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Introdução à Sociologia SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas “Ciência é a sistematização de conhecimentos sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar, capaz de ser submetida à verificação.” SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Para conceituar as ciências sociais, primeiramente vamos estabelecer as noções básicas sobre ciência. As ciências, portanto, possuem objetivo (preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos), função (crescente conjunto de conhecimentos sobre determinado objeto) e objeto (foco do estudo). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Ciência é o método de raciocínio e de inferência acerca de fenômenos já conhecidos ou a serem investigados. Objetivo das ciências sociais é observar os seres humanos em interação e os produtos dessa interação: linguagem, religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, costumes e outros aspectos culturais e de organização social. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Ciências sociais ou humanas visam estudar o homem em sociedade. Sociologia surgiu para favorecer a investigação e observação de fatos, propondo objetividade no tratamento dos problemas que a sociedade apresenta pela observação. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Ascensão desta ideia tem base na crise da sociedade do século XIX em função de duas grandes revoluções: Revolução Francesa e Revolução Industrial (inglesa). Surge a ideologia capitalista de ascensão do capital e da burguesia. Sociologia é o estudo científico das relações sociais, formas de associação e fenômenos sociais que se produzem nas relações de grupos entre pessoas. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Sociologia é uma classificação das Ciências Sociais ou Humanas. Estuda o homem e o meio em suas interações recíprocas. Ex.: formação e desintegração de grupos; processos de competição e cooperação etc. Século XVIII até meados do século XIX ocorreram grandes mudanças na sociedade provocadas pela revolução técnico-científica – Revolução Industrial. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Necessidade de uma ciência social Revolução Industrial é o período em que um conjunto de invenções e inovações relacionadas entre si permitiram acelerar a produção de bens e assegurar o crescimento industrial rápido, independente da agricultura. Iniciou na Inglaterra entre os anos de 1760 e 1820 (Rochdale – 1844). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Necessidade de uma ciência social As modificações sociais que ocorreram com a Revolução Industrial são comparáveis Revolução agrícola (5 a 8 mil anos antes) – sociedade deixou de ser nômade. Domesticação de animais e melhoria em sementes, que possibilitou excedentes de produção e evitou a necessidade de caçadores e coletores. Consequência - fixação em locais que constituíram as primeiras aglomerações urbanas, surgimento de novos ofícios e novas necessidades – possibilitou avanço importante na organização social. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Necessidade de uma ciência social “*...+ em cerca de 100 anos, a Europa de sítios e artesãos tornou-se uma Europa de cidades industriais. Os utensílios manuais foram substituídos por máquinas; a loja do artífice pela fábrica. O vapor e eletricidade substituíram fontes tradicionais de energia – água, vento e músculo. Os aldeãos, como suas antigas ocupações se tornavam supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se operários de uma nova era, enquanto uma classe profissional de empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a revolução industrial” (adaptado de Henderson, 1979) Revolução Industrial: período intensificou a transformação da economia inglesa, que passou de predominantemente agrária a uma economia industrial, caracterizada pela produção em larga escala e pela generalização do uso de máquinas para reduzir tempo e custos de produção. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Necessidade de uma ciência social Verificando a organização da sociedade até a Revolução Industrial, o homem se deparou com novos problemas, que não seriam solucionados com uma visão antiga do mundo, pois a nova realidade social exigia novas formas de pensar e novas soluções para os problemas que surgiam em função do avanço industrial. Assim surgem as ciências sociais e, consequentemente, a sociologia. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Em um curto espaço de tempo, o modo de vida de grandes contingentes humanos se modificou. Momento atual (fim do século XX e inicio do século XXI) – ocorrendo outra grande transformação científico-tecnológica que influencia profundamente a vida das pessoas. É importante compreender o que se modificou nestas revoluções, destacando-se as modificações trazidas pela Revolução Industrial do século XIX, para entender o que acontece atualmente. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social A Revolução Industrial apresenta características que diferenciam a sociedade industrial do sistema anterior de artesanato e trabalho doméstico. Entre as características mais importantes estão: Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas: aumento da capacidade de execução de tarefas, tendo um menor número de trabalhadores produzindo uma quantidade maior de produtos do que um número muito maior de indivíduos no sistema artesanal e doméstico. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Divisão do trabalho e necessidade de coordenação: trabalhador industrial (operário) tem que se especializar em áreas de trabalho muito limitadas, sofrendo o empobrecimento de sua qualificação em comparação com o artesão (que realizada todo o processo produtivo). Introdução de máquinas no processo industrial levou a organização racional das tarefas produtivas, ordenando a divisão do trabalho (cada um realiza uma tarefa específica no processo). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Divisão do trabalho e necessidade de coordenação: Aumento da produtividade foi consequência da organização do trabalho e não do aumento da habilidade individual. Houve redução do trabalho intelectual do operário (realização de tarefas simples, repetitivas e altamente especializadas) e facilidade para introduzir mulheres e crianças no trabalho industrial. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Mudanças culturais no trabalho:a mudanças dos modos de vida e de trabalho trazidas pela Revolução Industrial, o problema técnico organizacional, de especialização e divisão do trabalho está ligado à gestão do fator humano, pois os novos trabalhadores das indústrias mantinham hábitos adquiridos no trabalho agrícola e no trabalho em ambiente doméstico (sujeitos à supervisão). Mudança na forma de trabalho foi acompanhada de mudança no modo de vida –> passou de rural para urbano. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Ambiente rural: alimentação de subsistência por meio de cultivos em pequenas áreas e criação de animais domesticados. Ambiente urbano: dificuldade na obtenção de alimento e moradia. Busca de ganho obtido por meio de salário fabril. Empobrecimento intelectual do trabalhador favorecida emprego de crianças e mulheres sem preparo e com salários inferiores aos dos homens. Fator ‘disciplina’ tem papel fundamental na nova organização das empresas (aspecto cultural) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Divisão do trabalho se estende ao empresário (proprietário dos meios de produção). Industrial tem a propriedade da fábrica -> supervisiona o trabalhador -> acompanha o ritmo de trabalho da máquina. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Produção de bens em grande quantidade: intensa mecanização possibilita velocidade na geração de produtos mais padronizados, fazendo com que se tornem mais baratos, vendidos em maiores quantidades e produzidos com custos unitários mais baixos. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia Industrialização e novas formas de organização social Entre as características mais importantes estão: Surgimento de novos papéis sociais: empresário capitalista (detentor dos instrumentos de produção) e operário (portador da força de trabalho). Interdependência entre empresário e operário é fator fundamental de distinção entre a nova sociedade capitalista e a organização social anterior. Configura-se um ‘mercado de trabalho’ (venda de capacidade de trabalho) diferente do sistema artesanal (venda de produtos). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Mudanças nas formas tradicionais de produção por outras, tecnologicamente avançadas (e as implicações sociais no campo ???) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Mudanças na base tecnológica e política de modernização na década de 50: impactos sociais em função... - fortalecimento do complexo agroindustrial (p/ acelerar processo de substituição de importações) e/ou... - aumento do preço da terra SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro A partir de 64 (governo militar) -> implantação de ideologia de modernização, via internacionalização e processo de industrialização. Estímulo e subsídios ao processo de industrialização e às formas “modernas” ou “empresariais” de produção agropecuária. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Agricultura incorporada ao processo capitalista (surgiu complexo agroindustrial – capital industrial e financeiro...) produtora de matérias-primas e alimentos e mercado para o parque industrial (máquinas, insumos...) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Destaque para culturas “dinâmicas” Destinadas à exportação e/ou à agroindústria Gerar demanda para máquinas e insumos... Efetivação do novo modelo agrícola – internacionalização de um pacote tecnológico “Revolução Verde” – meados da década de 60. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro internacionalização (grandes empresas de máquinas e insumos...) Novo pacote tecnológico associado à pesquisa agropecuária, indústria de insumos e crédito agrícola. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Consequências -> dependência crescente do mercado externo, aumento de produção e produtividade, substituição de certas culturas por outras com maior demanda no mercado internacional. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Outro fator -> disponibilidade de recursos financeiros do exterior (década 60, 70) – excedentes financeiros desviados para aquisição de bens “seguros” (mercado imobiliário) -> compra de terras agrícolas (aumento significativo do valor da terra) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Consequências -> crédito rural depende de garantias pela posse da terra (mais terras -> mais crédito) Disponibilidade de crédito com mínima fiscalização -> utilização para outras finalidades (inclusive compra de mais terras) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Crédito rural subsidiado -> Por que se constituiu no principal instrumento de viabilização do novo modelo agropecuário ?? SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Crédito rural subsidiado -> Financiou o processo de modernização tecnológica e consolidação do complexo agroindustrial. Instrumento de articulação entre diferentes atores do setor (proprietários rurais, grande capital com interesse no setor (a montante e a jusante), capitais urbanos aplicados na produção e especulação de terras, bancos, Estado...) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Aumento significativo na concessão de créditos agrícolas ano número de contratos 1938 1.021,00 1948 9.482,00 1958 93.859,00 1968 540.283,00 1969 1.145.209,00 1970 1.190.592,00 1975 1.856.131,00 1980 2.766.061,00 SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para trocade idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Distribuição social e espacial do crédito não acompanhou crescimento do número e volume de recursos envolvidos. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Causa – própria lógica do empréstimo bancário (posse terra e preferência por operações de maior volume e menor custo administrativo) Recursos concentrados em número pequeno de produtores e em determinadas regiões do País. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Política de crédito rural favoreceu integração entre indústria (produtora de meios de produção e processadora e produção) e agropecuária (cada vez mais integrada e dependente dos dois ramos industriais). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Elo entre indústria de insumos e setor agrícola – CRÉDITO DE CUSTEIO Elo entre indústria de máquinas e setor agrícola – CRÉDITO DE INVESTIMENTOS SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Em resumo Mudanças na oferta de crédito, novo padrão tecnológico, especulação fundiária e consequente destino da produção modificaram a estrutura de produção e fundiária no Brasil. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Em resumo Instrumentos utilizados e forma de modernização agropecuária proporcionaram elevação na escala de produção e preço da terra, e consequente aumento de concentração de propriedade da terra (dificuldade de acesso à terra pela pequena produção). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Em resumo Entre os reflexos: mudanças e desestruturação do emprego no campo, êxodo rural, concentração urbana. Relação com acontecimentos anteriores e atuais ??? SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Modernização e emprego no campo (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 2) Desestruturação de grande parte de ocupações estáveis e permanentes a partir da década de 70 devido à escalas de produção e maior uso de máquinas (redução de pequenos produtores e de mão de obra tradicional). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Modernização e emprego no campo Especulação fundiária (como já visto) reduziu todo tipo de trabalhador rural. Consequencia -> Censo Demográfico apresentou, no período, redução de emprego permanente no campo. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Modernização e emprego no campo Acentuou emprego instável no campo no período estudado. Consequencia -> aumento do número de empregos temporários, transformação de grande número de pequenos produtores em assalariados. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Modernização e emprego no campo Volume de mão de obra deslocada pelo processo de modernização agrícola. Concentração dos meios de produção e instabilidade do trabalho - > consequencia: migração para cidade SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Espaço para troca de idéias.... As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Grande êxodo rural na década de 70/80 no Brasil. Distribuição espacial da população reflete as formas de organização de sua produção em um dado momento. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Pequena parte da população brasileira era urbana Principais cidades: próximas ao litoral – entreposto entre interior e escoamento de produtos (minério, produção agropecuária...) para o exterior. Comunidades urbanas: isoladas, inexistência de economias regionais... SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Crise mundial de 1930 (redução dos preços dos produtos agrícolas) e período pós-guerra: impulsionam industrialização para substituir importações. Consequencia: migração de trabalhadores rurais para centros urbanos e parte destes em busca de novas áreas agrícolas (fronteira agrícola). SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Período intensificou intervenção de modelo de industrialização via subsídios diretos e indiretos ao parque industrial; início da mecanização na produção agropecuária, expansão da rede ferroviária e malha viária facilitou comunicação e integração regional Consequencia: intensificou migração rural-urbana na década de 60/70 SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Maior capitalização do processo produtivo reduz espaço físico e social do pequeno produtor. Pequeno produtor (pg. 61) : utilização intensiva de mão de obra e da terra disponível. Intensidade do uso da terra reflete-se no valor de produção por hectare e na eficiência econômica. Desestruturação da pequena produção: reflexos diretos na redução significativa no volume de emprego no campo. