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Cadeias Produtivas de Animais Alternativos

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Prévia do material em texto

CADEIAS 
PRODUTIVAS 
DE ANIMAIS 
ALTERNATIVOS
Professor Me. José Sérgio Righetti
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância:
 Cadeias Produtivas de Animais Alternativos. José 
Sérgio Righetti
 Maringá - PR.: UniCesumar, 2015. 
 191 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Cadeias. 2. Produtivas. 3. Animais 4. Alternativos. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 570
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Direção Pedagógica
Kátia Coelho
Coordenação de Pós-Graduação, 
Extensão e Produção de Materiais
Renato Dutra
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nalva Aparecida da Rosa Moura
Design Educacional
Rossana Giani
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Revisão Textual
Simone Morais Limonta
Keren Pardini
Ilustração
Rafael Szpaki Sangueza
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Me. José Sérgio Righetti
Mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, Brasil(2009).
Professor de Agronomia do Centro Universitário Cesumar-Unicesumar, Brasil
A
U
TO
RE
S
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) ao livro de Cadeias Produtivas de Animais Al-
ternativos. Este livro foi organizado especialmente para você e é por isso que eu vou lhe 
explicar a melhor maneira de estudá-lo.
Eu sou o professor José Sérgio Righetti e fui o organizador deste livro. Ele contém cinco 
unidades estruturadas de maneira a conduzi-lo (a) um raciocínio lógico, e para que você 
compreenda que cada cadeia produtiva tem algumas características peculiares que se-
rão decisivas para a gestão das atividades e, consequentemente, para o planejamento e 
condução de projetos.
Na primeira unidade discutiremos sobre a cadeia produtiva da ovinocultura. Começare-
mos nossa discussão levantando os cenários atuais, o comportamento do mercado e as 
tendências e perspectivas da ovinocultura no Brasil e no mundo.
Agora, vou lhe fazer uma pergunta. Você faz ideia de por que ainda hoje esta atividade 
é desenvolvida empiricamente no Brasil? Vou te responder, principalmente pela falta de 
organização da cadeia produtiva. 
No item seguinte, você vai estudar os conceitos de cadeia produtiva. Devemos nos aten-
tar que a crescente interdependência entre as diversas etapas pelas quais passa o pro-
duto, da produção ao consumo final, se coloca como uma característica fundamental 
nos negócios agropecuários.
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utilizadas 
pelo mundo. Este conhecimento é importante para decidir o rumo e os resultados que 
se pretende com a atividade. Falando nisso, você gosta de navegar pela internet? Espero 
que sim, pois em vários trechos de nosso material existem algumas atividades que co-
bram de você a utilização desta tecnologia.
No próximo tópico, você irá estudar as tecnologias de produção agropecuária e o plane-
jamento da atividade. Faremos uma breve discussão sobre os sistemas de produção e a 
infraestrutura necessária para o negócio.
Essa teoria e os conhecimentos práticos são vitais para você porque essa comunhão é 
que vai te preparar para o mercado de trabalho, que hoje exige profissionais munidos 
de conhecimento, experiência e criatividade. Eu posso dizer a você que existem três 
perguntas que, se forem respondidas, significa que você captou a ideia central desta 
unidade:
• Quais são as características do mercado dos produtos da ovinocultura?
• Quais são as tecnologias disponíveis para uma boa criação?
• Quais quais são os investimentos necessários para o êxito no empreendimento?
Proponho, então, que você leia a unidade I e tente responder a estas três questões. Pode 
ser? Mãos à obra, então!
APRESENTAÇÃO
CADEIAS PRODUTIVAS DE ANIMAIS 
ALTERNATIVOS
Na unidade II, denominada Cadeia produtiva da caprinocultura, começo a discussão 
analisandoo plantel mundial e nacional levantando os cenários atuais, o comporta-
mento do mercado e as tendências e perspectivas da caprinocultura no Brasil e no 
mundo.
No item seguinte, vamos, como nos últimos anos vários seminários e workshops 
realizados no Brasil, discutir o agronegócio da caprinocultura tendo como principal 
enfoque identificar e propor estratégias que possibilitem a organização do setor da 
ovinocaprinocultura.
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utili-
zadas pelo mundo. Como estudaremos na unidade I, a escolha da raça é de suma 
importância, mas devemos também analisar o ambiente da criação e os objetivos 
do negócio.
No próximo tópico, você vai estudar as tecnologias de produção agropecuária e o 
planejamento da atividade. Faremos uma breve discussão sobre os sistemas de pro-
dução e a infraestrutura necessária para o negócio. Não nos esquecendo da mão de 
obra, pois a exploração exige grande cuidado e manejo, além da formação de um 
bom plantel.
A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos anos. 
Neste contexto, ganham espaço novas concepções, ações e atitudes, em que pro-
dutividade, custo e eficiência se impõem como regras básicas de sobrevivência em 
um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.
Espero que com as discussões destas duas unidades você se sinta apto(a) a fazer um 
diagnóstico da cadeia produtiva de caprinos em sua região e argumente com segu-
rança com outras pessoas a importância desta cadeia produtiva, principalmente no 
aspecto social.
Na unidade III, procurar-se-á demonstrar a importância da cadeia produtiva da aqui-
cultura, e, da mesma forma que nas unidades anteriores, procuramos discutir os 
cenários atuais no mundo e principalmente no Brasil.
Caro(a) aluno(a), esta disciplina como parte do curso de Agronegócio engrandece 
a grade curricular e particularmente me satisfaz, pois é minha área de trabalho e 
pesquisa. Outro tópico do nosso estudo são os tipos de aquicultura, na qual aborda-
remos com mais ênfase a criação de camarões, ostras e peixes. 
Nesta parte de nosso trabalho, você vai conhecer os fatores abióticos, tais como: 
temperatura, transparência, oxigênio dissolvido (OD), dentre outros, e avaliar os vá-
rios sistemas de produção, tais como: intensivo, extensivo, semi-intensivo, tanque-
-rede, entre outros, e ainda vamos estudar sobre as instalações necessárias para um 
cultivo adequado em aquicultura.
No final da leitura desta unidade, você vai concluir que o negócio da aquicultura 
apresenta-se como uma atividade alternativa à prática extrativista, que tem ultra-
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
passado seus limites sustentáveis, e revela-se como uma opção interessante para 
empreendedores de todos os portes.
Outro detalhe importante é que, ao final de todas as unidades, você encontrará uma 
leitura complementar e atividades de autoestudo. Neste momento, sugiro que você 
pare um pouco e reflita: “realmente fiz uma boa leitura, acessei os sites recomen-
dados, assisti aos filmes”, pois bem, então saberá realmente qual foi seu ganho de 
aprendizagem. 
Na unidade IV, chamada Cadeia produtiva da estrutiocultura, iniciaremos nossa in-
cursão ao mundo das ratitas, ou seja, especificamente de Avestruz.
Nesta unidade, discutiremos que, antes de iniciar a criação de avestruz, são neces-
sários certos cuidados, que vão desde a escolha de qual segmento da cadeia será 
seguido até a escolha da área a ser utilizada, passando pela compra das aves e ma-
quinários, manejo, clima, mão de obra, controle sanitário, entre outros. Também 
abordaremos como montar um criadouro de avestruz com licença ambiental junto 
ao IBAMA para iniciar o negócio. 
Seguindo no estudo, vamos estudar a importância dos indicadores e da sua análi-
se. Na última unidade do seu material didático, unidade V, Estudo econômico das 
alternativas de negócio, mostrarei para você como apurar os custos de produção 
e realizar o planejamento, analisando algumas variáveis. As palavras-chave desta 
unidade são análise e competitividade. 
Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o diagnóstico do negócio agropecu-
ário, seja qual for a alternativa de negócio e calcule os custos de produção. É impor-
tante analisar alguns pontos para auxiliar a tomada de decisão, por parte do futuro 
empreendedor, os coeficientes técnicos, os custos e a viabilidade do negócio.
Você percebe que a minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos 
materiais com o que vivencia na prática? Sem fazer essa relação, fica bem difícil in-
gressar no mercado hoje em dia.
Os livros são a base de tudo, mas, sem análise e vivência, esse conhecimento se per-
de, por isso fique atento(a) a tudo que passa ao seu redor!
Mãos à obra e bom trabalho!
Se você está apreensivo (a) com a quantidade de informação, fique tranquilo(a), em 
nossas aulas, debateremos, passo a passo, cada alternativa animal proposta neste 
material.
Bom Estudo!
