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História da medicina- professora Luzia Leão

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Universidade de Cuiabá – Faculdade de Medicina
Gustavo Leonardi
Hayrã Felipe
Yuri Pelloso
História da medicina
Jean Baptiste Dausset
Werner Arber
Cuiabá-MT
2014
Jean Baptiste Dausset (1916 -2009)
“Foi o francês Jean Baptiste Dausset quem explicou o problema da rejeição de órgãos transferidos de uma pessoa para outra. Ele percebeu que os glóbulos brancos dos pacientes – e não os vermelhos, como se acreditava – eram os responsáveis pela rejeição. Seus estudos lhe renderam o prêmio Nobel e deflagraram, em dez anos, uma onda de transplantes de órgãos, entre eles, o coração.”
Em um laboratório abandonado, com apenas uma mesa, um microscópio, alguns slides e uma geladeira no canto, Jean Dausset tentou entender por que alguns pacientes apresentaram leucopenia. Ele aplicou métodos semelhantes aos de anemia hemolítica em leucócitos, e usando um anti-globulina obtido sem aglutinação. Por que ele iria testar uma amostra de soro de um paciente recebendo múltiplas transfusões sobre as células brancas do sangue de outra pessoa? Ninguém sabe. A aglutinação esplêndida de glóbulos brancos apareceram. Este experimento, realizado em 1952. Foi o ponto de partida da longa aventura que levou o agraciamento com Prêmio Nobel em 1980.
Dausset era natural de Toulouse, na França. Matriculou-se na Universidade de Paris, onde só pôde concluir o curso médico aos 29 anos de idade, por ter sido convocado para o serviço militar por ocasião da II Guerra Mundial. Imediatamente após seu sucesso no concurso para o Internat des Hospitais de Paris, juntou-se às forças de combate no norte da África e realizou transfusões de sangue no exército. Em seu retorno, em 1944, ele trabalhou no Centro de Transfusão de Sangue Regional, em Paris desenvolvendo o conceito de transfusão de sangue de mulheres que tiveram septicemia por Clostridium perfringens após o aborto, a fim de evitar a insuficiência renal.   Durante 17 anos (1946-1963) foi diretor do laboratório do Centro Nacional de Transfusão de Sangue, em Paris. Nessa qualidade foi "fellow" em hematologia e imuno-hematologia na Universidade de Harvard durante dois anos.
Em seu retorno depois de um ano de pós-doutorado, ele ficou interessado nas novas técnicas de imuno-hematologia aplicadas nas células vermelhas do sangue (teste de Coombs) e decidiu transpor os métodos para as células brancas do sangue em casos de leucopenia. Nenhuma reação foi encontrada usando antiglobulinas. Mudou-se de reações auto-imunes a reações hipoimunes e realizou seus experimentos usando soros de beneficiários que receberam múltiplas transfusões de sangue do mesmo doador.	
 Em 1958, Jean Dausset descrito o primeiro antigénio leucocitário MAC (que é hoje HA-A2) a partir dos resultados da técnica leucoagglutination aplicada em células brancas do sangue de um painel de indivíduos. Em seu artigo principal `Isoleuco anticorps` da Acta Hematologica (escrito em francês) que considerou o papel destes antígenos de transplante de órgãos e tecidos.  Investigou os tipos antigênicos dos leucócitos na população e concluiu que os eles faziam parte de um sistema que controla a rejeição dos transplantes. George Snell, que realizava pesquisas semelhantes nos Estados Unidos, propôs para este sistema a denominação de "human-lymphocyte-antigen" (HLA), que seria parte de um complexo maior de histocompatibilidade (MHC). Em 1967, em colaboração com Felix Rapapport, Dausset chegou à conclusão de que os transplantes entre membros da mesma família, com idêntico HLA, tinham maior probabilidade de sucesso do que quando os tipos antigênicos eram diferentes. 
Ele dedicou o seu tempo principalmente para a pesquisa. Analisando reações de cinqüenta soros em cinquenta pessoas, ele demonstrou a existência de um sistema único comparável ao sistema H2 de rato, que ele chamou de Hu-1, mais tarde renomeado para HLA - Antígenos de Leucócitos Humanos. Graças a doadores voluntários, foram estabelecidas correlações entre a sobrevivência do enxerto e incompatibilidade de tecidos abrindo a porta para transplante de órgãos.
Dausset foi ainda o primeiro cientista a associar o HLA com as doenças, o que levou outros pesquisadores a explorar esta possibilidade, comprovando a associação do padrão antigênico dos linfócitos com o maior risco de adquirir determinadas doenças como artrite reumatóide, doenças autoimunes e diabetes. 	
Durante o mesmo período, ele participou ativamente com Robert Debré na reforma radical dos Hospitais Universitários franceses, estabelecendo emprego a tempo inteiro e introduzindo Professores de Ciências Básicas que foram dadas responsabilidades hospitalares. Esta reforma levou a uma subir em biologia francês e trouxe um novo sopro de vida à investigação médica francesa.  
