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Análise da Cadeia Produtiva de Leite de Búfalas em Marília

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
1
A CADEIA PRODUTIVA DE LEITE DE BÚFALAS NO EDR DE MARÍLIA (SP): 
UMA ANÁLISE DO SEGMENTO DE PRODUÇÃO LEITEIRA 
giusantini@tupa.unesp.br 
 
APRESENTACAO ORAL-Estrutura, Evolução e Dinâmica dos Sistemas Agroalimentares e 
Cadeias Agroindustriais 
JEANETE ALVES VILELA1; GIULIANA APARECIDA SANTINI2. 
1.UNESP/TUPÃ, TUPÃ - SP - BRASIL; 2.UNESP/TUPÃ/CEPEAGRO, TUPÃ - SP - 
BRASIL. 
 
 
A cadeia produtiva de leite de búfalas no EDR de Marília (SP): uma 
análise do segmento de produção leiteira 
 
The netchain of buffalo milk in the EDR of Marília (SP): a segment 
analysis of milk production 
 
 
Grupo de Pesquisa: Estrutura, Evolução e Dinâmica dos Sistemas Agroalimentares e 
Cadeias Agroindustriais 
 
Resumo 
O objetivo deste artigo é analisar o segmento de produção de leite de búfalas no 
Escritório de Desenvolvimento Rural1 (EDR) de Marília - SP, pesquisando o perfil dos 
produtores em aspectos de produção, tecnologia e gestão. A metodologia utilizada abordou 
o método quantitativo para levantamentos e análise de dados secundários, e o método de 
natureza qualitativa, na busca de informações em artigos acadêmicos, dissertações e teses 
sobre as atividades relacionadas. Análises realizadas com base em dados coletados por 
meio de entrevistas com produtores de leite de búfala permitiram aferir algumas 
características desse segmento, tais como: propriedades, em média, com área acima de 100 
ha, rebanhos com média de 140 cabeças de búfalos e maioria com produção leiteira acima 
de 200 litros/dia, na safra. São unidades produtivas familiares, que contam com mão de 
obra familiar, e também contratada. A maioria tem na produção de leite de búfala sua 
principal atividade econômica. 
 
Palavras-chave: búfalos, produção de leite, tecnologia, gestão e EDR de Marília. 
 
 
 
1
 Os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR`s) estão distribuídos em 40 regiões do estado de São Paulo 
e englobam as Casas de Agricultura municipais que estão presentes em todos os municípios do Estado. 
Disponibilizam aos agricultores e pecuaristas: engenheiros agrônomos, engenheiros agrícolas, zootecnistas e 
médicos veterinários que prestam informações e orientam o produtor rural na condução de seus negócios 
agrícolas. 
 
 
 
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
2
Abstract 
The purpose of this article is to analyze the segment of buffalo milk production at the 
Escritório de Desenvolvimento Rural de Marilia - SP (Marilia's Rural Development Office) 
[1] (EDR), by researching the producers profile regarding their production, technology and 
management aspects. The employed methodology covered both quantitative method in 
order to survey and secondary data analysis, and qualitative method by getting information 
from academic articles, dissertations and thesis on the related activities. Analysis based on 
colected data from interviews with buffalo milk producers, made it possible to check some 
peculiarities of this segment, such as - farms with an average area of 100 ha, herds with an 
average of 140 buffalos, most of them presenting milk productions over 200 liters per day, 
during high catching season. They are familiar productive counting on both domestic and 
contracted workmanship. Most farmers count on the buffalo milk production as their main 
economical activities. 
 
Key words: buffalo, milk production, technology, management, EDR of Marilia 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Os búfalos são animais de origem asiática, da família dos bovídae, subfamília 
bovinae, espécie Bubalus bubalis. Trata-se de um animal extremamente rústico e de alta 
capacidade de adaptação, podendo sobreviver em diversos ambientes, com grandes 
variações de clima, relevo e vegetação. É revestido por um couro resistente e espesso (e ao 
mesmo tempo muito macio), que pode ser utilizado na produção dos mais diversos artigos 
(bolsas, sapatos, cintos e até bancos de automóveis de luxo). Esses animais também são 
explorados para a produção de carne, tração animal, produção de esterco e de leite. São 
encontrados, praticamente, em todos os continentes, particularmente na Ásia (Índia, 
Paquistão, Tailândia, China, Vietnã), África (Egito), Europa (Itália) e América do Sul 
(Brasil, Argentina, Venezuela, Peru e Colômbia) (FAO, 2006). 
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação 
(FAO, 2006), a Índia é a detentora do maior rebanho mundial, com cerca de 90 milhões de 
animais, seguido pela China, com aproximadamente 20 milhões, e o Paquistão, com 18 
milhões. 
 Em 1995, a produção mundial de leite de búfala era de 54.000 toneladas, passando 
para 77.000 toneladas em 2005, correspondendo a um aumento de 42% (EMBRAPA, 
2007). 
A bubalinocultura é uma atividade recente no Brasil, mas este já é o maior detentor 
do rebanho da América do Sul, seguido pela Venezuela, Argentina e Colômbia (VALLE, 
1999 apud ANDRIGHETTO et al, 2005). Os búfalos chegaram ao país no final do século 
XIX, oriundos da Europa, Caribe e Ásia, e foram instalados inicialmente na região norte, 
na ilha de Marajó (estado do Pará), e depois se expandiram por toda a região, que hoje 
abriga cerca de 60% do rebanho nacional. Posteriormente, foram introduzidos em outras 
regiões do país. Inicialmente esses animais foram trazidos apenas por curiosidade, sem 
nenhum interesse econômico e comercial (BERNARDES,1997). 
 