Professor Me. José Sérgio Righetti
SUMÁRIO
11
UNIDADE I
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
17 Introdução
18 Cenários Atuais 
23 Mercado da Ovinocultura no Brasil 
26 Tendências e Perspectivas 
28 Cadeia Produtiva da Ovinocultura 
33 Produtos da Ovinocultura 
38 Principais Raças de Ovinos 
41 Como Escolher o Animal 
42 Sistemas de Criação/Manejo 
46 Planejamento do Sistema de Produção 
48 Considerações Finais 
UNIDADE II
CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINOCULTURA
59 Introdução
60 Cenários Atuais 
61 Mercado dos Produtos Caprinos 
62 Tendências e Perspectivas 
63 Cadeia Produtiva da Caprinocultura 
SUMÁRIO
68 Produtos da Caprinocultura 
72 Principais Raças de Caprinos 
74 Como Escolher o Animal 
76 Sistema de Criação/Manejo 
79 Planejamento do Sistema de Criação 
82 Considerações Finais 
UNIDADE III
CADEIA PRODUTIVA DA AQUICULTURA
91 Introdução
92 Aquicultura-Definição e Conceitos 
97 Piscicultura e o Seu Mercado 
101 Tendências e Perspectivas na Aquicultura 
106 Cadeia Produtiva Aquícola 
108 Espécies Cultivadas 
113 Fatores Abióticos 
114 Sistemas de Produção 
120 Legalização Ambiental 
120 Instalações na Aquicultura 
123 Manejo 
126 Considerações Finais 
SUMÁRIO
13
UNIDADE IV
CADEIA PRODUTIVA DA ESTRUTIOCULTURA
137 Introdução
138 Panorama da Estrutiocultura 
141 Raças/Espécies 
142 Produtos 
147 Produtividade 
148 REGISTRO DE CRIADOURO 
149 Fases da Criação 
151 Instalação e Manejo 
156 Considerações Finais 
UNIDADE V
ESTUDO ECONÔMICO DAS ALTERNATIVAS DE NEGÓCIO
165 Introdução
166 Coeficientes Técnicos 
171 Custos 
178 Análise de Viabilidade 
181 Considerações Finais 
187 CONCLUSÃO
189 REFERÊNCIAS 
192 GABARITO
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D
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Professor Me. José Sérgio Righetti
CADEIA PRODUTIVA DA 
OVINOCULTURA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a evolução histórica da ovinocultura.
 ■ Caracterizar o mercado analisando as ameaças e as oportunidades do 
negócio ovinocultura. 
 ■ Conhecer a cadeia produtiva da ovinocultura.
 ■ Identificar os produtos da ovinocultura, conhecendo as raças de 
ovinos.
 ■ Conhecer como escolher os animais para iniciar o negócio.
 ■ Familiarizar com a tecnologia de produção, controle sanitário, manejo 
alimentar e manejo reprodutivo.
 ■ Planejar o sistema de criação definindo e quais são os investimentos 
necessários.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Cenários Atuais
 ■ Mercado da Ovinocultura no Brasil
 ■ Tendências e Perspectivas
 ■ Cadeia Produtiva da Ovinocultura
 ■ Produtos da Ovinocultura
 ■ Principais Raças de Ovinos
 ■ Como Escolher o Animal
 ■ Sistema de Criação e Manejo
 ■ Planejamento do Sistema de Produção
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), antes de iniciar as nossas atividades, gostaria de lhe per-
guntar se você sabe o que significa ovinocultura? Bom, já respondendo a essa 
pergunta, a ovinocultura é a criação de ovelhas. 
A ovinocultura é uma atividade explorada economicamente emtodos os con-
tinentes, sendo exercida em distintos ecossistemas com os mais diferentes tipos 
de clima, solo, topografia e vegetação. No entanto, em alguns países, a exemplo 
do Brasil, esta atividade é desenvolvida de forma empírica e extensiva, com bai-
xos níveis tecnológicos e resultados zootécnicos.
Vamos entender como e por que esta atividade ainda hoje é desenvolvida 
empiricamente. A exploração de pequenos ruminantes é, historicamente, uma 
atividade bastante importante econômica e socialmente. O crescimento vertigi-
noso da exploração de pequenos ruminantes está transformando o cenário dos 
sistemas produtivos. Ao longo das últimas décadas, a ovinocultura tem sofrido 
transformações técnicas nos diversos elos de sua cadeia produtiva.
A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele 
para vestuário, além de carne e leite para alimentação. A produção vem cres-
cendo e é uma alternativa de renda para o produtor rural. Há diversas razões para 
isso: as grandes extensões territoriais com condições favoráveis à produção de 
alimentos e às criações, porém é importante o ajustamento do tipo às condições 
ambientais em seus múltiplos aspectos: clima, solo, recursos técnicos, sistema 
de criação e características do mercado de fatores e do produto.
Nesta primeira unidade, vamos analisar o agronegócio da ovinocultura como 
um todo, ou seja, o panorama mundial e nacional da produção, características 
do mercado, as ameaças e as oportunidades do setor. Discutiremos a respeito 
de cadeia produtiva e de algumas considerações sobre o agronegócio na cadeia 
produtiva da ovinocultura. Veremos ainda as características dos produtos desta 
cadeia, as raças utilizadas pelo mundo, a tecnologia de produção, as instalações 
necessárias e como planejar o negócio.
17
Introdução
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CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
CENÁRIOS ATUAIS
Mundo
A ovinocultura no mundo é uma atividade em franca expansão, já sendo pra-
ticada há séculos. Porém, há uma grande concentração de rebanhos em alguns 
países. Segundo ANUALPEC (2014), existiam no mundo em 2012, 2.165.126 
mil cabeças de caprinos e ovinos; em ordem crescente, quanto à concentração de 
rebanhos, temos a China, Índia, Sudão, Nigéria, Paquistão, Austrália e Irã, como 
se observa na Figura 1. Somente a China detém aproximadamente 17% do total 
de caprinos e ovinos criados no mundo e responde por mais de 28% da produ-
ção de carnes dessas espécies no âmbito mundial, como se observa na Figura 2.
A China é um importante centro consumidor, destacando-se pela produção 
elevada, porém com índices zootécnicos baixos. Já pelo que vem oferecendo ao 
mundo em termos de pesquisas quanto às raças para produção de carnes, desta-
ca-se a África do Sul. Atualmente, a Ásia é o principal polo produtor de ovinos, 
favorecida pela grande extensão territorial e condições climáticas favoráveis nas 
regiões próximas à linha do Equador. Enquanto na Oceania, onde a ovinocul-
tura está profundamente enraizada, existem limitações de área para expansão 
dos rebanhos. 
O Brasil atualmente ocupa o 15º lugar, com cerca de 17,3 milhões de cabe-
ças e com um crescimento anual nesta última década de aproximadamente 1,6% 
ao ano do rebanho efetivo (IBGE, 2014).
Países como Austrália e Nova Zelândia são reconhecidos por serem altamente 
tecnificados no desenvolvimento desta atividade produtiva, com alta produtivi-
dade, visando à produção de carne e lã, o que leva esses países a controlar em o 
mercado internacional desses produtos.
Durante anos, esses países desenvolveram técnicas produtivas e animais de 
raças especializadas que se difundiram pelo mundo, dando impulso para explo-
ração econômica mundial da ovinocultura.
O principal destino da carne ovina exportada pela Austrália são os Estados 
Unidos, enquanto a Nova Zelândia envia mais da metade de seu produto para 
a União Europeia. A China exporta carne ovina principalmente para o Oriente 
19
Cenários Atuais
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Médio e o Norte da África. O Uruguai tem como grandes consumidores de sua 
carne ovina exportada a União Europeia e o Brasil. Já os EUA exportam para o 
México e o Canadá.
O consumo médio mundial de carne ovina não passa de 2 kg per capita 
ano, entretanto, países como Mongólia, Nova Zelândia e Islândia apresentam 
os maiores consumos de carne ovina, com 39 kg, 24 kg e 22 kg per capita ano 
respectivamente.
Aspectos religiosos, tradição na atividade e cultura da população são os prin-
cipais fatores que determinam esse elevado consumo (FAO, 2007).
3%4%
4%
4%
4%
11%
17%
52%
China
Índia
Sudão
Nigéria
Paquistão
Austrália
Irã
Outros
Figura 1: Nível de participação dos maiores rebanhos de ovinos e caprinos no mundo
Fonte: ANUALPEC (2014)
A Nova Zelândia e a Austrália são responsáveis por 74% das exportações de carne 
ovina, enquanto União Europeia, EUA e Arábia Saudita importam 39% da carne 
ovina mundial (MDIC, 2010).
Ao se fazer uma relação entre animais/habitantes tem-se uma inversão de 
colocação, na qual, a Nova Zelândia, que em 2008 ocupava a 11ª colocação no 
quantitativo de rebanho, passa a ocupar a 1ª colocação com 13 cabeças/habi-
tantes, e a Austrália sobe da 6ª colocação para a 2ª colocação com 7 cabeças/
habitantes, tendo, do ponto de vista econômico, uma grande importância por 
serem exatamente os dois colocados em cabeças/habitantes os detentores dos 
melhores resultados por exportação de produtos das espécies em referência, que 
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
juntos perfazem mais de 74% da carne ovina. Vale ressaltar que a Nova Zelândia 
tem o maior consumo per capita, com algo em torno de 30 kg/habitante/ano 
(ANUALPEC, 2010).
As tendências para o mercado ovino são promissoras. Conforme FAO (2007), 
a demanda de carne nos países em desenvolvimento vem sendo impulsionada 
pelo crescimento demográfico, pela urbanização e pelas variações das preferên-
cias e dos hábitos alimentares dos consumidores. 
O comércio internacional de carne ovina vem evoluindo de forma consis-
tente nos últimos anos. As importações estão pulverizadas por diversos países.
