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Introdução à Sociologia e Sociologia Rural

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Introdução à Sociologia
SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO
Prof. Ms Ivens Cristian Vargas
“Ciência é a sistematização de conhecimentos sobre o comportamento 
de certos fenômenos que se deseja estudar, capaz de ser submetida à 
verificação.”
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Ciências Sociais e Sociologia
Para conceituar as ciências sociais, primeiramente 
vamos estabelecer as noções básicas sobre ciência.
As ciências, portanto, possuem objetivo (preocupação em distinguir a 
característica comum ou as leis gerais que regem determinados 
eventos), função (crescente conjunto de conhecimentos sobre 
determinado objeto) e objeto (foco do estudo).
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Ciências Sociais e Sociologia
Ciência é o método de raciocínio e de inferência acerca 
de fenômenos já conhecidos ou a serem investigados.
Objetivo das ciências sociais é observar os seres humanos em interação 
e os produtos dessa interação:
linguagem, religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, costumes e 
outros aspectos culturais e de organização social.
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Ciências Sociais e Sociologia
Ciências sociais ou humanas visam estudar o homem 
em sociedade.
Sociologia surgiu para favorecer a investigação e observação de fatos, 
propondo objetividade no tratamento dos problemas que a sociedade 
apresenta pela observação.
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Ciências Sociais e Sociologia
Ascensão desta ideia tem base na crise da sociedade do século 
XIX em função de duas grandes revoluções: Revolução Francesa 
e Revolução Industrial (inglesa).
Surge a ideologia capitalista de ascensão do capital e da 
burguesia.
Sociologia é o estudo científico das relações sociais, formas de 
associação e fenômenos sociais que se produzem nas relações de 
grupos entre pessoas.
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Ciências Sociais e Sociologia
Sociologia é uma classificação das Ciências Sociais ou 
Humanas.
Estuda o homem e o meio em suas interações 
recíprocas. 
Ex.: formação e desintegração de grupos; processos de competição e cooperação etc.
Século XVIII até meados do século XIX ocorreram grandes mudanças 
na sociedade provocadas pela revolução técnico-científica – Revolução 
Industrial.
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Ciências Sociais e Sociologia
Necessidade de uma ciência social
Revolução Industrial é o período em que um conjunto de invenções e inovações 
relacionadas entre si permitiram acelerar a produção de bens e assegurar o crescimento 
industrial rápido, independente da agricultura. Iniciou na Inglaterra entre os anos de 
1760 e 1820 (Rochdale – 1844).
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Ciências Sociais e Sociologia
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Ciências Sociais e Sociologia
Necessidade de uma ciência social
As modificações sociais que ocorreram com a Revolução Industrial são 
comparáveis Revolução agrícola (5 a 8 mil anos antes) – sociedade deixou de 
ser nômade.
Domesticação de animais e melhoria em sementes, que possibilitou excedentes 
de produção e evitou a necessidade de caçadores e coletores.
Consequência - fixação em locais que constituíram as primeiras aglomerações 
urbanas, surgimento de novos ofícios e novas necessidades – possibilitou 
avanço importante na organização social.
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Necessidade de uma ciência social
“*...+ em cerca de 100 anos, a Europa de sítios e artesãos tornou-se uma Europa 
de cidades industriais. Os utensílios manuais foram substituídos por máquinas; 
a loja do artífice pela fábrica. O vapor e eletricidade substituíram fontes 
tradicionais de energia – água, vento e músculo. Os aldeãos, como suas antigas 
ocupações se tornavam supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades 
fabris, tornando-se operários de uma nova era, enquanto uma classe 
profissional de empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, 
inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a 
revolução industrial”
(adaptado de Henderson, 1979) 
Revolução Industrial: período intensificou a transformação da economia 
inglesa, que passou de predominantemente agrária a uma economia 
industrial, caracterizada pela produção em larga escala e pela generalização 
do uso de máquinas para reduzir tempo e custos de produção.