 
 
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
3
No Brasil, quatro raças são oficialmente reconhecidas pela Associação Brasileira de 
Criadores de Búfalos (ABCD): Carabao, Jafarabadi, Murrah e Mediterrâneo. As três 
primeiras são de origem asiática e, a última, de origem italiana. 
O desenvolvimento da exploração econômica desses animais no Brasil se iniciou na 
década de 1980, onde alguns criadores passaram a avaliar e a quantificar as características 
zootécnicas do búfalo, uma vez que é um animal com tripla aptidão: produz carne, leite e 
trabalho (principalmente nas regiões alagadiças), onde são utilizados como animais de 
tração e montaria (PEREIRA, 2007). 
Inicialmente, os animais foram destinados à produção de carne, mas a partir da 
década de 1990 foi reconhecida também sua habilidade para a produção de leite, que 
apresenta características físico-químicas particulares, em comparação ao leite de vaca, que 
apresenta o teor de proteínas, gordura e lactose superiores. Por essas características sua 
industrialização tem gerado produtos diferenciados, como a mozzarela, provolone e ricota, 
entre outros, que têm recebido remuneração superior à dos produtos oriundos do leite 
bovino (JORGE et al, 2002 apud ANDRIGHETTO et al, 2005). 
Os produtores brasileiros notaram este potencial de mercado e passaram a investir na 
bubalinocultura, pois de acordo com dados da FAO, de 1961 a 1980 houve uma evolução 
do rebanho no Brasil, em 686%, e de 1980 a 2005, de 143%; enquanto a evolução da 
produção de frangos nos mesmos períodos foi, respectivamente, 234% e 149%; a de 
bovinos, 112% e 61%; a de suínos, 34% e – 3%; e de ovinos 31% e - 23% (FAO, 2006). 
Os búfalos se disseminaram por todo o país, sendo criados em todos os estados e 
regiões. Segundo dados do IBGE (2007), o efetivo do rebanho bubalino é de 1,1 milhões 
de cabeças, encontrando-se distribuídos pelas cinco regiões do país. A região norte é a que 
contém o maior contingente de cabeças de búfalos, concentrando 62% do total, as regiões 
nordeste e sul têm 11% cada, no sudeste encontra-se 10% e o centro-oeste 6%. 
Na região sudeste,segundo dados do IBGE (2007), existe aproximadamente 110 mil 
cabeças. Esta região apresenta algumas consideráveis “bacias produtoras de leite” de 
búfala, havendo também um importante mercado de queijo de búfala, principalmente 
mozzarela, mais competitivo do Brasil (SENO; CARDOSO; TONHATI, 2007). 
O estado de São Paulo, conforme dados da Coordenadoria de Assistência Técnica 
Integral (CATI), tem um rebanho de 40.462 cabeças em 780 UPAS, distribuídas entre os 
40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (LUPA 2007/2008). 
A criação de búfalo é encontrada em todas elas, destacando-se Registro, com cerca de 
12.700 cabeças; Marília, com 4.200; Itapetininga, com 4.000 e Sorocaba com 3.000. 
Em face à escassez de informações disponíveis sobre a organização da cadeia 
produtiva de leite de búfalas, este artigo é justificado, portanto, por explorar questões 
acerca dessa cadeia produtiva no estado, especificamente da produção leiteira no EDR de 
Marília. 
 
 
2. OBJETIVO 
 
O objetivo deste artigo é analisar o segmento de produção leiteira de búfalas no EDR 
de Marília, em relação ao perfil dos produtores em aspectos de produção, tecnologia e 
gestão. 
 
 
 
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
4
Para responder a esse objetivo, o artigo estará organizado em seis seções, além das 
seções de introdução e de apresentação dos objetivos. Na terceira seção são apresentados 
os métodos utilizados na pesquisa. Na quarta seção são discutidas questões teóricas acerca 
de cadeia produtivas, com uma breve caracterização da atividade de bubalinocultura (em 
números) no EDR de Marília. A quinta seção destina-se à apresentação dos resultados e 
discussão dos mesmos, em termos do perfil produtivo, tecnológico e de gestão do produtor. 
A conclusão do estudo é apresentada na sexta seção. 
 
3. METODOLOGIA 
 
A pesquisa abordou inicialmente o método quantitativo, pois foi realizada uma 
pesquisa para levantamentos de dados secundários em documentos, sites e material de 
institutos de pesquisa, organizações produtivas públicas e privadas. Este levantamento teve 
o objetivo de coletar dados sobre a quantidade de cabeças de búfalos existentes no EDR de 
Marília, unidades produtivas e produção de leite. 
De acordo com Teixeira e Pacheco (2005), o método quantitativo caracteriza-se pelo 
emprego de quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no 
tratamento desses por meio de técnicas estatísticas. 
Para o levantamento desses dados, foram utilizadas informações do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação (FAO); Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), 
associações e produtores do leite de búfalas do EDR de Marília. 
Posteriormente, a pesquisa envolveu o método de natureza qualitativo, por envolver 
busca de informações das atividades relacionadas, em artigos acadêmicos, dissertações e 
teses, bem como a realização de levantamento bibliográfico (revisão teórica) das teorias 
que deram suporte à pesquisa, como a abordagem de Cadeias Produtivas. 
A pesquisa qualitativa tem se mostrado uma alternativa para a investigação científica, 
porque é útil para firmar conceitos e objetivos a serem alcançados e dar sugestões sobre 
variáveis a serem estudadas com maior profundidade. Os métodos qualitativos apresentam 
uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo, capazes de contribuir para 
melhor compreensão dos fenômenos (GIOVINAZZO, 2001). 
Para Richardson (1999) apud Paula e Martinelli (2004), o método qualitativo não 
pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas e difere do quantitativo na 
medida em que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise 
de um problema. 
 O método qualitativo se caracteriza por um maior foco na compreensão dos 
fatos e interpretação dos aspectos profundos do comportamento humano, do que em sua 
mensuração, ao contrário dos métodos quantitativos, que se preocupam com a medida dos 
fenômenos e que utilizam geralmente amostras amplas e informações numéricas 
(MARCONI e LAKATOS, 2004). 
 Também foi realizada uma pesquisa prática, por meio de estudos de campo para 
investigar sobre a produção do leite de búfala no EDR de Marília, ou seja, foram realizadas 
 
