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Aula de execução graduação

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COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DE DECISÃO JUDICIAL
1) – COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS, OU SEJA, QUANDO O TRIBUNAL É COMPETENTE PARA PROCESSAR A EXECUÇÃO- 
Os tribunais, via de regra, compõem a segunda instância mais podem exercer tanto o primeiro quanto o segundo grau de jurisdição.
Atenção: instância é ligada a posição hierárquica, a organização do poder judiciária, já grau está ligado ao processo, não confundir um termo com o outro.
O mais comum é exercer o segundo grau de jurisdição no julgamento de recursos, mais nada impede que tenham competência originária para processar e julgar determinada causa e processar a execução. 
A - COMPETÊNCIA DO STF
O STF tem competência para executar as suas decisões em causas de competência originária, é o que está expressamente previsto no artigo 102 I “m” do CPC.
Atenção: porém o STF pode delegar atos executórios a juízes de primeira instância. Todavia qualquer incidente que surja no curso da execução deve ser resolvido pelo STF sob pena de usurpação de competência.
De acordo com o Regimento Interno do STF, mais precisamente no artigo 341 a execução competirá: ao presidente do tribunal, quanto a seus despachos e ordens e em outros casos podendo também competir ao relator.
B - COMPETÊNCIA DO STJ
O artigo 105 I da Constituição prevê a competência originária do STJ para julgar as causas ali elencadas. Ocorre que o citado inciso NÃO menciona que compete ao STJ executar as decisões, como ocorre no caso no STF. A doutrina e jurisprudência entendem, no entanto, que este poder é implícito (é o chamado implied Power – pronúncia Power implaiet) , podendo o STJ proceder a execução, já que é admitida a existência de competências constitucionais implícitas.
Convém lembrar que a execução de sentença estrangeira, embora homologada pelo STJ, é da competência de juiz federal, nos moldes do artigo 109 X da CRFB.
Já que ao homologar a sentença estrangeira o STJ apenas outorga eficácia.
Assim, temos que:
I – competência executiva dos tribunais 
* execução das decisões proferidas nas ações de competência originária dos tribunais 
* exceção: homologação de sentença estrangeira (competência originária do STJ e competência executiva do primeiro grau da Justiça Federal) 
* delegação da competência executiva para órgão de primeiro grau (aplicação extensiva do art. 102, I, “m” da CF): são delegados somente os atos materiais de execução, mantendo-se no tribunal a prática de atos decisórios 
 C - COMPETÊNCIA DO TRF – Está elencada no artigo 108 I B C e E da CRFB. O legislador constituinte originário também não previu expressamente a competência para a execução. Porém a doutrina e jurisprudência entendem que se trata de competência constitucional implícita. De poder implícito.
D – COMPETÊNCIA DO TJ.
A competência dos Tribunais de justiça está elencada na constituição estadual do respectivo estado e nos regimentos internos os tribunais. Ex: competência para julgar mandado de segurança contra ato judicial e ação rescisória. 
Entende-se que é aplicável ao STJ, TRF e TJ o poder de delegar atos executórios aos juízes de primeira instância, da mesma forma que é previsto expressamente no CRFB ao STF para os tribunais.
O artigo 475 P I do CPC ratifica a regra de que a execução dos julgados dos tribunais, em causas de sua competência originária é de sua competência. 
2 - COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA (notem que aqui não se fala de acórdão, haja vista que, sentença é o provimento jurisdicional exarada por juízes que compõe a primeira instância. 
PRIMEIRA PERGUNTA: O ARTIGO 475 P DO CPC SE APLICA SOMENTE AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA?
Existem 02 CORRENTES: 
1ª defendida por Thereza Arruda Wambier e Misael Montenegro filho, entendem que após o advento da lei 11.235/2005, que introduziu o artigo 475 P do CPC, teria havido revogação tácita do artigo 575 do CPC.
