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Apostila Auditoria Aplicada parte 3

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Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 45 
 
 
13 Revisão Analítica 
 
 
Autores: Alexandre Lopes Dallmann, Bruno Luz Correia, 
Henrique Garcia Barsanti, Pedro Henrique Armiliato, Pedro 
Henrique Diehl Cabral, Victor Mateus Brito Padilha. 
 
Uma das áreas de estudo e atuação das ciências contábeis é a auditoria contábil, 
definida por Perez Junior (2012), como sendo a busca, estudo e avaliação sistemáticos 
das rotinas e demonstrações de uma empresa, buscando fornecer uma opinião 
fundamentada e imparcial sobre os fatos observados e analisados. Existem diversos 
procedimentos de auditoria aplicáveis para auxiliar o auditor na emissão de sua opinião, 
dentre eles o procedimento de revisão analítica. 
A partir do texto da Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria 520 
(NBC TA 520), aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2012) “o termo 
procedimento analítico significa avaliações de informações contábeis por meio de análise 
das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros”. O conceito trazido por 
Longo (2011) é análogo: busca feita pelo auditor independente por relações existentes 
entre dados financeiros e não financeiros, de modo a determinar as variações existentes 
de um período para outro para ratificar as variações encontradas, o auditor faz mão de 
outros procedimentos de auditoria, como confirmação externa, inspeção, recalculo, 
reexecução, entre outros. 
Diferentemente dos testes aplicados sobre os saldos das contas individualmente 
(testes de detalhe), a revisão analítica se propõe a uma visão geral dos demonstrativos 
financeiros, buscando por tendências, padrões de evolução das contas, assim 
identificando eventuais anomalias (ALMEIDA, 2012). O autor traz que o foco da revisão 
analítica está nas contas do balanço patrimonial e demonstração do resultado do 
exercício, e esse procedimento “auxilia a identificar áreas prioritárias ou áreas com 
problemas, onde, portanto, o auditor deverá concentrar mais sua atenção” (ALMEIDA, 
2012, p. 409). 
Exemplificando: se uma empresa tem uma redução de seu faturamento do 
exercício anterior (X0) para o ano corrente (X1), é esperado que os custos relativos a 
estas vendas também decaiam em proporção similar; em ocorrendo um aumento de 
custos – ainda que pela análise separadas de vendas e custos não existam problemas – 
este fato deve atrair a atenção do auditor para uma análise mais profunda do que passa 
justificar tal evento. Esta análise mais detalhada se desenvolve pela aplicação de outros 
procedimentos de auditoria, como os anteriormente mencionados, os testes de detalhe. 
A NBC TA 520 foi editada sob o preceito do uso da revisão analítica como um 
procedimento substantivo aplicável na conclusão dos trabalhos, contudo, trata-se de um 
procedimento aplicável em todas as etapas da auditoria: planejamento, execução e 
conclusão. Em especial, devem ser operados procedimentos analíticos antes dos testes 
de detalhe em contas especificas dos grupo ativo, passivo, receitas e despesas, de modo 
a auxiliar no planejamento destes testes (LONGO, 2011; ALMEIDA, 2012). Desta forma, a 
revisão analítica torna-se chave para a elaboração eficiente de um plano de auditoria, 
uma vez que traz à tona relações não usuais a serem priorizadas pela análise do auditor. 
 
 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 46 
 
 
 
