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Direitos e Garantias Fundamentais

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL ATRFB 
PROFESSORES: VÍTOR CRUZ E RODRIGO DUARTE 
1 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 1 
Olá Pessoal, tudo bem com vocês, preparados para darmos 
seguimento aos nossos estudos rumo à aprovação para Analista da 
Receita Federal do Brasil? Hoje começaremos um dos assuntos mais 
cobrados em concursos, Direitos Fundamentais, inclusive exigido na 
prova de Analista realizada ano passado, conforme vocês poderão 
verificar no decorrer da aula...Então, vamos nessa!! 
Direitos e Garantias Fundamentais- Parte 1 
Mas qual a diferença entre direitos e garantias? 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar 
de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às 
ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao 
Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias 
são proteções para que se possa exercer um direito1. 
José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase 
exaustivamente usada pelas bancas de concurso: "Em suma (...) os 
direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as 
garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são 
instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles 
bens e vantagens"2. 
1. (CESPE/Analista Processual - MPU/2010) Considerando 
que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto 
constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o 
exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da ampla 
defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma 
exclusiva. 
Comentários: 
A consideração inicial da questão está correta: direitos são bens e 
vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os 
instrumentos que asseguram o exercício de tais direitos, é isso que 
importa neste momento. A questão erra ao dizer que a garantia do 
contraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de 
natureza criminal de forma exclusiva. Veremos que o contraditório e 
a ampla defesa (CF, art. 5º, LV) são garantias asseguradas em 
qualquer processo judicial ou administrativo. 
 
1
 CRUZ, Vítor. Vou Ter que Estudar Direito Constitucional! E Agora? São Paulo: Método. 2011. Pg. 30. 
2
 Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros. pg. 412. 
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Gabarito: Errado. 
2. (CESPE/Contador-AGU/2010) Embora se saliente, nas 
garantias fundamentais, o caráter instrumental de proteção a 
direitos, tais garantias também são direitos, pois se revelam na 
faculdade dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade. 
Comentários: 
É isso aí... Essa é uma questão doutrinária. Nos mostra o papel das 
garantias constitucionais: “exigir dos poderes públicos a proteção de 
outros direitos (... e) reconhecimento dos meios processuais 
adequados a essa finalidade”. 
Gabarito: Correto. 
Qual o campo de abrangência da expressão "Direitos e 
Garantias Fundamentais? 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direit-
os e garantias fundamentais: 
• 1ª - direitos e deveres individuais e coletivos (CF, art. 5º); 
• 2ª - direitos sociais (CF, art. 6º ao 11); 
• 3ª - direitos de nacionalidade (CF, art. 12 e 13); 
• 4ª - direitos políticos (CF, art. 14 a 16); e 
• 5ª - direitos relativos à existência e funcionamento dos 
partidos políticos (CF, art. 17). 
Importante ainda é salientar que esses direitos e garantias não se 
constituem em uma relação fechada, exaustiva, mas em um rol 
exemplificativo, aberto para novas conquistas e reconhecimentos 
futuros. 
Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte. 
Por este motivo a doutrina faz a seguinte classificação: 
Direitos Formalmente Fundamentais ��� São todos Direitos 
Fundamentais que se encontram arrolados do art. 5º ao art. 17 da 
Constituição. A Constituição expressamente estabeleceu tais 
direitos sob o título de “Direitos Fundamentais”. 
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Direitos Materialmente Fundamentais ��� São os Direitos que, 
independentemente de onde estão elencados, possuem conteúdo 
de direito fundamental, protegendo os particulares contra o arbítrio 
do Estado. Exemplo: as limitações ao poder de tributar do art. 150 
da Constituição. 
3. (FCC/EPP-BA/2004) A classificação adotada pelo legislador 
constituinte de 1988 estabeleceu como espécies do gênero direitos 
fundamentais tão-somente os direitos: 
a) individuais e coletivos. 
b) individuais, coletivos e sociais. 
c) individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade, políticos e 
relacionados à existência, organização e participação em partidos 
políticos. 
d) sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à existência, 
organização e participação em partidos políticos. 
e) individuais, sociais, de nacionalidade, políticos e relacionados à 
existência, organização e participação em partidos políticos. 
Comentários: 
A doutrina costuma dizer que os direitos fundamentais podem ser de 
5 tipos: 1- Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos 
Sociais; 3- Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- 
Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
A questão pegou estes tipos e desmembrou ainda mais. Se 
observarmos calmamente todas as assertivas, veremos que a correta 
então é a letra C, já que a letra E esqueceu dos direitos coletivos. 
Gabarito: Letra C. 
4. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal de 1988 não 
previu os direitos sociais como direitos fundamentais. 
Comentários: 
Temos na Constituição 5 espécies de direitos fundamentais: 1- 
Direitos e deveres individuais e coletivos; 2- Direitos Sociais; 3- 
Direitos da Nacionalidade; 4- Direitos Políticos; e 5- Direitos relativos 
à existência e funcionamento dos partidos políticos. 
Gabarito: Errado. 
5. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 
estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: 
direitos e garantias individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de 
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nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e 
funcionamento dos partidos políticos. 
Comentários: 
A única observação é que a ESAF "escorregou" e colocou direitos e 
garantias individuais e coletivos, quando o certo seria direitos e 
deveres individuais e coletivos, o que não seria suficiente para 
anular a questão. 
Gabarito: Correto. 
6. (ESAF/AFPS/2002) Todos os direitos previstos na 
Constituição, por causa da hierarquia dela no ordenamento jurídico, 
recebem o nome e o tratamento de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Errado. Não são todos os direitos constitucionais que são 
fundamentais. Os direitos fundamentais são os direitos essenciais à 
condição humana positivados em uma Constituição. Na Constituição 
de 1988 temos cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: 
direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de 
nacionalidade; direitos políticos; e direitos relativos à existência e 
funcionamento dos partidos políticos.7. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) A Constituição enumera 
exaustivamente os direitos e garantias dos indivíduos, sendo 
inconstitucional o tratado que institua outros, não previstos pelo 
constituinte. 
Comentários: 
Segundo a Constituição em seu art. 5º § 2º, os direitos e garantias 
expressos na Constituição não excluem os outros que decorrerem 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
Gabarito: Errado. 
