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1 Hipertermoterapia 1. Conceito: � É uma modalidade terapêutica que utiliza o calor como fonte de tratamento � Conhecida também como termoterapia � Apresenta possibilidades de aplicações térmicas superficiais e profundas 2. Calor: � É a transferência da energia térmica de um corpo com maior para outro com menor temperatura � Relaciona-se com o grau de agitação térmica de cada corpo � Se dá no corpo humano pelo aumento da vibração molecular e da taxa metabólica � O frio é um atenuante da agitação térmica, trazendo queda de temperatura na matéria 3. Temperatura: � É a medida do nível de calor de um corpo � É a medida da energia cinética das moléculas de um corpo � Aferida fidedignamente somente através do termômetro 4. Termogênese: � Representa a capacidade do organismo em produzir calor � A temperatura corporal independe da temperatura extracorpórea � Tal fato se deve aos mecanismos de controle da temperatura corporal � O corpo responde de diferentes formas no frio e no calor � Há dois tipos de termogênese: a) Mecânica: � Baseia-se na produção de calor que ocorre durante o calafrio 2 � O calafrio é uma resposta à exposição súbita a baixa temperatura ou a um estado febril intenso � É involuntário, apresenta uma contração desordenada da musculatura esquelética, podendo aumentar em até 5 vezes o consumo de oxigênio, sendo este fato resultado de intensa atividade celular corporal b) Química: � Ocorre quando há aclimatação gradativa do indivíduo a baixas temperaturas � Com a queda gradativa da temperatura o organismo compensa sua demanda de calor, aumentando o metabolismo interno, sem ocorrência de calafrios � É o meio mais importante de manutenção da temperatura corporal � O calor é produzido no corpo humano através de reações exotérmicas � Sono, subnutrição e hipofunção tireóidea reduzem o metabolismo basal. Tensão muscular, calafrio, alimentação, exercícios físicos e hiperfuncionamento tireóideo aumentam esse metabolismo. 5. Termólise: � Representa a capacidade do organismo em dissipar o calor recebido � Ocorre por quatro diferentes mecanismos: a) Radiação: � Dissipado por meio de ondas eletromagnéticas, através da radiação IV � Todo corpo com temperatura superior a -273°C emite raios IV � Quanto maior a área da fonte e maior a elevação de temperatura, maior será a transmissão de calor para o meio � A pele é a principal fonte de radiação calorífica do corpo humano (60%), dissipando o contingente de energia térmica recebida � Obs – Exposição prolongada ao sol b) Evaporação: � Ocorre no organismo pela evaporação da água na pele e nos pulmões (25%) 3 � Aumenta-se com hiperventilação pulmonar e febre � É prejudicada nos queimados pela solução de continuidade cutânea c) Condução: � Ocorre quando há contato entre os meios � Observamos no contato corporal e na necessidade de roupagem especial em esportes aquáticos d) Convecção: � É a transferência de energia térmica de um sistema para outro, através da movimentação de massas de fluido, ocorrendo deslocamento por áreas de maior para menor temperatura ou vice-versa � Resulta da diferença entre a consistência das partículas da massa fluídica � Condução + Convecção = 15% perda calórica total 6. Controle da Temperatura Corporal: � A Importância do Hipotálamo: � O Hipotálamo é o responsável em realizar o balanço entre perda e produção de calor no organismo � Suas regiões anteriores controlam a termólise, já as posteriores a termogênese � A termogênese é controlada pelo aumento metabólico por ação hormonal e pelos calafrios � A termólise é controlada pela sudorese e vasodilatação periférica � Variações circadianas da temperatura corporal: � Fatores internos e externos levam a pequenas variações na temperatura corporal � Ocorrem episódios de queda durante o sono e elevação ao fim da tarde. Há inversão em relação aos trabalhadores noturnos por adaptação do relógio biológico 4 7. Modalidades Termoterapêuticas: � Envolvem os métodos de transferência de calor que são observados durante a realização do tratamento Fisioterapêutico a) Termoterapia por Condução: � Ocorre pela transferência de energia de vibração entre as moléculas � A vibração molecular é aumentada por uma fonte hipertérmica � Representada terapeuticamente através do contato direto com a pele, reproduzindo um aquecimento superficial � Engloba os recursos mais tradicionais de Eletrotermofototerapia � Seus efeitos diretos podem atingir até 1cm, excluindo os reflexos � Observada nas Bolsas de Água Quente, Compressas, Banho de Parafina. b) Termoterapia por Convecção: � Ocorre em meio fluido com transferência térmica entre os meios de maior e menor densidade por fator gravitacional até atingir homogeneidade � Observamos ascensão de moléculas dissipadas e queda de moléculas coesas � Observada no Turbilhão e Forno de Bier c) Termoterapia por Conversão: � Se dá pela conversão de fótons, energia elétrica ou sônica em calor � Engloba os mais modernos recursos de Eletrotermofototerapia � Baseia-se no Efeito Joule – Produção de calor entre os tecidos, aproveitando sua resistência com a passagem de energia termogênica � Observada no US, MO, OC, UV e IV 8. Absorção de Energia Calórica: � Toda ação térmica depende da capacidade de absorção térmica do material em que será aplicado o calor ou frio � Quando a matéria é uniforme deve-se levar em consideração a condutibilidade � A condutibilidade do corpo humano se assemelha a da água e é diferente do metal 5 � Não se tem como mensurar a energia térmica absorvida no organismo devido a termoregulação, mas podemos avaliar as reações biológicas pela exposição ao calor ou frio � As reações simpáticas de vasoconstrição e vasodilatação ocorrem devido a necessidade do organismo em reagir ao calor ou frio, sendo ativadas por via neural e enzimática � O aquecimento superficial tem diferentes atuações de acordo com as áreas em que é aplicado 9. Efeitos Fisiológicos Gerais da Termoterapia: � Geração ou transmissão de calor no corpo humano � Vasodilatação – CO2 / Histamina / Inibição Endotelial / Produção de NO � ↑ do fluxo sangüíneo � ↑ metabólico � ↑ α tecidual � ↑ velocidade de condução nervosa � ↑ débito cardíaco � ↑ atividade de glândulas sudoríparas � ↑ consumo de O2 � ↑ atividade enzimática � ↑ permeabilidade celular e capilar � ↑ ação de agentes fagocitários � ↑ eliminação de metabólitos � ↓ atividade do fuso neuromuscular � ↓ excitabilidade nervosa em tecido muscular contraturado � ↓ pressão sangüínea sobre o endotélio � ↓ viscosidade sinovial 6 10. Efeitos Terapêuticos Gerais da Termoterapia: � ↓ rigidez articular � ↓ espasmo muscular � Promove estado de relaxamento e maleabilidade tecidual � Analgésico � Antiinflamatório � Cicatrizante 7 Ultra Som 1. Introdução: � Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano, com freqüência entre 20 e 20.000 Hz � É obtido para utilização em Medicina e Fisioterapia através dos Transdutores eletroacústicos � Apresenta proveito terapêutico, estético ou diagnóstico � O som possui Velocidade de propagação de 340 m/s, e não se propaga no vácuo � Sofre ação dos fenômenos ópticos, apresentando reflexão, refração, difração e interferência 2. US Terapêutico: � São ondas sonoras não perceptíveis ao ouvido humano, com freqüência terapêutica entre 1MHz, 3MHz e 5MHz � É produzido através da conversão de energia elétrica convencional em uma corrente elétrica de alta freqüência, que percorre um cristal cerâmico (PZT),dando aí geração da onda ultra sônica (Efeito Pizoelétrico) � Terapia ultra sônica é o tratamento médico mediante vibrações mecânicas com freqüência superior a 20.000 Hz � Descoberto em 1917 por Langevin. Utilizado terapeuticamente com sucesso em 1939 por Pohlmann (Hospital Martin Luther – Berlin/Alemanha) 3. Biofísica: a) Propagação: � Necessitam de um meio de propagação � Fatores de propagação no tecido: Índice de absorção no tecido e Refração da radiação 8 � A velocidade da onda ultra sônica é inversamente proporcional a compressibilidade do meio b) Ondas de compressão e tração: � É a maneira como se propagam c) Impedância acústica: � É a resistência oferecida por cada tecido a onda ultra sônica d) Interfaces: � É a faixa de transição das estruturas corporais percorridas pelo feixe US e) Reflexão: � Ocorre quando a onda retorna ao meio de origem � Observamos em meios com impedância diferente � Não ocorre em meios com mesma impedância f) Refração: � Ocorre quando uma onda passa por interfaces diferentes � Altera-se sua velocidade pois cada tecido apresenta um grau de compressibilidade distinto � Penetra com um  de incidência e propaga-se com um diferente  de refração g) Absorção: � É a capacidade de reter a radiação � Está intimamente ligado ao fenômeno da refração � A energia acústica das ondas ultra sônicas é mais absorvida por tecidos ricos em proteínas � Quanto maior f do aparelho, menor λ, maior absorção superficial, menor capacidade de penetração � Quanto maior temperatura tecidual, mais superficial se torna a absorção (Furini e Longo, 1996) � Crio x US – Associações terapêuticas h) Efeito Tixotrópico: � É a propriedade do US em solver colóides 9 � Necessita de uma maior observação para se atribuir ao feixe US esta propriedade i) Atenuação: � É a diminuição da intensidade do feixe US ao percorrer os tecidos � Ocorre durante a penetração dos feixes nas diversas etapas � Causada por: Difusão em meio heterogêneo, reflexão e refração em interfaces, e coeficiente de absorção dos meios � Cada tecido possui um índice de redução em 50% da potência (Hoogland, 1986) j) Efeito Pizoelétrico: � Se dá pela ocorrência de mudanças elétricas na superfície de materiais. Neste caso, nos materiais encontrados no interior do transdutor, responsáveis pela produção do feixe US ( Cristais de Quartzo / Titanato de Bário / Titanato Zirconato de Chumbo) � Os responsáveis pela geração das ondas ultra sônicas são os PZT � Em contato com energia elétrica, mudam sua característica em relação ao repouso, ficando mais espesso e delgado, emitindo assim ondas US � Descoberto por Pierri e Jacques Curie em 1980 � Durante o deslocamento do transdutor, as regiões de compressão e rarefação se afastam, formando uma onda US � Tecidos orgânicos também respondem com efeito pizoelétrico k) Cavitação: � Estável – Responde a tração (fluido formando cavidades gasosas) e compressão (gás da cavidade passando ao fluido). Apresenta efeitos terapêuticos e atérmicos � Instável – Colabamento de bolhas aumentando concentração de energia a ponto de não comportá-la. Provoca grande aquecimento tecidual. Provoca danos teciduais e aumento da pressão tissular � Visualizada com um pacote de água sobre o transdutor � Minimizada com movimentação do cabeçote e dosimetria correta 10 l) Ondas estacionárias: � Ocorrem devido a reflexão de ondas US em interfaces de tecidos com impedância acústica diferente � Pode haver superposição de ondas e resulta em somação de estímulos m) Campos próximo e distante: � Compreende as zonas de Fresnel e Fraunhofer � Ocorre interferência na Zona de Fresnel devido a uma pequena convergência. Alta taxa de não uniformidade (BNR). Observamos picos de intensidade em 5 e 10x a mais do que o estabelecido � A Zona de Fraunhofer apresenta baixa BNR e uniformidade do feixe � A intensidade diminui a medida em que se afasta � A distribuição dos campos o cabeçote deve ser constantemente movimentado � Na aplicação subaquática devemos levar a Zona de Fresnel em consideração pelo fato da alternância de intensidade de pico promover adaptação da área de tratamento, equilibrando a quantidade de energia recebida � O US tem no campo próximo seus maiores benefícios, pois o campo distante apresenta menor concentração energética � O comprimento do campo próximo depende da ERA e da freqüência de emissão. No US 1Mhz 5cm² ERA, Fresnel é aproximada a 10cm. No US 3 Mhz o campo próximo é três vezes maior 4. Propriedades do US Terapêutico: � Devemos ter cautela em sua aplicação, pois promove dor periostal � Apresenta necessidade do Gel para condução. Pode-se usar a água como condutor em superfícies irregulares � Pomadas e vaselina devem ser descartados, pois não permitem boa transmissão da onda � ERA – Área efetiva de radiação no cabeçote. Menor do que a área geométrica do cabeçote. Se houver defeito na colagem do cristal ou espaço a emissão será prejudicada 11 � Pode haver dano do aparelho quando este for ligado sem nenhuma substância a frente do cabeçote � 90% da energia que atinge o implante metálico é refletida aos tecidos vizinhos, portanto sem levar ao aquecimento do material (Garavello, 1997). Tendo em vista tal situação, sua aplicação em áreas com implante metálico é possível � A superfície óssea reflete em 30% a radiação � Aplicabilidade: 1 Mhz – Lesões profundas (2,5 a 5cm). 3 Mhz – Lesões Superficiais (Abaixo de 2,5cm). 