais estão disciplinadas nos arts. 32 
a 35 do Código Eleitoral.
Os juízes eleitorais são juízes estaduais de primeira instância, também 
denominados de juízes de direito. Os juízes estaduais de primeira instância 
serão juízes estaduais de primeira instância, enquanto os juízes estaduais de 
segunda instância serão juízes eleitorais de segunda instância. O exercício da 
função de juiz eleitoral é de dois anos, prorrogável por igual período, entretan-
to, normalmente, não há a prorrogação, em razão do grande número de juízes 
estaduais, promovendo assim um rodízio, para que todos os juízes possam 
exercer a judicatura eleitoral.
Não é qualquer juiz que será juiz eleitoral. Serão juízes eleitorais aqueles 
que gozem das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade 
de subsídios, garantias estas que os permitam exercer sua função sem qualquer 
tipo de pressão e promover assim um julgamento imparcial. Para fazer parte 
dos quadros da Justiça Eleitoral, na Justiça Estadual, ele tem que gozar destas 
três garantias.
Apesar de o juiz possuir as três garantias da magistratura estadual, no exer-
cício da magistratura eleitoral, ele terá tão somente a garantia da inamovibili-
dade, isto porque, por se tratar de cargo por período de dois anos, prorrogável 
por igual período não há que se falar em vitaliciedade. Ainda, não há a garantia 
de irredutibilidade de subsídios, porque o juiz recebe parcela única fixada em 
lei na justiça estadual, para o exercício da magistratura; quando no exercício 
da magistratura eleitoral, irá receber uma gratificação para exercer a função 
eleitoral. Após deixar a função de juiz eleitoral, aquela gratificação cessa, ou 
seja, não se incorpora à parcela única fixada em lei; o magistrado continuará a 
receber o seu salário de juiz estadual.
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O TSE admite que juízes que não possuam as três garantias na justiça es-
tadual possam fazer parte da justiça eleitoral excepcionalmente. Lembrando 
ainda que o Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente no sentido de 
que os juízes que já são vitalícios tenham direito à inamovibilidade.
7. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VII
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta a competência dos juízes 
eleitorais e das juntas eleitorais e dá especial atenção para o ato da 
diplomação.
7.2 Síntese
A zona eleitoral é a área de competência do juiz eleitoral e é criada pelo 
TRE, mediante a aprovação do TSE. Enquanto o cartório é a parte física, o 
prédio onde está o juiz, os serventuários, etc.
O art. 35 do Código Eleitoral traz as competências dos juízes eleitorais. 
Dentre elas: expedir justificativa que isente o eleitor de pagamento de multa; 
dividir a zona eleitoral em sessões; julgamento de habeas corpus; designação 
dos locais onde funcionarão as sessões eleitorais; nomear os membros das me-
sas receptoras de votos; decidir questões de matéria eleitoral, como impugna-
ções e representações durante o pleito, entre outras.
As juntas eleitorais estão reguladas nos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral. As 
juntas são órgãos colegiados da justiça eleitoral, cuja competência primordial 
é a contagem e apuração de votos. Antigamente, quando as apurações eram 
feitas de forma manual, as juntas eleitorais possuíam um prestígio enorme; o 
Código Eleitoral previao prazo de dez dias para promover a apuração dos votos 
de forma manual. Com a informatização do processo de votação, pela urna 
eletrônica, esvaziou-se o prestígio da junta eleitoral, tornando o processo mais 
rápido e seguro.
Além da contagem e apuração dos votos, outra competência das juntas elei-
torais é resolver incidentes que ocorram durante esses trabalhos.
É também competência das juntas eleitorais a diplomação dos candidatos 
eleitos em nível municipal. Especial atenção à diplomação. A diplomação é ato 
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importante no que tange a imunidades, no que tange à ação de impugnação 
de mandado eletivo, é ainda condição para que o eleito possa tomar posse do 
cargo, bem como em hipótese de recurso contra a diplomação, prevista no art. 
262 do Código Eleitoral.
A diplomação não tem data especificada no Código; é a justiça eleitoral 
quem fixa a data.
8. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VIII
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor faz uma análise pormenorizada das 
juntas eleitorais.
8.2 Síntese
Prosseguindo na análise das juntas eleitorais, é preciso entender que as jun-
tas são órgãos transitórios, que não têm natureza permanente; elas são criadas e 
dissolvidas em épocas de eleição.
Retomando na importância do ato da diplomação, vejamos os órgãos com-
petentes para a diplomação nas três esferas.
O TSE é o órgão competente para diplomar o Presidente da República e 
Vice-Presidente.
Já o TRE é o responsável pela diplomação, na esfera federal dos Deputados 
Federais e Senadores Federais e vices e na esfera estadual dos Deputados Esta-
duais e Governador e vices.
Por último, as juntas eleitorais são competentes para a diplomação do Pre-
feito, Vice-Prefeito e Vereadores.
A instalação da sede da junta eleitoral será definida pelo Presidente do TRE, 
após a aprovação pelo Tribunal. Será também competência do Presidente do 
TRE a nomeação dos membros das juntas após a aprovação pelo Tribunal.
Poderão ser criadas quantas juntas forem os juízes de direito na circuns-
crição, isto porque o presidente da junta será um juiz de direito. Não se exige 
necessariamente que seja um juiz eleitoral, pode ser um juiz de direito da co-
marca. Entretanto, na existência de várias juntas eleitorais naquela circuns-
crição, a junta responsável pela diplomação do prefeito, do vice-prefeito e dos 
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vereadores será a junta que tiver o juiz eleitoral mais antigo no exercício da 
função. Será esta mesma junta que será a responsável pela totalização dos votos 
daquela circunscrição eleitoral.
Na esfera estadual, será o TRE o responsável pela totalização dos votos; as 
juntas eleitorais daquele Estado irão reunir seus dados preliminares e enviarão 
ao TRE que irá centralizar essas informações e totalizar os votos, indicando 
o candidato eleito. No âmbito federal, serão os TRE que enviarão seus dados 
preliminares ao TSE que irá totalizar os votos e apresentar o candidato eleito.
Não são todas as pessoas que poderão fazer parte das juntas eleitorais e as 
vedações podem ser encontradas no art. 36, § 3º do Código Eleitoral e no art. 
64 da Lei nº 9.504/1997 – Lei das Eleições.
A primeira vedação está descrita no inciso I do § 3º do art. 36 do Código 
Eleitoral e impede de fazer parte de junta eleitoral pessoas que tenham paren-
tesco por afinidade ou consanguinidade, até o segundo grau, inclusive cônju-
ge, com candidato a cargo eletivo na circunscrição.
Também são impedidas de fazer parte da junta eleitoral pessoas que de-
sempenhem cargo de confiança no executivo, autoridades policiais e agentes 
policiais (inciso III); membros de diretórios de partidos políticos com nome re-
gistrado e devidamente publicado (inciso II); além dos serventuários da justiça 
eleitoral (inciso IV).