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Ciências Sociais e Sociologia
Necessidade de uma ciência social
Verificando a organização da sociedade até a Revolução Industrial, o homem se 
deparou com novos problemas, que não seriam solucionados com uma visão antiga do 
mundo, pois a nova realidade social exigia novas formas de pensar e novas soluções 
para os problemas que surgiam em função do avanço industrial. Assim surgem as 
ciências sociais e, consequentemente, a sociologia.
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Industrialização e novas formas de organização social
Em um curto espaço de tempo, o modo de vida de grandes contingentes 
humanos se modificou.
Momento atual (fim do século XX e inicio do século XXI) – ocorrendo outra grande 
transformação científico-tecnológica que influencia profundamente a vida das 
pessoas.
É importante compreender o que se modificou nestas revoluções, destacando-se as 
modificações trazidas pela Revolução Industrial do século XIX, para entender o que 
acontece atualmente.
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Industrialização e novas formas de organização social
A Revolução Industrial apresenta características que diferenciam a sociedade 
industrial do sistema anterior de artesanato e trabalho doméstico.
Entre as características mais importantes estão:
Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas: aumento da 
capacidade de execução de tarefas, tendo um menor número de trabalhadores 
produzindo uma quantidade maior de produtos do que um número muito 
maior de indivíduos no sistema artesanal e doméstico. 
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Divisão do trabalho e necessidade de coordenação: trabalhador industrial 
(operário) tem que se especializar em áreas de trabalho muito limitadas, 
sofrendo o empobrecimento de sua qualificação em comparação com o artesão 
(que realizada todo o processo produtivo).
Introdução de máquinas no processo industrial levou a organização racional 
das tarefas produtivas, ordenando a divisão do trabalho (cada um realiza uma 
tarefa específica no processo).
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Divisão do trabalho e necessidade de coordenação: 
Aumento da produtividade foi consequência da organização do trabalho e não 
do aumento da habilidade individual.
Houve redução do trabalho intelectual do operário (realização de tarefas 
simples, repetitivas e altamente especializadas) e facilidade para introduzir 
mulheres e crianças no trabalho industrial.
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Mudanças culturais no trabalho:a mudanças dos modos de vida e de trabalho 
trazidas pela Revolução Industrial, o problema técnico organizacional, de 
especialização e divisão do trabalho está ligado à gestão do fator humano, 
pois os novos trabalhadores das indústrias mantinham hábitos adquiridos no 
trabalho agrícola e no trabalho em ambiente doméstico (sujeitos à supervisão).
Mudança na forma de trabalho foi acompanhada de mudança no modo de 
vida –> passou de rural para urbano.
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Ambiente rural: alimentação de subsistência por meio de cultivos em pequenas 
áreas e criação de animais domesticados.
Ambiente urbano: dificuldade na obtenção de alimento e moradia. Busca de 
ganho obtido por meio de salário fabril. Empobrecimento intelectual do 
trabalhador favorecida emprego de crianças e mulheres sem preparo e com 
salários inferiores aos dos homens. Fator ‘disciplina’ tem papel fundamental na 
nova organização das empresas (aspecto cultural)
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Divisão do trabalho se estende ao empresário (proprietário dos meios de 
produção). 
Industrial tem a propriedade da fábrica -> supervisiona o trabalhador ->
acompanha o ritmo de trabalho da máquina.
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Produção de bens em grande quantidade: intensa mecanização possibilita 
velocidade na geração de produtos mais padronizados, fazendo com que se 
tornem mais baratos, vendidos em maiores quantidades e produzidos com 
custos unitários mais baixos.
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Industrialização e novas formas de organização social
Entre as características mais importantes estão:
Surgimento de novos papéis sociais: empresário capitalista (detentor dos 
instrumentos de produção) e operário (portador da força de trabalho).
Interdependência entre empresário e operário é fator fundamental de 
distinção entre a nova sociedade capitalista e a organização social anterior.
Configura-se um ‘mercado de trabalho’ (venda de capacidade de trabalho) 
diferente do sistema artesanal (venda de produtos).
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Mudanças nas formas tradicionais de produção por outras, 
tecnologicamente avançadas 
(e as implicações sociais no campo ???)
