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CADEIAS 
PRODUTIVAS 
DE ANIMAIS 
ALTERNATIVOS
Professor Me. José Sérgio Righetti
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância:
 Cadeias Produtivas de Animais Alternativos. José 
Sérgio Righetti
 Maringá - PR.: UniCesumar, 2015. 
 191 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Cadeias. 2. Produtivas. 3. Animais 4. Alternativos. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 570
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Direção Pedagógica
Kátia Coelho
Coordenação de Pós-Graduação, 
Extensão e Produção de Materiais
Renato Dutra
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nalva Aparecida da Rosa Moura
Design Educacional
Rossana Giani
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Revisão Textual
Simone Morais Limonta
Keren Pardini
Ilustração
Rafael Szpaki Sangueza
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Me. José Sérgio Righetti
Mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, Brasil(2009).
Professor de Agronomia do Centro Universitário Cesumar-Unicesumar, Brasil
A
U
TO
RE
S
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) ao livro de Cadeias Produtivas de Animais Al-
ternativos. Este livro foi organizado especialmente para você e é por isso que eu vou lhe 
explicar a melhor maneira de estudá-lo.
Eu sou o professor José Sérgio Righetti e fui o organizador deste livro. Ele contém cinco 
unidades estruturadas de maneira a conduzi-lo (a) um raciocínio lógico, e para que você 
compreenda que cada cadeia produtiva tem algumas características peculiares que se-
rão decisivas para a gestão das atividades e, consequentemente, para o planejamento e 
condução de projetos.
Na primeira unidade discutiremos sobre a cadeia produtiva da ovinocultura. Começare-
mos nossa discussão levantando os cenários atuais, o comportamento do mercado e as 
tendências e perspectivas da ovinocultura no Brasil e no mundo.
Agora, vou lhe fazer uma pergunta. Você faz ideia de por que ainda hoje esta atividade 
é desenvolvida empiricamente no Brasil? Vou te responder, principalmente pela falta de 
organização da cadeia produtiva. 
No item seguinte, você vai estudar os conceitos de cadeia produtiva. Devemos nos aten-
tar que a crescente interdependência entre as diversas etapas pelas quais passa o pro-
duto, da produção ao consumo final, se coloca como uma característica fundamental 
nos negócios agropecuários.
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utilizadas 
pelo mundo. Este conhecimento é importante para decidir o rumo e os resultados que 
se pretende com a atividade. Falando nisso, você gosta de navegar pela internet? Espero 
que sim, pois em vários trechos de nosso material existem algumas atividades que co-
bram de você a utilização desta tecnologia.
No próximo tópico, você irá estudar as tecnologias de produção agropecuária e o plane-
jamento da atividade. Faremos uma breve discussão sobre os sistemas de produção e a 
infraestrutura necessária para o negócio.
Essa teoria e os conhecimentos práticos são vitais para você porque essa comunhão é 
que vai te preparar para o mercado de trabalho, que hoje exige profissionais munidos 
de conhecimento, experiência e criatividade. Eu posso dizer a você que existem três 
perguntas que, se forem respondidas, significa que você captou a ideia central desta 
unidade:
• Quais são as características do mercado dos produtos da ovinocultura?
• Quais são as tecnologias disponíveis para uma boa criação?
• Quais quais são os investimentos necessários para o êxito no empreendimento?
Proponho, então, que você leia a unidade I e tente responder a estas três questões. Pode 
ser? Mãos à obra, então!
APRESENTAÇÃO
CADEIAS PRODUTIVAS DE ANIMAIS 
ALTERNATIVOS
Na unidade II, denominada Cadeia produtiva da caprinocultura, começo a discussão 
analisandoo plantel mundial e nacional levantando os cenários atuais, o comporta-
mento do mercado e as tendências e perspectivas da caprinocultura no Brasil e no 
mundo.
No item seguinte, vamos, como nos últimos anos vários seminários e workshops 
realizados no Brasil, discutir o agronegócio da caprinocultura tendo como principal 
enfoque identificar e propor estratégias que possibilitem a organização do setor da 
ovinocaprinocultura.
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utili-
zadas pelo mundo. Como estudaremos na unidade I, a escolha da raça é de suma 
importância, mas devemos também analisar o ambiente da criação e os objetivos 
do negócio.
No próximo tópico, você vai estudar as tecnologias de produção agropecuária e o 
planejamento da atividade. Faremos uma breve discussão sobre os sistemas de pro-
dução e a infraestrutura necessária para o negócio. Não nos esquecendo da mão de 
obra, pois a exploração exige grande cuidado e manejo, além da formação de um 
bom plantel.
A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos anos. 
Neste contexto, ganham espaço novas concepções, ações e atitudes, em que pro-
dutividade, custo e eficiência se impõem como regras básicas de sobrevivência em 
um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.
Espero que com as discussões destas duas unidades você se sinta apto(a) a fazer um 
diagnóstico da cadeia produtiva de caprinos em sua região e argumente com segu-
rança com outras pessoas a importância desta cadeia produtiva, principalmente no 
aspecto social.
Na unidade III, procurar-se-á demonstrar a importância da cadeia produtiva da aqui-
cultura, e, da mesma forma que nas unidades anteriores, procuramos discutir os 
cenários atuais no mundo e principalmente no Brasil.
Caro(a) aluno(a), esta disciplina como parte do curso de Agronegócio engrandece 
a grade curricular e particularmente me satisfaz, pois é minha área de trabalho e 
pesquisa. Outro tópico do nosso estudo são os tipos de aquicultura, na qual aborda-
remos com mais ênfase a criação de camarões, ostras e peixes. 
Nesta parte de nosso trabalho, você vai conhecer os fatores abióticos, tais como: 
temperatura, transparência, oxigênio dissolvido (OD), dentre outros, e avaliar os vá-
rios sistemas de produção, tais como: intensivo, extensivo, semi-intensivo, tanque-
-rede, entre outros, e ainda vamos estudar sobre as instalações necessárias para um 
cultivo adequado em aquicultura.
No final da leitura desta unidade, você vai concluir que o negócio da aquicultura 
apresenta-se como uma atividade alternativa à prática extrativista, que tem ultra-
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
passado seus limites sustentáveis, e revela-se como uma opção interessante para 
empreendedores de todos os portes.
Outro detalhe importante é que, ao final de todas as unidades, você encontrará uma 
leitura complementar e atividades de autoestudo. Neste momento, sugiro que você 
pare um pouco e reflita: “realmente fiz uma boa leitura, acessei os sites recomen-
dados, assisti aos filmes”, pois bem, então saberá realmente qual foi seu ganho de 
aprendizagem. 
Na unidade IV, chamada Cadeia produtiva da estrutiocultura, iniciaremos nossa in-
cursão ao mundo das ratitas, ou seja, especificamente de Avestruz.
Nesta unidade, discutiremos que, antes de iniciar a criação de avestruz, são neces-
sários certos cuidados, que vão desde a escolha de qual segmento da cadeia será 
seguido até a escolha da área a ser utilizada, passando pela compra das aves e ma-
quinários, manejo, clima, mão de obra, controle sanitário, entre outros. Também 
abordaremos como montar um criadouro de avestruz com licença ambiental junto 
ao IBAMA para iniciar o negócio. 
Seguindo no estudo, vamos estudar a importância dos indicadores e da sua análi-
se. Na última unidade do seu material didático, unidade V, Estudo econômico das 
alternativas de negócio, mostrarei para você como apurar os custos de produção 
e realizar o planejamento, analisando algumas variáveis. As palavras-chave desta 
unidade são análise e competitividade. 
Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o diagnóstico do negócio agropecu-
ário, seja qual for a alternativa de negócio e calcule os custos de produção. É impor-
tante analisar alguns pontos para auxiliar a tomada de decisão, por parte do futuro 
empreendedor, os coeficientes técnicos, os custos e a viabilidade do negócio.
Você percebe que a minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos 
materiais com o que vivencia na prática? Sem fazer essa relação, fica bem difícil in-
gressar no mercado hoje em dia.
Os livros são a base de tudo, mas, sem análise e vivência, esse conhecimento se per-
de, por isso fique atento(a) a tudo que passa ao seu redor!
Mãos à obra e bom trabalho!
Se você está apreensivo (a) com a quantidade de informação, fique tranquilo(a), em 
nossas aulas, debateremos, passo a passo, cada alternativa animal proposta neste 
material.
Bom Estudo!
Professor Me. José Sérgio Righetti
SUMÁRIO
11
UNIDADE I
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
17 Introdução
18 Cenários Atuais 
23 Mercado da Ovinocultura no Brasil 
26 Tendências e Perspectivas 
28 Cadeia Produtiva da Ovinocultura 
33 Produtos da Ovinocultura 
38 Principais Raças de Ovinos 
41 Como Escolher o Animal 
42 Sistemas de Criação/Manejo 
46 Planejamento do Sistema de Produção 
48 Considerações Finais 
UNIDADE II
CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINOCULTURA
59 Introdução
60 Cenários Atuais 
61 Mercado dos Produtos Caprinos 
62 Tendências e Perspectivas 
63 Cadeia Produtiva da Caprinocultura 
SUMÁRIO
68 Produtos da Caprinocultura 
72 Principais Raças de Caprinos 
74 Como Escolher o Animal 
76 Sistema de Criação/Manejo 
79 Planejamento do Sistema de Criação 
82 Considerações Finais 
UNIDADE III
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
91 Introdução
92 Aquicultura-Definição e Conceitos 
97 Piscicultura e o Seu Mercado 
101 Tendências e Perspectivas na Aquicultura 
106 Cadeia Produtiva Aquícola 
108 Espécies Cultivadas 
113 Fatores Abióticos 
114 Sistemas de Produção 
120 Legalização Ambiental 
120 Instalações na Aquicultura 
123 Manejo 
126 Considerações Finais 
SUMÁRIO
13
UNIDADE IV
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
137 Introdução
138 Panorama da Estrutiocultura 
141 Raças/Espécies 
142 Produtos 
147 Produtividade 
148 REGISTRO DE CRIADOURO 
149 Fases da Criação 
151 Instalação e Manejo 
156 Considerações Finais 
UNIDADE V
ESTUDO ECONÔMICO DAS ALTERNATIVAS DE NEGÓCIO
165 Introdução
166 Coeficientes Técnicos 
171 Custos 
178 Análise de Viabilidade 
181 Considerações Finais 
187 CONCLUSÃO
189 REFERÊNCIAS 
192 GABARITO
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D
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Professor Me. José Sérgio Righetti
CADEIA PRODUTIVA DA 
OVINOCULTURA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a evolução histórica da ovinocultura.
 ■ Caracterizar o mercado analisando as ameaças e as oportunidades do 
negócio ovinocultura. 
 ■ Conhecer a cadeia produtiva da ovinocultura.
 ■ Identificar os produtos da ovinocultura, conhecendo as raças de 
ovinos.
 ■ Conhecer como escolher os animais para iniciar o negócio.
 ■ Familiarizar com a tecnologia de produção, controle sanitário, manejo 
alimentar e manejo reprodutivo.
 ■ Planejar o sistema de criação definindo e quais são os investimentos 
necessários.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Cenários Atuais
 ■ Mercado da Ovinocultura no Brasil
 ■ Tendências e Perspectivas
 ■ Cadeia Produtiva da Ovinocultura
 ■ Produtos da Ovinocultura
 ■ Principais Raças de Ovinos
 ■ Como Escolher o Animal
 ■ Sistema de Criação e Manejo
 ■ Planejamento do Sistema de Produção
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), antes de iniciar as nossas atividades, gostaria de lhe per-
guntar se você sabe o que significa ovinocultura? Bom, já respondendo a essa 
pergunta, a ovinocultura é a criação de ovelhas. 
A ovinocultura é uma atividade explorada economicamente emtodos os con-
tinentes, sendo exercida em distintos ecossistemas com os mais diferentes tipos 
de clima, solo, topografia e vegetação. No entanto, em alguns países, a exemplo 
do Brasil, esta atividade é desenvolvida de forma empírica e extensiva, com bai-
xos níveis tecnológicos e resultados zootécnicos.
Vamos entender como e por que esta atividade ainda hoje é desenvolvida 
empiricamente. A exploração de pequenos ruminantes é, historicamente, uma 
atividade bastante importante econômica e socialmente. O crescimento vertigi-
noso da exploração de pequenos ruminantes está transformando o cenário dos 
sistemas produtivos. Ao longo das últimas décadas, a ovinocultura tem sofrido 
transformações técnicas nos diversos elos de sua cadeia produtiva.
A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele 
para vestuário, além de carne e leite para alimentação. A produção vem cres-
cendo e é uma alternativa de renda para o produtor rural. Há diversas razões para 
isso: as grandes extensões territoriais com condições favoráveis à produção de 
alimentos e às criações, porém é importante o ajustamento do tipo às condições 
ambientais em seus múltiplos aspectos: clima, solo, recursos técnicos, sistema 
de criação e características do mercado de fatores e do produto.
Nesta primeira unidade, vamos analisar o agronegócio da ovinocultura como 
um todo, ou seja, o panorama mundial e nacional da produção, características 
do mercado, as ameaças e as oportunidades do setor. Discutiremos a respeito 
de cadeia produtiva e de algumas considerações sobre o agronegócio na cadeia 
produtiva da ovinocultura. Veremos ainda as características dos produtos desta 
cadeia, as raças utilizadas pelo mundo, a tecnologia de produção, as instalações 
necessárias e como planejar o negócio.
17
Introdução
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CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
CENÁRIOS ATUAIS
Mundo
A ovinocultura no mundo é uma atividade em franca expansão, já sendo pra-
ticada há séculos. Porém, há uma grande concentração de rebanhos em alguns 
países. Segundo ANUALPEC (2014), existiam no mundo em 2012, 2.165.126 
mil cabeças de caprinos e ovinos; em ordem crescente, quanto à concentração de 
rebanhos, temos a China, Índia, Sudão, Nigéria, Paquistão, Austrália e Irã, como 
se observa na Figura 1. Somente a China detém aproximadamente 17% do total 
de caprinos e ovinos criados no mundo e responde por mais de 28% da produ-
ção de carnes dessas espécies no âmbito mundial, como se observa na Figura 2.
A China é um importante centro consumidor, destacando-se pela produção 
elevada, porém com índices zootécnicos baixos. Já pelo que vem oferecendo ao 
mundo em termos de pesquisas quanto às raças para produção de carnes, desta-
ca-se a África do Sul. Atualmente, a Ásia é o principal polo produtor de ovinos, 
favorecida pela grande extensão territorial e condições climáticas favoráveis nas 
regiões próximas à linha do Equador. Enquanto na Oceania, onde a ovinocul-
tura está profundamente enraizada, existem limitações de área para expansão 
dos rebanhos. 
O Brasil atualmente ocupa o 15º lugar, com cerca de 17,3 milhões de cabe-
ças e com um crescimento anual nesta última década de aproximadamente 1,6% 
ao ano do rebanho efetivo (IBGE, 2014).
Países como Austrália e Nova Zelândia são reconhecidos por serem altamente 
tecnificados no desenvolvimento desta atividade produtiva, com alta produtivi-
dade, visando à produção de carne e lã, o que leva esses países a controlar em o 
mercado internacional desses produtos.
Durante anos, esses países desenvolveram técnicas produtivas e animais de 
raças especializadas que se difundiram pelo mundo, dando impulso para explo-
ração econômica mundial da ovinocultura.
O principal destino da carne ovina exportada pela Austrália são os Estados 
Unidos, enquanto a Nova Zelândia envia mais da metade de seu produto para 
a União Europeia. A China exporta carne ovina principalmente para o Oriente 
19
Cenários Atuais
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Médio e o Norte da África. O Uruguai tem como grandes consumidores de sua 
carne ovina exportada a União Europeia e o Brasil. Já os EUA exportam para o 
México e o Canadá.
O consumo médio mundial de carne ovina não passa de 2 kg per capita 
ano, entretanto, países como Mongólia, Nova Zelândia e Islândia apresentam 
os maiores consumos de carne ovina, com 39 kg, 24 kg e 22 kg per capita ano 
respectivamente.
Aspectos religiosos, tradição na atividade e cultura da população são os prin-
cipais fatores que determinam esse elevado consumo (FAO, 2007).
3%4%
4%
4%
4%
11%
17%
52%
China
Índia
Sudão
Nigéria
Paquistão
Austrália
Irã
Outros
Figura 1: Nível de participação dos maiores rebanhos de ovinos e caprinos no mundo
Fonte: ANUALPEC (2014)
A Nova Zelândia e a Austrália são responsáveis por 74% das exportações de carne 
ovina, enquanto União Europeia, EUA e Arábia Saudita importam 39% da carne 
ovina mundial (MDIC, 2010).
Ao se fazer uma relação entre animais/habitantes tem-se uma inversão de 
colocação, na qual, a Nova Zelândia, que em 2008 ocupava a 11ª colocação no 
quantitativo de rebanho, passa a ocupar a 1ª colocação com 13 cabeças/habi-
tantes, e a Austrália sobe da 6ª colocação para a 2ª colocação com 7 cabeças/
habitantes, tendo, do ponto de vista econômico, uma grande importância por 
serem exatamente os dois colocados em cabeças/habitantes os detentores dos 
melhores resultados por exportação de produtos das espécies em referência, que 
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
juntos perfazem mais de 74% da carne ovina. Vale ressaltar que a Nova Zelândia 
tem o maior consumo per capita, com algo em torno de 30 kg/habitante/ano 
(ANUALPEC, 2010).
As tendências para o mercado ovino são promissoras. Conforme FAO (2007), 
a demanda de carne nos países em desenvolvimento vem sendo impulsionada 
pelo crescimento demográfico, pela urbanização e pelas variações das preferên-
cias e dos hábitos alimentares dos consumidores. 
O comércio internacional de carne ovina vem evoluindo de forma consis-
tente nos últimos anos. As importações estão pulverizadas por diversos países.
O mercado da lã tem muita representatividade em alguns países como 
Austrália (produz a melhor lã fina do mundo), Nova Zelândia e Uruguai, enquanto 
a lã brasileira tem perdido valor.
O leite de ovinos compreende um pequeno percentual do mercado total 
de leite. Em escala mundial, o leite de ovelhas corresponde a cerca de 1,3% da 
produção de leite das principais espécies produtoras (FAO, 2007). A indústria 
leiteira nesta cadeia produtiva se concentra nos países mais desenvolvidos do 
Mediterrâneo, e está crescendo na Austrália, Israel e França. Merecendo desta-
que no cenário mundial a França, pela sua expressiva produção de queijo.
21
Cenários Atuais
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10
 d
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19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
44%
2%3%3%3%4%
5%
9%
28%
China
Índia
Sudão
Nigéria
Paquistão
Austrália
Nova Zelândia
Outros
Bangladesh
Figura 2: Contribuição para a produção mundial de carne ovina e caprina no mundo
Fonte: ANUALPEC (2010)
Apesar dos avanços já alcançados na ovinocultura, ainda há países, a exemplo 
do Brasil, com grandes rebanhos, porém com uma baixa taxa de desfrute deter-
minada pelo sistema de criação adotado pela maioria dos criadores e agravado 
pela insistência destes em manter uma relação irregular com o mercado. Por 
outro lado, temos alguns países com uma maior visão e integração ao mercado, 
que, neste vazio, se especializam no promissor agronegócioda ovinocultura.
A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e 
pele para vestuário, além de carne e leite para alimentação. O sistema de criação 
adotado pela maioria dos criadores, insistência destes em manter uma relação 
irregular com o mercado, e a falta de organização são fatores determinantes para 
este empirismo. 
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
BRASIL
A criação de ovinos no Brasil deve-se, principalmente, à influência espanhola 
em nossa colonização. Inicialmente voltados especificamente para a produção 
de lã, os rebanhos eram criados mais significativamente na região sul e foram 
sendo adaptados para o sistema de duplo propósito (produção de lã e de carne). 
A Tabela 1 mostra o rebanho total de ovinos no Brasil e por região, no período 
de 1975 a 2013. A criação ovina está destinada tanto à exploração econômica 
como à subsistência das famílias de zonas rurais. 
Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
1975 17.282.266 84.428 5.585.113 261.981 11.752.691 114.013
1985 18.658.967 197.567 6.571.917 341.323 11.277.830 270.330
1995 18.336.432 369.732 6.987.061 378.498 10.113.298 467.843
2005 15.558.041 481.528 9.109.668 606.934 4.452.498 937.413
2013 17.290.519 652.328 9.774.436 722.228 5.186.823 954.704
Tabela 1: Efetivo total de ovinos no Brasil e por região, no período de 1975 a 2013, em cabeças
Fonte: IBGE (2014)
Os ovinos são criados em todos os estados do país. Os maiores efetivos ovinos 
estão no Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí. A queda do 
rebanho da região sul, ocorrida em meados da década de 1990, corresponde ao 
decréscimo acentuado do número de animais do Rio Grande do Sul, principal 
estado produtor, afetado pela crise internacional da lã e pelo aumento da área 
cultivada com grãos. Muitos produtores desistiram da atividade, influenciados 
pela baixa rentabilidade das criações após a queda de preços da fibra.
As raças produtoras de lã tiveram uma diminuição acentuada, passando o 
efetivo ovino da região sul do país de 11,7 milhões em 1975 para 5,1 milhões de 
cabeças em 2013. 
Aliado à redução na produção de lã, houve um incremento dos ovinos pro-
dutores de carne em todo o país. Atualmente, estima-se que o rebanho gaúcho, 
tradicionalmente composto por animais produtores de lã, seja composto de 60% 
de ovinos produtores de carne.
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Os números na Tabela 1 refletem a atual realidade, com empresários da bovino-
cultura investindo maciçamente na ovinocultura, porém os pequenos produtores 
também já vislumbraram a atividade como uma opção para a diversificação e o 
aumento da rentabilidade dos seus empreendimentos rurais.
No Brasil, em geral, os rebanhos caprinos e ovinos são constituídos por peque-
nos números de animais, sendo explorados ainda, em algumas regiões, como 
subsistência familiar. Ressalta-se que grande parte das atividades relacionadas à 
exploração de ovinos ainda é executada por mão de obra familiar, principalmente 
de mulheres e crianças. No entanto, mesmo na exploração de base familiar, que 
seja alicerçada no uso de tecnologias e com foco nos mercados, a ovinocultura 
aparece como geradora de emprego e renda ao longo de toda a cadeia produtiva.
O mercado mundial vem crescendo e se consolidando, com um reconheci-
mento cada vez maior da qualidade da carne dos animais mais jovens que, aliado 
ao contínuo preço baixo da lã no mercado internacional, firmando a tendência 
de os rebanhos ovinos voltarem-se para a produção de carne.
MERCADO DA OVINOCULTURA NO BRASIL
A ovinocultura brasileira apresenta indicadores de produtividade abaixo da 
média internacional. Com 1,45% do efetivo do rebanho mundial, no Brasil, foram 
abatidos, em 2002, apenas 0,92% do total mundial, alcançando um desfrute de 
apenas 30%, enquanto a média mundial de desfrute foi de 47,31% (FAO, 2008). 
A produção de carne de cordeiro vem sendo cada vez mais procurada entre os 
produtores rurais por diversos motivos, principalmente pela crescente demanda 
no consumo e pela lucratividade que a atividade proporciona. A estabilização 
A análise dos dados da Tabela 1 revela que houve uma mudança de impor-
tância relativa quanto ao efetivo do rebanho ovino nas regiões brasileiras.
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econômica advinda do Plano Real e alguns acontecimentos externos e internos 
de ordem sanitárias, como: Gripe Aviária (Ásia), Mal da Vaca Louca (Europa) e 
Febre Aftosa (Brasil), têm proporcionado uma maior procura pela carne ovina 
no mercado doméstico e internacional, dada uma redução da oferta mundial e 
o encarecimento das carnes bovinas e de frango (substitutos próximos).
O mercado da carne ovina está em franca ascensão em todo o país. Os pre-
ços praticados no âmbito da unidade produtiva representam bem mais do que 
o preço pago pela carne bovina nas mesmas condições. O mercado da carne de 
ovinos é altamente comprador e a atividade vem crescendo a passos largos, em 
todas as regiões do país, destacando-se as regiões nordeste, centro-oeste e norte. 
O consumo de carnes e derivados no país é altamente favorável à ovinocultura, 
e encontra-se em pleno processo de expansão, pois as estatísticas oficiais mos-
tram um consumo de 700g habitante/ano, enquanto que o consumo em países do 
primeiro mundo varia de 20 
a 28 kg/pessoa/ano (SILVA 
SOBRINHO, 2006). 
Vale ressaltar que o 
mercado mundial tem se 
mostrado altamente com-
prador, tendo o Brasil já 
recebido mais de uma pro-
posta para exportar carne 
ovina para os Emirados 
Árabes, sem possibilidade 
de atendimento devido ao 
volume solicitado ser maior 
que nossa organização produtiva.
Quanto ao abate dos ovinos, sabe-se que a carne dos frigoríficos clandes-
tinos, que não passa por nenhum tipo de fiscalização sanitária, representa a 
maior parte da produção nacional. A existência de poucos frigoríficos para o 
abate de ovinos é outro motivo que explica o abate clandestino. A carne clandes-
tina representa um problema para o setor, uma vez que falta inspeção sanitária 
e padronização do produto final.
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O mercado brasileiro de carne ovina encontra-se bastante distribuído, con-
centrando-se em algumas capitais e nos interiores do Rio Grande do Sul, Paraná, 
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Nordeste. Entre as cidades, o consumo 
é maior em São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza. Também são 
importantes praças consumidoras Recife, Curitiba e Rio de Janeiro.
O consumo de carne ovina é influenciado principalmente pelo preço do 
produto, pela renda per capita dos consumidores e pelos preços das carnes subs-
titutas, principalmente as de aves, bovinos e suínos.
Mesmo baixo em termos absolutos, o consumo de carne ovina no Brasil é maior 
que a produção, déficit que vem sendo coberto pela importação. O espaço para a 
carne importada vem aumentando, de 1997 a 2008, a importação de carne ovina 
passou de um valor de US$ 6 milhões para mais de US$ 23 milhões. Mesmo com 
este crescimento, a carne importada significa apenas 9% do consumo formal bra-
sileiro. O Uruguai fornece 96% da carne ovina importada pelo Brasil, o Chile 
vem em segundo lugar com 3% e a Argentina fica com 1% (ASPACO, 2010).
O consumo per capita nacional está estimado em 700 g/habitante/ano para 
carne ovina, valor 65% inferior à média mundial (que é de 2 Kg/habitante/ano). 
O consumo de carne ovina tem sofrido um incremento substancial nos últimos 
dez anos, situando-se em torno de 1,8 kg/habitante/ano naRegião Sul do País, 
mas este número configura um contraste gritante em relação aos consumos per 
capita no Brasil das carnes avícola, bovina e suína, que estão em torno de 46,4 
kg; 39,5 kg e 13,9 kg, respectivamente (ANUALPEC, 2014). 
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (2008), a produção 
nacional está avaliada em 172 mil toneladas de carne por ano, muito abai-
xo das 204 mil toneladas consumidas anualmente pelo país, dos quais em 
torno de 30% concentram-se no estado de São Paulo. Somente o município 
de São Paulo, capital, consome cerca de 75% do mercado estadual e 25% do 
mercado nacional.
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A produção e o processamento industrial de leite de ovelhas ainda são muito 
pequenos no Brasil. Ovinos com aptidão leiteira foram importados da França 
para o Brasil, em 1992. A raça adquirida foi a Lacaune, introduzida inicialmente 
no Rio Grande do Sul.
Dados coletados diretamente das empresas e sites especializados permitem 
estimar um processamento nacional de aproximadamente 510.000 litros por ano, 
o que corresponde a aproximadamente 527 toneladas.
De acordo com informações obtidas junto à ABCOL (Associação Brasileira 
de Criadores de Ovinos da Raça Leiteira), há criadores de ovelhas leiteiras no Rio 
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, 
Distrito Federal e Bahia. Alguns desses criadores transformam em queijos, doces 
e iogurtes o leite da propriedade, de forma artesanal, a maioria ainda sem ins-
peção sanitária oficial. Santa Catarina é o maior produtor de leite de ovelha do 
país, com estimados 200 mil litros por ano, o que representa cerca de 40% da 
produção nacional.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS 
A ovinocultura no Brasil passa por momentos de transição no que diz respeito 
à produção de carnes. Há uma profissionalização crescente na criação de ovi-
nos e grande interesse por parte dos empresários e investidores no setor, pois a 
criação de ovinos vem se mostrando como uma atividade com grande poten-
cial de crescimento sendo estes fatores que contribuem para o cenário positivo 
que a ovinocultura vive atualmente.
Entre as espécies de ruminantes criados pelo homem para produção de carne, 
os ovinos e caprinos são os que apresentam o menor intervalo de tempo entre 
o nascimento e o abate. No mundo inteiro, a carne destes pequenos ruminan-
tes é considerada como uma iguaria, apreciada e valorizada e, por esse motivo, 
alcançam preços superiores às demais carnes.
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Tendências e Perspectivas 
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As fazendas brasileiras estão abrindo espaço para produção da carne de 
cordeiro.
A alta rentabilidade do negócio é um dos grandes atrativos para os criado-
res. O preço da carne de ovino, em 2010, girava em torno de R$ 7,50 e, em 2014, 
está em torno de R$ 14,00 o quilograma abatido (ASPACO, 2014).
Em relação ao ciclo de produção da carne ovina, este é quatro vezes mais 
curto que a bovina. Aquilo que corresponde à eficiência, os ovinos são mais 
hábeis que os bovinos em transformar comida em carne. Um cordeiro ganha 2% 
do peso vivo ao dia, já um bovino ganha 0,2%. Os ovinos são dez vezes mais efi-
cientes e produtivos, rendendo ao produtor 60% a mais de carne por hectare/ano.
A ovinocultura nos últimos anos vem despontando no agronegócio brasi-
leiro como opção de diversificação da produção, assim gerando oportunidades 
de emprego, renda e fixação do homem no campo, demonstrando seu impor-
tante papel no contexto da pecuária brasileira.
Embora seja necessário ressaltar que este alavancamento no setor produtivo 
da ovinocultura está amarrado a uma tendência crescente de comercialização em 
supermercados e restaurantes (Mercado Commoditizado) e de declínio direto do 
autoconsumo nas propriedades e da comercialização de carne ovina por meio 
de feiras e açougues (Mercado Spot). 
Na contramão do crescimento, a atividade ainda convive com grande parcela 
de comercialização informal. É preciso um rebanho comercial de ovinos maior, 
fiscalização para evitar abates clandestinos, uma comercialização mais eficiente, 
produção de escala para diminuir os custos, dentre outros.
O produtor precisa fazer a sua parte, investindo na profissionalização e, 
principalmente, na organização para atender ao mercado crescente e cada vez 
mais exigente.
A atividade acena para um negócio altamente lucrativo, porém a falta de 
organização e de integração da cadeia produtiva acaba dificultando a geração e 
a difusão de tecnologias, bem como a estruturação de canais de comercializa-
ção necessários para o bom andamento da atividade.
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CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
A noção de cadeia produtiva abarca as atividades agropecuárias não apenas na 
etapa de produção, mas também nos elos de fornecimento de insumos, de trans-
formação industrial e de comercialização. Existem duas vertentes metodológicas 
que tentam explicar a dinâmica de funcionamento e a busca de eficiência das 
cadeias produtivas: a commodity system approach e a análise de filière.
As cadeias agroindustriais compreendem os segmentos antes, dentro e depois 
da porteira da fazenda, envolvidos na produção, transformação e comerciali-
zação de um produto agropecuário básico. Utilizando a noção de commodity 
system approach, Goldberg estudou o comportamento dos sistemas de produ-
ção de laranja, de trigo e de soja nos Estados Unidos. Nesse tipo de abordagem, 
parte-se de uma matéria-prima agrícola específica para explicar a lógica do enca-
deamento das atividades (BATALHA, 1997).
Morvan, tendo como ponto de partida a identificação de um produto final 
como o queijo, por exemplo (análise de filière), considera cadeias agroindustriais 
de produção como um conjunto de relações comerciais e financeiras, que esta-
belecem um fluxo de troca situado de montante a jusante, entre fornecedores e 
clientes (BATALHA, 1997).
Embora surgidas em épocas e lugares diferentes, ambas as metodologias de 
análise guardam muitas semelhanças. Entre outras convergências, os dois con-
ceitos compartilham a noção de que a agricultura deve ser vista dentro de um 
sistema mais amplo, composto também por produtores de insumos, agroindús-
trias, distribuição e comercialização. Ambos os conceitos destacam o aspecto 
dinâmico do sistema, com suas relações entre cada elo da cadeia agroindustrial.
De acordo com Batalha (1997), Zylbersztajn e Neves (2000), o conceito de 
agribusiness provém destas duas abordagens teóricas, Commodity System Approach 
(CSA), proveniente da escola americana, e de Analyse de Filières, originada da 
escola industrial francesa. Para esses autores, o conceito de cadeia produtiva sob 
a essência teórica do agronegócio é definido como uma sucessão de atividades 
produtivas, interligadas entre si, desde a produção de insumos, setor agropecu-
ário, beneficiamento e distribuição de alimentos e biomassa, visando atender às 
necessidades reveladas pelos consumidores finais.
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Cuidado!