Já a vedação trazida pelo art. 64 da Lei nº 9.504/1997 diz que duas pessoas 
que tenham qualquer grau de parentesco entre si, ou duas pessoas que traba-
lhem na mesma empresa privada, ou duas pessoas que sejam servidores na 
mesma repartição pública não podem fazer parte da mesma junta e nem da 
mesma turma.
Importante fazer a leitura dos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral.
Capítulo 3
Introdução ao Alistamento 
Eleitoral, Transferência, 
Segunda Via e Cancelamento 
da Inscrição
1. Introdução ao Alistamento Eleitoral
1.1 Apresentação
O autor inicia esta unidade de estudo realizando a distinção entre nacional 
e cidadão, requisito para a análise do alistamento eleitoral, ato este disci-
plinado na Constituição Federal e no Código Eleitoral.
1.2 Síntese
Antes de tudo, necessário é diferenciar nacional de cidadão. Nacional é 
aquela pessoa que tem um vínculo decorrente do local onde nasceu, ou de-
corrente da relação sanguínea ou, então, a pedido passa a ter um vínculo com 
determinado Estado; vínculo este que gera uma série de prerrogativas, uma 
série de obrigações e uma série de direitos. Porém, o fato de ser nacional não 
quer dizer que o indivíduo seja cidadão.
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Para ser considerado cidadão, é necessário que o indivíduo possua direitos 
políticos, que em síntese são: a capacidade eleitoral ativa (votar) e a capacidade 
eleitoral passiva (ser votado). Portanto, nem todo nacional é cidadão. A Consti-
tuição Federal determina quem pode titularizar direitos políticos.
Realizada a distinção, veja que o alistamento eleitoral é o procedimento 
administrativo judicial por meio do qual o alistando ou nacional se qualifica 
e se inscreve perante a justiça eleitoral, a fim de exercer a capacidade eleito-
ral ativa. O conceito de alistamento eleitoral está disciplinado no art. 42 do 
Código Eleitoral.
A Constituição Federal, por sua vez, trata dos Direitos Políticos nos arts. 
14 a 16, e disciplina o alistamento eleitoral e o voto especificamente em seu 
art. 14, § 1º. A Constituição diz que o alistamento eleitoral e o voto poderão 
ser obrigatórios, facultativos ou vedados.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos. 
É facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos, para os maiores de 
70 anos e para os analfabetos.
2. Habilitação ao Voto – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor prossegue na análise do alistamento 
eleitoral, bem como do voto e apresenta as condições para o exercício dos 
direitos políticos.
2.2 Síntese
Prosseguindo na análise do alistamento eleitoral e para o exercício do voto, 
que são direitos políticos estabelecidos pela Constituição Federal.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos. 
É facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos, para os maiores de 
70 anos e para os analfabetos (art. 14, § 1º, CF/1988). Ressalva para esta última 
condição, quando a Constituição diz ser facultativo o alistamento eleitoral e o 
voto para os maiores de 70 anos ela quer dizer para os que possuem 70 anos 
ou mais.
O alistamento eleitoral é pressuposto para o voto, assim sendo, para votar é 
preciso estar alistado.
O voto poderá ser facultado ainda aos presos que ainda não tiveram seus 
direitos políticos suspensos, ou seja, aqueles presos que ainda não foram con-
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denados em definitivo; nesta situação, o juiz eleitoral irá escolher e determinar 
os presídios em que poderão ser instaladas sessões eleitorais para que os presos 
nestas condições possam exercer seus direitos políticos.
A capacidade eleitoral do índio será avaliada pela Funai e pelo Poder Judi-
ciário, que poderão fazer o índio passar à condição de integrado à sociedade. 
O Estatuto do Índio determina que a Funai estabeleça para fins legais quais as 
tribos que já estão integradas ou não à sociedade, a fim de que aqueles índios 
possam exercitar os direitos comoqualquer outra pessoa, bem como cumprir as 
obrigações impostas por lei. Poderá ainda o juiz eleitoral emancipar o índio que 
se entenda integrado e que deseja exercer os direitos e assumir as obrigações 
de cidadão.
O alistamento eleitoral e o voto são vedados aos estrangeiros e aos conscri-
tos (art. 14, § 2º, CF/1988). É preciso ficar atento à vedação aos estrangeiros 
porque existe uma única exceção: a condição do português equiparado, disci-
plinado no art. 12, § 1º da CF/1988, este, sim, poderá exercer os direitos políti-
cos do alistamento e do voto.
3. Habilitação ao Voto – Parte II
3.1 Apresentação
O autor prossegue explicando a temática do alistamento eleitoral e do voto, 
e inicia a análise das causas de perda e suspensão dos direitos políticos.
3.2 Síntese
Continuando na análise do alistamento eleitoral e do voto. O alistamento 
eleitoral e o voto são vedados aos estrangeiros e aos conscritos (art. 14, § 2º, 
CF/1988). Conscrito é aquele indivíduo que está cumprindo o serviço militar 
obrigatório; não confundir o conscrito com o militar pois são figuras distintas. 
O conscrito não necessariamente será o indivíduo que completa 18 anos; há 
algumas hipóteses previstas em lei em que o indivíduo, em razão de estar cur-
sando graduação de nível superior em determinadas áreas do conhecimento, 
poderá exercer essa obrigação após a conclusão do curso superior.
A suspensão e a perda dos direitos políticos conforme consignado na Cons-
tituição Federal podem impedir o alistamento do indivíduo, mas é mais do 
que isto, se trata de um impedimento ao exercício do voto, além de ser uma 
vedação à capacidade eleitoral passiva. Em verdade, a perda ou a suspensão dos 
direitos políticos importa numa restrição aos direitos políticos como um todo.
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Entretanto, caso o indivíduo já esteja alistado e sofra a suspensão de seus 
direitos políticos, a sua inscrição não estará liberada no sistema, segundo a 
Resolução nº 21.538/2003 do TSE. Esta inscrição só é cancelada efetivamente 
após um prazo de 06 anos, sendo possível que o indivíduo volte a ter seus di-
reitos políticos sem que seja necessário promover um novo alistamento; o que 
ele irá fazer é reabilitar aquela inscrição. Em outros casos, o indivíduo será 
impedido de se alistar.
A suspensão e a perda dos direitos políticos é tema divergente entre a lei e a 
doutrina. A Constituição Federal estabelece que ninguém sofrerá cassação de 
seus direitos políticos, o que é possível é a cassação de mandato, conforme art. 
55 da CF/1988, mas é veementemente proibida a cassação de direitos políticos.
A suspensão e a perda dos direitos políticos estão disciplinadas no art. 15 da 
CF/1988 e nos arts. 51 a 53 da Resolução nº 21.538/2003 do TSE.
