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08. Material em PDF Irã

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Atualidades 
Professor: Rebecca Guimarães 
Teoria 
 
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IRÃ 
A Revolução iraniana de 1979 (Revolução Xiita) 
A revolução iraniana, iniciada em 1978, foi acima de tudo uma reação ao governo do Xá (rei) Reza Pahlevi, visto como 
fraco, corrupto e vendido aos interesses americanos pela maior parte das lideranças religiosas do Irã, incluindo o Imã 
Khomeini, que posteriormente seria líder supremo do país (aiatolá). 
As relações entre a população iraniana e o Xá vinham sendo estremecidas desde as concessões que este fez aos 
americanos após a Segunda Guerra Mundial, e tinha chegado a um ponto crítico no final da década de 60, quando os 
americanos e britânicos passaram a receber benefícios judiciários, enfurecendo a população iraniana e sua liderança 
religiosa. O Imã Khomeini foi exilado após esse evento. 
Consequências da Revolução Iraniana 
Em 1978, a população iraniana, extremamente insatisfeita, toma as ruas e derruba o regime do Xá. Khomeini volta do 
exílio e, assumindo a liderança do movimento revolucionário, declara o Irã um Estado Islâmico, regido totalmente pela 
sharia (lei islâmica) e com Khomeini como seu líder supremo, configurando uma das únicas revoluções conservadoras 
bem sucedidas no mundo. 
Em 1979, os revoltosos invadem a embaixada americana, fazendo seus funcionários de reféns por 444 dias, levando a 
uma crise diplomática intensa entre Teerã e Washington, no episódio que ficou conhecido como "Crise dos Reféns no 
Irã". Em 1980, com a revolução já bem consolidada, o ditador iraquiano Saddam Hussein, instigado pelos Estados 
Unidos, invade o território iraniano, dando início à Guerra Irã-Iraque, um dos conflitos mais sangrentos do século XX, 
que deixou um saldo de cerca de 1 milhão de mortos e durou até 1988, sem um claro vitorioso. 
Atualidades 
O Irã passou por uma transformação política importantíssima dia 03 de agosto de 2013, após o clérigo moderado 
Hassan Rohani garantir votos suficientes para suceder Mahmoud Ahmadinejad. 
A vitória de Rohani encantou muitos reformistas do Irã que queriam desesperadamente retornar ao protagonismo da 
política iraniana após oito anos amargos sob Ahmadinejad. Ela também alentará o espírito de uma nação que sofre 
sua pior crise financeira há pelo menos duas décadas, devido às sanções sem precedentes impostas pelas potências 
ocidentais no conflito sobre o programa nuclear de Teerã. 
Rohani, uma figura moderada favorável à abertura política e ao restabelecimento de relações com o Ocidente, 
provavelmente acalmará as tensões internacionais. Ele foi descrito por autoridades ocidentais como um “diplomata 
experiente” e “um político bom de se lidar”. 
Rohani, doutor pela Glasgow Caledonian University e ex-negociador nuclear, se comprometeu a encontrar uma 
maneira de sair do impasse atual sobre o programa nuclear do Irã, causa das sanções que esmagam a economia. 
Em reação à vitória de Rohani, a moeda iraniana, o rial, recuperou seu valor frente ao dólar em pelo menos 6%. 
“É bom ter centrífugas funcionando, desde que as vidas e meios de subsistência das pessoas também estejam 
funcionando”, Rohani disse em um debate na televisão durante a campanha. Durante seu mandato como negociador 
 