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Mudanças na base tecnológica e política de modernização na 
década de 50: impactos sociais em função...
- fortalecimento do complexo agroindustrial (p/ acelerar processo de 
substituição de importações) e/ou...
- aumento do preço da terra
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
A partir de 64 (governo militar) -> implantação de ideologia de 
modernização, via internacionalização e processo de 
industrialização.
Estímulo e subsídios ao processo de industrialização e às formas 
“modernas” ou “empresariais” de produção agropecuária.
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Agricultura incorporada ao processo capitalista (surgiu complexo 
agroindustrial – capital industrial e financeiro...)
produtora de matérias-primas e alimentos e mercado para o 
parque industrial (máquinas, insumos...)
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Destaque para culturas “dinâmicas” 
Destinadas à exportação e/ou à agroindústria
Gerar demanda para máquinas e insumos...
Efetivação do novo modelo agrícola – internacionalização de um pacote 
tecnológico “Revolução Verde” – meados da década de 60.
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
internacionalização (grandes empresas de máquinas e insumos...)
Novo pacote tecnológico associado à pesquisa agropecuária, 
indústria de insumos e crédito agrícola.
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Consequências -> dependência crescente do mercado externo, 
aumento de produção e produtividade, substituição de certas 
culturas por outras com maior demanda no mercado 
internacional.
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Outro fator -> disponibilidade de recursos financeiros do exterior 
(década 60, 70) – excedentes financeiros desviados para aquisição 
de bens “seguros” (mercado imobiliário) -> compra de terras 
agrícolas (aumento significativo do valor da terra)
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Consequências -> crédito rural depende de garantias pela posse 
da terra (mais terras -> mais crédito)
Disponibilidade de crédito com mínima fiscalização -> utilização 
para outras finalidades (inclusive compra de mais terras) 
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Crédito rural subsidiado -> 
Por que se constituiu no principal instrumento de viabilização do 
novo modelo agropecuário ??
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Crédito rural subsidiado -> 
Financiou o processo de modernização tecnológica e consolidação 
do complexo agroindustrial.
Instrumento de articulação entre diferentes atores do setor (proprietários 
rurais, grande capital com interesse no setor (a montante e a jusante), capitais 
urbanos aplicados na produção e especulação de terras, bancos, Estado...)
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Aumento significativo na concessão de créditos agrícolas
ano número de contratos
1938 1.021,00 
1948 9.482,00 
1958 93.859,00 
1968 540.283,00 
1969 1.145.209,00 
1970 1.190.592,00 
1975 1.856.131,00 
1980 2.766.061,00 
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para trocade idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Distribuição social e espacial do crédito não 
acompanhou crescimento do número e volume de 
recursos envolvidos.
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Espaço para troca de idéias....
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Causa – própria lógica do empréstimo bancário (posse terra e 
preferência por operações de maior volume e menor custo 
administrativo)
Recursos concentrados em número pequeno de produtores e em 
determinadas regiões do País.
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Política de crédito rural favoreceu integração entre indústria 
(produtora de meios de produção e processadora e produção) e 
agropecuária (cada vez mais integrada e dependente dos dois 
ramos industriais).
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Elo entre indústria de insumos e setor agrícola – CRÉDITO DE 
CUSTEIO
Elo entre indústria de máquinas e setor agrícola – CRÉDITO DE 
INVESTIMENTOS
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Em resumo
Mudanças na oferta de crédito, novo padrão tecnológico, 
especulação fundiária e consequente destino da produção 
modificaram a estrutura de produção e fundiária no Brasil. 
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Em resumo
Instrumentos utilizados e forma de modernização agropecuária 
proporcionaram elevação na escala de produção e preço da terra, 
e consequente aumento de concentração de propriedade da terra 
(dificuldade de acesso à terra pela pequena produção).
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Em resumo
Entre os reflexos: mudanças e desestruturação do emprego no 
campo, êxodo rural, concentração urbana.
Relação com acontecimentos anteriores e atuais ???