Figura 1 – Aplicação da Revisão Analítica 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
Os dados a serem levantados numa revisão analítica, que irão compor os papéis 
de trabalho, são elaborados pelo próprio auditor, ou obtidos por ele no caso de uma 
primeira auditoria. Segundo Almeida (2012, p. 410), nestes papéis de trabalho deve se 
fazer presente as seguintes informações: “saldos das contas patrimoniais no ano corrente 
(X1) e anterior (X0); valor mensal por conta de receitas e despesas em 20X1; e valor total 
por conta de receitas e despesas em 20X1 e 20X0”. 
É responsabilidade do auditor conferir as somas e confrontar os resultados com os 
razões, além de ser recomendável expressar os valores em milhares ou milhões, de modo 
a ressaltar as transações mais relevantes (ALMEIDA, 2012). Na identificação de 
variações, segundo Longo (2011), é frequente comparar valores orçados com valores 
realmente incorridos, bem como período corrente com período anterior. Como bem 
saliente Almeida (2012, p. 410), na situação que a “empresa opera em ritmo normal, é de 
se esperar que as contas do ativo, passivo, receitas e despesas, se comportem com 
regularidade ao longo do ano”. Longo (2011) e Almeida (2012) trazem situações anormais 
às quais o auditor deve manter-se atento: 
 Registros em desacordo com os princípios contábeis; 
 Inconsistência de políticas e princípios contábeis: mudanças destes ao longo do 
período ou em relação ao exercício anterior; 
 Irregularidades: normalmente desacordos com textos normativos, como leis, 
decretos, regulamentos, portarias, et cetera; 
 Erros: oriundos de falha humana e de controles internos deficitários; 
 Fraudes: um ato intencional que envolve dolo para obtenção de vantagem para 
si ou outrem, podendo ocorrer conluio para que esta seja perpetrada. 
Além da atenção aos itens acima elencados, Almeida (2011) afirma que é dever do 
auditor capturar a inter-relação existente entre as contas, por exemplo: vendas e contas a 
receber; compras e fornecedores a pagar, custos das vendas contra estoques, salários a 
pagar e encargos sociais (INSS e FGTS). É primordial na execução de uma revisão 
analítica o entendimento sistêmico das contas contábeis: compreender a relação causa-
efeito e efeito-causa entre contas. Caso contrário, relações importantes podem passar 
 
 
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desapercebidas pelo auditor, que pode vir a deixar de executar procedimentos 
substantivos que julgaria necessários se estas relações tivessem sido capturadas. 
Após a análise das flutuações percebidas pela aplicação de procedimentos 
analíticos o auditor deve analisar as causas de tais variações e “determinar as influências 
nas demonstrações financeiras e em seu parecer” (ALMEIDA, 2012, p. 411). Para 
identificar estas variações existentes de um período de reporte para outro é indispensável 
que o auditor calcule índices econômico-financeiros como parte integrante da revisão 
analítica, traz Almeida (2012). O autor ainda informa que a comparação destes índices 
correntes com os índices de períodos anteriores da mesma empresa e com os índices 
correntes de outras companhias do mesmo mercado (ramo de negócio) darão ao auditor 
ferramental para a detecção de eventos incomuns. Matarazzo (2010) corrobora o 
entendimento dos anteriores informado que índices econômico-financeiros são relações 
obtidas das demonstrações financeiras, medidas da situação da organização e conferem 
uma visão ampla desta. Almeida (2012) elenca com índices econômico-financeiro 
aplicáveis os que se relacionam com liquidez, capitalização, lucratividade, rotatividade e 
volume de operações. Alguns exemplos de índices econômico-financeiros comumente 
utilizados serão apresentados posteriormente em lista anexa. 
Todas as informações tratadas anteriormente devem ser compiladas num conjunto 
de documentos que o auditor utiliza para visualizar num caráter geral as demonstrações 
financeiras e estas variações não usuais que podem ocorrer de um exercício para outro. A 
este conjunto de documentos dá-se a denominação: papéis de trabalho. Os papéis de 
trabalho são um: 
Conjunto de formulários e documentos que contêm as informações e 
apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como 
as provas e descrições dessas realizações; constituem a evidência 
de auditoria do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. 
(ATTIE,2009) 
Attie (2009) relata, ainda, que tais documentos são de propriedade exclusiva do 
auditor e necessariamente sigilosos, uma vez que neles estão contidas informações da 
empresa auditada, informações essas confidenciais. Estes documentos devem possuir 
cinco aspectos fundamentais: completude, objetividade, concisão, lógica e limpeza 
(ATTIE, 2009). Por fim, o autor lembra que os papeis de trabalho costumam ser 
padronizados, tendo cada empresa de auditoria seu padrão de documento. A seguir é 
trazido um exemplo de papel de trabalho: 
 
 
 
 
 
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Análise do Balanço Patrimonial: 
1) inicialmente percebe-se um aumento considerável nos valores de caixa, justificados 
pelo resgate de aplicações financeiras e recebimento de empréstimos; 
2) conforme já apontado no item 1, ouve o resgate de parte das Aplicações Financeiras 
da empresa, por decisão do conselho. 
3) a empresa possuí uma política de fidelidade a qual permite aos seus clientes regulares, 
após confirmação por meio de análises de crédito, permitindo para compras de valores 
significativos, o parcelamento em até 18 meses. 
4) a empresa realizou uma reavaliação da sua linha de produção, acabando por desfazer 
um setor da empresa, o qual era deficitário,os funcionários foram demitidos, razão pela 
qual o valor do imposto foi reduzido. 
5) por decisão do conselho de administração, e do resultado auferido no período, a 
empresa não realizará o pagamento de dividendos. 
6) outro reflexo da ocorrência apresentada conforme o item 4. 
7) conforme item 1, a empresa realizou a tomada de empréstimos de longo prazo para 
geração de caixa e aplicações futuras. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 50 
 