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Processo de emigração rural-urbana foi mais expressivo em regiões de maior desenvolvimento, onde o processo de capitalização e modernização ocorreu primeiro e de forma intensa. Consequencia: proliferação de cidades e concentração progressiva da população em cidades cada vez maiores. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Processo de modernização (modelos europeus e norte- americanos) – mecanização do campo e migração para as cidades são fatores importantes e paralelos à industrialização. Brasil: oferta de mão de obra (excedente rural) superou a criação de empregosurbano-industriais. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Fronteira agrícola no Brasil: alternativa para acomodar excedente rural gerado pelo ritmo e forma de urbanização e pela modernização de áreas tradicionais de cultivo. País de grandes dimensões: expansão da fronteira agrícola permite incrementar produção rural sem alterações expressivas na estrutura fundiária, nas formas de organização social no campo ou na base tecnológica. Ex.: Centro-Oeste SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Impacto da fronteira agrícola: Redistribuição da população; Criação de oportunidades econômicas; Incremento da produção agrícola. Propiciou incorporação de novas áreas agrícolas, diversificação de pólos de crescimento e desconcentração populacional. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Impacto da fronteira agrícola: No decorrer do tempo, perda da importância relativa da fronteira agrícola. 1. Redução da migração com destino rural em áreas de fronteira (acesso a terra dificultado em função do valor da mesma e pela modernização) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Impacto da fronteira agrícola: 2. Produto agrícola na fronteira Volume de produção total menos dependente de novas fronteiras agrícolas (redução da disponibilidade de áreas férteis e próximas a mercados consumidores SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Impacto da fronteira agrícola: 2. Produto agrícola na fronteira Novas fronteiras agrícolas (distantes, solos de fertilidade inferior e obstáculos naturais em relação às áreas tradicionais) Utilização mais intensiva de terras já ocupadas em vez da cultura extensiva ? SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3) Impacto da fronteira agrícola: 3. Encurtamento do ciclo de vida da fronteira agrícola Distância, redução de fertilidade, restrição do acesso à terra e forças relacionadas com a modernização agrícola SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Modernização agrícola e a panela do povo (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 4) Desenvolvimento tecnológico diferenciado entre culturas “dinâmicas” e as de alimentação básica tem efeito desagregador sobre a pequena produção e consumo. Produtores rurais passam a ser subconsumidores urbanos. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Ciências Sociais e Sociologia rural Modernização agrícola e a panela do povo (Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 4) Disponibilidade de alimentos básicos não acompanha o crescimento da população. Favorecimento de culturas para exportação e/ou agroindústrias relegou produção de gêneros alimentícios de primeira necessidade a status secundário (pg. 83) Últimos 40 anos – profundas transformações Mudanças econômicas e financeiras; “revolução tecnológica”; Variados processos sociais emergentes no período contemporâneo (presença feminina no mercado de trabalho, afirmação social e política das mulheres, novas configurações no mundo do trabalho); impactos sociais e ambientais do padrão de desenvolvimento industrial. Ciências Sociais e Sociologia rural “desenvolvimento rural sustentável” – possibilidade de alternativa ao padrão de desenvolvimento ? Origem: 1979 (fim do ciclo militar), 1981 (alterações na forma de financiamento do período de expansão econômica) Década de 80: surgimento de movimentos sociais e crescimento de suas organizações e representação social. Últimos 40 anos – profundas transformações Ciências Sociais e Sociologia rural Organizações não governamentais (ONGs), cooperativas, pequenas associações de agricultores, grupos comunitários e iniciativas similares. Surgimento destas organizações motivado por objetivos econômicos e produtivos, reproduzindo propostas do padrão técnico vigente no período, amplamente disseminado (período do regime militar – Revolução Verde) ou propondo alternativas tecnológicas. Últimos 40 anos – profundas transformações Ciências Sociais e Sociologia rural Questão Por que abordar alternativas diferenciadas em relação ao “padrão convencional vigente” instalado pela modernização do campo durante os anos 70? Ciências Sociais e Sociologia rural São abordados diferente motivos, mas alguns fatores podem ser apontados... 