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Parecer jurídico
O presente parecer refere-se a um contrato de fiança executado por Nestor Augusto, na qualidade de fiador, acerca de solucionar uma cobrança feita pelo Banco Moderno S/A em face deste mesmo contrato firmado em 13.02.2017.
O Senhor José Sussico, celebrou um contrato (negócio jurídico) com o banco Moderno S/A, no qual pediu ao seu amigo de longa data, Nestor Augusto (consulente), para que fosse seu fiador. O consulente aceitou e assinou o contrato. O pagamento do empréstimo estava previsto para 24 parcelas, mas José Sussico sumiu com o dinheiro, deixando tudo para trás, ainda, segundo pessoas mais próximas, viajou para norte do país com uma moça com quem está tendo um relacionamento extraconjugal. 
Em diálogo, Nestor Augusto confessou que assinou o contrato de fiança sem o consentimento de sua esposa, que é casado há 28 anos, sobre o regime de comunhão parcial de bens.
É o relatório, passamos a opinar.
Fundamentação 
Vimos que na noção primária do contrato, assenta na concepção de um pressuposto de fato, querido ou posto em jogo pela vontade, e reconhecido como base do efeito jurídico perseguido. Seu fundamento ético é a vontade humana, desde que atue na conformidade de ordem jurídica. Seu efeito, a criação de direitos e de obrigações. O direito atribui, pois, à vontade este efeito, seja quando o agente procede unilateralmente, seja quando a declaração volitiva marcha na conformidade de outra congênere, concorrendo à dupla emissão de vontade, em coincidência, para a constituição do negócio bilateral. Em tal caso, o ato somente se forma quando as vontades se ajustam num dado momento. 
Aqui é que se situa a noção escrita de contrato. É um negócio jurídico bilateral e de conseguinte exige o consentimento. Com a pacificidade da doutrina, dizemos então que o contrato é um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar, ou extinguir direitos. Dizendo-o mais sucintamente, e reportando-nos à noção que demos de negócio jurídico, podemos definir contrato como "acordo de vontades, com finalidade de produzir efeitos jurídicos". 
O contrato de fiança é um negócio jurídico acessório que o fiador se responsabiliza pelo pagamento da dívida do afiançado. Nesse tipo de contrato são participantes o credor, de um lado, e de outro o fiador. O afiançado, devedor da obrigação principal, não participa da celebração do contrato. 
O contrato de fiança é classificado como acessório, ele serve para garantir o cumprimento da obrigação contraída em um contrato dito principal, como bancário, por exemplo; unilateral, somente gera obrigações para o fiador, e nenhuma para o credor;  gratuito, porquanto o fiador não recebe remuneração alguma; formal, porquanto a lei exige a forma escrita;
Clovis Beviláqua, M.I. Carvalho de Mendonça) o inscrevem entre os bilaterais imperfeitos, sob a justificativa de que pode surgir o direito do credor contra o afiançado para haver o que pagou e mais acessórios.
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher só poderão prestar fiança em conjunto, sob pena de nulidade. 
A característica de gratuidade do contrato de fiança traz uma consequência, é considerado um fato importante para esse relatório.
Com efeito, diz o art. 819, do CCB:
Em suma, pode-se dizer que a interpretação qualquer contrato de fiança deve se dar de modo estrito e não extensivo.
È clara a intenção do legislador de proteger a figura do fiador que, mesmo sem ser recompensado pela obrigação assumida, submete seu patrimônio ao risco de servir de pagamento da dívida de outrem sem dela se beneficiar. 
Conclusão
No presente trabalho, concluímos que para a construção de um parecer jurídico é necessário, além de grandes habilidades para interpretação jurídica, uma grande destreza para solucionar os questionamentos no consulente, buscando caminhos entre o ordenamento jurídico, bem como as leis, doutrinas e jurisprudência. 
Diante do exposto no relatório e de acordo com as fundamentações resolvemos que a melhor solução para o caso de Nestor Augusto, seria, AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE C/C PEDIDO DE CANCELAMENTO DO CONTRATO:
DOS FATOS:
Afirma Silvia Aparecida, ser casada com Nestor Augusto, sobre regime de COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, quando ocorreu a assinatura do referido contrato com o Banco Moderno S/A.
DO DIREITO:
Diante do exposto, o cônjuge poderia ter assinado o contrato, sem outorga uxória da Senhora Silvia Aparecida o que determina o artigo abaixo.
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - Pleitear, como autor ou réu, a cerca desses bens ou direitos;
III - Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único: São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Portanto, o negócio jurídico é anulável como preceitua o artigo abaixo:
Art. 1.649 A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art.1.647) tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único: A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Não apenas, a ausência do suprimento judicial, previsto no art. 1.647 C.C, mas também, torna-se- a parte autora pleitear-lhe a anulação do ato jurídico em desconformidade com o art. 104 do código civil que dispõem:
A validade do negócio jurídico requer:
I - Agente Capaz;
II - Objeto Lícito, possível, determinado ou determinável;
III - Forma prescrita ou não defesa em lei.
No sentido, a lei impõe a sociedade conjugal no art. 1.647 do código civil, Inc. III, a outorga uxória para prestar fiança ou aval, o réu outorgou contrato em favor de terceiros, sem consentimento da parte autora. Portanto, não tinha legitimidade ativa para dar forma.
Porque, os bens pertencem aos cônjuges. Não obstante, o regime ser de comunhão parcial de bens, art. 1.658 C.C, ou seja, exclui da comunhão os bens que os consortes possuem ao casar ou que venham a adquirir por causa anterior e alheia ao casamento, e que inclui na comunhão os bens adquiridos posteriormente.
Contratado:
VTR Advogados Associados
Santos, XX de XXXXXX de 2018.
Bibliografia:
Maria Helena Diniz, Curso de direito civil brasileiro; Direito de Família, 20° Edição. V.5.
Rui Ribeiro de Magalhães, Direito de família no NCPC.
Luis Paulo Cotrim Guimarães, Código Civil Comentado, Título II - Do Direito Patrimonial.
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Contratos, 12° Edição. V. III.

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