2ª corrente o artigo 475 P só se aplica ao cumprimento de sentença, quando se tratar de processo autônomo de execução, a regra é a do artigo 575 do CPC.
Regra de ouro: O JUÍZO DA EXECUÇÃO É O JUÍZO DA SENTENÇA - regra geral é veiculada no artigo 475 P II do CPC
A EXCEÇÃO- 1 - - PARÁGRAFO ÚNICO do artigo 475 P do CPC – possibilidade de escolha pelo exequente, estabelecendo foros concorrentes, que pode optar pelo foro do local onde se encontram bens sujeitos a expropriação ou pelo atual domicílio do executado. Logo o artigo 475 P MITIGA a competência funcional contida no inciso II do referido artigo.
Como ocorre na PRÁTICA? O exequente deverá fazer petição nos autos requerendo a remessa destes ao juízo que entender cabível. Mais prático seria a utilização da regra do parágrafo 3º do artigo 475 O do CPC, que trata da execução provisória. 
DIVERGENCIA DOUTRINÁRIA:
- Araken de Assis/Nelson Nery Jr. – juízo competente requer remessa de autos 
x Cássio Scarpinella Bueno/Alexandre Freitas Câmara – juízo que formou o título remete o processo ao juízo escolhido pelo exequente. 
A 2 - EXCEÇÃO - 06/12/2011 - 08h02 
RECURSO REPETITIVO 
Execução individual de sentença em ação civil coletiva pode ser ajuizada no domicílio do beneficiário (sempre houve uma divergência entre Carreira Alvin e Ada Pelegrini acerca do art. 98 do cdc)
Deve ser publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJe), nos próximos dias, decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu o foro competente para a liquidação/execução individual de sentença proferida em ação civil pública. 
A decisão foi tomada no julgamento de recursos propostos pelo Banco Banestado S/A, contra dois beneficiários de sentença proferida em ação civil pública ajuizada pela Associação Paranaense de Defesa do Consumidor (Apadeco) contra a instituição bancária. 
Para a maioria dos ministros do colegiado, a liquidação e a execução individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva podem ser ajuizadas no foro do domicílio do beneficiário, porque os efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos a limites geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo. 
O relator do caso é o ministro Luis Felipe Salomão e a decisão se deu em julgamento submetido ao rito dos recursos repetitivos – o que deve reduzir a chegada de novos recursos sobre o tema ao Tribunal. A decisão da Corte Especial significou uma virada na jurisprudência do STJ, que era restritiva quanto ao alcance da sentença proferida em ação civil pública. 
Em suma: existem três foros em tese competente para a execução de sentença:
O foro que processou a causa originariamente
O foro do domicílio do executado
O foro do bem que pode ser expropriado.
Adotando-se a 1ª opção, como foro competente, será expedida carta precatória para a penhora de bens localizados em outra comarca. 
OBS: a competência funcional não se altera nestes casos, já que continuará sendo competente o foro de um juízo de primeira instância.
Quanto a PERPETUATIO JURISDICIONE ou juízo itinerante:
 Algumas questões se colocam nesta seara: uma vez alterada a competência para execução em razão da mudança de endereço do devedor opera-se a perpetuação da competência OU o processo pode ser itinerante acompanhando a mudança de endereços do devedor? A competência alterada para o juízo onde estão os bens do devedor e caso haja a insuficiência de bens para saldar o crédito do exequente o processo poderá ser encaminhado para onde existam outros bens para satisfação da dívida?
 EXISTEM 02 CORRENTES SOBRE O TEMA:
1) Daniel Assumpção Amorim Neves e outros entendem que uma vez alterada a competência em razão de uma das hipóteses do art. 475-P, parágrafo único, do CPC, são irrelevantes as mudanças de fato e de direito ocorrida após a escolha do foro para execução, APLICA-SE AQUI O PRINCÍPIO DA PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO. 