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nuclear, o Irã foi mais cooperativo com a comunidade internacional e, nas preparações para a votação de sexta-feira, 
ele repetidamente salientou que em sua visão o dossiê nuclear do Irã não foi referendado pelo Conselho de Segurança 
da ONU. 
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, deixou claro que iria considerar cada voto da república islâmica, mas 
muitos dos eleitores disseram que votariam para evitar qualquer risco de Rohani ser derrotado pelos conservadores 
próximos de Khamenei. Analistas políticos interpretaram a derrota do candidato presidencial arquiconservador Saeed 
Jalili como um voto contrário à atual política nuclear do Irã. 
As autoridades inicialmente disseram que iriam começar a revelar os resultados logo após as 02:00 horas locais, mas 
levaram-se mais quatro horas até Mohammad-Najjar aparecer na televisão estatal para começar a anunciar os 
resultados. 
Na votação anterior, em 2009, que muitos afirmam ter sido fraudada, os resultados finais foram anunciados muito 
mais rapidamente. 
“Eles levaram sete horas para contar 800 000 votos, enquanto há quatro anos contaram quase 30 milhões de votos 
em algumas horas”, disse um morador de Teerã. “Pode ser um bom sinal de que, na verdade, desta vez eles realmente 
estão contando os votos.” 
Negociações Irã e G5+1 
Os representantes do Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China + Alemanha) acordaram em 
negociações técnicas as regras para aplicar o acordo nuclear alcançado em Genebra no dia 24 de novembro de 2013, 
que começou a ser cumprido no final de janeiro de 2014. 
Grande parte do Parlamento iraniano, controlado pelos ultraconservadores do regime islâmico, considera que os 
resultados das negociações não foram tão favoráveis ao Irã quanto deveriam. Dentro dessa insatisfação, 201 
parlamentares dos 290 que compõem a Câmara propuseram a aprovação de uma norma que obrigue o Governo do 
moderado Hassan Rohani a aumentar o nível de urânio enriquecido a 60% desde 20% atual no caso do fracasso das 
negociações nucleares. 
O Irã e o Grupo 5+1 alcançaram em Genebra um pacto pelo qual Teerã se comprometia, entre outras coisas, a deixar 
de enriquecer urânio a 20% e diluir a metade de suas reservas que alcançam esse nível. 
De acordo com a Casa Branca, o acordo prevê "alívios limitados, temporários, localizados e reversíveis, enquanto 
mantém o vasto volume de sanções" ao Irã. Foram retiradas sanções nos setores de ouro, metais preciosos, 
automóveis e de petroquímicos do Irã, o que geraria receita de US$ 1,5 bilhão (R$3,42 bilhões). 
A comunidade internacional também fica vetada de propor novas sanções relacionadas ao programa nuclear iraniano. 
Caso o país não cumpra com o acordo no período de seis meses, está sujeito a penalidades adicionais. 
O Irã, por sua vez, se comprometeu a desacelerar seu programa nuclear. Em seis meses, o país terá se desfeito de 
todas suas reservas de urânio enriquecido a 20%, segundo o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry. "Isto 
significa que os 200 quilos de urânio enriquecido a 20% [que a república islâmica possui atualmente] chegarão a zero 
em seis meses", explicou em entrevista coletiva. 
 
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Além disso, anunciou que serão iniciados mecanismos de controle "sem precedentes" do programa nuclear iraniano, 
com "acessos diários" de mecanismos de verificação a todas as instalações nucleares. "Isto garantirá que o programa 
será submetido a mecanismos de vigilância que a comunidade internacional jamais teve antes", comentou. 
O país também se comprometeu a deixar de instalar novas centrífugas e abrir as usinas nucleares para uma inspeção 
estrita do Organismo Internacional para a Energia Atômica (AIEA). 
Desde os anos 80, o Irã trabalha em um avançado programa atômico que assegura ser destinado a fins civis, 
concretamente à pesquisa médica e produção de energia. 
A comunidade internacional, no entanto, teme que o programa oculte intenções de desenvolver uma bomba nuclear, 
algo que a AIEA afirma que não pode ser descartado durante suas inspeções e que Teerã nega taxativamente. 
Israel 
 
A Criação de Israel: duas visões conflitantes 
A história é contadade forma diferente por judeus e palestinos. Para aqueles, foi a concretização de um sonho milenar. 
Para estes, uma verdadeira desgraça. 
Se existe uma lição filosófica inconfundível na criação do Estado de Israel, é esta: o significado de um fato histórico 
depende do olho de quem o vê. Para boa parte do mundo (incluindo a maioria dos judeus ao redor do planeta, claro) 
a fundação de Israel foi um feito heroico, uma proeza épica, a culminância de um sonho milenar, que inflamou o 
coração de gerações e gerações de hebreus desde os tempos da Diáspora. Para os árabes palestinos, no entanto, foi 
uma catástrofe. Até hoje, eles relembram o ano de 1948 como "El-Nakba" - ou "a desgraça". 
A versão israelense 
 