São cinco as hipóteses de perda e suspensão de direitos políticos. A doutrina 
constitucionalista de José Afonso da Silva, Alexandre de Moraes, André Ramos 
Tavares traz como hipóteses de perda o cancelamento da naturalização por sen-
tença transitada em julgado (art. 15, I, CR); e a recusa de cumprir obrigação 
a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, CF/1988 
(art. 15, IV, CF).
4. Habilitação ao Voto – Parte III
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda as causas de perda e suspensão 
dos direitos políticos pelas diretrizes da Resolução nº 21.538/2003, além 
de apresentar as condições para o alistamento eleitoral do brasileiro nato 
e do brasileiro naturalizado.
4.2 Síntese
No capítulo anterior, foi visto que são cinco as hipóteses de perda e suspen-
são de direitos políticos. Sendo na perspectiva doutrinária hipóteses de perda o 
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I, 
CR); e a recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, 
nos termos do art. 5º, VIII, CF/1988 (art. 15, IV, CF).
A perda dos direitos políticos prevista no inciso IV do art. 15 da CR/88 não 
é atribuída pela doutrina como uma causa de perda de direitos políticos, apesar 
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da lei não determinar por quanto tempo duraria esta perda. No mesmo sentido, 
o art. 53, I da Resolução nº 21.538/2003 do TSE determina que a única situação 
de perda de fato dos direitos políticos é pelo cancelamento da naturalização.
Pelas diretrizes da Resolução nº 21.538/2003 do TSE, as hipóteses de 
suspensão dos direitos políticos são a incapacidade civil absoluta (art. 15, II, 
CF/1988); a condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem 
seus efeitos (art. 15, III, CF/1988); a improbidade administrativa, nos termos 
do art. 37, § 4º (art. 15, V, CF/1988); e, por último, a recusa de cumprir obri-
gação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, CR 
(art. 15, IV, CF/1988).
Retomando a análise do alistamento eleitoral, a Resolução nº 21.538/2003 
do TSE trata desta matéria em seus arts. 9º ao 17. A Resolução apresenta em 
seu art. 15 o prazo para que o brasileiro nato e brasileiro naturalizado promo-
vam seu alistamento eleitoral. O brasileiro nato maior de 18 anos deverá efe-
tuar seu alistamento eleitoral até os 19 anos, enquanto que o brasileiro naturali-
zado maior de 18 anos terá o prazo de 01 ano contado da data da naturalização.
Na hipótese de o brasileiro naturalizado não cumprir o prazo de alistamen-
to eleitoral, sofrerá a sanção de multa. O brasileiro nato que não respeitar o 
prazo irá igualmente ser penalizado com multa, porém, há uma exceção que 
permite ao brasileiro nato alistar-se após os 19 anos sem o pagamento de mul-
ta, e a condição é que o alistamento eleitoral seja efetuado antes da primeira 
eleição subsequente à data que completou 19 anos. Isto porque a finalidade da 
justiça eleitoral é facilitar o exercício dos direitos políticos e não arrecadação de 
valores com a aplicação de multas.
5. Habilitação ao Voto – Parte IV
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor trata da exceção ao alistamento eleito-
ral do brasileiro nato após os 19 anos e da possibilidade de alistamento 
eleitoral do menor de 16 anos desde que cumpridos os três requisitos 
exigidos em lei.
5.2 Síntese
Prosseguindo na análise do alistamento eleitoral, tratando ainda da exce-
ção do alistamento eleitoral do brasileiro nato após os 19 anos, é necessário 
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conjugar o art. 15 da Resolução nº 21.538/2003 do TSE com o art. 91 da Lei 
nº 9.504/1997, que determina o prazo-limite de 151 dias antes do pleito para 
a inscrição ou transferência do eleitor, ou seja, o eleitor tem de promover sua 
inscrição ou transferência antes de 150 dias do pleito.
É possível o alistamento do menor de 16 anos. O menor neste caso é o 
adolescente com 15 anos de idade, e são três os requisitos. Primeiro, com-
pletar 16 anos até a data do pleito; segundo, o alistamento ser requerido no 
ano eleitoral; e terceiro, respeitar os 150 dias previstos pelo art. 91 da Lei nº 
9.504/1997. Lembrando que este alistamento é facultativo e o título eleitoral 
expedido nessas condições só tem efeito legal no momento em que é comple-
tada a idade de 16 anos.
6. Habilitação ao Voto – Parte V
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor trata do alistamento do analfabeto, das 
consequências jurídicas do não alistamento eleitoral e inicia a explicação 
da distribuição de competências da justiça eleitoral.
6.2 Síntese
Dando continuidade na análise do alistamento eleitoral. Ao analfabeto é 
facultado o alistamento eleitoral e, independente do lapso temporal, ele não 
está sujeito à pena de multa em matéria eleitoral. E há sentido visto que a 
ideia da justiça eleitoral é aproximar esse indivíduo do exercício de seus direitos 
fundamentais; neste caso, especificamente, exercício de seus direitos políticos.
Dada a importância do alistamento eleitoral no cartórioeleitoral, a sua 
inobservância gera uma série de repercussões que estão dispostas no art. 7º, 
§ 1º do Código Eleitoral.
Temos entre outras, como consequências do não alistamento eleitoral, a 
impossibilidade de emissão de passaporte (inciso V), impossibilidade de ma-
tricular-se em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo 
(inciso VI), impossibilidade de obter empréstimos de instituições financeiras 
públicas (inciso IV).
Na Justiça Estadual, a distribuição de competências é dividida por comarcas. 
Já na Justiça Eleitoral, a distribuição é feita por zonas, e essa distribuição permite 
que se tenha uma zona por município, ou que uma zona abranja mais de um 
município ou, ainda, a possibilidade um município abranger várias zonas.
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Primeiro ponto: quando você se inscreve na justiça eleitoral será definido 
o seu domicílio eleitoral; para a justiça eleitoral, o seu domicílio eleitoral será 
naquela localidade. Lembre-se de que a Constituição Federal coloca como con-
dição de exigibilidade ter domicílio eleitoral na circunscrição, conforme art. 
14, § 3º, IV. Portanto, a fixação do domicílio eleitoral será dada pelo alistamento, 
porém, para fixar esse domicílio eleitoral, algum critério deverá ser utilizado.
A primeira observação a ser feita é que o domicílio eleitoral não se confun-
de necessariamente com o domicílio civil, isto porque a justiça eleitoral aceita 
para a fixação do domicílio eleitoral não só o domicílio civil, mas também 
admite outros critérios.
7. Habilitação ao Voto – Parte VI
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda os critérios para a fixação do 
domicílio eleitoral.
7.2 Síntese
Conforme visto no capítulo anterior, a justiça eleitoral aceita para a fi-
xação do domicílio eleitoral não só o domicílio civil, mas admite também 
outros critérios.
Dispõe o Código Eleitoral em seu art. 42, parágrafo único: “Para o efeito da 
inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, 
e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer 
delas.” Portanto, segundo o Código Eleitoral, pode ser critério, além do domi-
cílio civil, o lugar da residência ou da moradia do eleitor.
