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Cromoblastomicose: definição, agentes etiológicos e características

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CROMOBLASTOMICOSE 
 
1. DEFINIÇÃO 
 
A cromoblastomicose é também denominada cromomicose, dermatite verrucosa, 
dermatite verrucosa cromoparasitária. 
 
2. AGENTES ETIOLÓGICOS 
 
Os agentes etiológicos são fungos pigmentados (demácios) pertencentes aos 
gêneros ​Fonsecaea​, ​Cladophialophora​, ​Phialophora ​e ​Rhinocladiella​. ​Fonsecaea pedrosoi ​é 
espécie predominante no Brasil; ​Cladophialophora carrionii (= ​Cladosporium cariionii​), tem 
sido isolado no Brasil, Venezuela e Austrália; ​Phialophora verrucosa ​é mais frequente em 
regiões frias da América do Norte; ​Rhinocladiella aquaspersa e, mais recentemente, 
Exophiala jeanselmei​ e ​Exophiala castellanii​ têm sido citados como agentes da doença. 
 
3. CARACTERÍSTICAS 
 
Embora pertencentes a gêneros e espécies diferentes, estes fungos causam os 
mesmos sintomas clínicos e apresentam-se em parasitismo com a mesma estrutura 
morfológica. 
A infecção caracteriza-se pela formação de nódulos cutâneos verrugosos de 
desenvolvimento lento e, posteriormente, vegetações papilomatosas, que podem ou não se 
ulcerar, apresentando em seu conjunto o aspecto de couve-flor nos estágios mais 
avançados da moléstia. 
Geralmente, as lesões são unilaterais e confinadas aos membros inferiores, embora 
possam também ocorrer nos membros superiores, face, orelha, pescoço, tórax, ombros e 
nádegas. A moléstia localiza-se de preferência na pele e no tecido subcutâneo, 
propagando-se, às vezes, à rede linfática da região afetada. Alguns autores têm descrito 
casos de localização cutânea com metástase cerebral, bem como disseminação 
hematógena. 
 
4. HABITAT 
 
Os fungos causadores de cromoblastomicose têm seu hábitat no solo e em vegetais 
e são frequentemente isolados de matéria orgânica como madeiras apodrecidas e lixo de 
florestas. 
 
5. EPIDEMIOLOGIA 
 
A micose é essencialmente tropical e subtropical. O primeiro caso foi descrito, no 
Brasil, por Rudolph, em 1914, sem descrição do seu agente etiológico. 
É considerada micose ocupacional, pois os casos descritos em literatura estão 
relacionados com agricultores, lavradores, atividades em que o indivíduo fica exposto com 
maior frequência a traumas acidentais, principalmente em áreas descobertas do corpo. 
Fatores climatológicos locais podem influenciar o tipo de lesão e os fungos causadores da 
doença. 
A casuística maior tem ocorrido em indivíduos do sexo masculino, sem 
predominância de raça. 
 
6. DIAGNÓSTICO 
 
O exame microscópico do pus ou crostas das escamas revela estruturas globosas, 
de cor marrom, devido à melanina em suas paredes celulares, geralmente agrupadas. 
Elementos septados em dois planos denominados corpo ou talo muriforme e corpos 
escleróticos são característicos da micose. 
Material das lesões deve ser cultivado em ágar Sabouraud glicose, com ou sem 
adição de cloranfenicol e cicloheximida. 
Os agentes da cromoblastomicose se desenvolvem lentamente; as colônias 
apresentam aspecto aveludado ou algodonoso, variando da cor esverdeada a 
marrom-escuro ou negro, com hifas septadas escuras. A identificação das espécies só é 
possível através da morfologia microscópica do aparelho de conidiação ou órgãos de 
frutificação. 
O tipo cladospório é caracterizado por conidióforos de comprimentos variados que 
suportam conídios unicelulares, em cadeia, conectados por espessos disjuntores, que são 
porções da parede celular que ligam um conídio a outro. Os conídios que fazem parte das

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