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Espalhados pelo mundo desde os tempos do Império Romano, os judeus mantiveram vivas sua cultura e religião e 
nunca deixaram de sonhar com o retorno à Terra Santa. "Durante mais de 3,7 mil anos, eles mantiveram o vínculo 
espiritual com sua pátria histórica", escreve o historiador Mitchell G. Bard em Mitos e Fatos - A Verdade sobre o 
Conflito Árabe e Israelense, obra que mostra a versão oficial de Israel para as origens da briga. 
O sonho do regresso ganhou ares de necessidade política na segunda metade do século 19. O antissemitismo estava 
crescendo e perseguições multiplicavam-se pela Europa. Por volta de 1890, um grupo de intelectuais europeus de 
origem hebraica decidiu que seu povo só poderia sobreviver, se pudesse governar a si mesmo - ou seja, criando um 
país. O movimento ganhou o nome de sionismo (em homenagem a Sião, um dos antigos nomes de Jerusalém) e teve 
sua figura de proa no judeu austro-húngaro Theodor Herzl (1860-1904), que hoje é um herói quase mítico para os 
israelenses. Foi Herzl quem lançou a semente que mais tarde germinaria em Israel. No livro O Estado Judeu, de 1896, 
ele propôs a criação de um país soberano, governado e habitado por judeus, na antiga Terra Santa - que os judeus 
chamavam de Eretz Israel, ou Terra de Israel, e os árabes de Filistin ou Palestina. 
Em 1897, na cidade suíça de Basiléia, os expoentes do sionismo promoveram seu primeiro congresso e criaram a 
Organização Mundial Sionista, que passou a patrocinar e incentivar a emigração judaica para a Palestina. A idéia de 
reerguer a antiga Israel das cinzas do passado espalhou-se pelas comunidades judaicas ao redor do mundo com uma 
labareda idealista. Muitos judeus religiosos acreditavam que a Terra Santa lhes pertencia por decreto divino - afinal 
de contas, segundo a Torá, Deus passara a escritura de todo o território para Abraão. Outros tinham aspirações mais 
práticas do que teológicas: queriam ser livres e escapar da Europa o mais rápido possível. O sionismo também foi 
inflamado pela força crescente dos nacionalismos regionais e a idéia de que todos os povos tinham direito à 
autodeterminação, que se espalhou pela Europa a partir de 1850. 
No final do século 19, havia cerca de 20 mil judeus na Palestina, cujos ancestrais haviam conseguido driblar a expulsão 
romana e conviver com os árabes ao longo de séculos. Até 1947, o número aumentaria vertiginosamente. Mais de 
meio milhão de judeus desembarcaram na região, vindos principalmente da Europa - muitos deles fugindo dos 
nazistas. 
Recém-chegados à Palestina, os judeus fundaram comunidades de agricultores de feitio socialista (os kibutz) e 
passaram a lutar pela criação de seu Estado. A princípio negociaram e depois compraram briga com os britânicos, que 
na época faziam um jogo duplo, ora comprometendo-se com os interesses sionistas, ora fazendo promessas de 
independência total aos árabes. A partir de 1945, militantes sionistas passaram a atacar as tropas de ocupação, 
realizando inclusive atentados terroristas. Outra frente de batalha foi contra os árabes da Palestina, que reagiram com 
violência à chegada dos imigrantes. 
A violência cresceu até que, em 1947, a Inglaterra resolveu tirar o pé desse barril de pólvora. O governo britânico 
anunciou que encerraria sua presença militar na Terra Santa e deixaria que árabes e judeus resolvessem seu destino. 
Naquele mesmo ano, a Organização das Nações Unidas decidiu que a melhor maneira de decidir o impasse era dividir 
a antiga província otomana em dois pedaços. Em uma assembleia presidida pelo diplomata gaúcho Oswaldo Aranha, 
a ONU instituiu o Plano de Partilha: 55% da região ficaria com os judeus, e 45% com os árabes. Em 14 de maio de 1948, 
os sionistas, liderados pelo legendário Davi Ben Gurion, fundaram o Estado de Israel, com capital em Tel Aviv, na fatia 
concedida pela ONU. 
 