O mercado da lã tem muita representatividade em alguns países como 
Austrália (produz a melhor lã fina do mundo), Nova Zelândia e Uruguai, enquanto 
a lã brasileira tem perdido valor.
O leite de ovinos compreende um pequeno percentual do mercado total 
de leite. Em escala mundial, o leite de ovelhas corresponde a cerca de 1,3% da 
produção de leite das principais espécies produtoras (FAO, 2007). A indústria 
leiteira nesta cadeia produtiva se concentra nos países mais desenvolvidos do 
Mediterrâneo, e está crescendo na Austrália, Israel e França. Merecendo desta-
que no cenário mundial a França, pela sua expressiva produção de queijo.
21
Cenários Atuais
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10
 d
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19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
44%
2%3%3%3%4%
5%
9%
28%
China
Índia
Sudão
Nigéria
Paquistão
Austrália
Nova Zelândia
Outros
Bangladesh
Figura 2: Contribuição para a produção mundial de carne ovina e caprina no mundo
Fonte: ANUALPEC (2010)
Apesar dos avanços já alcançados na ovinocultura, ainda há países, a exemplo 
do Brasil, com grandes rebanhos, porém com uma baixa taxa de desfrute deter-
minada pelo sistema de criação adotado pela maioria dos criadores e agravado 
pela insistência destes em manter uma relação irregular com o mercado. Por 
outro lado, temos alguns países com uma maior visão e integração ao mercado, 
que, neste vazio, se especializam no promissor agronegócioda ovinocultura.
A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e 
pele para vestuário, além de carne e leite para alimentação. O sistema de criação 
adotado pela maioria dos criadores, insistência destes em manter uma relação 
irregular com o mercado, e a falta de organização são fatores determinantes para 
este empirismo. 
CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
BRASIL
A criação de ovinos no Brasil deve-se, principalmente, à influência espanhola 
em nossa colonização. Inicialmente voltados especificamente para a produção 
de lã, os rebanhos eram criados mais significativamente na região sul e foram 
sendo adaptados para o sistema de duplo propósito (produção de lã e de carne). 
A Tabela 1 mostra o rebanho total de ovinos no Brasil e por região, no período 
de 1975 a 2013. A criação ovina está destinada tanto à exploração econômica 
como à subsistência das famílias de zonas rurais. 
Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
1975 17.282.266 84.428 5.585.113 261.981 11.752.691 114.013
1985 18.658.967 197.567 6.571.917 341.323 11.277.830 270.330
1995 18.336.432 369.732 6.987.061 378.498 10.113.298 467.843
2005 15.558.041 481.528 9.109.668 606.934 4.452.498 937.413
2013 17.290.519 652.328 9.774.436 722.228 5.186.823 954.704
Tabela 1: Efetivo total de ovinos no Brasil e por região, no período de 1975 a 2013, em cabeças
Fonte: IBGE (2014)
Os ovinos são criados em todos os estados do país. Os maiores efetivos ovinos 
estão no Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí. A queda do 
rebanho da região sul, ocorrida em meados da década de 1990, corresponde ao 
decréscimo acentuado do número de animais do Rio Grande do Sul, principal 
estado produtor, afetado pela crise internacional da lã e pelo aumento da área 
cultivada com grãos. Muitos produtores desistiram da atividade, influenciados 
pela baixa rentabilidade das criações após a queda de preços da fibra.
As raças produtoras de lã tiveram uma diminuição acentuada, passando o 
efetivo ovino da região sul do país de 11,7 milhões em 1975 para 5,1 milhões de 
cabeças em 2013. 
Aliado à redução na produção de lã, houve um incremento dos ovinos pro-
dutores de carne em todo o país. Atualmente, estima-se que o rebanho gaúcho, 
tradicionalmente composto por animais produtores de lã, seja composto de 60% 
de ovinos produtores de carne.
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Os números na Tabela 1 refletem a atual realidade, com empresários da bovino-
cultura investindo maciçamente na ovinocultura, porém os pequenos produtores 
também já vislumbraram a atividade como uma opção para a diversificação e o 
aumento da rentabilidade dos seus empreendimentos rurais.
No Brasil, em geral, os rebanhos caprinos e ovinos são constituídos por peque-
nos números de animais, sendo explorados ainda, em algumas regiões, como 
subsistência familiar. Ressalta-se que grande parte das atividades relacionadas à 
exploração de ovinos ainda é executada por mão de obra familiar, principalmente 
de mulheres e crianças. No entanto, mesmo na exploração de base familiar, que 
seja alicerçada no uso de tecnologias e com foco nos mercados, a ovinocultura 
aparece como geradora de emprego e renda ao longo de toda a cadeia produtiva.
O mercado mundial vem crescendo e se consolidando, com um reconheci-
mento cada vez maior da qualidade da carne dos animais mais jovens que, aliado 
ao contínuo preço baixo da lã no mercado internacional, firmando a tendência 
de os rebanhos ovinos voltarem-se para a produção de carne.
MERCADO DA OVINOCULTURA NO BRASIL
A ovinocultura brasileira apresenta indicadores de produtividade abaixo da 
média internacional. Com 1,45% do efetivo do rebanho mundial, no Brasil, foram 
abatidos, em 2002, apenas 0,92% do total mundial, alcançando um desfrute de 
apenas 30%, enquanto a média mundial de desfrute foi de 47,31% (FAO, 2008). 
A produção de carne de cordeiro vem sendo cada vez mais procurada entre os 
produtores rurais por diversos motivos, principalmente pela crescente demanda 
no consumo e pela lucratividade que a atividade proporciona. A estabilização 
A análise dos dados da Tabela 1 revela que houve uma mudança de impor-
tância relativa quanto ao efetivo do rebanho ovino nas regiões brasileiras.
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econômica advinda do Plano Real e alguns acontecimentos externos e internos 
de ordem sanitárias, como: Gripe Aviária (Ásia), Mal da Vaca Louca (Europa) e 
Febre Aftosa (Brasil), têm proporcionado uma maior procura pela carne ovina 
no mercado doméstico e internacional, dada uma redução da oferta mundial e 
o encarecimento das carnes bovinas e de frango (substitutos próximos).
O mercado da carne ovina está em franca ascensão em todo o país. Os pre-
ços praticados no âmbito da unidade produtiva representam bem mais do que 
o preço pago pela carne bovina nas mesmas condições. O mercado da carne de 
ovinos é altamente comprador e a atividade vem crescendo a passos largos, em 
todas as regiões do país, destacando-se as regiões nordeste, centro-oeste e norte. 
O consumo de carnes e derivados no país é altamente favorável à ovinocultura, 
e encontra-se em pleno processo de expansão, pois as estatísticas oficiais mos-
tram um consumo de 700g habitante/ano, enquanto que o consumo em países do 
primeiro mundo varia de 20 
a 28 kg/pessoa/ano (SILVA 
SOBRINHO, 2006). 
Vale ressaltar que o 
mercado mundial tem se 
mostrado altamente com-
prador, tendo o Brasil já 
recebido mais de uma pro-
posta para exportar carne 
ovina para os Emirados 
Árabes, sem possibilidade 
de atendimento devido ao 
volume solicitado ser maior 
que nossa organização produtiva.
Quanto ao abate dos ovinos, sabe-se que a carne dos frigoríficos clandes-
tinos, que não passa por nenhum tipo de fiscalização sanitária, representa a 
maior parte da produção nacional. A existência de poucos frigoríficos para o 
abate de ovinos é outro motivo que explica o abate clandestino. A carne clandes-
tina representa um problema para o setor, uma vez que falta inspeção sanitária 
e padronização do produto final.
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O mercado brasileiro de carne ovina encontra-se bastante distribuído, con-
centrando-se em algumas capitais e nos interiores do Rio Grande do Sul, Paraná, 
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Nordeste. Entre as cidades, o consumo 
é maior em São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza. Também são 
importantes praças consumidoras Recife, Curitiba e Rio de Janeiro.
O consumo de carne ovina é influenciado principalmente pelo preço do 
produto, pela renda per capita dos consumidores e pelos preços das carnes subs-
titutas, principalmente as de aves, bovinos e suínos.
Mesmo baixo em termos absolutos, o consumo de carne ovina no Brasil é maior 
que a produção, déficit que vem sendo coberto pela importação. O espaço para a 
carne importada vem aumentando, de 1997 a 2008, a importação de carne ovina 
passou de um valor de US$ 6 milhões para mais de US$ 23 milhões. Mesmo com 
este crescimento, a carne importada significa apenas 9% do consumo formal bra-
sileiro. O Uruguai fornece 96% da carne ovina importada pelo Brasil, o Chile 
vem em segundo lugar com 3% e a Argentina fica com 1% (ASPACO, 2010).
O consumo per capita nacional está estimado em 700 g/habitante/ano para 
carne ovina, valor 65% inferior à média mundial (que é de 2 Kg/habitante/ano). 
O consumo de carne ovina tem sofrido um incremento substancial nos últimos 
dez anos, situando-se em torno de 1,8 kg/habitante/ano naRegião Sul do País, 
mas este número configura um contraste gritante em relação aos consumos per 
capita no Brasil das carnes avícola, bovina e suína, que estão em torno de 46,4 
kg; 39,5 kg e 13,9 kg, respectivamente (ANUALPEC, 2014). 