No entanto, não se deve confundir o desenho de uma cadeia produtiva com 
um fluxograma de produção ou de industrialização, pois os esquemas sugeridos 
guardam estreita correlação com o conceito de cadeia produtiva, ou seja, conjunto 
de atividades agropecuárias, industriais e de serviços que mantém sinergias de 
caráter tecnológico, comercial e econômico, cuja matéria-prima principal vem do 
setor agropecuário ou cujo produto final tenha naquele setor o seu mercado. As 
relações de dependência entre as indústrias de insumos, produção agropecuária, 
indústriade alimentos e o sistema de distribuição não mais podem ser ignoradas. 
Entende-se que uma cadeia produtiva específica seja composta por empresas 
com distintos níveis de coordenação vertical. Entre estas são realizadas transa-
ções que podem ocorrer via mercado ou via contratos – formais e informais. O 
ambiente institucional estabelece o meio no qual as transações ocorrem e inter-
fere tanto na definição dos objetivos das organizações quanto nas estruturas de 
governança adotadas. 
Devemos nos atentar que a crescente interdependência entre as diversas eta-
pas pelas quais passa o produto, da produção ao consumo final, se coloca como 
uma característica fundamental nos segmentos agropecuários, não sendo dife-
rente na ovinocultura.
Apresentamos, na Figura 3, um modelo teórico que indica uma concepção 
de cadeia produtiva que comporta os seguintes elementos fundamentais para 
sua análise descritiva: os agentes, as relações entre eles, os setores, as organiza-
ções de apoio e o ambiente institucional.
Discutiremos cada um dos elementos:
Fornecimento de insumos – constituídos por empresas, em geral, gran-
des grupos econômicos fazem chegar aos produtores, por meio do varejo, os 
insumos necessários à produção, tais como vacinas, sal mineral, arame farpado, 
insumos agrícolas entre outros.
Os fabricantes de vermífugos e vacinas para ovinos são os mesmos que pro-
duzem os materiais para outras espécies, logo utilizam os mesmos canais de 
distribuição. Da mesma forma, os fabricantes de sal mineral e ração para bovi-
nos costumam usar em seus portfólios produtos específicos para ovinos e a 
logística já existente.
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Como os ovinos são ruminantes e se alimentam principalmente de pastos, 
os insumos aplicados na pastagem para bovinos naturalmente podem benefi-
ciar os ovinos: sementes, fertilizantes, herbicidas e inseticidas.
Quando se trata de equipamentos que têm especificações diferentes para ovi-
nocultura, como balanças, castradores, brincos, há um pouco mais de dificuldade 
para a aquisição, pois nem todas as lojas vendem esses produtos.
Nesse caso, existe a possibilidade de encomendar o equipamento ou insumo 
desejado na própria loja ou em algum fornecedor de outra região, ação ultima-
mente facilitada com o desenvolvimento recente do comércio eletrônico.
Produção de matérias-primas – reúne as firmas e produtores rurais que 
fornecem as matérias-primas iniciais para que outras empresas avancem no 
processo de produção do produto final (agricultura, pecuária e extrativismo). 
Normalmente, a criação de ovinos não se dá de forma exclusiva nas proprieda-
des. O mais comum é que estes animais sejam criados em conjunto com bovinos 
de corte e leiteiros. Isso se traduz na baixa especialização da mão de obra e tam-
bém na falta de informações adequadas quanto ao desenvolvimento da criação 
por parte dos proprietários.
Industrialização – é constituída pelas firmas responsáveis pela transforma-
ção das matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor, as quais 
podem ser uma unidade familiar ou outra agroindústria.
É uma característica do setor industrial da carne ovina a existência de poucas 
plantas no país, a baixa incidência de estabelecimentos com Serviço de Inspeção 
Sanitária Federal (SIF) e o abate clandestino. Também é regra a baixa agregação 
de valor, com a predominância de cortes de baixo valor agregado e poucas expe-
riências com produtos como linguiça, hambúrguer e pratos prontos.
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INSUMOS
PECUÁRIA
FRIGORÍFICO
MERCADO
EXTERNO
INDÚSTRIA
DE COURO
OUTROS
AÇOUGUES ATACADO SUPERMERCADOS
CONSUMIDORES
CPA - OVINOCULTURA
Figura 3: Cadeia Produtiva Agroindustrial
Fonte: adaptada de Batalha (1997)
Chama a atenção a grande incidência do abate e processamento informal, deno-
minado de “Frigomato” ou abate clandestino. É comum, principalmente nas 
cidades de porte pequeno e médio e em áreas rurais, que o produtor ou um 
atravessador abata o animal e entregue a carne (já em cortes ou carcaça inteira) 
diretamente aos consumidores, restaurantes e açougues.
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Para se ter ideia do tamanho da informalidade do setor no Brasil, o total 
de abates oficiais de ovinos e de caprinos no ano 2010 foi de 290.048 cabeças, 
segundo o ministério da Agricultura (MAPA), o que representou apenas 1,1% 
do rebanho brasileiro ou cerca de 4% dos abates totais estimados (7,5 milhões 
de animais por ano).
A rede de relações de uma cadeia produtiva não pode ser entendida como 
linear e sim como uma rede em que cada agente tende a ter contatos com um ou 
mais agentes e, a partir do desenvolvimento e aperfeiçoamento destas relações, 
poderão tornar a arquitetura de uma cadeia produtiva mais ou menos eficiente 
e/ou mais ou menos coordenado.
As transações estão relacionadas aos arranjos institucionais, que diferem entre 
si, principalmente quanto à eficiência em custos de transação. Assim, conhecen-
do-se as dimensões das transações, é possível prever os arranjos institucionais 
mais eficientes. Alguns atributos são responsáveis por essas dimensões, tais como 
a frequência, a incerteza e as especificidades dos ativos.
A frequência indica a quantidade de vezes que determinadas transações 
ocorrem entre os agentes. A relação contratual entre duas partes é diretamente 
influenciada por esse atributo, uma vez que surgem formas contratuais alterna-
tivas a partir de diferentes frequências de transação. Um frigorífico que adquire 
sempre cordeiros para abate de determinado produtor deveria construir com 
ele um relacionamento de confiança que permitisse facilitar a aquisição de 
matéria-prima.
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PRODUTOS DA OVINOCULTURA
Quando um criador pretende criar ovelhas, deve escolher qual a produção 
desejada: carne, pele ou lã, embora possa aproveitar, também, o leite por elas 
produzido.
Naturalmente, a escolha da raça é de máxima importância, não só de acordo 
com a produção desejada (lã, carne, pele ou leite), mas, ainda, de acordo com o 
ambiente em que vai ser criada, para que melhor se adapte às suas condições de 
clima, temperatura, dentre outros. 
LÃ
É o mais importante 
produto da exploração 
extensiva de ovinos. 
Pode ser classificada de 
acordo com as carac-
terísticas das fibras e a 
qualidade do velo.
Um ovino passa a 
dar boa lã a partir dos 
dois anos de idade. A 
época da tosquia varia de acordo com a raça, o clima da região e com o amadu-
recimento de certos vegetais, como as leguminosas, cujas sementes aderem ao 
velo, desvalorizando a lã. Se o objetivo primário é a lã, o melhor é a criação de uma 
única raça pura, evitando mestiços, devido à irregularidade no valor do produto.
De modo geral, é feita uma vez por ano, no início da estação seca, evitan-
do-se assim o aparecimento de doenças pela exposição dos animais à chuva.
A tosquia manual é feita com tesoura-martelo e a mecânica com máquina de 
tosquiar. Uma pessoa hábil tosquia manualmente 30 animais em oito horas de 
trabalho (1 animal/16 min). Com a máquina de tosquiar, uma ovelha pode ser 
feita em cerca de 6 minutos, de modo que é possível tosquiar 80 a 100 cabeças/dia. 
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CARNE
A utilização vai dos 30 dias aos 18 meses de 
idade. Os ovinos destinados ao corte são divididos 
em classes de acordo com a idade e sexo, bem como em 
tipos, conforme a conformação,qualidade e acabamento.
Para a produção de carne, podem ser feitos cruzamen-
tos entre raças, para a obtenção de mestiços, sendo os machos 
e fêmeas vendidos para o abate.
A produção de carne dos ovinos depende principal-
mente da sua alimentação, do controle e manejo das 
pastagens e do seu aproveitamento racional. O ren-
dimento de carne de um ovino é, geralmente, em 
torno de 50%, e seu valor nutritivo encontra-se 
na Tabela 2.
A carne de ovelhas e carneiros é mais utilizada para o preparo de embutidos.
Cordeiro: até 7 meses de idade, de ambos os sexos; peso vivo 15 a 25Kg, 
carne rosada e lisa.
Borrego: ente 7 e 15 meses de idade; peso vivo 30 a 45Kg, carne mais ver-
melha que a do cordeiro.
Capão: macho com mais de 15 meses, castrado ainda quando cordeiro; colo-
ração vermelha intensa.
Ovelha: fêmea adulta com idade acima de 15 meses; peso vivo acima de 35 
Kg, carne vermelha escura.
Carneiro: macho adulto, não castrado, com idade superior a dois anos; carne 
pouco atraente pelo aspecto, consistência e sabor.
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85g de carne assada Calorias Gordura (g) Protéina (g) Ferro (g)
Caprino 122 2,58 23 3,2
Bovina 245 16 23 2,9
Suína 310 8,7 21 2,7
Ovina 235 7,3 22 1,4
Ave 120 3,5 21 1,4
Tabela 2: Comparação do Valor Nutritivo entre Carne Caprina/Bovina/Suína/Ovina/Ave 
Fonte: Escala Rural, ano I, n. 10 – Ed. Escala
PELE
Produzida por raças espe-
cializadas, como a Karakul, 
e obtida de cordeiros nona-
tos (sacrifica a ovelha antes 
do parto para retirada do 
cordeiro, para aproveitar 
a sua pele especial, deno-
minada no comércio de 
Breitschawanz, recém-nas-
cidos (Astracã) ou com mais 
de três semanas (Persianas). 
No Brasil, a raça produtora de peles resistentes e flexíveis é a deslanada do 
Nordeste. As peles dos ovinos deslanados têm maior valor no mercado, pela sua 
maior elasticidade e resistência, e uma textura fina. É utilizada em indústria de 
acessórios, vestuários e calçados.
Também são utilizadas para pelegos, principalmente no sul do país.
Podem ser comercializadas verdes, secas ou salgadas. As verdes são as de 
extração recente, que não sofrem nenhum tipo de tratamento; as secas são secas 
naturalmente, ao ar; as salgadas são submetidas à salga com sal comum.
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LEITE E DERIVADOS
Sua produção varia muito, de acordo 
com a raça, as condições ambientais 
e o manejo a que são submetidos. É 
um ótimo leite, mas raramente con-
sumido na forma líquida, sendo mais 
utilizado na produção de queijos e 
iogurtes. 
O leite ovino tem o dobro do rendimento na produção de queijo, em compa-
ração com o leite de vaca e o de cabra. A produção apresenta um bom rendimento 
no seu beneficiamento; com aproximadamente cinco litros de leite de ovelha é 
possível fazer um quilograma de queijo. O iogurte é mais fino, mais leve e em 
torno de 50% mais nutritivo.
O leite de ovelha se presta à produção dos queijos, sendo alguns deles muito 
famosos em todo o mundo como, por exemplo, tipo Cuartirolo, Canestrato 
e Pecorino (de massa mole, semidura e dura, respectivamente); Roquefort, 
Gorgonzola e Ricotta.
O leite é rico em extrato seco, gordura e matérias albuminoides, indicados 
para a produção de queijos. A lactação das ovelhas dura, em média, 100 dias, e 
a sua produção diária é de 500 a 700g e, a máxima, de 1.200 a 2.500g.
Várias são as raças de ovinos especializadas para a produção de leite como, por 
exemplo, a Bergamácia, a Wiltermach e a Laucane, ou mesmo, a RomneyMarsh.
A ordenha começa a ser feita após a venda do cordeiro, o que é feito quando 
ele atinge um mês de idade, com um peso de 10 a 12kg.
ESTERCO
Rico em matéria orgânica e ele-
mentos minerais, utilizados depois 
de curtido (perda de 1/3 do peso) 
como fertilizante.
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Produtos da Ovinocultura
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TRIPAS
Além de ser utilizada para envolver alimen-
tos, principalmente na fabricação de salsichas 
e linguiças, a tripa de carneiro é empregada 
para a confecção do categute – fio empre-
gado na medicina para suturas.
Cabanha – galpão para ovinos, criação de ovinos.
Capão – carneiro castrado.
Cascarreio – tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas 
ovelhas e mês antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais 
higiênico.
Cordeiro mamão – cordeiro que ainda acompanha a mãe.
Desolhe – tosquia em torno dos olhos.
Feltragem – enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de es-
camas.
Nonato – não nascido.
Pelego – a pele do carneiro com a lã.
Pelo cabrum – áspero e liso, semelhante ao de caprinos.
Suarda – substância gordurosa existente na lã dos ovinos.
Velo – cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro.
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PRINCIPAIS RAÇAS DE OVINOS
O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade 
econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da 
civilização, acreditando-se que tenha ocorrido há mais de 4.000 anos a.C. (Idade 
do Bronze), na Ásia Central, a partir do Muflão (Ovis orientalis), que é um car-
neiro selvagem que vive atualmente nas montanhas da Turquia e do Iraque.
No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.
As raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desem-
penham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o 
bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovi-
nos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de 
pelos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos.
Temos algumas raças e suas aptidões variadas que estão espalhadas por várias 
regiões do País, como veremos a seguir.
ALGUMAS RAÇAS ESTRANGEIRAS
Merino Australiano 
Prefere clima seco e campos enxu-
tos, com condições de abrigo. Raça 
que apresenta lã de excelente quali-
dade. Em termos teóricos, teria 70% 
de potencial para produzir lã e 30% 
para carne. As ovelhas são mochas e 
os carneiros possuem chifre em espi-
ral, afastados da cabeça.
Corriedale
Produz excelente carne e lã bastante uniforme. 
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Principais Raças de Ovinos
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Suffolk
É de fácil identificação, porque é a única que possui cabeça, orelhas e membros 
totalmente desprovidos de lã e cobertos por pelos negros. Adaptou-se bem ao 
Brasil, sendo criada nas mais diferentes regiões, em sistemas intensivos. É uma 
raça produtora de carne, em que os animais são bastante precoces, produzindo 
carcaças magras e de boa qualidade.
As fêmeas têm boa habilidade materna, com boa produção leiteira, permi-
tindo alimentar bem, mais de um cordeiro. 
Texel
Animais rústicos e sóbrios, produzindo bem no sistema extensivo e semi-inten-
sivo. Produz uma ótima carcaça, com gordura muito reduzida. Precoce, prolifera 
com ótimos índices. 
Bergamascia
Originária do Norte da Itália, também conhecida como Bergamasca, Bergamasker, 
Gigante di Bergamo. Embora seja considerada produtora de carne, sua boa pro-
dução de leite indica que pode ser explorada como uma raça leiteira. Apresenta 
o temperamento dócil, sendo um animal fácil de manejar. 
São animais rústicos e pouco exigentes quanto à alimentação. Seus cordei-
ros apresentam rápido desenvolvimento, alcançando, no primeiro mês de vida, 
o peso de 12 kg. Com 18 a 24 meses, o macho chega a atingir 120kge a fêmea 
80 kg, oferecendo um rendimento de 65 a 70 kg de carne por cabeça.
A lã é de qualidade inferior e rende cerca de 3 kg por tosquia. A ovelha 
costuma ter partos duplos e produz, em média, 250 kg de leite em 6 meses de 
lactação, utilizado para a produção de queijos Gorgonzola.
Ile de France
Raça de duplo propósito, orientado para 60% carne e 40% para lã. Mucosas 
nasais, lábios, pálpebras devem ser rosadas, orelhas médias, mochos, cascos 
brancos e grandes. Produz uma carcaça pesada e de muita qualidade, muito 
precoce, prolífera.
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I
Lacaune
Aptidão leite e carne. Raça francesa, deve seu nome aos Montes Lacaune e tem 
como origem diversos grupos ovinos que existiam na região. De porte médio a 
grande, peso médio entre 80 kg e 100 kg, nos machos, e entre 60 kg e 80 kg, nas 
fêmeas. A altura na cernelha varia de 0,70 a 0,80m. 
Uma fêmea adulta chega a produzir 4 litros de leite por dia, no pico da lacta-
ção, que ocorre ao redor dos 30-35 dias pós-parto. Durante o período de lactação, 
aproximadamente 150 dias, uma ovelha produz, em média, 1,9 litros por dia. 
ALGUMAS RAÇAS NACIONAIS
Santa Inês
É uma raça desenvolvida no nordeste brasileiro, cruzamento das raças Bergamascia, 
Morada nova, Somalis e outros ovinos (SRD).
Animal deslanado, com pelos curtos e sedosos, de grande porte, com excelente 
carne e baixo teor de gordura, pele de altíssima qualidade, rústicos e precoces, 
adaptáveis a qualquer sistema de criação e pastagem, prolífera e boa habilidade 
materna. Raça de carne e pele, com excelente capacidade leiteira.
Morada Nova
Raça nativa do Nordeste, resultante possivelmente de seleção natural e recombi-
nação de fatores em ovinos Bordaleiros e Churros trazidos pelos colonizadores 
portugueses. São animais bastante rústicos, que se adaptam às regiões mais ári-
das. Produzem carne e, principalmente, peles de ótima qualidade. As ovelhas 
são muito prolíferas.
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Como Escolher o Animal
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Crioula 
A raça Crioula é considerada como produtora de pele, mas produz uma lã valo-
rizada para o artesanato e, uma carne de cordeiro de muito boa qualidade e com 
potencialidade para a produção de leite. A ovelha Crioula caracteriza-se pelo seu 
diminuto tamanho, alta rusticidade, resistência à verminose e apresenta ciclos 
estrais durante todo ano. Os machos têm dois e, às vezes, três pares de chifres.
COMO ESCOLHER O ANIMAL
O Plantel deve ser formado, no mínimo, por um grupo de 20 ovelhas e um repro-
dutor. Precisam ser observados a escolha de reprodutores, boa caracterização 
racial, bom desenvolvimento em relação à idade, conformação perfeita, consti-
tuição vigorosa, velo e genealogia. Também deve-se levar em conta a finalidade 
da exploração, condições climáticas, pastagens, mercado, raças e tipo de ovino 
(aptidão).
As ovelhas podem ser utilizadas até a idade de 6 anos. Os carneiros devem 
ser mantidos na reprodução de 2% a 4% das fêmeas. Para produção de lã e carne, 
usar os animais capados.
A escolha da raça é de máxima importância, não só de acordo com a produ-
ção desejada (lã, carne, pele ou leite), mas, ainda, de acordo com o ambiente 
em que vai ser criada, para que melhor se adapte às suas condições de cli-
ma, temperatura, dentre outros.
Acesse o link <http://www.fmvz.unesp.br/Informativos/ovinos/raovin.htm> 
para encontrar fotos e características das espécies mais criadas no mundo, 
este conhecimento é importante para decidir o rumo e os resultados que se 
pretende com a atividade.
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SISTEMAS DE CRIAÇÃO/MANEJO
As ovelhas são, quase sempre, criadas em rebanhos. O manejo é bastante traba-
lhoso, seja pelo fato de se tratar de um rebanho grande ou por serem animais 
sensíveis. Nas regiões mais frias, como no sul do Brasil, o cuidado com as crias 
recém-nascidas deve ser intenso, pois a época de partos coincide com os meses 
de inverno, quando se tratar de raças que possuem estacionalidade reprodutiva.
A lã, retirada no início do verão, importante fonte de renda para o criador, 
torna a crescer, garantindo ao animal a sua própria defesa ao frio.
A ordenha geralmente é manual, o que exige esforço físico e, frequente-
mente, é realizada ao ar livre, expondo os ordenhadores ao tempo. Apesar da 
disponibilidade de ordenhadeiras eficazes, a ordenha mecânica ainda não é lar-
gamente adotada.
É preciso esquecer o pensamento de que ovelhas, principalmente lanadas, 
devem ser criadas em climas frios, pois a lã funciona como isolante térmico pro-
tegendo tanto do frio quanto do calor. 
Os sistemas de criação de ovinos, no Brasil e no mundo, são extremamente 
variáveis. 
Os sistemas de criação e manejo podem ser divididos em:
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 ■ Extensivo
Máximo aproveitamento dos recursos naturais; os rebanhos são geral-
mente grandes para a produção de carne e lã.
 ■ Intensivo
Indicado para animais puros destinados à reprodução ou a exposições. 
Registros rigorosos, conhecimento técnico, bom capital para instala-
ções. Reprodução controlada, manejo cuidadoso, seleção, alimentação 
e higiene bem controladas.
 ■ Semi-intensivo e Misto
Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser executado junto 
com outras explorações pecuárias.
Em qualquer sistema de produção agropecuária a meta principal é a produtividade 
com lucratividade. Para isto, devemos nos basear em quatro pontos importantes 
para o sucesso da ovinocultura: mercado, genética, nutrição e saúde.
NUTRIÇÃO
Conforme já exposto no início do texto, após definirmos a genética (raça), deve-
mos nos concentrar na alimentação dos animais, pois, por melhor que seja a 
composição genética do rebanho que passa a ser estabelecido, a não observa-
ção de um manejo nutricional adequado irá impedir o aproveitamento pleno 
da genética adquirida. 
O pasto é o principal alimento dos ovinos e quando este é de boa qualidade 
a suplementação pode ser mínima. É preferível fornecer pastagens mistas, for-
madas por gramíneas e leguminosas. É possível criar de oito a dez ovelhas em 
uma área onde é colocada uma única vaca.
Primeiramente, devemos ficar atentos ao planejamento da produção for-
rageira da propriedade, de forma a maximizar a produção e a utilização das 
pastagens no verão, além de produzir volumosos de forma eficiente e economi-
camente viável, para suplementação do rebanho nos meses de inverno, período 
em que ocorre a redução da capacidade produtiva das pastagens.
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Neste contexto, devemos considerar a necessidade de suplementação das 
matrizes com volumosos, para suprir a queda de produção das pastagens e de 
confinamento dos cordeiros para acabamento e abate. Nas duas situações, a utili-
zação de rações com 18% de proteína bruta e alta energia deverá ser considerada 
para atender às exigências nutricionais destas categorias.
SANIDADE
Com a intensificação dos sistemas de produção de carne ovina, os desafios sani-
tários passam a adquirir maior importância. Dentre as espécies de mamíferos 
domésticos, a espécie ovina é a mais suscetível à infestação por vermes. 
A melhor forma de se evitar os prejuízos causados pela infestação por vermes 
é a prevenção mediante o uso de vermífugos em intervalos de tempo constantes, 
intercalando-se os diferentes princípios ativos presentes no mercado, juntamente 
com as mudanças de piquetes (manejo das pastagens).
O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade produtivae lucrativa. 
 ■ Divisão do rebanho
A divisão do rebanho em categorias facilita o manejo e evita que ani-
mais mais velhos transmitam doenças para os animais mais novos. A 
superlotação das baias e piquetes também deve ser evitada. Isolamento 
e tratamento dos animais doentes, pois estes devem ser tratados separa-
damente do rebanho para evitar a proliferação de doenças. A observação 
do rebanho feita pelo criador permitirá a ele saber quando algo diferente 
ocorrer. As enfermidades, normalmente apresentam sintomas e, coletan-
do-se 10% das fezes do rebanho para análise, possibilita a verificação dos 
parasitas que estão infestando os animais, permitindo assim a aplicação 
de vermífugo específico.
 ■ Limpeza das instalações
O piso ripado deve ser varrido com frequência, sendo as fezes retira-
das. Todas as outras instalações que fazem parte do criatório, tais como: 
sala de ordenha, área de tosquia, galpão de ração, entre outras, devem 
ser mantidas limpas.
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 ■ Saneamento ambiental
O esterco dos animais deve ser colocado em lugar adequado (esterqueira).
Os alimentos devem ser bem armazenados (evitando a presença de inse-
tos e roedores na criação e nas proximidades).
MANEJO REPRODUTIVO
O manejo reprodutivo é composto por uma série de medidas que visam orientar 
o produtor desde a aquisição do reprodutor e matrizes até o manejo das crias, 
durante a puberdade e maturidade sexual. Para isso, precisamos de um con-
junto de medidas:
 ■ Fichas de controle para avaliação dos animais quanto à fertilidade, à pro-
lificidade, dentre outros controles.
 ■ Estação de monta, escolha da época para a realização da estação de 
reprodução. 
 ■ Manejo pós-parto e parição, os primeiros cuidados devem ser tomados 
um mês antes do parto. 
Como é o panorama da ovinocultura em sua região? Você aproveita as opor-
tunidades para pôr em prática seus conhecimentos?
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PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
De acordo com o tamanho do rebanho, será necessário formar bons pastos que 
devem ser suficientes para poder dispensar suplementação. Recomenda-se fazer 
uma análise do solo para correção de deficiências (calagem). O pasto deverá ser 
preferencialmente em terras altas, dividido em piquetes para fêmeas gestantes e 
recém-paridas, borregos e borregas, reprodutores, cordeiros de dois a seis meses, 
capões e ovelhas solteiras. É preciso providenciar piquetes para as diversas cate-
gorias: ovelhas de cria e seus cordeiros; ovelhas velhas e falhadas, borregos(as), 
ovelhas no terço final da gestação.
As ovelhas de cria são separadas segundo a qualidade de suas lãs ou por seu 
grau de sangue. Quando o plantel possui pedigree, destinar piquetes de melhor 
qualidade e de fácil vigilância. As cercas entre piquetes deverão ser construídas 
com mourões a cada 10 m, intercalados com quatro ou cinco balancins, formada 
com seis a sete fios de arame liso. Recomenda-se que o primeiro, de baixo para 
cima, esteja a 10 cm do solo, e a seguir o espaçamento entre eles seja, consecuti-
vamente: 18, 22 e 28 cm para os demais, em uma altura total de 1,62 m.
Se não houver aguada natural no local de pastagem, providenciar bebedou-
ros higiênicos, que deverão ser mantidos sempre limpos. Se não houver abrigos 
naturais, como árvores de boa copa ou bosques, construir abrigo funcional, 
com capacidade compatível ao tamanho do rebanho; sob o abrigo, providen-
ciar cocho para sal mineral. 
Se necessário, construir um aprisco (cabanha) para proteção dos animais 
contra as chuvas e ventos fortes, próximo às pastagens, em terreno seco e ensola-
rado. A construção poderá ser rústica, com piso ripado (1,5 cm de espaçamento), 
elevado a um metro do solo, pé direito de 2,5 m para uma boa aeração e com 
paredes de 1,5 m de altura. A área recomendada por cabeça é de 1,5 m2 de altura. 
A cabanha é recomendada quando a criação for para matrizes e reprodutores. 
Deve ter divisões internas (boxes) medindo 2 x 2 a 2 x 3 metros cada um, com 
comedouro e bebedouro. Os carneiros reprodutores, fora da época de monta, 
são postos em boxes separados.
É imprescindível a construção de um curral de manejo, dividido em manguei-
ras e bretes, para os trabalhos de vacinação, marcação, descola (descaudamento, 
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Planejamento do Sistema de Produção
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corte de cauda), vermifugação, dentre outros, de acordo com o tamanho do reba-
nho (recomenda-se 1 m2/cabeça). Para contenção, seringa em área coberta, com 
tronco de 90 cm de altura x 50 cm de largura no alto e 30 cm no baixo, com cerca 
de 2 a 2,5 m de comprimento e pedilúvio de 10 cm de profundidade e banheira 
antissárnica profunda, para imersão, com curral, para escoamento contíguo para 
evitar desperdício do produto. É indispensável a construção de banheiro sarní-
fugo para o combate da sarna. Todo o corredor lateral da seringa deve ter piso 
a 50 cm do solo, para facilitar os trabalhos. Para rebanhos grandes, é necessá-
rio um galpão de tosquia. 
A construção de um galpão apropriado para a tosquia ou tosa é necessária, 
devendo ser feito nas proximidades dos currais e bretes, para evitar movimentação 
e despesas no criatório. Nas grandes propriedades, deve-se prever a construção 
de bretes giratórios, destinados à inseminação artificial.
Ferramentas necessárias para o manejo adequado do rebanho ovino:
 ■ Tesoura/alicate para aparar os cascos.
 ■ Pistola de vermifugação.
 ■ Tesoura-martelo para tosquia (ou tosquiador elétrico).
 ■ Elastrador e anel de borracha para a descola (e castração).
 ■ Torques Burdizzo para castração.
 ■ Tintas para marcação.
 ■ Material para identificação (brincos, alicate).
 ■ Balança.
 ■ Pinças, agulhas e seringas hipodérmicas.
 ■ Se necessário, material para inseminação artificial (vaginoscópio, seringa 
de microdoses e tronco para coleta de sêmen).
 ■ Ficha zootécnica – manter um livro/ficha de registros gerais do rebanho e 
individual dos animais do rebanho; cobertura, nascimento, óbitos, doenças, 
vacinação, vermifugação, registro contábil de despesas com veterinário, 
medicamentos, vacinas, vermífugos e receita com a venda dos produtos.
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Além desta infraestrurura, não se pode esquecer da necessidade de mão de obra 
qualificada, pois a exploração exige grande cuidado e manejo, além da formação 
de um bom plantel de acordo com os objetivos do empreendedor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos o agronegócio da ovinocultura, no Brasil e no mundo, 
e podemos concluir que há uma crescente demanda tanto no mercado interno 
quanto no externo, então devemos nos organizar e melhor estruturar essa pro-
missora cadeia produtiva, fazendo que todos os elos, tais como produtores, 
frigoríficos, comércio, governo e consumidores trabalhem em prol da ovinocultura.
Analisamos a organização da cadeia produtiva da ovinocultura e seus pro-
dutos, constatando que o grande gargalo na cadeia produtiva da ovinocultura é 
a comercialização e a falta de escala de produção.
Há necessidade de profissionais capacitados para, além de levar em informa-
ções cruciais ao desenvolvimento da atividade, construam um ambiente favorável 
à cooperação entre os elos desta cadeia produtiva, articulando ações em prol do 
arranjo produtivo local.
Aprendemos que é necessário um conhecimento das diferentes raças para 
obter-se um melhoramento no rebanho, por meio da característica que cada uma 
delas apresenta e que, de fato, a raça Santa Inês é um ovino originário do Brasil a 
partir de cruzamentos feitos por décadas, e predominano país, principalmente 
no nordeste, que detém o maior rebanho nacional. Discutimos, também, o sis-
tema de manejo e a tecnologia de produção.
Vimos que há a necessidade de desenvolver a cultura da cooperação nos diver-
sos setores da cadeia produtiva, principalmente, nos segmentos de transporte, 
comercialização e beneficiamento, fazendo-os assumir o seu papel de parceiro, 
pois todos são parte integrante e deveriam estar interessados no sucesso do setor 
primário, que é um importante indicador quantitativo e qualitativo do grau de 
evolução dos demais componentes da cadeia.
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Considerações Finais
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Finalmente, na ótica do desenvolvimento sustentável, é fundamental a 
implantação e estruturação de um planejamento estratégico, construído de forma 
conjunta, na discussão de temas e propostas que possibilitem, aos diversos ato-
res da cadeia produtiva da ovinocultura, novos conhecimentos, tecnologias de 
produção e gestão dos seus negócios.
CUSTO DE PRODUÇÃO DE CARNE OVINA NO BRASIL
Devemos lembrar que o custo de produção é a somatória de todos os gastos inerentes 
à atividade e que cada empreendedor terá um custo diferente, pois, além do custo vari-
ável diretamente relacionado ao nível tecnológico escolhido, tem-se também os custos 
fixos de cada empreendimento, estes normalmente diferentes entre os criadores. Custo 
de produção baixo se obtém com nível tecnológico adequado, grande escala de produ-
ção e gestão eficiente dos recursos produtivos.
Apesar de o Brasil ter aumentado seu rebanho de ovelhas, e isso nos tem colocado como 
grande destaque do continente Americano, o tamanho do rebanho é cerca de dez vezes 
inferior ao de bovinos. Isso se reflete em uma instabilidade na oferta de animais para 
abate, o que diminui o interesse dos frigoríficos, que buscam escala. Sem produção em 
grande volume, os preços do produto sobem e o consumidor se distancia, dando prefe-
rência a produtos substitutos. 
No Brasil, na grande maioria das propriedades, a ovinocultura é a 2ª ou 3ª atividade 
em ordem de importância, com rebanhos médios por produtor de cerca de 50 cabeças, 
enquanto no Uruguai, nosso principal fornecedor, é de 700 cabeças por produtor. As-
sim, a escala de produção é pequena, com o custo unitário do quilo produzido sendo 
majorado em relação ao país vizinho. E a mão de obra e o proprietário não têm estímulo 
para se especializar, trazendo consigo uma série de ineficiências no dia a dia do processo 
produtivo.
No Brasil, tem-se focado muito o crescimento do rebanho ovino, no sistema semiconfi-
nado, com uso intenso de grãos na alimentação, tratando a pastagem de forma secun-
dária na alimentação dos ovinos, embora seja um animal ruminante.
Esta opção tecnológica traz consigo um alto custo de produção da carne ovina assim 
obtida. Além do mais, as perspectivas apontam que o preço da ração deve aumentar nos 
próximos anos, conforme a demanda mundial por alimentos e biocombustíveis tam-
bém se expandir. Ora, se os ovinos são ruminantes, sua criação deveria estar focada no 
uso máximo da capacidade de produção das pastagens brasileiras.