São aceitos ainda, com base na Resolução nº 21.538/2003, como critério 
para a fixação do domicílio eleitoral o vínculo laboral do eleitor, o vínculo co-
munitário ou o vínculo patrimonial, conforme art. 65. Segundo entendimento 
do TSE, é possível a fixação do domicílio eleitoral com base no vínculo afetivo.
A Resolução ao dispor sobre os vínculos comunitário, laboral e patrimonial 
o faz nas hipóteses de fraude do alistamento ou da transferência, situação em 
que é instaurado um procedimento chamado de Revisão do Eleitorado. Esta 
revisão encontra-se prevista nos arts. 58 a 65 da Resolução nº 21.538/2003 e 
também no Código Eleitoral.
Estes dispositivos disciplinam a revisão do eleitorado, procedimento pelo 
qual o juiz eleitoral irá chamar os eleitores daquela circunscrição ou daquele 
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município ou daquela zona para que compareçam e apresentem documentos 
comprobatórios do seu vínculo. A própria Resolução dispõe que não haverá 
nenhum problema se o eleitor comprovar, por exemplo, que tem um vínculo 
laboral com aquela circunscrição, podendo nesta hipótese manter-se alistado 
ali. Dessa forma, desde que haja a devida comprovação, poderão ser aceitos os 
critérios patrimonial, comunitário e afetivo.
Na prática, ao comparecer ao cartório eleitoral, o servidor irá solicitar ao 
requerente do alistamento eleitoral o comprovante de endereço, mas essa con-
duta é a prática. Na questão de prova, não será o comprovante de endereço o 
documento hábil, a comprovação de um dos elementos (domicílio, residência, 
moradia, vínculos laboral, comunitário, patrimonial, afetivo) será feita pela De-
claração sob as Penas da Lei.
8. Habilitação ao Voto – Parte VII
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta os documentos hábeis para 
o alistamento eleitoral, o procedimento do RAE e as hipóteses e prazos 
para recurso.
8.2 Síntese
No capítulo anterior, foram apresentados os requisitos para fixação do domi-
cílio eleitoral. Lembrando que o eleitor terá apenas um domicílio eleitoral.
A Resolução nº 21.538/2003, em seu art. 13, assim como o art. 44 do Có-
digo Eleitoral informam quais documentos poderão ser apresentados perante 
o juízo eleitoral para fins de alistamento eleitoral. A exigência feita é que pelo 
documento apresentado possa ser aferida a nacionalidade do alistando.
A lei cita alguns exemplos de documentos hábeis à comprovação. São eles: 
carteira de identidade ou carteira emitida por órgão fiscalizador de profissão ou 
certidão de nascimento ou certidão de casamento ou certificado de quitação 
com o serviço militar ou instrumento público (procuração pública, escritura 
pública). Observação: se o alistando for maior de 18 anos e do sexo masculino, 
terá que apresentar o certificado de quitação com as Forças Armadas.
Promovida a apresentação dos documentos pelo alistando, o serventuário 
da justiça eleitoral irá preencher o RAE (Requerimento de Alistamento Eleito-
ral) baseado na colheita destas informações. Depois de preenchido o requeri-
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mento, o alistando assinará o REA; na hipótese de ser analfabeto, irá apurar a 
digital e, por fim, o serventuário irá certificar que a assinatura foi posta na pre-
sença dele. A partir daí, o serventuário encaminha este documento dentro de 
48 horas para o juiz eleitoral decidir. O juiz eleitoral poderá deferir, indeferir 
ou, em caso de dúvida sobre as informações, converter em diligências.
Do deferimento do alistamento eleitoral, cabe recurso por parte do Minis-
tério Público Eleitoral e/ou do partido político ao Tribunal Regional Eleitoral 
no prazo de 10 dias. Enquanto que do indeferimento do alistamento eleitoral, 
cabe recurso por parte do próprio alistando ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de cinco dias.
9. Habilitação ao Voto – Parte VIII
9.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda a transferência do domicílio eleitoral.
9.2 Síntese
Prosseguindo no estudo das hipóteses de recursos ao alistamento eleitoral, 
vimos que do deferimento do alistamento eleitoral cabe recurso por parte do 
Ministério Público e/ou do partido político ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de dez dias. Enquanto que do indeferimento do alistamento eleitoral 
cabe recurso por parte do próprio alistando ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de cinco dias.
Os prazos para interposição destes recursos começa a contar a partir da data 
da publicação. A publicação ocorre sempre nos dias 1º e 15º de cada mês. Na 
hipótese do 1º ou 15º dia não ser dia útil, será no primeiro dia útil subsequente.
A transferência do domicílio eleitoral está disciplinada nos arts. 54 e 55 do 
Código Eleitoral enquanto na Resolução nº 21.538/2003 está regulada no art. 
18. Não há obrigatoriedade da transferência do domicílio eleitoral.
Atenção para o exemplo: o eleitor que tem fixado como sessão eleitoral a 
zona nº 100 (bairro Copacabana), quer alterar sua sessão eleitoral para a zona 
102 (bairro Leblon), ambas dentro da mesma circunscrição, ambas dentro do 
mesmo município; atenção, porque isto não é hipótese de transferência, esta 
situação é denominada de revisão (art. 6º da Resolução nº 21.538/2003).
A situação do exemplo não é transferência; a transferência de domicílio 
eleitoral só ocorre quando o eleitor muda no mínimo, de município, ou seja, a 
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mudança de sessão de votação dentro de um mesmo município é apenas revi-
são e não transferência. Outras hipóteses de revisão são a correção do nome no 
título, atualização do nome decasado, etc.
A transferência de domicílio eleitoral exige alguns requisitos e o primei-
ro deles é que deve ser requerida no cartório eleitoral do novo domicílio. O 
segundo requisito é a entrega do título de eleitor e do certificado de quitação 
com a justiça eleitoral. Terceiro, declarar, sob as penas da lei, três meses de 
residência no novo domicílio. E, quarto, transcurso de um ano do alistamento 
ou da última transferência.
10. Habilitação ao Voto – Parte IX
10.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda as hipóteses de solicitação e 
emissão da segunda via do título de eleitor.
10.2 Síntese
No último capítulo, foram apresentados os quatro requisitos para a transfe-
rência do domicílio eleitoral. São eles:
1º) a transferência deve ser requerida no cartório eleitoral do novo domicílio;
2º) deve haver a entrega do título de eleitor e do certificado de quitação 
com a justiça eleitoral;
3º) declarar sob as penas da lei, 3 meses de residência no novo domicílio;
4º) transcurso de 1 ano do alistamento ou da última transferência.
Entretanto, há uma ressalva. Os servidores públicos em caso de remoção 
e os militares em caso de transferência e os membros de suas famílias ficarão 
dispensados dos requisitos 3º e 4º (declarar os 3 meses de residência no novo 
domicílio e o transcurso de 1 ano do alistamento ou da última transferência).
