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Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 45 13 Revisão Analítica Autores: Alexandre Lopes Dallmann, Bruno Luz Correia, Henrique Garcia Barsanti, Pedro Henrique Armiliato, Pedro Henrique Diehl Cabral, Victor Mateus Brito Padilha. Uma das áreas de estudo e atuação das ciências contábeis é a auditoria contábil, definida por Perez Junior (2012), como sendo a busca, estudo e avaliação sistemáticos das rotinas e demonstrações de uma empresa, buscando fornecer uma opinião fundamentada e imparcial sobre os fatos observados e analisados. Existem diversos procedimentos de auditoria aplicáveis para auxiliar o auditor na emissão de sua opinião, dentre eles o procedimento de revisão analítica. A partir do texto da Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria 520 (NBC TA 520), aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2012) “o termo procedimento analítico significa avaliações de informações contábeis por meio de análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros”. O conceito trazido por Longo (2011) é análogo: busca feita pelo auditor independente por relações existentes entre dados financeiros e não financeiros, de modo a determinar as variações existentes de um período para outro para ratificar as variações encontradas, o auditor faz mão de outros procedimentos de auditoria, como confirmação externa, inspeção, recalculo, reexecução, entre outros. Diferentemente dos testes aplicados sobre os saldos das contas individualmente (testes de detalhe), a revisão analítica se propõe a uma visão geral dos demonstrativos financeiros, buscando por tendências, padrões de evolução das contas, assim identificando eventuais anomalias (ALMEIDA, 2012). O autor traz que o foco da revisão analítica está nas contas do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, e esse procedimento “auxilia a identificar áreas prioritárias ou áreas com problemas, onde, portanto, o auditor deverá concentrar mais sua atenção” (ALMEIDA, 2012, p. 409). Exemplificando: se uma empresa tem uma redução de seu faturamento do exercício anterior (X0) para o ano corrente (X1), é esperado que os custos relativos a estas vendas também decaiam em proporção similar; em ocorrendo um aumento de custos – ainda que pela análise separadas de vendas e custos não existam problemas – este fato deve atrair a atenção do auditor para uma análise mais profunda do que passa justificar tal evento. Esta análise mais detalhada se desenvolve pela aplicação de outros procedimentos de auditoria, como os anteriormente mencionados, os testes de detalhe. A NBC TA 520 foi editada sob o preceito do uso da revisão analítica como um procedimento substantivo aplicável na conclusão dos trabalhos, contudo, trata-se de um procedimento aplicável em todas as etapas da auditoria: planejamento, execução e conclusão. Em especial, devem ser operados procedimentos analíticos antes dos testes de detalhe em contas especificas dos grupo ativo, passivo, receitas e despesas, de modo a auxiliar no planejamento destes testes (LONGO, 2011; ALMEIDA, 2012). Desta forma, a revisão analítica torna-se chave para a elaboração eficiente de um plano de auditoria, uma vez que traz à tona relações não usuais a serem priorizadas pela análise do auditor. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 46 Figura 1 – Aplicação da Revisão Analítica Fonte: Elaborado pelos autores. Os dados a serem levantados numa revisão analítica, que irão compor os papéis de trabalho, são elaborados pelo próprio auditor, ou obtidos por ele no caso de uma primeira auditoria. Segundo Almeida (2012, p. 410), nestes papéis de trabalho deve se fazer presente as seguintes informações: “saldos das contas patrimoniais no ano corrente (X1) e anterior (X0); valor mensal por conta de receitas e despesas em 20X1; e valor total por conta de receitas e despesas em 20X1 e 20X0”. É responsabilidade do auditor conferir as somas e confrontar os resultados com os razões, além de ser recomendável expressar os valores em milhares ou milhões, de modo a ressaltar as transações mais relevantes (ALMEIDA, 2012). Na identificação de variações, segundo Longo (2011), é frequente comparar valores orçados com valores realmente incorridos, bem como período corrente com período anterior. Como bem saliente Almeida (2012, p. 410), na situação que a “empresa opera em ritmo normal, é de se esperar que as contas do ativo, passivo, receitas e despesas, se comportem com regularidade ao longo do ano”. Longo (2011) e Almeida (2012) trazem situações anormais às quais o auditor deve manter-se atento: Registros em desacordo com os princípios contábeis; Inconsistência de políticas e princípios contábeis: mudanças destes ao longo do período ou em relação ao exercício anterior; Irregularidades: normalmente desacordos com textos normativos, como leis, decretos, regulamentos, portarias, et cetera; Erros: oriundos de falha humana e de controles internos deficitários; Fraudes: um ato intencional que envolve dolo para obtenção de vantagem para si ou outrem, podendo ocorrer conluio para que esta seja perpetrada. Além da atenção aos itens acima elencados, Almeida (2011) afirma que é dever do auditor capturar a inter-relação existente entre