5MHz – Ação dérmica e epidérmica � Regimes de emissão – Contínuo e Pulsado (1:2, 1:5, 1:10 e 1:20) � O ciclo deve ser eleito de acordo com a fase de cicatrização ou estrutura anatômica, não devendo estar fora da fase proveitosa ou provocar dor � US contínuo – Efeito térmico e mecânico. Quanto maior intensidade maior aquecimento � US Pulsado – Efeito mecânico. O corpo absorve rapidamente o estímulo de aquecimento � O US só pode ser aferido através da balança acústica � O fato da redução na geração de radiação US pulsada permite que exploremos maiores intensidades sem risco para o tecido � Intensidades máximas – USC – 2W/cm². USP – 3W/cm² 5. Efeitos Fisiológicos: � Efeito mecânico � Vasodilatação � Ação tixotrópica � Liberação de Histamina � Ação sobre nervos periféricos � Elevação intracelular de Ca � ↑ fluxo sangüíneo � ↑ metabolismo � ↑ permeabilidade celular e capilar 12 � ↑ atividade de Fibroblastos � ↑ síntese protéica e colágena � ↑ α � ↑ atividade enzimática tecidual 6. Efeitos Terapêuticos: � Antiinflamatório � Analgésico � Fibrinolítico � Regenerativo � Ação reflexa � Relaxante � Consolidativo 7. Dosimetria: � É o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento � Para calcularmos a intensidade devemos levar em consideração o nível de radiação que chegará ao local da lesão � A terapêutica deve ser assintomática, admitindo-se leve sensação de calor � O tempo de aplicação depende da área, chegando a um tempo máximo de 15’ (Área de 75/100 cm²). Se o tempo superar a área, devemos dividi-la em quadrantes, realizando mais de uma aplicação � Não devem ser realizadas aplicações por menos de 3’ devido a ineficiência � Levar em consideração a tabela de redução de potência para cálculo da intensidade � Em áreas menores do que o TE, devemos utilizar o método semi-estático � O tempo de aplicação é calculado pela divisão da área de aplicação pela ERA � Tabela de Atenuação da Onda Ultra Sônica (Hoogland, 1986) 13 Meio de Propagação US 1MHz US 3MHz Pele 11,1mm 4mm Gordura 50mm 16,5mm Músculo 9mm 3mm Tendão 6,2mm 2mm Cartilagem 6mm 2mm Osso 2,1mm --- Água 11500mm 3833mm � Guia de Intensidade da onda US (Hoogland, 1986)� Baixa – Até 0,3 W/cm² � Média – Entre 0,4 W/cm² e 1,2 W/cm² � Alta – A partir de 1,3 W/cm² 8. Utilização Prática: � É imprescindível um perfeito acoplamento entre cabeçote e tecido, envolvendo uma substância de impedância acústica próxima a do tecido humano para não haver perda energética inicial � Caso não se utilize essa substância será formada uma fina camada de ar � Formulações em gel apresentam maior transmissão que outros � Antes da aplicação devemos realizar o Teste da Névoa � Foram lançados redutores da área geométrica com a finalidade de aplicação em regiões menores, porém caíram em desuso por ineficiência, sendo agora fabricados TE com diferentes ERA’s � Na técnica subaquática não há problemas em subemergir o cabeçote pois são blindados, mas por via das dúvidas, consulte antes o manual 9. Técnicas de Aplicação: a) Direta: 14 � Realizadas em superfícies relativamente planas. Transdutor deve estar em perfeito contato. Substância de acoplamento obrigatória para minimizar reflexão � O gel industrializado é a terceira substância mais eficaz (Mardegan e Guirro, 2004) � Devemos estabelecer movimentação contínua e uniforme do cabeçote a uma velocidade de 4cm/s (Kramer, 1984), visando uma distribuição homogênea da energia, das variações de intensidade e para prevenir alterações circulatórias � No caso da realização de movimentos rápidos durante a aplicação, a energia absorvida pelo tecido será diminuída e mal distribuída (Michlovitz, 1996) � Dinâmica – O cabeçote é deslizado sobre a região de forma circular, transversal, longitudinal, curta, em superposições a fim de garantir tratamento uniforme da área � Semi-estática – O cabeçote realiza movimentos de pouca amplitude para garantir a não somação da radiação. Utilizada em lesões pontuais, menores que o TE � Estática – Desaconselhada pelo fato de somar estímulos, podendo levar a uma cavitação instável e agravar o quadro patológico. O pico de intensidade é muito elevado nesses casos. Pode gerar dano tecidual b) Subaquática: � Indicadas para regiões de superfície irregular ou a relato de dor ao contato � Apresenta acoplamento total � Utiliza-se um recipiente plástico ou vítreo para o tratamento � Os cabeçotes podem ser imersos por serem blindados � Manter distância de 1cm a 1,5cm para priorizar Zona de Fresnel c) Corretores: � Utilizada em áreas irregulares quando não se tem como lançar o subaquático � Lança-se almofadas de gel (correto), luvas de borracha (incorreto) ou preservativos masculinos (incorreto) � Dependendo de como for aplicada apresenta grande atenuação, sendo próxima a 80% (Guirro, 2001) 15 d) Fonoforese: � Realizada com aplicação direta associada a utilização de medicamentos como substância de acoplamento � A terapêutica é potencializada pela soma dos fatores, mas também pode ser prejudicada por combinações terapêuticas � O USC em alta freqüência é o que apresenta o melhor aproveitamento � A penetração pode chegar a 6cm (Andrews, 2000). Há compostos que bloqueiam a radiação US ou são incapazes de se penetrar (Cremes e pomadas) � Os medicamentos mais utilizados são circulatórios, cicatrizantes e anti- inflamatórios � A taxa de transmissão deve ser maior que 80% da transmissão da água (Casarotto, 200) � Nos tratamentos estéticos são utilizadas enzimas de difusão, e as doses devem ser cuidadosamente adotadas para evitar uma eventual desnaturação e) Reflexo Segmentar: � Trabalha com um efeito indireto, sonando raízes nervosas � Autores também sugerem associá-la a terapia local 10. Indicações: � Fraturas � Transtornos Cervicodorsolombares � Espondilalgias � Processos inflamatórios em Ligamentos, Tendões, Fáscias, Bursas, Nervos e Cápsulas � Fibroses e calcificações � Lesões Musculares � Hérnia discal � Entorses � Edemas / Hematomas / Equimoses 16 � Artroses � Incisões cirúrgicas � Úlceras de pressão � Celulites � Pré-cinético 11. Contra-Indicações: � Isquemias � A nível ocular � Sobre útero grávido � Em região cardíaca � Neoplasias � Genitais � Sobre varizes � Tromboflebites � Inflamações sépticas � Imediatamente pós-trauma � Patologias Reumatológicas de ordem metabólica � Diabéticos � Proeminências ósseas Ondas Curtas 17 1. Eletromagnetismo: � Campo eletromagnético – É um espaço onde agem forças magnéticas formadas em torno de um condutor elétrico, sem necessidade de um meio de sustentação � Uma corrente elétrica altera o condutor e a região ao seu redor � Fio Retilíneo – Gera círculos concêntricos � Solenóide – Gera um campo em sentido uniforme no seu interior. Possui maior efeito eletromagnético � Com o fim da passagem da corrente elétrica o campo eletromagnético cessa-se � Espectro eletromagnético: � É a reunião de diferentes ondas eletromagnéticas � A luz visível é uma radiação eletromagnética, com cada cor tendo uma diferente representação na escala do espectro magnético a nível de f e λ � As ondas eletromagnéticas são uma forma de energia, propagam-se no vácuo e podem ser captadas por antenas. Quanto maior f, menor λ � D’Arsonval foi o primeiro cientista a estudar os efeitos do campo magnético no organismo humano 2. Histórico do Ondas Curtas: � Surgiu da evolução de um antigo recurso de diatermia que trabalhava com maior aquecimento em tecido adiposo e ósseo � Por aperfeiçoamento eletrônico (Auto-Osciladores), houve um ajuste de freqüência de 300Kc para 30Mc, resultando na substituição dos aparelhos de diatermia pelos aparelhos de Ondas Curtas 3. Conceito: 18 � É um recurso que produz ondas eletromagnéticas a partir da geração de correntes elétricas de alta freqüência (λ=11m/f=27,12MHz), apresenta funcionamento pendular e não estimula nervos motores 4. Biofísica: � Fenômeno D’Arsonval: � Seletividade de freqüência x Reação corporal � Efeito Joule: � Durante a instalação do campo eletromagnético, moléculas de água, íons e proteínas realizam rotações gerando calor nas estruturas orgânicas � Experiência de Schiliephake: � Utilizou-se 3 reservatórios de água com eletrodos posicionados em ambas extremidades � Observou-se que quanto maior proximidade dos eletrodos aos reservatórios, maior aquecimento periférico. Quanto maior afastamento, mais homogênea é a distribuição de calor � Conclusão: Para um aquecimento mais central ou homogêneo, devemos afastar os eletrodos da superfície cutânea na técnica de posicionamento transversal � Ausência de Fenômenos Eletrolíticos: � Não se observam fenômenos de migração iônica durante aplicação do OC, pois a polaridade é indefinida � Ação do Campo Eletromagnético: � Objetos metálicos interagem com o campo eletromagnético, atraindo para si a radiação, funcionando como antenas � Profissionais adotam diferentes comportamentos frente ao campo eletromagnético � Andrews (2000) – Manter demais aparelhos a uma distância de 4,5m de raio � Transmissão das Ondas Eletromagnéticas: 19 � Materiais Ferromagnéticos – Apresentam alta influência sobre o campo eletromagnético � Materiais Paramagnéticos – Apresentam relativa interação com o campo eletromagnético � Materiais Diamagnéticos – Não são influenciados pelo campo eletromagnético � Fatores se não forem observados podem trazer prejuízo ao tratamento � Aquecimento: � Quanto mais corrente for conduzida pelo tecido, menor a resistência oferecida por ele � Para tecidos com maior resistência, devemos aumentar a intensidade da corrente para promovermos um aquecimento mais profundo � Aquecimento = Corrente² x Resistência x Tempo � O aquecimento efetivo no OC é relacionado aos Dipolos � Os Dipolos são moléculas externamenteneutras, com cargas internas assimétricas, encontrados genericamente nos fluidos corporais. Ao se submeterem a radiação eletromagnética seu lado de carga negativa se direciona ao polo positivo. Acompanham as rápidas mudanças de polo nas correntes de alta freqüência gerando calor � As células de tecido adiposo sofrem deformação quando expostas ao campo eletromagnético, porém sem entrar em movimentação devido serem apolares � Quanto mais aquoso o tecido, maior condutividade elétrica, portanto resulta em maior aquecimento � Se aumentarmos a resistência do tecido por onde estiver passando a corrente, teremos uma elevação do aquecimento, porém será menos vigoroso que se aumentarmos a intensidade da corrente � Não devemos calcular os 5’ iniciais como terapêuticos, pois fazem parte da adaptação do tecido à radiação eletromagnética. A medida em que o OC vai penetrando, vai tornando o tecido mais condutivo pela vasodilatação � O tecido muscular sofrerá um aquecimento vigoroso devido sua grande concentração vascular 20 � É discutível o fato do tecido adiposo ser permeado por vasos sangüíneos � A terapêutica pode sofrer maior resistência por uma baixa temperatura externa 5. Efeitos Fisiológicos: � Produção de calor � Vasodilatação � Hiperemia � ↑ fluxo sangüíneo � ↑ O2 � ↑ metabolismo � ↑ débito cardíaco � ↑ atividade sudorípara � ↑ fagocitose � ↓ pressão capilar � ↓ viscosidade sinovial 6. Efeitos Terapêuticos: � Antiinflamatório � Regenerativo � Analgésico � Espasmolítico � Cicatrizante 7. Técnicas de Aplicação: � Os eletrodos devem ser maiores do que a área a ser tratada pela menor uniformidade do campo magnético nas bordas � Os aparelhos possuem opções em tamanhos de eletrodos, com cada um sendo melhor adaptado a cada tipo de transtorno 21 � Deve-se haver uma distância entre 2cm e 4cm entre a placa capacitora e a pele do paciente I – Técnica Capacitiva: � Ocorre quando as estruturas funcionam como dielétricos dentro de um capacitor onde passa um campo elétrico (Método do Campo Elétrico) a) Placas Capacitoras Flexíveis: � São placas metálicas flexíveis revestidas com material plástico, borracha, feltro ou espuma � Possuem tamanhos variados � Devemos posicionar uma toalha dobrada entre a pele e o eletrodo ao aplica esta técnica b) Eletrodos de Schliephake � São discos metálicos acoplados a braços mecânicos multidirecionais � São cobertos por envoltórios de vidro, plástico ou borracha, mantendo a distância entre a pele e a placa capacitora � Pode ainda ser utilizada uma toalha II – Técnica Indutiva: a) Mônodo: � A radiação é emitida através de uma bobina indutiva envolvida em um tambor plástico � O posicionamento do emissor deve ser paralelo para minimizarmos a reflexão � Uma corrente elétrica é gerada no interior do aparelho, penetrando primariamente como uma “meia lua” na região a ser tratada, e secundariamente, forma-se um campo magnético perpendicular ao seu direcionamento � Promove maior aquecimento no músculo do que na gordura (Michlovitz, 1996) ao se comparar com qualquer técnica capacitiva b) Solenóide: � Também são conhecidos como cabo indutivo 22 � Podem ser aplicados ao longo da região de tratamento ou envoltos ao segmento � Deve-se obedecer uma distância de 15cm a cada volta do espiral � O segmento a ser tratado deve ser envolvido com toalhas e preso com pregadores plásticos ou de madeira � Não deve passar pelas axilas / prega do cotovelo / virilhas para não haver tensão