 
 
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Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
5
entrevistas2 com questionários semi-estruturados junto aos produtores, além da observação 
de fatos, para confirmar os dados coletados previamente, e compreender aspectos 
produtivos, tecnológicos e de gestão da atividade de produção leiteira. Para as análises 
descritivas das informações, o método qualitativo foi o suporte. 
Para Neves (1996) apud Giovinazzo (2001), os métodos qualitativos e quantitativos 
não são excludentes, embora difiram quanto à forma e à ênfase. 
Este trabalho pode ser classificado como um estudo exploratório, pois de acordo com 
Cervo e Bervian (2003), este estudo é usado quando há pouco conhecimento sobre o 
problema a ser estudado, e no tema de gestão (organização dos produtores), 
especificamente no estado de São Paulo, existem poucos trabalhos evidentes para a cadeia 
da bubalinocultura. 
 
3.1. A AMOSTRA DA PESQUISA 
 
Amostragem é o processo pelo qual se obtém informação sobre um todo (população), 
examinando-se apenas uma parte do mesmo (amostra). 
Para coletar dados junto aos produtores de leite de búfala a amostragem foi não 
probabilística3, pois as unidades amostrais foram selecionadas de acordo com o acesso aos 
produtores, restrição de tempo e orçamento que visava otimizar os resultados da pesquisa. 
Portanto, a amostra não foi sorteada, mas restrita aos elementos que estavam prontamente 
acessíveis. 
Dos trinta produtores existentes no EDR de Marília foram entrevistados 11 
produtores da atividade. Foram entrevistados 2 produtores de Marília, num universo de 6; 
1 em Oriente, pois era o único produtor; 7 em Pompéia, onde existiam 21 e 1 em Quintana, 
que também era o único. A figura 1 apresenta a representatividade dos entrevistados de 
cada município na totalidade da amostra da pesquisa. 
 
 
 
2
 A entrevista é uma interação entre dois indivíduos (sujeito observador e informante), em que o primeiro 
tenta, por meio de estímulos verbais, obter respostas verbais sistematizadas; já o questionário também é uma 
interação entre observador e informante, com a diferença de que o observador é único e impessoal, e o 
contato entre observador e informante é feito por um conjunto de folhas de papel (Abramo, 1979, apud 
Hanashiro, 2003). 
3
 Amostra não probabilística não tem base estatística e é aquela restrita aos elementos (pessoas) da população 
a que se tem acesso. 
 
 
 
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 
 
6
 
18%
9%
64%
9%
Marília Oriente Pompéia Quintana
 
Figura 1: Representatividade dos questionários por município na totalidade da amostra. 
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em dados da CATI 
 
Esses percentuais não denotam uma amostra probabilística, mas somente o resultado 
de uma amostra não probabilística, realizada de acordo com o acesso e também com um 
critério de julgamento do pesquisador. O julgamento/ critério utilizado pelo pesquisador 
para a escolha de quem entrevistar em cada município foi a venda da matéria-prima para 
diferentes organizações que a adquirem na região. A pesquisadora já tinha conhecimento 
prévio de quantos e quais agentes (empresas processadoras e supermercado) compravam a 
matéria-prima leite de búfala dos produtoresdo EDR de Marília. Assim, a escolha dos 
entrevistados baseou-se em produtores que tivessem (na sua somatória) variabilidade no 
aspecto comercial, ou seja, que representassem relação comercial com todas as empresas 
processadoras e supermercado que vêm buscar matéria-prima na região. 
 
4. CONTRIBUIÇÃO TEÓRICA ACERCA DE CADEIAS PRODUTIVAS 
 
Para a realização da pesquisa sobre a cadeia produtiva de leite de búfalas, com ênfase 
na produção pecuária, foi necessário recorrer a teorias que auxiliassem no entendimento 
das questões tratadas, assim sendo, algumas definições acerca de Cadeia Produtiva. 
O conceito de cadeia produtiva é oriundo de duas vertentes metodológicas: a de 
Davis e Goldberg, os quais criaram o conceito de Agribusiness (década de 50, nos Estados 
Unidos), e a que se desenvolveu na escola industrial francesa, a noção de Analyse de 
Filière (década de 60). 
Para Davis e Goldberg (1957) apud Batalha e Silva (2008), Agribusiness se 
caracteriza pela soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, 
das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e 
distribuição dos produtos agrícolas e itens a partir deles. Posteriormente, em 1968, 
Goldberg utilizou a noção de Commodity System Approach (CSA) para estudar o 
comportamento dos sistemas de produção da laranja, trigo e soja nos Estados, e para tal, 
 
 
 