as contas, por exemplo: vendas e contas a receber; compras e fornecedores a pagar, custos das vendas contra estoques, salários a pagar e encargos sociais (INSS e FGTS). É primordial na execução de uma revisão analítica o entendimento sistêmico das contas contábeis: compreender a relação causa- efeito e efeito-causa entre contas. Caso contrário, relações importantes podem passar Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 47 desapercebidas pelo auditor, que pode vir a deixar de executar procedimentos substantivos que julgaria necessários se estas relações tivessem sido capturadas. Após a análise das flutuações percebidas pela aplicação de procedimentos analíticos o auditor deve analisar as causas de tais variações e “determinar as influências nas demonstrações financeiras e em seu parecer” (ALMEIDA, 2012, p. 411). Para identificar estas variações existentes de um período de reporte para outro é indispensável que o auditor calcule índices econômico-financeiros como parte integrante da revisão analítica, traz Almeida (2012). O autor ainda informa que a comparação destes índices correntes com os índices de períodos anteriores da mesma empresa e com os índices correntes de outras companhias do mesmo mercado (ramo de negócio) darão ao auditor ferramental para a detecção de eventos incomuns. Matarazzo (2010) corrobora o entendimento dos anteriores informado que índices econômico-financeiros são relações obtidas das demonstrações financeiras, medidas da situação da organização e conferem uma visão ampla desta. Almeida (2012) elenca com índices econômico-financeiro aplicáveis os que se relacionam com liquidez, capitalização, lucratividade, rotatividade e volume de operações. Alguns exemplos de índices econômico-financeiros comumente utilizados serão apresentados posteriormente em lista anexa. Todas as informações tratadas anteriormente devem ser compiladas num conjunto de documentos que o auditor utiliza para visualizar num caráter geral as demonstrações financeiras e estas variações não usuais que podem ocorrer de um exercício para outro. A este conjunto de documentos dá-se a denominação: papéis de trabalho. Os papéis de trabalho são um: Conjunto de formulários e documentos que contêm as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações; constituem a evidência de auditoria do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. (ATTIE,2009) Attie (2009) relata, ainda, que tais documentos são de propriedade exclusiva do auditor e necessariamente sigilosos, uma vez que neles estão contidas informações da empresa auditada, informações essas confidenciais. Estes documentos devem possuir cinco aspectos fundamentais: completude, objetividade, concisão, lógica e limpeza (ATTIE, 2009). Por fim, o autor lembra que os papeis de trabalho costumam ser padronizados, tendo cada empresa de auditoria seu padrão de documento. A seguir é trazido um exemplo de papel de trabalho: Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 48 C o n ta b ili d a d e G O S .A . P re p a ra d o p o r: A u d it o r 1 D a ta : 0 1 /0 2 /2 0 X 2 3 1 -1 2 -2 0 X 1 R e vi sa d o p o r: A u d it o r 2 D a ta : 0 2 /0 2 /2 0 X 2 R e vi sã o A n á lit ic a - B a la n ço P a tr im o n ia l ( e m m ilh a re s d e r e a is ) S a ld o e m 2 0 X 1 A n á lis e V e rt ic a l A n á lis e H o ri zo n ta l (% d e A cr é sc im o ) S a ld o e m 2 0 X 0 A n á lis e V e rt ic a l S a ld o e m 2 0 X 1 A n á lis e V e rt ic a l A n á lis e H o ri zo n ta l (% d e A cr é sc im o ) S a ld o e m 2 0 X 0 A n á lis e V e rt ic a l A ti v o C ir cu la n te 2 2 .1 7 7 .4 9 8 ,0 0 R $ 3 1 ,6 4 % 7 ,2 3 % 2 0 .6 8 2 .7 3 9 ,0 0 R $ 3 2 ,8 1 % P a ss iv o C ir cu la n te 7 .8 6 3 .0 3 1 ,0 0 R $ 1 1 ,2 2 % 1 ,1 6 % 7 .7 7 2 .7 9 6 ,0 0 R $ 1 2 ,3 3 % 1 ) C a ix a e E q u iv a le n te s d e C a ix a 5 .6 4 8 .0 8 0 ,0 0 R $ 8 ,0 6 % 8 5 ,1 8 % 3 .0 4 9 .9 7 1 ,0 0 R $ 4 ,8 4 % Fo rn e ce d o re s 3 .6 2 9 .7 8 8 ,0 0 R $ 5 ,1 8 % 1 2 ,1 6 % 3 .2 3 6 .3 5 6 ,0 0 R $ 5 ,1 3 % 2 ) A p lic a çõ e s Fi n a n ce ir a s 1 .2 7 0 .7 6 0 ,0 0 R $ 1 ,8 1 % -5 4 ,6 0 % 2 .7 9 8 .8 3 4 ,0 0 R $ 4 ,4 4 % E m p ré st im o s e F in a n ci a m e n to s 2 .3 8 7 .2 3 7 ,0 0 R $ 3 ,4 1 % 1 7 ,1 4 % 2 .0 3 7 .8 6 9 ,0 0 R $ 3 ,2 3 % C o n ta s a R e ce b e r d e C lie n te s 4 .5 8 7 .4 2 6 ,0 0 R $ 6 ,5 4 % 3 ,3 5 % 4 .4 3 8 .6 7 6 ,0 0 R $ 7 ,0 4 % Im p o st o s e C o n ti b u iç õ e s So ci a is a re co lh e r 3 4 9 .6 7 4 ,0 0 R $ 0 ,5 0 % -1 3 ,7 7 % 4 0 5 .4 9 0 ,0 0 R $ 0 ,6 4 % E st o q u e s 8 .7 8 1 .1 1 3 ,0 0 R $ 1 2 ,5 3 % -0 ,9 7 % 8 .8 6 6 .8 8 8 ,0 0 R $ 1 4 ,0 6 % 4 ) Im p o st o d e r e n d a /c o n tr ib u iç ã o so ci a l a r e co lh e r 1 4 0 .4 4 9 ,0 0 R $ 0 ,2 0 % -6 3 ,8 9 % 3 8 8 .9 2 0 ,0 0 R $ 0 ,6 2 % C ré d it o s T ri b u tá ri o s 6 7 3 .1 5 5 ,0 0 R $ 0 ,9 6 % -2 ,0 1 % 6 8 6 .9 5 8 ,0 0 R $ 1 ,0 9 % Sa lá ri o s a p a ga r 4 8 0 .4 3 0 ,0 0 R $ 0 ,6 9 % -2 8 ,1 5 % 6 6 8 .6 9 9 ,0 0 R $ 1 ,0 6 % Im p o st o d e R e n d a /C o n tr ib u iç ã o So ci a l a r e cu p e ra r 7 2 4 .8 4 3 ,0 0 R $ 1 ,0 3 % 5 4 ,7 8 % 4 6 8 .3 0 9 ,0 0 R $ 0 ,7 4 % 5 ) D iv id e n d o s a P a ga r - R $ 0 ,0 0 % -1 0 0 ,0 0 % 1 1 9 .3 1 8 ,0 0 R $ 0 ,1 9 % G a n h o s n ã o r e a liz a d o s co m in st ru m e n to s