 
 
8) diante de mudanças na legislação ambiental aplicável a empresa, a mesma realizou a 
contabilização de provisão para passivos ambientais, conforme o avanço do processo, 
atualiza tal valor conforme os índices aplicáveis. 
9) a empresa possuí terrenos e outros ativos os quais foram reavaliados, resultado em um 
aumento considerável de tal valor, tais ajustes são baseados em pareceres de 
profissionais competentes, tendo sido revisados pela auditoria presente. 
Análise da DRE: 
10) em vista da finalização de um setor da empresa, as despesas da mesma acabaram 
por aumentar. 
11) o aumento dos gastos está relacionado ao pagamento de rescisões trabalhistas do 
setor da empresa ao qual foi fechado, resultando em um grande aumento. 
12) devido a mudanças no cenário global, marcado por estabilidades, as aplicações 
financeiras da empresa acabaram por gerar maiores despesas do que o planejado. 
 
Referências 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcantti. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
CONCELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Normas Brasileiras de 
Contabilidade – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica: NBC 
TA estrutura conceitual, NBC TA 200 a 810, Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 
2012. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-
content/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf>. Acesso em: 12 ago. 16. 
LONGO, Claudio Gonçalo. Manual de auditoria e revisão das demonstrações 
financeiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem gerencial. 7. 
ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis: Normas e 
Procedimentos. 5 ed. São Paulo: Atlas S.A, 2012. 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 51 
 
 
 
14 Auditoria em Caixa e Equivalentes de Caixa 
 
 
Autores: Aline Venske Vachholz, André Erichsen, Lidiane 
Weber Lopes, Lucas Schott, Marcelo Belloli e Walace 
Ribeiro. 
 
 
14.1 CONTEXTO SOCIETÁRIO 
 De acordo com a NBCTG 03, Caixa compreende os numerários em espécie e os 
depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de Caixa tratam-se das aplicações 
financeiras de curto prazo, que possuem alta liquidez e podem ser prontamente 
conversíveis em montante conhecido de caixa, o risco de mudança de valor é 
insignificante. As entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa correspondem aos 
Fluxos de Caixa. 
 Para atender ao conceito de equivalentes de caixa o ativo deve atender 
cumulativamente os seguintes critérios: 
 
(Fonte: KPMG) 
 Neste contexto, os equivalentes de caixa não possuem como finalidade investimentos 
ou outros propósitos que não atender a compromissos de caixa de curto prazo. Os 
investimentos em instrumentos patrimoniais geralmente não estão contemplados no 
conceito de equivalentes de caixa a menos que sejam substancialmente equivalentes de 
caixa, como por exemplo ações preferenciais resgatáveis com prazo definido de resgate 
que atenda a definição de curto prazo. 
 Os saldos bancários a descoberto, decorrentes da utilização de instrumentos como 
cheque especial ou contas correntes garantidas que serão liquidados em curto prazo 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 52 
 
 
 
fazem parte da gestão de caixa da entidade e devem ser incluídos como componentes de 
caixa e equivalentes de caixa. 
 As movimentações ocorridas entre itens que constituem caixa ou equivalentes de caixa 
devem ser excluídos dos fluxos de caixa uma vez que estes componentes fazem parte da 
gestão de caixa da entidade e não possuem como origem atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento. 
 Os saldos bancários a descoberto devem ser incluídos como equivalentes de caixa se 
estes fizerem parte da gestão de caixa da entidade. Embora estes saldos possam ser 
compensados com caixa e equivalentes de caixa para fins de demonstração dos fluxos de 
caixa, este procedimento não é permitido no balanço patrimonial, a menos que a entidade 
tenha o direito legal ou contratual e a intenção de efetuar a liquidação simultânea de 
ambas as posições. Caso contrário, os saldos a descoberto são apresentados no passivo 
como empréstimos bancários. 
 As contas correntes em moeda estrangeira normalmente atendem a definição de 
equivalente de caixa mesmo estando sujeitas a oscilação do câmbio, isto porque a 
alteração do valor na moeda funcional está associada com o valor justo na moeda 
estrangeira. 
 Os certificados de depósitos bancários que, normalmente, possuem prazo contratual 
superior a três meses atendem a definição de equivalente de caixa quando podem ser 
resgatados imediatamente sem penalidade de juros, isto é, depende da forma que foi 
estabelecido o contrato. 
 Os fundos de investimentos somente poderão ser classificados como equivalentes de 
caixa se todos os investimentos subjacentes forem classificados da mesma forma. 
Investimentos diretos em títulos do governo podem atender a definição de equivalentes de 
caixa, caso, entre outros fatores, a instituição financeira emissora das operações garanta 
a recompra dos títulos. 
14.2 CONTROLES INTERNOS 
14.2.1 Introdução 
O caixa e equivalentes de caixa, por representarem um ativo de pronta liquidez, são 
normalmente as mais sujeitas a uma utilização indevida. Nesta área, mesmo que haja um 
bom sistema de controle interno, o auditor efetua um maior volume de testes, já que os 
riscos envolvidos são maiores. São constituídos de: 
■ Numerários em caixa; 
■ Depósitos bancários de livre movimentação; 
■ Aplicações financeiras de liquidez imediata. 
14.2.2 Objetivos 
A auditoria do caixa e equivalentes de caixa tem a finalidade de: 
a) Determinar sua existência, que poderá estar na entidade, em bancos ou com 
terceiros; 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 53 
 