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7
utilizou um corte vertical na economia, tendo como ponto de partida e principal 
delimitador do espaço analítico, uma matéria-prima agrícola específica. 
A Análise de Filière também considera como objeto de análise uma seqüência de 
operações que envolvem desde a industrialização dos insumos até a distribuição dos 
alimentos, designando uma cadeia de produção agroindustrial. Esta pode ser segmentada de 
jusante a montante em macrossegmentos que podem variar segundo o tipo de produto e o objeto 
de análise. Esses segmentos são: a) as empresas que comercializam o produto final e estão em 
contato com o consumidor; b) as que transformam a matéria-prima em produtos destinados ao 
mercado c) e as que fornecem as matérias-primas para outras empresas (BATALHA E SILVA, 
2008). 
As metodologias de análises de cadeia produtiva, embora originárias em épocas e países 
diferentes (oriundas nos Estados Unidos e na França), guardam muitas semelhanças: a) ambas 
compartilham a noção de que a agricultura deve ser vista dentro de um sistema mais amplo, 
composto também e, principalmente, pelos produtores de insumos, pelas agroindústrias e pela 
distribuição/ comercialização; b) utilizam a noção de sucessão de etapas produtivas, desde a 
produção de insumos até o produto acabado, como forma de orientar a construção de suas 
análises. Ambos os conceitos destacam o aspecto dinâmico do sistema e tentam assumir um 
caráter prospectivo. Uma das principais diferenças entre as duas metodologias reside na 
importância dada ao consumidor final como agente dinamizador da cadeia. Uma análise em 
termos de cadeias de produção, dentro dos moldes propostos pela escola francesa, parte sempre 
do mercado final (produto acabado) em direção à matéria-prima de base que lhe originou, 
enquanto as implicações em termos de CSA têm em sua grande maioria, elegido uma matéria-
prima de base como ponto de partida.4 
Para Zylbersztajn, Farina e Santos (1993), a cadeia produtiva é constituída por uma 
seqüência de operações interdependentes que têm por objetivo produzir, modificar e 
distribuir um produto. Em se tratando de cadeias produtivas agroindustriais, engloba as 
atividades de apoio à produção agropecuária (fornecimento de insumos, assistência técnica, 
pesquisa etc.); a produção agropecuária dentro da fazenda; o seu armazenamento; 
beneficiamento, a transformação industrial e a distribuição (atacado e varejo) de um 
produto, “in natura” ou transformado, até o consumidor final. Os atores da cadeia 
produtiva são os produtores, industriais, distribuidores e consumidores, que são os 
tomadores de decisão e podem influenciar e interferir em sua coordenação. Esta influi na 
eficiência da cadeia, que é determinada por uma produção a custo mínimo, com certo nível 
tecnológico e que atenda às necessidades do consumidor. Também para Jank et al (1999), 
cadeia produtiva é definida como a rede constituída por diversos atores que geram relações 
de força coletiva, que influenciam diretamente as estratégias mercadológicas e comerciais, 
assim como a tomada de decisão de cada um dos atores. 
 A Figura 2 permite observar o encadeamento de atividades de uma cadeia produtiva. 
 
 Ambiente Institucional 
 
 
4
 Este trabalho contempla a noção de cadeia de produção agroindustrial a partir da metodologia de CSA, uma 
vez que da produção de búfalas é possível a obtenção do leite que é transformado em produtos 
comercializáveis, como os queijos. 
 
 
 
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009, 
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8
 
 Fluxo de informações e capital 
 
 Ambiente Organizacional 
 
Figura 2: Modelo de Cadeia Produtiva 
Fonte: EMBRAPA (2007) 
 
A figura 2 pode ser analisada como um fluxo de um produto, no qual a margem 
superior é representada pelo Ambiente Institucional e se refere aos instrumentos que 
regulam as transações comerciais e trabalhistas (leis, normas, resoluções e padrões de 
comercialização), e a margem inferior é o Ambiente Organizacional, que é representado 
por órgãos do governo, instituições de créditos, universidades, centros de pesquisas, 
agências credenciadoras, entre outros.5 Esses ambientes regulam as relações entre os agentes 
da cadeia no mercado nacional e internacional e promovem as condições de atuação na cadeia. 
É constituído de instituições e organizações locais, regionais, nacionais e internacionais que 
influenciam na criação e modificação do conjunto de tais regras. 
Como o foco deste trabalho refere-se somente ao segmento de produção pecuária da 
cadeia de leite de búfala, vale destacar algumas características do produto oriundo dessa 
atividade. 
O leite de búfala não apresenta nenhuma restrição, tanto para o consumo humano in 
natura como em utilização na indústria, onde seus subprodutos apresentam qualidades 
superiores aos subprodutos provenientes do leite de outras espécies. 
 Para a produção do leite de búfala, até o momento, não há legislação específica 
quanto aos critérios de seleção do leite, mas é preciso seguir as exigências legais advindas 
do governo e de seus órgãos fiscalizadores quanto às condições de higiene sanitárias 
necessárias. Essas exigências estão contidas na Instrução Normativa nº 51, de 2002, do 
Ministério da Agricultura, que institui regulamentos técnicos, fixando condições e 
requisitos mínimos de higiene sanitária para a obtenção e coleta da matéria-prima, 
produção e comercialização, permeando assim, níveis e padrões aceitáveis de qualidade do 
leite. No que tange à obtenção da matéria-prima, a referida instrução tem por objetivo a 
qualidade nas propriedades rurais, fixando requisitos para as características do leite cru 
(físicas, químicas, microbiológicas, resíduos químicos e de contagem de células 
somáticas). 
 
5
 No âmbito organizacional, vale destacar a importância da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos 
(ABCB), fundada em 1986, e que tem por finalidade agregar criadores, profissionais e técnicos ligados abubalinocultura para troca de informações quanto à produção, mercado, comercialização, bem como interagir 
junto a entidades de pesquisas e órgãos de extensão rural na busca de informações e tecnologia. 
 
