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O FRACASSO INICIAL DO PROJETO COLONIAL INGLÊS 
 
O líder da expedição que tinha vindo salvar a colônia desaparecida encontrou 
apenas a palavra “Croatoan” escrita numa árvore. Talvez a palavra indicasse 
uma tribo ou um líder indígena próximos. Ninguém foi achado. O novo mundo 
tragou seus debutantes ingleses. Até o final do século XVI não houve outras 
tentativas de colonização sistemática da América do Norte. 
Os corsários predatórios e glamourosos do século XVI, que atacavam navios 
espanhóis e portugueses, por vezes fizeram fortuna, mas não conseguiram 
fundar colônias permanentes. Hawkins, Drake, Gilbert e Raleigh 
experimentaram o tráfico de escravos e a colonização, mas pertencem à pré-
história do colonialismo inglês. Embora os corsários praticassem o 
contrabando, sua ganância de ouro e preferência pelo butim eram inimigas do 
comércio regular. A colonização era uma tarefa árdua, que exigia apoio 
profundo dos mercadores e habilidade de atrair o tipo certo de emigrante. Os 
problemas que envolveram Villegaignon no Brasil, principalmente aqueles 
gerados pela impossibilidade de fazer ameríndios se comportarem como 
camponeses conquistados, também atormentaram as tentativas inglesas, como 
a de abastecer a colônia inglesa em Roanoke, como vimos acima. 
Apesar de repetidos fracassos, o impulso aventureiro colonial continuou forte 
no meio da aristocracia dos caçadores ingleses de fortunas. O aumento do 
preço dos arrendamentos e o subemprego dos membros mais jovens das 
classes proprietárias de terra fizeram com que alguns deles tivessem recursos 
materiais para suportar os pesados gastos iniciais de um navio oceânico e um 
estoque de filhos e primos mais jovens para comandar. Se houvesse 
perspectivas de comércio, seria possível convencer mercadores a colaborar 
com o financiamento da colonização. Mas os projetos de colonização bem-
sucedidos iriam exigir algo mais: o apoio de milhares – até mesmo de dezenas 
e centenas de milhares – de colonos preparados para trabalhar: agricultores, 
artesãos e trabalhadores braçais, capazes de motivar um patrocinador que 
pagasse parte dos custos de instalação no Novo Mundo. As colônias que 
 
 
fracassaram tinham uma proporção alta demais de aventureiros nobres, 
caçadores insaciáveis de fortunas ou gente sem talento ou dedicação 
necessários. 
Os corsários abriram caminho para as futuras colônias ao criar o mito heroico 
da colonização, ao mapear os pontos fortes e fracos do poder espanhol, e ao 
identificar as mercadorias que poderiam ser adquiridas e produzidas nas 
Américas. Na Inglaterra, principalmente na West Country, a pirataria atingiu seu 
ápice no final do século XVI e início do XVII. Além das duas grandes frotas de 
Drake, 183 outros navios ingleses, navegando em 74 missões isoladas, foram 
despachados para as águas do Caribe entre 1585 e 1603. A quantidade de 
peles, anil, pérolas, fumo, açúcar, sal e outras mercadorias que trouxeram de 
volta foi adquirida como contrabando ou resgate e como butim. A chegada da 
paz entre Inglaterra e Espanha em 1604 significou o fim do patrocínio oficial 
aos piratas, mas havia um interesse vivo e permanente em abrir o Novo Mundo 
ao comércio e à colonização inglesa.

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