A doutrina costuma salientar que: embora "direitos humanos" 
e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados 
como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo 
"direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto 
"direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que 
foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um 
determinado Estado. 
A doutrina também costuma elencar como características destes 
direitos: 
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• historicidade e mutabilidade - São históricos porque que 
foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico 
também remete a uma idéia cíclica de nascimento, modificação 
e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais 
direitos como imutáveis. 
• inalienabilidade - pois são intransferíveis e inegociáveis; 
• imprescritibilidade - podem ser invocados 
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem 
com o tempo; 
• irrenunciabilidade - podem até não estar sendo exercidos, 
mas não poderão ser renunciados; 
• universalidade - são aplicáveis a todos, sem distinção. 
• relatividade ou limitabilidade - Os direitos fundamentais não 
são absolutos, são relativos, pois existem limites ao seu 
exercício. Este limite pode ser de ordem constitucional 
(decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se 
no dever de respeitar o direito da outra pessoa. 
• indivisibilidade, concorrência e complementaridade - Os 
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser 
garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito 
não excluiu o outro, eles são complementares, se somam, 
concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção; 
• Interdependência - Pode ser empregada em dois sentidos: 
1º - Em um primeiro momento levaria à noção de 
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental 
dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental 
(exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem 
garantir os direitos econômicos); 
2º - Em uma segunda acepção também é lembrada como a 
relação que deve existir entre as normas (sejam elas 
constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos 
fundamentais, de forma que as primeiras (normas 
constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os 
caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
8. (ESAF/Analista Tributários da Receita/ 2012) Os direitos 
fundamentais se revestem de caráter absoluto, não se admitindo, 
portanto, qualquer restrição. 
Comentários: Errado. Tais direitos são relativos, admitindo 
restrições quando em colisão em casos concretos. 
Gabarito: Errado. 
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9. (ESAF/PGFN/2007) Entre as características funcionais dos 
direitos fundamentais encontra-se a legitimidade que conferem à 
ordem constitucional e o seu caráter irrenunciável e absoluto, que 
converge para o sentido da imutabilidade. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos, pois existem limites ao seu exercício. Este limite pode ser 
de ordem constitucional ou encontrar-se no dever de respeitar o 
direito da outra pessoa. Outro erro também é o da conversão para 
imutabilidade. Os direitos fundamentais são conquistas históricas, 
com o passar do tempo se faz necessário novas conquistas pois são 
novos os anseios da sociedade, assim, não podemos considerá-los 
como imutáveis. 
Gabarito: Errado. 
10. (TRT 14/ TRT 14/2008 - Adaptada) A universalidade e a 
concorrência são características dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Exato. Eles são universais já que se aplicam a todos sem distinção e 
concorrentes na medida que se somam, concorrendo para a proteção 
da pessoa. 
Gabarito: Correto. 
11. (VUNESP/-PGE-SP/2005 - Adaptada) A doutrina majoritária 
entende que os direitos fundamentais são absolutos, invioláveis e 
inalienáveis, mas renunciáveis e prescritíveis. 
Comentários: 
Como vimos, os direitos fundamentais não são absolutos, são 
relativos. Eles também não são renunciáveis, nem prescritíveis. 
Gabarito: Errado. 
12. (MPT/Procurador do Trabalho/2004) As principais 
características dos direitos fundamentais do homem são a 
inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade. 
Comentários: 
Isso aí. 
Gabarito: Correto. 
É importante salientar que estes direitos não se 
restringem a particulares, podendo, alguns, serem ga-
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rantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo de direito 
público, como, por exemplo, o direito de propriedade. 
É importante que citemos ainda que a pessoa jurídica 
faz jus inclusive ao direito à honra, ou seja, à sua 
reputação, bom nome... Na jurisprudência do STJ - 
Súmula nº 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. 
13. (ESAF/ATRFB/2009 - Adaptada) Pessoas jurídicas de 
direito público não podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Vários deles que são extensíveis às pessoas jurídicas, inclusive de 
direito público, como o direito ao sigilo bancário, sigilo fiscal, direito 
de propriedade, entre outros. 
Gabarito: Errado. 
14. (ESAF/ PGDF/2007) Pessoas jurídicas de direito público 
podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Comentários: 
Tem horas que os concursos são muito manjados né?! Essa banca fez 
pelo menos outras 5 questões idênticas a essa. 
Gabarito: Correto. 
15. (ESAF/Técnico Receita Federal - TI/2006) A proteção da 
honra, prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa 
no direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa 
física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que 
caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana. 
Comentários: 
Honra se refere ao bom nome, reputação e etc.. É assegurada às 
pessoas jurídicas. 
Gabarito: Errado. 
Historicamente, estes direitos se constituem em uma 
conquista de uma proteção do cidadão em face do poder 
autoritário do Estado (daí serem classificado como elementos 
limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o 
uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, no 
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que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Desta forma, temos: 
Eficácia vertical 
Proteção do particular em face do Estado. 
Proteção do particular em face de outro 
Eficácia horizontal particular. 
16. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Os direitos e garantias 
fundamentais não se aplicam às relações privadas, mas apenas às 
relações entre os brasileiros ou os estrangeiros residentes no país e o 
próprio Estado. 
Comentários: 
Está incorreto, pois atualmente se reconhece a eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais. 
Gabarito: Errado. 
17. (CESPE/AJEM-TJDFT/2008) A retirada de um dos sócios dedeterminada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, 
deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais 
não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e 
o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é 
denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Ainda que no âmbito dos poderes privados, os direitos 
fundamentais devem ser respeitados. 
Gabarito: Correto. 
18. (ESAF/ATRFB/2009) As violações a direitos fundamentais 
não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o 
Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e 
jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais 
assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os 
poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos 
particulares em face dos poderes privados. 
Comentários: 
Isso aí, é o que chamamos de eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
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Correto. Os direitos e garantias individuais podem ser invocados de 
duas diferentes formas: 
Relação vertical = Particular X Estado (este tem posição 
preponderante em relação aos particulares, pois representa o 
interesse público); 
Relação horizontal = Particular X Particular. 
Gabarito: Correto. 
19. (TRT 21/Juiz do Trabalho TRT 21ª/2010) As violações a 
direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações 
entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas 
entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado (fenômeno 
conhecido como eficácia horizontal dos direitos fundamentais). 