Apenas recordando que os pedidos de transferência, assim como os pedi-
dos de alistamento eleitoral, só poderão ser requeridos no cartório eleitoral em 
ano de eleição até 151 dias antes do pleito.
O requerimento para obter segunda via do título eleitoral está prevista nos 
arts. 52 e 53 do Código Eleitoral e no art. 19 da Resolução nº 21.538/2003. 
São causas que ensejam a emissão da segunda via do título eleitoral: a perda, 
o extravio, a dilaceração e a inutilização. Sendo solicitada ao juiz eleitoral a 
sua emissão.
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O art. 53 do Código Eleitoral dispõe que o eleitor poderá requerer a se-
gunda via do título eleitoral perante a zona onde está inscrito ou fora de sua 
zona eleitoral. A diferença entre requerer a segunda via perante a sua zona 
eleitoral e em solicitar fora dela é o prazo. O requerimento de segunda via 
feito na própria zona eleitoral do eleitor pode ser realizado até 10 dias antes 
do pleito e poderá retirar seu título até a data da véspera da eleição. Enquanto 
que o pedido requerido em outra zona eleitoral que não a do eleitor, deverá ser 
feito com antecedência mínima de 60 dias do pleito, informando na ocasião se 
irá retirar o título naquela zona eleitoral ou na zona eleitoral a que pertence.
As causas de cancelamento e exclusão da inscrição eleitoral estão disci-
plinadas no art. 71 do Código Eleitoral e no art. 40 e seguintes da Resolução 
nº 21.538/2003.
11. Habilitação ao Voto – Parte X
11.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta as causas que ensejam o 
cancelamento do título eleitoral.
11.2 Síntese
São causas de cancelamento da inscrição eleitoral, conforme o art. 71 do 
Código Eleitoral:
I – a infração dos arts. 5º e 42;
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição e a duplicidade (disposta no art. 40, Reso-
lução nº 21.538/2003);
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 03 (três) eleições consecutivas.
A título de exemplo, veja a primeira causa de cancelamento disposta no 
inciso I do art. 71 do CE. O mencionado art. 5º do Código Eleitoral apresenta 
as pessoas que não podem alistar-se. Já o art. 42 traz a hipótese do indivíduo 
que não preenchia as condições para se alistar, mas mesmo assim se alistou, ou 
o indivíduo alegou ter domicílio, residência ou moradia quando em verdade 
não tinha. São situações em que o alistamento foi feito mediante fraude; sendo 
necessário o cancelamento deste alistamento.
O legitimado para o cancelamento do alistamento do eleitor é o juiz eleitoral, 
que poderá promover o cancelamento de ofício ou mediante provocação. Entre-
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tanto, na hipótese do art. 71, inciso V do CE, “deixar de votar em 03 (três) eleições 
consecutivas” o cancelamento será feito automaticamente pela justiça eleitoral 
(art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003).
A provocação para o cancelamento do alistamento eleitoral pode ser feita 
por delegados de partidos políticos, membros do Ministério Público ou, ainda, 
mediante a denúncia de um eleitor (art. 71, § 1º, CE).
Instaurado o processo de cancelamento, a defesa poderá ser feita pelo elei-
tor, mas nada impede que delegados de partidos políticos também promovam 
a defesa do eleitor (art. 73, CE).
No que tange o inciso II do art. 71 do Código Eleitoral, sofrendo o in-
divíduo a suspensão ou perda dos direitos políticos, este não terá capacidade 
eleitoral ativa e nem capacidade eleitoral passiva, portanto, terá sua inscrição 
cancelada.
O inciso III aponta a pluralidade de inscrição, bem como a duplicidade 
de inscrições disposta no art. 40 da Resolução nº 21.538/2003: é a situação em 
que o eleitor tem mais de uma inscrição ao mesmo tempo. Esta situação era 
recorrente quando a justiça eleitoral ainda não era informatizada, então ocorria 
de o indivíduo requerer o alistamento em mais de uma circunscrição. Com a 
informatização da justiça eleitoral, essa situação ficou mais difícil de ocorrer, 
em função do cruzamento de dados eletrônicos que é feito no momento do 
alistamento, apontando assim se aquele indivíduo já possui inscrição eleitoral.
12. Transferência – Parte I
12.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será abordada a transferência do domicílio eleitoral.
12.2 Síntese
A transferência do domicílio eleitoral está regulada no Código Eleitoral e 
na Resolução nº 21.538/2003.
A Resolução nº 21.538/2003 possui somente um dispositivo regulamentando 
a transferência e o Código Eleitoral dispõe acerca do assunto a partir do art. 55.
É preciso ressaltar que a transferência não significa apenas mudar de zona.
Exemplo: Bairro de Copacabana e Bairro de Ipanema. Copacabana pos-
sui uma zona eleitoral e Ipanema possui outra zona eleitoral. Nesse caso, 
alterando-se a zona eleitoral, não se está diante de transferência, pois a cir-
cunscrição permanece a mesma.
A circunscrição pode ser o país, o estado ou Distrito Federal ou até mesmo 
o municípios, havendo, portanto, três níveis de circunscrição.
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A mudança de zonas é denominada revisão. Não se trata de revisão do elei-
torado, mas sim instituto previsto no art. 6º da Resolução nº 21.538/2003.
Revisão também serve para retificar informações incorretas constantes no 
título de eleitor.
Assim, nota-se que a revisão é uma mudança nas informações constantes no 
título, mas não gera repercussão em matéria de eleição.
Contudo, se a pessoa tem domicílio no Rio de Janeiro, por exemplo, e quer 
ser candidato em outra circunscrição, é preciso transferir o domicílio eleitoral.
13. Transferência – Parte II
13.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor continuará a abordagem acerca da 
transferência do domicílio eleitoral.
13.2 Síntese
Há condições para que a transferência ocorra. Ressalta-se que a transferên-
cia não é obrigatória.
A primeira condição é que a transferência deverá ser requerida ao juízo 
eleitoral do novo domicílio. O sujeito deverá, ainda, entregar o título eleitoral 
e a certidão de quitação com a Justiça Eleitoral.
Se o eleitor não estiver em dia com a Justiça Eleitoral, o juiz determinará 
que o eleitor pague a multa.
Outro requisito é o de que o eleitor deverá declarar, sob as penas da lei, que 
reside no novo domicílio há pelo menos três meses, não havendo necessidade 
de apresentação de comprovante de residência.
Deve haver, também, o transcurso de pelo menos um ano do alistamento 
ouda última transferência.
Outra condição consta no art. 91 da Lei nº 9.504/1997, que traz que ne-
nhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido 
dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
O art. 18 da Resolução nº 21.538/2003 dispõe:
“Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes 
exigências:
I – recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo 
estabelecido pela legislação vigente;
II – transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última 
transferência;
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III – residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as 
penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/1982, art. 8º);
IV – prova de quitação com a Justiça Eleitoral.”