Proprieda- 
de 
 
Agrícola 
 
 
 Agro- 
 
Indústria 
 
 
Comércio 
 
(atacado) 
 
 
Comércio 
 
(varejo) 
 
Consumi-
dor 
 
Final 
 
Fornece- 
dores 
de 
Insumos 
 
 
 
 
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9
O leite de búfala apresenta características muito próprias que permitem que o produto 
seja facilmente identificado sob ponto de vista físico-químico e organoléptico. Seu sabor é 
ligeiramente adocicado e é mais branco quando comparado ao leite bovino, devido à 
ausência quase total do caroteno (pro-vit. A), em sua gordura. Possui acentuadas diferenças 
em relação ao leite de vaca e estas se manifestam desde o colostro. 
 É na qualidade que o leite bubalino tem maior vantagem, pois é mais concentrado do 
que o leite bovino, apresentando menos água e mais matéria seca. Possui teores de 
proteínas, gorduras e minerais que superam consideravelmente os do leite de vaca. 
Entretanto, é no aproveitamento industrial que está sua importância, pois apresenta 
rendimento maior, chegando a suplantar o rendimento do leite bovino em mais de 40% 
(Nader Filho, 1984 apud Benevides, 1998). 
 
 
4.1. A BUBALINOCULTURA NO EDR DE MARÍLIA 
 
 O estado de São Paulo, conforme dados da CATI (LUPA 2007/2008), possui um 
rebanho de 40.462 cabeças em 780 UPAS, distribuídas entre os 40 EDR´s do estado. Dos 
Escritórios Regionais existentes no estado, o foco da pesquisa foi o EDR de Marília, 
assinalado na Figura 3. 
 
 Figura 3: EDR`s do Estado de São Paulo 
 Fonte: CATI (LUPA 2007/2008). 
 
O EDR de Marília é a região que apresenta o segundo maior contingente de búfalos 
no estado, totalizando 4.213 cabeças, sendo a de Registro, a que apresenta maior 
quantidade, mais de 12.000 cabeças (LUPA 2007/2008). No EDR de Marília são 
 
 
 
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10
encontrados búfalos em cinco dos treze municípios que o compõem, sendo os mais 
representativos os municípios de Pompéia e Marília, conforme apresentado na tabela 1. 
 
Tabela 1: Municípios do EDR de Marília na produção de búfalos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CATI (LUPA 2007/2008) 
 
 A partir dos anos de 1980 e 1990, a região do EDR de Marília começou a apresentar 
expansão na criação de búfalos, seja pelo aumento no efetivo dos rebanhos, seja pelo 
aumento no número de propriedades envolvidas nessa atividade. Um grande estímulo aos 
criatórios da espécie bubalina ocorreu, principalmente, após a absorção da produção 
leiteira por estabelecimentos industriais locais e também de outras localidades que 
passaram a remunerar o produto de forma diferenciada do leite bovino. 
 
 
5. RESULTADOS E 
DISCUSSÕES ACERCA DO 
SEGMENTO DE PRODUÇÃO 
PECUÁRIA 
 
5.1. PERFIL DO PRODUTOR E DA 
PROPRIEDADE 
 
 De acordo com as entrevistas 
realizadas pôde- se observar que a produção 
de leite de búfala é realizada, na sua 
totalidade, por unidades familiares, sendo 
a administração da empresa rural realizada 
somente pelo proprietário, ou pelo 
proprietário e membros da família. Observou-se também que o nível de escolaridade dos 
Município UPA Nº de Cabeças 
Álvaro de Carvalho - - 
Alvinlândia - - 
Fernão - - 
Gália 01 16 
Garça - - 
Lupércio - - 
Marília 06 1.384 
Ocauçu - - 
Oriente 01 55 
Oscar Bressane - - 
Pompéia 21 2.678 
Quintana 01 80 
Vera Cruz - - 
 
 
 
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produtores oscila do ensino fundamental ao ensino superior, sendo este último o 
predominante, 63% dos entrevistados. 
Todos os entrevistados são proprietários da área onde produzem e estas apresentam 
proporções bastante diferentes (variando de 10-49 hectares, para mais de 500 hectares), 
apresentando em média 140 cabeças de búfalos/ propriedade (CATI, 2008). 
 A Figura 4 apresenta a distribuição das propriedades entrevistadas em termos de 
porte. 
 
18%
18%
9%
46%
9%
10 a 49 50 a 99 100 a 199 200 a 499 mais de 500
 
 Figura 4: Área das propriedades em hectares 
 Fonte: Elaborado pelas autoras com base nas entrevistas 
 
Pode-se observar que há um número maior de propriedades, 46% do total, que se 
concentra na faixa de 200 a 499 hectares, consideradas de tamanho médio. Porém, o 
tamanho da propriedade não influencia na forma de ocupação da terra. Existem 
propriedades de menor porte que possuem apenas 50% da área destinada à criação dos 
búfalos e outras de maior porte (com mais de 500 hectares), onde a área é totalmente 
(100%) voltada à criação desses animais. Foi observado que em 72% das unidades rurais 
entrevistadas a produção de leite é a principal atividade. Pôde-se verificar que a produção 
de leite é relativamente mais importante, em termos econômicos, para o estrato de maior 
produção e área, e menos importante para a de menor. 
 Na maioria das propriedades dos entrevistados, entretanto, o tamanho da área 
influencia na quantidade de leite produzida diariamente, pois a criação é realizada a pasto, 
tendo a ração apenas como complemento. Na tabela 2, pode-se observar esta relação do 
tamanho da área com a quantidade produzida. 
 