O maior desafio é estruturar a cadeia produtiva. Não existe boa relação entre produto-
res, agroindústria, distribuidores e consumidores. Quanto mais articulados eles forem, 
melhor para todos.
Por último, mas não menos importante: o Brasil, que não é exportador de carne ovina, 
se acostumou a praticar internamente preços superiores ao mercado internacional. Isso 
deu ao criador brasileiro a falsa impressão de que não precisa se preocupar em tornar 
a criação de ovelhas uma atividade competitiva e com os custos de produção sob con-
trole.
Veja como podemos aumentar nossa competitividade, lendo a matéria na íntegra na re-
vista Cabras&Ovelhas, Ano VIII - Nº 84 - Junho/Julho 2014. Disponível em: <http://www.
cabraeovelha.com.br/materias.php?id=4&ed=82>. Acesso em: 26 fev. 2015.
51 
1. A ovinocultura é uma atividade explorada economicamente em todos os conti-
nentes, sendo exercida em distintos ecossistemas com os mais diferentes tipos 
de clima, solo, topografia e vegetação. Assinale V (verdadeiro) e F (falso).
 )( O Brasil, com sua enorme extensão territorial e clima favorável à ovinocultura, 
apresenta todas as características para o desenvolvimento da ovinocultura.
 )( O produtor brasileiro está conscientizado e instrumentalizado, pois a cadeia 
produtiva da ovinocultura se apresenta bem organizada.
 )( A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele 
para vestuário, além de carne e leite para alimentação. 
2. Apesar dos avanços já alcançados na ovinocultura, ainda há países, a exemplo 
do Brasil, com grandes rebanhos, porém com uma baixa taxa de desfrute deter-
minada pelo sistema de criação adotado. Enumere a segunda coluna de acordo 
com a primeira.
1. Extensivo
( ) No mínimo por um grupo de 20 ovelhas e um 
reprodutor. Escolha de reprodutores, boa caracteriza-
ção racial, bom desenvolvimento em relação à idade, 
conformação perfeita, constituição vigorosa, velo e 
genealogia. Também deve-se levar em conta a finalida-
de da exploração, condições climáticas e mercado.
2. Intensivo ( ) Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser executado junto com a exploração agrícola.
3. Misto
( ) Escolha da época para a realização da estação de re-
produção. Este sistema visa um melhor aproveitamen-
to do potencial reprodutivo das fêmeas mediante a 
redução do intervalo entre partos, de 12 para 8 meses, 
visando assim maior produção. Separações de lotes, 
manipulação de cio, usam de rufiões, monta natural, 
monta controlada e inseminação artificial.
4. Estação de monta
( ) Indicado para animais puros destinados à repro-
dução ou às exposições. Registros rigorosos, conheci-
mento técnico, bom capital para instalações.
5. Formação de plantel
( ) Máximo aproveitamento dos recursos naturais, os 
rebanhos são geralmente grandes para produção de 
carne e lã.
3. Enquanto a cadeia produtiva não se consolida, os produtores enfrentam dificul-
dades como a falta de frigoríficos, baixo consumo, alto preço de reprodutores e 
abate clandestino.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4. As raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempe-
nham, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
1. Merino Australiano ( ) Leiteira
2. Bergamácia ( ) 70% Lã e 30% Carne
3. Ile de France ( ) Deslanada
4. Santa Inês ( ) 60% Carne e 40% Lã
5. Com a intensificação dos sistemas de produção de carne ovina, os desafios sani-
tários passam a adquirir maior importância. O ideal é prevenir doenças para ter 
uma atividade produtiva e lucrativa. Quais são as três medidas recomendadas?
a. Limpeza das instalações, medicação e saneamento ambiental.
b. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e saneamento ambiental. 
c. Divisão do rebanho, saneamento ambiental e construções em alvenaria.
d. Saneamento ambiental, raças rústicas e construções em alvenaria.
e. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e medicação.
6. Com a ótica do desenvolvimento sustentável, é fundamental, para a implanta-
ção da atividade, conhecimento do mercado, tecnologia de produção, recursos 
capitais para um bom planejamento forrageiro (terra), instalações, formação do 
plantel, algumas ferramentas de trabalho e mão de obra. 
( ) CERTO ( ) ERRADO
Parabéns, você já galgou alguns degraus dentro do nosso curso. Agora, na próxima 
unidade, iremos trabalhar os principais aspectos da caprinocultura, focados na pro-
dução e na avaliação econômica do negócio. Considerando que ovinos e caprinos 
são bastante similares (mesma família), quase todas as informações relativas ao ovi-
no podem ser aplicadas aos caprinos.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Livro: Produção de Caprinos e Ovinos no Semiárido
Autor: Tadeu Vinhas Voltolini
Editora:EMBRAPA
Sinopse: Este livro aborda questões como alimentação 
dos animais, uso da água, ambiente e instalações, manejo 
reprodutivo e sanitário, genético e melhoramento, além das boas práticas na criação e 
aspectos relacionados a produtos como a carne e o leite.
Assista e conheça mais sobre a alimentação dos ovinos acessando o link: 
<http://www.youtube.com/watch?v=J6lWeP2lteQ&feature=related>.
Você terá à disposição do Centro de Produções Técnicas cursos sobre ma-
nejo alimentar de ovinos. Neste pequeno clipe, você poderá visualizar os 
sistemas de produção e estratégias de alimentação.
Assista e conheça mais sobre o manejo sanitário dos ovinos:
<http://www.youtube.com/watch?v=14iSa9QVedc&feature=related>.
Neste pequeno clipe você poderá visualizar os principais aspectos sanitá-
rios e os sintomas de algumas enfermidades, além de medidas sanitárias 
preventivas.
Assista e conheça mais sobre o manejo reprodutivo dos ovinos: <http://
www.youtube.com/watch?v=FOhcO53eiCg&feature=related>.
Você terá à disposição do Centro de Produções Técnicas cursos sobre Téc-
nicas para produzir mais cordeiros. Neste pequeno clipe você verá que a 
produtividade está diretamente relacionada com a efi ciência reprodutiva.
MATERIAL COMPLEMENTAR
O autor Simplício A. A. escreveu sobre a caprinovinocultura de corte como alternativa 
para a geração de emprego. Se você se interessa pelo assunto, não deixe de conhecer 
o documento 48 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ISSN 1676-
7659, de dezembro/2003.
Procure no site do SEBRAE Nacional tópicos relevantes relacionados ao negócio de 
ovinos <www.sebrae.com.br>.
A evolução da caprinovinocultura brasileira, de Vânia Rodrigues Vasconcelos e Luiz da 
Silva Vieira, encontra-se disponível em: <http://www.cnpc.embrapa.br/artigo8.htm>.
Acesse os links: <www.accoba.com.br>, <www.fmvz.unesp.br/Informativos/ovinos>, 
<www.ovinocaprino.pr.gov.br>.
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Professor Me. José Sérgio Righetti
CADEIA PRODUTIVA DA 
CAPRINOCULTURA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a evolução histórica da atividade.
 ■ Caracterizar o mercado, analisando as ameaças e as oportunidades 
do negócio caprinocultura.
 ■ Conhecer a cadeia produtiva, identificando seus produtos.
 ■ Conhecer as raças de caprinos e como avaliar um animal para iniciar 
o negócio.
 ■ Analisar a tecnologia de produção.
 ■ Planejar o sistema de criação, definindo quais são as instalações mais 
apropriadas para a exploração.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Cenários Atuais
 ■ Mercado dos Produtos Caprinos
 ■ Tendências e Perspectivas
 ■ Cadeia Produtiva da Caprinocultura
 ■ Produtos da Caprinocultura
 ■ Principais Raças de Caprinos
 ■ Como Escolher o Animal
 ■ Sistema de Criação/Manejo
 ■ Planejamento do Sistema de Criação
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a). Você sabia que desde quando os povos nômades da 
Ásia e do Oriente Médio domesticaram a cabra, aproximadamente em 8.000 
a.C., o leite de cabra vem sendo utilizado na alimentação diária de grande parte 
da população mundial?
A sua importância na alimentação não reside apenas no valor biológico de 
seus nutrientes. Já no tempo de Hipócrates (Grécia Antiga: 460-377 a.C.), con-
siderado o pai da medicina moderna, médicos recomendavam seu uso devido à 
fácil digestão. Além disso, pessoas que apresentam intolerância ao leite de vaca 
podem, usualmente, tolerá-lo.
A produção de leite de cabra pode se tornar um importante instrumento na 
política de produção de alimentos e da segurança alimentar, com isso, diminuir 
os níveis de subnutrição e taxa de mortalidade infantil em várias regiões, prin-
cipalmente no nordeste brasileiro. Uma família carente poderia criar de 3 a 10 
cabras, mas essas condições não seriam suficientes para uma vaca de produção 
média de leite. Salienta-se que as cabras, em função do seu temperamento dócil, 
podem ser facilmente manejadas.
Os caprinos são animais fortes, resistentes, com grande rapidez de cresci-
mento, de boa conversão alimentar e adaptáveis a várias condições de clima. A 
criação de caprinos, além de ser uma atividade de fácil manejo, pode tornar-se 
muito rentável, desde que sejam utilizados bons animais e o trabalho seja exe-
cutado com dedicação.
Nesta unidade, vamos analisar o agronegócio como um todo, ou seja, a evolu-
ção de mercado, genética, nutrição e sanidade dos animais. Analisaremos a cadeia 
produtiva, isto é, como está organizada, as estruturas de apoio, as característi-
cas dos produtos e a tecnologia adequada para uma boa produção de caprinos.
 Bom Estudo!
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Introdução
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II
CENÁRIOS ATUAIS
MUNDO
Você sabia que o rebanho caprino aumentou cerca de 40% em 20 anos, apesar de 
o rebanho ter diminuído em alguns países que direcionavam a caprinocultura 
para produção de pelos, e que é no continente asiático que se localiza o maior 
rebanho de caprinos no mundo, seguido da África, América do Norte e Central?
Como principais países produtores, destacam-se: China, com 125,5 milhões 
de cabeças; Índia, com 137 milhões de cabeças; Paquistão, com 55,2 milhões de 
cabeças; Nigéria, com 52,5 milhões de cabeças; e Bangladesh, com 52,5 milhões 
de cabeças (MDIC, 2010).
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e 
Alimentação (FAO), a França produz cerca de 500 mil toneladas anualmente, 
sendo a maior produtora mundial de queijo de leite de cabra e, no continente 
Americano, os maiores criadores são o Brasil e o México com rebanho superior 
a 12 milhões de animais. 
BRASIL
No Brasil, existem cerca 
de 8,8 milhões de capri-
nos, correspondente ao 
10º rebanho do mundo. 
Todavia, a produção de 
leite de cabra é muito 
pequena, aproximada-
mente 141 mil toneladas. 
(IBGE, 2014)
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Mercado dos Produtos Caprinos
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Os caprinos são criados em todos os estados do país. Os maiores efetivos 
de rebanho caprino estão concentrados na Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará. 
Em termos de tamanho do plantel, a Bahia é o primeiro estado nordestino, com 
cerca de 2.458.179 cabeças, o equivalente a 30,6% da população caprina da região 
nordeste do Brasil (IBGE 2014).
Apesar do baixo nível tecnológico ainda presente em todo processo produ-
tivo, a caprinocultura no Brasil, principalmente no nordeste, tem apresentado 
configurações que a coloca em uma posição privilegiada no cenário do agrone-
gócio. Na Tabela 3, verifica-se a evolução do rebanho desde 1975.
Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
1975 7.100.994 28.717 6.542.353 182.288 275.465 72.171
1985 10.020.101 136.154 8.989.138 330.864 442.406 121.539
1995 11.271.653 306.922 10.023.365 358.233 411.001 172.132
2005 10.306.722 154.678 9.542.910 252.124 242.713 114.297
2013 8.779.213 140.926 8.023.070 207.049 315.993 92.175
Tabela 3: Efetivo total de caprinos no Brasil e por região no período de 1975 a 2013, em cabeças
Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) – IBGE – 2014
MERCADO DOS PRODUTOS CAPRINOS
A expansão do consumo de carne caprina no Brasil, apesar de ser ainda muito 
baixo, tem experimentado um incremento animador, principalmente nas gran-
des cidades. Enquanto o consumo per capita é estimado em menos de 1,0 kg, o 
consumo em países Árabes e da Europa varia de 4,0 a 8,0 kg (DANTAS, 2001).
Novos investimentos em genética, alimentação, instalações, reprodução e 
sanidade do rebanho, bem como na qualidade e no aproveitamento do leite de 
cabra têm mudado essa realidade no país. Nas décadas de 80 e 90, houve aumento 
de 58,7% na produção nacional em relação à década de 70 do século XX, porém,na primeira década do século XXI, houve um decréscimo de 17,4% em relação 
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Reprodução proibida. A
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ao final do século XX. A produção de leite de cabra é cerca de 21 milhões de 
litros e envolve, em grande parte, empresas de pequeno porte (MAPA, 2014).
Sabe-se também que no Oriente, principalmente na Dietética Chinesa, o 
leite de cabra é conceituado como um alimento nobre e bastante utilizado por 
pessoas de todas as idades. 
Pesquisas recentes feitas no Brasil mostram que o leite de cabra, além de maior 
digestibilidade, possui melhor aceitabilidade e tolerabilidade que o leite de vaca. 
Dentre as carnes mais consumidas no mundo, a carne caprina é a mais 
magra (contém o menor teor de gordura), sendo, inclusive, mais magra que a 
carne de frango. 
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS 
As perspectivas do agronegócio da caprinocultura no Brasil, em médio prazo, 
sinalizam para um modelo em base empresarial com visão de mercado. Para isto, 
é imprescindível a união de esforços de todos os segmentos da iniciativa pública 
e privada envolvidos na atividade, visando ao estabelecimento de uma política 
específica que contemple todos os atores da cadeia produtiva da carne caprina, 
incluindo ações, principalmente, sobre: 
 ■ Políticas diferenciadas de financiamento.
 ■ Fortalecimento do associativismo, como forma de organizar a base pro-
dutiva, mediante a implementação de planos integrados.
 ■ Política tributária diferenciada para o nordeste.
 ■ Incremento do padrão tecnológico em todo processo produtivo. 
 ■ Criação de canais de exportação. 
 ■ Valorização da qualidade da carne caprina e produtos derivados com 
certificação regional, por meio de novos procedimentos de identificação 
animal e implantação de sistemas de rastreabilidade. 
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As principais barreiras ao crescimento do consumo de carne caprina são:
 ■ Falta de regularidade na oferta: há enorme sazonalidade. Praticamente não 
se tem oferta nos meses do meio do ano, exatamente durante o inverno 
que favorece o consumo.
 ■ Falta de padrão de produto: os animais abatidos são de raças e idades dife-
rentes, além de serem criados com alimentação e manejo diversificado. 
Tudo isso impacta as características do produto final.
 ■ Preço alto: o preço da carne no varejo é superior a outras carnes substitutas.
 ■ Cultura e hábitos alimentares: se a região sudeste tivesse o mesmo nível 
de consumo domiciliar que tem o nordeste, o consumo seria pelo menos 
20% maior.
CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINOCULTURA
Nos últimos anos, vários seminários e workshops foram realizados no Brasil 
para discutir o agronegócio da caprinocultura. O principal enfoque dessas dis-
cussões foi identificar e propor estratégias que possibilitassem a organização do 
setor. Na Figura 4, encontra-se um esquema representativo da cadeia produtiva 
da caprinocultura.
Para Medeiros (2003), a cadeia produtiva de carne caprina no Brasil é ainda 
bastante frágil, havendo deficiência de entrosamento e de conhecimento dos pro-
blemas dos diferentes atores em relação às dificuldades das diversas áreas que 
compõem a cadeia.
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PESQUISA
FINANCIAMENTO
INSTITUIÇÕES
ORGANIZAÇÕES
LOGÍSTICA
MARKETING PROFISSIONAIS
INFRAESTRUTURA
INSUMOS PRODUÇÃO PROCESSAMENTO DISTRIBUIÇÃO
MERCADO
CONSUMIDOR
TECNOLOGIAS
Figura 4: Cadeia Produtiva da Caprinocultura
Fonte: Ceninsa (2007) 
A seguir, faremos uma análise sucinta de alguns aspectos de cada segmento da 
cadeia produtiva da caprinocultura.
INSUMOS 
Inclui desde o suprimento de medicamentos, vacinas, rações, genética, até máqui-
nas e implementos agrícolas. Nesse segmento, é importante ressaltar que, embora 
tenha observado uma evolução no número de insumos específicos para a ativi-
dade, são ainda insuficientes e inadequados alguns itens básicos que atendam 
de forma plena e econômica às necessidades do produtor de caprinos no Brasil. 
PRODUÇÃO 
Este segmento, também chamado “dentro da porteira”, pois suas ações ocorrem 
na fazenda, é responsável pela regulamentação da oferta, do preço, da qualidade 
da matéria-prima e, ainda, serve como caixa de ressonância para a maioria das 
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mudanças demandadas pelos consumidores. Como em outros segmentos da 
cadeia produtiva, mas com maior intensidade. 
Esse setor ainda apresenta limitações que impedem o seu desenvolvimento 
sustentável. Essas limitações incluem: 
 ■ Inadequação de sistemas de manejo para diversas fases da criação. 
 ■ A não utilização de raças adequadas aos diferentes sistemas de produção. 
 ■ Falta de programas sanitários, principalmente, para a região nordeste, 
onde a febre aftosa impede a expansão da atividade. 
 ■ Falta de informações sobre estratégias de cruzamentos planejados e 
específicos.
 ■ Deficiência de tecnologia sobre alimentação e nutrição, principalmente, 
para acabamento de cabritos em confinamento. 
 ■ Escassa oferta de forragem durante a estação de baixa precipitação pluvial. 
 ■ Deficiência de assistência técnica, principalmente na adoção de tecnologias. 
 ■ Falta de análise sobre custo de produção de carne em diferentes sistemas. 
 ■ Formas de financiamento adequado para o setor. 
 ■ Capacitação técnica e gerencial do produtor. 
 ■ Baixo nível de organização. 
PROCESSAMENTO 
Este segmento é responsável pelo processamento e transformação da carne 
produzida. 
Há muita ociosidade nos estabelecimentos processadores de caprinos. Essa 
ociosidade está relacionada, principalmente, com: 
 ■ Oferta sazonal de animais para abate. 
 ■ Baixa qualidade dos animais ofertados para o abate. 
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Reprodução proibida. A
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 ■ Competição com o abate informal. 
 ■ Alto custo da logística, principalmente na coleta de animais para abate. 
 ■ Falta de uma legislação tributária adequada para instalações de indús-
trias frigoríficas. 
 ■ Inspeção sanitária com custos elevados. 
 ■ Deficiência de tecnologias para um melhor aproveitamento da carne 
caprina na confecção de embutidos e produtos derivados. 
COMERCIALIZAÇÃO 
A comercialização de caprinos destinados ao abate, bem como da carne no Brasil, 
em especial na região nordeste, é caracterizada, na sua grande maioria, por um 
elevado grau de informalidade.
O processo de comercialização começa na própria propriedade e nas feiras 
livres das cidades do interior, por meio de agentes intermediários ou dos pró-
prios produtores, e termina em diferentes pontos de abate e de comercialização 
de carne chegando até o consumidor final. 
Um diagnóstico sucinto da distribuição de carne caprina no Brasil é:
 ■ Predominância de transações de mercado (compra spot, com poucas estru-
turas contratuais ou estritamente coordenadas). Quem quer ou precisa, 
compra de quem tem, ao preço do momento.
 ■ Grande informalidade (Frigomato).
 ■ Presença de intermediários, que transitam pelas propriedades rurais com-
prando animais e levando-os para abate em qualquer lugar (alguns em 
abatedouros com SIF, o que lhes permite comercializar legalmente no 
varejo), e entrega carne em açougues, feiras ou direto a restaurantes e a 
consumidores.
 ■ Concorrência desleal entre frigoríficos legalmente estabelecidos e informais.
 ■ Falta de fluxo de produtos entre os mercados estaduais.
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 ■ Existem poucos distribuidores especializados ou atacadistas do produto.
 ■ O produto não está no grande varejo, apenas em casas de carne e alguns 
supermercados regionais. Praticamente não existem contratos de 
distribuição.
 ■ Alguns poucos produtores se especializaram no atendimento aos servi-
ços de alimentação, em especial os restaurantes requintados das grandes 
cidades.
Um diagnóstico sucinto da industrialização de carne ovina e caprina no Brasil é:
 ■ Carnes processadas oficialmente representam parcela ínfima do total dis-
tribuído e consumido no país.
 ■ A maioria dos processadores oficiais compra animais no mercado. 
 ■ O couro, em especial, poderia render faturamento adicional significativo, 
caso houvesse escala e regularidade nos abates.
 ■ Novos frigoríficos estão sendo montados no nordeste, centro-oeste e 
sudeste, na tentativa de entrar nesse mercado promissor pela demanda 
crescente de produtos e carnes ovinas e caprinas.
 ■ Muitos criadores que investem na caprinovinocultura subcontratam os 
serviços de processadores e atuam diretamente no mercado de consumo.
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PRODUTOS DA CAPRINOCULTURA
LEITE E SEUS DERIVADOS
O leite de cabra é um líquido 
branco, puro, de odor e sabor 
especiais e agradáveis. O mau 
cheiro, denominado hircino, é 
transmitido pelo bode quando 
está perto das cabras em lac-
tação, impregnando-as, além 
de transmiti-lo diretamente 
ao leite.
Apresenta ainda alta 
digestibilidade, em função do 
tamanho e dispersão dos gló-
bulos de gordura, bem como 
das características de sua proteína (caseína). 
Os leites de cabra, de vaca e de humano apresentam diferenças entre si, tanto 
na quantidade, quanto na classe da proteína, o que pode ser verificado em vários 
trabalhos como demonstram a Tabela 4 e Tabela 5. O leite de cabra pode ser uti-
lizado por crianças alérgicas ao leite de vaca, ou pessoas que fazem tratamento 
quimioterápico, pois pode diminuir a queda dos cabelos.
Tipo de 
Leite
Proteína
(%)
Gordura
(%)
Lactose
(%)
Cinza
(%)
Sólidos
(%)
Cabra 3,98 4,75 4,72 0,78 14,23
Vaca 3,40 3,70 4,90 0,72 12,70
Humano 1,00 4,30 7,40 0,18 12,90
Tabela 4: Composição média do leite de cabra, de vaca e de humano
Fonte: Woltschoon-Pombo e Furtado (1978 apud MEDEIROS, 2003)
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Tipo de 
Leite
Calorias
Em gramas Mineral (ml) Vitaminas
Umidade Proteína Lipídios Ca P Fe B1 B2 B3 C
Cabra 92 83,6 3,9 6,2 190 129 0,2 0,06 0,019 0,3 1
Vaca 63 87,7 3,1 3,5 114 102 0,1 0,04 0,014 0,2 1
Búfala 115 81 5,2 8,7 210 101 0,1 0,04 0,016 0,1 1
Tabela 5: Comparação do Valor Nutritivo entre o Leite de Cabra/Vaca/Búfala
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) – Estado Nacional de Despesa Familiar
Dentre os produtos lácteos industrializados, os mais frequentes são:
 ■ Leite de cabra integral pasteurizado e/ou congelado (é mais difícil de des-
natar do que o leite de vaca).
 ■ Alguns dos mais famosos e saborosos queijos do mundo, como: frescal, 
Boursin natural ou com especiarias (alho, cebola, ervas); massa semidura 
como Moleson; massa semimole como Chevrotin, Chabochou; Crotin, 
Saint Mauri, Piramide.
 ■ Sorvetes com os mais variados sabores.
 ■ Cosméticos: sabonetes, shampoos, condicionadores, cremes hidratantes.
 ■ Leite de cabra em pó.
 ■ Leite de cabra esterilizado.
 ■ Leite de cabra UHT – Longa Vida.
 ■ Achocolatados.
 ■ Manteiga (cor branca e não amarela, menos atraente ao consumidor).
 ■ Iogurtes com sabores variados, tendo boa aceitação de mercado.
 ■ Doces deliciosos.
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CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II
No Brasil, a maior indústria compradora de leite de cabra é a Associação dos 
Criadores de Ovinos e Caprinos do Sertão do Cabugi (ACOSC), no Rio Grande 
do Norte, com o programa de inclusão na merenda escolar, organizando o agro-
negócio e trazendo benefícios nutricionais e econômicos para população. Em 
seguida, temos a CAA e Queijaria Escola Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, 
Paulocapri, em São Paulo e o Instituto Cândido Tostes, em Minas Gerais.
O preço pago ao produtor pelo leite de cabra é maior do que o de vaca, 
variando no mundo de 1,2 a 1,5 vezes, sendo que, no Brasil, essa correlação está 
em níveis mais altos, na ordem de 2,1 a 2,6.
CARNE E SEUS DERIVADOS
Carne: a carne utilizada para comér-
cio provém do abate de cabritinhos 
novos, que quanto mais cedo, 
melhor. Tem valor nutritivo e de 
fácil digestão. 
Carne defumada e embutidos: 
produtos de ótima qualidade com 
sabor e odor agradáveis, sendo bem 
aceito pelo mercado.
Peles
A produção de carne e a produção de peles 
de caprinos são atividades complementares. 
De fato, a pele de boa qualidade pode agregar 
até 30% do valor do produto final (animal 
destinado ao abate) pago ao produtor.
Utilizadas com ou sem pelos, onde serão 
empregadas na fabricação de sapatos, bolsas, 
luvas, agasalhos, podendo ser curtidas como 
pergaminho, camurça ou pelicas.
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Produtos da Caprinocultura
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O seu couro também atinge a fabricação de instrumentos musicais como 
cuícas, tambores, pandeiros, dentre outros. São consideradas de alta qualidade 
e uma das melhores do mundo, sendo o Brasil um grande exportador de pele 
caprina. 
Pelos
São utilizados na fabricação de pin-
céis, feltros, diversos tipos de tecidos, 
tapetes, escovas, produzidos principal-
mente por raças de pelos longos.
Esterco
Uma cabra adulta produz por ano, 
em média, 600 kg de esterco. Este 
esterco contém um valor fertili-
zante equivalente a 36 kg de nitrato 
de sódio, 22 kg de superfosfato e 
10 kg de cloreto de potássio, além 
do aporte de nitrogênio, fósforo e 
potássio (N-P-K) oriundos da urina. 
O esterco de cabra conceitua-se como um dos adubos mais ativos e con-
centrados, demonstrando em suas experiências que 250 kg de esterco de cabra, 
deixados em terrenos frios, produzem o mesmo efeito que 500 kg de esterco de 
vaca.
Você se sente apto a fazer um diagnóstico da cadeia produtiva de caprinos 
em sua região? Você demonstra para outras pessoas que trabalham com 
você a importância deste tipo de análise?
CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINOCULTURA
Reprodução proibida. A
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II
PRINCIPAIS RAÇAS DE CAPRINOS
Embora haja controvérsias a respeito, parece que três foram os ancestrais da 
nossa cabra doméstica (Capra Hircus):
 ■ Capra aegragus ou cabra bezoar, do ocidente da Ásia.
 ■ Capra falconerimais do oriente, da Ásia e da Índia.
 ■ Capra prisca de Adamentz, já extinta e que parece ser o tronco mais antigo.
É necessário um conhecimento das diferentes raças para obter-se um melhora-
mento no rebanho, por meio das qualidades que cada uma apresenta. Existem 
as raças nativas e as raças exóticas.
RAÇAS EXÓTICAS
EUROPEIAS: são essencialmente leiteiras, precocidade reprodutiva, boa con-
versão alimentar e maior produtividade leiteira.
Principais raças: Saanem, Alpina, Toggembourg e Alpina Britânica.
ASIÁTICAS: média e baixa produção leiteira, animais de maior porte.
Principais raças: Mambrina, Jamnapari, Bhuj, Bôer e Alpina Americana.
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Principais Raças de Caprinos
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RAÇAS NATIVAS
Também chamadas de crioulas, as cabras naturalizadas são descendentes das 
populações de animais que chegaram ao Brasil na época da colonizaçãoe que 
desenvolveram características peculiares por isolamento geográfico e seleção 
natural. 
No período seco, quando o solo arde e a vegetação da caatinga perde as folhas, 
as cabras crioulas do semiárido nordestino continuam formosas. 
BRASILEIRAS: existem, pelo menos, cinco ecotipos crioulos no país: Canindé, 
Gurgueia, Marota, Moxotó e Repartida. Destas, apenas a Canindé e a Moxotó 
são reconhecidas como raças. Possuem baixa produção leiteira, porte reduzido, 
perfeitamente adaptáveis ao meio ambiente, possuem pelos curtos, bem mane-
jadas e alimentadas podem reproduzir durante o ano todo.
Nas raças nacionais vamos destacar:
MOXOTÓ
O nome da raça é originário do vale do Moxotó, no estado do Pernambuco. 
Os animais atingem 62 cm de altura. As fêmeas adultas pesam de 30 a 40 kg. A 
prolificidade é de 1,36 e a mortalidade de animais com menos de 1 ano alcança 
15,9%. Esses caprinos são bastante rústicos, tendo como aptidão a produção de 
carne e pele.
CANINDÉ
Os animais são leves e de pequeno porte, medindo cerca de 60 cm de altura e 
pesando cerca de 40 kg. A prolificidade varia de 1,29 a 1,43 e a mortalidade de 
15,0% a 18,6% para animais de até um ano. Para animais com essa idade, o peso 
gira em torno de 15,7 kg.
Cabe ainda salientar que, no nordeste brasileiro, há muito cruzamento ale-
atório, originando um “sem-número” de animais sem raça definida (S.R.D.). 
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Reprodução proibida. A
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II
Nas raças estrangeiras podemos destacar:
Boer
O padrão da raça estipula a cor branca, com cabeça vermelha ou escura. São 
animais fortes e apresentam estacionalidade reprodutiva. Este animal apresenta 
uma produção de leite mediana, sendo que está mais especializado à produção 
de carne.
Saanem
É talvez a raça leiteira mais famosa do mundo e tem contribuído para a forma-
ção e/ou melhoramento de outras raças leiteiras. O peso vivo destes animais está 
ao redor de 50 e 75 kg.
COMO ESCOLHER O 
ANIMAL
O objetivo da maioria dos cria-
dores é o retomo econômico da 
atividade. Assim, a conforma-
ção funcional é indispensável, 
influenciando a vida produtiva 
e reprodutiva das cabras, com 
reflexos no aumento de tempo 
de permanência no rebanho e 
diminuição na taxa de descarte 
involuntário.
O julgamento de animais pelo seu aspecto exterior sempre foi considerado 
uma mistura de arte e ciência, mas a cada dia, muito mais voltado à ciência do 
que à arte. O estudo do exterior, ou ezoognósia, é importante para:
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Como Escolher o Animal
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 ■ Selecionar os animais que serão mantidos no rebanho e os que serão 
comercializados.
 ■ Incrementar programas de melhoramento genético; escolher animais para 
participação em exposições.
 ■ Aquisição de animais, em que, na maioria das vezes, a avaliação da apa-
rência é o único recurso disponível para o comprador.
A maioria das cabras tem boas características a passar às futuras gerações, desde 
que se utilizem cruzamentos direcionados.
APARÊNCIA GERAL 
Para uma avaliação sobre a aparência geral do caprino, todas as partes devem ser 
consideradas. O animal deve apresentar vigor, proporcionalidade entre as regi-
ões do corpo, com tipo e porte característicos. 
No caso dos animais puros, devem-se observar as características da raça, como 
cor da pelagem, tamanho, estrutura da fronte e das orelhas e outras peculiaridades.
APRUMOS
Define-se como aprumo a direção dos membros em toda a sua extensão ou de 
suas regiões em particular, de forma a sustentar solidamente o corpo do animal 
e permitir seu deslocamento fácil.
Devem ser fortes e adequadamente posicionados, livres de aumento de 
volume nas articulações: considere-se que as pernas e os pés suportam o ani-
mal ao longo de sua vida e, no caso da fêmea, ainda sustentam um úbere cheio 
de leite e, durante a gestação, até 10 ou 12 kg adicionais.
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II
SISTEMA DE CRIAÇÃO/MANEJO
É essencial ao controle do rebanho a identificação dos animais, pois assim o cria-
dor tem informações individuais e seguras sobre cada animal. 
Para a execução desta ação, usamos brincos ou chapas metálicas que podem 
ser usados logo após o nascimento da cria ou piques ou mossas, que são feitos 
nas orelhas quando os animais possuem entre dois e três meses de idade. A tatu-
agem e marcação de ferro a fogo é outra forma de marcação. 
Só mediante anotações cuidadosamente efetuadas, é que se torna possível 
conhecer com precisão qual é a atual situação: produtiva, reprodutiva e sanitá-
ria do rebanho.
CONTROLE SANITÁRIO
O controle sanitário é de fundamental importância para o bom andamento da 
criação.
É importante a limpeza e desinfecção das instalações, limpeza diária dos 
cochos e, de vez em quando, passar a vassoura de fogo ou desinfetante, ao menos 
uma vez por ano. Também se deve trocar periodicamente a cama dos animais e 
o varrimento das baias deve ser diariamente.
A separação dos animais por faixa etária deve ser feita da seguinte maneira: 
de zero a três meses, de três a dez meses, fêmeas secas, fêmeas em lactação, fêmeas 
gestantes, reprodutores e machos jovens não castrados em baias individuais.