Comentários: 
Exatamente. 
Gabarito: Correto. 
20. (ESAF/PGFN/2007) Verificado que um direito fundamental 
traz consigo um dever de proteção por parte do Estado, fica também 
caracterizado que incumbe ao Judiciário especificar como esse direito 
será protegido. 
Comentários: Errado. O Judiciário só atua se provocado, o Poder 
Legislativo é que, em alguns casos, deverá regulamentar a norma 
através de leis. 
Gabarito: Errado. 
É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais 
em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões 
(antes o termo usado era gerações, mas atualmente o uso 
deste termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que 
uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, 
ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem 
exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). 
É importante que revisemos aqui um pouco da "evolução do Estado" 
para entendermos melhor a questão dos direitos fundamentais: 
"Junto com o constitucionalismo temos a evolução do conceito de 
Estado. Com a Revolução Francesa e pela Independência dos Estados 
Unidos temos o início do Estado Liberal, já que se asseguraram as 
liberdades individuais, que vieram a ser chamadas de "direitos de 
primeira geração". Segundo os conceitos do liberalismo, o homem é 
naturalmente livre, então, buscou-se limitar o poder de atuação dos 
Estados para dotar de maior força a autonomia privada e deixar o 
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Estado apenas como força de harmonização e consecução dos 
direitos. 
Na Constituição mexicana de 1917 e na de Weimar (Alemanha) em 
1919, que nascem logo após a 1ª Guerra Mundial, temos um estilo de 
Constituição que prega não mais os direitos individuais em sentido 
estrito, mas uma visão mais ampla, do indivíduo em sociedade. Não 
podemos associá-la, do ponto de vista histórico, ao conceito de 
“constituição liberal” expresso pela Revolução Francesa. Ela vai além 
do “Estado liberal”. A Constituição Mexicana de 1917 passa a trazer 
em seu texto mais do que simples liberdades (direitos de 1ª geração 
- liberdades individuais - direitos políticos e civis). Ela traz os direitos 
econômicos, culturais e sociais (direitos de segunda geração - 
relacionados à igualdade), surgindo então o conceito de “Estado 
Social”. Desta forma, possui como característica a mudança da 
concepçào de constituição sintética para uma constituição analítica, 
mais extensa, capaz de melhor conter os abusos da 
discricionariedade. Aumenta assim a intervenção do Estado na ordem 
econômica e social, dizendo-se que a democracia liberal-econômica 
passa a ser substituída pela democracia social. 
Esse estado social é superado com o fim da 2ª Guerra Mundial, temos 
então o surgimento do Estado Democrático de Direito marcado pelas 
iniciativas relacionadas à solidariedade e aos direitos coletivos". 
Grosso modo, podemos fazer uma correlação de que forma esses 
direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Vejamos: 
Fase Marco 
Mundial 
Dimensão 
dos 
direitos 
Direitos Marco no 
Brasil 
Estado 
Liberal 
Revolução 
Francesa e 
Independê
ncia dos 
EUA 
1ª Liberdade: 
Direitos civis e 
políticos 
Incipiente 
na CF/1824 
e 
fortalecido 
na CF/1891
Estado 
Social 
Pós 1ª 
Guerra 
Mundial - 
Constituiçã
o Mexicana 
(1917) e 
Weimar 
(1919). 
2ª Igualdade: 
Direitos Sociais, 
Econômicos e 
Culturais. 
CF/1934 
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Estado 
Democrático
Pós 2ª 
Guerra 
Mundial. 
3ª Solidariedade 
(fraternidade): 
Direitos coletivos e 
difusos. 
CF/1988 
Pulo do Gato: 
• As dimensões estão na ordem do lema da Re-
volução Francesa: liberdade, igualdade, e fraternidade. 
• Os direitos Políticos são os de Primeira dimensão. 
• Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - 
Lembrese de "second") são os de segunda dimensão. 
• Os direitos de Terceira Geração, são os difusos, de Todos 
indistintamente, como por exemplo, o direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado. 
A primeira dimensão dos direitos são as chamadas liberdades 
negativas, clássicas ou formais, pois foram as primeiras conquistas 
de libertação do povo em face do Estado. Eram protetoras. Eram 
formais pois via o homem como um ser genérico, abstrato, todos 
iguais, mas sem enxergar as verdadeiras diferenças materiais 
(econômica, cultural...) entre as pessoas. 
A segunda dimensão reflete a busca da igualdade material, é 
também o que se chama das liberdades positivas, pois pressupõem 
não só uma proteção individual em face do Estado, mas uma efetiva 
ação estatal para que se concretizassem a igualdade econômica, 
social e cultural. 
A terceira dimensão enxerga o homem em sociedade. Desta forma, 
se preocupa com os direitos coletivos (pertencentes a um grupo 
determinado de pessoas) e os direitos difusos (pertencentes a uma 
coletividade indeterminada). São exemplos destes direitos o direito à 
paz, ao meio ambiente equilibrado, ao progresso e desenvolvimento, 
o direito de propriedade ao patrimônio comum da humanidade, o 
direito de comunicação, entre outros. 
Nesta 3ª dimensão podemos incluir ainda o que se chama de "direitos 
republicanos". Estes seriam os direitos do cidadão pensando no 
patrimônio público comum (res publica - coisa pública). Assim, o 
cidadão age ativamente para defender as instituições da sociedade 
reprimindo danos ao meio ambiente, ao patrimônio histórico-cultural, 
praticas de corrupção, nepotismo, e imoralidades administrativas. O 
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principal instrumento deste exercício é a ação popular que veremos à 
frente. 
21. (ESAF/Analista Tributário da Receita /2012) Enquanto os 
direitos de primeira geração realçam o princípio da igualdade, os 
direitos de segunda geração acentuam o princípio da liberdade. 
Comentários: 
Errado. Os direitos de primeira dimensão compreendem as liberdades 
clássicas, negativas ou formais e não os direitos de igualdade. O item 
inverteu as características. 
Gabarito: Errado. 
22. (FCC/Analista TRF 4ª/2010) São direitos fundamentais 
classificados como de segunda geração 
a) os direitos econômicos e culturais. 
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos. 
c) as liberdades públicas. 
d) os direitos e garantias individuais clássicos. 