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Ao contrário do que o mundo esperava, a Partilha não terminou com a disputa - apenas a agravou. Nas décadas 
seguintes, Israel iria se envolver em uma série de guerras contra seus vizinhos. Para os sionistas, a culpa foi dos árabes, 
que não aceitaram a divisão da Palestina e tentaram destruir o estado de Israel. "Ficou claro que era impossível uma 
solução política para o conflito por um fato simples: os árabes não aceitavam a existência de um estado judeu na 
Palestina, enquanto que os sionistas jamais se contentariam com menos do que isso", escreve Bard. Já a história 
contada pelos árabes é bem diferente. 
A versão palestina 
No século 19, quando propagava a ideia da migração em massa para o Oriente Médio, o movimento sionista cunhou 
um slogan famoso: "a Palestina é uma terra sem povo para um povo sem terra". A ideia de que o local estava vazio, à 
espera de colonos judeus, deixava os árabes palestinos furiosos. "Muitos sionistas ignoravam o fato de que a Palestina 
era habitada por mais de meio milhão de árabes no início do século 20 - e que, para eles, aquela terra era o seu lar", 
diz o relatório "Origens e Desenvolvimento do Problema Palestino", produzido por especialistas e observadores da 
ONU na década de 80. 
Para os palestinos, a imigração maciça de judeus era uma invasão colonialista. Eles não tinham muitos problemas com 
os judeus naturais da Palestina, que lá estavam havia séculos e tinham vínculos culturais com seus vizinhos árabes. 
Mas aqueles que vinham da Europa, com aparência e costumes europeus, eram vistos como colonizadores 
estrangeiros. Além do mais, nem todos os judeus nascidos na Palestina eram sionistas - ao passo que todos os 
 
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asquenazes (judeus vindos da Europa) estavam lá com o firme intento de criar um Estado. Dividir a região em dois 
pedaços, pensavam os árabes, equivalia a entregar metade do país a forasteiros. 
O maior medo dos palestinos era perder suas terras, já que a maior parte deles vivia da agricultura. Temiam que 
milhares de famílias tivessem de abandonar suas casas e vilas para dar lugar aos colonos judeus. Muitos desconfiavam 
que os líderes sionistas não se contentariam com metade da Palestina e planejassem, em segredo, conquistar toda a 
Terra Santa. 
Para os palestinos, a partilha da ONU tinha um feitio absurdo. Primeiro, achavam a divisão desproporcional: mais da 
metade da região foi dada ao grupo minoritário, que ainda por cima era formado principalmente por imigrantes (os 
sionistas respondem que a vantagem territorial era ilusória: boa parte das terras de Israel era desértica). Outro ultraje 
aos olhos árabes: os territórios dos palestinos estavam picotados, com três fatias separadas umas das outras. A 
população era de 800 milárabes, com 10 mil judeus espalhados em vilas dispersas - já na porção que ficou para Israel, 
havia entre 397 mil e 497 mil árabes, contra 500 mil a 538 mil judeus. "Era óbvio que os sionistas deveriam aceitar 
uma eventual maioria de árabes em Israel ou expulsá-los do país. Não havia outra escolha", escreve o historiador 
Michael Palumbo em The Palestinian Catastrophe ("A Catástrofe Palestina"). 
Logo após a criação de Israel, os vizinhos árabes resolveram entrar na briga e cometeram o que muitos historiadores 
até hoje consideram um erro estratégico: mandaram a diplomacia às favas e fizeram soar as trombetas da batalha. 
"Todos os caminhos que tentamos para a paz fracassaram. Não nos resta nada além da guerra. Terei a honra e o prazer 
de salvar a Palestina", anunciou Abdullah, rei da Jordânia, em 26 de abril de 1948. Um mês depois, exércitos de cinco 
países árabes (Líbano, Iraque, Jordânia, Síria e Egito) vestiram seus turbantes, empunharam suas metralhadoras e 
marcharam contra o inimigo recém-nascido. Começava, oficialmente, a primeira guerra entre árabes e judeus. 
Mas o ataque iniciado pelo rei da Jordânia e seus aliados de nada serviu para ajudar os primos palestinos. Ao contrário: 
apenas selou sua ruína. 
Cronologia 
Confira abaixo a linha do tempo dos principais fatos e conflitos envolvendo Israel e os territórios palestinos. 
1947 - ONU aprova resolução que prevê a partilha da Palestina, criando um Estado para os judeus, recentemente 
vitimados pelo Holocausto na Europa. Jerusalém teria status internacional. A Liga Árabe recusa a proposta. 
1948 - A Inglaterra, que ocupava a região desde a Primeira Guerra, retira suas tropas. O Estado de Israel é proclamado. 
Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria promovem ataque. Israel vence e ocupa toda a Galileia e o Deserto de Neguev. 
Com o cessar-fogo, Israel devolve a Cisjordânia aos árabes, que, a unificam com a Jordânia, criando o Reino da Jordânia. 
Faixa de Gaza passa a ser dos egípcios. Os palestinos ficam sem território próprio. 
1956 - Guerra de Suez. Egito, sob o comando de Gamal Nasser, nacionaliza o Canal do Suez. Israel, com apoio de 
Inglaterra e França, ataca o Sinai e chega ao Mar Vermelho. EUA e URSS obrigam Israel a recuar. 
1959 - Criação da Al Fatah, então uma organização guerrilheira palestina, liderada por Yasser Arafat. 
1964 - Palestinos criam a OLP, que viria a ser presidida por Arafat, com o objetivo de criar um Estado próprio e 
combater Israel. A Al Fatah passa a ser o braço armado da nova organização. 
 