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MANEJO ALIMENTAR 
Na exploração de caprinos, 
principalmente em sistemas 
extensivos, a alimentação 
básica é a pastagem. O bom 
desempenho produtivo dos 
caprinos é atribuído ao seu 
hábito alimentar: a capaci-
dade de aproveitar alimentos grosseiros e de baixo teor nutritivo.
A suplementação alimentar, notadamente na época crítica de escassez de 
alimentos, é uma prática altamente viável, pois, além de aumentar os índices 
produtivos do rebanho, contribuiu para diminuir a mortalidade, principalmente 
dos animais jovens. Nesta suplementação, podem ser usados os subprodutos da 
agricultura como restolho da cultura do milho, feijão, soja, mandioca e casca 
seca de feijão. 
MANEJO REPRODUTIVO
São requeridos conhecimentos básicos sobre relação e manejo de reprodutores 
e matrizes, puberdade, peso e idade dos animais para uso em reprodução, ciclo 
estral, época adequada para a estação de reprodução, sistemas de acasalamento, 
prenhes, partos e manejo das crias.
No manejo reprodutivo, podem ser utilizadas a monta natural, a monta 
controlada ou a inseminação artificial. Na monta natural, as cabras são deixa-
das constantemente com os reprodutores, ocorrendo coberturas durante todo 
o ano, sem controle. Na monta controlada, usam-se o rufião com as fêmeas nos 
piquetes e centros de manejo, três rufiões para 100 fêmeas. As fêmeas que esti-
verem marcadas serão inseminadas ou cobertas. 
Quanto à reprodução, as raças leiteiras mostram-se estacionais, apresentam 
cio apenas quando o período de luz diário diminui, ao final e ao início do outono. 
As fêmeas mestiças podem ciclar o ano todo, e o ciclo estral é de aproximadamente 
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II
21 dias com duração média de 36 horas. A gestação dura entre 140 e 160 dias.
As fêmas leiteiras iniciam a vida reprodutiva por volta dos 7 meses de idade 
e, quando acasaladas precocemente, podem apresentar problemas de parto, crias 
pequenas e fracas.
MANEJO DA ORDENHA
Para obtenção do leite de 
cabra isento de odor desa-
gradável e de bactérias, com 
boas condições de higiene, 
devemos manter as cabras 
distantes dos bodes e prati-
car a ordenha higiênica.
A pasteurização do leite 
deve ser realizada imediata-
mente após a ordenha ou, 
no máximo, em período não 
superiora 30 minutos após sua obtenção. 
O leite de cabra pasteurizado deverá ser destinado ao consumo no estado 
fluido, devidamente embalado e rotulado, deixando o estabelecimento benefi-
ciador com a temperatura máxima de 4oC e alcançando o ponto de venda com 
a temperatura máxima de 7oC. 
A industrialização do leite e seus derivados exige: instalações e equipamen-
tos adequados, constituição legal de firma e de indústria; registro nos Serviços 
de Inspeção Sanitária, podendo ser Federal (SIF), Estadual (SIE), ou Municipal 
(SIM), quando o município tiver legislação específica para produtos de origem 
animal.
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Planejamento do Sistema de Criação
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PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇÃO
Sobre o tamanho das instalações, seja para o pastoreio ou alimentação no cocho, 
seja para o descanso ou repouso noturno dos animais, o que se espera é que a 
área disponibilize espaço apenas o suficiente para propiciar condições favorá-
veis ao desempenho dos animais. Áreas em excesso elevam os custos sem trazer 
maiores benefícios à eficiência da produção.
As instalações são todas as construções cobertas, currais, saleiros, pedilúvios, 
cercas, entre outros. Devem ser adequados à sua região e oferecer boas condi-
ções para fazer a limpeza e manejo de sua criação.
A construção de instalações dependerá do manejo, do número de animais e 
do tipo de exploração do rebanho. Os rebanhos só justificam o custo das insta-
lações quando contam com mais de 50 cabeças; rebanhos menores poderão ser 
manejados nas instalações de bovinos.
O principal investimento são as cercas, que servem para separar animais, 
pasto, roçado e propriedade, existindo vários tipos, entre eles: elétrica, tesoura, 
pau a pique, arame (utilizando arame liso, pois o farpado danifica o couro do 
animal, tendo um espaçamento de 10 cm entre si que vai do solo até o 4° fio, do 
4° fio ao 6° com 15 cm de distância, do 7º ao 8° fio com distância de 25 cm, e o 
9° fio fica a 30 cm de distância do 8° fio).
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II
APRISCOS
Servem para proteger os animais contra chuva, ventos fortes, sereno, sol e dos 
predadores como onça, carcará e até mesmo o homem, dar boas condições de 
higiene e facilitar os trabalhos de manejo. Entre os tipos existentes, temos:
Suspensos com piso ripado: deve ter uma área de 80cm 2 a 1m 2 por ani-
mal, com altura de 80cm a 1m do chão e o piso ripado deve ter 1cm entre uma 
ripa e outra, sendo ripas de 5 cm, facilitando a limpeza.
Chão batido: também usa uma área de 80 cm2 a 1 m2 por animal.
Atenção, pessoal, é melhor sempre utilizarmos os suspensos para que o ani-
mal não fique em contato com as fezes e urina que propagam vários proble-
mas sanitários, principalmente nos cascos.
A cabra é um animal naturalmente higiênico e se vir um homem cuspir no 
seu cocho ela não se alimenta mais ali. A cabra, ao contrário da vaca, ao ser 
ordenhada, não evacua e não urina.
O odor muitas vezes atribuído ao leite de cabra é, na verdade, característi-
co de uma glândula que só o bode reprodutor possui. Denominado odor 
hircino, tem a função de atrair a fêmea no cio. Para evitá-lo, basta manter as 
cabras em lactação distantes do bode para que o cheiro não seja assimilado 
pelo leite.
O bode tem a maior concentração de testosterona entre os herbívoros. Pro-
vavelmente por isso a população rural atribua aos produtos caprinos pro-
priedades afrodisíacas.
É comum ouvir-se referência à propriedade embelezadora do leite de cabra. 
Parece que isto se deve a relatos históricos que mencionam o fato de que 
Cleópatra se banhava com leite de cabra. No Brasil, apenas nesta última dé-
cada, passou-se a investir em caprinocultura com interesse comercial. Uma 
legislação específica para produtos caprinos existe em poucos estados do 
país (Rio de Janeiro e São Paulo).
Fonte: <http://www.caprivita.com.br/info.html>. Acesso em: 12 mar. 2013.
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Planejamento do Sistema de Criação
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Baias por categoria
Para cabra gestante: área coberta com 1,5 m2 por animal.
Para reprodutores: área coberta com 2 m2 por animal com área descoberta 
de 3 m2.
Para Cabritos: área coberta com 0,50 m2 por animal.
Para cabras lactantes: segundo o MAPA (2000), o aprisco deve dispor de 
área proporcional ao número de cabras, recomendando-se 1,20 m2 de área útil 
por matriz. A dependência de ordenha, exclusiva para essa finalidade, deverá 
estar afastada de fontes de mau cheiro e/ou de construções que venham causar 
prejuízos à obtenção higiênica do leite.
ESCOLHA DO REBANHO
É a seleção dos melhores animais, dando maior importância ao ganho de peso 
e produção, sabendo-se que, quando o objetivo é uma produção especializada, 
aconselha-se o emprego de raças puras, aperfeiçoadas ou até mesmo tipos especia-
lizados para a produção desejada, havendo maior produtividade e homogeneidade 
dos produtos.
A eficiência produtiva da cabra pode ser medida por meio da produção de 
leite e do número de crias por ano. O consumo de forragem por seis cabras, com 
produção média de 1,2 litros de leite/dia, equivale ao de uma vaca com produ-
ção de 6 litros de leite/dia, ou seja, a produção total é 15% maior, enquanto em 
termos de crias, as seis cabras podem ter até 21 cabritos em dois anos, enquanto 
a vaca produzirá, no máximo, duas crias.
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II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos o agronegócio da caprinocultura no mundo e no 
Brasil e tomamos conhecimento que a caprinocultura no Brasil poderá ser uma 
alternativa de desenvolvimento econômico e social, capaz de reduzir a margina-
lização, principalmente, nas áreas semiáridas da região nordeste, constituindo-se 
em instrumento gerador de emprego e renda no campo. 
O Brasil é o 10º maior produtor de caprinos e ovinos do mundo. Mas o con-
sumo médio deste tipo de carne por parte dos brasileiros está bem abaixo de 
padrões internacionais. Nós precisamos de uma política mais séria por parte do 
governo federal para que haja mais incentivo para o consumo deste tipo de carne.
Para que isto se torne realidade, é necessário que haja fortalecimento da 
cadeia produtiva, com base no estabelecimento de uma política nacional para 
o setor, que possibilite o desenvolvimento de polos de produção de caprinos e 
processamento da carne e de produtos derivados que tenham maior atração nos 
mercados interno e externo. 
A atividade de criação, industrialização e comercialização dos produtos da 
caprinocultura, principalmente a carne, o leite e seus derivados requer cuidados 
essenciais, desde o manejo adequado da produção, escolha da melhor raça que se 
adapta ao clima da região e que tipo de produto se almeja ter. Não esquecer dos 
cuidados sanitários, tanto na criação, como, principalmente, na industrialização, 
respeitar a legislação vigente no país, assim teremos produtos de boa qualidade 
em concordância às normas e às legislações vigentes. Desta forma, conseguire-
mos ver na caprinocultura uma atividade rentável e lucrativa para o produtor, 
propiciando um produto com boa aceitação pelo consumidor.
Estamos na metade da nossa caminhada, vamos recapitular o que vimos até 
aqui. Estudamos as raças tanto nacionais como estrangeiras com suas caracte-
rísticas particulares, tais como: aptidão, prolificidade, entre outros. Aprendemos 
que é necessário um conhecimento das diferentes raças para obter-se um melho-
ramento no rebanho, por meio das qualidades que cada uma apresenta. 
Analisamos os sistemas de criação e de manejo, discutimos o controle sani-
tário, o manejo alimentar e reprodutivo dos animais, enfim, a tecnologiade 
produção dos ovinos e caprinos, que é primordial na busca dos coeficientes téc-
nicos, para análise dos negócios.
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Alguns caminhos para viabilização da caprino-ovinocultura
As políticas públicas e os programas de apoio à caprino-ovinocultura desenvolvidos até 
pouco tempo atrás, além de dispersos e superficiais, se caracterizaram por uma concep-
ção predominantemente assistencialista e por uma excessiva setorização.
A não priorização de um processo de autogestão que permita ao grupo de atores locais 
assumir gradativamente o protagonismo do processo, reduzindo, em ritmo compatível, 
a dependência das instituições públicas, a visão curta de um horizonte meramente qua-
drienal para o alcance de seus resultados, a limitação das ações de apoio ao segmento 
de criadores, ignorando ou negligenciando os demais segmentos da cadeia produtiva e 
a inexistência de um sistema simultâneo de monitoramento e de avaliação de impactos 
das ações empreendidas, são os principais pontos de estrangulamento destas políticas.
Trabalhos de órgãos de pesquisa, bem como a experiência de muitos produtores mos-
tram ser possível, em rebanhos comuns, mestiços, aumentar a produção de carne ca-
prina ou ovina comercializável por unidade de área em mais de 100% ao ano, simples-
mente, com a adoção de técnicas simplificadas de alimentação e manejo, sem maiores 
alterações no ambiente natural.
A valorização dos produtos ovinos e caprinos através da fixação de um padrão diferen-
ciado de qualidade e de sua certificação é, no contexto atual, de grande expansão da 
caprino-ovinocultura.
Os criadores de Nelore, que se interessam pela criação de caprinos de grande porte, têm 
a opção de uma raça branca, de grande porte, especializada em corte, feita por dedi-
cados especialistas, como resultado de seleção natural, pela lei inexorável da natureza, 
somente teriam sobrevivido os mais aptos, restando apenas eles. 
O Savana é um caprino alto, os machos podem passar de 130 kg. Não é difícil afirmar que 
a raça Savana poderá vir a ocupar um grande papel no cenário nacional, como a raça 
bovina Nelore. Afinal, ambos são de grande rusticidade e são brancos, com as extremi-
dades negras, para reduzir a pressão dos raios ultravioletas.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Procure no site do SEBRAE Nacional tópicos relevantes relacionados ao negócio de 
caprinos: <www.sebrae.com.br>.
Navegue pelas Associações de Criadores (<www.abcboer.com.br>, 
<www.capripaulo.com.br>) e acesse os links:
<http://www.fmvz.unesp.br/Informativos/ovinos/capov.htm>.
<www.ovinocaprino.pr.gov.br>.
<www.caprilvirtual.com.br>.
<www.capritec.com.br>.
Não deixe de ler sobre o Estudo do MDIC/ARCO. O objetivo deste estudo foi o de analisar 
o fl uxo internacional da carne ovina e caprina e de seus subprodutos e identifi car 
oportunidades de exportação para o sistema agroindustrial brasileiro. Disponível em: 
<http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1277995416.pdf>.
Autor: Lea Chapaval et al.
Editora: Aprenda Fácil
Sinopse: o livro “Manual do Produtor de Cabras Leiteiras” 
aborda um dos mais importantes temas da atualidade para 
a agricultura, já que, principalmente nos países do terceiro 
mundo, onde as defi ciências alimentares são maiores, o leite é um alimento muito 
importante. Assim, a demanda por sua qualidade aumenta a cada dia, tanto entre 
produtores quanto entre consumidores.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Assista ao vídeo a seguir e verifique como esta atividade pode ter um papel 
social importante no Brasil:
 <http://www.youtube.com/watch?v=tw6lvGfEiqY&feature=related>.
Neste pequeno clipe, você vai conhecer o projeto Cabra Nossa no Ceará 
com resultados no combate à desnutrição e geração de renda.
Assista e conheça mais sobre o leite de cabra: 
<http://www.youtube.com/watch?v=ee035jo1JiI&feature=related>.
É uma reportagem da TV Bahia/Rede Globo que aborda as características do 
leite de cabra com o depoimento de técnicos sobre a caprinocultura leiteira.
Assista e verifique o cuidado com a ordenha:
 <http://www.youtube.com/watch?v=eDsQ4awT0lg&feature=related>.
Você verá o teste de fundo preto e outras boas práticas agropecuárias re-
comendadas pela EMBRAPA, além de acompanhar a ordenha mecânica e 
manual.
Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=16EFuWNVUMM>.
Neste clipe de apenas um minuto e meio você conhecerá os tipos de cochos 
e suas dimensões de acordo com a categoria animal.
Assista ao vídeo: <http://www.videolog.tv/video.php?id=166678>.
Neste vídeo você acompanhará em cerca de 7 minutos o Capril do Bosque, 
uma pequena e singular fábrica de queijo de cabra, na cidade de Joanópolis, 
com depoimentos apontando quais as ações necessárias para o sucesso do 
empreendimento.
1) Os caprinos são animais fortes, resistentes, com grande rapidez de crescimento, 
de boa conversão alimentar e adaptáveis a várias condições de clima, explorado 
no mundo inteiro. Assinale V (verdadeiro) e F (falso).
( ) Apesar do baixo nível tecnológico ainda presente em todo o processo produtivo, 
a caprinocultura no Brasil, principalmente no nordeste, tem apresentado configura-
ções que a coloca em uma posição privilegiada no cenário do agronegócio. 
( ) Os investimentos em genética, alimentação, instalações, reprodução e sanidade 
do rebanho, bem como na qualidade e no aproveitamento do leite de cabra não 
conseguem mudar a realidade da caprinocultura no país.
( ) Na China, o leite de cabra é um alimento nobre e bastante utilizado por pessoas 
de todas as idades. 
2) As perspectivas do agronegócio da caprinocultura no Brasil, em médio prazo, 
sinalizam para um modelo em base empresarial com visão de mercado, porém 
é imprescindível a união de esforços e um planejamento estratégico. Enumere a 
segunda coluna de acordo com a primeira.
1. Pontos fracos ( ) Hábito de consumo incipiente.
2. Pontos fortes ( ) Apresentação e qualidade dos produtos.
3. Ameaças ( ) Cultura de produção de subsistência. 
4. Oportunidades ( ) Produto de grande aceitação. 
( ) Cadeias produtivas de outras carnes mais desenvolvidas.
( ) Existência de vários canais de distribuição.
( ) Clima e pastagens abundantes.
( ) Tecnologia disponível.
3) O leite de cabra é um líquido branco, puro, de sabor especial e odor desagradá-
vel, chamado de hircino. 
( ) Certo ( ) Errado
4) É necessário um conhecimento das diferentes raças para obter-se um melhora-
mento no rebanho, por meio das qualidades que cada uma apresenta. Enumere 
a segunda coluna de acordo com a primeira.
85 
1. Saanem ( ) Especializado na produção de carne.
2. Canindé ( ) Leiteira mais famosa do mundo.
3. Bôer ( ) Teve origem em Pernambuco com produção de carne e 
pele.
4. Moxoto ( ) Animais leves e de pequeno porte.
5) O controle sanitário é de fundamental importância para o bom andamento da 
criação. O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade produtiva e lucrativa. 
Quais são as três medidas recomendadas?
a. Divisão do rebanho, saneamento ambiental e construções em alvenaria.
b. Saneamento ambiental, raças rústicas e construções em alvenaria.
c. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e medicação.
d. Limpeza das instalações, medicação e saneamento ambiental.
e. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e saneamento ambiental. 
6) A industrialização do leite e seus derivados exige: instalações e equipamentos 
adequados, constituição legal de firma e indústria, registro nos Serviços de Ins-
peção Sanitária, podendo ser Federal (SIF), Estadual (SIE) ou Municipal (SIM), 
quando o município tiver legislação específica para produtos de origem animal.
( ) Certo ( ) Errado
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Professor Me. José Sérgio Righetti
CADEIA PRODUTIVA DA 
AQUICULTURA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a evolução histórica da aquicultura.
 ■ Avaliar as tendências e as perspectivas da cadeia produtiva aquícola.
 ■ Analisar as ameaças e as oportunidades do negócio.
 ■ Conhecer a cadeia produtiva aquícola.
 ■ Aprimorar conhecimentos sobreas espécies cultivadas.
 ■ Avaliar os sistemas de produção aplicados na aquicultura.
 ■ Aprimorar conhecimentos sobre viveiros de produção e os fatores 
abióticos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Aquicultura, definição e conceitos
 ■ Piscicultura e seu mercado
 ■ Tendências e perspectivas na aquicultura
 ■ Cadeia produtiva Aquícola
 ■ Espécies Cultivadas
 ■ Fatores Abióticos
 ■ Sistemas de Produção
 ■ Legalização Ambiental
 ■ Instalações na aquicultura
 ■ Manejo
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), essa disciplina, como parte do curso de Agronegócio, engran-
dece a grade curricular e particularmente me satisfaz, pois foi a área em que 
desenvolvi pesquisa no meu mestrado, em produção animal. 
A produção comercial de pescados, assim como qualquer outro agronegó-
cio, necessita de conhecimentos, tais como: mercado e fatores que interferem 
no desenvolvimento da atividade e na produtividade dos diferentes sistemas de 
produção econômica, sendo importante uma coletânea de dados, para analisar 
e construir as informações necessárias para o desenvolvimento de uma ativi-
dade sustentável.
É importante analisar alguns pontos para auxiliar a tomada de decisão, por 
parte do futuro empreendedor, entre um e outro tipo de aquicultura. 
Nesta unidade, vamos analisar a cadeia produtiva da aquicultura, ou seja, 
como está organizada, as estruturas de apoio, as características das espécies utiliza-
das, principalmente em piscicultura continental, na carcinicultura e ostreicultura.
Para viabilizar o projeto de aquicultura e otimizar o empreendimento, é 
necessário estar atento a aspectos ligados ao seu local de implantação, tais como 
topografia, tipo de solo, avaliação da quantidade e qualidade da água que será 
destinada ao abastecimento dos viveiros e outro fator que merece análise refere-
-se aos dados meteorológicos. Fatores ligados a investimentos, tipo de projeto e 
acesso ao mercado também devem ser analisados, pois interferem diretamente 
no sucesso do negócio.
Nesta parte de nosso trabalho, vamos conhecer os fatores abióticos e avaliar 
os vários sistemas de produção, tais como: intensivo, extensivo, semi-intensivo, 
tanque-rede, entre outros, e ainda vamos estudar sobre as instalações necessá-
rias para um cultivo adequado em aquicultura.
Apesar do ritmo acelerado de crescimento da produção mundial, principal-
mente no Brasil, ainda estamos longe do nosso potencial produtivo, havendo 
necessidade de profissionais adequadamente preparados para aproveitar as opor-
tunidades desta tão importante cadeia produtiva.
Bom Estudo!
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Introdução
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CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
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III
AQUICULTURA DEFINIÇÃO E CONCEITOS
A pesca extrativa é a retirada de organismos aquáticos da natureza sem seu pré-
vio cultivo; este tipo de atividade pode ocorrer em escala industrial ou artesanal, 
assim como acontecer no mar ou no continente. Em função disso, a atividade 
extrativista tem sido controlada em boa parte do planeta como tentativa de evi-
tar desastres ecológicos mais significativos que os que já se presencia atualmente.
Aquicultura é o cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições natu-
rais se dá total ou parcialmente em meio aquático. É o processo de produção em 
cativeiro, de organismos com habitat predominantemente aquático, tais como 
peixes, camarões, rãs, entre outras espécies. 
Pode-se concluir que o negócio da aquicultura apresenta-se como uma 
atividade alternativa à prática extrativista, que tem ultrapassado seus limites 
sustentáveis, e revela-se como uma opção interessante para empreendedores de 
todos os portes.
A maior diferença entre a aquicultura e a pesca está na incerteza em relação 
ao produto final. A atividade de pesca tem esta característica peculiar: o pescador 
e a empresa de pesca não têm garantias em relação à qualidade e à quantidade 
do que irão obter. Assim, a impossibilidade de controle das variáveis que envol-
vem a pesca extrativa a torna uma atividade incerta. 
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TIPOS DE AQUICULTURA
Em função do local em que a produção acontece, a aquicultura pode caracteri-
zar-se como continental ou marinha. Esta última pode, ainda, ser subdividida em 
carcinicultura, mitilicultura, ostreicultura, cultivo de macro e microalgas (algi-
cultura) e piscicultura. Pode-se dizer que o maricultor tem a desvantagem de 
estar mais à mercê das incertezas da natureza do que o aquicultor continental. 
A atividade abrange ainda a ranicultura (criação de rãs) e a criação de jacarés.
Carcinicultura (cultivo de camarões) – principal ramo da aquicultura mari-
nha no Brasil. Um dos setores da aquicultura de mais rápido crescimento na Ásia 
e na América Latina e, recentemente, na África. Tem sido um bom investimento 
para alguns maricultores brasileiros, apesar da complexidade no manuseio, prin-
cipalmente no caso da criação em gaiolas, e do impacto ambiental negativo deste 
tipo de sistema de criação.
Mitilicultura (mexilhões) e Ostreicultura (ostras) – a mitilicultura e a ostrei-
cultura são citadas em conjunto devido às características em comum (ambas são 
espécies filtradoras, por exemplo) e há possibilidade de cultivo integrado. Ambas 
são bastante desenvolvidas no estado de Santa Catarina, particularmente a ostrei-
cultura. A produção de moluscos, como ostras, mexilhões, caramujos e vieiras é 
conhecida como Malacocultura.
Algicultura ou Cultivo de algas – as algas marinhas cultivadas não con-
têm areia e lodo, como é o caso daquelas coletadas em bancos de areia e outros 
locais onde são encontradas na natureza. Seu preço de venda é bem superior ao 
que se obtém com a venda de algas não cultivadas. As algas não são comercia-
lizadas apenas in natura; alguns maricultores produzem materiais artesanais a 
partir delas, o que aumenta a rentabilidade do negócio. O cultivo de algas é muito 
pequeno no Brasil, em termos de produção.
Piscicultura – a piscicultura é o ramo da aquicultura que cuida do cultivo 
de peixes. O Brasil apresenta poucas experiências de piscicultura marinha, sendo 
que as pesquisas têm se concentrado em poucas espécies, com destaque para tai-
nha, robalo, linguado e peixe-rei. A piscicultura marinha ainda é irrelevante no 
Brasil, em termos de produção.
Os peixes e o camarão estão presentes tanto na aquicultura marinha como 
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
na aquicultura de água doce. O principal produto da aquicultura marinha no 
Brasil é o camarão, entretanto, o tamanho e a aceitação de mercado quanto aos 
dois tipos de camarões são muito diferentes; a baixa aceitação do camarão de 
água doce, cuja cor, sabor e textura diferem muito das características do cama-
rão de água salgada, faz que os peixes sejam, no Brasil, os organismos típicos da 
aquicultura continental, com pouca expressão a criação de jacarés e rãs.
Na Tabela 6, observa-se que 35,4% da produção aquícola mundial provem 
de espécies de piscicultura continental, 30,7% da algicultura, 9,3% da ostrei-
cultura, 6,1% da mitilicultura, 3,3% da carcinicultura e 15% de outras espécies.
A produção mundial de pescado (proveniente tanto da pesca extrativa quanto 
da aquicultura) atingiu aproximadamente 168 milhões de toneladas em 2010, 
representando um incremento de aproximadamente 3% em relação a 2009. Os 
maiores produtores foram a China, com aproximadamente 63,5 milhões de tone-
ladas; a Indonésia, com 11,7 milhões de toneladas; a Índia, com 9,3 milhões de 
toneladas; e o Japão, com cerca de 5,2 milhões detoneladas. Neste cenário, o 
Brasil contribuiu com apenas 0,75% (1.264.765 t) da produção mundial de pes-
cado em 2010, ocupando o 19° lugar, caindo uma posição em relação ao ranking 
geral de 2009 (MPA, 2011).
ESPÉCIES DA PRODUÇÃO MUNDIAL 
DE ORGANISMOS AQUÁTICOS
PRODUÇÃO POR ESPÉCIE 
(EM TONELADAS)
PARTICIPAÇÃO POR 
ESPÉCIES (EM %)
Ostra 4.497.085 9,3
Carpa Prateada 4.152.506 8,6
Carpa Capim 3 904 799 8,1
Carpa comum 3 043 712 6,3
Mexilhão 2 946 900 6,1
Carpa cabeça-grande 2 208 678 4,6
Carpa 2.086.311 4,3
Tilápia do Nilo 1 703 125 3,5
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Camarão 1 599 423 3,3
Plantas aquáticas 14 789 972 30,7
Outros 7 217 281 15,0
Total 48 149 792 100
Tabela 6: Produção mundial de organismos aquáticos (em toneladas e em %) 2005
Fonte: elaborado pelo autor a partir de dados disponíveis na FAO (2007)
Em relação à produção de pescado, oriundo da pesca extrativa em 2010, tanto 
marinha quanto continental, a China também se manteve como o maior produ-
tor do mundo, com cerca de 15,7 milhões de toneladas; seguida pela Indonésia, 
com 5,4 milhões de toneladas; Índia, com 4,7 milhões de toneladas e os Estados 
Unidos, com 4,4 milhões de toneladas. Já o Brasil registrou uma produção de 
785.366 t, passando a ocupar a 25° colocação no ranking mundial, caindo duas 
posições em relação ao ranking de 2009 (MPA, 2011).
Segundo o MPA (2011), a produção de pescado dos países que pescam no 
oceano Pacífico é bem superior à produção brasileira. Em 2010, o Peru regis-
trou uma produção em torno de 4,4 milhões de toneladas, seguido pelo Chile, 
com aproximadamente 3,8 milhões de toneladas. Neste critério, o Brasil apare-
cia em terceiro lugar, logo à frente da Argentina, que produziu cerca de 814 mil 
toneladas de pescado.
Em relação à produção aquícola mundial de 2010 (aquicultura), a China tam-
bém se manteve como o maior produtor, com aproximadamente 47,8 milhões de 
toneladas. A Indonésia e a Índia aparecem na segunda e terceira posições, com 
cerca de 6,3 milhões e 4,6 milhões de toneladas, respectivamente. Neste cenário, 
o Brasil ocupa a 17° posição no ranking mundial, com 479.399 t em 2010, man-
tendo a mesma posição em relação a 2009. Em relação aos países da América do 
Sul, apenas o Chile produziu mais que o Brasil, com 713.241 toneladas, sendo o 
1° produtor na América do Sul, na terceira posição está o Equador, com 271.919 
t em 2010 (MPA, 2011).
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
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De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura, a produção de pescado 
nacional para o ano de 2011 foi de 1.431.974,4 t, registrando-se um incremento 
de aproximadamente 13,2% em relação a 2010. A pesca extrativa marinha conti-
nuou sendo a principal fonte de produção de pescado nacional, sendo responsável 
por 553.670,0 t (38,7% do total de pescado), seguida pela aquicultura continental 
(544.490,0 t; 38,0%), pesca extrativa continental (249.600,2 t; 17,4%) e aquicul-
tura marinha (84.214,3 t; ~6%). 
Em 2011, a região Nordeste continuou registrando a maior produção de pes-
cado do país, com 454.216,9 t, respondendo por 31,7% da produção nacional. As 
regiões sul, norte, sudeste e centro-oeste registraram 336.451,5 t (23,5%), 326.128,3 
t (22,8%), 226.233,2 t (15,8%) e 88.944,5 t (6,2%), respectivamente (MPA, 2011).
Entre as espécies que apresentaram maior crescimento, está a sardinha, que 
chegou a 83 mil toneladas capturadas no ano passado, sendo a espécie que mais 
vem sendo produzida no país e a que melhor respondeu à política governamen-
tal de ordenamento da pesca. Em 2000, a pesca da sardinha chegou apenas a 17 
mil toneladas/ano quando, inclusive, levantou-se a possibilidade de um colapso 
da espécie. Com a criação de dois períodos de defeso por ano, a sardinha come-
çou a apresentar uma recuperação dos estoques com crescimento médio de 27% 
ao ano (MPA, 2010).
Mas o país está muito longe dos grandes produtores mundiais de peixes 
cultivados, apesar do potencial hídrico que possui, com 12% da água doce dis-
ponível do planeta, um litoral de mais de oito mil quilômetros e ainda uma faixa 
marítima, ou seja, uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE), equivalente ao tama-
nho da Amazônia.
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PISCICULTURA E O SEU 
MERCADO
Os egípcios já desenvolviam a piscicultura há 
mais de dois mil anos antes de Cristo, culti-
vavam tilápias em tanques ornamentais para 
o consumo em ocasiões especiais. 
Os primeiros registros das atividades 
aquícolas na China remontam a 1.100 a.C. 
Apesar da tradição milenar, o atual cres-
cimento da aquicultura na China se deu a 
partir da década de 70, tendo sido respon-
sável pela elevação, nos últimos 20 anos, do 
consumo de pescados que passou de 10 Kg 
anuais por pessoa para os atuais 27,7 Kg. 
Atualmente, a China é o maior produtor de 
peixes cultivados do mundo (SEBRAE, 2006).
No Brasil, os primeiros registros de cria-
ção de peixes datam da década de 30, quando 
foram feitas as experiências iniciais para obter 
a desova de espécies nativas em cativeiro. No entanto, a piscicultura como ativi-
dade econômica é muito mais recente, embora o Brasil seja um dos países com 
maior potencial hídrico em todo mundo.
Os primeiros empreendimentos em caráter comercial, na década de 80, esbar-
ravam em toda a sorte de problemas como o pouco conhecimento das técnicas 
de manejo, poucos trabalhos de pesquisas, baixa qualidade genética dos alevinos 
que eram ofertados para os produtores e a inexistência de rações nutricional-
mente adequadas para atender às exigências específicas das espécies cultivadas 
na época, dentre outras.
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
As rações passaram a ser desenvolvidas especificamente para as espécies de 
peixes mais cultivados. Os pesquisadores em nutrição animal e as fábricas de 
ração passaram a se preocupar com a qualidade e com a eficácia do produto na 
conversão em peso.
Na década de 90, também houve uma maior compreensão, por parte dos 
poderes públicos, do potencial da atividade e da importância que ela teria nos 
anos seguintes dentro da pecuária mundial.
Alguns especialistas em desenvolvimento econômico passaram a classificar a 
piscicultura como a grande revolução na pecuária mundial nas décadas seguin-
tes. Peter Drucker foi um deles:
[...] novas e inesperadas indústrias vão surgir... e rapidamente. Uma 
delas já está entre nós: a biotecnologia. Outra é a criação de peixes. 
Nos próximos 50 anos, a criação de peixes pode nos transformar de 
caçadores e coletores marinhos em pecuaristas aquícolas. Exatamente 
como há mais ou menos 10.000 anos atrás, uma inovação semelhante 
transformou nossos ancestrais de caçadores e extrativistas em agricul-
tores e pastores [...] (Revista Exame, 2000, p. 56).
De acordo com a FAO (Foodand Agricultural Organization), um hectare culti-
vado com peixes produz mais do que com qualquer outro animal. Enquanto os 
mamíferos dependem das características do ar para sua respiração e manutenção 
da temperatura corpórea, o peixe flutua, se locomove e regula sua temperatura 
interna com muito mais facilidade Desta forma, os peixes despendem pouca 
energia para a flutuação, locomoção e manutenção de sua temperatura interna, 
o que garante a eles uma maior conversão da energia contida nos alimentos que 
consomem em carne, alcançando uma altíssima produtividade. Por isso, a aqui-
cultura assume importância cada vez maior no panorama do abastecimento 
alimentar mundial.