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (2008), a produção 
nacional está avaliada em 172 mil toneladas de carne por ano, muito abai-
xo das 204 mil toneladas consumidas anualmente pelo país, dos quais em 
torno de 30% concentram-se no estado de São Paulo. Somente o município 
de São Paulo, capital, consome cerca de 75% do mercado estadual e 25% do 
mercado nacional.
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A produção e o processamento industrial de leite de ovelhas ainda são muito 
pequenos no Brasil. Ovinos com aptidão leiteira foram importados da França 
para o Brasil, em 1992. A raça adquirida foi a Lacaune, introduzida inicialmente 
no Rio Grande do Sul.
Dados coletados diretamente das empresas e sites especializados permitem 
estimar um processamento nacional de aproximadamente 510.000 litros por ano, 
o que corresponde a aproximadamente 527 toneladas.
De acordo com informações obtidas junto à ABCOL (Associação Brasileira 
de Criadores de Ovinos da Raça Leiteira), há criadores de ovelhas leiteiras no Rio 
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, 
Distrito Federal e Bahia. Alguns desses criadores transformam em queijos, doces 
e iogurtes o leite da propriedade, de forma artesanal, a maioria ainda sem ins-
peção sanitária oficial. Santa Catarina é o maior produtor de leite de ovelha do 
país, com estimados 200 mil litros por ano, o que representa cerca de 40% da 
produção nacional.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS 
A ovinocultura no Brasil passa por momentos de transição no que diz respeito 
à produção de carnes. Há uma profissionalização crescente na criação de ovi-
nos e grande interesse por parte dos empresários e investidores no setor, pois a 
criação de ovinos vem se mostrando como uma atividade com grande poten-
cial de crescimento sendo estes fatores que contribuem para o cenário positivo 
que a ovinocultura vive atualmente.
Entre as espécies de ruminantes criados pelo homem para produção de carne, 
os ovinos e caprinos são os que apresentam o menor intervalo de tempo entre 
o nascimento e o abate. No mundo inteiro, a carne destes pequenos ruminan-
tes é considerada como uma iguaria, apreciada e valorizada e, por esse motivo, 
alcançam preços superiores às demais carnes.
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Tendências e Perspectivas 
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As fazendas brasileiras estão abrindo espaço para produção da carne de 
cordeiro.
A alta rentabilidade do negócio é um dos grandes atrativos para os criado-
res. O preço da carne de ovino, em 2010, girava em torno de R$ 7,50 e, em 2014, 
está em torno de R$ 14,00 o quilograma abatido (ASPACO, 2014).
Em relação ao ciclo de produção da carne ovina, este é quatro vezes mais 
curto que a bovina. Aquilo que corresponde à eficiência, os ovinos são mais 
hábeis que os bovinos em transformar comida em carne. Um cordeiro ganha 2% 
do peso vivo ao dia, já um bovino ganha 0,2%. Os ovinos são dez vezes mais efi-
cientes e produtivos, rendendo ao produtor 60% a mais de carne por hectare/ano.
A ovinocultura nos últimos anos vem despontando no agronegócio brasi-
leiro como opção de diversificação da produção, assim gerando oportunidades 
de emprego, renda e fixação do homem no campo, demonstrando seu impor-
tante papel no contexto da pecuária brasileira.
Embora seja necessário ressaltar que este alavancamento no setor produtivo 
da ovinocultura está amarrado a uma tendência crescente de comercialização em 
supermercados e restaurantes (Mercado Commoditizado) e de declínio direto do 
autoconsumo nas propriedades e da comercialização de carne ovina por meio 
de feiras e açougues (Mercado Spot). 
Na contramão do crescimento, a atividade ainda convive com grande parcela 
de comercialização informal. É preciso um rebanho comercial de ovinos maior, 
fiscalização para evitar abates clandestinos, uma comercialização mais eficiente, 
produção de escala para diminuir os custos, dentre outros.
O produtor precisa fazer a sua parte, investindo na profissionalização e, 
principalmente, na organização para atender ao mercado crescente e cada vez 
mais exigente.
A atividade acena para um negócio altamente lucrativo, porém a falta de 
organização e de integração da cadeia produtiva acaba dificultando a geração e 
a difusão de tecnologias, bem como a estruturação de canais de comercializa-
ção necessários para o bom andamento da atividade.
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CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA
A noção de cadeia produtiva abarca as atividades agropecuárias não apenas na 
etapa de produção, mas também nos elos de fornecimento de insumos, de trans-
formação industrial e de comercialização. Existem duas vertentes metodológicas 
que tentam explicar a dinâmica de funcionamento e a busca de eficiência das 
cadeias produtivas: a commodity system approach e a análise de filière.
As cadeias agroindustriais compreendem os segmentos antes, dentro e depois 
da porteira da fazenda, envolvidos na produção, transformação e comerciali-
zação de um produto agropecuário básico. Utilizando a noção de commodity 
system approach, Goldberg estudou o comportamento dos sistemas de produ-
ção de laranja, de trigo e de soja nos Estados Unidos. Nesse tipo de abordagem, 
parte-se de uma matéria-prima agrícola específica para explicar a lógica do enca-
deamento das atividades (BATALHA, 1997).
Morvan, tendo como ponto de partida a identificação de um produto final 
como o queijo, por exemplo (análise de filière), considera cadeias agroindustriais 
de produção como um conjunto de relações comerciais e financeiras, que esta-
belecem um fluxo de troca situado de montante a jusante, entre fornecedores e 
clientes (BATALHA, 1997).
Embora surgidas em épocas e lugares diferentes, ambas as metodologias de 
análise guardam muitas semelhanças. Entre outras convergências, os dois con-
ceitos compartilham a noção de que a agricultura deve ser vista dentro de um 
sistema mais amplo, composto também por produtores de insumos, agroindús-
trias, distribuição e comercialização. Ambos os conceitos destacam o aspecto 
dinâmico do sistema, com suas relações entre cada elo da cadeia agroindustrial.
De acordo com Batalha (1997), Zylbersztajn e Neves (2000), o conceito de 
agribusiness provém destas duas abordagens teóricas, Commodity System Approach 
(CSA), proveniente da escola americana, e de Analyse de Filières, originada da 
escola industrial francesa. Para esses autores, o conceito de cadeia produtiva sob 
a essência teórica do agronegócio é definido como uma sucessão de atividades 
produtivas, interligadas entre si, desde a produção de insumos, setor agropecu-
ário, beneficiamento e distribuição de alimentos e biomassa, visando atender às 
necessidades reveladas pelos consumidores finais.
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Cuidado!
No entanto, não se deve confundir o desenho de uma cadeia produtiva com 
um fluxograma de produção ou de industrialização, pois os esquemas sugeridos 
guardam estreita correlação com o conceito de cadeia produtiva, ou seja, conjunto 
de atividades agropecuárias, industriais e de serviços que mantém sinergias de 
caráter tecnológico, comercial e econômico, cuja matéria-prima principal vem do 
setor agropecuário ou cujo produto final tenha naquele setor o seu mercado. As 
relações de dependência entre as indústrias de insumos, produção agropecuária, 
indústriade alimentos e o sistema de distribuição não mais podem ser ignoradas. 
Entende-se que uma cadeia produtiva específica seja composta por empresas 
com distintos níveis de coordenação vertical. Entre estas são realizadas transa-
ções que podem ocorrer via mercado ou via contratos – formais e informais. O 
ambiente institucional estabelece o meio no qual as transações ocorrem e inter-
fere tanto na definição dos objetivos das organizações quanto nas estruturas de 
governança adotadas. 
Devemos nos atentar que a crescente interdependência entre as diversas eta-
pas pelas quais passa o produto, da produção ao consumo final, se coloca como 
uma característica fundamental nos segmentos agropecuários, não sendo dife-
rente na ovinocultura.
Apresentamos, na Figura 3, um modelo teórico que indica uma concepção 
de cadeia produtiva que comporta os seguintes elementos fundamentais para 
sua análise descritiva: os agentes, as relações entre eles, os setores, as organiza-
ções de apoio e o ambiente institucional.
Discutiremos cada um dos elementos:
Fornecimento de insumos – constituídos por empresas, em geral, gran-
des grupos econômicos fazem chegar aos produtores, por meio do varejo, os 
insumos necessários à produção, tais como vacinas, sal mineral, arame farpado, 
insumos agrícolas entre outros.
Os fabricantes de vermífugos e vacinas para ovinos são os mesmos que pro-
duzem os materiais para outras espécies, logo utilizam os mesmos canais de 
distribuição. Da mesma forma, os fabricantes de sal mineral e ração para bovi-
nos costumam usar em seus portfólios produtos específicos para ovinos e a 
logística já existente.
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Como os ovinos são ruminantes e se alimentam principalmente de pastos, 
os insumos aplicados na pastagem para bovinos naturalmente podem benefi-
ciar os ovinos: sementes, fertilizantes, herbicidas e inseticidas.