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1967 - Guerra dos Seis Dias. Egito corta o acesso israelense ao Mar Vermelho. Israel bombardeia Egito, Síria e Jordânia 
e conquista toda a região do Sinai, da Cisjordânia e das Colinas de Golã, triplicando seu território. Controla a totalidade 
de Jerusalém. 
1972 - Um grupo guerrilheiro palestino (Setembro Negro) sequestra 11 atletas israelenses na Olimpíada de Munique. 
Tiroteio com a polícia deixa todos mortos. 
1973 - Guerra do Yom Kippur. Egito e Sírio atacam Israel no feriado judeu. Israel, governado pela 1ª ministra Golda 
Meir, contra-ataca e vence. 
1979 - Acordos de Camp David. Com mediação dos EUA, Egito e Israel assinam tratado que devolve o Sinai ao país 
árabe. 
1982 - Invasão do Líbano. Israel ataca a OLP no sul do país e controla Beirute ocidental. Permite o massacre de 
refugiados palestinos por milicianos cristãos nos campos de Sabra e Chatila. 
1987 - Intifada. Populações palestinas sob controle israelense se revoltam e lutam nas ruas, normalmente com armas 
simples, como paus e pedras. 
1993 - Acordos de Oslo. Yasser Arafat e Yitzhak Rabin firmam acordo de paz, estabelecendo autonomia palestina na 
Cisjordânia e na Faixa de Gaza, excetuando-se as colônias de judeus no interior desses territórios. 
1995 - Rabin é assassinado por um militante judeu contrário aos acordos de paz. 
Década de 90 - Acordos de paz têm avanços, e palestinos começam a receber territórios, sob administração da 
Autoridade Palestina. Por outro lado, o avanço de colonos judeus, as condições de vida impostas a palestinos, a 
questão da volta dos refugiados e da divisão de Jerusalém e o crescente fundamentalismo islâmico acirram tensões 
entre os dois povos. 
2000 - Segunda Intifada. O general e presidenciável Ariel Sharon - visto pelos palestinos como responsável pelos 
massacres de Sabra e Chatila - visita a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. O ato é visto como provocação 
e detona nova revolta popular. 
2001 - Sharon é eleito primeiro-ministro israelense. Toma medidas que desagradam os palestinos, como a construção 
de uma cerca em torno da Cisjordânia. 
2004 - Morre Yasser Arafat. Mahmoud Abbas, também do Fatah, o substitui no comando da Autoridade Palestina. 
2006/2007 - O grupo islâmico Hamas vence as eleições parlamentares palestinas. Na prática, assume o controle da 
Faixa de Gaza. 
2008 - Após trégua de seis meses entre Hamas e Israel, o grupo islâmico passa a lançar foguetes da Faixa de Gaza em 
direção a Israel. No fim do ano, Israel responde com ataques aéreos, matando mais de 400 pessoas. 
2009 - Israel invade a Faixa de Gaza. 
Conflito Atual 
 