Apesar das lutas administrativas que se seguiram, durante este período, ele nunca abandonou seu trabalho de laboratório. Em 1958, ele assumiu o cargo de Professor Adjunto de Hematologia. Tornou-se professor de Hematologia em 1963 e foi nomeado Chefe do Departamento de Imunologia do Hospital Saint Louis.  
Jean Dausset participou da criação do Instituto de Pesquisa de Doenças do Sangue no Hospital Saint Louis, dirigido por Jean Bernard. Um dos departamentos sob sua direção foi a unidade de pesquisa em transplante de imunologia, o famoso INSERM U93 da qual foi diretor entre 1968 e onde vários colaboradores estrangeiros e franceses trabalharam ativamente. No CEPH, ele estabeleceu uma colaboração internacional intensiva para criar um mapa genético do genoma humano. Este material foi e ainda está disponível para a comunidade científica; Jean Dausset lutou contra as patentes de genes humanos.  Em 1977 ele foi nomeado para um cargo ocupado por Claude Bernard no Collège de France, mas seu laboratório de pesquisa permaneceu em Hôpital Saint Louis. 
Dausset publicou cerca de 300 artigos em revistas médicas e científicas e manteve excelente relacionamento e intercâmbio científico com outros pesquisadores da mesma área, especialmente com Baruj Benacerraf e George Snell. Os três receberam conjuntamente o prêmio Nobel de 1980. 
Jean Dausset também tinha uma paixão pela arte plástica moderna, a parte oculta de sua personalidade. Ele tinha uma loja na Rue du Dragon, em Paris, após o fim da guerra em que os surrealistas, pintores, escritores e outros, reuniram-se. Jean Dausset tinha um olho excepcional para descobrir talentosos pintores modernos.  
Intuitivo e pragmático, voltado para o futuro, entre as ciências básicas e translacionais, entre a medicina e biologia, entre a descoberta e a responsabilidade do cientista, entre ciências e arte, Jean Dausset combinado contrastando recursos para fazer um mundo harmonizado.  Jean Dausset morreu no dia 06 de junho de 2009 em Palma de Mallorca, Espanha, cercado por sua família. Ele deixa-nos o seu testemunho da busca permanente para os segredos do mundo oculto, bem como para a beleza do mundo real. 
Werner Arber (1929- )
"A descoberta de enzimas de restrição e a sua aplicação a problemas de genética molecular"
Werner Arber, diplomado em Ciências Naturais pela Escola Politécnica da Suíça, em Zurich, trabalhou inicialmente com microscopia eletrônica no Laboratório de Biofísica da Universidade de Genebra, onde concluiu seu doutorado em 1959. Após três anos de pós-doutorado nos Estados Unidos retornou a Genebra como docente de genética molecular. Em 1971 transferiu-se para a Universidade da Basiléia como professor de microbiologia. Interessou-se pelo estudo dos bacteriófagos, um tipo de vírus que penetra nas bactérias e é capaz de transferir genes entre diferentes bactérias. Suas pesquisas levaram à descoberta das chamadas enzimas de restrição ou endonucleases, que têm a propriedade de dividir a cadeia de nucleotídeos do DNA em fragmentos, contendo, cada um deles, determinados genes. Funcionam como verdadeiras tesouras que cortam a hélice do DNA em locais específicos. A transferência de tais fragmentos e sua incorporação ao genoma de uma bactéria confere a esta o código genético doDNA primitivo.
Arber e os norte-americanos Daniel Nathans e Hamilton Smith receberam o Nobel de Medicina em 1978 pela descoberta das enzimas de restrição e suas aplicações em problemas da genética molecular. Arber descobriu as enzimas, Nathans comprovou a hipótese de Arber e Smith foi pioneiro na aplicação dessas enzimas na genética. 
As enzimas de restrição cortam o DNA em fragmentos definidos, que podem ser usados para determinar a ordem dos genes em cromossomos, analisar sua estrutura química e a de regiões do DNA que regulam as funções genéticas, além de possibilitar a criação de novas combinações de genes. Essa descoberta revolucionou a biologia molecular, pois possibilitou a montagem de moléculas de DNA recombinante.
Arber explicou como lhe ocorreu a ideia da ação das enzimas de restrição no DNA: "Observei que um vírus que se reproduzia em determinada bactéria encontrava barreiras para seu desenvolvimento e crescimento se era passado para outra bactéria. E quando era devolvido à bactéria de origem também não crescia. Pensei que havia uma modificação genética do vírus, não no DNA, mas sim em uma enzima do vírus".