Quando se trata de equipamentos que têm especificações diferentes para ovi-
nocultura, como balanças, castradores, brincos, há um pouco mais de dificuldade 
para a aquisição, pois nem todas as lojas vendem esses produtos.
Nesse caso, existe a possibilidade de encomendar o equipamento ou insumo 
desejado na própria loja ou em algum fornecedor de outra região, ação ultima-
mente facilitada com o desenvolvimento recente do comércio eletrônico.
Produção de matérias-primas – reúne as firmas e produtores rurais que 
fornecem as matérias-primas iniciais para que outras empresas avancem no 
processo de produção do produto final (agricultura, pecuária e extrativismo). 
Normalmente, a criação de ovinos não se dá de forma exclusiva nas proprieda-
des. O mais comum é que estes animais sejam criados em conjunto com bovinos 
de corte e leiteiros. Isso se traduz na baixa especialização da mão de obra e tam-
bém na falta de informações adequadas quanto ao desenvolvimento da criação 
por parte dos proprietários.
Industrialização – é constituída pelas firmas responsáveis pela transforma-
ção das matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor, as quais 
podem ser uma unidade familiar ou outra agroindústria.
É uma característica do setor industrial da carne ovina a existência de poucas 
plantas no país, a baixa incidência de estabelecimentos com Serviço de Inspeção 
Sanitária Federal (SIF) e o abate clandestino. Também é regra a baixa agregação 
de valor, com a predominância de cortes de baixo valor agregado e poucas expe-
riências com produtos como linguiça, hambúrguer e pratos prontos.
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INSUMOS
PECUÁRIA
FRIGORÍFICO
MERCADO
EXTERNO
INDÚSTRIA
DE COURO
OUTROS
AÇOUGUES ATACADO SUPERMERCADOS
CONSUMIDORES
CPA - OVINOCULTURA
Figura 3: Cadeia Produtiva Agroindustrial
Fonte: adaptada de Batalha (1997)
Chama a atenção a grande incidência do abate e processamento informal, deno-
minado de “Frigomato” ou abate clandestino. É comum, principalmente nas 
cidades de porte pequeno e médio e em áreas rurais, que o produtor ou um 
atravessador abata o animal e entregue a carne (já em cortes ou carcaça inteira) 
diretamente aos consumidores, restaurantes e açougues.
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Para se ter ideia do tamanho da informalidade do setor no Brasil, o total 
de abates oficiais de ovinos e de caprinos no ano 2010 foi de 290.048 cabeças, 
segundo o ministério da Agricultura (MAPA), o que representou apenas 1,1% 
do rebanho brasileiro ou cerca de 4% dos abates totais estimados (7,5 milhões 
de animais por ano).
A rede de relações de uma cadeia produtiva não pode ser entendida como 
linear e sim como uma rede em que cada agente tende a ter contatos com um ou 
mais agentes e, a partir do desenvolvimento e aperfeiçoamento destas relações, 
poderão tornar a arquitetura de uma cadeia produtiva mais ou menos eficiente 
e/ou mais ou menos coordenado.
As transações estão relacionadas aos arranjos institucionais, que diferem entre 
si, principalmente quanto à eficiência em custos de transação. Assim, conhecen-
do-se as dimensões das transações, é possível prever os arranjos institucionais 
mais eficientes. Alguns atributos são responsáveis por essas dimensões, tais como 
a frequência, a incerteza e as especificidades dos ativos.
A frequência indica a quantidade de vezes que determinadas transações 
ocorrem entre os agentes. A relação contratual entre duas partes é diretamente 
influenciada por esse atributo, uma vez que surgem formas contratuais alterna-
tivas a partir de diferentes frequências de transação. Um frigorífico que adquire 
sempre cordeiros para abate de determinado produtor deveria construir com 
ele um relacionamento de confiança que permitisse facilitar a aquisição de 
matéria-prima.
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PRODUTOS DA OVINOCULTURA
Quando um criador pretende criar ovelhas, deve escolher qual a produção 
desejada: carne, pele ou lã, embora possa aproveitar, também, o leite por elas 
produzido.
Naturalmente, a escolha da raça é de máxima importância, não só de acordo 
com a produção desejada (lã, carne, pele ou leite), mas, ainda, de acordo com o 
ambiente em que vai ser criada, para que melhor se adapte às suas condições de 
clima, temperatura, dentre outros. 
LÃ
É o mais importante 
produto da exploração 
extensiva de ovinos. 
Pode ser classificada de 
acordo com as carac-
terísticas das fibras e a 
qualidade do velo.
Um ovino passa a 
dar boa lã a partir dos 
dois anos de idade. A 
época da tosquia varia de acordo com a raça, o clima da região e com o amadu-
recimento de certos vegetais, como as leguminosas, cujas sementes aderem ao 
velo, desvalorizando a lã. Se o objetivo primário é a lã, o melhor é a criação de uma 
única raça pura, evitando mestiços, devido à irregularidade no valor do produto.
De modo geral, é feita uma vez por ano, no início da estação seca, evitan-
do-se assim o aparecimento de doenças pela exposição dos animais à chuva.
A tosquia manual é feita com tesoura-martelo e a mecânica com máquina de 
tosquiar. Uma pessoa hábil tosquia manualmente 30 animais em oito horas de 
trabalho (1 animal/16 min). Com a máquina de tosquiar, uma ovelha pode ser 
feita em cerca de 6 minutos, de modo que é possível tosquiar 80 a 100 cabeças/dia. 
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CARNE
A utilização vai dos 30 dias aos 18 meses de 
idade. Os ovinos destinados ao corte são divididos 
em classes de acordo com a idade e sexo, bem como em 
tipos, conforme a conformação,qualidade e acabamento.
Para a produção de carne, podem ser feitos cruzamen-
tos entre raças, para a obtenção de mestiços, sendo os machos 
e fêmeas vendidos para o abate.
A produção de carne dos ovinos depende principal-
mente da sua alimentação, do controle e manejo das 
pastagens e do seu aproveitamento racional. O ren-
dimento de carne de um ovino é, geralmente, em 
torno de 50%, e seu valor nutritivo encontra-se 
na Tabela 2.
A carne de ovelhas e carneiros é mais utilizada para o preparo de embutidos.
Cordeiro: até 7 meses de idade, de ambos os sexos; peso vivo 15 a 25Kg, 
carne rosada e lisa.
Borrego: ente 7 e 15 meses de idade; peso vivo 30 a 45Kg, carne mais ver-
melha que a do cordeiro.
Capão: macho com mais de 15 meses, castrado ainda quando cordeiro; colo-
ração vermelha intensa.
Ovelha: fêmea adulta com idade acima de 15 meses; peso vivo acima de 35 
Kg, carne vermelha escura.
Carneiro: macho adulto, não castrado, com idade superior a dois anos; carne 
pouco atraente pelo aspecto, consistência e sabor.
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85g de carne assada Calorias Gordura (g) Protéina (g) Ferro (g)
Caprino 122 2,58 23 3,2
Bovina 245 16 23 2,9
Suína 310 8,7 21 2,7
Ovina 235 7,3 22 1,4
Ave 120 3,5 21 1,4
Tabela 2: Comparação do Valor Nutritivo entre Carne Caprina/Bovina/Suína/Ovina/Ave 
Fonte: Escala Rural, ano I, n. 10 – Ed. Escala
PELE
Produzida por raças espe-
cializadas, como a Karakul, 
e obtida de cordeiros nona-
tos (sacrifica a ovelha antes 
do parto para retirada do 
cordeiro, para aproveitar 
a sua pele especial, deno-
minada no comércio de 
Breitschawanz, recém-nas-
cidos (Astracã) ou com mais 
de três semanas (Persianas). 
No Brasil, a raça produtora de peles resistentes e flexíveis é a deslanada do 
Nordeste. As peles dos ovinos deslanados têm maior valor no mercado, pela sua 
maior elasticidade e resistência, e uma textura fina. É utilizada em indústria de 
acessórios, vestuários e calçados.
Também são utilizadas para pelegos, principalmente no sul do país.
Podem ser comercializadas verdes, secas ou salgadas. As verdes são as de 
extração recente, que não sofrem nenhum tipo de tratamento; as secas são secas 
naturalmente, ao ar; as salgadas são submetidas à salga com sal comum.
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I
LEITE E DERIVADOS
Sua produção varia muito, de acordo 
com a raça, as condições ambientais 
e o manejo a que são submetidos. É 
um ótimo leite, mas raramente con-
sumido na forma líquida, sendo mais 
utilizado na produção de queijos e 
iogurtes. 
O leite ovino tem o dobro do rendimento na produção de queijo, em compa-
ração com o leite de vaca e o de cabra. A produção apresenta um bom rendimento 
no seu beneficiamento; com aproximadamente cinco litros de leite de ovelha é 
possível fazer um quilograma de queijo. O iogurte é mais fino, mais leve e em 
torno de 50% mais nutritivo.
O leite de ovelha se presta à produção dos queijos, sendo alguns deles muito 
famosos em todo o mundo como, por exemplo, tipo Cuartirolo, Canestrato 
e Pecorino (de massa mole, semidura e dura, respectivamente); Roquefort, 
Gorgonzola e Ricotta.