fi n a n ce ir o s 3 7 .9 8 1 ,0 0 R $ 0 ,0 5 % -9 ,0 3 % 4 1 .7 5 1 ,0 0 R $ 0 ,0 7 % 6 ) B e n e fí ci o s a e m p re ga d o s 1 8 .5 3 5 ,0 0 R $ 0 ,0 3 % -4 5 ,8 3 % 3 4 .2 1 8 ,0 0 R $ 0 ,0 5 % O u tr o s A ti vo s C ir cu la n te s 4 5 4 .1 4 0 ,0 0 R $ 0 ,6 5 % 3 7 ,0 6 % 3 3 1 .3 5 2 ,0 0 R $ 0 ,5 3 % P ro vi sã o p a ra p a ss iv o s a m b ie n ta is 2 7 .7 3 6 ,0 0 R $ 0 ,0 4 % 2 0 ,4 6 % 2 3 .0 2 5 ,0 0 R $ 0 ,0 4 % O u tr o s p a ss iv o s ci rc u la n te s 8 2 9 .1 8 2 ,0 0 R $ 1 ,1 8 % -3 ,4 6 % 8 5 8 .9 0 1 ,0 0 R $ 1 ,3 6 % A ti v o N ã o C ir cu la n te 4 7 .9 1 7 .2 1 1 ,0 0 R $ 6 8 ,3 6 % 1 3 ,1 2 % 4 2 .3 5 9 .5 9 1 ,0 0 R $ 6 7 ,1 9 % P a ss iv o N ã o -C ir cu la n te 3 0 .2 6 1 .2 9 5 ,0 0 R $ 4 3 ,1 7 % 3 7 ,4 6 % 2 2 .0 1 5 .0 0 0 ,0 0 R $ 3 4 ,9 2 % C ré d it o s T ri b u tá ri o s 7 7 .9 9 0 ,0 0 R $ 0 ,1 1 % -0 ,5 4 % 7 8 .4 1 2 ,0 0 R $ 0 ,1 2 % 7 ) E m p ré st im o s e F in a n ci a m e n to s 2 3 .8 2 6 .7 5 8 ,0 0 R $ 3 3 ,9 9 % 3 8 ,9 4 % 1 7 .1 4 8 .5 8 0 ,0 0 R $ 2 7 ,2 0 % 3 ) C o n ta s a R e ce b e r d e C lie n te s (L o n go P ra zo ) 4 .3 0 7 .4 6 2 ,0 0 R $ 6 ,1 5 % 6 7 ,7 9 % 2 .5 6 7 .1 8 9 ,0 0 R $ 4 ,0 7 % D e b ê n tu re s 2 4 6 .8 6 2 ,0 0 R $0 ,3 5 % -2 6 ,3 2 % 3 3 5 .0 3 6 ,0 0 R $ 0 ,5 3 % G a n h o s n ã o r e a liz a d o s co m in st ru m e n to s fi n a n ce ir o s 5 .6 2 0 ,0 0 R $ 0 ,0 1 % 0 ,0 0 % - R $ 0 ,0 0 % P a rt e s R e la ci o n a d a s 8 9 6 ,0 0 R $ 0 ,0 0 % 0 ,0 0 % - R $ 0 ,0 0 % P a rt e s R e la ci o n a d a s 5 4 .4 0 2 ,0 0 R $ 0 ,0 8 % -3 2 ,7 7 % 8 0 .9 2 0 ,0 0 R $ 0 ,1 3 % Im p o st o s d e R e n d a e C o n tr ib u iç ã o so ci a l d if e ri d o s 9 1 4 .4 7 5 ,0 0 R $ 1 ,3 0 % -3 ,1 8 % 9 4 4 .5 4 6 ,0 0 R $ 1 ,5 0 % D e p ó si to s Ju d ic ia is 1 .7 0 3 .3 6 7 ,0 0 R $ 2 ,4 3 % 1 9 ,0 4 % 1 .4 3 0 .8 6 5 ,0 0 R $ 2 ,2 7 % P e rd a s n ã o r e a liz a d a s co m in st ru m e n to s fi n a n ce ir o s - R $ 0 ,0 0 % -1 0 0 ,0 0 % 8 .9 9 9 ,0 0 R $ 0 ,0 1 % G a st o s a n te ci p a d o s co m p la n o d e p e n sã o 1 4 0 .3 8 8 ,0 0 R $ 0 ,2 0 % -2 8 ,6 6 % 1 9 6 .7 9 9 ,0 0 R $ 0 ,3 1 % P ro vi sã o p a ra p a ss iv o s tr ib u tá ri o s, cí ve is e t ra b a lh is ta s 1 .9 0 4 .7 3 0 ,0 0 R $ 2 ,7 2 % 2 0 ,8 3 % 1 .5 7 6 .3 5 5 ,0 0 R $ 2 ,5 0 % In ve st im e n to s a va lia d o s p o r e q u iv a lê n ci a p a tr im o n ia l 1 .3 9 2 .8 8 2 ,0 0 R $ 1 ,9 9 % -0 ,1 1 % 1 .3 9 4 .3 8 3 ,0 0 R $ 2 ,2 1 % 8 ) P ro vi sã o p a ra p a ss iv o s a m b ie n ta is 1 3 6 .0 7 0 ,0 0 R $ 0 ,1 9 % 4 5 ,6 9 % 9 3 .3 9 6 ,0 0 R $ 0 ,1 5 % Á gi o s 1 4 .6 5 3 .0 2 6 ,0 0 R $ 2 0 ,9 0 % 1 6 ,7 0 % 1 2 .5 5 6 .4 0 4 ,0 0 R $ 1 9 ,9 2 % B e n e fí ci o s a e m p re ga d o s 1 .6 8 7 .4 8 6 ,0 0 R $ 2 ,4 1 % 3 2 ,6 0 % 1 .2 7 2 .6 3 1 ,0 0 R $ 2 ,0 2 % O u tr o s In ta n gí ve is 1 .8 3 5 .7 6 1 ,0 0 R $ 2 ,6 2 % 1 8 ,6 6 % 1 .5 4 7 .0 9 8 ,0 0 R $ 2 ,4 5 % O b ri ga çõ e s co m F ID C 8 5 3 .2 5 2 ,0 0 R $ 1 ,2 2 % 0 ,0 0 % - R $ 0 ,0 0 % Im o b ili za d o 2 3 .7 4 6 .3 1 3 ,0 0 R $ 3 3 ,8 8 % 5 ,5 0 % 2 2 .5 0 7 .5 2 1 ,0 0 R $ 3 5 ,7 0 % O u tr o s p a ss iv o s n ã o -c ir cu la n te s 6 9 0 .7 6 6 ,0 0 R $ 0 ,9 9 % 8 ,7 0 % 6 3 5 .4 5 7 ,0 0 R $ 1 ,0 1 % P a tr im ô n io L íq u id o 3 1 .9 7 0 .3 8 3 ,0 0 R $ 4 5 ,6 1 % -3 ,8 6 % 3 3 .2 5 4 .5 3 4 ,0 0 R $ 5 2 ,7 5 % C a p it a l S o ci a l 1 9 .2 4 9 .1 8 1 ,0 0 R $ 2 7 ,4 6 % 0 ,0 0 % 1 9 .2 4 9 .1 8 1 ,0 0 R $ 3 0 ,5 3 % A çõ e s e m t e so u ra ri a 3 8 3 .3 6 3 ,0 0 -R $ -0 ,5 5 % 6 4 ,4 3 % 2 3 3 .1 4 2 ,0 0 -R $ -0 ,3 7 % R e se va d e C a p it a l 1 1 .5 9 7 ,0 0 R $ 0 ,0 2 % 0 ,0 0 % 1 1 .5 9 7 ,0 0 R $ 0 ,0 2 % R e se rv a d e L u cr o s 6 .9 0 8 .0 5 9 ,0 0 R $ 9 ,8 6 % -4 1 ,0 3 % 1 1 .7 1 4 .8 0 4 ,0 0 R $ 1 8 ,5 8 % 9 ) A ju st e s d e a va lia çã o p a tr im o n ia l 5 .9 0 0 .3 2 7 ,0 0 R $ 8 ,4 2 % 3 0 4 ,5 8 % 1 .4 5 8 .3 7 9 ,0 0 R $ 2 ,3 1 % A tr ib u íd o à p a rt ic ip a çã o d o s a ci o n is ta s co n tr o la d o re s 3 1 .9 7 0 .3 8 3 ,0 0 R $ 4 5 ,6 1 % -3 ,8 6 % 3 3 .2 5 4 .5 3 4 ,0 0 R $ 5 2 ,7 5 % P a rt ic ip a çõ e s d o s a ci o n is ta s n ã o - co n tr o la d o re s 2 8 4 .5 8 2 ,0 0 R $ 0 ,4 1 % -7 2 ,9 9 % 1 .0 5 3 .7 1 5 ,0 0 R $ 1 ,6 7 % T o ta l d o A ti v o 7 0 .0 9 4 .7 0 9 ,0 0 R $ 1 0 0 ,0 0 % 1 1 ,1 9 % 6 3 .0 4 2 .3 3 0 ,0 0 R $ 1 0 0 ,0 0 % T o ta l d o P a ss iv o e d o P a tr im ô n io Lí q u id o 7 0 .0 9 4 .7 0 9 ,0 0 R $ 1 0 0 ,0 0 % 1 1 ,1 9 % 6 3 .0 4 2 .3 3 0 ,0 0 R $ 1 0 0 ,0 0 % - C o n fe ri d o c o m r a zã o g e ra l 2 0 X 1 - C o n fe ri d o c o m p a p é is d e t ra b a lh o 2 0 X 0 - S o m a C o n fe ri d a Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 49 Análise do Balanço Patrimonial: 1) inicialmente percebe-se um aumento considerável nos valores de caixa, justificados pelo resgate de aplicações financeiras e recebimento de empréstimos; 2) conforme já apontado no item 1, ouve o resgate de parte das Aplicações Financeiras da empresa, por decisão do conselho. 3) a empresa possuí uma política de fidelidade a qual permite aos seus clientes regulares, após confirmação por meio de análises de crédito, permitindo para compras de valores significativos, o parcelamento em até 18 meses. 