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Modernização e emprego no campo 
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 2)
Desestruturação de grande parte de ocupações estáveis e 
permanentes a partir da década de 70 devido à escalas de 
produção e maior uso de máquinas (redução de pequenos 
produtores e de mão de obra tradicional).
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Modernização e emprego no campo
Especulação fundiária (como já visto) reduziu todo tipo 
de trabalhador rural. 
Consequencia -> Censo Demográfico apresentou, no período, 
redução de emprego permanente no campo.
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Modernização e emprego no campo
Acentuou emprego instável no campo no período 
estudado.
Consequencia -> aumento do número de empregos temporários, 
transformação de grande número de pequenos produtores em 
assalariados.
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Modernização e emprego no campo
Volume de mão de obra deslocada pelo processo de 
modernização agrícola.
Concentração dos meios de produção e instabilidade do trabalho -
> consequencia: migração para cidade
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Espaço para troca de idéias....
As transformações na estrutura de produção agrícola brasileiro
Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Grande êxodo rural na década de 70/80 no Brasil.
Distribuição espacial da população reflete as formas de 
organização de sua produção em um dado momento.
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Pequena parte da população brasileira era urbana
Principais cidades: próximas ao litoral – entreposto entre interior 
e escoamento de produtos (minério, produção agropecuária...) 
para o exterior.
Comunidades urbanas: isoladas, inexistência de economias 
regionais...
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Crise mundial de 1930 (redução dos preços dos produtos 
agrícolas) e período pós-guerra: impulsionam industrialização 
para substituir importações.
Consequencia: migração de trabalhadores rurais para centros 
urbanos e parte destes em busca de novas áreas agrícolas 
(fronteira agrícola).
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Período intensificou intervenção de modelo de industrialização via 
subsídios diretos e indiretos ao parque industrial; início da 
mecanização na produção agropecuária, expansão da rede 
ferroviária e malha viária facilitou comunicação e integração 
regional
Consequencia: intensificou migração rural-urbana na década de 
60/70
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Maior capitalização do processo produtivo reduz espaço físico e 
social do pequeno produtor.
Pequeno produtor (pg. 61) : utilização intensiva de mão de obra e 
da terra disponível. Intensidade do uso da terra reflete-se no valor 
de produção por hectare e na eficiência econômica.
Desestruturação da pequena produção: reflexos diretos na 
redução significativa no volume de emprego no campo.
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Ciências Sociais e Sociologia rural
Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Processo de emigração rural-urbana foi mais expressivo em 
regiões de maior desenvolvimento, onde o processo de 
capitalização e modernização ocorreu primeiro e de forma 
intensa.
Consequencia: proliferação de cidades e concentração 
progressiva da população em cidades cada vez maiores.
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Processo de modernização (modelos europeus e norte-
americanos) – mecanização do campo e migração para as cidades 
são fatores importantes e paralelos à industrialização.
Brasil: oferta de mão de obra (excedente rural) superou a criação 
de empregosurbano-industriais.
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Fronteira agrícola no Brasil: alternativa para acomodar 
excedente rural gerado pelo ritmo e forma de urbanização e pela 
modernização de áreas tradicionais de cultivo.
País de grandes dimensões: expansão da fronteira agrícola 
permite incrementar produção rural sem alterações expressivas 
na estrutura fundiária, nas formas de organização social no 
campo ou na base tecnológica. Ex.: Centro-Oeste
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Impacto da fronteira agrícola: 
Redistribuição da população;
Criação de oportunidades econômicas;
Incremento da produção agrícola.
Propiciou incorporação de novas áreas agrícolas, diversificação de 
pólos de crescimento e desconcentração populacional.
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Impacto da fronteira agrícola: 
No decorrer do tempo, perda da importância relativa da fronteira 
agrícola.