2) Leonardo Greco e Cassio Scarpinella Bueno e outros, com aincidência da nova regra, passou a ter caráter itinerante, nos moldes das cartas precatórias (art. 204 do CPC).
 Fredie Didier, por seu turno, entende que a perpetuação da competência somente ocorre nos casos de alteração da competência em razão da mudança de domicílio do devedor. Uma vez que a competência do juízo sentenciante foi deslocada para o foro do atual endereço do devedor opera-se o princípio da perpetuação de competência não mais podendo ser alterada pelo mesmo motivo (nova mudança de endereço). No entanto, o referido autor sustenta que nas hipóteses de alteração da competência em razão da localização dos bens podem ser realizadas tantas vezes quantas vezes forem necessárias para satisfação do débito (op.cit. pág. 220).
Tal entendimento foi assim sustentado:
“Requerido o cumprimento ou execução de sentença no foro eleito pelo exequente (ou o do juízo que julgou a causa no primeiro grau de jurisdição, ou dos bens a serem penhorados, ou o do novo domicílio do executado), opera-se a perpetuatio jurisdictionis, incidindo a partir daí, o art. 87 do CPC. Se, posteriormente ao requerimento de cumprimento ou execução da sentença, sobrevier modificação no estado de fato ou de direito, não poderá haver alteração na competência, não repercutindo no processo em curso. Havendo modificação, mais uma vez, do domicílio do executado, não se deve alterar a competência aplicando-se o art. 87 do CPC.” (Curso de Processo Civil, Vol. 5, pág., 219)
 sobre execução e perpetuatio jurisdictione:
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 20008 RS 1997/0045708-7 (STJ) 
Data de publicação: 27/10/1997 
Ementa: CONFLITO DE COMPETENCIA. EXECUÇÃO FISCAL. MUDANÇA DE DOMICILIO DO EXECUTADO. IRRELEVANCIA. SUM. 58/STJ. PROPOSTA A EXECUÇÃO FISCAL, A POSTERIOR MUDANÇA DE DOMICILIO DO EXECUTADO NÃO DESLOCA A COMPETENCIA JA FIXADA. 
Encontrado em: DAS EXECUÇÕES FISCAIS DE OSASCO/SP, O SUSCITADO. S1 - PRIMEIRA SEÇÃO DJ 27.10.1997 p. 54699 - 27/10/1997 VIDE 
	0035769-21.2010.8.19.0000 - CONFLITO DE COMPETENCIA 
1ª Ementa. DES. NANCI MAHFUZ - Julgamento: 30/08/2011 - DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL.
	Conflito negativo de competência. Execução de título extrajudicial. Distribuição ao Juízo suscitado, que declinou da competência em favor de uma das Varas Cíveis da Capital, sob o fundamento de que o executado residia em São Conrado. Inexistência de comprovação de que a mudança de endereço ocorreu antes da propositura da ação. Competência que é determinada no momento da distribuição, somente cabendo alterações posteriores nas hipóteses previstas em lei. Executado que tinha domicílio na Região Administrativa de Jacarepaguá, como também a parte autora. Observância do princípio do perpetuatio jurisdicionis, nos termos do art. 87 do CPC. Hipótese dos autos que não autoriza a modificação da competência, sendo competente para o julgamento do feito o Juízo suscitado. Conflito de competência conhecido e julgado procedente para determinar a competência do Juízo suscitado
	0054935-39.2010.8.19.0000 - CONFLITO DE COMPETENCIA 
1ª Ementa. DES. INES DA TRINDADE - Julgamento: 29/03/2011 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL.
	CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA. DECLINIO DE COMPETÊNCIA ANTE A MUDANÇA DE DOMICÍLIO DO EXECUTADO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 87, DO CPC E DO ARTIGO 17, DA LEI DE DUPLICATA. PRINCIPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS. O JUÍZO COMPETENTE É O DA 9ª VARA CÍVEL DE NITERÓI, QUE É A PRAÇA DO PAGAMENTO, NÃO IMPORTANDO A MUDANÇA DE DOMICÍLIO DO EXECUTADO. CONFLITO PROVIDO.