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
Comentários: 
Olha o macete: Segunda dimensão é o "SECond" - sociais, 
econômicos e culturais. 
Gabarito: Letra A. 
23. (FCC/ PGE-SP/2009 - Adaptada) Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser relacionados, 
respectivamente, com os direitos humanos de primeira, segunda e 
terceira gerações. 
Comentários: 
É isso aí... 
Gabarito: Correto. 
24. (CESPE/Analista - DPU/2010) Os direitos políticos são 
exemplos típicos de direitos de 3.ª geração 
Comentários: 
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Os direitos Políticos são de Primeira geração ou dimensão, da mesma 
forma que os civis. 
Gabarito: Errado. 
25. (ESAF/PGFN/2007) Apenas com o processo de 
redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 
1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar 
Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido 
a primeira vez que houve inserção de um título expressamente 
destinado à ordem econômica e social. 
Comentários: 
A questão estaria perfeita se dissesse 1934 em vez de 1946. 
Gabarito: Errada. 
26. (MPT/Procurador do Trabalho/2005) Em face das 
assertivas abaixo, indique a alternativa CORRETA: 
I - no plano histórico, as primeiras Declarações de Direitos Humanos 
proclamaram a necessidade de um Estado de índole positivista, 
democrática e intervencionista, objetivando a garantia das liberdades 
fundamentais; 
II - o princípio da igualdade constitui o principal fundamento dos 
Direitos Humanos de primeira geração; 
III - o princípio da 'prevalência dos Direitos Humanos' foi previsto, de 
maneira explícita, pela Constituição brasileira de 1988, como 
fundamento para reger as relações internacionais da nossa República 
Federativa; 
IV - em face do sistema constitucional brasileiro, pode ser introduzido 
no ordenamento jurídico pátrio direitos ou garantias fundamentais, 
por força da adoção e vigência de um Tratado Internacional; 
a) as alternativas I e IV estão corretas; 
b) apenas a alternativa IV está correta; 
c) as alternativas I e II estão incorretas; 
d) apenas a alternativa II está incorreta; 
e) não respondida. 
Comentários: 
I - Errado. O estado não era intervencionista, isso só passou a 
ocorrer no pós primeira guerra. O Estado Liberal pregava apenas uma 
abstenção do Estado, respeitando as liberdades individuais. 
II - Errado. O principal fundamento era a "liberdade". 
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III - Correto. 
IV - Correto. Isto está embasado no art. 5º §2º da Constituição. 
Gabarito: Letra C. 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS EM GERAL: 
O art. 5º da Constituição nos traz 4 parágrafos com disposições 
aplicáveis aos direitos fundamentais. Sabemos, pelo §2º deste art. 
5º, que os direitos e garantias expressos na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. Agora vamos estudar os outros 3 
parágrafos: 
Sobre as normas dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Este dispositivo mostra a preocupação com a efetividade dos direitos 
e garantias fundamentais. O que ele quer dizer na verdade, Vítor? 
Quer dizer que "em regra" devemos aplicar imediatamente todos dos 
direitos e garantias, não ficando parados, sentados, dormindo, 
esperando que venha uma lei para regulamentá-los. 
Pode haver regulamentação legal? Sim, mas esta não é essencial 
para a sua efetividade quando for possível aplicar desde logo o 
direito. 
Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. 
Na verdade, trata-se apenas um apelo para que se busque 
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da 
sociedade. 
27. (ESAF/Auditor Fiscal - SEFAZ-CE/2007) As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata e eficácia plena. 
Comentários: 
É errado dizer que possuem eficácia plena. 
Gabarito: Errado. 
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28. (ESAF/Gestor-SEFAZ-MG/2005) Como regra geral, os 
direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois 
de minudenciados pelo legislador ordinário. 
Comentários: 
A regra geral é que eles podem ser invocados imediatamente. 
Gabarito: Errado. 
29. (TRT 21/ TRT 21ª/2010 - Adaptada) Apesar de não 
haver norma expressa na ordem jurídica brasileira, reconhece-se 
universalmente a aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais. 
Comentários: 
Erra a questão devido à existência de norma expressa neste 
sentido. 
Gabarito: Errado. 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. (Incluído pela EC 45/04) 
A EC 45/04 abriu a possibilidade de ampliar a relação dos direitos 
fundamentais de status constitucional através da aprovação de 
tratados internacionais pelo mesmo rito de emendas constitucionais. 
Vamos entender melhor isso: 
• A regra é que os tratados internacionais são equivalentes às 
leis ordinárias. 
• A exceção é essa acima - eles vão estar equiparados às 
Emendas Constitucionais caso cumpram estes requisitos 
acima, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto 
legislativo relativo a ele seja aprovado pelo mesmo rito 
exigido para as emendas à Constituição. 
• Ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem 
sobre direitos humanos, o STF entende que possuem 
“supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo 
ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que 
vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa 
Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. 
• Lembrando que (CF, art. 49, I e 84, VII) cabe ao Congresso 
Nacional – por meio de Decreto Legislativo – resolver 
definitivamente sobre tratados internacionais (seja sobre 
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direitos humanos ou não), referendando-os e, após isso, estes 
passarão a integrar o ordenamento jurídico nacional entrando 
em vigor após a edição de um decreto presidencial. 
Esquematizando, u m tratado pode adquirir 3 
status hierárquicos: 
1- Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não 
verse sobre direitos humanos. 
2- Exceção 1: Status Supralegal.Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos não votado pelo rito de emendas constitucionais, 
mas pelo rito ordinário; 
3- Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre 
direitos humanos votado pelo rito de emendas constitucionais (3/5 
dos votos, em 2 turnos de votação em cada Casa). Essa possibilidade 
só passou a existir com a EC 45/04. 
Mais observações: 
• Com base neste parágrafo, vigora com força de Emenda 
Constitucional o Decreto Legislativo nº 186/08 que ratificou o 
texto da convenção sobre os direitos das pessoas com 
deficiência e de seu protocolo facultativo, assinados em Nova 
Iorque, em 30 de março de 2007. 
• Não precisa necessariamente ser direito individual, perceba que 
a norma fala direitos humanos. 
• Segundo o STF, como os tratados internacionais são 
equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria 
sob reserva constitucional de lei complementar, pois em 
tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento 
legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio 
normativo da Lei Complementar. 