O fato é que, nos últimos anos, a atividade de criação de peixes em cativeiro 
vem realmente experimentando um crescimentosubstancial no Brasil, acom-
panhando a tendência mundial de aumento da oferta de pescado via cultivo.
Verifica-se, nos dados da Tabela 7, que 71% do valor da produção aquícola 
brasileira é oriunda da piscicultura e 27% da carcinicultura e, embora o IBGE 
não investigue a quantidade produzida dos outros animais aquícolas (dentre 
eles, o siri, a rã e o jacaré), observa-se pelo valor agregado na produção sua baixa 
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expressividade, ou seja, abaixo de 0,1%.
A aquicultura teve um papel de destaque no crescimento da produção de 
pescado no país, mesmo com os níveis de produção de pescados extraídos tanto 
no mar como no continente em queda, a produção total de pescados brasileira 
cresceu 2% em 2010 em relação a 2009. A criação de tilápia chegou a 169 mil 
toneladas/ano, sendo o carro-chefe da produção aquícola, e representa 43% do 
total de pescado cultivado, como se observa na Tabela 8 (IBGE, 2014).
GRANDE REGIÕES 
UNIDADES DA 
FEDERAÇÃO
PEIXES CAMARÃO MALACOCULTURA
OUTROS 
ANIMAIS 
AQUÍCOLAS
Quant. 
(Tonela-
das)
Valor 
(1000 
R$)
Quant. 
(Toneladas)
Valor 
(1000 
R$)
Quant. 
(Tonela-
das)
Valor 
(1000 R$)
Valor 
(1000 
R$)
Brasil 392.492 2.020.922 64.669 765.014 19.360 58.048 4.287
Norte 72.969 406.592 40 320 8 50
Rondônia 25.141 123.146
Acre 3.864 24.288
Amazonas 15.064 98.853
Roraíma 16.134 80.185
Pará 5.055 35.563 40 8 50
Amapá 452 3.277
Tocantins 7.259 41.280
Nordeste 76.392 441.036 64.270 87 928 140
Maranhão 16.926 103.789 50
Piauí 5.474 37.335 3.701
Ceará 30.670 169.360 33.950
Rio Grande do 
Norte
2.356 18.680 16.974 9 74
Paraíba 978 6.062 864 2
Pernambuco 3.114 17.195 3.241
Alagoas 600 3.554 14 68 140
Sergipe 5.420 31.151 2.481
Bahia 10.854 53.910 3.008 64 783
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III
Sudeste 50.058 235.529 58 181 2.321 2.290
Minas Gerais 15.742 84.175 14
Espírito Santo 6.490 27.511 38
Rio de Janeiro 1.111 7.483 6 93 1.032 1.054
São Paulo 26.715 116.360 88 1.289 1.170
Sul 88.063 369.854 302 19.083 54.749 1.441
Paraná 51.143 198.582 85 266 2.668 1.438
Santa Catarina 21.240 77.667 215 18.817 52.081
Rio Grande do Sul 15.680 93.605 2 2
Centro-Oeste 105.010 567.911 416
Mato Grosso do Sul 5.667 30.219
Mato Grosso 75.630 391.989 41
Goiás 22.913 141.703 375
Distrito Federal 800 4.000
Tabela 7: Produção Aquícola nas Grandes Regiões e Unidades da Federação no período de janeiro a 
dezembro de 2013
Fonte: IBGE, 2014
Espécies
Região 
Norte
Região 
Nordeste
Região Cen-
tro-Oeste
Região 
Sudeste
Região 
Sul
Brasil
Tilápia 294 48.103 11.524 45.835 63.550 169.306
Tambaqui 55.669 18.282 14.062 705 2 88.720
Tambacu/Tambatinga 3.078 6.979 49.987 252 168 60.464
Carpa 1 107 185 258 18.286 18.837
Pintado/Cachara/Surubim 2.236 253 13.029 58 139 15.715
Pacu/Patinga 844 394 8.596 1.646 2.174 13.654
Matrinxã 4.230 542 639 73 3 5.487
Pirapitinga 1.646 33 3.084 2 1 4.766
Piau/Piapara/Piauçu/Piava 664 290 2.357 240 243 3.794
Curimatã/Curimbatá 1.353 1.250 72 23 75 2.773
Pirarucu 2.041 94 75 16 75 2.301
Traira/Trairão 14 38 40 66 998 1.156
Truta 606 351 957
Jatuarana/Piabanha/piracanjuba 787 57 9 2 855
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Lambari 5 4 44 118 88 259
Tucunaré 20 14 91 22 147
Dourado 121 9 9 139
Outros peixes 87 9 1.047 120 1.899 3.162
Total 72.969 76.392 105.010 50.058 88.063 392.492
Tabela 8: Produção brasileira da aquicultura continental por região: principais espécies (em ton.) – 2013
Fonte: IBGE, 2014
Outra espécie que também apresentou um crescimento significativo de produção 
foi o tambaqui, que passou de 30.598 toneladas, em 2008, para 88.720 tonela-
das/ano, em 2013, ou seja, um crescimento de 65,5% nestes últimos cinco anos.
Os estados pioneiros em explorar a piscicultura em caráter comercial, no 
Brasil, foram Paraná e Santa Catarina. Porém, nos últimos dez anos, a atividade 
cresceu de forma regular e consistente no nordeste do país, principalmente na 
Bahia e no Ceará.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS NA AQUICULTURA
A criação de peixe em cativeiros é uma atividade que nos últimos anos tem 
apresentado grande expansão mundial, assumindo grande importância socioe-
conômica em diversos países.
Apesar do ritmo acelerado de crescimento da produção mundial, a FAO es-
tima que, até 2030, o déficit de pescados deve crescer em 30 milhões de 
toneladas. 
No Brasil, pela estagnação da pesca e pela crescente demanda, a piscicultura 
vem constituindo uma grande alternativa para suprimento da demanda interna 
e externa. O Brasil será o único país capaz de produzir o alimento de origem 
aquática de que o mundo precisará nos próximos 30 anos, declaração feita pela 
Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas em 
2006, na cidade de Nova Déli na Índia.
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A aquicultura continua em franca expansão no Brasil e estima-se que seja da 
ordem de 80 milhões de toneladas o potencial da produção nacional de pescados. 
Se concretizada a possibilidade, o Brasil se tornará o maior produtor mundial, 
superando largamente a China com suas 63,5 milhões de toneladas.
A produção de camarão, apesar das dificuldades que este segmento enfren-
tou nos últimos anos, também apresenta resultados importantes, mantendo-se 
em um patamar de cerca de 65 mil toneladas em 2013 (IBGE, 2014).
O mercado consumidor de peixes é pouco conhecido no Brasil. Salvo em 
relação ao mercado do pescado enlatado, já firmado como indústria competente, 
porém os dados que se dispõem são vagos. 
É consenso entre os especialistas do setor que, além do potencial para produ-
ção, o Brasil possui também um grande potencial de consumo para os produtos 
aquícolas.
Essa constatação está baseada em uma série de motivos, entre eles:
 ■ O baixo consumo per capita atual por pescados registrado no Brasil, 
quando comparado a outros países do mundo e mesmo da América Latina, 
indica um elevado potencial a ser explorado. Só para ter uma ideia, se o 
consumo de pescados aumentar em apenas 1 kg por habitante por ano, o 
país precisaria produzir cerca de 190.000 toneladas a mais para atender à 
demanda adicional. Seria quase impossível suprir este mercado apenas com 
a pesca extrativa (A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o 
consumo anual de pescado de pelo menos 12 quilogramas por habitante/
ano. O brasileiro ainda consome abaixo disso. Entretanto, houve um cres-
cimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009).
 ■ A tendência crescente de valorização e do aumento do consumo de ali-
mentos mais saudáveis e com menores teores de gordura saturada, com 
destaque para os pescados.
 ■ A elevação da renda nas classes mais pobres, principalmente nos últi-
mos dez anos.
101 
• 70% do camarão marinho produzido no Brasil é exportado para os EUA, França, 
Espanha, Itália e Holanda.
• Desde 1985, o consumo aparente de pescados é maior que a produção nacional 
(Segundo ANUALPEC, U$$ 1.312 milhões com compras externas em 2013).
• Foram firmados acordos e convênios para a implementação de polos de produção 
em tanques-rede. Nas represas de Itaipu e Furnas (produção de 4 milhões de tone-
ladas). Esta produção poderá chegar a 15 milhões de toneladas com a produção 
dos reservatórios de Sobradinho, Tucuruí, e Três Marias. 
• Dois grandes empreendimentos foram realizados, um em São Paulo e outro em 
Minas Gerais. O MinasEcofish é um empreendimento para 90 mil kg/diários de 
produtos processados (filé de tilápia, farinha, óleo, hambúrguer e nuggets).
• CEAGESP de São Paulo – maiorentreposto de pescados da América Latina (75% 
do volume de pescado do Brasil, somente 6,5 % água doce).
• Desde 2004, o Brasil conta com um programa de expansão das exportações de 
pescado. Este programa procura divulgar os produtos (camarão, tilápia e os nati-
vos), participando e coordenando eventos internacionais de degustação, rodadas 
de negócios, feiras e seminários.
• Em 2014, o IBGE investigou, pela primeira vez, a aquicultura nacional, subdividida 
em piscicultura (criação de peixes e alevinos), carcinicultura (criação de camarões 
e suas larvas e pós-larvas), malacocultura (criação de ostras, vieiras e mexilhões e 
suas sementes) e criação de outros animais aquáticos (rãs, jacarés e outros).
• O município de Sorriso (MT) foi o maior produtor no ranking nacional, responsá-
vel por 21,5 mil toneladas. A espécie mais criada foi a tilápia, correspondendo a 
43,1% da produção nacional de peixes.
• Os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte concentravam 78,7% da produção 
nacional de camarões, com destaque para Aracati (CE), com 8,1 mil toneladas, res-
ponsável por 23,9% do total do Estado e 12,6% da produção nacional. 
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III
Apesar da facilidade de cultivo e dos bons índices de desempenho, o crescimento 
efetivo do mercado dependerá da superação de algumas barreiras que limitam 
o seu potencial, como: a dificuldade de transportar o pescado às regiões mais 
distantes das regiões produtoras (da costa e dos grandes rios), em virtude da 
deficiência da estrutura de estocagem e de distribuição, dificultando bastante a 
logística de entrega.
Uma parte significativa dos peixes produzidos no país continua sendo comer-
cializada diretamente na propriedade, em uma transação que envolve produtor 
e consumidor final, limitando bastante o seu alcance comercial.
No entanto, a demanda de Tilápias por frigoríficos, que antes processavam e 
distribuíam apenas peixes de captura, vem crescendo bastante nos últimos anos, 
principalmente por três razões:
 ■ O hábito de consumo de tilápias está se ampliando bastante no Brasil, 
em virtude do esforço realizado por produtores e entidades de fomento 
e apoio à piscicultura na promoção de eventos de degustação e apresen-
tação do peixe.
 ■ Os estoques naturais de peixes de captura vêm diminuindo bastante em 
virtude da sobre-pesca.
 ■ O Brasil é um dos países produtores de tilápias que possui condições, em 
virtude da localização, de exportar filés frescos do peixe para os Estados 
Unidos, país onde esse produto é valorizado e bastante apreciado.
É fundamental para o sucesso do negócio que o empreendedor busque, antes 
de iniciar a instalação do projeto, identificar os canais de comercialização para 
a sua produção, fazendo uma pequena pesquisa para a identificação de pontos 
de venda (peixarias, supermercados etc.), pontos de consumo (hotéis, restau-
rantes, bares e hospitais), distribuidores de pescado e frigoríficos que possam 
vir a serem seus compradores, bem como estimar, mediante contatos comer-
ciais, a demanda deles.
Esse procedimento é importante, pois o ciclo de produção das tilápias é 
curto e o produtor pode se ver com a produção pronta para ser entregue e ter 
dificuldade para vendê-la, apesar da existência da demanda. Estocar tilápias em 
pontos de abate nos tanques-rede, comendo ração por muito tempo, poderá 
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causar prejuízos ao piscicultor.
Vamos ver alguns pontos negativos e positivos da atividade do agronegócio.
PONTOS NEGATIVOS
 ■ Produto oferecido de forma inconsistente e com qualidade duvidosa.
 ■ Produtos pouco processados e, portanto, pouco práticos.
 ■ Prática de preços elevados em relação às fontes tradicionais de proteínas.
 ■ Produção, industrialização e distribuição desconexas.
 ■ Falta o hábito de consumo de pescado à população.
PONTOS POSITIVOS
 ■ Há carência de proteínas de qualidade para a população.
 ■ A população está se expandindo e, automaticamente, a demanda de ali-
mentos também está.
 ■ A população busca alimentos mais saudáveis para atender às necessi-
dades da vida moderna, aumentando a demanda por alimentos como a 
carne de peixes.
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CADEIA PRODUTIVA AQUÍCOLA
A cadeia produtiva da aquicultura é basicamente formada pelo setor de suporte 
técnico e infraestrutura operacional produtiva e de beneficiamento e comercia-
lização, como visualiza-se na Figura 5.
No segmento de produção de insumos, o maior destaque é para o parque 
fabril de rações, pois a ração equivale a 80% do custo de produção dos pescados 
e ela tem seu preço atrelado ao Dólar. 
Os setores de beneficiamento, distribuição e comercialização de pescado 
são considerados o calcanhar de Aquiles da aquicultura. Ainda segundo vários 
estudos, o principal gargalo de nossa aquicultura é o desconhecimento de dados 
sobre a produção de pescados do Brasil, englobada aqui aquela derivada da pis-
cicultura continental, tanto em volume quanto em valor comercial; não sabemos 
quanto produzimos, logo, nossas análises de mercado ficam prejudicadas.
Para que a aquicultura brasileira possa se desenvolver como agroindústria, há 
necessidade imediata de uma política desenvolvimentista na área, na forma de:
 ■ Reconhecimento da atividade de aquicultura como uma atividade agro-
pecuária e não ambientalista.
 ■ Projetos regionalizados de difusão de informação e transferência de 
tecnologia.
 ■ Programas educacionais e mercadológicos que visem aumentar o con-
sumo per capita de peixe no país.
 ■ Demonstração da viabilidade econômica dos sistemas de piscicultura 
intensiva.
 ■ Estabelecimento de um sistema de coleta, tabulação e interpretação de 
dados estatísticos de produção e processamento de peixes criados em 
cativeiro. 
 ■ Adequação de preços para produtores e para consumidores.
 ■ Adequação da legislação de uso da terra e da água às características úni-
cas da piscicultura.
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Cadeia Produtiva Aquícola
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INSUMOS BÁSICOS
PRODUÇÃO
Instalação do Cultivo
Povoamento
Engorda
Despesa e Abate
PROCESSAMENTO
Limpeza e Classi�cação
Pesagem
Embalagem
Estocagem
COMERCIALIZAÇÃO
Distribuição
Atacado / Varejo
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Figura 5: Modelo de Cadeia Produtiva Aquícola
Fonte: SEBRAE (2008)
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III
ESPÉCIES CULTIVADAS
PISCICULTURA
Para que uma espécie de peixe seja considerada adequada para cultivo, deve pos-
suir algumas características, entre elas:
 ■ A espécie deve ser facilmente propagável: natural ou artificialmente.
 ■ Apresentar bom crescimento em condições de cativeiro e ser resistente 
ao manejo e às enfermidades mais comuns.
 ■ Ter hábito alimentar onívoro, herbívoro, iliófago, detritívoro, fitoplantó-
fago, zooplantófago ou plantófago.
 ■ Se a espécie for carnívora, ela deverá ser de alto valor comercial e aceitar 
alimento não vivo, de preferência ração extrusada.
A seguir, vamos verificar algumas espécies que são cultivadas economicamente 
na região.
PACU
Desenvolve-se melhor em temperaturas entre 20/30ºC, mas resiste bem à tem-
peratura abaixo de 20 graus. É onívoro, pode se alimentar de frutas, sementes, 
grãos, pequenos moluscos, crustáceos, insetos e também com ração com 22% a 
30% de proteínas. Só se reproduz em cativeiro com indução artificial. Sua carne 
é muito saborosa, podendo apresentar acúmulo de gordura se receber alimentosmuito ricos em proteína. Nos policultivos deve ser a espécie principal e, quando 
cultivados com as carpas, come as nadadeiras delas. Peso no primeiro ano, 1,0 a 
1,2 kg, peso que pode ser encontrado na natureza, 20 kg. Utilização da espécie: 
pesca esportiva, consumo da carne-costela ou bandas.
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Observações: 
Quando submetidos a condições de baixos níveis de oxigênio dissolvido, os peixes 
redondos expandem o lábio inferior, o que permite maior eficiência de capta-
ção de oxigênio e os torna resistente a condições adversas de qualidade da água. 
Em tanques-rede, deve-se trabalhar com baixa densidade e com estruturas 
de médio a grande volume (>25m³).
Pacus cultivados em raceways de alvenaria apresentam inúmeros problemas 
de perdas de escama e, consequentemente, incidência de bactérias.
CARPA 
De origem asiática, cultivada praticamente em todo o mundo, possui qualidades 
importantes para produção em viveiros, como resistência a doenças, facilidade 
de manejo e de reprodução. Em algumas regiões do Brasil, seu sabor e aparên-
cia não são bem aceitos pelos consumidores. As variedades mais cultivadas são: 
carpa escama, espelho, cabeçuda, capim e carpa colorida, sendo esta última mais 
apreciada para fins decorativos. Possuem hábitos alimentares bentófago e onívoro, 
ou seja, alimentam-se de preferência de pequenos vermes, minhocas e moluscos 
que vivem no fundo dos tanques e se adaptam bem aos mais diferentes tipos de 
alimentos. As carpas apresentam crescimento rápido, atingindo facilmente 1,5 
kg em um ano. Podem ser utilizadas em policultivo, se reproduzem em vivei-
ros apresentando uma desova por ano. Se fizer a reprodução artificial, pode ser 
feito mais de duas desovas por ano. 
TILÁPIA
É um peixe que se reproduz com muita facilidade, mesmo em tanques. É um 
peixe africano muito rústico e de carne saborosa. Possui hábito alimentar planc-
tófago e detritívoro, alimentando-se, em primeiro lugar, do plâncton em menor 
proporção de detritos orgânicos, aceita bem rações artificiais. Atinge cerca de 
600 gramas no período de 6 a 8 meses de cultivo. A maior restrição ao seu cul-
tivo é sua reprodução precoce sendo, portanto, utilizados alevinos revertidos. 
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III
PINTADO
Encontrado frequentemente nas bacias do rio Paraguai-Uruguai e São Francisco, 
apresenta ótima aceitação no mercado devido à excelente palatabilidade e ausên-
cia de espinhos intramusculares em sua carne. O maior desafio está sendo a sua 
alimentação em cativeiro, devido ao alto custo, porém com bom retorno em 
conversão alimentar. 
Observações: 
Devido ao hábito noturno do pintado, peixes entre 5 e 50g devem ser ali-
mentados no período noturno e em períodos de baixa luz (06h00 e 18h00). 
Pintados alimentados com ração comercial devem ser classificados semanal-
mente até atingirem o peso de 50g para reduzir perdas por canibalismo.
CARCINICULTURA
Duas espécies de camarão cultivadas predominam no mercado internacio-
nal, com cerca de 70% do volume ofertado: Penaeusmonodon, no Oriente, e 
Litopenaeusvannamei, no Ocidente. 
Sendo as principais espécies obtidas 
na pesca extrativa enumeradas na 
Tabela 9.
As principais espécies cultivadas 
são as seguintes:
O T i g r e A s i á t i c o 
(Penaeusmonodon), espécie culti-
vada em quase todos os países da Ásia, 
exceto Japão e China, atualmente, com 
56% da produção mundial cultivada.
O Camarão Cinza do Ocidente 
(Litopenaeusvannamei), atualmente é 
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Espécies Cultivadas
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cultivado em todos os países produtores do Ocidente. A carcinicultura brasi-
leira explora exclusivamente esta espécie que participa com 16% da produção 
mundial de camarão cultivado.
Os Camarões Brancos da Ásia (Farfantepenaeusmerguiensise 
Feneropenaeusindicus), nativos do Oceano Índico, vêm sendo cultivados mais 
extensivamente nas Filipinas e na Índia e participam com 17% da produção 
mundial.
O Camarão Branco da China (Farfanfepenaeuschinensisou orientalis), espé-
cie originária da Península Coreana e da costa da China, participa com 6% da 
produção cultivada mundial.
O Camarão Azul Ocidental (LitopenaeusStylirostris) é uma espécie nativa 
da costa sul-americana do Pacífico, participa com 4% da produção mundial de 
camarão confinado.
O Camarão Kuruma Japonês (Marsupenaeusjaponicus), nativo do Oceano 
Índico e da parte oriental sul do Pacífico, é cultivado no Japão e na Austrália, 
representa 1% da produção confinada mundial.
NOMES VULGARES SINONÍMIA FAMÍLIA NOMECLATURA CIENTÍFICA
Camarão-barba-ruça Camarão-serrinha ou ferrinho Penaeidade Artemesia longinaris
Camarão-branco Camarão-legítimo Penaeidade Litopenaeus schimitti
Camarão-rosa Camarão-pistola Penaeidade Farfantepenaeus paulensis
Penaeidade farfantepenaeus brasiliensis
Camarão-espião Penaeidade Farfantepenaeus subtilis
Camarão-santana Camarão-vermelho Penaeidade Peloticus muelleri
Camarão-sete-barbas Penaeidade iphopenaus kroyeri
Tabela 9: Principais espécies de camarões na pesca extrativa marinha
Fonte: Reproduzido de IBAMA, (2007, p. 103)
A produção mundial de camarões de água doce do gênero Macrobrachiumé é 
um dos setores da aquicultura que mais cresce no mundo, tendo aumentado 
mais de 1300% na última década. A produção está embasada em duas espécies: 
Macrobrachiumrosenbergii(60%) e Macrobrachiumnipponense(38%).
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CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
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III
OSTREICULTURA
Duas espécies de ostras são cultiva-
das no Brasil:
Crassostrea gigas
Ostra japonesa que tem um rápido crescimento, mas requer temperaturas mais 
baixas, máximo 28ºC e melhor abaixo de 24ºC, é indicada para o Sul do Brasil. 
Esta espécie é cultivada em lanternas fixas em long-lines em baías do litoral. Não 
é indicada para regiões estuarinas de mangue. Não se reproduz no ambiente, só 
em laboratório.
Crassostrearhizophorae
Ostra nativa do Brasil, com uma distribuição ao longo de todo litoral e predo-
minantemente no norte e nordeste em regiões de mangue. Cultivo dessa espécie 
é recomendado em travesseiros.
As sementes da ostra Crassostrea gigas podem ser obtidas na Universidade 
Federal de Santa Catarina que, a partir da reprodução em laboratório, forne-
cem também a ostra nativa Crassostrearhizophorae, porém em menor escala. 
As sementes podem ser obtidas também diretamente do ambiente utilizando 
coletores artificiais, como telhas ou garrafas PET de 2 litros (sem fundo). Estes 
artefatos são banhados em uma solução de cal, gesso e areia fina, para que as 
sementes possam fixar-se e serem facilmente retiradas. É muito importante se 
atentar para o período da desova, que geralmente ocorre na primavera.
As sementes de um centímetro são retiradas dos coletores uma a uma e colo-
cadas em travesseiros de 4mm. Cada travesseiro deve acomodar 6000 unidades.
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Fatores Abióticos
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FATORES ABIÓTICOS
São os fatores do meio (sem vida) em que vivem os organismos, ou seja, da água 
e que geram efeitos sobre a vida destes organismos. Discutiremos alguns fatores 
importantes para o sucesso do negócio.
TEMPERATURA
É um dos fatores que afetam o desen-
volvimento do peixe na reprodução 
e, principalmente, na alimenta-
ção. Os peixes são pecilotérmicos, 
isto é, a temperatura do seu corpo 
é influenciada pelo ambiente, pois 
não possuem mecanismos que regu-
lam a temperatura corporal como os 
mamíferos.
TRANSPARÊNCIA
Esta é uma medida diretamente relacionada com a quantidadede matéria orgâ-
nica, plâncton, matérias em suspensão decorrentes das chuvas etc. A transparência 
ideal é de 40 a 60 centímetros. Para medi-la usa-se o disco de Secchi.
OXIGÊNIO DISSOLVIDO (O.D.)
O oxigênio é o gás mais importante para os peixes. As fontes de O2 são a atmos-
fera e a fotossíntese. Sua quantidade deve ser suficiente e, para tanto, deve lançar 
mão de areadores, filtros biológicos e vazão da água.
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
Reprodução proibida. A
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III
POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (PH)
O pH é definido como uma medida de acidez ou alcalinidade. Os peixes geral-
mente vivem em pH na faixa de 5,0 a 9,5 mas o ideal é 7,0 a 8,0 (neutro ou 
ligeiramente alcalino). 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
PISCICULTURA
Os peixes podem ser produzidos em vários sistemas e regimes de produção, clas-
sificados de acordo com a intensidade de estocagem, das práticas de manejo e do 
uso de insumos, como sistema extensivo, sistema semi-intensivo, sistema inten-
sivo e sistema superintensivo.
SISTEMA EXTENSIVO
A intervenção do homem praticamente inexiste, tem como características princi-
pais a alimentação natural, sem qualquer manejo de fertilização ou alimentação 
dos peixes. Densidade de estocagem menor que 2.000 peixes/ha, sem monito-
ramento da qualidade de água, e viveiros sem planejamento (com dimensões 
variadas).
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Sistemas de Produção
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SISTEMA SEMI-INTENSIVO
É o mais difundido no mundo e no Brasil. Atinge 95% da atividade, caracteri-
zado por alimentação natural e suplementar, densidade de estocagem de 5.000 
a 20.000 peixes/ha, monitoramento parcial da qualidade de água, tendo a adi-
ção de fertilizantes químicos e orgânicos para alta produção de alimento natural 
(ficto e zooplancton) como fonte de alimento principal. A reposição da água per-
dida por evaporação e infiltração, sem que haja renovação, garantirá a disposição 
de nutrientes. Pois a renovação acarreta perda de nutrientes, provocando nova 
adubação, que gera custos. 
SISTEMA INTENSIVO
Neste sistema, a principal fonte de alimentação são rações balanceadas, apre-
sentando produtividades superiores a 12500 kg/ha/safra, há uma troca diária do 
volume de água acima de 10% e utilização de aeradores.
SISTEMA SUPERINTENSIVO
Neste sistema, os peixes são estocados em alta densidade e ocorre alta renovação 
de água nos tanques, que garante para o peixe o suficiente de oxigênio dissolvido 
e elimina excrementos. Aqui a densidade de estocagem não é considerada por 
metro quadrado e sim biomassa por metro cúbico. A ração deve ser nutricional-
mente completa e ter estabilidade na água, pois é a principal fonte de alimento. 
Exemplos: raceway, fábrica de peixe e tanques-rede.
Raceway: é o nome dado aos tanques com alto fluxo de água (renovação 
d’água induzida, com volume superior a 50% do volume total inundado), que 
podem ser circulares, retangulares ou de outras formas e onde é utilizada uma 
grande densidade de estocagem de peixes por m3. Possui uso de equipamentos 
para oxigenação da água.
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CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
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Tanques-rede: são gaiolas feitas de tela, na forma retangular ou circular, 
aberta no topo e flutuante. O sistema de criação em tanques-rede, que proporcio-
nam boa flexibilidade à aquicultura de água doce, também é facilmente aplicável 
à aquicultura marinha (um homem pode cuidar de até 35 gaiolas).
Vantagens:
 ■ Os tanques-rede podem ser utilizados em diversos cursos d’agua como: 
remansos grandes, reservatórios públicos, lagos, dentre outros.
 ■ Devido à alta densidade de estocagem, fica facilitada a observação dos 
animais e uma intervenção imediata.
 ■ A despesca é mais simples e rápida.
 ■ O investimento inicial é 30% a 40 % menor que no convencional.
Desvantagens:
 ■ Os custos com ração serão maiores, pois a contribuição de alimentação 
natural está totalmente descartada.
 ■ Por causa da alta densidade, os peixes ficam susceptíveis a doenças e a 
ferimentos.
 ■ Requer mais cuidado e profissionalismo devido às enfermidades e à con-
centração da produção.
CARCINICULTURA
A criação de camarões de água doce 
baseia-se, principalmente, na espécie 
Macrobrachiumrosenbergii (camarão da 
Malásia). Os sistemas de criação adotados 
na carcinicultura de água doce são monofá-
sico, bifásico e trifásico. 
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Suas principais características são:
 ■ Sistema monofásico (baixa tecnologia): caracterizado por apenas um 
tipo de viveiro, de terra, usado na recria. Os viveiros são povoados com 
pós-larvas recém-metamorfoseadas, na proporção que varia entre 8 a 10 
pós-larvas/m². O ciclo tem duração média de 6 meses sem qualquer trans-
ferência. A sua produtividade fica entre 1.000 a 1.500kg/ha/ano.
 ■ Sistema bifásico (média tecnologia): trata-se da manutenção das pós-lar-
vas recém-metamorfoseadas em viveiros-berçário, também de terra. As 
pós-larvas permanecem nestes berçários durante aproximadamente dois 
meses, em densidades que variam de 70 a 200 pós-larvas/m². Em seguida, 
os juvenis com peso médio de aproximadamente 2,0g são transferidos para 
os viveiros de engorda. Ali permanecem por mais quatro meses, apro-
ximadamente, em densidades de 8 a 10 juvenis/m², sendo despescados 
com peso médio de 25 a 30g. Tal sistema permite alcançar produtivida-
des próximas de 2.000kg/ha/ano.
 ■ Sistema trifásico (alta tecnologia): semelhante ao anterior, diferindo ape-
nas pela consideração de uma fase inicial realizada em berçários primários. 
Neles, as pós-larvas recém-metamorfoseadas são estocadas em altas den-
sidades (4 a 8 pós-larvas/litro) em tanques de concreto, alvenaria, fibra de 
vidro. Esta fase tem duração de 15 a 20 dias; seus organismos com peso 
médio de 0,05 g são transferidos para os berçários secundários, seguindo 
o manejo descrito no sistema bifásico. As produtividades neste sistema 
regulam-se entre 2.500 a 3.000kg/ha/ano, mas, em um futuro próximo, 
estima-se que as tecnologias disponíveis permitirão atingir produtividade 
de até 9.000kg/ha/ano.
OSTREICULTURA
As pequenas larvas procuram um 
suporte que lhe convêm para se fixar. 
A coletora preparada cuidadosa-
mente pelo ostreicultor tem várias 
finalidades: serve de suporte, abrigo 
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III
e proteção dos predadores naturais. Existem várias formas e meios de coleto-
res. Eles são posicionados com o apoio de balsas próprias, colocados ao longo 
dos bancos de engorda e expostos às correntezas da maré. Cada passo deste pro-
cesso tem época apropriada. A temperatura da água, a salinidade, a oxigenação, 
os ventos, as chuvas fazem avançar ou recuar o ciclo de vida da ostra. O cuidado 
diário, as condições ambientais favoráveis, a pureza das águas são os fatores que 
influenciam no sucesso do empreendimento.
Depois de fixar as larvas posicionadas em coletores, as ostras alcançam 
um tamanho de 2 a 4 centímetros em um prazo de seis a oito meses. Isto quer 
dizer que, neste período, já cresceram 200 vezes o tamanho inicial de nascença. 
Durante o crescimento das ostras, há necessidade de ocupação de novos espa-
ços. As larvas estão sendo depreendidas dos coletores e ocorre uma troca manual 
para ocupar espaços mais amplos em outros coletores.
É onde se dá o processo de engorda que ocorre em um prazo de dezoito a 
vinte meses de vida. A engorda ocorre em coletores do tipo bandeja, colocados 
sobre mesas, protegendo as ostras e expondo-as a altos e baixos da maré.
As correntes dos canais são águas ricas em plâncton, a fonte de alimento 
naturalda ostra.
A salinidade do mar, a natureza do fundo dos manguezais, as variedades 
dos plânctons que fornecem o sabor particular da ostra que a diferencia em 
cada região. As ostras criadas nas águas mistas e puras têm um sabor suave e 
levemente doce, destacando uma posição favorável para uso na gastronomia. A 
comparação se dá com o produto da ostreicultura proveniente dos estados do 
Sul do Brasil, onde a criação ocorre em mar aberto de elevada salinidade, uma 
condição ambiental que lhes confere um gosto mais acentuado.
POLICULTIVO
O policultivo consiste na criação simultânea de duas ou mais espécies aquáticas 
em um mesmo viveiro com o objetivo de maximizar a produção, utilizando orga-
nismos com diferentes hábitos alimentares e distribuição espacial. Representa 
a eficiente ocupação do espaço físico e dos diferentes nichos alimentares dos 
viveiros.
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No policultivo, os organismos cultivados ocupam diferentes nichos ecoló-
gicos em um mesmo ambiente proporcionando um melhor aproveitamento dos 
recursos disponíveis, da área e, consequentemente, o aumento de produtividade. 
A combinação de diferentes espécies de peixes pode contribuir para melhorar as 
condições ambientais pelo aumento na disponibilidade de recursos alimentares e 
da oxigenação da água. A compreensão destas relações torna-se uma ferramenta 
essencial ao manejo do policultivo e à maximização da produção de peixes.