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Os corpos dos três jovens israelenses que desapareceram na Cisjordânia foram encontrados em 30 de junho, com 
marcas de tiros. Benjamin Netanyahu, 1ª ministro de Israel, culpou o Hamas, que controla Gaza, pelo sequestro dos 
jovens. O grupo negou ter qualquer responsabilidade, mas parabenizou a ação. Ao menos três outros grupos radicais 
reivindicaram o sequestro dos israelenses. A tensão aumentou, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. 
No dia seguinte, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou que ele 
foi queimado vivo. 
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. 
Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza. 
No dia 8 de julho de 2014, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas 
palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes de Gaza 
responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Após os bombardeios, Israel decidiu atacar Gaza 
também por terra. 
A diplomacia egípcia se esforça para fazer Israel e o Hamas entrarem em acordo sobre uma trégua em Gaza, onde 
novos ataques aéreos israelenses deixaram pelo mais palestinos mortos. 
O Cairo, vizinho e mediador habitual, propôs um novo cessar-fogo em Gaza para deter uma guerra que em 49 dias 
deixou 2.134 mortos do lado palestino, 70% deles civis, segundo a ONU, e 68 do lado israelense, incluindo 64 soldados. 
Exercícios 
1. Seis potências assinaram um acordo histórico com o Irã, com o intuito de frear o programa nuclear do país persa 
em troca do alívio moderado de sanções internacionais. O pacto, previsto para durar seis meses, foi celebrado como 
vitória pelos presidentes dos Estados Unidos da América (EUA) e do Irã e abre caminho a um entendimento definitivo 
entre os dois países, que têm relações congeladas desde 1979. Contudo, o acordo foi recebido com amplo ceticismo 
pelo premiê israelense, que o classificou de “erro histórico”, e por congressistas americanos de ambos os partidos. 
O Globo, 25/11/2013, capa (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o cenário internacional contemporâneo,julgue os itens 
que se seguem. 
(1) As relações entre os EUA e o Irã romperam-se desde a revolução islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini, a 
qual apresentou forte viés antiocidental e criou clima favorável à invasão da embaixada norte-americana em Teerã. 
(2) Região estratégica sob o ponto de vista econômico, devido à grande produção de petróleo, o Oriente Médio é 
área de permanente tensão, que sediou diversas guerras entre árabes e israelenses. 
(3) Berço de três grandes religiões monoteístas que contam com milhões de seguidores pelo mundo — judaísmo, 
cristianismo e islamismo —, o Oriente Médio desempenha papel primordial na geopolítica mundial contemporânea. 
(4) Infere-se do texto que, em termos de política externa, o presidente Barack Obama recebe apoio incondicional 
do Poder Legislativo norte-americano. 
(5) A reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao anúncio do acordo a que o texto se refere causou 
surpresa nos analistas internacionais, pois, entre os países árabes, o Irã é o que tradicionalmente se mostra mais 
receptivo às teses israelenses. 
 
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(6) Em sanções internacionais como as mencionadas no texto, trata-se, comumente, de aspectos econômicos, 
sobretudo comerciais, com efeitos quase sempre perniciosos ao país-alvo dessas represálias. 
 
2. Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos na Síria. 
 