30. (ESAF/Procurador PGFN/2012) Sobre a relação entre 
direitos expressos na Constituição de 1988 e tratados internacionais, 
especialmente à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é 
incorreto afirmar que: 
a) as normas de direitos humanos contidas em convenções 
internacionais pactuadas no âmbito da Organização das Nações 
Unidas, mesmo que a República Federativa do Brasil delas não seja 
parte, se incorporam ao direito pátrio de forma equivalente às 
emendas constitucionais. 
b) os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem 
outros decorrentes dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
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c) da disposição contida no § 2o do art. 5o da Constituição não 
resulta que os direitos e garantias decorrentes dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte 
ostentem o nível hierárquico de norma constitucional. 
d) da disposição contida no § 3o do art. 5o da Constituição, 
decorrente da Emenda Constitucional n. 45 de 2004, resulta que as 
normas de direitos humanos contidas em convenções internacionais 
de que a República Federativa do Brasil seja parte, quando aprovadas 
pelo Congresso Nacional na forma ali disposta, sejam formalmente 
equivalentes àquelas decorrentes de emendas constitucionais. 
e) especialmente da disposição contida no § 2o do art. 5o da 
Constituição resulta que as normas de direitos humanos contidas em 
convenções internacionais de que a República Federativa do Brasil 
seja parte, mesmo quando não aprovadas pelo Congresso Nacional 
na forma disposta no § 3o do mesmo dispositivo, tenham status de 
normas jurídicas supralegais. 
Comentários: 
a) Errado, se o Brasil não fizer parte da convenção, não se 
incorporarão ao nosso direito. 
b) Correto. É o que diz o § 2º do Art. 5º da CF-88, vejamos: “Os 
direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. 
c) Correto. Veja que a questão fala que não serão de nível hierárquico 
de norma constitucional. Para que tais direitos sejam elevados à 
status constitucional é necessário o quórum de aprovação de emenda 
à Constituição, aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros 
d) Correto, este é o teor do art. 5º, § 3º. 
e) Correto. Este é o entendimento atual do Supremo, que decidiu os 
tratados sobre direitos humanos, ainda que não aprovados pelo rito 
das emendas constitucionais, se versarem sobre direitos humanos, o 
atual entendimento da corte é que tais tratados teriam status de 
“supralegalidade”, podendo revogar leis anteriores e devendo ser 
observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em 
nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" status acima 
das leis e abaixo da Constituição. 
Gabarito: Letra A. 
31. (ESAF/TFC-CGU/2008) A respeito dos direitos e garantias 
fundamentais, é possível afirmar que os tratados e convenções sobre 
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direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às (aos) 
a) emendas constitucionais. 
b) leis ordinárias. 
c) leis complementares. 
d) decretos legislativos. 
e) leis delegadas. 
Comentários: 
Como cumpriu os requisitos: Direitos Humanos + Rito de emenda, 
eles serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Gabarito: Letra A. 
32. (ESAF/ATA-MF/2009) Os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos fundamentais que forem aprovados, no 
Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Não basta que os tratados e convenções internacionais sejam 
aprovados no Congresso Nacional para serem equivalentes às 
emendas constitucionais. Eles serão equivalentes às emendas 
constitucionais somente se forem sobre direitos humanos e 
aprovados por 3/5 dos membros em 2 turnos, ou seja, com o mesmo 
procedimento exigido para a aprovação de uma emenda 
constitucional (CF, art. 5º §3º). 
Gabarito: Errado. 
33. (ESAF/ATRFB/2009) Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em turno único, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
Para que sejam equivalentes às emendas constitucionais, eles 
precisam de dois turnos, ou seja, o mesmo rito que se exige de uma 
emenda constitucional. (CF, art. 5°, § 3°) 
Gabarito: Errado. 
34. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela 
jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a 
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Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A 
legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de 
ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em 
vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais 
sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil. 
Comentários: 
Na jurisprudência do STF, o tratado sobre direitos humanos que 
não foi votado pelo rito de emenda constitucional possui status 
supralegal (superior às leis e inferior à Constituição), revogando as 
leis anteriores e devendo ser observado pelas leis futuras. 
Gabarito: Correto. 
35. (ESAF/PFN/2004) O Pacto de San José, tratado que entrou em 
vigor no Brasil depois do advento da Constituição de 1988, revogou o 
dispositivo constitucional que admitia a prisão civil do depositário 
infiel. 
Comentários: 
Segundo o STF, os tratados internacionais, em regra, se equivalem à 
Lei Ordinária, não podendo alterar a Constituição, salvo se versarem 
sobre direitos humanos e forem votados pelo rito de uma EC ‘s 
conforme dispõe o art. 5º §3º. 
Perceba que a questão é de 2004. Em um julgado de 2008, o STF 
conferiu status de supralegalidade ao referido tratado (Pacto 
de San Jose), tal fato, porém, não modificaria a resposta dada a 
questão, já que o pacto não foi considerado como Emenda 
Constitucional. 
Gabarito: Errado. 
Tribunal Penal Internacional: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacionala cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela EC 45/04) 
Outra inovação da EC 45/04. Esse dispositivo tem sido cobrado 
apenas literalmente nos concursos, independente do nível. 
36. (ESAF/AFRFB/2009) Nos termos da Constituição Federal de 
1988, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Constitucional 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Comentários: 
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A submissão é ao tribunal penal internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão, e não ao tribunal constitucional internacional 
(CF, art. 5º §4º). 
Gabarito: Errado. 
37. (CESPE/Técnico-TJ-TJ/2008) A submissão do Brasil ao 
Tribunal Penal Internacional depende da regulamentação por meio de 
lei complementar. 
Comentários: 
Não há necessidade de lei complementar. 
Gabarito: Errado. 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: 
Esses direitos estão presentes no art. 5º da Constituição Federal. 
A Constituição dá o nome de "Direitos e Deveres", porém, não há 
"deveres individuais" propriamente ditos expressos no texto, os 
deveres são, na verdade, o de respeitar o direito do outro. 
Também não há segregação expressa daqueles que seriam direitos 
individuais e os que seriam direitos coletivos. 
Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de 
nossa Constituição (CF, art. 60 §4º) – isso quer dizer que 
não podem ser abolidos ou ter a sua eficácia reduzida por 
uma emenda constitucional. Eles são “de pedra”, permanentes, uma 
modificação poderá fortalecê-los, mas nunca enfraquecê-los. 