térmica excessiva sobre os vasos superficiais � São pouco utilizados no Brasil � Posicionamento de Eletrodos: a) Transversal: � Eletrodos posicionados latero-medialmente ou antero-posteriormente � Os tecidos têm apresentação tranversal em relação à radiação � Apresenta maior concentração térmica nas estruturas periféricas � Eletrodos muito aproximados dificultam a geração de um campo magnético de qualidade � É diretamente relacionada com a Experiência de Schiliephake b) Longitudinal: � Os tecidos se encontram dispostos paralelamente ao sentido da geração do campo eletromagnético � A corrente segue o fluxo de estruturas de menor resistência c) Co-planar: � Os eletrodos são posicionados no mesmo plano � Apresenta poder de penetração intermediário � Deve haver uma distância entre 8cm e 10cm para não haver acúmulo de radiação nas placas e ser por demais superficializada d) Seios Frontais: � Possuem formato especial � Posiciona-se um dispersivo em região torácica 23 8. Dosimetria: � Depende exclusivamente da sensação térmica e da fase de cicatrização � Utiliza-se a Escala de Schiliephake Calor Muito Débil Abaixo do limiar de sensibilidade Calor Débil Imediatamente perceptível Calor Médio Calor agradável Calor Forte Calor intenso � Doses no limite do tolerável podem causar lesões profundas imperceptíveis a princípio devido ao fato das terminações nervosas se encontrarem em sua maioria superficialmente � Alguns autores mostram que os efeitos circulatórios são maiores a exposição de calor moderado do que intenso � O tempo de tratamento estabelece uma ligação com a fase de cicatrização 9. Sintonia: � É o ajuste do componente elétrico do OC ao paciente � A sintonia da radiação é fundamental para o aproveitamento terapêutico, pois determina o ponto ideal de sintonização do campo eletromagnético � Trajeto da Radiação no aparelho: Energia Eletromagnética de Alta Freqüência → Bobina Oscilatória → Bobina de Ressonância → Capacitores → Resultado Radioativo no Circuito Paciente � A sintonia se dá pelo equilíbrio entre a energia dos circuitos � Como operar um aparelho de sintonia manual: I - Posicionar eletrodos II - Eleger dose III - girar botão de sintonia até a máxima deflexão IV - Girar em sentido contrário para retornar ao máximo � A sintonia deve estar de acordo com a dosimetria. Caso não ocorra, observar: I - Posição de eletrodos 24 II - Tamanho de eletrodos III - Distância eletrodo / pele IV - Distância entre cabos � Após efetuar mudanças o aparelho deve ser novamente sintonizado � Podemos observar a sintonia com uma lâmpada fluorescente queimada posicionada entre os cabos 10. Precauções: � Evitar uso próximo a aparelhos terapêuticos ou diagnósticos num raio de 9m � Remover objetos metálicos do campo de aplicação � Utilizar toalhas entre os aplicadores � Questionar sobre marcapasso, DIU, próteses e implantes metálicos � Retirar lentes de contato em aplicações sobre a face � Evitar exposição sobre gônadas � Observar período menstrual � Paciente não deve se movimentar durante o tratamento � Colocar toalha entre os cabos e a pele do paciente � Evitar macas e cadeiras metálicas � Atentar para transtornos cardíacos � Tempo de exposição do Fisioterapeuta: 8 minutos diários � Uso da Gaiola de Faraday � Cautela em proeminências ósseas para evitarmos o “Efeito Ponta” � Evitar epífises férteis � Observar patologias reumatológicas 11. Indicações: � Contusões � Contraturas musculares � Lesões musculares � Lombalgia / Lombociatalgia 25 � Cervicalgia / Cervicobraquialgia � Dorsalgia � Artroses � Tendinites � Sinovites � Fasciites � Pós-fraturas 12. Contra-Indicações � Lesões em Fase Aguda � Edemas agudos � Patologias hemorrágicas � Gestantes � Neoplasias � Portadores de marcapasso � Indivíduos com alteração de sensibilidade � Trombose � Tromboflebite � Aterosclerose � Patologias infecciosas � Estado febril � Portadores de implantes metálicos � Doenças articulares degenerativas de ordem metabólica � Isquemias � Cardiopatas 26 Ondas Curtas Pulsáteis 1. Conceito: � É uma modalidadede emissão de Ondas Curtas com geração interrompida do campo magnético � São de característica atérmica, exceto na modalidade de maior repetição de pulsos � A potência média determina o aquecimento � Determinados aparelhos permitem calibragem, já outros oferecem o recurso de maneira padronizada 2. Freqüência de Repetição de Pulsos: � A indicação da Freqüência de Repetição de pulsos pode estar associada à fase da patologia a) Baixa: � A energia recebida é rapidamente dissipada, não gerando aquecimento � Observam-se efeitos não-térmicos com a somação dos pulsos b) Média: � Observa-se efeito térmico residual ao término da passagem de um impulso e ao início de outro, porém não gera aquecimento para ser considerado como Hipertermoterapia � Observam-se efeitos não-térmicos com a somação dos pulsos c) Alta: � Os intervalos entre os pulsos são mais breves devido a freqüência mais elevada � Ocorre acúmulo progressivo de energia térmica, gerando calor 3. Mecanismo de Ação: � Atua em modulação de potencial de bomba Na / K � É um recurso que se apresenta em evolução 27 4. Efeitos Terapêuticos/Fisiológicos: � Acelera reabsorção de exudato � Acelera consolidação de fraturas � Regeneração tecidual � Analgesia precoce � Ação Antiinflamatória � Breve estímulo circulatório 5. Indicações: � Neuropraxias � Edemas / Hematomas / Equimoses � Ferimentos / Incisões cirúrgicas / Queimados � Fraturas em consolidação � Contusões � Quadros inflamatórios � Indivíduos com alteração de sensibilidade � Transtornos circulatórios periféricos 6. Contra-Indicações: � Gestantes � Portadores de Marca-passo � Neoplasias � Implantes metálicos 7. Dosimetria: � Levar em consideração os seguintes parâmetros a serem calibrados: I – Potência média II – Duração do ciclo III – Percentual de ciclos 28 Microondas 1. Histórico: � Foi projetado com a finalidade de ser um aparelho unidirecional, e de maior penetrabilidade que o OC � Sua radiação é obtida através da Válvula de Magnetron 2. Conceito: � São vibrações eletromagnéticas com f = 300MHz a 300GHz / λ = 1mm a 1m � São utilizados terapeuticamente em duas freqüências: 2456MHz e 951MHz 3. Propriedades � A maioria dos aparelhos em uso no mercado, atualmente, possui freqüência de 2456MHz � A melhor freqüência para aplicação terapêutica está a nível de 900MHz, pois minimiza geração de calor subcutâneo, atuando de modo mais aprofundado, minimizando também reflexão em superfície óssea � As MO viajam na velocidade