 
 
b) Determinar se pertencem a entidade; 
c) Determinar se foram utilizados os princípios contábeis geralmente aceitos, para o 
registro das transações em bases uniformes; 
d) Determinar a existência de restrições (vinculação ou garantias) na sua utilização; 
e) Determinar se esta corretamente classificado nas demonstrações contábeis; 
f) Avaliar os controles internos e procedimentos adotados pela entidade. 
 
14.2.3 Revisão dos controles internos 
O volume de transações de caixa e bancos (pagamentos e recebimentos) na maioria 
das entidades, excede o de qualquer outro grupo de contas, tendo em vista que 
praticamente todas as transações são finalmente liquidadas através de operações 
envolvendo caixa ou bancos. Considerando ainda, ser a parcela do ativo de maior 
liquidez, e de suma importância a existência de um sistema de controle interno eficaz. A 
revisão tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade depositada no controle 
interno, para que se possa definir quais e quando os procedimentos de auditoria serão 
utilizados e em qual extensão. Entre os vários aspectos de controles internos, podemos 
citar alguns que servem de fortalecimento para a área do disponível e que podem ser 
classificados em: 
14.2.3.1 Aspectos Gerais 
a) Segregação de funções entre Tesourariae Contabilidade. 
E recomendavel, sempre que possivel, haja uma separagao das fungoes de 
tesouraria das de contabilidade. Portanto em todas as entidades de tamanho suficiente 
para justificar esse procedimento, a responsabilidade pela guarda dos fundos de caixa e 
titulos de renda deve ser do tesoureiro. A responsabilidade pelo controle contábil e 
revisão de transações de caixa e da contabilidade. Mesmo em entidades de pequeno 
porte as fungoes de caixa devem ser segregadas de forma a oferecer maior seguranga 
sobre as transações efetuadas. 
b) Abertura de contas bancarias autorizadas pela diretoria. 
Todas as contas bancarias e as pessoas designadas para assinaturas de cheques, 
devem estar expressamente autorizadas. As contas bancarias deverao estar em nome da 
entidade. 
c) Seguro fidelidade ou carta de fiança. 
Para os empregados que manuseiam dinheiro ou valores, a entidade deve contratar 
seguro fidelidade ou obter carta de fiança, de modo a assegurar a recuperação de 
possiveis apropriações indevidas. 
d) Concessão de férias regulares aos empregados responsáveis pelo caixa. 
A concessão de férias regulares aos responsáveis pelo caixa, poderá facilitar a 
descoberta de possiveis irregularidades. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 54 
 
 
 