Sabemos que a relação não é exaustiva, pois por força do § 2º do 
art. 5º, não se excluem outros direitos decorrentes dos regimes e 
princípios adotados pela Constituição ou decorrentes de tratados 
internacionais em que o Brasil seja parte. Assim, existem diversos 
outros direitos individuais e coletivos também protegidos como 
cláusula pétrea, espalhados ao longo do texto constitucional, como, 
por exemplo, as limitações ao poder de tributar do art. 150. 
38. (CESPE/Agente-Hemobrás/2008) Dos direitos 
fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser 
considerados como cláusulas pétreas. 
Comentários: 
Não existe exata delimitação das cláusulas pétreas formadas pelos 
direitos e garantias fundamentais. Alguns autores defendem que os 
direitos sociais também seriam cláusulas pétreas, outros defendem 
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que não. Nos afastando desta polêmica, a questão se resolve pelo 
fato de o voto direto, secreto, universal e periódico também ser um 
direito fundamental (CF, art. 14) e também ser uma cláusula 
pétrea, que segundo o art. 60 §4º, são: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Gabarito: Errado. 
39. (CESPE/AJAA-STF/2008) Todos os direitos e garantias 
fundamentais previstos na CF foram inseridos no rol das cláusulas 
pétreas. 
Comentários: 
Dentre os direitos e garantias fundamentais, a CF só previu como 
cláusula pétrea os direitos e garantias individuais e o voto com as 
suas características de ser "direto, secreto, universal e periódico". 
Gabarito: Errado. 
Caput do art. 5º: 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
Doutrina: 
Segundo o prof. Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o critério usado 
para classificar os direitos do art. 5º (direitos e deveres individuais e 
coletivos) foi o critério do objeto imediato do direito assegurado3. 
Isso quer dizer que eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: 
vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Assim, os 
diversos incisos presentes no art. 5º são usados para definir direitos 
e garantias que, não obstante tenham um fim traçado na norma, 
possuem como “objeto imediato” o alcance do direito à vida, da 
liberdade, da igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Podemos assim agrupar cada um dos incisos de acordo com o seu 
objeto imediato. Ex.: 
 
3 Manuel Gonçalves Ferreira Filho apud José Afonso da Silva, Curso de Direito 
Constitucional Positivo (33ª Ed.), pg. 194. 
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Direitos cujo objeto imediato é a “liberdade” - Direito de 
locomoção (CF, art. 5º, XV e LXVIII), Liberdade de pensamento e 
religião (CF, art. 5º, IV, VI, VII, VIII, IX), liberdade de reunião (CF, 
art. 5º, XVI), etc. 
Jurisprudência: 
- Segundo o Supremo, as pesquisas com células-tronco embrionárias 
não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa 
humana4. 
- No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a 
constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF 
entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade 
da pessoa humana” e à proteção dos direitos e garantias individuais 
não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida 
humana, mas da vida que já é própria de uma concreta 
pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 
5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado5. 
40. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT-19/2011) A Constituição 
Federal, ao classificar os direitos enunciados no artigo 5º, quando 
assegura a inviolabilidade do direito à vida, à dignidade, à liberdade, 
à segurança e à propriedade, adota o critério do 
a) perigo subjetivo do direito assegurado. 
b) objeto imediato do direito assegurado. 
c) alcance relativo do direito assegurado. 
d) plano mediato do direito assegurado. 
e) alcance subjetivo do direito assegurado. 
Comentário: 
O critério foi o do objeto imediato do direito assegurado. 
Eles foram divididos em 5 “objetos imediatos”: vida, liberdade, 
igualdade, segurança e propriedade. Assim, os diversos incisos 
presentes no art. 5º são usados para definir direitos e garantias que, 
não obstante tenham um fim traçado na norma, possuem como 
“objeto imediato” o alcance do direito à vida, da liberdade, da 
igualdade, da segurança ou da propriedade. 
Gabarito: Letra B. 
 
4 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, 
Informativo 508 
5 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, 
Informativo 508 
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Extensão da expressão “residentes País” do art. 5º: 
Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF 
promoveu uma mutação constitucional, ampliando o escopo desses 
direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo 
estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis 
brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito 
estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer 
uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de 
segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de 
todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por 
exemplo, o uso da ação popular. 
Vale dizer que esta extensão não deve ser entendida como apenas 
aos direitosindividuais, mas todos os direitos fundamentais, na 
medida em que forem possíveis de serem aplicados. 
41. (ESAF/AFC-CGU/2012) A Constituição assegura aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, em igualdade de 
condições, os direitos e garantias individuais tais como: a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, mas aos estrangeiros não se estende os direitos 
sociais destinados aos brasileiros. 
Comentários: 
Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis brasileiras, 
ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos direitos, 
garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, salvo 
aqueles direitos que a Constituição reserva somente a brasileiros, 
como o caso da impetração de ação popular, e esta extensão não 
deve ser entendida como apenas aos direitos individuais, mas todos 
os direitos fundamentais, na medida em que forem possíveis de 
serem aplicados. 
Assim, erra a questão ao dizer que os direitos sociais não podem ser 
aplicados aos estrangeiros. 
Gabarito: Errado. 
42. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) A Constituição Federal 
garante a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que 
a República Federativa do Brasil seja parte. Os direitos configurados 
nos incisos do art. 5 da Constituição não são, em verdade, 
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concretização e desdobramento dos direitos genericamente previstos 
no caput. 
Comentários: 
O caput do art. 5º traz os 5 direitos individuais básicos: vida, 
liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Estes direitos se 
desdobram em diversos outros ao longo dos diversos incisos do art. 
5º. Por ex.: O direito à propriedade se desdobra no direito de 
propriedade industrial, direitos autorais, inviolabilidade de domicílio, 
não-desapropriação, salvo nos casos previstos no texto constitucional 
e etc. 
Gabarito: Errado. 
43. (ESAF/ATRFB/2009) O direito fundamental à vida, por ser 
mais importante que os outros direitos fundamentais, tem caráter 
absoluto, não se admitindo qualquer restrição. 