2.1 – COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DE ALIMENTOS QUANDO HÁ MUDANÇA DE DOMICÍLIO DO ALIMENTANDO:
Pode ser aplicada a regra do parágrafo único do artigo 475 P do CPC ou a regra que favorece a parte mais vulnerável na relação jurídica de direito material, prevista no artigo 100 II do CPC, facilitando o acesso à justiça – podendo a ação ser proposta no foro do atual domicílio de quem recebe os alimentos. PARA INICIAR A EXECUÇÃO.
	0043157-72.2010.8.19.0000 - CONFLITO DE COMPETENCIA 1ª Ementa.
DES. CLAUDIO DE MELLO TAVARES - Julgamento: 13/04/2011 - DECIMA PRIMEIRA CAMARA CIVEL.
	CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ALIMENTOS. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ALTERAÇÃO DO DOMICÍLIO DA ALIMENTANDA. APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO CONTIDA NO VERBETE Nº. 111 DA SÚMULA DO TJRJ. PROPOSITURA DA AÇÃO EXECUTIVA EM CONFORMIDADE COM O DISPOSTO NO ARTIGO 575, II, DO CPC. Considerando o disposto no verbete nº. 111 da Súmula do TJRJ, a competência para a execução de alimentos é, em regra, do Juízo que emitiu o título, ou seja, da Ação de Conhecimento, aplicação do artigo 575, II, do CPC. Todavia, conforme exceção, caso haja alteração de endereço do alimentando, este poderá propor a ação executiva no Juízo do seu novo domicílio, artigo 100, II, do CPC. Assim, a legislação aplicável à hipótese permite a exequente a escolha da regra de competência absoluta ou optar pelo foro privilegiado, ocorrendo, na hipótese, a competência concorrente. Optando pelo foro do Juízo prolator do título executivo, não há que se falar em declínio de ofício. Conflito julgado improcedente, fixando-se a competência do Juízo Suscitante. 
	 INTEIRO TEOR 
 Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 13/04/2011 (*)
Dar o exemplo do artigo 87 do CPC – que trata da perpetuatio jurisdicionis e o exemplo da execução.
E QUANDO A MUDANÇA FOR NO CURSO DA EXECUÇÃO OU DA AÇÃO????
	0023711-78.2013.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
1ª Ementa. DES. PEDRO FREIRE RAGUENET - Julgamento: 25/06/2013 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL 
	Agravo de Instrumento. Execução de alimentos proposta no foro de domicílio dos alimentados. Mudança de endereço destes. Pedido de declínio de competência para o foro da nova residência dos exequentes. Indeferimento. Inconformismo. Competência que se define no momento da propositura da ação. Princípio da perpetuatio jurisdicionis. Inteligência do art. 87, do Código de Processo Civil. Possibilidade contudo de excepcionar esta regra geral, diante do princípio do melhor interesse da criança. Aplicação do artigo 147, incisos I, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ausência de prejuízo à parte contrária. Comarca onde se situa o endereço dos menores que inclusive é mais próxima do endereço do alimentante. Provimento do recurso e reforma da decisão combatida. 