 
e) Conciliação bancárias. 
As contas bancarias devem ser conciliadas regularmente a cada final de mês. É 
desejável que as conciliações sejam criteriosamente revisadas. 
f) Sistema formal de comunicação entre as entidades e bancos. 
Os bancos deverão ser informados por escrito das normas adotadas pela entidade 
(débitos em conta, cheques com duas assinaturas, limites de valores, cobrança de 
encargos financeiros, etc.) e do cancelamento de procurações. A saída de empregados 
com procurações para movimentação de numerário e endossos de duplicatas devem ser 
imediatamente comunicadas aos bancos. 
g) Controle das disponibilidades diárias. 
O saldo das disponibilidades em caixa e bancos deverá ser mantido nos níveis 
mínimos necessários, possibilitando a entidade a aplicação financeira dos valores 
disponíveis. 
14.2.3.2 Recebimentos 
a) Controle contábil e controle físico. 
Os recebimentos deverao ser controlados por pessoas independentes as fungoes de 
custodia das duplicatas, conferencia da sequência numérica dos recibos e checagem dos 
valores efetivamente depositados. 
b) Endosso restritivo de cheques. 
O endosso restritivo, como por exemplo "somente para depósitos em nome da 
entidade" deve ser aposto no ato do recebimento dos cheques, como mais um controle 
para evitar possiveis apropriagoes dos valores recebidos através de cheques. 
c) Deposito integral dos recebimentos. 
Os recebimentos devem ser depositados intactos e diariamente, evitando ser 
misturados com outros fundos de caixa, bem como, utilizados para pagamentos de contas 
ou despesas. 
Deve ainda ser evitada a utilização de recebimentos para troca de cheques de 
funcionários e clientes. 
d) Cobranças. 
A cobrança de juros e encargos de mora, deve ser verificada regularmente por 
pessoa alheia as fungoes de caixa, preferencialmente por um auditor interno, certificando- 
se de que os valores recebidos estejam de acordo com os índices (percentuais) 
estabelecidos pela entidade. Essa verificação torna-se eficaz com o uso de sistema 
eletrônico de processamento de dados utilizando parâmetros para confrontação com o 
efetivamente recebido. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 55 
 
 
 
14.2.3.3 Pagamentos 
a) Pagamentos acima de um limite, exclusivamente através de cheques nominais. 
Com exceção dos pagamentos efetuados através do fundo fixo de caixa, todos os 
demais deverao ser efetuados por cheques nominais aos favorecidos. E recomendavel 
que a entidade estabeleça este limite. 
b) Cheques com duas assinaturas. 
O procedimento de duas assinaturas deve ser levado a efeito conscientemente ou 
não atende aos objetivos propostos. Assinaturas de cheques em branco, ou uma das 
partes deixar para a outra a revisão dos comprovantes de pagamentos, anulara a 
finalidade e vantagens de cheques com duas assinaturas. Os cheques deverao ser 
emitidos com copias, as quais deverao conter o visto das pessoas que assinaram os 
cheques. 
c) Inutilização dos documentos pagos. 
Todos os comprovantes de pagamentos (notas fiscais/faturas, recibos, avisos de 
débitos, etc.) Devem ser inutilizados através de carimbo especifico (por exemplo, "pago", 
"liquidado", etc.) por ocasião da liquidação dos mesmos. Este procedimento visa eliminar 
a possivel reapresentação do documento para novo pagamento. 
d) Controle sobre os cheques em branco. 
Somente as pessoas autorizadas a preparar cheques devem ter acesso aos cheques 
em branco. Todos os cheques requisitados junto aos bancos deverao ser controlados 
adequadamente. 
e) Débitos em conta e senhas. 
O procedimento de duas senhas para autorizar pagamentos através de instituições 
financeiras deve ser levado em consideração para maior seguranga da entidade e 
confiabilidade aos empregados. 
14.2.3.4 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata 
As aplicações em instrumentos financeiras tem sido operação de destaque no critério 
de avaliação dos ativos na lei n° 11.638/07 que alterou parcialmente a lei n° 6.404/76, 
destacando-se neste caso o art. 183. O auditor deve estar atento a natureza das 
aplicações e riscos envolvidos (ex. derivativos) e a necessidade de ajustes ao valor 
provável de realização, quando inferior ao valor contábil, ao valor de mercado ou 
equivalente, com reflexos no resultado do exercício e/ou patrimônio líquido. 
14.2.4 Questionário de Avaliação do Controle Interno do Caixa 
DESCRIÇÃO SIM NÃO N/A ANOTAÇÕES 
A empresa tem problemas significativos de fluxo de 
caixa para cumprir suas obrigações corentes em dia? 
 
A empresa usa técnicas de orçamento de caixa? 
A empresa usa serviços de gestão de caixa oferecido 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 56 
 
 
 
pelo seu banco? 
Qual a natureza desses esquemas? 
O cliente fez mudanças significativas no seu 
processamento de caixa no ano passado? 
 
Houve mudanças importantes nas aplicações 
financeiras? 
 
O cliente tem cláusulas de empréstimos ou emissão de 
títulos de dívida que influenciam o uso de caixa ou 
manutenção de índices de capital de giro? 
 