O leite é rico em extrato seco, gordura e matérias albuminoides, indicados 
para a produção de queijos. A lactação das ovelhas dura, em média, 100 dias, e 
a sua produção diária é de 500 a 700g e, a máxima, de 1.200 a 2.500g.
Várias são as raças de ovinos especializadas para a produção de leite como, por 
exemplo, a Bergamácia, a Wiltermach e a Laucane, ou mesmo, a RomneyMarsh.
A ordenha começa a ser feita após a venda do cordeiro, o que é feito quando 
ele atinge um mês de idade, com um peso de 10 a 12kg.
ESTERCO
Rico em matéria orgânica e ele-
mentos minerais, utilizados depois 
de curtido (perda de 1/3 do peso) 
como fertilizante.
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Produtos da Ovinocultura
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TRIPAS
Além de ser utilizada para envolver alimen-
tos, principalmente na fabricação de salsichas 
e linguiças, a tripa de carneiro é empregada 
para a confecção do categute – fio empre-
gado na medicina para suturas.
Cabanha – galpão para ovinos, criação de ovinos.
Capão – carneiro castrado.
Cascarreio – tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas 
ovelhas e mês antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais 
higiênico.
Cordeiro mamão – cordeiro que ainda acompanha a mãe.
Desolhe – tosquia em torno dos olhos.
Feltragem – enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de es-
camas.
Nonato – não nascido.
Pelego – a pele do carneiro com a lã.
Pelo cabrum – áspero e liso, semelhante ao de caprinos.
Suarda – substância gordurosa existente na lã dos ovinos.
Velo – cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro.
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I
PRINCIPAIS RAÇAS DE OVINOS
O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade 
econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da 
civilização, acreditando-se que tenha ocorrido há mais de 4.000 anos a.C. (Idade 
do Bronze), na Ásia Central, a partir do Muflão (Ovis orientalis), que é um car-
neiro selvagem que vive atualmente nas montanhas da Turquia e do Iraque.
No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.
As raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desem-
penham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o 
bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovi-
nos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de 
pelos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos.
Temos algumas raças e suas aptidões variadas que estão espalhadas por várias 
regiões do País, como veremos a seguir.
ALGUMAS RAÇAS ESTRANGEIRAS
Merino Australiano 
Prefere clima seco e campos enxu-
tos, com condições de abrigo. Raça 
que apresenta lã de excelente quali-
dade. Em termos teóricos, teria 70% 
de potencial para produzir lã e 30% 
para carne. As ovelhas são mochas e 
os carneiros possuem chifre em espi-
ral, afastados da cabeça.
Corriedale
Produz excelente carne e lã bastante uniforme. 
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Principais Raças de Ovinos
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Suffolk
É de fácil identificação, porque é a única que possui cabeça, orelhas e membros 
totalmente desprovidos de lã e cobertos por pelos negros. Adaptou-se bem ao 
Brasil, sendo criada nas mais diferentes regiões, em sistemas intensivos. É uma 
raça produtora de carne, em que os animais são bastante precoces, produzindo 
carcaças magras e de boa qualidade.
As fêmeas têm boa habilidade materna, com boa produção leiteira, permi-
tindo alimentar bem, mais de um cordeiro. 
Texel
Animais rústicos e sóbrios, produzindo bem no sistema extensivo e semi-inten-
sivo. Produz uma ótima carcaça, com gordura muito reduzida. Precoce, prolifera 
com ótimos índices. 
Bergamascia
Originária do Norte da Itália, também conhecida como Bergamasca, Bergamasker, 
Gigante di Bergamo. Embora seja considerada produtora de carne, sua boa pro-
dução de leite indica que pode ser explorada como uma raça leiteira. Apresenta 
o temperamento dócil, sendo um animal fácil de manejar. 
São animais rústicos e pouco exigentes quanto à alimentação. Seus cordei-
ros apresentam rápido desenvolvimento, alcançando, no primeiro mês de vida, 
o peso de 12 kg. Com 18 a 24 meses, o macho chega a atingir 120kge a fêmea 
80 kg, oferecendo um rendimento de 65 a 70 kg de carne por cabeça.
A lã é de qualidade inferior e rende cerca de 3 kg por tosquia. A ovelha 
costuma ter partos duplos e produz, em média, 250 kg de leite em 6 meses de 
lactação, utilizado para a produção de queijos Gorgonzola.
Ile de France
Raça de duplo propósito, orientado para 60% carne e 40% para lã. Mucosas 
nasais, lábios, pálpebras devem ser rosadas, orelhas médias, mochos, cascos 
brancos e grandes. Produz uma carcaça pesada e de muita qualidade, muito 
precoce, prolífera.
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I
Lacaune
Aptidão leite e carne. Raça francesa, deve seu nome aos Montes Lacaune e tem 
como origem diversos grupos ovinos que existiam na região. De porte médio a 
grande, peso médio entre 80 kg e 100 kg, nos machos, e entre 60 kg e 80 kg, nas 
fêmeas. A altura na cernelha varia de 0,70 a 0,80m. 
Uma fêmea adulta chega a produzir 4 litros de leite por dia, no pico da lacta-
ção, que ocorre ao redor dos 30-35 dias pós-parto. Durante o período de lactação, 
aproximadamente 150 dias, uma ovelha produz, em média, 1,9 litros por dia. 
ALGUMAS RAÇAS NACIONAIS
Santa Inês
É uma raça desenvolvida no nordeste brasileiro, cruzamento das raças Bergamascia, 
Morada nova, Somalis e outros ovinos (SRD).
Animal deslanado, com pelos curtos e sedosos, de grande porte, com excelente 
carne e baixo teor de gordura, pele de altíssima qualidade, rústicos e precoces, 
adaptáveis a qualquer sistema de criação e pastagem, prolífera e boa habilidade 
materna. Raça de carne e pele, com excelente capacidade leiteira.
Morada Nova
Raça nativa do Nordeste, resultante possivelmente de seleção natural e recombi-
nação de fatores em ovinos Bordaleiros e Churros trazidos pelos colonizadores 
portugueses. São animais bastante rústicos, que se adaptam às regiões mais ári-
das. Produzem carne e, principalmente, peles de ótima qualidade. As ovelhas 
são muito prolíferas.
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Como Escolher o Animal
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Crioula 
A raça Crioula é considerada como produtora de pele, mas produz uma lã valo-
rizada para o artesanato e, uma carne de cordeiro de muito boa qualidade e com 
potencialidade para a produção de leite. A ovelha Crioula caracteriza-se pelo seu 
diminuto tamanho, alta rusticidade, resistência à verminose e apresenta ciclos 
estrais durante todo ano. Os machos têm dois e, às vezes, três pares de chifres.
COMO ESCOLHER O ANIMAL
O Plantel deve ser formado, no mínimo, por um grupo de 20 ovelhas e um repro-
dutor. Precisam ser observados a escolha de reprodutores, boa caracterização 
racial, bom desenvolvimento em relação à idade, conformação perfeita, consti-
tuição vigorosa, velo e genealogia. Também deve-se levar em conta a finalidade 
da exploração, condições climáticas, pastagens, mercado, raças e tipo de ovino 
(aptidão).
As ovelhas podem ser utilizadas até a idade de 6 anos. Os carneiros devem 
ser mantidos na reprodução de 2% a 4% das fêmeas. Para produção de lã e carne, 
usar os animais capados.
A escolha da raça é de máxima importância, não só de acordo com a produ-
ção desejada (lã, carne, pele ou leite), mas, ainda, de acordo com o ambiente 
em que vai ser criada, para que melhor se adapte às suas condições de cli-
ma, temperatura, dentre outros.
Acesse o link <http://www.fmvz.unesp.br/Informativos/ovinos/raovin.htm> 
para encontrar fotos e características das espécies mais criadas no mundo, 
este conhecimento é importante para decidir o rumo e os resultados que se 
pretende com a atividade.
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SISTEMAS DE CRIAÇÃO/MANEJO
As ovelhas são, quase sempre, criadas em rebanhos. O manejo é bastante traba-
lhoso, seja pelo fato de se tratar de um rebanho grande ou por serem animais 
sensíveis. Nas regiões mais frias, como no sul do Brasil, o cuidado com as crias 
recém-nascidas deve ser intenso, pois a época de partos coincide com os meses 
de inverno, quando se tratar de raças que possuem estacionalidade reprodutiva.
A lã, retirada no início do verão, importante fonte de renda para o criador, 
torna a crescer, garantindo ao animal a sua própria defesa ao frio.
A ordenha geralmente é manual, o que exige esforço físico e, frequente-
mente, é realizada ao ar livre, expondo os ordenhadores ao tempo. Apesar da 
disponibilidade de ordenhadeiras eficazes, a ordenha mecânica ainda não é lar-
gamente adotada.
É preciso esquecer o pensamento de que ovelhas, principalmente lanadas, 
devem ser criadas em climas frios, pois a lã funciona como isolante térmico pro-
tegendo tanto do frio quanto do calor. 
Os sistemas de criação de ovinos, no Brasil e no mundo, são extremamente 
variáveis. 