(1) A crise política da Síria é movida basicamente por questões religiosas, muito em virtude de a Síria ser o único país 
árabe cuja maioria da população é cristã. 
(2) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o 
responsável pela introdução da sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a revolta das minorias religiosas do 
país. 
(3) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se politicamente em uma ideologia de nacionalismo 
pan-árabe e de oposição a Israel. 
(4) Um dos aliados do governo sírio é a Rússia, grande fornecedora de armas para esse governo. 
(5) Ao longo do ano de 2012, a Síria vivenciou uma aguda crise política, que culminou com a queda do governo de 
Bashar al-Assad, e com a ascensão ao poder de forças de oposição apoiadas por China e Rússia. 
(6) O primeiro-ministro israelense anunciou, recentemente, a construção de um muro de segurança ao longo da 
fronteira de Israel com a Síria, em decorrência do temor de ataques terroristas e da formação, no país vizinho, com a 
eventual derrubada do regime sírio, de um Estado islâmico antissionista. 
 
3. Após reações dos EUA e da oposição em um país do mundo árabe mulçumano (localizado no Oriente Médio), fez 
com que a ONU retirasse o convite para que o Irã participasse da conferência sobre a paz em janeiro/2014. O 
argumento é de que Teerã – um dos maiores apoiadores do referido regime ditatorial de Assad – não avalizou a ideia 
de promover um governo transitório ao país árabe. A conferência de paz, que foi realizada na Suíça, é considerada o 
maior esforço diplomático até agora para pôr fim à guerra civil, que completa três anos com um saldo de mais de 100 
mil mortos e milhões de refugiados. 
Assinale a alternativa que indica a qual país, inserido no contexto da Primavera Árabe, o texto apresentado faz 
referência. 
a) Egito, que passa do contexto da Primavera Árabe para o contexto da revolução e contrarrevolução, haja vista ter 
escolhido em 2014, por meio do sufrágio universal, um representante pela via democrática. 
b) Líbia, que, por ter a indústria naval como a principal fonte de riqueza do país, facilitou todo o seu processo eleitoral 
para levar ao poder Mohamed Morsi. 
c) Iraque, que, com seu ameaçador programa nuclear para fins militares, aprovado recentemente pela ONU por 
intermédio da Agência Internacional de Energia Atômica, ameaça a segurança de um importante aliado na região dos 
EUA, no caso, Israel. 
d) Trata-se do Líbano, que, nos primeiros meses de 2014, sofreu constantes atentados em Beirute, onde a autoria foi 
internacionalmente confirmada pelo Hezbollah, braço político do governo sírio de maioria alauíta. 
e) Trata-se da Síria, que vive, na atualidade, uma guerra civil e é controlada com mãos de ferro por Bashar Hafez al-
Assad e tem como principal aliado na região o Irã e, no Conselho de Segurança da ONU, conta com o apoio da Rússia. 
 
 
 
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4. O grupo de seis países conhecido como G5+1 finalizou na madrugada deste domingo (24), após quatro dias de 
negociações, um acordo de seis meses com o Irã que prevê a redução do programa nuclear iraniano em troca (...). 
 (http://noticias.uol.com.br, 24.11.2013) 
Em troca desse acordo com as seis potências, 
a) o Irã poderá aumentar o enriquecimento de urânio. 
b) os bens de iranianos no exterior foram bloqueados. 
c) Israel fez o reconhecimento oficial do governo iraniano. 
d) as sanções econômicas ao Irã foram aliviadas. 
e) o Irã ficará livre das inspeções de agentes da ONU. 
5. Em dezembro de 2010, um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo, como manifestação contra 
as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o início 
do que viria a ser chamado mais tarde de primavera árabe. 
Estadão. In: Internet: <www.topicos.estadao.com.br> (com adaptações). 
Com relação à primavera árabe, julgue os itens que se seguem. 
(1) A primavera árabe foi uma onda de manifestações populares e revolucionárias que ocorreu em países 
localizados no Oriente Médio e no norte da África. Essas manifestações concentraram-se, principalmente, em países 
do mundo árabe. 
(2) Nos países árabes, o surgimento de uma liderança central possibilitou a coordenação de manifestos contra as 
ditaduras políticas. 
(3) Todos os ditadores contra os quais as manifestações populares se dirigiram foram depostos de seus cargos 
nos países onde aconteceu a primavera árabe. 
 