da luz e propagam-se no vácuo � Sofrem diretamente com os Fenômenos Ópticos � O aquecimento tecidual é ampliado com reflexões e refrações da radiação em diferentes interfaces � O poder de penetração é inversamente proporcional a f � Os aparelhos que trabalham com 2456MHz apresentam um maior aquecimento superficial dando falsa impressão de maior competência 4. Equipamento: a) Obtenção: � Gerada através da Válvula de Magnetron 29 � A válvula apresenta grande durabilidade por trabalhar em apenas 1/3 da capacidade total � A Válvula de Magnetron é composto por anodo, catodo e antena � O anodo é uma peça oca de ferro com veios que são conectados pela antena em direção ao catodo, que é um filamento. Ao ser aquecida, a válvula emite elétrons, que vibram formando uma corrente elétrica de alta freqüência � Após formada, a C. E. de Alta Freqüência, é transmitida ao aplicador através de um cabo blindado, onde encontra uma estrutura espiralada e é repassada à superfície refletora, sendo assim transmitida uma radiação em forma de anel � A superfície refletora pode apresentar diversas formas � A intensidade deve superar a resistência do tecido, vencendo a termoregulação, gerando hipertermoterapia b) Eletrodos: I – Contato Direto: � Devem ser aplicados acoplados à pele ou a 1cm da superfície � Apresentam melhor acoplamento e menor dispersão radioativa � Asseguram arrefecimento mais uniforme, sem concentração em bordas � Quando associados a uma freqüência de emissão de 915MHz são os mais competentes II – Contato Indireto: � Devem ser aplicados entre 10cm e 20cm de distância da superfície � Retangular – Variam de tamanho, emitindo radiação ovalada de maior intensidade central � Mônodo – Possuem padrão toroidal, onde no centro a radiação é menos intensa. É ideal para ser aplicada em áreas com proeminências ósseas III – Focal: � São utilizados em áreas de pouca amplitude � Possuem de 1cm a 2cm de diâmetro 30 5. Propagação e Absorção: � As MO apresentam uma grande capacidade de reflexão, podendo atingir um nível de 50% do que foi emitido � Para garantir melhores índices de aproveitamento, o emissor deve ser posicionado perpendicularmente e a freqüência de emissão adotada deve ser de 915MHz � A temperatura tecidual é minimizada pela vasodialtação após atingir o ápice, passando a ser estável � A radiação de 2456MHz apresenta melhor aproveitamento em profundidade quando aplicada a uma região de pouca espessura cutânea e adiposa � O MO não é um recurso de aquecimento global e sim focal, portanto quando o objetivo for aquecer uma articulação ou segmento como um todo, outro recurso deve ser utilizado � O campo magnético do MO interage com outros aparelhos e objetos metálicos a uma distância de 3m � Quanto mais aquoso o tecido, maior aquecimento sofrerá � A radiação MO gera calor por mecanismo físico de vibração molecular pelos tecidos os quais percorre � A medida em que a temperatura tecidual aumenta, aumenta-se também a capacidade do tecido em propagar as MO, facilitando assim a penetração da radiação � É questionado o fato do tecido adiposo sofrer algum efeito em relação à aplicação de Hipertermoterapia � Assim como em outros recursos, o MO também apresenta uma variação de emissão intervalada, conhecido como MO Frio, que não é comumente encontrada no mercado e ainda encontra-se em evolução em relação ao seu papel terapêutico � O MO Frio teoricamente pode ser mais profundo, pois trabalha em até 5x a potência do magnetron 31 � Comenta-se também que o MO frio pode ser aplicado em indivíduos que possuam implantes metálicos por serem focais e interrompidos, porém essa afirmação se perde devido ao fato dos metais funcionarem como antenas, desviando parte da radiação emitida 6. Efeitos Fisiológicos: � Produção de calor � Vasodilatação � Hiperemia � ↑ metabolismo � ↑ circulação sangüínea � ↑ condução nervosa � ↑ O2 � ↓ pressão sangüínea 7. Efeitos Terapêuticos: � Regenerativo � Analgésico � Antiinflamatório � Reflexo � Espasmolítico 8. Dosimetria: � Fundamentada na escala de Schiliephake Calor Muito Débil Abaixo do limiar de sensibilidade Calor Débil Imediatamente perceptível Calor Médio Calor agradável Calor Forte Calor intenso 32 � Tempo de Aplicação – FSAr – 10’ / FSAm a FC – 15’ a 20’ � É importante a manutenção da dose pré-estabelecida para não descaracterizar o tratamento 9. Técnica de Aplicação: � Posicionar aplicador perpendicularmente em relação ao local de aplicação � Respeitar distância de 10cm a 20cm � Aguardar aquecimento da válvula � Paciente deve estar de modo confortável, pois não pode se mover durante o tratamento � O local de aplicação deve estar desnudo e seco � Objetos metálicos e demais aparelhos devem estar afastados a uma distância de 3m � Não deve haver vermelhidão intensa da região após a aplicação, e sim um leve rubor 10. Indicações: � Quadros inflamatórios mioarticulares � Transtornos nervosos � Traumatismos diretos � Contraturas musculares � Lesões musculares � Artroses � Espondilalgias 11. Contra-Indicações:� Aplicações em região ocular � Indivíduos com alteração de sensibilidade � Gestantes � Áreas com acometimentos vasculares 33 � Neoplasias � Sobre gônadas � Indivíduos com implantes metálicos � Osteomielites � Patologias Reumatológicas de ordem metabólica � Áreas isquêmicas � Período menstrual � Portadores de marcapasso cardíaco � Hipersensibilidades capilares � Feridas ou curativos molhados � Lesões em fase aguda 34 Crioterapia 1 – Introdução/Histórico: � Hipócrates já indicava a Crioterapia, na antiguidade, com a finalidade de analgesia pós-cirúrgica ou tratamento convencional � Tredelemburguer observou que o gelo poderia ser lesivo � Kabat alavanca a utilização da Crioterapia com seu PNF � Knight lançou uma nova abordagem no tratamento envolvendo o gelo, propondo novas técnicas e confrontando os aspectos de vasoconstrição e vasodilatação 2 – Conceito: � É o resfriamento local da região a ser tratada com finalidade terapêutica � Definida também como terapia pelo frio ou terapia fria � Abrange técnicas específicas de utilização do frio como sólido / líquido / gasoso 3 – Objetivo Terapêutico: � Retirada de calor do corpo humano para proveito terapêutico � Os tecidos são induzidos a um estado de hipotermia e redução da taxa metabólica local, promovendo menor necessidade de consumo de O2 � Tal justifica, tem a intenção de fundamentar o fato do tecido ser mais preservado, evitando maiores manifestações reflexas ao trauma, como hipóxia secundária e intensa