O policultivo está fundamentado na composição das espécies, no ciclo de 
produção da matéria orgânica no viveiro, na produtividade natural e nas princi-
pais etapas do metabolismo aquático. A densidade de cada espécie está baseada 
na melhor utilização do alimento e proporcional à alimentação suplementar ofe-
recida. Devem-se utilizar espécies com diferentes hábitos alimentares, mesma 
faixa de tolerância à temperatura, com idade, tamanho e crescimento similares 
para cada espécie. 
CONSÓRCIO
Consórcio é a produção de pelo menos um organismo aquático em associação 
com organismos terrestres, que podem ser animais ou vegetais. O consórcio dos 
camarões de água doce com arroz é uma atividade extremamente promissora que 
vem sendo realizada na Ásia. No Brasil, temos o consórcio da tilápia com arroz.
Diversas etapas preliminares devem ser cumpridas antes de iniciar a cons-
trução dos viveiros. A seleção da área, as consultas aos órgãos ambientais e 
reguladores, o levantamento topográfico (planialtimétrico), o dimensionamento 
e o estudo da distribuição (“layout”) dos viveiros e das estruturas hidráulicas e a 
obtenção das autorizações (ambientais e legais) para a implantação do projeto.
Qual é a tecnologia utilizada pela maioria dos piscicultores de sua região? 
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III
LEGALIZAÇÃO AMBIENTAL
Em razão da utilização de recursos naturais como solo e água, a aquicultura racio-
nal está sujeita a uma legislação específica destinada à preservação dos rios e das 
nascentes, dos solos e das florestas. O empreendedor aquícola deverá respeitar a 
área de preservação permanente (APP ou Mata Ciliar) e a área de reserva legal 
(20% da área com cobertura vegetal de porte arbóreo, no caso do Paraná), com 
tratamento diferenciado conforme o tamanho da propriedade.
Para construção de viveiros no estado do Paraná, o produtor deverá, inicial-
mente, mediante a apresentação de um projeto técnico (CREA – ART), solicitar 
junto à antiga SUDERHSA (Superintendência de Desenvolvimento de Recursos 
Hídricos e Saneamento Ambiental), hoje Instituto das Águas do Paraná e ao IAP 
(Instituto Ambiental do Paraná), a outorga para uso da água e o Licenciamento 
Ambiental, respectivamente.
As restrições ambientais exigem o controle ou o tratamento dos efluentes e 
a adoção de medidas para evitar o escape de peixes. 
INSTALAÇÕES NA AQUICULTURA
VIVEIROS
Devem ser planejados, usam-se máquinas para escavar, acertar a declividade que 
possa proporcionar o total escoamento da água e facilitar a despesca. 
Não há uma regra única a ser seguida para estabelecer o tamanho dos viveiros 
para as diferentes fases de cultivo. Isto depende tanto da topografia, do formato 
e do tamanho do terreno, como da escala e do plano de produção.
Nas áreas mais rasas, os viveiros devem ter uma profundidade de água de, 
pelo menos 1,0 m, de forma a evitar o fácil desenvolvimento de plantas aquáticas 
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Instalações na Aquicultura
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e algas filamentosas, que podem dificultar o acesso dos peixes ao alimento, pre-
judicar as colheitas e ocasionar problemas na qualidade da água. As áreas mais 
profundas dos viveiros devem ter entre 1,5 e 2,5 m. Profundidades acima de 
3,0m devem ser evitadas.
Você sabia que, em muitos casos de infiltração, conseguimos impermeabili-
zar o fundo do viveiro com compactação e utilização de esterco de suínos?
SISTEMA DE ABASTECIMENTO E DRENAGEM DA ÁGUA
Nas pisciculturas, o suprimento e a distribuição de água são feitos por gravidade, 
por bombeamento, ou combinando essas duas possibilidades. 
Abastecimento por gravidade – usado em locais onde a fonte de água, geral-
mente uma represa ou uma nascente, está em uma cota ou nível acima da cota 
da água dos viveiros. A distribuição da água aos viveiros é feita mediante canais 
abertos ou por tubulação. 
Abastecimento por bombeamento – empregado quando a fonte de água 
está em uma cota ou nível abaixo da cota ou nível da água dos viveiros. Esse sis-
tema de abastecimento é muito comum quando se utiliza água de poços, de rios 
ou de represas com nível abaixo do nível da água nos viveiros. A distribuição da 
água é feita por tubulação pressurizada pela bomba até a entrada dos viveiros.
O ideal é contar com abastecimento e distribuição de água por gravidade, 
reduzindo o custo operacional (por não demandar energia elétrica ou combus-
tível) e o risco de falhas no sistema com a quebra de bombas ou falta de energia. 
No entanto, o abastecimento por gravidade nem sempre é possível. 
Monges e cachimbos – as estruturas mais comumente utilizadas para o con-
trole do nível e o esvaziamento dos viveiros são os monges e os cachimbos. Na 
Figura 6, visualiza-se o sistema de monge mais utilizado nos viveiros escavados 
acima de 1.000 metros quadrados. Em viveiros menores, normalmente, utiliza-
-se o sistema de cachimbos edificados com canos de PVC.
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III
Alça da comporta
Parede interna do monge
Colares
anti-infiltraçãoNível da água
no viveiro
Tubo de drenagemBase do monge
Tela na entrada
do monge
Comporta com
guias laterais
Figura 6: Monge
Fonte: O autor 
Caro(a) aluno(a), é interessante que você saiba como calcular a vazão de um 
córrego pelo método do flutuador, pois a disponibilidade da vazão é determi-
nante na produção.
Vamos ver como proceder:
Primeiramente, delimita-se um trecho homogêneo do córrego, medindo 
sua extensão, profundidade e larguras, tanto do fundo como da lâmina de água.
Depois, solta-se o flutuador alguns metros antes da marcação do início do 
trecho delimitado, anotando o tempo gasto pelo flutuador do marco inicial do 
trecho até o final.
Considerando o trecho de 10 metros e que o flutuador tenha consumido 10 
segundos para chegar ao ponto final do trecho delimitado, sendo que o cronô-
metro tenha sido disparado quando o flutuador passou pelo ponto que marcava o 
início do trecho, tem-se que a velocidade do flutuador foi de 1 metro por segundo 
(10 metros percorridos em 10 segundos), ou seja:
V = Distância Percorrida/ Tempo consumido
V = 10 metros/10 segundos
V = 1m/s
Portanto, a velocidade da água é a mesmado flutuador, assim 1 m/s.
Considerando que a lâmina de água da superfície era de 2 metros (largura 
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do córrego) e, no fundo, o córrego tinha 50 centímetros de largura e uma pro-
fundidade de 80 centímetros, temos que calcular a área da seção do córrego. Por 
definição geométrica, isto é um trapézio e a área de um trapézio é calculada mul-
tiplicando a média das larguras pela altura, ou seja:
L+L/2
(2,0m + 0,50m)/2 = 2,5m/2
Portanto, lado com comprimento médio de 1,25 m.
Multiplicando-se pela altura de 0,8 m, tem-se a área da secção:
A = L + L xh
2
Assim, calculamos:
A = 1,25m x 0,80m
A= 1,0 m2
Portanto, a área de secção deste córrego é 1,0 metro quadrado. 
A vazão é calculada multiplicando-se a velocidade da água pela área da seção 
do córrego, ou seja:
Q = V x A Q = 1m/s x 1 m² Q = 1 m³/s
Ou seja, um metro cúbico por segundo ou 1.000 litros por segundo.
MANEJO
O manejo é o conjunto de práticas utilizadas para a exploração do cultivo. O 
bom cumprimento das técnicas de manejo se traduz, inevitavelmente, em maior 
rentabilidade no empreendimento. 
Das técnicas de manejo do cultivo de peixes, fazem parte a preparação dos 
viveiros, condicionamento e transporte dos primeiros alevinos, povoamento dos 
tanques, alimentação e despesca. 
Dentre os diversos aspectos relacionados à piscicultura, aqueles envolvi-
dos com a alimentação vêm sendo amplamente discutidos, principalmente 
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III
por representarem cerca de 70% dos custos de produção em sistema de cultivo 
intensivo.
É importante o conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes para a ade-
quação da ração a ser fornecida. O hábito alimentar nos fornece uma ideia das 
necessidades nutricionais de cada espécie. 
O manejo alimentar, portanto, deve levar em consideração os hábitos do 
animal, o sistema de cultivo, a produtividade natural, as condições climáticas, o 
manuseio do alimento, entre outros aspectos.
O objetivo de alimentar os peixes é provê-los, de forma econômica de uma 
nutrição adequada para o seu crescimento e perfeito desenvolvimento. Para isto, 
devem ser utilizados alimentos de qualidade e nas quantidades corretas, além 
de empregar técnicas de alimentação apropriadas.
O método mais utilizado para estabelecer a quantidade de alimento a ser 
administrado é a biometria quinzenal ou mensal. Ela consiste na captura de uma 
amostra aleatória da população de peixes estocados. Normalmente, adota-se como 
parâmetro o conceito de “biomassa”, que é traduzido pelo número estimado de 
peixes existentes no tanque multiplicado pelo seu peso médio.
A oferta diária de ração está diretamente relacionada com a biomassa e a 
temperatura da água, sendo recomendado administrar cerca de 4% do peso 
vivo ao dia.
Exemplo: (cultivo intensivo de Pacu)
Taxa de estocagem – 1 peixe m2
Área do viveiro – 2.500 m2
Peso médio do peixe da amostra – 200 gramas
Quantidade de ração – 4% da biomassa
Então, tem-se:
2.500 peixes x 0,2 kg = 500 kg de biomassa
500 kg x 0,04=20 kg de ração diária, ou:
10 kg de ração pôr refeição (2x ao dia).
Por viverem em meio aquático, os peixes têm problemas de perda de nutrien-
tes, principalmente os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado 
da ração é fundamental na alimentação dos animais.
As formas físicas nas quais pode se fornecer a ração aos peixes é:
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 ■ Ração farelada: os ingredientes da ração são apenas moídos e misturados. 
Sua utilização não é recomendada, uma vez que as perdas de nutrientes 
são muito grandes, causando não só problemas aos peixes, como a polui-
ção da água dos tanques. Utilizada somente para alevinos.
 ■ Ração peletizada: por meio da combinação de umidade, calor e pressão, as 
partículas menores são aglomeradas, dando origem a partículas maiores. 
Sua estabilidade na superfície da água deve estar em torno de 15 minu-
tos, o que garante sua qualidade.
 ■ Ração extrusada: a extrusão consiste em um processo de cozimento em 
alta temperatura, pressão e umidade controlada. Sua estabilidade na super-
fície da água é de cerca de 12 horas, tornando o manejo alimentar com 
este tipo de ração mais fácil. Atualmente, tem sido a forma de ração mais 
indicada para a piscicultura.
Existem duas maneiras de se fornecer a ração aos peixes: manualmente ou pelo 
uso de comedouros automáticos. O fornecimento manual é interessante para 
manter um contato visual com os peixes, no tanque. Podem-se observar, por 
exemplo, possíveis problemas de saúde dos animais, porém, requer maior mão 
de obra, quando comparado ao sistema de comedouros automáticos. 
DESPESCA
A despesca é a operação de retirada dos peixes dos viveiros quando eles atin-
gem o tamanho e o peso ideais à comercialização e ao consumo. Ela pode ser 
feita de forma total ou parcial. 
Dependendo do destino dos animais, a captura e o transporte precisam ser fei-
tos com cuidado para não traumatizar os peixes, se empregados para reprodutores.
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
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III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos a cadeia produtiva aquícola e avaliamos algumas 
espécies comerciais em sua produção e sistema de comercialização, tais como o 
Pintado, a Tilápia, o Pacu, dentre outros; verificamos seus hábitos alimentares, 
habitat para desenvolvimento ótimo e muito mais.
Discutimos também os sistemas de criação, os fatores abióticos, tais como: 
temperatura, transparência, oxigênio dissolvido (OD), dentre outros. Os siste-
mas extensivos, semi-intensivo, intensivo, superintensivo no cultivo de peixes e 
sistemas para produção de camarão. Vimos, ainda, como construir os viveiros, 
povoamento e vantagens e desvantagens dos tanques-rede.
Além disso, aprendemos que é imprescindível que a decisão por uma ou por 
outra técnica leve em conta o mercado que se pretende atender. E que é neces-
sário intensificar os trabalhos de repasse de conhecimento relativo a aspectos 
legais, mercado, gestão e produção de um empreendimento de aquicultura, 
ampliando as possibilidades e dando condições para que os micros, pequenos 
e médios empreendedores se insiram na atividade com um nível maior de sus-
tentabilidade econômica.
A produção comercial de pescados, assim como qualquer outro agronegócio, 
Alevinos são as formas jovens dos peixes.
As fontes de alimentos naturais podem ser classificadas em:
FITOPLÂNCTON: pequenas plantas em suspensão na água (algas).
ZOOPLANCTON: pequenos animais em suspensão na água (microcrustáce-
os).
BENTON: animais que vivem no lodo do fundo (caramujos, vermes).
SEDIMENTO ORGÂNICO: excrementos e restos de plantas e animais mortos 
(lodo).
PLANTAS AQUÁTICAS: localizadas no fundo, no talude e na superfície (agua-
pés).
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Considerações Finais
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necessita de conhecimentos, tais como: mercado e fatores que interferem no 
desenvolvimento da atividade e na produtividade dos diferentes sistemas de 
produção econômica.
A aquicultura, produção de organismos que dependem em pelo menos uma 
fase da vida do ambiente aquático, tem na água a base de seu negócio, assim, é 
importante conhecermos a quantidade disponível e sua qualidade, sendo um 
ponto fundamental deste negócio agropecuário. O aquicultor que tiver à dis-
posição uma fonte de água sem a necessidade de bombeamento, ou seja, por 
gravidade, terá uma vantagem competitiva que poderá ser crucial na viabili-
dade econômica do negócio.
Aos aquicultores que explorarem grandesreservatórios com tanques redes 
e/ou os maricultores, deverão estar sempre atentos a condições ambientais, a 
montante ou proximidades de seu negócio, evitando surpresas desagradáveis 
e a possibilidade de tomarem algumas medidas preventivas preservando o seu 
negócio.
PISCICULTURA: UM MAR DE OPORTUNIDADES
A revista britânica The Economist, publicou em agosto de 2003, uma reportagem espe-
cial, como matéria de capa: Piscicultura, a promessa de uma revolução azul (Fishfarmin-
g,thepromiseof a blue revolution). A matéria foi muito importante para a aquicultura, 
principalmente pela abrangência mundial da revista, levantando as atenções para a 
atividade.
A tilápia-do-nilo (Oreochromisniloticus) é uma espécie economicamente importante 
em diversos países, principalmente nos países de clima tropical e subtropical. É um pei-
xe valorizado no mercado internacional. Possui grande importância na aquicultura por 
ser precoce e rústico, tolerando grande variação de temperatura, salinidade e baixo oxi-
gênio dissolvido. Além disso, é resistente ao manejo e pode reproduzir-se naturalmente 
em cativeiro. De baixo nível trófico, aceita dieta durante a fase larval e possui carne com 
boas características organolépticas e filés sem espinhos em “Y”.
A piscicultura constitui-se em um moderno sistema de produção agropecuária. Como 
tal, para obter os lucros esperados, deve-se utilizar métodos adequados e modernos 
baseados em princípios científicos, ecológicos, tecnológicos e econômicos e os parâme-
tros ligados à qualidade da água nos viveiros devem ser monitorados através de equi-
pamentos apropriados.
A criação de peixe em cativeiros é uma atividade que nos últimos anos tem apresentado 
grande expansão mundial, assumindo grande importância socioeconômica em diversos 
países. E, para entrar neste mercado, o empreendedor, com certeza, precisa se atentar 
a alguns detalhes, como o planejamento técnico e financeiro do empreendimento, fa-
zendo um estudo do mercado e procurando profissionais capacitados para orientação 
técnica especializada.
O monitoramento e a correção da qualidade da água é fundamental na criação de pei-
xes em tanques de terra (tanques escavados) e na criação intensiva em sistemas fecha-
dos com recirculação de água. Assim, o criador deve ter um bom conhecimento sobre 
a dinâmica da qualidade da água e dos fatores que a influenciam, particularmente o 
manejo da alimentação.
Leia na íntegra uma entrevista com o doutor em aquicultura Fernando Kubitza, con-
sultor da revista Panorama da Aquicultura, que fala sobre o Mercado da Piscicultura no 
Brasil e sobre como produzir um peixe que agrade ao paladar dos consumidores.
Disponível em: <http://www.matsuda.com.br/Matsuda/Web/Entrevistas/detalhe.as-
px?idnot=S10082015533053&lang=pt-BR>. Acesso em: 15 dez. 2014.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Neste vídeo, você conhecerá a Tilápia do Nilo, diferenciando a Tilápia do Nilo de outras Tilápias, 
apresentando suas características e dando dicas de como começar a criação. Porém, devemos 
ter o cuidado de adquirir os alevinos ou peixes em alevinagens credenciadas e fi scalizadas pelas 
Secretarias Estaduais de Agricultura e Abastecimento. Disponível em:<http://www.youtube.com/
watch?v=L49oAkyTZn0&feature=related>.
Neste vídeo da Record Rural, realizado em uma fazenda de produção de pintado no Mato 
Grosso do Sul, você conhecerá a rotina na produção de pintado e a importância da pesquisa 
e da sustentabilidade social e ambiental.Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=XpDAIuQC58k&feature=related>.
Neste vídeo, você vai conhecer o projeto de cultivo do Camarão Rosa no Rio Grande do Sul, onde 
mostra que a sobrevivência de muitas famílias de pescadores está no cultivo destes organismos 
aquáticos, com capacitação e integração com as universidades.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=OnVKKtm76p8&feature=related>.
Você terá à disposição do Centro de Produções Técnicas cursos sobre Cultivo de Camarões de 
Água Doce. Neste pequeno clipe, você poderá visualizar as etapas de produção e informações 
sobre o custo e principais países produtores.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=7vW-8Iecs24&feature=related>. 
Livro: Aquicultura: uma visão geral sobre a produção de 
organismos aquáticos no Brasil e no mundo
Autores: Nadia Rita Boscardin Borghetti, Antônio Ostrensky 
e José Roberto Borghetti
Elaboração e Publicação: Grupo Integrado de Aquicultura e 
Estudos Ambientais
Sinope: Neste livro, os autores procuram resgatar as 
informações mais recentes disponíveis sobre a produção de organismos aquáticos 
cultivados no Brasil e no mundo, identifi cam alguns dos principais problemas que 
afetam a aquicultura brasileira e sugerem ações concretas para o desenvolvimento 
ordenado da atividade. Números e temas que tinham tudo para ser considerados 
complexos e enfadonhos foram transformados em um texto de fácil leitura, ricamente 
ilustrado
com gráfi cos e tabelas de fácil compreensão.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Neste vídeo da TV Globo Grandes Empresas Grandes Negócios, é apresentada a Fábrica de Peixes, 
ou seja, a produção em ambiente controlado e reservatórios com lonas e recirculação da água.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=_hMw37Q8Utk&feature=related>.
Neste vídeo da TV Globo, você acompanhará os depoimentos sobre a criação em tanques-rede 
em águas públicas no norte do Paraná. Mostra as vantagens do tanque-rede em relação ao 
tanque escavado.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=yRuBaTwxMeM>.
E conheça a experiência do cultivo de ostra no estado do Paraná e como produzir a semente em 
laboratório.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nTiNvZ2B7gM&feature=related>.
Quero compartilhar uma ótima notícia!
Os autores disponibilizaram uma cópia escaneada do Livro “Piscicultura - Fundamentos e Técnicas 
de Manejo”. A edição é de 1998, do Antonio Ostrensky e Walter Boeger, pela Livraria e Editora 
Agropecuária. Apesar de ter 17 anos, ainda está bem atual.
O livro está esgotado há muito tempo. Mas é excelente! Discorre sobre manejo e você pode fazer 
o download pelos links:
<http://projetopacu.wordpress.com/2011/02/02/surpresa-boa-novo-livro-para-download/>.
Ou abra-o diretamente no Issu.com:
<http://issuu.com/alinebrun/docs/livro_-_piscicultura>..
Faça um ótimo uso dele!
Para saber mais sobre a piscicultura, acesse os links abaixo de algumas entidades do setor:
<www.riodocepiscicultura.com.br>.
<www.pisciculturaxvdenovembro.com.br>.
<www.aquabel.com.br>.
<www.beraqua.com.br>.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Conheça o plano safra das águas 2014 – 2015 – PLANO 
SAFRA DAS ÁGUAS PESCA E AQUICULTURA do MINISTÉRIO 
DA PESCA E AQUICULTURA, disponível no link:
<http://www.mpa.gov.br/fi les/Docs/Planos_e_Politicas/
Plano%20Safra(Cartilha).pdf> e a cartilha de crédito 
disponível no link:
<http://www.mpa.gov.br/fi les/docs/Planos_e_Politicas/CARTILHA_
CREDITO_2014_2015-1.pdf>
1) Aquicultura é o processo de produção em cativeiro, de organismos com habitat 
predominantemente aquático, tais como: peixes, camarões, rãs, entre outras es-
pécies. Assinale V (verdadeiro) e F (falso).
( ) Um organismo comum entre as duas aquiculturas é o camarão, presente tanto na 
aquicultura marinha como na aquicultura de água doce.
( ) O Brasil apresenta muitas experiências de piscicultura marinha, sendo que as 
pesquisas têm se concentrado em muitas espécies, com destaque para tainha, ro-
balo e linguado.
( ) O Brasil, país com maior potencial hídrico em todo mundo, é o maior produtor de 
peixes cultivados do mundo.
2) Em função do local em que a produção acontece, a aquicultura pode caracteri-
zar-se como continental ou marinha. Esta última pode, ainda, ser subdividida em 
carcinicultura, militicultura, ostreicultura, cultivo de algas e piscicultura. Enume-
re a segunda coluna de acordo com a primeira.
1. Carcinicultura ( ) Cultivo de ostras.
2. Militicultura ( ) Cultivo de camarões.
3. Ostreicultura ( ) Cultivo de peixes.4. Piscicultura ( ) Cultivo de mexilhões.
3) É fundamental para o sucesso do negócio que o empreendedor busque, antes 
de iniciar a instalação do projeto de aquicultura, identificar os canais de comer-
cialização para a sua produção. 
( ) Certo ( ) Errado
4) Os peixes podem ser produzidos em vários sistemas e regimes de produção, clas-
sificados de acordo com a intensidade de estocagem, das práticas de manejo e 
do uso de insumos. Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
1. Extensivo ( ) É o mais difundido no mundo e no Brasil.
2. Semi-intensivo ( ) A densidade de estocagem não é considerada por 
metro quadrado e sim biomassa por metro cúbico.
3. Intensivo ( ) Densidade de estocagem menor que 2.000 peixes/ha.
131 
4. Superintensivo ( ) A principal fonte de alimentação são rações balance-
adas.
5) Em razão da utilização de recursos naturais como solo e água, a aquicultura ra-
cional está sujeita a uma legislação específica destinada à preservação dos rios e 
das nascentes, dos solos e das florestas. Quais são as duas áreas na empresa rural 
que o projeto deverá respeitar?
a. Sede e pastagem.
b. Mata Ciliar e sede.
c. Reserva Legal e área de preservação permanente.
d. Reserva Legal e carreadores.
e. Carreadores e sede. 
6) Por viverem em meio aquático, os peixes têm problemas de perda de nutrientes, 
principalmente os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado da 
ração é fundamental na alimentação dos animais. Sendo mais indicada a ração 
extrusada.
( ) Certo ( ) Errado
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Professor Me. José Sérgio Righetti
CADEIA PRODUTIVA DA 
ESTRUTIOCULTURA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer o histórico comercial dos avestruzes.
 ■ Avaliar suas raças e espécies.
 ■ Avaliar os produtos da estrutiocultura.
 ■ Verificar a produtividade dos animais.
 ■ Conhecer as normativas para início do negócio.
 ■ Identificar as fases da criação.
 ■ Reconhecer alguns cuidados com a criação.
 ■ Conhecer os procedimentos de manejo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Panorama da Estrutiocultura
 ■ Raças/Espécies
 ■ Produtos
 ■ Produtividade
 ■ Registro de Criadouro
 ■ Fases da Criação
 ■ Instalação e Manejo
INTRODUÇÃO
Nesta fase do nosso trabalho, iniciaremos nossa incursão ao mundo das rati-
tas, especificamente, de avestruz. A criação comercial de avestruzes tem sido 
tema de inúmeras reportagens nas mídias impressas, televisivas e na internet, e 
já são mais de 140 anos desde a implantação do primeiro criatório comercial na 
África do Sul. Primeiramente, vamos fazer um breve histórico e conhecer suas 
raças e espécies. 
A criação de avestruz é chamada de estrutiocultura. A procura pelos produ-
tos deste animal (carne, couro e plumas) cresce a cada dia no mercado mundial 
e a atual produção ainda está longe de atender à demanda.
Antes de iniciar a criação de avestruz, são necessários certos cuidados, que 
vão desde a escolha de qual segmento da cadeia será seguido até a escolha da 
área a ser utilizada, passando pela compra das aves e maquinários, manejo, clima, 
mão de obra, controle sanitário, entre outros. Cada segmento da atividade tem 
suas peculiaridades de acordo com a fase de desenvolvimento do animal, da pro-
dução e das normativas estabelecidas.
O setor vem trabalhando para tornar a carne de avestruz popular entre os 
brasileiros, com campanhas de marketing para aumentar o consumo interno da 
ave. A carne de avestruz tem tudo para fazer sucesso entre os brasileiros, pois é 
uma carne vermelha, possui menos gordura, menos colesterol, é rica em ferro e 
em ômega três e é tão saborosa como a carne bovina.
Criar avestruzes é um negócio vantajoso, dizem os criadores, mesmo com a 
readaptação do setor e com as novas exigências do mercado internacional, mas é 
preciso saber aproveitar tudo aquilo que a ave pode dar aos criadores, por exem-
plo, o couro do animal que possui um valor elevado tanto no mercado interno 
como para exportação.
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Introdução
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Como toda atividade nova, faltam ainda muitas informações relevantes 
para os agroempreendedores brasileiros e para o próprio mercado consumi-
dor, o que dificulta o início do negócio. Faltam profissionais competentes para 
assessorar estes agroempreendedores, assim vamos procurar aproveitar a opor-
tunidade e construir um conhecimento novo que poderá fazer a diferença em 
sua vida profissional.
Vamos lá?
Bom Estudo!
PANORAMA DA ESTRUTIOCULTURA
Acredita-se que, em 5.500 
a.C., tenha ocorrido o pri-
meiro contato de um 
humano com o avestruz. 
Arqueólogos encontraram 
ovos de avestruzes vazios 
que eram utilizados como 
reservatórios de água pelas 
civilizações antigas, pintura 
em rocha descrevendo um 
avestruz no Saara. Nas tum-
bas da pirâmide do Faraó Tutankamon, foram encontrados vários leques e adornos 
confeccionados com plumas de avestruzes e em citações bíblicas (Livro de Jó – 
cap. 39) são feitas referências sobre os avestruzes e há relatos de comércio intenso, 
na Era Egípcia, Assíria e Babilônica, de penas de avestruzes. 
A África do Sul é o berço mundial da criação comercial de avestruzes, com 
objetivo inicial voltado para a produção de plumas, sendo que em 1913 as plu-
mas do avestruz se encontravam em quarto lugar no ranking de suas exportações, 
depois do ouro, diamantes e lã. 
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Panorama da Estrutiocultura
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Atualmente, na África do Sul, há dois tipos diferentes de exploração de aves-
truz: para a produção de penas e para a produção de carne e couro. Sendo a carne 
e o couro responsáveis por 85% do faturamento da indústria de avestruzes. As 
aves, em sua maioria criadas confinadas, são abatidas entre os 12 a 14 meses de 
idade. São poucas as fazendas que realizam todas as etapas de produção, do ovo 
ao abate. Cerca de 50 mil a 120 mil avestruzes são abatidos anualmente para a 
obtenção de carne, couro, produtos secundários e penas. Estes dados, relativa-
mente baixos, indicam que um número significativo de aves é mantido para a 
produção de penas. 
A África do Sul mantém uma venda regular de penas de avestruz. As melho-
res são exportadas para a Europa e América, enquanto as penas menores são 
usadas na fabricação de espanadores. Nos EUA, estão sendo usadas também 
pela indústria automobilística, para a limpeza do carro antes da pintura, e pelos 
fabricantes de computadores, em virtude das suas propriedades de atrair as par-
tículas de poeira. 
Existem dez espécies de aves ratitas atuais: o avestruz (Struthlocamelus) da 
África e da Arábia, duas espécies de emas (Rhea americana ePterocnemiapennata) 
da América do Sul, o emu (Dromaiusnovaehollandiae) das planícies da Austrália, 
três espécies de casuares (Casuariusbennetti, C. casuarius, C. unappendiculatus) 
da Austrália, Nova Guiné e ilhas vizinhas, e três espécies de kiwis (Apterixhaastii, 
A. owenil, A australis) da Nova Zelândia.
O recente interesse econômico despertado no mercado internacional pelos 
produtos originados da criação comercial de avestruzes, particularmente nos 
últimos quinze anos em nosso país, suscita a indagação: “Criação de Avestruzes 
– moda ou tendência”.
Tais animais se adaptam bem a vários tipos de clima, são resistentes a doenças, 
possuem grande expectativa de vida (60 anos), iniciam sua atividade reprodutiva 
precocemente, são bastante dóceis e facilmente domesticáveis. Tais caracterís-
ticas, aliadas ao fato de possuírem carne saborosa e magra, couro resistente e 
plumas muito bonitas, permitiram que se tornassem animais muito visados para 
a criação comercial.Tal atividade iniciou-se, em nosso país, no ano de 1995.
Os Estados Unidos começaram a se interessar pela estrutiocultura com a 
possibilidade de obter carne vermelha com baixos índices de gordura e coleste-
rol, aproveitando o couro e as plumas.
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Reprodução proibida. A
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A reestruturação do mercado agroalimentar ocorrida nas últimas décadas 
desencadeou mudanças nos hábitos alimentares de consumo da população. Com 
a crescente procura por produtos de alta qualidade nutricional e investimentos 
pesados em marketing agroindustrial, foi desencadeada a procura por produ-
tos da estrutiocultura. 
Embora o avestruz seja uma ave, o suporte alimentar básico em sua dieta 
natural é dado pelo consumo de fibras vegetais nas pastagens, assemelhando o 
seu manejo racional às criações de gado de corte.
Nas últimas décadas, o ritmo do desenvolvimento tecnológico aumentou 
vertiginosamente, sendo considerado a base do desenvolvimento econômico e 
social, cujos reflexos diretos foram sentidos no crescimento da demanda e na 
modificação do padrão de consumo da população.
Terminada a fase de aventurismo, o agronegócio começa a estruturar a legis-
lação específica. Embora contenha pequenas falhas, permite a regularização dos 
criatórios existentes e a implantação de novos empreendimentos dentro de cri-
térios técnicos bem definidos e com biosseguridade que garante a sanidade dos 
plantéis.
O mercado da criação de avestruz não foge muito à regra do início de uma 
nova atividade zootécnica em um país. Como a própria história revela: os EUA 
começaram a criar avestruzes por volta de 1975 e somente 20 anos depois se 
iniciou o abate naquele país. Na Itália, criam-se avestruzes desde 1979 e só recen-
temente se montou um abatedouro no país. 
Como o avestruz é um animal pouco selecionado geneticamente para cria-
ção em nosso ambiente, é fundamental que as universidades brasileiras e outras 
instituições de pesquisa comecem a trabalhar com essas aves a fim de gerar infor-
mações técnicas que permitam a viabilidade econômica da produção. 
Outros pontos importantes são a definição de um programa de classificação 
de carcaças e cortes, bem como o estabelecimento de regras para o abate, inspe-
ção de carnes, de couro e de plumas.
Como isso, a estrutiocultura terá escala de produção e qualidade para entrar 
no mercado globalizado desses produtos, com competitividade e eficiência. 
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Raças/Espécies
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Vantagens para início da atividade
 ■ Sensibilidade do consumidor a carnes alternativas mais saudáveis.
 ■ Unidade animal/área.
 ■ Mão de obra disponível.
 ■ Tradição no tratamento e na utilização de couros.
 ■ Tradição agropecuária.
 ■ Condições ambientais favoráveis. 
Desvantagens no início da atividade
 ■ Investimentos altos.
 ■ Inicialmente, demanda a importação de muitos animais.
 ■ Falta de experiência técnica. 
 ■ Carência no suporte da criação (rações, equipamentos, assistência técnica).
RAÇAS/ESPÉCIES
Existe uma única espécie de avestruz e seis subespécies vulgarmente agrupadas 
em três tipos: Black Neck, RedNeck e Blue Neck:
Black Neck (Struthiocamelusaustralis) – pescoço preto – é a raça mais criada 
em todo o mundo. 
Blue Neck (Struthiocamelusmolybdophanes) – pescoço azul – é uma ave um 
pouco agressiva, que gosta de clima tropical.
RedNeck (Struthiocameluscamelus) – pescoço vermelho – é uma ave muito 
agressiva, de grande porte, menor reprodução e postura tardia. 
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African Black (var domesticus) é um híbrido comercial, ave domesticada, 
de menor porte. Além de ser a raça mais dócil, é também a mais produtiva e 
precoce, atingindo a maturação sexual com 24 meses (fêmeas) e com 30 meses 
(macho), em média. Adapta-se a qualquer clima. Suas plumas são bonitas e seu 
couro com muitos pontos (folículos) é muito apreciado.