Os sistemas de criação e manejo podem ser divididos em:
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 ■ Extensivo
Máximo aproveitamento dos recursos naturais; os rebanhos são geral-
mente grandes para a produção de carne e lã.
 ■ Intensivo
Indicado para animais puros destinados à reprodução ou a exposições. 
Registros rigorosos, conhecimento técnico, bom capital para instala-
ções. Reprodução controlada, manejo cuidadoso, seleção, alimentação 
e higiene bem controladas.
 ■ Semi-intensivo e Misto
Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser executado junto 
com outras explorações pecuárias.
Em qualquer sistema de produção agropecuária a meta principal é a produtividade 
com lucratividade. Para isto, devemos nos basear em quatro pontos importantes 
para o sucesso da ovinocultura: mercado, genética, nutrição e saúde.
NUTRIÇÃO
Conforme já exposto no início do texto, após definirmos a genética (raça), deve-
mos nos concentrar na alimentação dos animais, pois, por melhor que seja a 
composição genética do rebanho que passa a ser estabelecido, a não observa-
ção de um manejo nutricional adequado irá impedir o aproveitamento pleno 
da genética adquirida. 
O pasto é o principal alimento dos ovinos e quando este é de boa qualidade 
a suplementação pode ser mínima. É preferível fornecer pastagens mistas, for-
madas por gramíneas e leguminosas. É possível criar de oito a dez ovelhas em 
uma área onde é colocada uma única vaca.
Primeiramente, devemos ficar atentos ao planejamento da produção for-
rageira da propriedade, de forma a maximizar a produção e a utilização das 
pastagens no verão, além de produzir volumosos de forma eficiente e economi-
camente viável, para suplementação do rebanho nos meses de inverno, período 
em que ocorre a redução da capacidade produtiva das pastagens.
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Neste contexto, devemos considerar a necessidade de suplementação das 
matrizes com volumosos, para suprir a queda de produção das pastagens e de 
confinamento dos cordeiros para acabamento e abate. Nas duas situações, a utili-
zação de rações com 18% de proteína bruta e alta energia deverá ser considerada 
para atender às exigências nutricionais destas categorias.
SANIDADE
Com a intensificação dos sistemas de produção de carne ovina, os desafios sani-
tários passam a adquirir maior importância. Dentre as espécies de mamíferos 
domésticos, a espécie ovina é a mais suscetível à infestação por vermes. 
A melhor forma de se evitar os prejuízos causados pela infestação por vermes 
é a prevenção mediante o uso de vermífugos em intervalos de tempo constantes, 
intercalando-se os diferentes princípios ativos presentes no mercado, juntamente 
com as mudanças de piquetes (manejo das pastagens).
O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade produtivae lucrativa. 
 ■ Divisão do rebanho
A divisão do rebanho em categorias facilita o manejo e evita que ani-
mais mais velhos transmitam doenças para os animais mais novos. A 
superlotação das baias e piquetes também deve ser evitada. Isolamento 
e tratamento dos animais doentes, pois estes devem ser tratados separa-
damente do rebanho para evitar a proliferação de doenças. A observação 
do rebanho feita pelo criador permitirá a ele saber quando algo diferente 
ocorrer. As enfermidades, normalmente apresentam sintomas e, coletan-
do-se 10% das fezes do rebanho para análise, possibilita a verificação dos 
parasitas que estão infestando os animais, permitindo assim a aplicação 
de vermífugo específico.
 ■ Limpeza das instalações
O piso ripado deve ser varrido com frequência, sendo as fezes retira-
das. Todas as outras instalações que fazem parte do criatório, tais como: 
sala de ordenha, área de tosquia, galpão de ração, entre outras, devem 
ser mantidas limpas.
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 ■ Saneamento ambiental
O esterco dos animais deve ser colocado em lugar adequado (esterqueira).
Os alimentos devem ser bem armazenados (evitando a presença de inse-
tos e roedores na criação e nas proximidades).
MANEJO REPRODUTIVO
O manejo reprodutivo é composto por uma série de medidas que visam orientar 
o produtor desde a aquisição do reprodutor e matrizes até o manejo das crias, 
durante a puberdade e maturidade sexual. Para isso, precisamos de um con-
junto de medidas:
 ■ Fichas de controle para avaliação dos animais quanto à fertilidade, à pro-
lificidade, dentre outros controles.
 ■ Estação de monta, escolha da época para a realização da estação de 
reprodução. 
 ■ Manejo pós-parto e parição, os primeiros cuidados devem ser tomados 
um mês antes do parto. 
Como é o panorama da ovinocultura em sua região? Você aproveita as opor-
tunidades para pôr em prática seus conhecimentos?
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PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
De acordo com o tamanho do rebanho, será necessário formar bons pastos que 
devem ser suficientes para poder dispensar suplementação. Recomenda-se fazer 
uma análise do solo para correção de deficiências (calagem). O pasto deverá ser 
preferencialmente em terras altas, dividido em piquetes para fêmeas gestantes e 
recém-paridas, borregos e borregas, reprodutores, cordeiros de dois a seis meses, 
capões e ovelhas solteiras. É preciso providenciar piquetes para as diversas cate-
gorias: ovelhas de cria e seus cordeiros; ovelhas velhas e falhadas, borregos(as), 
ovelhas no terço final da gestação.
As ovelhas de cria são separadas segundo a qualidade de suas lãs ou por seu 
grau de sangue. Quando o plantel possui pedigree, destinar piquetes de melhor 
qualidade e de fácil vigilância. As cercas entre piquetes deverão ser construídas 
com mourões a cada 10 m, intercalados com quatro ou cinco balancins, formada 
com seis a sete fios de arame liso. Recomenda-se que o primeiro, de baixo para 
cima, esteja a 10 cm do solo, e a seguir o espaçamento entre eles seja, consecuti-
vamente: 18, 22 e 28 cm para os demais, em uma altura total de 1,62 m.
Se não houver aguada natural no local de pastagem, providenciar bebedou-
ros higiênicos, que deverão ser mantidos sempre limpos. Se não houver abrigos 
naturais, como árvores de boa copa ou bosques, construir abrigo funcional, 
com capacidade compatível ao tamanho do rebanho; sob o abrigo, providen-
ciar cocho para sal mineral. 
Se necessário, construir um aprisco (cabanha) para proteção dos animais 
contra as chuvas e ventos fortes, próximo às pastagens, em terreno seco e ensola-
rado. A construção poderá ser rústica, com piso ripado (1,5 cm de espaçamento), 
elevado a um metro do solo, pé direito de 2,5 m para uma boa aeração e com 
paredes de 1,5 m de altura. A área recomendada por cabeça é de 1,5 m2 de altura. 
A cabanha é recomendada quando a criação for para matrizes e reprodutores. 
Deve ter divisões internas (boxes) medindo 2 x 2 a 2 x 3 metros cada um, com 
comedouro e bebedouro. Os carneiros reprodutores, fora da época de monta, 
são postos em boxes separados.
É imprescindível a construção de um curral de manejo, dividido em manguei-
ras e bretes, para os trabalhos de vacinação, marcação, descola (descaudamento, 
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Planejamento do Sistema de Produção
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corte de cauda), vermifugação, dentre outros, de acordo com o tamanho do reba-
nho (recomenda-se 1 m2/cabeça). Para contenção, seringa em área coberta, com 
tronco de 90 cm de altura x 50 cm de largura no alto e 30 cm no baixo, com cerca 
de 2 a 2,5 m de comprimento e pedilúvio de 10 cm de profundidade e banheira 
antissárnica profunda, para imersão, com curral, para escoamento contíguo para 
evitar desperdício do produto. É indispensável a construção de banheiro sarní-
fugo para o combate da sarna. Todo o corredor lateral da seringa deve ter piso 
a 50 cm do solo, para facilitar os trabalhos. Para rebanhos grandes, é necessá-
rio um galpão de tosquia. 
A construção de um galpão apropriado para a tosquia ou tosa é necessária, 
devendo ser feito nas proximidades dos currais e bretes, para evitar movimentação 
e despesas no criatório. Nas grandes propriedades, deve-se prever a construção 
de bretes giratórios, destinados à inseminação artificial.
Ferramentas necessárias para o manejo adequado do rebanho ovino:
 ■ Tesoura/alicate para aparar os cascos.
 ■ Pistola de vermifugação.
 ■ Tesoura-martelo para tosquia (ou tosquiador elétrico).
 ■ Elastrador e anel de borracha para a descola (e castração).
 ■ Torques Burdizzo para castração.
 ■ Tintas para marcação.
 ■ Material para identificação (brincos, alicate).
 ■ Balança.
 ■ Pinças, agulhas e seringas hipodérmicas.
 ■ Se necessário, material para inseminação artificial (vaginoscópio, seringa 
de microdoses e tronco para coleta de sêmen).
 ■ Ficha zootécnica – manter um livro/ficha de registros gerais do rebanho e 
individual dos animais do rebanho; cobertura, nascimento, óbitos, doenças, 
vacinação, vermifugação, registro contábil de despesas com veterinário, 
medicamentos, vacinas, vermífugos e receita com a venda dos produtos.