 Tabela 2: Relação da área (ha) com a produção de leite (l) 
Hectares (ha) Litros/dia 
10 a 49 20 
50 a 99 130 a 160 
100 a 199 620 
 
 
 
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200 a 499 200 a 550 
mais de 500 900 
 Fonte: Elaborado pelas autoras com base nas entrevistas 
 
 Existe uma exceção, para uma propriedade que se encontra na faixa de 100 a 199 
hectares e que produz em média 620 litros/ dia, o que denota um aproveitamento ótimo em 
relação à lotação de animais por hectare e também, produtividade por animal acima da 
média. Ademais, observa-se aumento de produção à medida que há aumento de área, 
notando-se, por exemplo, um aumento de 4.400% na produção de leite entre o estrato de 
área menor (10 a 49 ha) para a de maior (mais de 500 há). 
Em todas as propriedades, o manejo com os animais é realizado pelo proprietário, 
com auxílio da família, e todos possuem funcionários, variando em número de 1 a 4. 
Propriedades com produção de 20 a 199 litros/dia possuem somente 1 funcionário; de 200 
a 399 litros/dia, 2 funcionários e mais de 400 litros/dia, 4 funcionários. 
Além da produção de leite, existem outras atividades que podem gerar renda, como a 
engorda dos machos para abate e também a venda de descartes, que são búfalas que não 
têm produção de acordo com os padrões exigidos pelo proprietário. Essas atividades são 
praticadas por 100% dos entrevistados. 
 
5.2. PRODUÇÃO E TECNOLOGIA 
 
 Foi possível observar que para a produção do leite de búfala são utilizados animais 
das raças Murrah, Jafarabad e Mediterrâneo, sendo a primeira, a predominante, pois está 
presente, em maior quantidade, em todas as propriedades, e as outras são encontradas em 
apenas algumas propriedades. 
 A raça Murrah é originária do Noroeste da Índia, difundindo-se no Norte do país e no 
Paquistão. O nome Murrah significa caracol em hindu,em uma clara referência ao formato 
espiralado dos chifres da raça. É considerada a maior produtora de leite dentre as raças 
bubalinas. Sua conformação e tipo indicam aptidão mista, com prevalência do tipo leiteiro 
e de temperamento dócil. As fêmeas têm peso médio de 550 kg, enquanto os machos 
pesam, em média, 750 kg, sendo considerada uma raça de porte médio. É a preferida dos 
produtores pelo seu menor porte, também porque consome menos alimentos e a produção 
leiteira é considerada boa. 
 A raça Jafarabadi é originária da Floresta de Gir, península Kathiavar, Estado de 
Gujarat, Oeste da Índia, e tem aptidões para produção de leite e carne, de temperamento 
dócil. Caracteriza-se pela forma peculiar da cabeça, com os chifres longos, caídos e 
voltados para cima. A pelagem é preta e bem definida. No Brasil há duas variedades bem 
distintas: a Gir búfalo, de porte mais delicado e de ossatura leve, e a Palitana, que possui 
ossatura mais pesada e grande carapaça na região frontal da cabeça. 
 A raça Mediterrânea é originária da Índia. No Brasil, é conhecida também como 
búfalo “preto” ou “italiano”, por ser a raça criada na Itália para produção de leite e 
utilização deste para a produção de mozzarela. Embora tenha sido selecionada para a 
produção de leite, tem aptidão mista (leite e carne), devido ao seu porte que é grande e 
pesado. Possui temperamento dócil. 
 
 
 
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 Por meio das entrevistas observou-se então, que o tipo de rebanho utilizado é voltado 
para a produção de leite, sendo este o objetivo principal visado pelos produtores. A 
reposição dos animais é realizada pelo próprio rebanho, onde são retidas as fêmeas com 
melhores características genéticas, e para a reprodução são adquiridos touros de raças 
puras de origem Somente 9% dos entrevistados utilizam inseminação artificial para a 
reprodução, os demais a realizam por meio de monta a campo, pois para a utilização da 
inseminação artificial ainda existem muitas barreiras, tais como: falta de pessoal 
especializado, dificuldade na aquisição do sêmen 6e também falta de informações por parte 
do produtor. 
 Pequena parcela dos entrevistados realiza o registro genealógico7 dos animais, apenas 
27%. A identificação dos animais é feita por meio de brincos em 81% das unidades 
produtivas e a tatuagem é utilizada em 9%, e somente 9% não fazem uso de nenhum tipo 
de identificação. 
 A ordenha é realizada de forma mecânica em 91% das propriedades (apenas uma 
propriedade que ainda não está utilizando, está em processo de instalação, por motivo de 
mudança de local). Em 100% das propriedades pesquisadas foram observados resfriadores8 
próprios. 
 Uma búfala produz, em condições de exploração a pasto e em ordenha diária, cerca de 
1.200 kg de leite por lactação, com duração média de 250-270 dias. A espécie apresenta 
um ciclo sazonal de parições bastante marcado, sendo que cerca de 90% dos nascimentos 
ocorrem entre os meses de janeiro a março, havendo um pico de produção nos meses de 
junho e julho, ou seja, uma curva de lactação praticamente inversa da observada em 
bovinos (BERNARDES, 1997). 
 Na região, de acordo com informações da pesquisa, os produtores utilizam pastejo 
alternado e também fazem o rotacionamento das pastagens, sendo também encontrada uma 
variedade de gramíneas, como: o napiê, brachiaria humidícola, MG5, MG4, tanzânia, 
brachiaria brisantha, mombaça, estrela da África, entre outras. 
 A média de leite/dia por vaca, entre os produtores pesquisados, varia de 5 a 7 litros/ 
dia, o que está dentro dos parâmetros dos plantéis do estado de São Paulo, que variam entre 
6 a 10 litros/dia (ABCB, 2008). A média de produção/dia, por propriedade, pode ser 
observada na tabela 3. 
 Tabela 3: Média de litros/dia por propriedade 
 
6
 As empresas que fornecem sêmen estão localizadas na cidade de São Paulo e nos estados do Rio Grande do 
Sul e Pará. 
7
 Registro genealógico é um registro realizado para cada animal da propriedade rural e que contêm 
informações sobre ocorrências de cobrições, nascimentos, desmame, mortes e transferência entre outros. 
8
 Resfriadores de leite são equipamentos que têm a finalidade de retirar o calor contido no leite, baixando a 
temperatura ao nível no qual a proliferação de bactérias se torna quase zero. 
 