PRODUTOS
COURO
O couro é resistente, macio, fácil de extrair e 
de tingir, e possui marcas características do 
implante das penas, o que é muito valorizado. 
A pele das pernas parece escamosa e asseme-
lha-se ao couro de répteis. Com as peles, são 
fabricados sapatos, cintos, carteiras, bolsas, 
pastas e pequenas peças de vestuário como 
coletes e almofadas para os ombros. Marcas 
famosas como Gucci, Christian Dior e outras 
usam couro de avestruz.
É difícil estimar a demanda por couros 
de avestruz, porém, segundo informações, 
o potencial seria de 300 mil a 750 mil peles 
por ano. Os principais mercados são EUA, 
Japão, Itália, França, Alemanha, Inglaterra, 
África do Sul e alguns países da Ásia. 
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Produtos
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O couro de todo o corpo do avestruz, exceto cabeça e ponta das asas, é aprovei-
tado. Um avestruz com 14 meses produz de 0,9 a 1,1 metros quadrados de couro.
O Grupo Betel Avestruzes é referência no setor de estrutiocultura brasileira. 
Foi a primeira empresa do mundo no segmento a conquistar as certificações de 
Qualidade ISO 9001:2000, Ambiental ISO 14001:2004, além de conquistar por 
dois anos consecutivos o prêmio de melhor criador do Brasil concedido pela 
ACAB (Associação de Criadores de Avestruz do Brasil).
No mercado interno, esta empresa comercializou, em 2013, a peça de couro 
(0,9 a 1,1 m2), produto de um animal, por R$ 550,00, e o par do couro da canela, 
por R$ 80,00.
• O avestruz é a maior ave existente, com altura média, do chão até a cabe-
ça, variando de 2,0 a 2,5m, sendo, aproximadamente, 0,90m de pescoço e 
1,0m de pernas. O comprimento do corpo é cerca de 2,0m. As aves adul-
tas pesam, em média, 130 a 150 kg. 
• O avestruz atinge a maturidade sexual entre dois e três anos, sendo as 
fêmeas mais precoces do que os machos.
• O macho, quando adulto, é maior que a fêmea e tem plumagem diferen-
ciada, plumas pretas pelo corpo e brancas nas pontas das asas e cauda. A 
fêmea possui plumagem acinzentada ou amarronzada. 
• O avestruz possui apenas dois dedos, diferindo da ema, que tem três.
• Esta ave pode alcançar velocidades de até 80Km/h. 
• Uma fêmea adulta põe em média 30 a 50 ovos por ano no período.
• Os ovos pesam em média 1,2 a 1,8kg (equivalente a mais de 20 ovos de 
galinha).
• Os pintinhos nascem com 25 cm de altura e cerca de 1Kg de peso vivo. 
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PLUMAS 
O avestruz é famoso por 
causa de suas penas. O adulto 
pode produzir penas de exce-
lente qualidade por 40 anos 
ou mais, desde que receba 
cuidados apropriados.Cada 
avestruz pode produzir até 
1,50 kg de plumas.
As penas são coletadas a cada oito meses. Geralmente, conseguem-se três 
produções a cada dois anos.
Há 200 tipos de classificação de penas, sendo as principais: 
 ■ Brancas (da asa do macho).
 ■ Pretas (da asa do macho).
 ■ Ornamentais (da extremidade da asa).
 ■ Feminas (da asa da fêmea).
 ■ Pardas (da asa da fêmea).
 ■ Penugem (de baixo das asas).
 ■ Caudas (das caudas do macho e da fêmea). 
As penas mais longas e bonitas são utilizadas como adorno; as demais se desti-
nam à indústria eletrônica e à confecção de espanadores.
As penas brancas são as mais procuradas porque tingem bem, embora as 
cinzas e as pretas possam ser alvejadas.
O preço das penas brancas de melhor qualidade é de US$ 80,00 a US$ 90,00 
por quilograma para o produtor, e o de qualidade secundária US$ 40,00 por qui-
lograma, sendo comercializadas no mercado interno. Depois de processadas e 
tingidas, de acordo com sites especializados, de R$30,00 a R$100,00 por uni-
dade, sendo o quilogramaem torno de R$5.000,00.
As penas de excelente qualidade são exportadas para a Europa e América e 
as penas pequenas são usadas para fabricar espanadores, leques e enfeites.
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CARNE
Constitui-se em um produto 
alternativo ao mercado de 
carne vermelha bovina, sem 
problemas como o da “vaca 
louca” e febre aftosa, que 
proporciona à carne bovina 
várias restrições comerciais. 
Com aspecto, sabor e 
textura semelhantes ao filé mig-
non bovino, mas com a grande vantagem de ter baixo teor de gordura e colesterol, 
já é consumida regularmente na Europa, Ásia, Estados Unidos e Austrália.
Cada ave abatida com 12 meses produz de 35 a 40 kg de carne limpa. Na 
Tabela 10, verifica-se a percentagem de aproveitamento por tipo de corte. 
TIPO DE CORTE PESO (KG) % DE CARCAÇA
Filé mignon 3,5 11,7
Bife 6,3 21,0
Biltong (presunto) 9,7 32,3
Carne de segunda 10,5 35,0
Tabela 10: Aproveitamento da carne do animal abatido (14 meses de idade)1
Fonte: Nutritive Value of Foods USDA (1995)
Considerando a tendência mundial em buscar fontes de proteína mais saudáveis, 
em razão do sedentarismo do homem e aumento da sua expectativa de vida, a 
carne de avestruz apresenta na sua composição baixos níveis de colesterol, de 
gorduras, de calorias e de sódio, quando comparada com outras carnes, como 
se visualiza na Tabela 11. 
1 Tradução nossa.
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ANIMAL CALORIAS (KCAL) PROTEÍNAS LIPÍDIOS COLESTEROL (MG)
Bovino 240 23,0 15,0 77
Suíno 275 24,0 19,0 84
Frango 140 27,0 3,0 73
Peru 135 25,0 3,0 59
Avestruz 97 22,0 2,0 58
Tabela 11: Composição química média e valor calórico de diversas carnes (por 85g)
Fonte: Nutritive Value of Foods USDA (1995)
SUBPRODUTOS
Cascas vazias dos ovos são usadas na decoração (porta-moedas, abajur, ovos pin-
tados, porta-joias); a gordura entra na preparação de cremes e pomadas; os cílios 
podem ser utilizados para a confecção de cílios postiços; a carcaça pode entrar 
na composição de rações e de fertilizantes, o bico e a unha, como bijuterias, e o 
ovo pode ser comido, pois o gosto é semelhante ao da galinha.
O maior exportador de carne de avestruz é a África do Sul, mas, por ques-
tões sanitárias, o principal comprador, a União Europeia (UE), suspendeu a 
importação deste país. Será que o Brasil aproveitará esta oportunidade?
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Produtividade
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PRODUTIVIDADE
Por se tratar de atividade nova no Brasil, os parâmetros apresentados a seguir 
são baseados em literatura, ou seja, valores médios obtidos para a produtividade 
de avestruzes citados na literatura. 
Período de vida produtivo 35 a 40 anos
Esperança de vida 70 anos
Porcentagem de reposição por ano 3%
Número de ovos férteis/ave/ano 40
Porcentagem de pintos nascidos por ovos férteis 50%
Número de pintos com 30 dias por fêmea 18
Porcentagem de perdas de 1 a 6 meses 16%
Número médio de avestruzes de ano/fêmea/ano 14
Gestação/Incubação 42 dias
Período de engorda 1 ano
Animais abatidos/fêmeas/ano 20 a 30 aves
Quadro 1: Índices de Produtividade da Estrutiocultura
Fonte: Jobes (1995 apud GIANNONI, 1996)
Um diferencial da espécie em relação à maioria das espécies domésticas é cons-
tituído pelo conjunto de características reunindo alta prolificidade, rusticidade e 
longevidade. Estes aspectos reunidos conferem à criação de avestruzes uma taxa 
de multiplicação dos rebanhos acelerada, diferenciando-se bastante da verificada 
nas diversas atividades pecuárias, sobretudo a pecuária de corte.
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
REGISTRO DE CRIADOURO
A criação de Animais Silvestres no Brasil está condicionada à autorização do 
IBAMA. Para isso, é preciso que o projeto técnico seja elaborado por um pro-
fissional habilitado, o qual vai prever toda a infraestrutura do empreendimento.
O avestruz é caracterizado como ave da fauna silvestre exótica e sua cria e 
recria é encarada como uma atividade de alto risco para o meio ambiente. Daí 
é preciso que, dentre outras coisas, o produtor consiga uma licença ambiental 
junto ao IBAMA, antes de iniciar o seu negócio. O processo para se montar um 
criadouro de avestruz passa por várias etapas:
1ª ETAPA
O produtor apresenta uma carta consulta junto ao IBAMA, preenchendo o for-
mulário de cadastro, apresenta cópias de documentos de pessoa física ou jurídica 
e documentação da propriedade. Terá, ainda, que obter o licenciamento ambien-
tal e, para isso, deve informar qual é o objetivo da criação, qual é o sistema de 
manejo e o plantel estimado. O produtor tem de anexar um termo de responsa-
bilidade assinado por um técnico que vai acompanhar o projeto.
2ª ETAPA
Caso a carta consulta seja aprovada pelo IBAMA, o produtor tem de apresentar 
um projeto definitivo em que deverá constar o seguinte:
 ■ Descrição técnica do manejo.
 ■ Sistema de identificação individual dos animais.
 ■ Apresentação do termo declaratório de responsabilidade técnica.
 ■ Recolhimento da taxa de registro como criador de fauna silvestre exó-
tica com fim comercial.
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FASES DA CRIAÇÃO
FASE DE CRIA (DE 0 A 3 MESES)
Este é um período crítico 
para o desenvolvimento 
das aves, pois a ocorrência 
de doenças e de dificul-
dade de manejo é maior. A 
temperatura ambiente deve 
se manter em torno de 29 
graus. Até os 5 dias de vida, a 
ave deve ingerir ração, água 
limpa e fresca. Na segunda 
semana, a ave deve ingerir 
volumoso verde, como gra-
míneas bem picadas, do tamanho de um botão.
• Portaria IBAMA nº 093 de 07/07/1998 e 36 de 18/03/2002 estabelece as 
normas para importação e exportação de fauna, produtos e subprodu-
tos.
• Portaria IBAMA 102 de 15/07/1998 normatiza a implantação de criadores 
para fins econômicos e industriais.
• Instrução normativa 001 de 15/04/1999 estabelece critérios para licen-
ciamento ambiental de empreendimentos e atividades que envolvam 
manejo de fauna silvestre exótica e de fauna silvestre brasileira em ca-
tiveiro.
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CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
FASE DE RECRIA (DE 4 A 24 MESES)
Após os quatro meses, as aves devem ser transferidas para outro piquete, onde a 
ave encontre um ambiente favorável para comer e desenvolver massa muscular, 
garantindo seu crescimento. Machos e fêmeas podem compartilhar o mesmo 
espaço, sendo recomendado um mínimo de 100 metros quadrados por ave den-
tro de um mesmo piquete. Cada ave consome ração equivalente a 1% a 2% de 
seu peso por dia (ex.: uma ave de 100 kg consome 1 kg de ração por dia). Nesta 
fase, a ração deve ter entre 16% e 17% de proteína. A ave necessita de volumoso 
de 2 a 3 vezes ao dia e de muita água fresca. 
FASE DE REPRODUÇÃO
Antes da reprodução, o 
macho deve ser separado da 
fêmea, juntando-se somente 
na época reprodutiva. O aves-
truz não é agressivo, mas tem 
consciência do seu território, 
por isso, nesta época, deve-se 
tomar muito cuidado com o 
manejo. Dados dão conta que 
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Instalação e Manejo
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a vida fértil dessa ave gira em torno de 40 anos. Neste porte, a área indicada é 
de 400 metros quadrados acima, por ave. Para garantir a qualidade dos ovos, é 
aconselhado ministrar farinha de ostra ou suplementomineral.
POSTURA
Um macho pode acasalar duas fêmeas 
sem problemas. A média normal de 
postura gira em torno de 40 ovos 
durante 30 dias, com pausas de 24 a 
48 horas. Os ovos têm cascas porosas 
e resistentes, porém a coleta deles deve 
ser rápida, para evitar perdas. Se forem 
para incubação, o início não deve ultra-
passar cinco dias da data da postura.
INSTALAÇÃO E MANEJO
Na criação de avestruzes, assim como em qualquer outra exploração animal, as 
instalações têm uma função de apoio às atividades ligadas ao processo produ-
tivo. As principais funções são:
 ■ Facilitar o manejo alimentar, sanitário e reprodutivo.
 ■ Oferecer conforto e segurança aos animais.
 ■ Proporcionar condições para obtenção de índices de produtividade à 
exploração e condições de contenção e de biossegurança, impedindo que 
as aves tenham contato com outros animais da fauna regional, sendo esta 
uma exigência do IBAMA.
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
Resumindo, são instalações para a criação racional de avestruzes, todas as benfei-
torias necessárias para cria, recria, reprodução, incubação e manejo dos animais. 
Anexo aos galpões, há a necessidade de piquetes para exercício dos filhotes, fun-
damental para o seu bom desenvolvimento. 
Antes do início da implantação do projeto, a escolha de um bom local é 
imprescindível para a obtenção do sucesso.
Os seus predadores são lagartos, gaviões, cachorro do mato, raposa e outros 
que poderiam pisar nos ninhos.
É muito importante o planejamento prévio das instalações e piquetes e tam-
bém da sua distribuição dentro da área. Esta medida beneficia o manejo e a 
segurança sanitária do plantel.
No manejo diário, os funcionários deverão ser alocados por setor ou esta-
belecer uma rotina, de forma a respeitar o fluxo de idade dos animais, entre os 
diferentes setores, ou seja, os trabalhadores devem ser iniciados pelo manejo 
dos animais mais jovens, passando-se depois, para as categorias com mais idade.
Podemos dividir a propriedade basicamente em quatro setores: setor de incu-
bação; setor de creche ou de cria; setor de recria; setor de reprodução.
Fornecer água e ração com volumoso duas vezes ao dia, recolher os ovos 
sempre à tarde, de preferência das 15 horas às 18 horas. Nesse período, estaría-
mos fornecendo, ao mesmo tempo, a ração e, com a distração dos pais referente 
ao momento da alimentação, poderíamos retirar com mais facilidade os ovos 
do ninho.
A idade para transporte deve ser acima dos 06 meses de idade. No transporte 
das aves, deve-se parar e verificar se elas não se deitam durante o percurso, pois 
podem ocorrer fraturas e mortes.
A impactação ou empachamento ocorre devido a: mudanças na alimenta-
ção, susto por predadores, estresse no transporte e falta de pedregulho dentro 
do piquete.
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REPRODUÇÃO
Somente aos 18 meses, pode-se diferenciar visualmente o macho da fêmea.
A tonalidade do macho é preta com a cauda e as pontas das asas brancas, 
enquanto a fêmea tem plumagem acinzentada. Antes desta idade, deve se fazer 
a sexagem, pressionando com delicadeza a cloaca da ave, comumente feito 
quando as aves ainda são filhotes. Desta forma, identifica-se o sexo da ave e faz-
-se o implante do microchip para leitura em scanners e o uso de anéis flexíveis 
de identificação, classificando assim se é macho ou fêmea.
A fêmea começa a reproduzir com 20 a 24 meses e põem ovos a cada 48 horas 
aproximadamente. O macho tem a sua maturação sexual mais tarde aos 30, 36 
meses. O macho apresenta o bico e as canelas em um tom avermelhado escar-
late, este é o sinal que ele esta propenso a iniciar o acasalamento.
A fêmea tende a se agachar e bater as asas repetidamente chamando o macho. 
A primeira postura é sempre inferior em termos de reprodução, alguns ovos não 
são galados.A média normal é de 40 ovos por ano e com uma eclodibilidade de 50 
a 75%.Há exceções em que fêmeas podem produzir mais de 60 ovos por ano. Com 
uma grande longevidade de produção de 35 a 40 anos, a ave vive até os 80 anos. 
O falo, ou seja, o órgão reprodutor do avestruz, necessita ter de 25 cm em 
diante. Isso demostra a maturidade da ave para fertilizar ao copular. O falo em 
forma de uma vírgula, quando esticado, chega a alcançar em média 50 cm de 
tamanho, o sêmen escorre no centro do falo como uma calha, daí a importân-
cia do comprimento.
A inseminação artificial é possível, mas não se encontrou um modo correto 
para coleta do sêmen, já que o macho se torna agressivo em fase de reprodução. 
Para sabermos se o ovo foi galado, com um ovoscópio, podemos verificar em 
14 dias se o embrião está vivo ou morto. Em caso de morte embrionária, deve-
-se retirar imediatamente o ovo para não contaminar os outros na incubadora.
O nascimento se dá entre 38 a 42 dias, onde os ovos passam para o nasce-
douro eclodindo logo nas primeiras horas, alguns filhotes têm de ser ajudados 
a quebrar a casca.
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
Os animais podem ser agrupados para acasalamento em colônias, em pares 
ou trios (duas fêmeas e um macho), onde uma das fêmeas é dominante (o macho 
a escolhe). Há uma difícil coabitação entre machos adultos, ou seja, em uma cria-
ção comercial, os grupos devem ficar em piquetes separados. 
CONTENÇÃO
As avestruzes podem ser presas, usando um brete ou capturadas com uma 
vara curva, semelhante a um cajado de pastor, com 4 cm de diâmetro e 3 m de 
comprimento. O gancho deve ter 6,25 cm de largura, de modo a se adaptar frou-
xamente em torno do pescoço da ave, mas de forma que a cabeça não escape na 
hora da captura.
Utilizamos como meio de se afastar as aves um bastão em forma de “Y” e, 
para prender a ave, outro bastão com a ponta em forma de um gancho, utili-
zando sempre no pescoço da avestruz com cuidado para não forçar o pescoço, 
evitando fraturas que provocariam o sacrifício da ave. Este manejo destina-se 
a aves mais ariscas e temperamento mais agressivo. A média nos ensina que, a 
cada 100 aves, encontramos de 1 a 2 desse tipo.
Na condução de aves mais mansas, podemos agarrar uma a uma segurando 
de lado e nas asas. As asas são delicadas, portanto, deve-se ter cuidados para não 
quebrá-la ao manipular ou conduzir a ave. Utilizar uma manga com elástico na 
cor preta na cabeça da ave, isso acalma a ave e ajuda a manejar tanto para vaci-
nações como para guiá-la para um transporte, principalmente no momento de 
embarque e desembarque, utilizando veículos apropriados para o transporte.
ALIMENTAÇÃO
Como animais monogástricos herbívoros, possuem um intestino delgado que 
tem o comprimento de 16 metros. Na alimentação inicial dos filhotes, deve-se, 
nos primeiros dez dias de vida, incentivar as aves a se exercitarem para consu-
mir o saco vitelino e, após esse período, utilizar ração já existente no mercado. É 
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necessário fornecer água em quantidade e qualidade (um avestruz adulto chega 
a beber até 10 litros de água por dia).
Nos primeiros 5 dias de vida, não deve ser oferecido nenhum tipo de ali-
mento, a não ser um complexo vitamínico na água limpa e fresca, após estes 
dias, ir introduzindo junto à ração o volumoso (verde) picado como a couve e 
o almeirão.
Aditivos para a formação da flora intestinal devem ser ministrados à base 
de poliprobióticos e vitamínicos.
Os filhotes, para poderem triturar os alimentos, necessitam de pequenas 
pedras de formação de quartzo, pedras estas encontradas em leitos de rios e que 
tenham o tamanho de um grão de arroz e, conforme ocorrer o desenvolvimento, 
o tamanho das pedras deveser da metade da unha da ave.
Como fonte de proteínas, encontramos os seguintes alimentos que devem ser 
fornecidos: Farelo de Soja, Farelo de Algodão, Farelo de Peixe e Farelo de Trigo.
Não devem ser fornecidos alimentos à base de Ureia, Cama de Frangos, 
Farinha de Vísceras e Farinha de Carne e Ossos.
Rações de frango e suínos não devem ser utilizados, pois provocam deficiência 
e, principalmente, deformações: isso ocorre por ter o avestruz um metabolismo 
de alto índice hormonal. Para ter ideia de seu crescimento, o avestruz cresce em 
média 0,75 cm ao dia que pode ser notado tirando-se medidas semanais.
A alfafa, manejada de forma que se mantenha sempre à vontade, deve ser 
fornecida em pequenas doses, o mesmo ocorrendo com outras leguminosas. 
Deve-se procurar implantar pastos que sejam de espécies rasteiras em formação 
vertical abundante de brotos, Braquiária Decumbens, mas com o pisoteio deve-
-se fornecer o volumoso picado do tipo braquiária, capim napier, tifton, alfafa, 
couve e almeirão.
Nas épocas de seca, pode ser utilizada a silagem, mas deve-se evitar mudanças 
bruscas na alimentação, pois isto pode estressar a ave, mudando o seu com-
portamento e se alimentando de tudo que poder comer, ocorrendo, assim, a 
impactação do sistema digestivo, ou seja, a obstrução do aparelho digestivo.
A ração deve ser fornecida junto com volumoso em uma proporção de 1% 
a 3% de peso vivo, no caso dos filhotes, deve-se utilizar o fornecimento 4 vezes 
ao dia, diminuído para 2 vezes até completar os 4 meses de idade. A alimentação 
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV
dos filhotes vai depender do tipo de manejo e qualidade do pasto nos piquetes, 
acrescida de ração balanceada com 19% de proteína.
A coprofagia, o ato de se alimentar de fezes, é um hábito das aves, não deve-
mos deixar, portanto, que os filhotes se alimentem das fezes das aves adultas, 
podendo ocorrer contaminação e morte dessas aves.
Na época de reprodução, as fêmeas devem receber um fornecimento extra 
de cálcio, devem ser utilizados produtos específicos para avestruzes.
MANEJO DOS OVOS
O ninho tem de 1,5 m a 1,8 m de largura, com pedregulho no fundo e, sobre 
o pedregulho, areia grossa. A coleta dos ovos deve ser feita cuidadosamente e 
com frequência, evitando assim contaminação e danos físicos. Se a fêmea sair 
do ninho, a película de mucina que envolve o ovo deve estar seca. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste passo, mergulhamos no universo da estrutiocultura ou criação de aves-
truz. Fizemos um breve histórico, conhecemos as raças e aprendemos que, antes 
de iniciarmos a criação, são necessários certos cuidados que vão desde a escolha 
de qual segmento da cadeia será seguido, a área a ser utilizada, passando pela 
compra das aves e maquinário e tecnologia utilizada até a alimentação, clima, 
controle sanitário e mão de obra especializada. 
A estrutiocultura está em crescimento no Brasil, mostrando-se uma boa opor-
tunidade de negócio. Ao adquirir o plantel inicial, um correto manejo e instalações 
adequadas são de suma importância para que os avestruzes tenham um bom 
desempenho e cheguem à fase de recria com saúde e excelente desenvolvimento.
Na criação das matrizes para o fornecimento de ovos, deve-se ter con-
trole sanitário e sobre a qualidade da alimentação das aves para manter bom 
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Considerações Finais
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desenvolvimento na época de postura. Na incubação, o importante é garantir 
a qualidade da tecnologia e dos equipamentos utilizados, além de ficar atento 
à umidade. 
Já estabelecidos o local e a etapa da criação que será desenvolvida, ao par-
tir para a compra das aves, o produtor deve dar preferência às aves de origem 
conhecida, com ficha de acompanhamento veterinário desde o seu nascimento e 
com histórico de matrizes poedeiras. A partir de então, é importante atentar para 
pequenos detalhes, como tipo de arame utilizado nos piquetes, tipo da pedra, 
tipo de comedouro, de forrageira. O principal é ter em mãos um bom planeja-
mento para não ter surpresas ou prejuízos, analisar o mercado e seus produtos, 
a tecnologia de produção e legalizar o criatório.
A Europa, o maior mercado consumidor de avestruz, tanto da carne como 
do couro, resolveu no ano passado endurecer suas barreiras sanitárias por conta 
da gripe aviária e o Brasil teve que adequar o Plano Nacional de Controle de 
Resíduos (PNCR) às novas regras. Com estas considerações, encerramos nossa 
incursão pelo mundo da estrutiocultura. 
Estrutiocultura - o exemplo da fenix
Há pouco mais de dez anos, quando produtores brasileiros importaram seus primeiros 
avestruzes com finalidade puramente econômica, a atividade despertou interesse entre 
empresários, pecuaristas e profissionais liberais pela possibilidade de realização de um 
novo investimento.
O que era modismo virou artigo raro. Achar carne de avestruz para comprar no Paraná 
é muito difícil. O varejo praticamente não oferece o produto, pois a criação no Estado 
declinou. As cooperativas que se formaram no início da atividade no país foram desati-
vadas alguns anos depois, pois a atividade mostrou-se inviável financeiramente para os 
criadores.
O maior problema que o criador brasileiro de avestruz enfrentou até hoje foi a quebra 
da Avestruz Master, empresa de Goiânia que tinha filiais em sete estados e milhares de 
investidores, que compraram títulos da empresa, correspondente a um avestruz, para 
depois lucrar com a venda da carne e outros produtos do animal. A empresa vendia 
filhotes de avestruzes e era responsável pelo abate e pela venda da ave e prometia lucro 
garantido aos clientes.
Quem investisse nas aves, ganharia um retorno de 10% ou até mais mensalmente sobre 
o valor aplicado até o mês em que a avestruz fosse recomprada pela empresa. O lucro 
seria assegurado pela suposta exportação da carne. O golpe durou sete anos, estou-
rou em 2005, nenhuma avestruz foi abatida. Ninguém sabe ao certo, mas há cálculos 
que mais de 600 mil avestruzes foram comercializadas, porém, nas fazendas não havia 
mais de 40.000 avestruzes. O número de investidores foi imenso, estima-se que mais de 
40.000 investidores caíram no golpe.
Hoje, o Brasil possui um dos maiores plantéis dessa ave no mundo. A estrutiocultura 
brasileira provou a sua força e o seu potencial após passar por crises e também por não 
receber nenhum estímulo do Estado. Não há registros de nenhum incentivo do Governo 
para a produção de aves nem para frigoríficos. Leia na íntegra a matéria da revista rural 
do ressurgimento da estrutiocultura. Disponível em: <http://www.revistarural.com.br/
edicoes/item/5761-estrutiocultura-o-exemplo-da-fenix>.Acesso em: 15 dez. 2014.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Este vídeo mostra a criação de avestruz, abordando quando foi o início da atividade comercial no 
Brasil, como são alimentados, informando alguns parâmetros técnicos. Não deixe de acessá-lo e 
observe as instalações necessárias para a atividade. Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/
watch?v=P_rAtx0wcAE>.
Neste vídeo, você vai conhecer as raças de avestruz em uma entrevista com criadores que 
explicam a origem destas aves e alguns cuidados básicos na criação.
Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=mXJKTGmHiQU&feature=related>.
A carne produzida pela ave é macia e muito nutritiva e por isso já faz parte da merenda escolar de 
alguns municípios do país. Outro aspecto é que essa carne exportada para outros estados sai de 
Mato Grosso do Sul.
Assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=rNgcd91zxhU>.
Neste vídeo da Record Rural, você vai verifi car a demonstração da organização da cadeia 
produtiva com implantação de um Frigorífi co em Campo Grande no Mato Grosso do Sul para 
abate de 200 animais por dia, demonstrando o processo de abate com inspeção do ServiçoFederal de inspeção, além de uma análise do negócio.
Assista ao vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=CLMvV3XgzDQ&feature=related>.
Livro: Criação de Avestruz
Autor: Joana D’Arc Silveira Souza
Editora: Aprenda Fácil Editora
Sinopse: Este livro contém temas atuais e relevantes da criação 
de avestruz, como biologia, comportamento, instalações, manejo, 
medidas de biossegurança e os aspectos econômicos, bem 
como a nova legislação sobre a criação de ratitas, permitindo aos criadores a realização de um 
planejamento efi ciente.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre a criação de avestruz, acesse os links, abaixo, de algumas entidades do 
setor:
<www.portaldoavestruz.com.br>.
<www.acab.org.br>.
<www.aviculturaindustrial.com.br>.
<www.abreonline.com.br>. 
159 
1) O mercado da criação de avestruz não foge muito à regra do início de uma nova 
atividade zootécnica em um país. Assinale V (verdadeiro) e F (falso).
( ) O avestruz vem sendo utilizado para a produção de penas há mais de mil anos.
( ) Cerca de 50 mil a 120 mil avestruzes são abatidos anualmente na África do Sul 
para a obtenção de carne, couro, produtos secundários e penas.
( ) Como o avestruz é um animal pouco selecionado geneticamente, é fundamental 
que as universidades brasileiras e outras instituições de pesquisa comecem a traba-
lhar com essas aves.
2) Mesmo sendo uma atividade nova no Brasil, encontramos valores da produtivi-
dade de avestruzes na literatura. Enumere a segunda coluna de acordo com a 
primeira.
1. Período de vida produtivo (anos). ( ) 30 a 50
2. Produção média de ovos por ano de uma fêmea. ( ) 130 a 150
3. Peso médio das aves adultas (Kg). ( ) 24 e 30
4. Maturidade sexual das fêmeas e dos machos (meses). ( ) 35 a 40
3) O avestruz é caracterizado como ave da fauna silvestre exótica e sua cria e recria 
são encaradas como uma atividade de alto risco para o meio ambiente. Daí é pre-
ciso que, dentre outras coisas, o produtor consiga uma licença ambiental junto 
ao IBAMA antes de iniciar o seu negócio.
( ) Certo ( ) Errado
4) Os avestruzes são manejados de acordo com a fase de produção que requerem 
cuidados especiais em cada uma delas, enumere a segunda coluna de acordo 
com a primeira.
1. Fase de cria
( ) Machos e fêmeas podem compartilhar o mesmo 
espaço, sendo recomendado um mínimo de 100 
metros quadrados por ave dentro de um mesmo 
piquete.
2. Fase de recria ( ) A média normal de postura gira em torno de 40 ovos durante 30 dias, com pausas de 24 a 48 horas.
3. Reprodução
( ) Período crítico para o desenvolvimento das aves, 
pois pode haver ocorrência de doenças e a dificulda-
de de manejo é maior.
4. Postura ( ) O macho deve ser separado da fêmea e a área in-dicada é acima de 400 metros quadrados por animal.
5) Na criação de avestruzes, assim como em qualquer outra exploração animal, as 
instalações têm uma função de apoio às atividades ligadas ao processo produti-
vo. As principais funções das instalações são:
a. Facilitar o manejo, conforto e segurança aos animais.
b. Conforto, sanidade dos animais e estética.
c. Sanidade, facilitar o manejo e o transporte dos animais.
d. Transporte dos animais, conforto e sanidade.
e. Segurança, sanidade e transporte dos animais. 
6) A raça mais criada no mundo, domesticada, de pequeno porte, dócil, produtiva e 
precoce, com plumas bonitas e possui um couro com muitos folículos é a African 
Black.
( ) Certo ( ) Errado
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Professor Me. José Sérgio Righetti
ESTUDO ECONÔMICO DAS 
ALTERNATIVAS DE NEGÓCIO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer os coeficientes técnicos.
 ■ Caracterizar os custos das atividades. 
 ■ Analisar a viabilidade do negócio.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Coeficientes Técnicos
 ■ Custos
 ■ Análise de Viabilidade
INTRODUÇÃO
Está acontecendo uma mudança de atitude por parte dos consumidores de ali-
mentos, existindo uma tendência, principalmente nos países desenvolvidos, 
nos quais as preocupações com a saúde e bem-estar em geral, incluindo receios 
ambientais, passem a ter cada vez mais importância no processo de escolha dos 
consumidores.
Assim, devemos avaliar as alternativas estudadas nesta disciplina na ótica da 
produção, de mercado e ambiental, procurando atingir o objetivo pretendido.
É importante enfatizar que, em uma cadeia produtiva organizada, todos 
ganham com o processo, guardando um equilíbrio entre os seus diversos elos e 
cada um deles cumprindo uma missão específica.
Nesta unidade, abordar-se-á uma das funções básicas do gestor rural, ou seja, 
estabelecer o modo como será produzida a tecnologia a ser utilizada. Muitos pro-
dutos agropecuários podem ser produzidos de várias maneiras. O gestor precisa 
selecionar a adequada combinação de insumos que irá maximizar a lucratividade 
para se produzir um dado nível de produto de acordo com os objetivos almejados.
Hoje, além de produzir com eficiência, sustentabilidade econômica e ambien-
tal com responsabilidade social e sem desperdícios, será preciso desenvolver 
habilidades no gerenciamento e na motivação de pessoas, na compra de insu-
mos, na venda da produção e na gestão adequada dos custos de produção. 
Há diferença fundamental entre dados e informação, e esta última são os 
dados processados, ou seja, analisados. Assim precisamos, além de buscar dados 
confiáveis, analisá-los sob a ótica da razão, transformando-os em informação 
útil para tomada de decisão.
Se não existe um sistema de registros, é praticamente impossível de se deter-
minar corretamente os custos de produção, que são diferentes para cada empresa 
do agronegócio.
Pare e pense: você conhece algum caso parecido? Com certeza, aí na sua 
cidade, existem várias empresas assim, não é? 
Vamos então procurar relacionar os conhecimentos construídos nas qua-
tro unidades anteriores para obtermos informações relevantes para tomada de 
decisão, seja qual for o segmento da cadeia produtiva escolhido.