Comentários: 
Não existem quaisquer direitos fundamentais absolutos, todos são 
relativos, inclusive o direito à vida. Não há também o que se falar em 
qualquer hierarquia entre eles. Não há hierarquia entre princípios 
constitucionais, nem entre quaisquer das normas constitucionais. 
Gabarito: Errado. 
44. (ESAF/ATRFB/2009) Apesar de o art. 5°, caput, da 
Constituição Federal de 1988 fazer menção apenas aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes, pode-se afirmar que os estrangeiros 
não-residentes também podem invocar a proteção de direitos 
fundamentais. 
Comentários: 
Isso aí. Segundo o STF, o estrangeiro, que estiver sob as leis 
brasileiras, ainda que em mero trânsito pelo país, teria os mesmos 
direitos, garantias e deveres individuais que os brasileiros possuem, 
salvo aqueles direitos que a Constituição reserva somente a 
brasileiros, como o caso da impetração de ação popular. 
Gabarito: Correto. 
45. (ESAF/Analista - SEFAZ-CE/2007) Os dispositivos relativos 
aos direitos e garantias individuais, por se constituírem cláusulas 
pétreas, não podem sofrer modificações que lhe alterem a 
substância. Mesmo status não foi conferido aos direitos sociais, que 
podem ser objeto de emenda à Constituição, tendente à sua abolição. 
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Comentários: 
O erro foi dizer que "não podem sofrer modificações que lhe alterem 
a substância". A proteção dos direitos individuais como cláusulas 
pétreas protege apenas a abolição ou redução dos direitos. Nada 
impede porém que eles sejam ampliados ou fortalecidos. 
Gabarito: Errado. 
46. (ESAF/Analista - SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 
1988 garante apenas aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à propriedade. Nesse sentido, a autoridade 
policial poderá determinar o ingresso em imóvel de estrangeiro, que 
não resida do País, sem que sejam observadas as limitações 
constitucionais. 
Comentários: 
Está errado, pois o estrangeiro, embora não tenha residência fixa no 
país, está albergado pelos direitos fundamentais. Isso devido a 
mutação constitucional promovida pelo STF ampliando a abrangência 
do caput do art. 5º. 
Gabarito: Errado. 
Igualdade (ou Isonomia): 
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; 
O caput também faz menção a este princípio, quando diz: todos 
são iguais perante a lei. 
Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode fazer 
distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os 
desiguais na medida de suas desigualdades”. Desta forma, temos 
dois diferentes tipos de isonomia: 
Todos poderão igualmente buscar Isonomia formal 
os direitos expressos na lei. 
Isonomia material 
É a igualdade real, vai além da 
igualdade formal. A busca da 
igualdade material acontece 
quando são tratadas 
desigualmente as pessoas que 
estejam em situações desiguais. 
Geralmente usada para favorecer 
alguns grupos que estejam em 
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posição de desvantagem. 
Obviamente ela só será válida se 
for pautada em um motivo lógico 
e justificável. Ex. Destinação de 
vagas especiais para deficientes 
físicos em concursos públicos. 
Discriminação Reversa - A isonomia material acaba gerando uma 
discussão sobre a chamada "discriminação reversa". Este tema foi 
muito debatido no caso de cotas raciais em faculdades públicas. A 
adoção do sistema de cotas iria, para alguns, gerar uma 
“discriminação reversa” na medida que uma ação estatal com 
objetivo de ajudar uma parcela da população a alcançar a isonomia 
material acabaria por gerar um preterimento de uma outra parcela, 
que seria, assim, prejudicada. 
A doutrina também costuma diferenciar outras duas formas de 
isonomia (ambas comportadas pela Constituição): 
Igualdade perante a lei 
Com a lei já elaborada, esta 
igualdade direciona o aplicador 
da lei para que a aplique sem 
fazer distinções (isonomia 
formal). 
Igualdade na lei 
É o princípio que direciona o 
legislador a não fazer distinções 
entre as pessoas no momento de 
se elaborar uma lei. 
47. (Adaptação - ESAF/Procurador Bacen/2002 e 
CESPE/Juiz do Trabalho Substituto TRT 5ª/2006) Assinale a 
opção correta. 
a) A Constituição em vigor assegura o princípio da igualdade 
perante a lei e o da igualdade na lei, mas não adotou o princípio da 
igualdade real ou material. 
b) A adoção entre nós do princípio da igualdade na lei torna 
inconstitucional todo diploma normativo que institua caso de 
discriminação reversa. 
c) O princípio da igualdade é dirigido apenas ao aplicador da lei, 
não vinculando o legislador. 
d) Tratamento diferenciado instituído pelo legislador deve ter por 
base motivo que justifique lógica e racionalmente a existência de 
um vínculo entre o fator de discrímen e a desequiparação 
procedida. 
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e) O princípio da isonomia deve ser considerado, em sua função de 
impedir discriminações e de extinguir privilégios, sob duplo 
aspecto: o da igualdade na lei e o da igualdade perante a lei. A 
igualdadeperante a lei opera em uma fase de generalidade 
puramente abstrata e a igualdade na lei, pressupõe a lei já 
elaborada e traduz imposição destinada aos demais poderes 
estatais, para que, na aplicação da norma legal, não a subordinem 
a critérios que ensejem tratamento seletivo ou discriminatório. 
Comentários: 
Letra A - Errado. A igualdade perante a lei, expressa na 
Constituição, comporta os dois sentidos: a igualdade perante a lei, 
propriamente dita (direcionando o aplicador) e a igualdade na lei 
(direcionando o legislador ao elaborar a norma). Também 
comporta igualmente a isonomia formal e a material (real), na 
medida que deve ser entendida como "tratar de forma igual os 
iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas 
desigualdades". 
Letra B - Errada. A discriminação reversa é uma consequência de 
alguns atos que tentam buscar a isonomia material. Não se pode 
falar que TODO ato que promova uma discriminação reversa será 
inconstitucional, depende da análise do caso concreto para saber 
se é justificável. 
Letra C - Errada. A igualdade em nosso ordenamento jurídico 
comporta os dois sentidos: a igualdade perante a lei (direcionando 
o aplicador) e a igualdade na lei (direcionando o legislador ao 
elaborar a norma). 
Letra D - Correta. 
Letra E - Errada. É o inverso, a igualdade na lei se dirige à 
elaboração, enquanto a igualdade perante a lei se dirige à 
aplicação. 