	 INTEIRO TEOR 
 Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 25/06/2013 (*)
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 114461 SP 2010/0186742-0 (STJ) 
Data de publicação: 10/08/2012 
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MUDANÇA DE DOMICÍLIO NO CURSO DAAÇÃO DE ALIMENTOS. RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA. PERMEABILIDADE AFATOS SUPERVENIENTES. MENOR HIPOSSUFICIENTE. INTERESSE PREPONDERANTEDESTES. MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS (ART. 87 DO CPC ). 1. A prestação de alimentos refere a uma relação jurídicacontinuativa, por tempo indeterminado, estando sujeita amodificações ditadas por comprovada alteração da situação fáticajustificadora de sua fixação. Os alimentos podem ser redimensionadosou afastados. 2. Assim, os alimentos podem ser revistos ainda no trâmite doprocesso originário ou em nova ação. Essa demanda posterior nãoprecisa ser proposta em face do mesmo juízo que fixou os alimentosoriginalmente, podendo ser proposta no novo domicílio doalimentando, nos termos do art. 100, II, do Código de ProcessoCivil. Até mesmo a execução do julgado pode se dar em comarcadiversa daquela em que tramitou a ação de conhecimento, de modo apossibilitar o acesso à Justiça pelo alimentando. Precedentes. 3. O caráter continuativo da relação jurídica alimentar, conjugadocom a índole social da ação de alimentos, autoriza que se mitigue aregra da perpetuatio jurisdictionis. 4. Isso porque se o alimentando mudar de domicílio logo após o finalda lide, e ocorrerem fatos supervenientes que autorizem apropositura de ação de revisão de alimentos, essa vai ser propostana comarca onde o alimentando tiver fixado novodomicílio. Do mesmomodo, a execução do julgado pode se dar no novo domicílio doalimentando, como acima visto. Assim, se a troca de domicílioocorrer durante o curso da ação originária não parece razoável quese afaste esse entendimento com vistas somente no aspecto daestabilidade da lide, de marcante relevância para outras demandas,mas subalterno nas ações de alimentos, permeáveis que são a fatossupervenientes. 5. Cumpre ressaltar, ademais, que no caso em tela o menor e agenitora se mudaram para o foro do domicilio do genitor, em SãoPaulo/SP, nada justificando a manutenção do curso da lide no Estadodo Ceará, nem mesmo o interesse do alimentante. 6. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da1ª Vara de Família e Sucessões do Foro Regional III - Jabaquara -SP.... 
Encontrado em: 116559 SE 2011/0071729-6 Decisão:27/06/2012 AÇÃO DE ALIMENTOS - PERPETUATIO JURISDICTIONIS - MUDANÇA... DE DOMICÍLIO DO ALIMENTANDO STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 114461 SP 2010/0186742-0 (STJ) Ministro RAUL ARAÚJO 
2.2 – EXCLUSÃO DE ENTE FEDERAL DA CONDENAÇÃO – DE QUEM É A COMPETÊNCIA?
Ex: Ana ajuíza ação em face do Banco do Brasil e do INSS, sendo a mesma distribuída para a justiça federal, sendo o pedido julgado procedente. Porém em grau de recurso o TRF exclui do pólo passivo da lide a União, tendo transitado em julgado. Qual a justiça competente para processar a execução, a federal ou a estadual? Neste caso não será aplicada a regra do artigo 475 P II do CPC. Transitada em julgado a decisão do TRF os autos deverão ser remetidos ao juízo estadual para que proceda a execução. Já que o executado remanescente é um ente não elencado no artigo 109 da CF.
2.3 – JUÍZO ESTADUAL COM COMPETÊNCIA FEDERAL E CRIAÇÃO DE VARA FEDERAL NA COMARCA 
O juízo estadual nas hipóteses do parágrafo 3º do artigo 109 da CF pode julgar, pela competência delegada, causas afetas a justiça federal e neste caso deverá executar a sentença, pelo consectário lógico.
Porém se for criada vara federal, esta competência delegada irá cessar, seria uma exceção ao princípio da perpetuação da jurisdição, já que a competência constitucional deve prevalecer sobre a regra elencada no CPC.
O fato gerador da competência delegada é a ausência de vara federal, em existindo a regra perda a razão de ser.