4) a empresa realizou uma reavaliação da sua linha de produção, acabando por desfazer um setor da empresa, o qual era deficitário,os funcionários foram demitidos, razão pela qual o valor do imposto foi reduzido. 5) por decisão do conselho de administração, e do resultado auferido no período, a empresa não realizará o pagamento de dividendos. 6) outro reflexo da ocorrência apresentada conforme o item 4. 7) conforme item 1, a empresa realizou a tomada de empréstimos de longo prazo para geração de caixa e aplicações futuras. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 50 8) diante de mudanças na legislação ambiental aplicável a empresa, a mesma realizou a contabilização de provisão para passivos ambientais, conforme o avanço do processo, atualiza tal valor conforme os índices aplicáveis. 9) a empresa possuí terrenos e outros ativos os quais foram reavaliados, resultado em um aumento considerável de tal valor, tais ajustes são baseados em pareceres de profissionais competentes, tendo sido revisados pela auditoria presente. Análise da DRE: 10) em vista da finalização de um setor da empresa, as despesas da mesma acabaram por aumentar. 11) o aumento dos gastos está relacionado ao pagamento de rescisões trabalhistas do setor da empresa ao qual foi fechado, resultando em um grande aumento. 12) devido a mudanças no cenário global, marcado por estabilidades, as aplicações financeiras da empresa acabaram por gerar maiores despesas do que o planejado. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcantti. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CONCELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Normas Brasileiras de Contabilidade – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica: NBC TA estrutura conceitual, NBC TA 200 a 810, Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp- content/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf>. Acesso em: 12 ago. 16. LONGO, Claudio Gonçalo. Manual de auditoria e revisão das demonstrações financeiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis: Normas e Procedimentos. 5 ed. São Paulo: Atlas S.A, 2012. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 51 14 Auditoria em Caixa e Equivalentes de Caixa Autores: Aline Venske Vachholz, André Erichsen, Lidiane Weber Lopes, Lucas Schott, Marcelo Belloli e Walace Ribeiro. 14.1 CONTEXTO SOCIETÁRIO De acordo com a NBCTG 03, Caixa compreende os numerários em espécie e os depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de Caixa tratam-se das aplicações financeiras de curto prazo, que possuem alta liquidez e podem ser prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa, o risco de mudança de valor é insignificante. As entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa correspondem aos Fluxos de Caixa. Para atender ao conceito de equivalentes de caixa o ativo deve atender cumulativamente os seguintes critérios: (Fonte: KPMG) Neste contexto, os equivalentes de caixa não possuem como finalidade investimentos ou outros propósitos que não atender a compromissos de caixa de curto prazo. Os investimentos em instrumentos patrimoniais geralmente não estão contemplados no conceito de equivalentes de caixa a menos que sejam substancialmente equivalentes de caixa, como por exemplo ações preferenciais resgatáveis com prazo definido de resgate que atenda a definição de curto prazo. Os saldos bancários a descoberto, decorrentes da utilização de instrumentos como cheque especial ou contas correntes garantidas que serão liquidados em curto prazo Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 52 fazem parte da gestão de caixa da entidade e devem ser incluídos como componentes de caixa e equivalentes de caixa. As movimentações ocorridas entre itens que constituem caixa ou equivalentes de caixa devem ser excluídos dos fluxos de caixa uma vez que estes componentes fazem parte da gestão de caixa da entidade e não possuem como origem atividades operacionais, de investimento e de financiamento. Os saldos bancários a descoberto devem ser incluídos como equivalentes de caixa se estes fizerem parte da gestão de caixa da entidade. Embora estes saldos possam ser compensados com caixa e equivalentes de caixa para fins de demonstração dos fluxos de caixa, este procedimento não é permitido no balanço patrimonial, a menos que a entidade tenha o direito legal ou contratual e a intenção de efetuar a liquidação simultânea de ambas as posições. Caso contrário, os saldos a descoberto são apresentados no passivo como empréstimos bancários. As contas correntes em moeda estrangeira normalmente atendem a definição de equivalente de caixa mesmo estando sujeitas a oscilação do câmbio, isto porque a alteração do valor na moeda funcional está associada com o valor justo na moeda estrangeira. Os certificados de depósitos bancários que, normalmente, possuem prazo contratual superior a três meses atendem a definição de equivalente de caixa quando podem ser resgatados imediatamente sem penalidade de juros, isto é, depende da forma que foi estabelecido o contrato. Os fundos de investimentos somente poderão ser classificados como equivalentes de caixa se todos os investimentos subjacentes forem classificados da mesma forma. Investimentos diretos em títulos do governo podem atender a definição de equivalentes de caixa, caso, entre outros fatores, a instituição financeira emissora das operações garanta a recompra dos títulos. 