1. Redução da migração com destino rural em áreas de fronteira 
(acesso a terra dificultado em função do valor da mesma e pela 
modernização)
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Impacto da fronteira agrícola: 
2. Produto agrícola na fronteira
Volume de produção total menos dependente de novas fronteiras 
agrícolas (redução da disponibilidade de áreas férteis e próximas 
a mercados consumidores
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Impacto da fronteira agrícola: 
2. Produto agrícola na fronteira
Novas fronteiras agrícolas (distantes, solos de fertilidade inferior e 
obstáculos naturais em relação às áreas tradicionais)
Utilização mais intensiva de terras já ocupadas em vez da 
cultura extensiva ?
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Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agrícola
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 3)
Impacto da fronteira agrícola: 
3. Encurtamento do ciclo de vida da fronteira agrícola
Distância, redução de fertilidade, restrição do acesso à terra e 
forças relacionadas com a modernização agrícola
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Modernização agrícola e a panela do povo
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 4)
Desenvolvimento tecnológico diferenciado entre culturas 
“dinâmicas” e as de alimentação básica tem efeito desagregador 
sobre a pequena produção e consumo.
Produtores rurais passam a ser subconsumidores urbanos.
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Modernização agrícola e a panela do povo
(Livro Impactos da modernização agrícola – capítulo 4)
Disponibilidade de alimentos básicos não acompanha o 
crescimento da população.
Favorecimento de culturas para exportação e/ou agroindústrias 
relegou produção de gêneros alimentícios de primeira 
necessidade a status secundário (pg. 83)
Últimos 40 anos – profundas transformações
Mudanças econômicas e financeiras;
“revolução tecnológica”;
Variados processos sociais emergentes no período 
contemporâneo (presença feminina no mercado de trabalho, 
afirmação social e política das mulheres, novas configurações no 
mundo do trabalho);
 impactos sociais e ambientais do padrão de desenvolvimento 
industrial.
Ciências Sociais e Sociologia rural
“desenvolvimento rural sustentável” – possibilidade de 
alternativa ao padrão de desenvolvimento ?
Origem: 1979 (fim do ciclo militar), 1981 (alterações na forma de 
financiamento do período de expansão econômica)
Década de 80: surgimento de movimentos sociais e 
crescimento de suas organizações e representação social.
Últimos 40 anos – profundas transformações
Ciências Sociais e Sociologia rural
Organizações não governamentais (ONGs), cooperativas, 
pequenas associações de agricultores, grupos comunitários e 
iniciativas similares.
Surgimento destas organizações motivado por objetivos 
econômicos e produtivos, reproduzindo propostas do padrão 
técnico vigente no período, amplamente disseminado (período 
do regime militar – Revolução Verde) ou propondo alternativas 
tecnológicas.
Últimos 40 anos – profundas transformações
Ciências Sociais e Sociologia rural
Questão
Por que abordar alternativas diferenciadas em 
relação ao “padrão convencional vigente” instalado 
pela modernização do campo durante os anos 70?
Ciências Sociais e Sociologia rural
São abordados diferente motivos, mas alguns fatores 
podem ser apontados...
1º motivo: No Brasil, movimentos sociais e suas organizações, 
inicialmente por uma postura antagônica ao sistema político
(oposição), que no meio rural, refletia na oposição ao “padrão 
convencional” de organização tecnológica da agricultura 
(identificado como dominação política e exploração econômica 
dos produtores rurais, em especial, os “colonos”)
Ciências Sociais e Sociologia rural
São abordados diferente motivos, mas alguns fatores 
podem ser apontados...
Contestação técnica fundada mais na oposição ao sistema 
política e tecnológico do que na oferta de alternativas 
tecnológicas e produtivas.
Consequência: poucas e limitadas alternativas tecnológicas de 
produção agropecuária.
Ciências Sociais e Sociologia rural
São abordados diferente motivos, mas alguns fatores 
podem ser apontados...
2º motivo – impactos ambientais decorrentes da implementação 
em larga escala da forma de produção tecnológica, em várias 
regiões rurais do planeta.
Força social que impulsionou o debate crítico sobre tais 
impactos no mundo rural – movimento ambientalista.
Ciências Sociais e Sociologia rural
São abordados diferente motivos, mas alguns fatores 
podem ser apontados...