Os executivos e o Conselho de Administração analisam 
periodicamente o processo de gestão de caixa? 
 
A organização de gestão de caixa prevê segregação de 
tarefas, análise e supervisão de tarefas? 
 
As transações de caixa, incluindo transferências 
eletrônicas de caixa, são adequadamente autorizadas? 
 
Que autorização é exigida para a realização de 
transferências eletrônicas? 
 
As conciliações bancárias são feitas de forma 
tempestiva por pessoal independente das atividades de 
processamento? 
 
O departamento de auditoria interna faz análises 
oportunas do processo de gestão e processamento de 
caixa? 
 
Existe algum motivo para suspeitar que a administração 
possa querer distorcer o saldo de caixa? 
 
A empresa usa um cofre para lidar com a arrecadação de 
pagamentos? 
 
Existe contrato com instituição financeira para 
transporte de malotes? 
 
Quais os procedimentos de controle da empresa quanto 
ao uso do cofre? 
 
Quem esta autorizado a fazer transferências de caixa e 
de fundos? 
 
Quais são os procedimentos pelos quais esta autorização 
é verificada antes da realização das transferências? 
 
Que procedimentos a administração utiliza para 
assegurar que o processo de administração seja 
monitorado?Existe alguma restrição na obtenção de acesso ao caixa? 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 57 
 
 
 
14.3 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
Dentre os procedimentos de auditoria que o auditor poderá utilizar no 
desenvolvimento dos trabalhos na área de caixa e equivalentes de caixa, podemos citar: 
14.3.1 Contagem de caixa 
Para a realização de contagem de caixa, o auditor deverá observar no mínimo, as 
seguintes técnicas: 
a) A contagem de caixa deve ser previamente planejada; 
b) E necessário que o auditor tenha conhecimento prévio das modalidades de caixa 
existentes e do seu funcionamento (caixa geral, caixa recebimentos, caixa 
pagamentos, caixa fundo fixo); 
c) A contagem de caixa deve ser efetuada em caráter de surpresa; 
d) Todos os fundos existentes em poder do caixa devem ser incluídos na contagem; 
e) Quando existirem mais de um caixa, os mesmos deverao ser contados 
simultaneamente; 
f) A contagem deverá ser efetuada na presença do responsável pelo caixa; 
g) O auditor deverá estar atento para as situações anormais (cheques antigos, 
cheques de funcionários, comprovantes de desembolsos de caixa sem data ou 
com data antiga, vales, etc.); 
h) Todos os comprovantes de desembolsos incluídos no saldo de caixa, deverao ser 
analisados quanto a autenticidade e evidencia de aprovação por um titular 
responsável; 
i) O trabalho efetuado pelo auditor deverá ser evidenciado nos papeis de trabalho; 
j) A contagem de caixa deverá ser demonstrada em formulário especifico, preenchido 
a caneta e conter os seguintes dados: 
- Nome da entidade; 
- Nome do responsável pelo caixa; 
- Data e hora da contagem; 
- Nome do auditor que efetuou a contagem; 
- Composição da contagem (notas, moedas, cheques, comprovantes de 
pagamentos e recebimentos não lançados no caixa); 
- Declaração assinada pelo responsável pelo caixa de que os valores contados 
representam a totalidade dos fundos de caixa em seu poder e que os mesmos 
foram devolvidos. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 58 
 
 
 