 
 
 
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 Fonte: Elaborado pelas autoras com base nas entrevistas 
 
Pode-se observar que em 63% das propriedades a produção se encontra na média 
acima de 200 litros/dia, e são também propriedades que possuem área acima de 200 
hectares. 
 Como o pico da produção ocorre, geralmente, nos meses de junho e julho, época em 
que a pastagem começa a diminuir em função do período de menor densidade 
pluviométrica, os produtores complementam a alimentação do rebanho com ração 
proveniente de resíduos de amendoim, bolacha, GL2 (concentrado de proteína), farelo de 
soja, polpa cítrica ou de milho, cana triturada com sal proteinado ou uréia e cevada, para 
que seja mantido o seu nível. 
Como discutido na seção anterior, apesar da produção de leite ser a principal 
atividade das unidades produtivas pesquisadas, existe outra atividade que pode ser 
considerada na bubalinocultura para rendimentos financeiros, como a engorda e venda dos 
machos. Quando engordados, são vendidos para os frigoríficos com idade entre 18 a 24 
meses, mas também há produtores que os descartam logo após o desmame. 
 Para orientação na produção, 72% dos produtores recorrem à assistência técnica que 
são fornecidas por órgãos variados, como: Cooperativa dos Cafeicultores da Região de 
Marília (COOPEMAR), Casa da Agricultura dos municípios a que pertence a propriedade, 
Universidade de Marília (UNIMAR), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (SEBRAE) e fornecedores de insumos. Os outros 28% não mencionaram 
nenhuma assistência técnica quando foi perguntado. De todas as organizações 
mencionadas, apenas o SEBRAE fornece informações sobre gestão da produção, as demais 
transmitem informações técnicas quanto ao manejo, nutrição, saúde animal, entre outras. 
 
 
 
 
5.3. ASPECTOS DA GESTÃO 
 
De acordo com Nantes e Scarpelli (2008), em decorrência da globalização, nos 
mercados de alimentos e fibras as margens de lucros estão cada vez menores, levando as 
propriedades rurais a desenvolver um novo posicionamento, praticando uma agropecuária 
moderna e ligada às agroindústrias ou canais de distribuição, para que possam ser 
competitivas. Para ser competitiva é preciso que as unidades produtivas busquem novos 
modelos de gestão e operação, visando ter um produto com os padrões de qualidade 
definidos pelo consumidor final. 
Quantidade de litros/dia Quantidade de propriedades 
0 - 99 10 % 
100 – 199 27 % 
200 – 299 18 % 
300 – 400 18 % 
Mais de 500 27 % 
 
 
 
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Na pesquisa em questão, observou-se que em 91% das propriedades a produção de 
leite é o fator principal para geração de receita, ficando a venda de machos para o abate e o 
descarte, em segundo plano. 
Apenas 9% dos entrevistados não comercializam o leite com laticínios, realizando a 
comercialização de sua produção para um supermercado da região. Os demais vendem 
para os laticínios, que são visualizados na Figura 5. 
 
50%
30%
10%
10%
HérculesBúfalo Dourado
Búfalo D'Oeste Almeida Prado
 
Figura 5: Laticínios e a porcentagem de fornecedores (entrevistados) por unidade 
processadora. 
 Fonte: Elaborado pela autora com base nas entrevistas. 
 
Dos laticínios apresentados, dois estão inseridos na região que é foco da pesquisa, 
sendo o Búfalo D’Oeste e o Hércules (60% das vendas por parte dos produtores). Os 
demais se encontram em outras regiões, como EDR`s de Araraquara e Jaú (40% das 
vendas) e processam somente leite de búfala. O laticínio Hércules não apresenta no 
mercado produtos fabricados exclusivamente com leite de búfala, pois este é misturado ao 
leite de vaca, apesar de ter como fornecedor 50% dos produtores entrevistados. 
Portanto, pode-se concluir que o mercado para a venda do leite de búfala na própria 
região é bastante limitado, pelo reduzido número de compradores próximos, ficando os 
produtores dependentes de compradores de outras regiões. 
O produtor escolhe a empresa com a qual irá comercializar seu produto de acordo 
com alguns critérios. O mais mencionado foi o preço, em seguida vem a seriedade na 
negociação, fidelização ao cliente, proximidade e facilidade de entrega. Apesar de ser a 
variável mais mencionada (preço), 64% dos entrevistados não estão satisfeitos com o preço 
que recebem, variando entre R$1,00 a R$1,20/ litro, mesmo sendo este superior ao preço 
do leite de vaca, que em média no estado de São Paulo é de R$0,67/ litro. O argumento 
para a não satisfação é que por este preço e pela média produzida por búfala, apenas é 
possível cobrir os custos de produção, não gerando renda suficiente para a manutenção da 
família. Esta renda é complementada com a venda de machos e de descartes do rebanho. 
Porém, apenas 45% dos entrevistados realizam o controle de custos da produção. 
 