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 91129 GO 2007/0254132-4 (STJ) 
Data de publicação: 27/05/2008 
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. COMPETÊNCIA. CONFLITO NEGATIVO. COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. JUÍZOS ESTADUAL E FEDERAL. AÇÃO JULGADA PELO JUÍZO ESTADUAL INVESTIDO DE JURISDIÇÃO FEDERAL. SUPERVENIENTE INSTALAÇÃO DE VARA FEDERAL NA COMARCA. EXECUÇÃO DA SENTENÇA. COMPETÊNCIA FEDERAL ABSOLUTA. ART. 109 , I , DA CONSTITUIÇÃO . ART. 87 DO CPC , PARTE FINAL. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS. PRECEDENTES. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL. 1. Compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflito entre juízes vinculados a tribunais diversos, segundo inteligência do art. 105 , I , d , da Constituição . Não estando o Juízo Estadual investido de jurisdição federal, não incide o verbete 3/STJ, que pressupõe haja "Juiz Estadual investido de jurisdição federal". 2. A superveniente criação de vara federal no município onde havia sido ajuizada e julgada a ação, à época da execução do julgado, levou a nova fixação de competência. Hipótese de exceção ao princípio da perpetuatio jurisdictionis. Competência absoluta prevista no art. 109 , I , da Constituição . Incidência da segunda parte do art. 87 do CPC . Precedentes desta Corte. 3. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal 
2.4 – COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA ARBITRAL:
ARTIGO 475 P III DO CPC – cabe ao juízo cível a competência para executar a sentença arbitral.
OBS: se existir alguma ação cível relacionada a convenção de arbitragem (nomeação de árbitro, medidas cautelares, instituição de arbitragem) este juízo estará prevento, devendo proceder a execução.
No mais aplicam-se as regras de competência territorial do CPC
Se burlada a regra do ARTIGO 475 P III DO CPC, a incompetência será relativa.
2.5 - COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA:
A competência é do juízo cível federal de primeira instância – artigo 475 P III CPC c/c artigo 109 X da CF. 
Aplicam-se as regras de competência territorial do CPC, inclusive aquela do artigo 94.
De acordo com o artigo 1213 do CPC poderá o juiz federal expedir carta precatória executória a um juiz estadual se na comarca onde houver de ser praticada a diligência não houver sede da justiça federal. 
Atenção: porém não pode o juiz estadual executar sentença estrangeira, utilizando o parágrafo 3º do artigo 109 da CF, já que não é autorizada a competência delegada nesta hipótese este é o entendimento majoritário defendido por Didier, porém em sentido contrário está Rodrigo Barioni, ao afirmar que não há vedação constitucional.
OBS: A EXECUÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA SE FAZ POR CARTA DE SENTENÇA 
2.6 – COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA
A sentença penal condenatória deve ser submetida a liquidação, para apuração do valor dos prejuízos em virtude do delito criminal e só posteriormente poderá ser executada,
A competência da execução será do JUÍZO CÍVEL (ARTIGO 475 9 III DO CPC). Porém algumas observações devem ser feitas:
1 ) será utilizada a regra do parágrafo único do artigo 100 do CPC – foro do domicílio da vítima ou local do fato, salientando que o exeqüente pode optar pela regra geral do artigo 94 do CPC.
EXCEÇÃO: a competência para processar e julgar ação penal pela prática de crime contra a organização do trabalho é da justiça federal – artigo 109 VI do CF.
E se a sentença for oriunda da justiça federal? A competência para execução será da justiça estadual, salvo se envolver alguns dos entes enumerados no artigo 109 da CF.
3.7 - COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO UNIVERSAL (FALÊNCIA E INSOLVÊNCIA CIVIL)
A competência para execução universal é sempre da JUSTIÇA ESTADUAL, já que o artigo 109 I da CF exclui a competência da justiça federal para a falência (o que se aplica para a insolvência comercial e para a insolvência civil e para a recuperação judicial), inteligência da súmula 244 do TFR e do artigo 99 parágrafo único I do CPC.