14.3.2 Exame das conciliações bancárias 
Normalmente as entidades preparam mensalmente as conciliações bancarias, as 
quais representam uma conciliação do saldo da conta corrente bancaria (extrato fornecido 
pelo banco) com o saldo apresentado pelo razao analítico. Analisando as conciliações 
bancarias, o auditor interno pode assegurar-se dos controles internos mantidos nesta 
área. Os passos a serem seguidos na análise das conciliações bancarias são 
basicamente: 
a) Verificar se são elaboradas mensalmente para todos os bancos com os quais a 
entidade opera; 
b) Verificar se são preparadas e revisadas por empregados alheios as fungoes de 
caixa e controle de saldos bancários; 
c) Verificar se são preparadas em formulário específico, mencionando as datas e 
natureza das pendencias constatadas; 
d) Conferir as somas e os saldos com o razao e extratos. 
e) Analisar os itens pendentes, verificando as providencias tomadas para 
regularização e a liquidação subsequente das mesmas. 
14.3.3 Circularização bancária 
A circularização bancaria, consiste em obter diretamente dos bancos a confirmação 
dos saldos das contas movimento, bem como, de quaisquer outras transações mantidas 
entre a entidade e os bancos. A resposta deverá ser remetida diretamente aos auditores. 
De posse dos valores informados pelos bancos, o auditor tem meios de confirmar os 
saldos registrados pela entidade, como também, tomar conhecimento da existência de 
possiveis transações não registradas. Os pedidos de informação de saldos deverao ser 
assinados pelos titulares da entidade. 
14.3.4 Analise das aplicações financeiras 
As aplicações financeiras, classificadas no disponível, são as aplicações temporárias 
de numerários com prazos de resgate de curtíssimo prazo. O auditor deverá aplicar os 
procedimentos de auditoria de acordo com as circunstancias que podem ser de contagem 
física, confirmação, exame da documentação comprobatória, e verificação da 
contabilização dos rendimentos de acordo com o regime de competência. 
14.3.5 Exame das transferências de numerário 
E comum as entidades efetuarem transferências de numerário de um banco para 
outro, ou ainda, entre bancos situados em locais diferentes (pragas). Estas transferências 
ocorrem com maior frequência quando as entidades mantem filiais ou escritórios em 
diferentes locais. O trabalho do auditor consiste em verificar se as transferências foram 
efetuadas de acordo com as necessidades da entidade e se os valores transferidos foram 
colocados à disposição da mesma, no mesmo dia da emissão do cheque ou autorização 
de debito. Este procedimento visa evitar a manipulação de numerário da entidade por 
terceiros ou pelos próprios bancos. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 59 
 
 
 
14.3.6 Transações de caixa - Pagamentos e recebimentos 
A análise das transações de caixa compreende a verificação dos comprovantes de 
pagamentos e recebimentos durante um determinado período, com o objetivo de verificar 
se as transações estão suportadas por documentação hábil e que se referem as 
operações normais ao ramo de atividade da entidade. 
Ressalte-se aqui a característica destacada pela Estrutura Conceitual para a 
elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, conhecida como “primazia da 
essência sobre a forma”. 
Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos 
que ela se propõe a representar, e necessário que essas transações e eventos sejam 
contabilizados e apresentados de acordo com a sua substancia e realidade econômica, e 
não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem 
sempre e consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou 
artificialmente produzida. 
 
14.4 CASOS ESPECIAIS NA ANALISE DOS SALDOS DE CAIXA 
 
14.4.1 O Estouro 
Dá-se o estouro de caixa, quando uma Entidade deixa de registrar receitas ou 
recebimentos. 
Em consequência, o saldo de Caixa torna-se insuficiente para suportar os 
lançamentos de pagamentos, no dia em que estes ocorrem. 
Quando o estouro de caixa e representado por saldos credores na conta de 
fornecedores (cujas duplicatas já foram pagas, mas, por insuficiência de saldo no caixa 
real da entidade, não podem ser baixadas), as obrigações passam de um período para 
outro, como se fossem reais (PASSIVO FICTÍCIO). 
O estouro de caixa representa, normalmente, omissão de receitas não oferecidas a 
tributação na época oportuna. 
Contudo, cada estouro deve merecer atenção especial do auditor, pois nem sempre 
caracteriza omissão de receitas. 
Somente após a investigação contábil, poder-se-á determinar se a natureza do 
estouro de caixa e efetivamente decorrente de uma omissão de receita ou da não 
contabilização, na época oportuna, de um ingresso de numerário. 
14.4.2 Suprimentos 
Denomina-se suprimento de caixa o ato de prover os recursos necessários para fazer 
frente as obrigações pagas, através de empréstimos efetuados, normalmente pelos 
titulares da entidade. O ato em si não configura fraude, todavia, representa um forte 
indicio de sua ocorrência. 
 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 60 
 
 
 