Há exceções a tais condições. A primeira é a transferência ou remoção de 
militar ou servidor público, respectivamente, não sendo necessário o transcurso 
de um ano nem os três meses de residência no novo domicílio.
14. Segunda Via
14.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados a segunda via e seus aspectos 
mais importantes.
14.2 Síntese
Em relação à transferência, é preciso observar que é possível recorrer em 
casos de deferimento ou indeferimento, sendo aplicadas as mesmas regras do 
alistamento eleitoral.
O juiz indeferindo, o eleitor poderá recorrer no prazo de cinco dias ao TRE 
e deferindo quem tem legitimidade são os partidos políticos, por intermédio de 
seus delegados e o Ministério Público Eleitoral, no prazo de dez dias.
O art. 52 do Código Eleitoral e o art. 19 da Resolução nº 21.538/2003 
dispõem que a segunda via poderá ser solicitada em caso de perda, extravio, 
dilaceração e inutilização.
De acordo com a Resolução, o eleitor requererá a segunda via perante o 
juízo eleitoral onde está inscrito.
Conforme disposto no Código Eleitoral, a segunda via poderá ser requerida 
no domicílio eleitoral do eleitor, em até dez dias antes do pleito, ou fora do 
domicílio, até sessenta dias antes da eleição.
O art. 53 do Código Eleitoral dispõe: “Se o eleitor estiver fora do seu domi-
cílio eleitoral poderá requerer a segunda via ao juiz da zona em que se encon-
trar, esclarecendo se vai recebê-la na sua zona ou na em que requereu.”
O § 4º trata do prazo de sessenta dias, dispondo o seguinte: “O pedido de 
segunda via formulado nos termos deste artigo só poderá ser recebido até 60 
(sessenta) dias antes do pleito.”
O prazo de dez dias consta no caput do art. 52 do mesmo diploma legal: “No 
caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu domi-
cílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.”
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15. Cancelamento de Inscrição – Parte I
15.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados o cancelamento de inscrição e 
os pontos mais importantes acerca do tema.
15.2 Síntese
O cancelamento e exclusão de inscrição estão dispostos no Código Eleito-
ral, bem como na Resolução nº 21.538/2003. O art. 71 do Código Eleitoral traz 
as hipóteses. A exclusão é o procedimento e o cancelamento é a consequência.
Via de regra, a competência para cancelamento de inscrição é do juiz elei-
toral, porém, esta também pode ser promovida pela Corregedoria do TRE.
Quanto ao início do processo de exclusão, são legitimados o juiz, de ofício, 
delegados de partidos políticos, o Ministério Público Eleitoral e o eleitor.
Quanto às hipóteses que ensejam a exclusão, estas estão dispostas no art. 71 
do Código Eleitoral.
A primeira é a infração dos arts. 5º e 42. Tal infração diz respeito a violações 
sobre regras de alistamento eleitoral.
A segunda hipótese traz a suspensão ou perda dos direitos políticos (inciso 
II do art. 71).
Quanto às hipóteses de suspensão de direitos políticos, há improbidade ad-
ministrativa, incapacidade civil absoluta, sentença penal condenatória transita-
da em julgado, enquanto durarem os efeitos da pena e recusa no cumprimento 
de obrigação a todos impostas ou prestação alternativa fixada em lei.
Cancelamento da naturalização é hipótese de perda de direitos políticos, 
bem como a perda da nacionalidade.
16. Cancelamento de Inscrição – Parte II
16.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados o cancelamento de inscrição e 
os pontos mais importantes acerca do tema.
16.2 Síntese
A terceira hipótese é a pluralidade de inscrições. O Código Eleitoral fala 
somente em pluralidade (art. 71) de inscrições e a Resolução nº 21.538/2003 
fala também da duplicidade (art. 40).
Pluralidade é mais de uma inscrição e duplicidade; é a hipótese em que o 
eleitor vai ter mais de uma inscrição, mas a inscrição é praticamente a mesma.
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Havendo pluralidade ou duplicidade, é preciso que haja cancelamento.
O art. 40 da Resolução nº 21.538/2003 dispõe:
“Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou 
mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o 
cancelamento de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair:
I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em 
vigor;
II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
IV – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na 
última eleição;
V – na mais antiga.”
A ordem dos incisos não foi aleatória, a ordem foi criada com objetivo 
determinado.
17. Cancelamento de Inscrição – Parte III
17.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, continuarão a ser abordados o cancelamento de 
inscrição e os pontos mais importantes acerca do tema.
17.2 Síntese
A quinta hipótese se refere à inscrição mais antiga, porém, deve-se passar 
pelas quatro primeiras antes.
Os incisos do art. 40 foram dispostos dessa forma graças ao fato de que o 
título mais antigo goza de presunção de legalidade, legitimidade, certeza.
Assim, a mais recente deve ser testada até que se chegue à mais antiga.
Outro ponto que deve ser observado é que a Resolução nº 21.538/2003 trata 
da competência para cancelar (art. 41).
Há outras duas hipóteses de cancelamento, previstas na legislação. A pri-
meira é o falecimento do eleitor e a segunda é deixar de votar em três eleições 
consecutivas.
A Justiça Eleitoral descobre que o eleitor faleceu a partir de informações 
prestadas pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.
Quanto à hipótese de deixar de votar em três eleições, é preciso observar 
que são eleições consecutivas. Ainda, primeiro e segundo turnos são considera-
dos eleições consecutivas para fins de cancelamento.
Plebiscitos e referendos também são considerados eleições para fins de can-
celamento de inscrição.
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18. Cancelamento de Inscrição – Parte IV
18.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será finalizada a abordagem acerca do can-
celamento de inscrição.
18.2 Síntese
Conforme já foi visto, a falta a três eleições consecutivas acarreta o cance-
lamento da inscrição.
É preciso lembrar que o eleitor poderá justificar (art. 80 da Resolução nº 
21.538/2003) ou pagar a multa (art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003). 
Ainda há possibilidade de que o eleitor tenha sido dispensado da obrigação de 
votar por prerrogativa constitucional.
A Resolução nº 21.538/2003 dispõe que o eleitor pode se justificar perante 
a Justiça Eleitoral no prazo de 60 dias contados da eleição a que deveria ter 
comparecido, para quem está no Brasil.
No exterior, o prazo é de 30 dias contados da data do retorno do eleitor.
Ressalte-se que, no Brasil, o eleitor deve estar em outra circunscrição, po-
dendo justificar em qualquer seção eleitoral.
A multa, em regra, possui valorde R$ 3,51 (três reais e cinquenta e um 
centavos).