Nascido em 1929, Arber estudou ciências naturais na Escola Politécnica Suíça em Zurique (graduação) e na Universidade de Genebra (Ph.D.). Seu pós-doutorado foi na Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles, EUA. De 1960 a 1970, foi assistente de pesquisa e depois professor associado de biologia molecular na Universidade de Genebra. Em seguida passou um ano como professor visitante na Universidade da Califórnia em Berkeley. De 1971 a 1996, foi professor titular de microbiologia molecular no Biozentrum da Universidade da Basiléia e reitor da mesma universidade de 1986 a 1988. É professor emérito do Biozentrum, onde continua a trabalhar. Exerceu a presidência do ICSU de 1996 a 1999. Seus tópicos de pesquisa são: genética microbiana, transferência horizontal de genes, elementos genéticos móveis, recombinação localmente especificada e mecanismos moleculares da evolução microbiológica.
Recentemente Arber esteve no Brasil para participar para o Congresso Brasileiro de Genética. Concedeu uma entrevistas aos repórteres da Rede Globo, através do canal de notícias G1. Para ele, engenharia genética será arma contra fome e desnutrição. Segundo ele, o uso de engenharia genética para criação de culturas agrícolas mais eficientes é um dos temas mais polêmicos da ciência contemporânea.
“Eu acho que é uma informação com motivação política, sem nenhum bom embasamento científico”, disse o cientista, que veio ao Brasil para participar do 57º Congresso Brasileiro de Genética, em Águas de Lindoia (SP).
Para ele, o medo que muitos têm da novidade é gerado e explorado de forma oportunista. “Políticos sempre propagam coisas esperando conseguir eleitores, e eles escolheram a engenharia genética como alvo”, completou.
“Onde moro, na Suíça, uma professora de biologia foi uma opositora ferrenha da engenharia genética por 10 ou 20 anos. Ela é inteligente, às vezes eu converso com ela. Um dia, ela me pediu alguns artigos sobre a evolução biológica, ela sabia que eu trabalho com isso, que público. Desde que dei os artigos para ela ler, ela ficou quieta, não propagou mais ideias contra a engenharia genética, compreendeu que estava errada. Não me disse que estava errada, mas fiquei orgulhoso por ensiná-la”, contou Arber, rindo.
“É só transferir um gene”
Para o cientista, o ser humano não comete nenhum exagero quando, por exemplo, coloca no milho material genético de uma determinada bactéria para torná-lo mais resistente às pragas. “Isso é só transferir um gene, o que talvez pudesse acontecer na natureza. A chance é muito pequena, mas isso pode acontecer”, lembrou.
“De acordo com a seleção natural darwiniana, se o híbrido ou o resultado dessa troca, seja ela natural ou fruto da engenharia genética, não for viável, não se propagará. Se for uma vantagem, vai se manter com o tempo. É assim que eu vejo a evolução”, opinou Arber.
Prioridades
Na visão do cientista, é preciso fazer com que as lavouras fiquem mais fortes, pois expandir as áreas plantadas não é uma opção. Isso implicaria desmatamento, que afetaria ainda mais a biodiversidade.
Segundo Arber, a principal contribuição que a engenharia genética pode trazer à humanidade diz respeito às lavouras geneticamente modificadas, para melhorar a alimentação. Ele dá o exemplo do arroz enriquecido com vitamina A, que já foi feito com sucesso por cientistas. A técnica poderia se tornar corriqueira para combater a cegueira noturna, assim como o acréscimo de iodo ao sal reduziu os casos de bócio no passado.
“Na Europa, ninguém precisa disso, mas há lugares com grandes populações e pouca variedade de alimentos”, destacou. Além disso, a ciência pode deixar as plantações mais resistentes, tanto antes da colheita quanto no armazenamento.
“Na minha opinião, dentro de duas ou três gerações humanas será possível usar a engenharia genética nas lavouras mais importantes”, acrescentou.
“Processo contínuo”
Mesmo sendo protestante, Arber ocupa o cargo de presidente da Pontifícia Academia das Ciências, que assessora o Vaticano cientificamente. Ele conta de que já conseguiu convencer vários bispos, principalmente os africanos, de que a engenharia genética pode ser decisiva na luta contra a fome. “A criação não é um evento único, é um processo contínuo”, argumentou o microbiólogo. “A esperança é que, por meio da Igreja, consigamos atingir um público maior”, disse o cientista, ressaltando a importância do trabalho nessa frente.
Na lista de prioridades elaborada por Arber, a aplicação médica aparece em seguida, como uma função importante da engenharia genética. O combate à poluição – bactérias modificadas podem eliminar toxinas do meio ambiente, por exemplo – também é classificado como prioridade alta.
Como baixa prioridade, o cientista cita o uso em plantações que não servem para nossa alimentação: produção de rações para animais, de commodities, como o algodão, e de biocombustíveis.
Referências bibliográficas ambos personagens:
http://www.nobelprize.org/
http://pt.wikipedia.org
www.britannica.com
http://www.escolasmedicas.com.br/art_det.php?cod=125
http://www.iea.usp.br/pesquisa/conferencistas-internacionais/werner-arber
http://g1.com

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