14.5 PROGRAMA DE TRABALHO 
 
14.5.1 Conceituação 
A Interpretação Técnica 07 (IT-07) visa explicar o Planejamento de Auditoria, etapa 
em que o auditor define seu plano de trabalho e os procedimentos que irá aplicar durante 
o trabalho de auditoria. 
No planejamento da auditoria, o auditor estabelece as estratégias gerais do seu 
trabalho, considerando sempre que é uma etapa de avaliação para a contratação dos 
serviços. Nessa etapa, deve-se conhecer a entidade, suas atividades desenvolvidas,a 
complexidade, legislação, relatório e parecer aplicável, entre outras informações 
necessárias previamente ao início dos trabalhos. 
O planejamento de auditoria somente é encerrado quando o auditor consegue mapear 
exatamente a empresa e conseguir completar sua base de dados com todas essas 
informações acerca da organização. 
14.5.2 Objetivos 
Os principais objetivos de ter um planejamento de auditoria são os seguintes: 
 Conhecer minuciosamente as atividades da empresa; 
 Proporcionar o cumprimento dos prazos e atividades acordados com a empresa; 
 Identificar a legislação aplicável à organização; 
 Identificar suas áreas potenciais; 
 Assegurar que suas áreas importantes e os valores relevantes das demonstrações 
contábeis recebem atenção especial; 
 Estabelecer a natureza, oportunidade e extensão dos exames a serem efetuados; 
14.5.3 Aspectos relevantes 
Durante a fase de planejamento, o auditor precisa também considerar demais 
aspectos que possam influenciar seus trabalhos. Dentre eles estão os fatos relevantes 
que possam afetar tanto a entidade, quanto a opinião do auditor, deve efetuar a avaliação 
dos riscos de auditoria, para que seus trabalhos sejam programados adequadamente e 
saiam de acordo com o combinado com a empresa, deve prever a supervisão e 
fiscalização por parte do auditor sobre sua equipe técnica (responsabilidade sempre do 
auditor) e também estar atento e cumprir as exigências e prazos estabelecidos por órgãos 
reguladores. 
Além disso, é importante que o auditor verifique junto à entidade as horas oportunas 
para a realização das atividades, contemplando esse período em seu planejamento. Por 
exemplo, há épocas em que a presença do auditor é recomendável para a avaliação dos 
estoques, bem como sobre as transações da entidade, épocas influenciadas por fatores 
político-econômicos, ou até para confirmação de saldos e cumprimento de prazos 
combinados com a administração ou cobrados por órgãos reguladores. A combinação de 
horas e honorários que serão cobrados pelos serviços também deverá constar no 
planejamento. 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 61 
 
 
 
É importante que o planejamento seja avaliado e atualizado permanentemente pelo 
auditor, de modo que ele consiga fazer as modificações nas circunstâncias e colocar os 
reflexos que irão trazer para a natureza, oportunidade e extensão dos exames que serão 
realizados. É imprescindível que essas atualizações no planejamento sejam 
documentadas nos papeis de trabalho, trazendo sempre os motivos de tais alterações. 
 
14.5.4 Modelo de programa de trabalho 
Cliente........EMPRESA “X” Ref. PT.................. 
Ano/Período Encerrado...dd/mm/aaaa Página .......xx 
Relatório...................Audit Progam Impresso....dd/mm/aaaa 
hh:mm 
Área de Auditoria............... Caixa e Equivalentes de Caixa 
 
SALDOS: 
 Caixa e equivalente de caixa 0,00 
 
OBJETIVOS: 
1. Verificar se os valores de caixa e equivalente estão representados com exatidão. 
2. Verificar se os valores de caixa e equivalentes apresentan-se adequados aos princípios 
de contabilidade aplicados no reconhecimento de forma correta e consistente. (Precisão, 
valorização e apresentação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por Profª Mariana Manfroi da Silva Bonotto 62 
 
 
 
 Obj Feito por Ref 
1. 
 
2. 
 
 
3. 
 
4. 
 
5. 
 
6. 
 
7. 
 
8. 
 
9. 
 
 
10. 
Preparar um demonstrativo dos valores de caixa e 
equivalentes e efetuar exames alternativos para os saldos. 
 
Conferir a exatidão dos cálculos aritméticos. Verificar se as 
análises estão de acordo com o balancete e registros 
auxiliares. 
 
Realizar o exame de conciliações bancárias 
 
Solicitar a circularização bancária 
 
Realizar a análise das aplicações finaceiras 
 
Realizar o exame de transferencia de numerários 
 
Inspecionar documentos de comprovação (p.ex., notas fiscais) 
 
Revisar a apropriação e consistência dos princípios de 
contabilidade. 
Documentar, revisar as divulgações e realizar procedimentos 
adicionais considerados necessários. 
 
CONCLUSÃO 
Os procedimentos de auditoria executados na área foram 
adequados para assegurar que os saldos estão corretamente 
apresentados, inclusive quanto à divulgação, em todos os 
aspectos materiais, e apresentados na mesma base contábil 
do exercício anterior. 
1 
 
 
1 
 
1 
 
1 
 
1 
 
1 
 
1,2 
 
2 
 
2 
 
 
 
2,1

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