14.2 CONTROLES INTERNOS 14.2.1 Introdução O caixa e equivalentes de caixa, por representarem um ativo de pronta liquidez, são normalmente as mais sujeitas a uma utilização indevida. Nesta área, mesmo que haja um bom sistema de controle interno, o auditor efetua um maior volume de testes, já que os riscos envolvidos são maiores. São constituídos de: ■ Numerários em caixa; ■ Depósitos bancários de livre movimentação; ■ Aplicações financeiras de liquidez imediata. 14.2.2 Objetivos A auditoria do caixa e equivalentes de caixa tem a finalidade de: a) Determinar sua existência, que poderá estar na entidade, em bancos ou com terceiros; Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 53 b) Determinar se pertencem a entidade; c) Determinar se foram utilizados os princípios contábeis geralmente aceitos, para o registro das transações em bases uniformes; d) Determinar a existência de restrições (vinculação ou garantias) na sua utilização; e) Determinar se esta corretamente classificado nas demonstrações contábeis; f) Avaliar os controles internos e procedimentos adotados pela entidade. 14.2.3 Revisão dos controles internos O volume de transações de caixa e bancos (pagamentos e recebimentos) na maioria das entidades, excede o de qualquer outro grupo de contas, tendo em vista que praticamente todas as transações são finalmente liquidadas através de operações envolvendo caixa ou bancos. Considerando ainda, ser a parcela do ativo de maior liquidez, e de suma importância a existência de um sistema de controle interno eficaz. A revisão tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade depositada no controle interno, para que se possa definir quais e quando os procedimentos de auditoria serão utilizados e em qual extensão. Entre os vários aspectos de controles internos, podemos citar alguns que servem de fortalecimento para a área do disponível e que podem ser classificados em: 14.2.3.1 Aspectos Gerais a) Segregação de funções entre Tesourariae Contabilidade. E recomendavel, sempre que possivel, haja uma separagao das fungoes de tesouraria das de contabilidade. Portanto em todas as entidades de tamanho suficiente para justificar esse procedimento, a responsabilidade pela guarda dos fundos de caixa e titulos de renda deve ser do tesoureiro. A responsabilidade pelo controle contábil e revisão de transações de caixa e da contabilidade. Mesmo em entidades de pequeno porte as fungoes de caixa devem ser segregadas de forma a oferecer maior seguranga sobre as transações efetuadas. b) Abertura de contas bancarias autorizadas pela diretoria. Todas as contas bancarias e as pessoas designadas para assinaturas de cheques, devem estar expressamente autorizadas. As contas bancarias deverao estar em nome da entidade. c) Seguro fidelidade ou carta de fiança. Para os empregados que manuseiam dinheiro ou valores, a entidade deve contratar seguro fidelidade ou obter carta de fiança, de modo a assegurar a recuperação de possiveis apropriações indevidas. d) Concessão de férias regulares aos empregados responsáveis pelo caixa. A concessão de férias regulares aos responsáveis pelo caixa, poderá facilitar a descoberta de possiveis irregularidades. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 54 e) Conciliação bancárias. As contas bancarias devem ser conciliadas regularmente a cada final de mês. É desejável que as conciliações sejam criteriosamente revisadas. f) Sistema formal de comunicação entre as entidades e bancos. Os bancos deverão ser informados por escrito das normas adotadas pela entidade (débitos em conta, cheques com duas assinaturas, limites de valores, cobrança de encargos financeiros, etc.) e do cancelamento de procurações. A saída de empregados com procurações para movimentação de numerário e endossos de duplicatas devem ser imediatamente comunicadas aos bancos. g) Controle das disponibilidades diárias. O saldo das disponibilidades em caixa e bancos deverá ser mantido nos níveis mínimos necessários, possibilitando a entidade a aplicação financeira dos valores disponíveis. 14.2.3.2 Recebimentos a) Controle contábil e controle físico. Os recebimentos deverao ser controlados por pessoas independentes as fungoes de custodia das duplicatas, conferencia da sequência numérica dos recibos e checagem dos valores efetivamente depositados. b) Endosso restritivo de cheques. O endosso restritivo, como por exemplo "somente para depósitos em nome da entidade" deve ser aposto no ato do recebimento dos cheques, como mais um controle para evitar possiveis apropriagoes dos valores recebidos através de cheques. c) Deposito integral dos recebimentos. Os recebimentos devem ser depositados intactos e diariamente, evitando ser misturados com outros fundos de caixa, bem como, utilizados para pagamentos de contas ou despesas. Deve ainda ser evitada a utilização de recebimentos para troca de cheques de funcionários e clientes. d) Cobranças. A cobrança de juros e encargos de mora, deve ser verificada regularmente por pessoa alheia as fungoes de caixa, preferencialmente por um auditor interno, certificando- se de que os valores recebidos estejam de acordo com os índices (percentuais) estabelecidos pela entidade. Essa verificação torna-se eficaz com o uso de sistema eletrônico de processamento de dados utilizando parâmetros para confrontação com o efetivamente recebido. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 55 14.2.3.3 Pagamentos a) Pagamentos acima de um limite, exclusivamente através de cheques nominais. Com exceção dos pagamentos efetuados através do fundo fixo de caixa, todos os demais deverao ser efetuados por cheques nominais aos favorecidos. E recomendavel que a entidade estabeleça este limite. b) Cheques com duas assinaturas. O procedimento de duas assinaturas deve ser levado a efeito conscientemente ou não atende aos objetivos propostos. Assinaturas de cheques em branco, ou uma das partes deixar para a outra a revisão dos comprovantes de pagamentos, anulara a finalidade e vantagens de cheques com duas assinaturas. Os cheques deverao ser emitidos com copias, as quais deverao conter o visto das pessoas que assinaram os cheques. c) Inutilização dos documentos pagos. Todos os comprovantes de pagamentos (notas fiscais/faturas, recibos, avisos de débitos, etc.) Devem ser inutilizados através de carimbo especifico (por exemplo, "pago", "liquidado", etc.) por ocasião da liquidação dos mesmos. Este procedimento visa eliminar a possivel reapresentação do documento para novo pagamento. d) Controle sobre os cheques em branco. Somente as pessoas autorizadas a preparar cheques devem ter acesso aos cheques em branco. Todos os cheques requisitados junto aos bancos deverao ser controlados adequadamente. e) Débitos em conta e senhas. O procedimento de duas senhas para autorizar pagamentos através de instituições financeiras deve ser levado em consideração para maior seguranga da entidade e confiabilidade aos empregados. 14.2.3.4 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata As aplicações em instrumentos financeiras tem sido operação de destaque no critério de avaliação dos ativos na lei n° 11.638/07 que alterou parcialmente a lei n° 6.404/76, destacando-se neste caso o art. 183. O auditor deve estar atento a natureza das aplicações e riscos envolvidos (ex. derivativos) e a necessidade de ajustes ao valor provável de realização, quando inferior ao valor contábil, ao valor de mercado ou equivalente, com reflexos no resultado do exercício e/ou patrimônio líquido. 14.2.4 Questionário de Avaliação do Controle Interno do Caixa DESCRIÇÃO SIM NÃO N/A ANOTAÇÕES A empresa tem problemas significativos de fluxo de caixa para cumprir suas obrigações corentes em dia? A empresa usa técnicas de orçamento de caixa? A empresa usa serviços de gestão de caixa oferecido Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 56 pelo seu banco? Qual a natureza desses esquemas? O cliente fez mudanças significativas no seu processamento de caixa no ano passado? Houve mudanças importantes nas aplicações financeiras? O cliente tem cláusulas de empréstimos ou emissão de títulos de dívida que influenciam o uso de caixa ou manutenção de índices de capital de giro? Os executivos e o Conselho de Administração analisam periodicamente o processo de gestão de caixa? A organização de gestão de caixa prevê segregação de tarefas, análise e supervisão de tarefas? As transações de caixa, incluindo transferências eletrônicas de caixa, são adequadamente autorizadas? Que autorização é exigida para a realização de transferências eletrônicas? As conciliações bancárias são feitas de forma tempestiva por pessoal independente das atividades de processamento? O departamento de auditoria interna faz análises oportunas do processo de gestão e processamento de caixa? Existe algum motivo para suspeitar que a administração possa querer distorcer o saldo de caixa? A empresa usa um cofre para lidar com a arrecadação de pagamentos? Existe contrato com instituição financeira para transporte de malotes? Quais os procedimentos de controle da empresa quanto ao uso do cofre? Quem esta autorizado a fazer transferências de caixa e de fundos? Quais são os procedimentos pelos quais esta autorização é verificada antes da realização das transferências? Que procedimentos a administração utiliza para assegurar que o processo de administração seja monitorado?Existe alguma restrição na obtenção de acesso ao caixa? Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 57 14.3 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Dentre os procedimentos de auditoria que o auditor poderá utilizar no desenvolvimento dos trabalhos na área de caixa e equivalentes de caixa, podemos citar: 14.3.1 Contagem de caixa Para a realização de contagem de caixa, o auditor deverá observar no mínimo, as seguintes técnicas: a) A contagem de caixa deve ser previamente planejada; b) E necessário que o auditor tenha conhecimento prévio das modalidades de caixa existentes e do seu funcionamento (caixa geral, caixa recebimentos, caixa pagamentos, caixa fundo fixo); c) A contagem de caixa deve ser efetuada em caráter de surpresa; d) Todos os fundos existentes em poder do caixa devem ser incluídos na contagem; e) Quando existirem mais de um caixa, os mesmos deverao ser contados simultaneamente; f) A contagem deverá ser efetuada na presença do responsável pelo caixa; g) O auditor deverá estar atento para as situações anormais (cheques antigos, cheques