atividade de prostaglandinas 4 – Efeitos: a) Sobre a Temperatura Corporal: � Segundo Knight (1995), a temperatura cutânea cai abruptamente após aplicação do gelo, e seus efeitos se mantém 1 hora após a retirada do recurso 35 � Segundo Rodrigues (1995), a recuperação total da temperatura superficial pode durar entre 1 e 2 horas, mas sua recuperação após 20 e 30 minutos de retirada já permitiria uma nova aplicação sem prejuízos � Quanto mais profundo for o tecido, mais lenta será nele a queda da temperatura, fato ocorrido por possuir circulação sangüínea em vasos mais calibrosos e pela maior barreira térmica superficial � Existem colocações de que a temperatura tecidual profunda permanece diminuindo mesmo após a retirada do gelo, por um período aproximado ao da manutenção do resfriamento, porém tal fato pode se tornar discutível, pois a retirada do estímulo superficial geraria uma resposta imediata de equilíbrio térmico � É indicada para maior resfriamento do tecido profundo a aplicação de uma técnica intermitente, após curto intervalo de recuperação � Segundo McMaster (1978), comprovou-se após estudos a queda da temperatura articular de 9,4°C para 0,7°C em 30’ de aplicação. Ainda após 150’, a temperatura articular ainda permaneceu em 5°C � Indivíduos mais magros possuem menor barreira contra a aplicação da Crioterapia, por isso quanto mais obeso o sujeito, maior tempo de aplicação de acordo com a área em que o tratamento for administrado b) Sobre a Circulação Sangüínea: � Guirro (1999) atribui a vasoconstrição devido a menor concentração de CO2 aumentar o tônus vascular � A vasoconstrição ocorre por estímulos de fibras simpáticas aferentes disparado por ação enzimática, envolvendo mais precisamente a Angiotensina e a Endotelina � Pesquisadores apresentaram diferentes interpretações a respeito de VC ou VD envolvendo o frio � O fluxo sangüíneo ainda permanece diminuído após 20’ de aplicação do gelo � VIF e Hiperemia são dois fenômenos ocasionados pela exposição de um determinado segmento à ação da Crioterapia, que tem diferentes características 36 � Knight (1995): � A vasoconstrição permanece após um extenso período do fim da Crioterapia � Descarta-se VIF, admite-se diminuição na vasoconstrição � Rodrigues (1995): � Só ocorre vasoconstrição pela tentativa do organismo em manter o calor interno � Alega que o fluxo sangüíneo é somente induzido por exercício físico � Michlovitz (1996): � Atribui-se VIF devido a um neurotransmissor denominado substância H � Somado a ativação de reflexos axônicos, alguns pesquisadores atribuem VIF devido a inibição de atividade miogênica lisa nos vasos sangüíneos � Collins (1998): � Evoluiu a colocação da VIF, alegando que a mesma ocorreria devido a paralização na contração da musculatura lisa nos vasos sangüíneos c) Sobre o Mecanismo Neuromuscular: � Espasmolítico: � O frio limita velocidade de condução do impulso nervoso em fibras Ia e IIa, e inibe neurônio motor γ, diminuindo o arco reflexo miotático � As fibras musculares fásicas são mais suscetíveis ao resfriamento � A aplicação da Crioterapia por imersão durante 30’ a 10°C/15°C, diminui torque muscular entre 60% e 80% � ↓α muscular e conectivo: � Figueiredo (1998) relata aumento no limiar doloroso e diminuição em velocidade de condução nervosa como benéficos para realização do alongamento muscular � Em contrapartida, relata que ↓α reduz a extensibilidade do tecido, dificultando assim a flexibilidade muscular d) Sobre os Nervos: 37 � Knight (1995) atribui a Crioterapia uma diminuição na freqüência de transmissão de impulsos nervosos, devido a um menor número de fibras que se despolarizariam simultaneamente e também pelo maior período refratário e) Sobre a Dor: � Mecanismo Direto - ↑ Limiar doloroso / Liberação de Endorfinas / ↓Metabólica / Ação Anestésica � Mecanismo Indireto – Pela ação progressiva sobre a causa � Segundo Knight (1995), quanto maior o tempo de aplicação da Crioterapia, maior a resposta de diminuição na sensação dolorosa � A sensação de dor nos primeiros momentos de aplicação da Crioterapia, devem-se ao processo de vasoconstrição f) Sobre o Metabolismo Celular: � Ocorre redução da taxa metabólica � Atribui ao tecido lesado melhores condições de recuperação � Segundo Guirro (1999), uma célula a 37°C apresenta consumo máximo de O2, e a 15°C sua necessidade reduz a 10% g) Sobre a Inflamação: � Retarda o processo inflamatório h) Sobre a Sensação Cutânea: � Diminui a sensação cutânea i) Sobre o Tecido Celular Subcutâneo: � Encontra um embarreiramento no tecido adiposo j) Sobre as Glândulas Sudoríparas: � Diminui suas atividades k) Sobre a Viscosidade: � Aumenta l) Sobre a Permeabilidade Celular: � Diminui, daí sua importância no trauma agudo 38 5 – Indicações: � Pós-trauma imediato � Quadros álgicos � Dores difusas ou irradiadas � Pós-amputação � Processos inflamatórios � Contraturas musculares � Patologias Reumatológicas em Geral 6 – Contra-Indicações: � Hipersensiblidade � Alergia ao Frio � Alterações cardiovasculares � Diabéticos � Aplicação sobre feridas abertas 7 – Técnicas Terapêuticas: a) Hydrocollator: � Consiste em uma bolsa de vinil ou plástico repleta de gel � A bolsa de vinil acondiciona o gel abaixo de 0°C em um período de tempo entre 30’ e 60’, sendo de intensa transmissão hipotérmica � Não perde sua temperatura de forma consistente na troca com o corpo humano � Sua terapêutica não deve exceder 20’ para evitarmos lesões cutâneas � O pacote de gel também é mantido a uma temperatura abaixo de 0°C, mas não consegue mantê-la negativa após 5’. Têm menor poder de transmissão hipotérmica do que o Hydrocollator, sua terapêutica deve durar entre 10’ e 15’, pois recebe com mais facilidade calor do corpo humano b) Pacote Químico: � É de natureza descartável e possui divisões para acondicionar substâncias químicas que promoverão o resfriamento 39 � O resfriamento se dá pela ruptura do envoltório da bolsa menor, que em contato com a maior resultará na reação química responsávelpelo resfriamento � Deve-se tomar cuidado para não haver vazamento do conteúdo para não haver queimadura � Não é utilizada em tratamentos convencionais, e sim emergenciais c) Bolsa de Borracha: � Ocorre através de si aplicação direta sobre a pele � Pode ser repleta de gelo, gelo+H2O ou gelo+álcool (2g x 1a) � Acompanha o contorno corporal, realizando a terapêutica a uma temperatura entre 2°C e 5°C � Não promove lesões cutâneas com facilidade � Indicada a lesões superficiais quando forem bolsas