6. Um país inserido no que se classifica geopoliticamente de mundo árabe muçulmano e geograficamente no norte da 
África, foi o primeiro a realizar os protestos dentro do que se costumou classificar como “Primavera árabe”. Em 
dezembro de 2010, um jovem universitário foi proibido de vender legumes na rua e ateou fogo ao próprio corpo em 
protesto. Em 14 de janeiro de 2011, o então presidente, que estava no poder havia 23 anos, renunciou. Foi a inspiração 
para outros países muçulmanos iniciarem suas “revoluções”. 
Disponível em: <http:/redes.moderna.com.br/2013/ 
primavera.arabe> (com adaptações). 
 
O país e seu presidente, relacionados no texto são, respectivamente, 
(A) Síria e Bashar Al-Assad. 
(B) Iêmen e Ali Abdullah Saleh. 
(C) Líbia e Muamar Kadafi. 
(D) Egito e Hosni Mubarak. 
(E) Tunísia e Zine El Abdini Ben Ali. 
 
 
Atualidades 
Professor: Rebecca Guimarães 
Teoria 
 
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7. Considerando o quadro de conflitos na Síria, iniciados em 2011, julgue os itens subsequentes. 
(1) O conflito na Síria inaugurou o processo histórico conhecido como Primavera Árabe. 
(2) As principais causas do conflito atual na Síria incluem a derrubada do regime ditatorial de Bashar al-Assad, no poder 
desde 2000, e a luta por direitos civis. 
(3) Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, é o atual mediador da Liga Árabe e também da ONU para os conflitos na 
Síria,entre o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes que querem destituí-lo do poder. 
8. Durante cinco minutos, a torre Eiffel, um dos ícones da cidade-luz, ficou apagada. Em Roma, a prefeitura foi 
iluminada com as cores azul, branca e vermelha. Em Brasília, a embaixada francesa adotou um minuto de silêncio, 
assim como em outras partes do planeta. As homenagens às vítimas do atentado se reproduziram globalmente, em 
repúdio ao terrorismo. Fontes oficiais afirmam que um dos autores, de origem franco-argelina, recebeu treinamento 
militar da Al-Qaeda no Iêmen. 
Correio Braziliense. 9/1/2015 (com adaptações). 
Considerando o fragmento de texto acima como referência e os múltiplos aspectos relacionados ao tema por ele 
abordado, julgue os itens de 01 a 05. 
(1) O texto remete aos recentes atentados terroristas ocorridos em Paris, cujos alvos foram a redação da revista 
Charlie Hebdo — que resultou na morte de vários de seus mais conhecidos colaboradores — e uma mercearia 
especializada na venda de alimentos voltados para o público judeu. 
(2) Há consenso entre os especialistas de que as ações terroristas protagonizadas por seguidores radicais do Islã, 
como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, refletem um choque de civilizações no qual o Oriente se insurge contra a histórica 
dominação ocidental. 
(3) A expressão je suis Charlie (eu sou Charlie), presente em cartazes logo nas primeiras manifestações de repúdio 
aos atos de terror na capital francesa, passou a ser utilizada em várias regiões do planeta como forma de solidariedade 
aos jornalistas mortos. Por meio da expressão, afirma-se que a violência praticada ultrapassa suas vítimas diretas, 
atingindo a todos indistintamente. 
(4) A organização terrorista mencionada no texto foi acusada de ter praticado os atentados contra os Estados 
Unidos da América no dia onze de setembro de 2001, que destruiu as torres do edifício World Trade Center, em Nova 
Iorque, e de parte do prédio do Capitólio, em Washington, o que até hoje é negado por Osama Bin Laden, sua maior 
liderança. 
(5) As recentes manifestações públicas contra o terrorismo em escala global são uma novidade, uma vez que, em 
atentados anteriores, a comoção pública restringiu-se aos locais atingidos pela violência terrorista, talvez pelo fato de 
seus habitantes serem as vítimas diretas dos atos dessa natureza. 
Gabarito: 
1. C, C, C, E, E, C 
2. E, E, C, C, E, C 
3. E 
4. D 
5. C, E, E 
6. E 
7. E, C, E 
8. C, E, C, E, E

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