III – sentença penal, arbitral e homologação de sentença estrangeira 
* sentença penal e arbitral - local que seria competente para julgar o processo de conhecimento que nunca existirá em razão da parte já estar em poder de um título executivo 
* a sentença penal formada pela Justiça Federal pode ser executada civilmente na Justiça Estadual e vice-versa 
* na execução de sentença penal aplica-se o art. 10 0, V, “a”, do CPC: local em que foi cometido o ilícito ou foro do domicílio do executado 
* na homologação de sentença estrangeira aplica-se o art. 484 do CPC: 
Art. 484. A execução far-se-á por carta de sentença extraída dos autos da 
homologação e obedecerá às regras estabelecidas para a execução da sentença nacional da mesma natureza. 
Sobre perpetuatio eca principio do juiz imediato. Boa jurisprudência.
TJ-SC - Agravo de Instrumento AG 20130385630 SC 2013.038563-0 (Acórdão) (TJ-SC) 
Data de publicação: 11/09/2013 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE FAMÍLIA. DISCUSSÃO ACERCA DA GUARDA DAS FILHAS DO CASAL. INTERLOCUTÓRIO QUE DETERMINA A REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DO NOVO DOMICÍLIO DO GUARDIÃO PROVISÓRIO. PRINCÍPIO DO JUIZ IMEDIATO (ART. 147 , I , DO ECA ). ENUNCIADO N. 383 DA SÚMULA DO STJ. PREVALÊNCIA SOBRE O PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS (ART. 87 DO CPC ), MAS NÃO SOBRE O MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PECULIARIDADES DA ESPÉCIE. - O princípio do juiz imediato, regra de caráter especialíssimo inserta no art. 147 , I e II , do Estatuto da Criança e do Adolescente , de regra, sobrepõe-se ao princípio da perpetuatio jurisdictionis (art. 89 do Código de Processo Civil ), de modo que, alterado o domicílio do guardião da criança e do adolescente, altera-se, a fim de obtermais célere e efetiva prestação jurisdicional, a competência para o processamento e julgamento do feito. - Essa análise, contudo, deve ser sempre norteada pelo princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, de modo que se as peculiaridades da hipótese demonstrarem que tal interesse será melhor atendido com a permanência dos autos na origem (com instrução encerrada ou quase) não deverá haver a alteração da competência. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. 
	0001307-39.2001.8.19.0037 - APELACAO 
1ª Ementa 
	DES. MAURO MARTINS - Julgamento: 11/08/2014 - VIGESIMA CAMARA CIVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO PROCESSO, NA FORMA DO ART. 267, III DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ANTE A INÉRCIA DA PARTE EXEQUENTE EM PROMOVER OS ATOS E DILIGÊNCIAS QUE LHE COMPETIAM. IMPOSSIBILIDADE DE INTIMAÇÃO EM RAZÃO DA MUDANÇA DE ENDEREÇO. NÃO ACOLHIMENTO DO PARECER MINISTERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DO PROCESSO ORIGINÁRIO EM RAZÃO DA EXISTÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA. ANULAÇÃO DA SENTENÇA DE MÉRITO. ALIMENTOS QUE CONSTITUEM DIREITO INDISPONÍVEL E, SENDO DEVIDOS AO INCAPAZ, COMO NA HIPÓTESE DOS AUTOS, NÃO CABE A EXTINÇÃO DO FEITO POR INÉRCIA DA REPRESENTANTE LEGAL, SENDO DEVIDA, ALÉM DA ANULAÇÃO DA SENTENÇA PARA SE DETERMINAR O PROSSEGUIMENTO DO FEITO, A NOMEAÇÃO DE CURADOR ESPECIAL, NA FORMA DO ART. 9º, I, DO CPC. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, § 1°-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
	 INTEIRO TEOR 
 Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 11/08/2014 (*)
		 INTEIRO TEOR 
 Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 11/08/2014 (*)

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