de maior espessura � Quanto menor espessura da bolsa maior resfriamento d) Compressa Fria / Panqueca Fria: � Freqüentemente observamos em uso domiciliar � Quando em compressa, dobra-se a toalha e aplica-se embebida na pele � Quando em panqueca, devemos proceder da mesma maneira que a compressa, porém adicionando gelo moído no interior da toalha � Utiliza-se eficazmente a cerca de 30’ e) Banho de Contraste: � Se dá pela imersão alternada em recipientes com H2O fria e quente � Promovem atividades vasomotoras, caracterizando uma “ginástica vascular” � Devemos levar alguns fatores em consideração ao aplicar a técnica – Profundidade da lesão (Superficial – 10’ a 15’ / Profundo – 30’), Estágio da Lesão (Subaguda Recente / Média) f) Banho de Imersão: � Utilizado para imersão de um segmento em H2O gelada � O recipiente deve ser proporcional, onde deveremos adicionar pedras de gelo para atingir a temperatura desejada para tratamento � Áreas menores – 1°C a 5°C a 30’. Áreas maiores - 10°C a 15°C a 20’ 40 g) Turbilhão Frio: � Associa o frio e a massagem na mesma terapêutica � A duração e a temperatura seguem os mesmos princípios da imersão � A ação de relaxamento confronta-se quando vem associada ao fenômeno de contração térmica h) Criomassagem: � Envolve um massageamento utilizando um bastão / cubo / picolé de gelo � Seus efeitos fisiológicos e terapêuticos ainda não estão totalmente elucidados � Aplica-se através de um movimento de vai-e-vem sobre a pele, paralelamente às fibras musculares, com a movimentação sempre cobrindo a área anterior � Indicado a lesões superficiais, resfriamento e inibição de terminações nervosas livres � Devemos ter cautela com a pressão exercida sobre o paciente � Denomina-se Crioestimulação quando aplicado a lesões neurológicas com movimentos curtos e breves, e solicitamos contração muscular por parte do paciente i) Pacote de Gelo: � Se dá através da aplicação do gelo acondicionado no interior de um saco plástico, na região a ser tratada � Evitar o gelo em cubo devido dificultar a moldagem. Retirar o ar para melhor acoplamento � Não ultrapassar 60’ de aplicação para se evitar ulcerações � O saco plástico pode ser fixo com faixas elásticas ou ataduras de crepe, preferencialmente após 10’ ou 15’ do início, atentando para não haver compressão excessiva � Posicionar um isolante entre a pele e o aplicador para minimizar nas primeiras sessões a sensação desagradável do frio direto a pele. Tal sensação é individual e de caráter adaptativo � Adaptável a qualquer tipo de lesão devido sua facilidade de aplicação 41 � Mantém a temperatura do gelo entre 2°C e 4°C, sendo a técnica que resfria mais rapidamente e que apresenta maior eficiência j) Criospray: � Atua como redutor da sensação dolorosa sendo um contra-irritante � Spray Fluor-Metano � É um gás inerte � Indicado a aplicações tópicas diversas � Minimizar inalação de vapores, evitar contato com os olhos, e não aplicar ao ponto de congelamento � Pode resultar em sensibilidade cutânea e causar pigmentação em peles muito brancas. Não aplicar em indivíduos sensíveis ao composto � Ao aplicar, inverter o frasco por 30cm de distância da região a ser tratada � Spray Cloretano � É um gás explosivo, inflamável, tóxico e anestésico geral � É um vapor refrigerante, de aplicação diversa � Sua inalação pode causar efeitos entorpecentes inclusive com parada cardio- respiratória. Não utilizar próximo a chamas � Não utilizar em indivíduos sensíveis ao composto � Ao aplicar, inverter o frasco por 30cm de distância da região a ser tratada 8 – Lesões Provocadas Pelo Frio: a) Ulceração: � Superficial: � Representa o congelamento da pele e do tecido subcutâneo, aparecendo manchas azuis, arroxeadas ou estrias � Sua evolução pode levar a sensação de queimadura / ferroada / coceira intensa / inchaço da área e ulcerar bolhas � Com ou sem formação de bolhas a pele irá descamar e permanecerá hiperêmica e tensa, tornando-se sensível ao frio � Profunda: 42 � Envolve pele, tecido subcutâneo, vasos sangüíneos e músculos � Seus sintomas se assemelham aos da ulceração superficial, apresentando um maior grau de comprometimento � Há perda permanente do tecido onde não houve uma recuperação suficiente da temperatura � A pele apresenta por duas semanas com uma cor cinza e fria � Até a linha do tecido não lesado o foco se apresentará escuro, seco e enrugado � A pele também pode se apresentar úmida, sensível, inflamada e dolorida b) Pé-de-Imersão / Pé-de-Trincheira: � O pé-de-imersão resulta da exposição prolongada ao frio ou a água com temperatura próxima ao ponto de gelo � Sua evolução demosntra edema, hiperemia e anestesia transitória, não representando riscos quando leve, mas nos casos mais graves apresenta dor, adormecimento e redução de força muscular. Dificilmente evolui para gangrena � O pé-de-trincheira apresenta as mesmas condições do pé-de-imersão, porém diferindo na apresentação c) Hipersensibilidade ao Frio: � Representam as reações alérgicas � É diferente da dor produzida pela diferença do gradiente termal � Pode ser comprovada através do Teste de Barusch d) Alterações Vasoespásticas (Fenômeno de Raynaud): � São alterações funcionais da circulação periférica de caráter local � Envolve artérias e arteríolas em extremidades, resultando em palidez ou cianose da pele, seguido de hiperemia, também podendo ocorrer formigamento e queimação � Acomete aqueles que se expõem de forma leve ao frio e) Acrocianose: � Se dá pela apresentação de frio persistente e cianose distal de extremidades � É a mais incomum e a menos nociva ação deletéria 43 � A Crioterapia deve ter sua aplicação evitada a indivíduos com desordens vasoespásticas, para se previnir uma necrose isquêmica 9 – Fase Proveitosa de Aplicação da Crioterapia: � A Crioterapia deve ser aplicada preferencialmente em Fase Aguda, apresentando também um bom proveito quando aplicada inicialmente na Fase Subaguda � O destaque da aplicação da Crioterapia em Fase Aguda é dado pelo fato de minimizar extravazamento de exudato, facilitar agregação do tampão plaquetário e minimizar resposta dolorosa � Deve-se ainda atentar para o fato da Crioterapia, minimizar consumo celular de O2, o que faz com que os danos causados pelo período de hipóxia tecidual sejam minimizados � O tempo de aplicação da Crioterapia será diferenciado em relação a fatores como Fase de Cicatrização, Extensão da Lesão, Volume de Tecido acima da lesão e Tipo de Fonte
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