de funcionários, comprovantes de desembolsos de caixa sem data ou com data antiga, vales, etc.); h) Todos os comprovantes de desembolsos incluídos no saldo de caixa, deverao ser analisados quanto a autenticidade e evidencia de aprovação por um titular responsável; i) O trabalho efetuado pelo auditor deverá ser evidenciado nos papeis de trabalho; j) A contagem de caixa deverá ser demonstrada em formulário especifico, preenchido a caneta e conter os seguintes dados: - Nome da entidade; - Nome do responsável pelo caixa; - Data e hora da contagem; - Nome do auditor que efetuou a contagem; - Composição da contagem (notas, moedas, cheques, comprovantes de pagamentos e recebimentos não lançados no caixa); - Declaração assinada pelo responsável pelo caixa de que os valores contados representam a totalidade dos fundos de caixa em seu poder e que os mesmos foram devolvidos. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 58 14.3.2 Exame das conciliações bancárias Normalmente as entidades preparam mensalmente as conciliações bancarias, as quais representam uma conciliação do saldo da conta corrente bancaria (extrato fornecido pelo banco) com o saldo apresentado pelo razao analítico. Analisando as conciliações bancarias, o auditor interno pode assegurar-se dos controles internos mantidos nesta área. Os passos a serem seguidos na análise das conciliações bancarias são basicamente: a) Verificar se são elaboradas mensalmente para todos os bancos com os quais a entidade opera; b) Verificar se são preparadas e revisadas por empregados alheios as fungoes de caixa e controle de saldos bancários; c) Verificar se são preparadas em formulário específico, mencionando as datas e natureza das pendencias constatadas; d) Conferir as somas e os saldos com o razao e extratos. e) Analisar os itens pendentes, verificando as providencias tomadas para regularização e a liquidação subsequente das mesmas. 14.3.3 Circularização bancária A circularização bancaria, consiste em obter diretamente dos bancos a confirmação dos saldos das contas movimento, bem como, de quaisquer outras transações mantidas entre a entidade e os bancos. A resposta deverá ser remetida diretamente aos auditores. De posse dos valores informados pelos bancos, o auditor tem meios de confirmar os saldos registrados pela entidade, como também, tomar conhecimento da existência de possiveis transações não registradas. Os pedidos de informação de saldos deverao ser assinados pelos titulares da entidade. 14.3.4 Analise das aplicações financeiras As aplicações financeiras, classificadas no disponível, são as aplicações temporárias de numerários com prazos de resgate de curtíssimo prazo. O auditor deverá aplicar os procedimentos de auditoria de acordo com as circunstancias que podem ser de contagem física, confirmação, exame da documentação comprobatória, e verificação da contabilização dos rendimentos de acordo com o regime de competência. 14.3.5 Exame das transferências de numerário E comum as entidades efetuarem transferências de numerário de um banco para outro, ou ainda, entre bancos situados em locais diferentes (pragas). Estas transferências ocorrem com maior frequência quando as entidades mantem filiais ou escritórios em diferentes locais. O trabalho do auditor consiste em verificar se as transferências foram efetuadas de acordo com as necessidades da entidade e se os valores transferidos foram colocados à disposição da mesma, no mesmo dia da emissão do cheque ou autorização de debito. Este procedimento visa evitar a manipulação de numerário da entidade por terceiros ou pelos próprios bancos. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 59 14.3.6 Transações de caixa - Pagamentos e recebimentos A análise das transações de caixa compreende a verificação dos comprovantes de pagamentos e recebimentos durante um determinado período, com o objetivo de verificar se as transações estão suportadas por documentação hábil e que se referem as operações normais ao ramo de atividade da entidade. Ressalte-se aqui a característica destacada pela Estrutura Conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, conhecida como “primazia da essência sobre a forma”. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, e necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substancia e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre e consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. 14.4 CASOS ESPECIAIS NA ANALISE DOS SALDOS DE CAIXA 14.4.1 O Estouro Dá-se o estouro de caixa, quando uma Entidade deixa de registrar receitas ou recebimentos. Em consequência, o saldo de Caixa torna-se insuficiente para suportar os lançamentos de pagamentos, no dia em que estes ocorrem. Quando o estouro de caixa e representado por saldos credores na conta de fornecedores (cujas duplicatas já foram pagas, mas, por insuficiência de saldo no caixa real da entidade, não podem ser baixadas), as obrigações passam de um período para outro, como se fossem reais (PASSIVO FICTÍCIO). O estouro de caixa representa, normalmente, omissão de receitas não oferecidas a tributação na época oportuna. Contudo, cada estouro deve merecer atenção especial do auditor, pois nem sempre caracteriza omissão de receitas. Somente após a investigação contábil, poder-se-á determinar se a natureza do estouro de caixa e efetivamente decorrente de uma omissão de receita ou da não contabilização, na época oportuna, de um ingresso de numerário. 