1º motivo: No Brasil, movimentos sociais e suas organizações, inicialmente por uma postura antagônica ao sistema político (oposição), que no meio rural, refletia na oposição ao “padrão convencional” de organização tecnológica da agricultura (identificado como dominação política e exploração econômica dos produtores rurais, em especial, os “colonos”) Ciências Sociais e Sociologia rural São abordados diferente motivos, mas alguns fatores podem ser apontados... Contestação técnica fundada mais na oposição ao sistema política e tecnológico do que na oferta de alternativas tecnológicas e produtivas. Consequência: poucas e limitadas alternativas tecnológicas de produção agropecuária. Ciências Sociais e Sociologia rural São abordados diferente motivos, mas alguns fatores podem ser apontados... 2º motivo – impactos ambientais decorrentes da implementação em larga escala da forma de produção tecnológica, em várias regiões rurais do planeta. Força social que impulsionou o debate crítico sobre tais impactos no mundo rural – movimento ambientalista. Ciências Sociais e Sociologia rural São abordados diferente motivos, mas alguns fatores podem ser apontados... 3º motivo – fator que também contribuiu para contestação do “padrão convencional” Adesão da noção de desenvolvimento por organismos internacionais, muitas vezes em campos de atuação divergentes (Nações Unidas, agências de desenvolvimento como o Banco Mundial) – introdução ao desenvolvimento sustentável entre suas orientações. Ciências Sociais e Sociologia rural 3º motivo Introdução de “metas gerais” por órgãos internacionais. Ex.: manutenção de recursos naturais e produtividade agrícola de longo prazo, realização de ações produtivas com mínimo de impactos adversos ao meio ambiente, garantia de retornos adequados aos produtores, atendimento às necessidades sociais de famílias e comunidades rurais... Ciências Sociais e Sociologia rural 3º motivo Apesar de diferenças institucionais, existe a difusão internacional de “desenvolvimento sustentável”, “desenvolvimento rural sustentável” Quebra de paradigma do “padrão convencional” instalado no pós-guerra em países mais desenvolvidos e no Brasil, a partir da década de 60-70. Ciências Sociais e Sociologia rural 3º motivo Críticas ao “modelo tradicional de produção” •Incapacidade na forma de manterdesenvolvimento rural cada mais dispendiosa, com utilização de fundos públicos para manutenção e continuidade. •Impactos ambientais cuja correção assume custos elevados; Ciências Sociais e Sociologia rural 3º motivo • desenvolvimento de longo prazo com ampliação de áreas cultivadas X recursos naturais limitados; • pressões de segmentos agroindustriais que incorporam-se ao “sistema alimentar” (capacidade de moldar tecnologia e dinâmica do sistema e ampliar participação na fatia de riqueza gerada por atividades produtivas – queda real de renda dos produtores) Ciências Sociais e Sociologia rural Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) •Ciências e o consequente êxito obtido em diversos campos, conduziu ao desenvolvimento tecnológico e a uma confiança instrumental obtida através do método analítico reducionista (reduzir o complexo ao simples para obter a compreensão) (Guzmán, 1997, p. 19) •Desenvolvimento de tecnologias conduziu a uma forma de apropriação da natureza. Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) Processo de apropriação necessita de contínuo fornecimento de energia proveniente da natureza, reposição de elementos deteriorados e reacomodação de dejetos resultantes. Impossibilidade do cumprimento de tais requisitos: deterioração do meio, reorganização da população através de processos de urbanização e crescentes desequilíbrios ambientais globais. Surge a discussão sobre desenvolvimento sustentável. Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) Conceito consiste essencialmente em potencializar esquemas de desenvolvimento cujo objetivo seja a satisfação das necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias necessidades. Esquemas de atividade econômica que impliquem em regeneração dos processos naturais. Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) Esquemas de atividade econômica ambiental devem ter natureza industrial (por sua importância para a economia das sociedades modernas, ampliação da base de desenvolvimento e satisfação de necessidades crescentes). Natureza industrial são aplicáveis na agropecuária (novas técnicas de produção, Revolução Verde, genética...) Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) Desenvolvimento sustentável surge para discutir a compatibilidade dos níveis de consumo que satisfaçam as necessidades da humanidade, dentro de limites ecologicamente possíveis. Oficialmente, as concepções teóricas surgem no começo dos anos 70, com a pressão dos movimentos ambientalistas nos EUA e Europa. Origem, evolução e perspectivas do desenvolvimento sustentável Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável” (pg. 19-32) Em síntese, segundo o texto... Estratégia agroecológica (estratégia de desenvolvimento rural sustentável) pode ser definida como manejo ecológico dos recursos naturais, incorporando ação social coletiva de caráter participativo (conhecimento camponês com o científico) e que permita implementação de sistemas agropecuários alternativos.
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