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Além desta infraestrurura, não se pode esquecer da necessidade de mão de obra 
qualificada, pois a exploração exige grande cuidado e manejo, além da formação 
de um bom plantel de acordo com os objetivos do empreendedor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos o agronegócio da ovinocultura, no Brasil e no mundo, 
e podemos concluir que há uma crescente demanda tanto no mercado interno 
quanto no externo, então devemos nos organizar e melhor estruturar essa pro-
missora cadeia produtiva, fazendo que todos os elos, tais como produtores, 
frigoríficos, comércio, governo e consumidores trabalhem em prol da ovinocultura.
Analisamos a organização da cadeia produtiva da ovinocultura e seus pro-
dutos, constatando que o grande gargalo na cadeia produtiva da ovinocultura é 
a comercialização e a falta de escala de produção.
Há necessidade de profissionais capacitados para, além de levar em informa-
ções cruciais ao desenvolvimento da atividade, construam um ambiente favorável 
à cooperação entre os elos desta cadeia produtiva, articulando ações em prol do 
arranjo produtivo local.
Aprendemos que é necessário um conhecimento das diferentes raças para 
obter-se um melhoramento no rebanho, por meio da característica que cada uma 
delas apresenta e que, de fato, a raça Santa Inês é um ovino originário do Brasil a 
partir de cruzamentos feitos por décadas, e predominano país, principalmente 
no nordeste, que detém o maior rebanho nacional. Discutimos, também, o sis-
tema de manejo e a tecnologia de produção.
Vimos que há a necessidade de desenvolver a cultura da cooperação nos diver-
sos setores da cadeia produtiva, principalmente, nos segmentos de transporte, 
comercialização e beneficiamento, fazendo-os assumir o seu papel de parceiro, 
pois todos são parte integrante e deveriam estar interessados no sucesso do setor 
primário, que é um importante indicador quantitativo e qualitativo do grau de 
evolução dos demais componentes da cadeia.
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Considerações Finais
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Finalmente, na ótica do desenvolvimento sustentável, é fundamental a 
implantação e estruturação de um planejamento estratégico, construído de forma 
conjunta, na discussão de temas e propostas que possibilitem, aos diversos ato-
res da cadeia produtiva da ovinocultura, novos conhecimentos, tecnologias de 
produção e gestão dos seus negócios.
CUSTO DE PRODUÇÃO DE CARNE OVINA NO BRASIL
Devemos lembrar que o custo de produção é a somatória de todos os gastos inerentes 
à atividade e que cada empreendedor terá um custo diferente, pois, além do custo vari-
ável diretamente relacionado ao nível tecnológico escolhido, tem-se também os custos 
fixos de cada empreendimento, estes normalmente diferentes entre os criadores. Custo 
de produção baixo se obtém com nível tecnológico adequado, grande escala de produ-
ção e gestão eficiente dos recursos produtivos.
Apesar de o Brasil ter aumentado seu rebanho de ovelhas, e isso nos tem colocado como 
grande destaque do continente Americano, o tamanho do rebanho é cerca de dez vezes 
inferior ao de bovinos. Isso se reflete em uma instabilidade na oferta de animais para 
abate, o que diminui o interesse dos frigoríficos, que buscam escala. Sem produção em 
grande volume, os preços do produto sobem e o consumidor se distancia, dando prefe-
rência a produtos substitutos. 
No Brasil, na grande maioria das propriedades, a ovinocultura é a 2ª ou 3ª atividade 
em ordem de importância, com rebanhos médios por produtor de cerca de 50 cabeças, 
enquanto no Uruguai, nosso principal fornecedor, é de 700 cabeças por produtor. As-
sim, a escala de produção é pequena, com o custo unitário do quilo produzido sendo 
majorado em relação ao país vizinho. E a mão de obra e o proprietário não têm estímulo 
para se especializar, trazendo consigo uma série de ineficiências no dia a dia do processo 
produtivo.
No Brasil, tem-se focado muito o crescimento do rebanho ovino, no sistema semiconfi-
nado, com uso intenso de grãos na alimentação, tratando a pastagem de forma secun-
dária na alimentação dos ovinos, embora seja um animal ruminante.
Esta opção tecnológica traz consigo um alto custo de produção da carne ovina assim 
obtida. Além do mais, as perspectivas apontam que o preço da ração deve aumentar nos 
próximos anos, conforme a demanda mundial por alimentos e biocombustíveis tam-
bém se expandir. Ora, se os ovinos são ruminantes, sua criação deveria estar focada no 
uso máximo da capacidade de produção das pastagens brasileiras.
O maior desafio é estruturar a cadeia produtiva. Não existe boa relação entre produto-
res, agroindústria, distribuidores e consumidores. Quanto mais articulados eles forem, 
melhor para todos.
Por último, mas não menos importante: o Brasil, que não é exportador de carne ovina, 
se acostumou a praticar internamente preços superiores ao mercado internacional. Isso 
deu ao criador brasileiro a falsa impressão de que não precisa se preocupar em tornar 
a criação de ovelhas uma atividade competitiva e com os custos de produção sob con-
trole.
Veja como podemos aumentar nossa competitividade, lendo a matéria na íntegra na re-
vista Cabras&Ovelhas, Ano VIII - Nº 84 - Junho/Julho 2014. Disponível em: <http://www.
cabraeovelha.com.br/materias.php?id=4&ed=82>. Acesso em: 26 fev. 2015.
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1. A ovinocultura é uma atividade explorada economicamente em todos os conti-
nentes, sendo exercida em distintos ecossistemas com os mais diferentes tipos 
de clima, solo, topografia e vegetação. Assinale V (verdadeiro) e F (falso).
 )( O Brasil, com sua enorme extensão territorial e clima favorável à ovinocultura, 
apresenta todas as características para o desenvolvimento da ovinocultura.
 )( O produtor brasileiro está conscientizado e instrumentalizado, pois a cadeia 
produtiva da ovinocultura se apresenta bem organizada.
 )( A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele 
para vestuário, além de carne e leite para alimentação. 
2. Apesar dos avanços já alcançados na ovinocultura, ainda há países, a exemplo 
do Brasil, com grandes rebanhos, porém com uma baixa taxa de desfrute deter-
minada pelo sistema de criação adotado. Enumere a segunda coluna de acordo 
com a primeira.
1. Extensivo
( ) No mínimo por um grupo de 20 ovelhas e um 
reprodutor. Escolha de reprodutores, boa caracteriza-
ção racial, bom desenvolvimento em relação à idade, 
conformação perfeita, constituição vigorosa, velo e 
genealogia. Também deve-se levar em conta a finalida-
de da exploração, condições climáticas e mercado.
2. Intensivo ( ) Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser executado junto com a exploração agrícola.
3. Misto
( ) Escolha da época para a realização da estação de re-
produção. Este sistema visa um melhor aproveitamen-
to do potencial reprodutivo das fêmeas mediante a 
redução do intervalo entre partos, de 12 para 8 meses, 
visando assim maior produção. Separações de lotes, 
manipulação de cio, usam de rufiões, monta natural, 
monta controlada e inseminação artificial.
4. Estação de monta
( ) Indicado para animais puros destinados à repro-
dução ou às exposições. Registros rigorosos, conheci-
mento técnico, bom capital para instalações.
5. Formação de plantel
( ) Máximo aproveitamento dos recursos naturais, os 
rebanhos são geralmente grandes para produção de 
carne e lã.
3. Enquanto a cadeia produtiva não se consolida, os produtores enfrentam dificul-
dades como a falta de frigoríficos, baixo consumo, alto preço de reprodutores e 
abate clandestino.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4. As raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempe-
nham, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
1. Merino Australiano ( ) Leiteira
2. Bergamácia ( ) 70% Lã e 30% Carne
3. Ile de France ( ) Deslanada
4. Santa Inês ( ) 60% Carne e 40% Lã
5. Com a intensificação dos sistemas de produção de carne ovina, os desafios sani-
tários passam a adquirir maior importância. O ideal é prevenir doenças para ter 
uma atividade produtiva e lucrativa. Quais são as três medidas recomendadas?
a. Limpeza das instalações, medicação e saneamento ambiental.
b. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e saneamento ambiental. 
c. Divisão do rebanho, saneamento ambiental e construções em alvenaria.
d. Saneamento ambiental, raças rústicas e construções em alvenaria.
e. Divisão do rebanho, limpeza das instalações e medicação.
6. Com a ótica do desenvolvimento sustentável, é fundamental, para a implanta-
ção da atividade, conhecimento do mercado, tecnologia de produção, recursos 
capitais para um bom planejamento forrageiro (terra), instalações, formação do 
plantel, algumas ferramentas de trabalho e mão de obra. 
( ) CERTO ( ) ERRADO
Parabéns, você já galgou alguns degraus dentro do nosso curso. Agora, na próxima 
unidade, iremos trabalhar os principais aspectos da caprinocultura, focados na pro-
dução e na avaliação econômica do negócio. Considerando que ovinos e caprinos 
são bastante similares (mesma família), quase todas as informações relativas ao ovi-
no podem ser aplicadas aos caprinos.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Livro: Produção de Caprinos e Ovinos no Semiárido
Autor: Tadeu Vinhas Voltolini
Editora:

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