 
 
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16
 Apesar de serem poucas as organizações sindicais do setor, foi possível observar que 
54% dos entrevistados pertencem a alguma associação sindical, mesmo que seja de outro 
setor, como o Sindicato dos Produtores Rurais de Pompéia, e também, alguns são sócios de 
cooperativa (COOPEMAR, Cooperativa Sul Brasil). Para eles, o sindicato oferece algumas 
vantagens, como assistência jurídica, contábil e trabalhista, troca de informações, palestras, 
e as cooperativas disponibilizam assistência técnica, informações sobre mercado, entre 
outras. Muitas vezes os produtores de leite vão atrás das informações para se manterem na 
“vanguarda” de seu setor, conforme as entrevistas feitas. 
 Para o suporte financeiro na produção, apenas 45% dos proprietários utilizam 
financiamentos bancários, os demais trabalham com ativos próprios para implementação e 
desenvolvimento das atividades. 
 Os principais problemas enfrentados para a produção de leite de búfala, segundo os 
entrevistados estão listados na tabela 5. 
 
 Tabela 5: Problemas para a produção leiteira de búfalas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado 
pelas autoras com base nas 
entrevistas 
 
Na questão da mão-de-
obra, o problema refere-se à 
alta rotatividade e na falta 
de especialização para a 
atividade. Em termos de custo 
com a alimentação, o fato do 
pico da produção coincidir com os meses de menor densidade pluviométrica, onde as 
pastagens se tornam mais fracas e há necessidade de uma complementação da alimentação 
(que é feita com ração), acaba elevando os custos para a produção. De acordo com os 
entrevistados, o preço poderia ser mais atrativo, dado o diferencial que o produto oferece, 
comparativamente ao leite de vaca, para que o produtor pudesse ter uma rentabilidade 
maior, com disponibilidade de receita para os meses em que não há produção de leite. 
Quanto ao mercado restrito, como já foi mencionado anteriormente, existe apenas um 
laticínio na região que compra o leite dos produtores e processa exclusivamente leite de 
Ordem Problemas 
1 Mão-de-obra 
2 Custo com a alimentação 
3 Preço 
4 Mercado Restrito 
5 Exigências da Lei Ambiental 
6 Custo de Produção 
7 Falta de Reconhecimento do Produto 
8 Competitividade dos machos 
9 Pisoteio nas Pastagens 
10 Manutenção das Cercas 
 
 
 
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búfala, o que repercute inclusive, na falta de reconhecimento do produto, uma vez que 
pouco valor é atribuído ao diferencial que o produto oferece. 
Ainda em relação aos gastos na atividade, segundo os entrevistados, o custo de 
produção torna-se muito alto se acrescentado à alimentação dos animais, produtos 
concentrados e energéticos (como suplementação para aumentar produção), pois mesmo 
com o aumento da produtividade, financeiramente não é vantajoso (na relação custo-
benefício). A bubalinocultura também exige grandes áreas para acomodação de machos na 
pastagem, uma vez que há ´disputa` dos animais machos em mesma área, o que demanda 
maiores áreas e cercamento das mesmas. Como é um animal mais pesado, é preciso haver 
um processo de rotação nas pastagens, para que essas se recuperem do pisoteio. Além 
disso, como é um animal que não pode ser contido por cercas comuns (dado sua força), é 
necessário ter cercas elétricas, o que requer manutenção constante. 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estado de São Paulo não é o maior produtor de búfalos do Brasil; o maior é o 
estado do Pará, porém, é o maior consumidor dos produtos oriundos do leite de búfala, 
principalmente a mozzarela. Dentro do estado existem alguns EDR`s que têm considerável 
criação desses animais, sendo o de Registro o que apresenta um maior número desses 
animais (cerca de 12.000) e o de Marília vem em seguida, com mais de 4.000 cabeças de 
búfalos. 
Como exemplo do que acontece no contexto nacional, a cadeia do leite de búfala no 
EDR de Marília organiza-se, teoricamente, de maneira similar às demais cadeias, sendo 
composta por fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, produtores primários, 
agroindústria, distribuidores e consumidores. Por meio da pesquisa de campo, específica ao 
segmento de produção pecuária, no EDR de Marília, pôde-se observar que 63% da 
produção concentram-se em propriedades com mais de 100 hectares e 72% dos 
entrevistados têm na produção do leite de búfala sua principal fonte de renda. A 
administração dessas unidades produtivas no EDR de Marília tem característica familiar. 
 A tecnologia adotada pelos produtores da pesquisa apresentou um padrão 
relativamente bom, pois 91% dos produtores trabalham com ordenha mecânica e 100% 
possuem resfriadores, fator que acarreta melhor produtividade e qualidade do produto 
final. Esses fatores indicam que em termos produtivos os produtores do EDR de Marília 
possuem alguns elementos que favorecem a competitividade, pois há tecnologia em termos 
de ordenha e armazenamento do produto. Observa-se, todavia, por enquanto, um menor 
desempenho em relação à utilização da inseminação artificial para reprodução dos animais. 
Um fator de entrave à atividade é o fato de haver poucos laticínios na região que 
processam exclusivamente leite de búfala, o que força o produtor a vender a matéria-prima 
para uma empresa que não a utiliza para fabricar um produto diferenciado. Outro fator 
importante corresponde à baixa articulação e integração entre os produtores do leite de 
búfala com as instituições de ensino e pesquisa, fator que pode contribuir para maior 
inclusão competitiva e tecnológica. 
Com base no que foi pesquisado verifica-se que alguns mecanismos podem colaborar 
para que haja aumento competitivo da atividade, destacando-se a maior integração entre os 
produtores, naforma de associações ou cooperativas, para que seja possível reduzir o 
 
 
 
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18
número de atravessadores, aumentando assim, o lucro, além de permitir maiores 
investimentos em recursos tecnológicos, a preços reduzidos, em função da escala. 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
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