Bom Estudo!
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Introdução
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ESTUDO ECONÔMICO DAS ALTERNATIVAS DE NEGÓCIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V
COEFICIENTES TÉCNICOS
As técnicas de produção, juntamente com quantidades e qualidades dos recursos 
disponíveis, limitam o nível de bem-estar de uma sociedade. A produção pode 
ser definida como o processo pelo qual um conjunto de fatores pode ser trans-
formado em um produto.
A tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de 
mudanças nas técnicas e nos métodos de produção. A tecnologia também se 
refere a métodos aperfeiçoados de combinar os fatores de produção. Um aper-
feiçoamento das técnicas administrativas é uma parte integrante da revolução 
tecnológica. A falta de decisões administrativas apropriadas faz que as mesmas 
máquinas, espécies e matérias-primas sejam combinadas de modo incorreto, 
resultando em não aumento da produção.
A inovação tecnológica é um importante fator de aumento de oferta de bens 
agrícolas, notadamente no longo prazo. Uma tecnologia só será economicamente 
viável se provocar um aumento da produção proporcionalmente maior do que a 
elevação do custo total, de tal modo que resulte em uma redução do custo médio 
de produção. Em outras palavras, uma boa tecnologia é aquela que resulta em 
processos de produção com custos unitários menores.
A competitividade pode ser entendida em três dimensões: empresarial, 
estrutural e sistêmica.
 ■ A dimensão Empresarial engloba os fatores diretamente ligados à empresa, 
tais como produtividade, qualidade, capacidade gerencial, logística interna 
à empresa, marketing e capacidade de inovação.
 ■ A dimensão Estrutural diz respeito aos fatores relacionados ao mercado, 
às tecnologias de produção disponíveis, à configuração da indústria e da 
sua relação com as escalas de produção e àscondições de concorrência 
no mercado em que atua.
 ■ A dimensão Sistêmica abrange os condicionantes macroeconômicos 
(domésticos e internacionais), tais como: as políticas econômicas (fiscal, 
monetária e cambial), o ambiente político-institucional, o sistema educa-
cional, o sistema financeiro e a infraestrutura logística externa à empresa.
O cenário atual vem demonstrando um aumento gradativo na competitivi-
dade, aumento este que atinge todos os setores da economia.
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Para avaliar economicamente a viabilidade de se investir em uma atividade, são 
necessárias informações relacionadas às diversas etapas do processo produtivo 
adotado, pois o resultado econômico das atividades zootécnicas está diretamente 
relacionado com as características reprodutivas, taxas de eficiência reprodutiva 
e taxa de sobrevivência de filhotes.
Daí a importância de conhecermos os sistemas de produção, sua cadeia pro-
dutiva e as espécies a serem exploradas.
Considerando que a viabilidade econômica tem papel-chave na tomada de deci-
são sobre os investimentos a serem feitos dentro da empresa rural, apresentamos 
aqui alguns aspectos a serem considerados. 
Para avaliar a viabilidade econômica da atividade, é necessário, inicialmente, 
que sejam observados alguns coeficientes zootécnicos. A Tabela 12 apresenta 
alguns coeficientes relacionados à ovinocultura e a Tabela 13 apresenta os mes-
mos índices para a caprinocultura.
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V
Coeficientes Ano 1 Ano 2 Ano 3
Parição (parto/matriz/ano) 1,2 1,2 1,5
Fertilidade (fêmeas paridas/fêmeas cobertas) 60 - 70% 80 - 85% 90 – 95%
Prolificidade (crias/parto) 1,3 1,4 1,5
Mortalidade até 1 ano (%) 10 7 5
Mortalidade acima de 1 ano (%) 7 5 3
Descarte de matrizes (%/ano) 20
Relação reprodutor: matriz 1:30 1:40 1:60
Percentagem (%) de peso adulto ao primeiro 
acasalamento (fêmeas) 70
Aprisco para animais até 06 meses (m²/cabeça) 0,5
Aprisco para animais acima de 06 meses (m²/
cabeça) 1,2
Intervalo entre partos (meses) 8
Consumo de água (litros/cabeça/dia) 5
Produção de fezes (kg/cabeça/dia) animal de 
40 Kg 1,5
Número de animais até 06 meses por UA 10
Número de animais acima de 06 meses por UA 6
Idade para abate de cordeiros (meses) 8 6 5
Peso Vivi ao abate (Kg) 24 26 28
Tabela 12: Coeficientes zootécnicos para ovinocultura
Fonte: EMBRAPA (2005)
Coeficientes Ano 1 Ano 2 Ano 3
Parição (parto/matriz/ano) 1,2 1,2 1,5
Fertilidade (fêmeas paridas/fêmeas cobertas) 60 - 70% 80 - 85% 90 - 95%
Prolificidade (crias/parto) 1,3 1,4 1,5
Mortalidade até 1 ano (%) 10 7 5
Mortalidade acima de 1 ano (%) 7 5 3
Descarte de matrizes (%/ano) 20
Relação reprodutor: matriz 1:30 1:40 1:60
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Percentagem (%) de peso adulto ao primeiro 
acasalamento (fêmeas) 70
Aprisco para animais até 06 meses (m²/cabe-
ça) 0,5
Aprisco para animais acima de 06 meses (m²/
cabeça) 1,2
Intervalo entre partos (meses) 8
Consumo de água (litros/cabeça/dia) 5
Produção de fezes (kg/cabeça/dia) animal de 
40 Kg 1,5
Número de animais até 06 meses por UA 10
Número de animais acima de 06 meses por 
UA 6
Idade para abate de cabritos (meses) 8 6 5
Peso vivo ao abate (kg) 24 26 28
Tabela 13: Coeficientes zootécnicos para caprinocultura
Fonte: EMBRAPA (2005)
A tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organi-
zação e transformá-los em ação organizacional em consonância com a realidade. 
Esta ação se dá por meio do planejamento, da organização, da direção e do con-
trole de indicadores de desempenho técnico-econômico-financeiro dos esforços 
realizados nos diferentes níveis da organização. A administração rural apresenta 
ferramentas para melhor combinação dos recursos disponíveis nas unidades de 
produção. Todavia, falta aos administradores informações que lhes assegurem 
meios eficazes para tomar decisões, sejam elas de curto, médio ou longo prazo.
Para produzir carne, leite ou outro produto do setor pecuário é preciso ter 
como elementos básicos o produtor, o clima, a propriedade com forragens, os 
animais, algumas instalações funcionais e utensílios. 
Para produzir com controle da atividade e consciente de suas possibilidades 
de sucesso, a complexidade aumenta. Para ter sucesso, pode-se dividir as inicia-
tivas do produtor em relação à sua propriedade em duas:
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Primeira iniciativa – voltada para o que ocorre além da porteira. Diz respeito 
tanto a quem está na atividade quanto para quem quer entrar. O produtor deve 
se informar sobre o que precede a produção. Principalmente itens relacionados 
ao preço, disponibilidade e distância de insumos e de indústria. 
Segunda iniciativa – diz respeito às atividades do produtor dentro da pro-
priedade. Envolve as funções de administração, isto é, planejamento, organização, 
direção e controle, para gerir lucrativamente seu empreendimento. O controle 
será a função da administração mais focada.
Para ter maior controle sobre a atividade, tem evoluído o uso de softwares 
agropecuários.
Entre instituições voltadas para este fim, são comuns as reflexões: 
Qual deve ser a complexidade do controle de indicadores para administrar 
uma propriedade? Produtor ou técnico, quem registra e usa mais frequentemente 
os dados e as informações? Qual é o tamanho do mercado usuário ou potencial 
usuário de softwares agropecuários? 
É do produtor a escolha dos indicadores que melhor comuniquem o resul-
tado da estratégia de produção e possibilitem o planejamento da propriedade. 
A complexidade fica em função de sua vontade de registrar dados, da sua dis-
ponibilidade de tempo, da assistência técnica e da vocação para registrar e usar 
os dados transformando-os em informação.
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Existem várias formas de controlar o movimento de recursos financeiros. A con-
tabilidade de custos aplicada a atividades de produção agropecuária é um deles. 
Para tal, é necessário criar um plano de contas para armazenar as movimenta-
ções financeiras de receitas e de despesas efetuadas nas atividades agropecuárias.
Os custos são elementos importantes na análise da eficiência dos sistemas de 
produção implantados. Os custos de produção variam de acordo com os insu-
mos usados e práticas de manejo adotadas.
Sua análise mais profunda permite identificar os itens mais relevantes, os 
que deverão ser prioritariamente trabalhados, os que perdem importância e os 
que tendem a aumentar sua participação na composição geral.
Independente da atividade, o conjunto de investimentos físicos, gastos fei-
tos de uma só vez e que ficam agregados ao patrimônio da empresa, deve ser 
analisados com cuidado na composição do custo de produção, pois agregam anu-
almente, de acordo com sua vida útil, na composição do custo total de produção, 
na forma de depreciação e/ou no custo oportunidade. Na Tabela 14, demons-
tram-se os investimentos necessários para implantação de 2 hectares de viveiros 
escavados para produção de peixes.
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Custo de implantação do projeto
 
Nome do proprietário Data  
Localidade Número do viveiro
Município/Estado Área do viveiro (ha) 2,00
Item Unidade
Quantida-
de 
(R$)
Preçounitário 
(R$) Valor
Construção do viveiro       47.112,00Trator de esteira h 220 150,00 33.000,00
Retroescavadeira h 60 90,00 5.400,00
Caminhão-caçamba h 30 100,00 3.000,00
Rolocompactador h 30 130,00 3.900,00
Subtotal R$ 0,00 45.300,00
Depreciação Anos 25 0,00 1.812,00
Sistema de abastecimento/
esc.     0,00 3.965,52
Tubos PVC m 400 5,00 2.000,00
Joelho PVC Unidade 8 3,00 24,00
Tijolos Milheiro 1,5 300,00 450,00
Cimento Sacos 11 22,00 242,00
Areia m3 2 65,00 130,00
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Pedrabritada m3 2 58,00 116,00
Madeira m3 2 28,00 56,00
Ferro kg 300 0,65 195,00
Mão de obra na construção 600,00 600,00
Subtotal R$ 0,00 3.813,00
Depreciação Anos 25 0,00 152,52
Equipamentos     0,00 67.344,50
Redemalha 6 Unidade 3 65,00 195,00
Tarrafamalha 4 Unidade 2 150,00 300,00
Computador Unidade 1 1.500,00 1.500,00
Veículo Unidade 1 25.000,00 25.000,00
Depósito/escritório/casa m2 50 650,00 32.500,00
Instalações elétricas Unidade 10 300,00 3.000,00
Outros equipamentos Unidade 1 500,00 500,00
Subtotal R$ 0,00 62.995,00
Depreciação média Anos 10 0,00 4.349,50
Outros custos     0,00 8.006,75
Juros sobre a terra % 2 0,00 1.000,00
Custo do Capital % 6,25 7.006,75
Custo total do projeto 0,00 126.428,77
Depreciação anual total 0,00 6.314,02
Tabela 14: Exemplo de custo de implantação de uma piscicultura em 2 ha
Fonte: elaborado pelo autor
Na Tabela 15, encontra-se o custo total de produção, no qual a depreciação e o 
custo oportunidade estão incluídos no custo do capital.
A análise da rentabilidade dos empreendimentos torna-se uma ferramenta 
importante para a maximização dos lucros. A utilização de estimativas de custos 
de produção na administração de empresas agrícolas tem assumido importância 
crescente, tanto na análise da eficiência da produção de determinada atividade 
quanto na análise de processos específicos de produção, os quais indicam o 
sucesso de determinadas empresas no seu esforço de produzir.
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Diante do fato da agricultura ter se tornado cada vez mais competitiva e com 
a diminuição da intervenção governamental no setor, o custo de produção trans-
forma-se em um importante instrumento do processo de decisão.
Entretanto, a maioria dos agricultores não faz controle de custos e de des-
pesas e nem análise de custos e, nesse caso, não conhece as margens brutas, os 
lucros e as relações custo/benefício.
Cálculo do custo de produção de peixes
Nome do proprietário Data 
Localidade Número do viveiro
Município/Estado Área do viveiro
Produção e receita (ha)   2
Produção comercializada
Quantidade
Kg
Preço 
unitário
Receita 
total
Espécies
Tilapia 17.500,0 3,5 61.250,00
Jundia 2.500,0 3,50 8.750,00
T O T A L 20.000,0 3,5 70.000,00
Custos operacionais Unidade Quantidade Preço uni-tário
Custo 
total Custo %
Custos variáveis
Alevinos mil 37,5 100,00 3.750,00 9,14
Mão de obra + encargos HM 180,0 6,00 1.080,00 2,63
Alimentação/ração kg 34.000,0 0,90 30.600,00 74,59
Fertilizantes orgânicos t 20,5 50,00 1.025,00 2,50
Fertilizantes químicos kg 600,0 0,85 510,00 1,24
Calagem t 2,4 90,00 216,00 0,53
Combustível litro 300,0 2,55 765,00 1,86
Energia elétrica kwh 345,0 0,28 96,60 0,24
Manutenção R$ 350,00 0,85
Análise química Unidade 4,0 100,00 400,00 0,97
Transporte km 300,0 0,78 234,00 0,57
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Assistência técnica Visita 8,0 250,00 2.000,00 4,87
Subtotal 41.026,60 100,00
Custos fixos
Salário Salário 12 1.200,00 14.400,00
Custo do capital % 6,25 2.989,16
Subtotal       17.389,16
CUSTO T O T A L 58.415,76
Tabela 15: Cálculo do custo de produção do sistema empregado
Fonte: elaborado pelo autor
A decisão de investir é de natureza complexa, porque muitos fatores, inclusive 
de ordem pessoal, entram em cena. Entretanto, é necessário que se desenvolva 
um modelo teórico mínimo para explicar e prever essas decisões.
Há diferentes tipos de medidas de eficiência física principalmente para a 
atividade pecuária. Assim como as medidas de eficiência econômica, eles são 
valores médios e devem ser interpretados como tais, na Tabela 16, encontram-se 
alguns indicadores técnicos e econômicos para analisar o negócio piscicultura.
Quantidade produzida
Quantidade de alevinos estocados
Período de cultivo
Quantidade de alimento (Ração)
Quantidade de fertilizante orgânico
Produtividade do cultivo
Receita bruta
Preço médio de venda
Custo de produção/quilo produzido
Custo do alimento (ração)/quilo produzido 
Custo do fertilizante orgânico/quilo produzido 
Custo da mão de obra/quilo produzido
Valor da produção por homem
Valor da produção/quilo de alimento
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Valor da produção/tonelada de fertilizante orgânico
Lucro
Retorno da mão de obra e gerência
Retorno de capital
Taxa de retorno de capital
Período de recuperação do capital
Ponto de equilíbrio da produção
Ponto de equilíbrio do preço
Margem bruta
Conversão do fertilizante orgânico
Conversão fertilizante orgânico (matéria seca)
Conversão alimentar de alimentação (ração)
Lucro/custo
Custo de implantação do projeto
Tabela 16: Indicadores técnicos e econômicos
Fonte: elaborado pelo autor
Outro exemplo, para fins de estimativa orçamentária, poderia ser o cálculo do 
custo para produção do quilograma de uma de ração concentrada. Adotando 
a seguinte composição para a ração concentrada (que pode sofrer ajustes para 
conter de 17-18% de proteína bruta):
 ■ Milho triturado: 60%.
 ■ Farelo de soja: 21%.
 ■ Farelo de algodão: 15%.
 ■ Ureia: 0,2%.
 ■ Calcário: 2,0%.
 ■ Sal comum: 1,0%.
 ■ Mistura mineral: 0,8%.
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Usando valores estimados da matéria-prima necessária, chega-se ao preço final 
de R$ 0,47/Kg, conforme a Tabela 17.
Tipo Unid. Preço/Unid. Composição
Milho Kg 0,40 60%
Soja Kg 0,66 21%
Farelo de Algodão Kg 0,43 15%
Outros Kg 0,55 4%
Preço Ponderado Kg 0,47 100%
Tabela 17: Composição do custo da ração concentrada
Fonte: elaborado pelo autor
O cenário atual vem demonstrando um aumento gradativo na competitividade, 
aumento este que atinge todos os setores da economia. Diante disto, o empre-
endedor deverá buscar formas de gerenciamento, visando um conhecimento 
aprofundado de sua propriedade e de todos os outros fatores que interferem na 
sua atividade. O produtor rural deve deixar de ser apenas o proprietário e tor-
nar-se um gestor ou administrador de sua empresa rural.
As atividades agrícolas requerem um amplo conhecimento de informa-
ções em termos físico, técnico e financeiro, principalmente do proprietário da 
empresa rural, que geralmente é quem toma as decisões, para, com isso, conse-
guir medir o desempenho financeiro das atividades realizadas pela propriedade, 
pois, na atual situação do mercado do agronegócio, um planejamento e um con-
trole adequado se tornam fundamentais para obter lucro.
Toda empresa, por menor que seja, precisa ter definido quais são seus cus-
tos de produção, como também os métodos de custeio para apropriação destes. 
Assim, pode-se definir a que preço deve ser vendida a produção para obter lucro 
sobre os investimentos.
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ANÁLISE DE VIABILIDADE
Determinar a viabilidade de um negócio não garante que ele receberá financia-
mento ou que será implementado – muitas outras coisas fora do seu controle 
podemdar errado – mas isto irá preparar o terreno para que se apresente o negó-
cio a pessoas sensatas que participem técnica e financeiramente dele. O objetivo 
de uma análise de viabilidade é que você possa demonstrar que partes do seu 
negócio podem ser colocadas juntas, de uma maneira adequada o suficiente para 
apresentá-lo aos outros.
As análises de viabilidade econômicas são realizadas a partir dos valores do 
fluxo de caixa do projeto, mediante diversos critérios, tais como:
a. Taxa Interna de Retorno (TIR), que mede a rentabilidade média percen-
tual do investimento.
b. Valor Presente Líquido (VPL), que mede a rentabilidade absoluta do 
projeto considerando o fluxo de caixa descontado a uma taxa de juros 
alternativa.
c. Relação Benefício/Custo (B/C), que mede o retorno para cada unidade 
monetária investida.
d. Método do Payback, que é um dos métodos mais simples e, talvez por isso, 
de utilização muito difundida. Consiste, essencialmente, em determinar o 
número de períodos necessários para recuperar o capital investido. Tendo 
essa avaliação, a administração da empresa, com base em seus padrões 
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Análise de Viabilidade
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de tempo para recuperação do investimento, no tempo de vida esperado 
do ativo, nos riscos associados e em sua posição financeira, decide pela 
aceitação ou rejeição do projeto. A forma mais fácil de calculá-lo é sim-
plesmente acumulando as entradas e as saídas e determinando o período 
em que houve a transição de um valor positivo para negativo. 
Você aprenderá como calcular cada um destes indicadores no decorrer do curso 
de Agronegócio.
Cada um dos indicadores financeiros resulta em informações diferentes, que 
podem ser utilizadas de maneira complementar. O VPL é um método que for-
nece uma boa noção do montante que será obtido com o projeto, isto é, o valor 
que será captado, porém, ele não permite uma comparação fácil com outros 
investimentos. Esse aspecto é grande vantagem da informação obtida na TIR, 
que fornece um valor facilmente comparável. Mas existem projetos que retornam 
um bom montante (VPL altamente positivo) e rentáveis (TIR acima da taxa de 
atratividade), mas cujo período de retorno de investimento é longo, significando 
que a empresa terá de amargar um bom período de prejuízo até a obtenção do 
lucro. Portanto, sugerimos o cálculo desses três indicadores.
A decisão de investir é de natureza complexa, porque muitos fatores, inclu-
sive de ordem pessoal, entram em cena. Entretanto, é necessário que se de-
senvolva um modelo teórico mínimo para explicar e prever essas decisões.
A análise de projetos de investimento é o conjunto de procedimentos uti-
lizados para avaliação e comparação de projetos de investimento alternati-
vos fundamentados em princípios econômicos básicos.
Saiba mais em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ana-
liseinvestimentos.htm>.
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A viabilidade financeira consiste em identificar se os saldos líquidos acumulados 
do projeto são positivos ao longo do tempo e suficientes, inclusive, para paga-
mento de financiamentos, quando existirem. As demais viabilidades, ambiental, 
política, social e legal do projeto, consistem em verificar se ele atende aos diversos 
requisitos impostos pela sociedade. A viabilidade ambiental consiste na susten-
tabilidade dos recursos naturais envolvidos direta e indiretamente no projeto.
COMPARAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE CAPITAL INVESTIDO
Usamos como exemplo os bovinos: a quantidade diária de volumoso necessária 
para alimentar um bovino adulto é suficiente para alimentar 8 ovinos adultos.
Um ovino mestiço atinge 40 kg de peso vivo em apenas quatro meses, em 
um ano, onde se cria 1 bovino, cria-se 24 ovinos; a ovinocultura é, em média, 
4 a 5 vezes mais lucrativa que a bovinocultura de corte. Se cada UA (Unidade 
Animal -equivale a um animal de 450 kg de peso vivo) equivale a 8 ou 10 ove-
lhas, quando morre uma vaca, equivale a morte de 100% do capital, se morre 
uma ovelha, perde-se apenas 10% do rebanho.
Um bovino com quatro anos pesa em torno de 400 kg, enquanto na mesma 
área e no mesmo período são produzidos 96 ovinos que pesam 3,840 kg (96 
cabeças x 40 kg).
Um boi bebe 80 litros de água por dia, em um mês, bebe 2.400 litros de água, 
consumo suficiente para o consumo de 80 ovinos no mesmo período.
Em geral, os ovinos são criados e engordados com alimentos à base de pas-
tagens cultivadas ou nativas melhoradas, enquanto os bovinos exigem, além das 
pastagens, alimentação suplementar à base de concentrados.
Em 15 meses, tem-se a produção de 1 bezerro que será vendido aos 30/36 
meses, com o peso médio de 12 a 15 arrobas, isto é, 360 a 450 kg de peso vivo. 
Neste mesmo período, as ovelhas terão tido 4 a 5 partos com uma produção média 
de 40 a 50 borregos, que, aos seis meses, terão o peso vivo de 1200 a 1500 kg.
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Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É recomendável que as tomadas de decisões sejam baseadas no trinômio: intera-
ções socioeconômicas, tecnologia e interações ecológicas. Esta escolha não deve 
ser baseada apenas na avaliação de uma técnica em relação à outra; ela também 
deve levar em conta características inerentes ao empreendedor, tais como o local 
em que se encontra (ou onde deseja se instalar), os mercados que pretende aten-
der, seu histórico de vida e a cadeia produtiva como um todo.
A gestão está diretamente ligada ao dia a dia dos empreendimentos. A con-
tinuidade da empresa, a sua permanência na atividade, depende muito da forma 
como o administrador irá conduzi-la nas suas tomadas de decisões, nas ferra-
mentas que possui e nas informações em que irá se basear.
O gestor precisa deslocar os trabalhos operacionais para o campo da ação. 
Tem que sair das habilidades práticas de saber fazer certas coisas corretamente 
para atividades administrativas, voltadas para o campo do diagnóstico, do pla-
nejamento e da decisão, em que utiliza as habilidades conceituais de diagnosticar 
situações, definir e estabelecer estratégias de ação adequadas. A administração é 
o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de 
recursos. Desta forma, cresce a necessidade de se fundamentar em conceitos, valo-
res e teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 
A crescente integração da economia global exige que as empresas redimen-
sionem a sua atuação e passem a se preocupar muito mais com os fornecedores 
e clientes, objetivando maior lucratividade, a conquista de novos mercados e a 
adaptação aos novos condicionantes que caracterizam o agronegócio no século 
XXI. Da mesma forma, amplia a necessidade de profissionais qualificados, fami-
liarizados com a problemática que envolve o funcionamento da cadeia produtiva, 
aptos a atuarem diante da intensa competitividade que caracteriza o setor. 
De acordo com estudos realizados pelo SEBRAE, estima-se que aproximadamente 80% 
de todos os novos negócios no Brasil fracassam nos primeiros dois anos, e muitos não 
chegam a completar um ano de funcionamento.
O sucesso de um negócio está na boa administração, que é a capacidade de entender, 
dirigir e controlar o empreendimento. Aqui vão algumas condições para esse sucesso:
• Ser objetivo: não há lugar para ilusão quando se cria um negócio.
• Manter tudo simples e focalizado: concentre-se e use seus recursos onde o im-
pacto e os lucros forem maiores.
• Determinar como atingir e vender no mercado.
• Nunca ficar sem disponibilidade de caixa.
• Quanto ao papel econômico, os pequenos negócios colaboram para o bem-es-
tar econômico da nação, gerando uma parte do total dos bense dos serviços. 
Também possuem algumas qualidades que oferecem contribuições excepcio-
nais, na medida em que:
• Oferecem muitas oportunidades de emprego para uma população e uma eco-
nomia em crescimento.
• Introduzem inovações: a inovação estimula a produtividade, fornecendo me-
lhores produtos e métodos de produção.
• Estimulam a competição: como concorrentes econômicos, promovem um efei-
to saudável ao sistema capitalista.
No âmbito social, contribuem em vários aspectos, entre os quais, na absorção de mão de 
obra não qualificada. Outro aspecto social de fundamental importância é a ampliação 
da classe média, à medida que se possibilita ao assalariado ascender à posição de micro 
ou pequeno empresário.
O primeiro motivo que nos vem à mente quando pensamos porque as empresas fracas-
sam é o cenário econômico desfavorável ao setor, ou falta de apoio do governo e falta de 
crédito. Estes fatores contribuem sim para o fracasso de uma empresa, no entanto, não 
estão entre os principais motivos de fracasso.
Os principais motivos de fechamento de uma empresa esta na falta de comportamento 
empreendedor: a pessoa não possui características básicas de um empreendedor; falta 
de planejamento prévio e a ineficiência da gestão empresarial. 
Fonte: Rubens Fernandes Negrao
Veja a matéria na íntegra, disponível em: <http://sites.pr.sebrae.com.br/blo-
gs/2014/03/14/por-que-as-empresas-fracassam/>. Acesso em: 15 dez. 2014. 
181 
1) Uma tecnologia só será economicamente viável se provocar um aumento da pro-
dução proporcionalmente maior do que a elevação do custo total, de tal modo 
que resulte em uma redução do custo médio de produção. Assinale V (verdadeiro) 
e F (falso).
( ) Uma boa tecnologia é aquela que resulta em processos de produção com custos 
unitários menores. 
( ) A tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudan-
ças nas técnicas e nos métodos de produção.
( ) Um aperfeiçoamento das técnicas administrativas não é uma parte integrante da 
revolução tecnológica.
2) Para avaliar economicamente a viabilidade de se investir em uma atividade, são 
necessárias informações relacionadas às diversas etapas do processo produtivo 
adotado. Daí a importância de conhecermos os sistemas de produção, sua cadeia 
produtiva e as espécies a serem exploradas.
( ) Certo ( ) Errado
3) Os custos são elementos importantes na análise da eficiência dos sistemas de pro-
dução implantados. Os custos de produção variam de acordo com os insumos usa-
dos e as práticas de manejo adotadas.
( ) Certo ( ) Errado
4) A competitividade pode ser entendida em três dimensões: empresarial, estrutural 
e sistêmica. Relacione a primeira coluna com a segunda.
1. Empresarial ( ) Diz respeito aos fatores relacionados ao mercado, às tecnolo-
gias de produção disponíveis.
2. Estrutural ( ) Condicionantes macroeconômicos, ambiente político-institu-
cional.
3. Sistêmica ( ) Engloba os fatores diretamente ligados à empresa, tais como 
produtividade, qualidade, capacidade gerencial.
5) No estudo de um empreendimento, temos que fazer várias análises para verificar 
sua viabilidade, dentre elas:
a. Financeira e Legal.
b. Ambiental e Política
c. Social e Econômica.
d. Política e Financeira.
e. Todas as alternativas. 
6) É recomendável que as tomadas de decisões sejam baseadas apenas na avalia-
ção de uma técnica em relação à outra, como na comparação feita entre os bo-
vinos e ovinos.
( ) Certo ( ) Errado
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Este vídeo foi elaborado por alunos do primeiro ano de administração que ilustram por 
meio de desenhos como a efi ciência técnica infl uencia no custo e escala de produção. 
Assista ao Vídeo: <http://www.youtube.com/watch?v=8FqgdSFPZcw>.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o link abaixo:
<http://www.criareplantar.com.br>. 
Livro: Estratégia e Competitividade Empresarial - Inovação e 
Criação de Valor
Autores: Luiz Carlos Di Serio e Marcos Augusto de 
Vasconcellos 
Editora: Saraiva
Sinopse: A obra apresenta temas como criação de valor, 
gestão da inovação, tecnologia da informação, estratégia, 
competitividade empresarial, entre outros. O livro traz, ainda, estudos de caso de 
empresas de diferentes áreas, que ilustram, na prática, a teoria abordada.
CONCLUSÃO
185
Olá, novamente! 
E aí, você gostou do nosso material didático? 
Espero que sim, pois eu dei o melhor de mim e gostei muito de estar aqui do outro 
lado, a distância, escrevendo esse material para você, meu(minha) aluno(a) de Agro-
negócio. Porém, não se acanhe em colaborar para melhorá-lo, com certeza, juntos, 
no final, teremos um material muito melhor. 
Neste material, vimos quatro alternativas de negócio animal. Vimos também que a 
escolha de qualquer empreendimento não deve ser baseada apenas na avaliação 
de uma técnica em relação à outra, ela também deve levar em conta características 
inerentes ao empreendedor, tais como o local em que se encontra (ou onde deseja 
se instalar), os mercados que pretende atender, seu histórico de vida e a cadeia pro-
dutiva como um todo. É recomendável que as tomadas de decisões sejam baseadas 
no trinômio: interações socioeconômicas, tecnologia e interações ecológicas.
Já estabelecidos o local e o tipo de criação que será desenvolvida, ao partir para a 
compra dos animais, deve-se dar preferência aos de origem conhecida, com ficha 
de acompanhamento veterinário desde o seu nascimento e com histórico de pro-
dução. A partir de então, é importante atentar para pequenos detalhes, como tipo 
de instalações necessárias. O principal é ter em mãos um bom planejamento para 
não ter surpresas ou prejuízos, analisar o mercado e seus produtos, a tecnologia de 
produção e seguir a legislação específica para cada caso.
Além disso, aprendemos que é imprescindível que a decisão por uma ou por outra 
técnica leve em conta o mercado que se pretende atender. E que é necessário inten-
sificar os trabalhos de repasse de conhecimento relativo a aspectos legais, mercado, 
gestão e produção, seja qual for o empreendimento, ampliando as possibilidades e 
dando condições para que os micros, pequenos e médios empreendedores se insi-
ram na atividade com um nível maior de sustentabilidade econômica.
Vimos também que é necessário que haja fortalecimento das cadeias produtivas, 
com base no estabelecimento de uma política nacional para o setor, que possibilite 
o desenvolvimento de polos de produção e de processamento dos produtos, fazen-
do que todos os elos, tais como produtores, frigoríficos, comércio, governo e consu-
midores trabalhem em prol do desenvolvimento do negócio, havendo necessidade 
de desenvolver a cultura da cooperação nos diversos setores da cadeia produtiva, 
principalmente, nos segmentos de transporte.
Aprendemos que é necessário um conhecimento das diferentes raças para se obter 
um melhoramento no rebanho, mediante a característica que cada uma delas apre-
senta. Discutimos o sistema de manejo e a tecnologia de produção de cada cadeia.
Finalmente, na ótica do desenvolvimento sustentável é fundamental a implantação 
e a estruturação de um planejamento estratégico, construído de forma conjunta, na 
discussão de temas e propostas que possibilitem aos diversos atores da cadeia pro-
dutiva novos conhecimentos, tecnologias de produção e gestão dos seus negócios.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Você viu as dicas de sites e filmes no decorrer do material? 
Como eu havia lhe falado, no final das unidades foi proposto a você que resolves-
se algumas atividades de autoestudo, elas servem para fixar o conteúdo discutido 
naquela unidade. Bom, vou terminando por aqui essa etapa do seu estudo, espero 
sinceramente que você tenha gostado desta disciplina e da metodologia utilizada. É 
sempre interessante aprender a respeito de novas cadeias produtivas, não é?
Nos vemos em uma próxima oportunidade e saiba que estarei sempre à disposição.
Caso queira encaminhar alguma sugestão ou crítica, pode encaminhar no meu en-
dereço eletrônico(e-mail): <jose.righetti@unicesumar.edu.br>.
No mais, espero ter contribuído com sua aprendizagem!
Muito obrigado pela caminhada!
Um grande abraço, 
Professor José Sérgio Righetti
REFERÊNCIAS
187
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GABARITO
191
Para que você não fique sem as respostas, segue abaixo o gabarito de todas as ati-
vidades propostas.
UNIDADE I UNIDADE II UNIDADE III UNIDADE IV UNIDADE V
1 V, F, V V, F, V V, F, F V, V, V V, V, F
2 5, 3, 4, 2, 1 3, 1, 1, 4, 3, 4, 2, 4 3, 1, 4, 2 2, 3, 4, 1 Certo
3 Certo Errado Certo Certo Certo
4 2, 1, 4, 3 3, 1, 4, 2 2, 4, 1, 3 2, 4, 1, 3 2, 3, 1
5 B E C A E
6 Certo Certo Certo Certo Errado

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