É possível cancelamento pelo próprio sistema, nessas hipóteses, conforme 
disposto no § 8º do art. 80 da Resolução nº 21.538/2003. É necessário observar 
que o art. 7º, § 3º do Código Eleitoral não deve ser aplicado, pois será aplicado 
o dispositivo constante na Resolução nº 21.538/2003.
O último ponto se refere ao art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003: 
“Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições 
consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado 
o pagamento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, 
por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e 
cuja idade não ultrapasse 80 anos.”
Nota-se que o dispositivo é inconstitucional em sua parte final e, pelo 
Acórdão nº 649/2005 foi corrigido o texto, sendo suprimida a parte final (“e 
cuja idade não ultrapasse 80 anos”).
Capítulo 4
Condições de Elegibilidade e 
Inelegibilidade
1. Introdução e Condições
1.1 Apresentação
Nesta unidade temática, serão estudadas as condições de elegibilidade e 
inelegibilidade, sendo feita aqui introdução acerca do tema.
1.2 Síntese
Elegibilidade é a condição para o exercício da capacidade eleitoral passiva, 
ou seja, para que o indivíduo possa se candidatar a cargo eletivo, é preciso que 
preencha condições.
A Constituição Federal, em seu art. 14, § 3º, estabelece condições iniciais 
para que o indivíduo possa exercer a capacidade eleitoral passiva.
Tais condições de elegibilidade não afastam outras, previstas na legislação 
ordinária.
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Dispõe o art. 14, § 3º da CF/1988:
“§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e 
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito 
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.”
A primeira hipótese traz a nacionalidade brasileira, que pode ser originária 
ou derivada.
Alguns cargos eletivos têm como condição a nacionalidade originária: 
Presidente da República e Vice-Presidente da República.
A segunda condição é o pleno exercício dos direitos políticos, que significa 
que o indivíduo não sofreu suspensão nem perda dos direitos políticos.
A terceira é o alistamento eleitoral, ou seja, o indivíduo deve estar inscrito 
perante a Justiça Eleitoral.
O quarto é o domicílio eleitoral na circunscrição há pelo menos um ano 
antes do pleito.
O quinto requisito é a filiação partidária, a qual contém algumas peculia-
ridades.
2. Condições de Elegibilidade – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade, 
como a filiação partidária.
2.2 Síntese
A filiação partidária é o vínculo que necessariamente deve ser estabelecido 
entre eleitor e partido político. No Brasil, não há figura da candidatura avulsa.
A filiação partidária é contada da data do pleito (um ano).
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A CF/1988, em seu art. 142, § 3º, inciso V, dispõe que o militar, enquanto 
em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.
A Constituição Federal estabelece outra regra no art. 14, § 8º: O militar 
alistável é elegível, atendidas algumas condições.
Tal dispositivo traz em seus incisos as condições. O inciso I trata do militar 
com menos de dez anos de serviço, que deverá se afastar das Forças Armadas, 
ou seja, pode ser observado que se trata de militar da ativa.
O inciso II dispõe: “se contar mais de dez anos de serviço, será agregado 
pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplo-
mação, para a inatividade.”
3. Condições de Elegibilidade – Parte II
3.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade, 
como a filiação partidária pelos militares.
3.2 Síntese
O militar da ativa não irá se candidatar enquanto estiver na ativa, no 
exercício de suas funções.
Assim, a CF/1988 criou um mecanismo para permitir que o militar da ativa 
possa se candidatar a cargo eletivo e, caso não seja eleito, volte a exercer suas 
funções nas Forças Armadas.
Se o militar da ativa tiver menos de dez anos, se afastar em caráter defini-
tivo das Forças Armadas e se tiver mais de dez anos, passará a ser agregado à 
autoridade superior.
Agregação é um mecanismo parecido com a disponibilidade.
O cidadão comum precisa ter um ano de filiação partidária e o militar da 
ativa está dispensado desse requisito. Nota-se que a diferença diz respeito ao 
tempo de filiação.
Se o militar for eleito, passará à inatividade no ato da diplomação.
A última condição de elegibilidade é a idade mínima. Para que seja verea-
dor, é preciso ter pelo menos dezoito anos. Para Presidente e Vice-Presidente 
da República e Senador, a idade é de trinta e cinco anos. Para Governador e 
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Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, a idade mínima é de trinta 
anos. Para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
-Prefeito e juiz de paz, a idade mínima é de vinte e um anos de idade.
É preciso ressaltar que a idade deve ser verificada na data da posse, conforme 
disposto no art. 11 da Lei nº 9.504/1997.
4. Condições de Elegibilidade – Parte III
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade 
próprias e impróprias, classificação feita por Adriano Soares da Costa.
4.2 Síntese
O professor Adriano Soares da Costa faz uma classificação, dividindo as 
condições de elegibilidade em próprias e impróprias.
As próprias estão no art. 14, § 3º da Constituição Federal e são próprias por-
que estão explícitas. As impróprias não estão elencadas neste dispositivo, mas 
há condição de alfabetização, de exigência especial para militares, escolha do 
candidato em convenção e a desincompatibilização.
Alfabetização não significa, necessariamente, que o indivíduo tenha que 
fazer uma leitura perfeita, sendo em verdade a capacidade de cognição que 
tem a pessoa.
O analfabeto, nos termos da Constituição Federal, é aquele que não com-
preende, não expressa.
O TSE consolidou entendimento no sentido de que não é necessário que 
o indivíduo escreva com perfeição, o necessário é que o indivíduo demonstre 
capacidade de compreensão daquilo que está escrito.
A alfabetização bem como a condição especial prevista para o militar estão 
dispostas na Constituição Federal, contudo, não no art. 14, § 3º da CF/1988.
Escolha do candidato em convenção partidária: a CF/1988 autorizou o le-
gislador ordinário.
Desincompatibilização está prevista na Constituição Federal, no art. 14, 
§ 5º. Significa dizer que a pessoa quer se candidatar a um cargo eletivo, mas 
se encontra em condição incompatível com a candidatura. Dessa forma, a 
CF ou a Lei Complementar irão definir as hipóteses em que o sujeito deve se 
afastar ou renunciar ao cargo, para que possa concorrer.
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5. Inelegibilidades Constitucionais – Parte I
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as inelegibilidades consti-
tucionais, sendo estudados pontos relevantes acerca do tema.
5.2 Síntese
Inelegibilidade é ausência da capacidade eleitoral passiva ou impossibili-
dade decorrente de lei ou da Constituição Federal de se candidatar a cargo 
eletivo.
A impossibilidade pode ser em razão de ausência de condições ou em de-
corrênciade determinação legal e/ou constitucional. A inelegibilidade é um 
mecanismo que impede que o indivíduo concorra a cargo eletivo.
Inelegibilidade limita o exercício da capacidade eleitoral passiva e, no que 
diz respeito à falta do cumprimento das condições, pode ser classificada como 
inata ou cominada (ou imputada).
Inelegibilidade inata é aquela que nasce com a pessoa e pode acompanhá-la 
até idades avançadas.