14.4.2 Suprimentos Denomina-se suprimento de caixa o ato de prover os recursos necessários para fazer frente as obrigações pagas, através de empréstimos efetuados, normalmente pelos titulares da entidade. O ato em si não configura fraude, todavia, representa um forte indicio de sua ocorrência. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 60 14.5 PROGRAMA DE TRABALHO 14.5.1 Conceituação A Interpretação Técnica 07 (IT-07) visa explicar o Planejamento de Auditoria, etapa em que o auditor define seu plano de trabalho e os procedimentos que irá aplicar durante o trabalho de auditoria. No planejamento da auditoria, o auditor estabelece as estratégias gerais do seu trabalho, considerando sempre que é uma etapa de avaliação para a contratação dos serviços. Nessa etapa, deve-se conhecer a entidade, suas atividades desenvolvidas,a complexidade, legislação, relatório e parecer aplicável, entre outras informações necessárias previamente ao início dos trabalhos. O planejamento de auditoria somente é encerrado quando o auditor consegue mapear exatamente a empresa e conseguir completar sua base de dados com todas essas informações acerca da organização. 14.5.2 Objetivos Os principais objetivos de ter um planejamento de auditoria são os seguintes: Conhecer minuciosamente as atividades da empresa; Proporcionar o cumprimento dos prazos e atividades acordados com a empresa; Identificar a legislação aplicável à organização; Identificar suas áreas potenciais; Assegurar que suas áreas importantes e os valores relevantes das demonstrações contábeis recebem atenção especial; Estabelecer a natureza, oportunidade e extensão dos exames a serem efetuados; 14.5.3 Aspectos relevantes Durante a fase de planejamento, o auditor precisa também considerar demais aspectos que possam influenciar seus trabalhos. Dentre eles estão os fatos relevantes que possam afetar tanto a entidade, quanto a opinião do auditor, deve efetuar a avaliação dos riscos de auditoria, para que seus trabalhos sejam programados adequadamente e saiam de acordo com o combinado com a empresa, deve prever a supervisão e fiscalização por parte do auditor sobre sua equipe técnica (responsabilidade sempre do auditor) e também estar atento e cumprir as exigências e prazos estabelecidos por órgãos reguladores. Além disso, é importante que o auditor verifique junto à entidade as horas oportunas para a realização das atividades, contemplando esse período em seu planejamento. Por exemplo, há épocas em que a presença do auditor é recomendável para a avaliação dos estoques, bem como sobre as transações da entidade, épocas influenciadas por fatores político-econômicos, ou até para confirmação de saldos e cumprimento de prazos combinados com a administração ou cobrados por órgãos reguladores. A combinação de horas e honorários que serão cobrados pelos serviços também deverá constar no planejamento. Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 61 É importante que o planejamento seja avaliado e atualizado permanentemente pelo auditor, de modo que ele consiga fazer as modificações nas circunstâncias e colocar os reflexos que irão trazer para a natureza, oportunidade e extensão dos exames que serão realizados. É imprescindível que essas atualizações no planejamento sejam documentadas nos papeis de trabalho, trazendo sempre os motivos de tais alterações. 14.5.4 Modelo de programa de trabalho Cliente........EMPRESA “X” Ref. PT.................. Ano/Período Encerrado...dd/mm/aaaa Página .......xx Relatório...................Audit Progam Impresso....dd/mm/aaaa hh:mm Área de Auditoria............... Caixa e Equivalentes de Caixa SALDOS: Caixa e equivalente de caixa 0,00 OBJETIVOS: 1. Verificar se os valores de caixa e equivalente estão representados com exatidão. 2. Verificar se os valores de caixa e equivalentes apresentan-se adequados aos princípios de contabilidade aplicados no reconhecimento de forma correta e consistente. (Precisão, valorização e apresentação). Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 62 Obj Feito por Ref 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Preparar um demonstrativo dos valores de caixa e equivalentes e efetuar exames alternativos para os saldos. Conferir a exatidão dos cálculos aritméticos. Verificar se as análises estão de acordo com o balancete e registros auxiliares. Realizar o exame de conciliações bancárias Solicitar a circularização bancária Realizar a análise das aplicações finaceiras Realizar o exame de transferencia de numerários Inspecionar documentos de comprovação (p.ex., notas fiscais) Revisar a apropriação e consistência dos princípios de contabilidade. Documentar, revisar as divulgações e realizar procedimentos adicionais considerados necessários. CONCLUSÃO Os procedimentos de auditoria executados na área foram adequados para assegurar que os saldos estão corretamente apresentados, inclusive quanto à divulgação, em todos os aspectos materiais, e apresentados na mesma base contábil do exercício anterior. 1 1 1 1 1 1 1,2 2 2 2,1
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