3º motivo – fator que também contribuiu para contestação do 
“padrão convencional”
Adesão da noção de desenvolvimento por organismos 
internacionais, muitas vezes em campos de atuação divergentes 
(Nações Unidas, agências de desenvolvimento como o Banco 
Mundial) – introdução ao desenvolvimento sustentável entre 
suas orientações.
Ciências Sociais e Sociologia rural
3º motivo 
Introdução de “metas gerais” por órgãos internacionais.
Ex.: manutenção de recursos naturais e produtividade agrícola 
de longo prazo, realização de ações produtivas com mínimo de 
impactos adversos ao meio ambiente, garantia de retornos 
adequados aos produtores, atendimento às necessidades sociais 
de famílias e comunidades rurais...
Ciências Sociais e Sociologia rural
3º motivo 
Apesar de diferenças institucionais, existe a difusão 
internacional de “desenvolvimento sustentável”, 
“desenvolvimento rural sustentável”
Quebra de paradigma do “padrão convencional” instalado no 
pós-guerra em países mais desenvolvidos e no Brasil, a partir 
da década de 60-70.
Ciências Sociais e Sociologia rural
3º motivo 
Críticas ao “modelo tradicional de produção”
•Incapacidade na forma de manterdesenvolvimento rural cada 
mais dispendiosa, com utilização de fundos públicos para 
manutenção e continuidade.
•Impactos ambientais cuja correção assume custos elevados;
Ciências Sociais e Sociologia rural
3º motivo 
• desenvolvimento de longo prazo com ampliação de áreas 
cultivadas X recursos naturais limitados;
• pressões de segmentos agroindustriais que incorporam-se ao 
“sistema alimentar” (capacidade de moldar tecnologia e 
dinâmica do sistema e ampliar participação na fatia de riqueza 
gerada por atividades produtivas – queda real de renda dos 
produtores)
Ciências Sociais e Sociologia rural
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
•Ciências e o consequente êxito obtido em diversos campos, 
conduziu ao desenvolvimento tecnológico e a uma confiança 
instrumental obtida através do método analítico reducionista 
(reduzir o complexo ao simples para obter a compreensão)
(Guzmán, 1997, p. 19)
•Desenvolvimento de tecnologias conduziu a uma forma de 
apropriação da natureza.
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
Processo de apropriação necessita de contínuo fornecimento de 
energia proveniente da natureza, reposição de elementos 
deteriorados e reacomodação de dejetos resultantes.
Impossibilidade do cumprimento de tais requisitos: deterioração 
do meio, reorganização da população através de processos de 
urbanização e crescentes desequilíbrios ambientais globais.
Surge a discussão sobre desenvolvimento sustentável.
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
Conceito consiste essencialmente em potencializar esquemas de 
desenvolvimento cujo objetivo seja a satisfação das 
necessidades da geração presente sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras para satisfazer suas próprias 
necessidades.
Esquemas de atividade econômica que impliquem em 
regeneração dos processos naturais.
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
Esquemas de atividade econômica ambiental devem ter 
natureza industrial (por sua importância para a economia das 
sociedades modernas, ampliação da base de desenvolvimento e 
satisfação de necessidades crescentes).
Natureza industrial são aplicáveis na agropecuária
(novas técnicas de produção, Revolução Verde, genética...)
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
Desenvolvimento sustentável surge para discutir a 
compatibilidade dos níveis de consumo que satisfaçam as 
necessidades da humanidade, dentro de limites ecologicamente 
possíveis.
Oficialmente, as concepções teóricas surgem no começo dos 
anos 70, com a pressão dos movimentos ambientalistas nos EUA 
e Europa.
Origem, evolução e perspectivas do 
desenvolvimento sustentável
Parte 1 – Livro “Idéias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural 
sustentável” (pg. 19-32)
Em síntese, segundo o texto...
Estratégia agroecológica (estratégia de desenvolvimento rural 
sustentável) pode ser definida como manejo ecológico dos 
recursos naturais, incorporando ação social coletiva de caráter 
participativo (conhecimento camponês com o científico) e que 
permita implementação de sistemas agropecuários alternativos.

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