De outra forma, há inelegibilidades que são impostas, que são imputadas 
pela lei.
A sede da inelegibilidade é a Constituição Federal e a lei complementar, 
na forma do art. 14, § 9º: Lei complementar estabelecerá outros casos de inele-
gibilidade e os prazos de sua cessação, levando em consideração a vida pregressa 
dos candidatos e tendo como objetivo proteger a probidade administrativa e 
moralidade para exercício do mandato.
No que tange à inelegibilidade inata, esta é o não preenchimento de condi-
ções mínimas para que o candidato possa concorrer a cargo eletivo.
6. Inelegibilidades Constitucionais – Parte II
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais.
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6.2 Síntese
As inelegibilidades podem ser relativas ou absolutas, ambas previstas na 
Constituição Federal.
O analfabeto, por exemplo, é inelegível, mas o semianalfabeto é elegível. 
Os estrangeiros são inelegíveis, com exceção dos portugueses equiparados.
A LC nº 64/1990, atualizada pela LC nº 135/2010, traz outras hipóteses de 
inelegibilidades absolutas.
A LC nº 135/2010, conhecida como “Ficha Limpa”, fez uma atualização, 
acrescentando novas regras à LC nº 64/1990.
Art. 14, § 5º da Constituição Federal traz as inelegibilidades, dispondo que 
Presidente da República, Governadores e Prefeitos, bem como os que houve-
rem sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para 
um único período subsequente.
A Constituição Federal limita o exercício do mandato eletivo do Chefe 
do Poder Executivo a dois mandatos consecutivos. É preciso ressaltar que po-
dem ser eleitos novamente após o término do segundo mandato, porém, devem 
aguardar por quatro anos.
7. Inelegibilidades Constitucionais – Parte III
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais e da substituição.
7.2 Síntese
O STF entendeu que a substituição não conta como um mandato para fins 
de reeleição.
É necessário observar que a sucessão possui caráter definitivo e a substitui-
ção tem caráter temporário.
A sucessão somente pode ser feita pelo vice que, ao suceder, assume o cargo 
em caráter definitivo. Exemplo: morte, renúncia.
O art. 80 da CF dispõe: “Em caso de impedimento do Presidente e do 
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
mados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o 
do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.” Trata-se de hipóteses de 
substituição.
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O tempo cumprido pelo vice, em caráter de substituição, durante o curso 
do mandato, não gera nenhum tipo de repercussão para fins de reeleição do 
vice como vice.
A CF dispõe que quem substitui o Chefe ou sucede somente tem direito 
a mais quatro anos. O STF entende que a substituição não conta, mas a 
sucessão conta.
Exemplo: João e Maria, primeiro mandato, Maria substituindo João. 
Ambos se candidatam à reeleição. Na sequência, Maria poderá ser candidatar 
à Chefia do Executivo, podendo, inclusive, ser reeleita.
8. Inelegibilidades Constitucionais – Parte IV
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais e abordará a desincompatibilização.
8.2 Síntese
Conforme visto anteriormente, para o STF, a substituição não conta para 
fins de reeleição. Se o sujeito é titular do cargo, somente terá direito a se ree-
leger para um mandato consecutivo, ou seja, quando o vice substitui o Chefe 
do Poder Executivo, está apenas no exercício do mandato, mas não é titular.
O § 6º do art. 14 da CF/1988 dispõe: “Para concorrerem a outros cargos, 
o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal 
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes 
do pleito.”
Tal dispositivo traz um dispositivo denominado incompatibilidade.
Os vices da Chefia do Executivo não precisam se desincompatibilizar, não 
precisam renunciar aos mandatos para que possam ser candidatos a outros car-
gos eletivos. Todavia, aquele que tem a Administração Pública nas mãos não 
pode se candidatar a cargo eletivo e permanecer como Chefe da Administração.
Assim, caso a pessoa queira concorrer, a legislação e a Constituição Federal 
exigem que o indivíduo se desincompatibilize, ou seja, haverá um prazo de 
quarentena que deverá ser cumprido. Desta forma, a pessoa renunciará ao seu 
mandato um tempo antes das eleições.
Ressalta-se que a falta de desincompatibilização acarreta na inelegibilida-
de do sujeito, porém, desincompatibilização e inelegibilidade são conceitos 
distintos.
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A permanência do Chefe do Poder Executivo no cargo nos seis meses que 
antecedem as eleições gera inelegibilidade.
Desta forma, se alguém assumir a Chefia do Executivo nos seis meses 
que antecedem o pleito, também será gerado uma inelegibilidade.
9. Inelegibilidades Constitucionais – Parte V
9.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais, abordando, por exemplo, a inele-
gibilidade reflexa.
9.2 Síntese
A CF não admite que o Chefe do Poder Executivo, após cumprir dois man-
datos consecutivos, permaneça no cargo enquanto se candidata a outro cargo 
eletivo.
Com a reeleição, não é preciso sair do cargo, mas se o Chefe do Poder Exe-
cutivo cumpre dois mandatos, não poderá concorrer a um terceiro. A CF exige 
que o Chefe do Poder Executivo renuncie ao mandato para concorrer a outro 
cargo, por conta de incompatibilização.
A LC nº 64/1990, em seu art. 1º, incisos II ao VII, trata dos prazos de 
desincompatibilização. Há três prazos: três meses, quatro meses e seis meses. 
A maior parte dos prazos de afastamento é de seis meses.
O prazo de afastamento de quatro meses diz respeito aos Prefeitos, porém, 
o inciso IV traz algumas peculiaridades.
Para o servidor, o prazo de afastamento é de três meses, havendo algumas 
exceções.
A lei estabelece que Delegado de Polícia é um servidor público, mas não é 
um dos cargos elencados. A lei somente fala de Delegado de Polícia no inciso 
IV, dispondo que autoridade policial, que exerça função no município onde irá 
concorrer, terá que cumprir prazo de afastamento de quatro meses.
Assim, se a autoridade policial, que é servidor público, não exercer função 
naquele município, o prazo será o prazo geral (três meses).
É preciso observar que há exceções. Exemplo: O prazo para servidor 
público é de três meses, mas, se este trabalha na fiscalização ou arrecadação 
de tributos, o prazo será de seis meses.
Membros do Ministério Público e Juízes, em virtude da EC nº 45/2004, não 
mais podem se afastar de seus cargos para concorrerem a mandatos eletivos, ou 
seja, o magistrado, por exemplo, deverá pedir exoneração para que possa concorrer.
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O § 7º do art. 14 da Constituição Federal trata da inelegibilidade gerada 
por reflexo, em decorrência de ostentação de vínculo por parentesco ou 
casamento. De um lado há o Chefe do Poder Executivo e de outro há parente 
consanguíneo ou afim, até o segundo grau ou por adoção, candidato a cargo 
eletivo na mesma circunscrição onde esse Chefe exerce suas funções.

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