Gabarito: Letra D. 
48. (ESAF/Técnico Receita Federal - TI/2006) A doutrina e a 
jurisprudência reconhecem que a igualdade de homens e mulheres 
em direitos e obrigações, prevista no texto constitucional brasileiro, é 
absoluta, não admitindo exceções destinadas a compensar 
juridicamente os desníveis materiais existentes ou atendimento de 
questões socioculturais. 
Comentários: 
No caso de busca de nivelamento de desigualdade (isonomia 
material), não há qualquer violação ao princípio. 
Gabarito: Errado. 
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49. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7º/2005) A Constituição veda 
todo tratamento diferenciado entre brasileiros que tome como critério 
o sexo, a etnia ou a idade dos indivíduos. 
Comentários: 
Poderá ocorrer tratamento diferenciado para que se possa alcançar a 
chamada isonomia material, ou seja, tratar de forma desigual os 
desiguais para que possamos reduzir as desigualdades. 
Gabarito: Errado. 
Liberdade (legalidade na visão do cidadão): 
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
Doutrinariamente, chama-se de "liberdade" (uma de suas faces) o 
princípio que está expresso no art. 5º, II, já que somente a lei 
(legítima) pode obrigar que alguém faça ou deixe de fazer algo contra 
sua vontade. 
Este princípio também é conhecido como a faceta da legalidade para 
o cidadão, isso porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
Doutrina: 
Cabe-nos agora, expor uma outra discussão doutrinária relevante 
para concursos: a diferenciação dos termos "legalidade" e "reserva 
legal" (reserva de lei). Embora, não seja pacífico tal distinção, muitos 
juristas (inclusive o próprio STF6) consideram importante diferenciar 
tais institutos: 
1- Reserva legal - É um termo mais específico. Ocorre quando a 
Constituição estabelece um comando, mas faz uma "reserva" para 
que uma lei (necessariamente uma lei formal - emanada pelo Poder 
Legislativo - ou então, uma lei delegada ou medida provisória) 
estabeleça algumas situações. Ex. Art. 5º, XIII – É livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. Veja que a Constituição garantiu 
uma liberdade, porém, reservou à lei, e somente à lei (formal), a 
 
6
 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-2009. 
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possibilidade de estabelecer restrições à norma. Esta reserva feita à 
lei, pode ocorrer de duas formas: 
• Reserva legal absoluta - Quando será a própria lei que irá 
atender o mandamento. Ex. Os casos constitucionais que 
venham com as expressões "a lei estabelecerá", "a lei regulará", 
" a lei disporá"... veja que é a própria lei, diretamente, que 
atenderá o comando constitucional; 
• Reserva legal relativa - Quando não é a lei que irá, 
diretamente, atender ao comando constitucional, mas 
estabelecerá os limites, ou os termos, dentro dos quais um ato 
infralegal irá atuar. Ex. Os casos constitucionais que venham 
com as expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "nos 
limites estabelecidos pela lei"... veja que não será a lei que 
atenderá ao comando, porém, esta estará traçando os limites 
para tal. 
2- Legalidade - É um termo mais genérico, também conhecido 
como "reserva da norma". Grosso modo, a legalidade (reserva de 
norma) pode ser atendida tanto com o uso de leis formais, quanto 
pelo uso de atos infralegais emanados nos limites da lei. Legalidade, 
então, seria simplesmente "andar dentro dos limites traçados pelo 
Legislador". Seja com o uso direto de uma lei, seja o uso de um ato, 
nos limites da lei, ambos conseguiriam perfeitamente cumprir o 
comando da "legalidade". 
Jurisprudência: 
Em julgado de 2008, o STF citou o fato de que a legalidade expressa 
no art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de 
norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei 
(formal) em sentido estrito7. Assim, tal dispositivo poderia ser 
cumprido através de uma lei formal, e também por outros atos 
expressa ou implicitamente autorizados por ela. 
50. (ESAF/Auditor - Receita Federal/2001) Segundo o princípio 
da legalidade, tanto os poderes públicos como os particulares 
somente podem fazer o que a lei os autoriza. 
Comentários: 
As visões são diferentes, o particular pode fazer tudo, desde que a lei 
não proíba. Já o poder público tem que andar nos trilhos do que a lei 
já permitiu ou autorizou. 
Gabarito: Errado. 
 
7
 
7
 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-
2009. 
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51. (ESAF/Técnico - Receita Federal/2006) Com relação ao 
direito, a todos assegurado, de não ser obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, o sentido do termo "lei" 
é restrito, não contemplando nenhuma outra espécie de ato 
normativo primário. 
Comentários: 
A questão citou no enunciado o teor do art. 5º, II da Constituição. Em 
julgado de 2008, o STF citou o fato de que a legalidade expressa 
neste art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de 
norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei 
(formal) em sentido estrito8. Assim, tal dispositivo poderia ser 
cumprido através de uma lei formal, e também por outros atos 
expressa ou implicitamente autorizados por ela. 
Gabarito: Errado. 
52. (ESAF/ANA/2009) Ninguém é obrigado a cumprir ordem 
ilegal, ou a ela se submeter, por isso que é dever de cidadania opor-
se à ordem ilegal, ainda que emanada de autoridade judicial; caso 
contrário, nega-se o Estado de Direito. 
Comentários: 
Este é o pensamento do STF em cima do dispositivo Constitucionaldo 
art. 5º, II (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei). Assim o Supremo decidiu: "Ninguém é 
obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que 
emanada de autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à 
ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito." (HC 
73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª 
Turma, DJ de 7-6-96) 
Gabarito: Correto. 
53. (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma 
determinada matéria constante do texto constitucional, a sua 
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido 
formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida 
provisória ou lei delegada. 
Comentários: 
A reserva legal é cumprida pela lei ou ato com força de lei, assim, 
observa-se a reserva legal pelo uso de lei formal - emanada pelo 
Poder Legislativo - ou então, lei delegada ou medida provisória. 
 
8
 
8
 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13-2-
2009. 
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Gabarito: Errado. 
54. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) O preceito 
constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei veicula a noção 
genérica do princípio da legalidade. 
Comentários: 
Trata-se da norma do art. 5º, II, que traz o chamado princípio da 
liberdade, ou o princípio da legalidade na visão do cidadão. Este 
princípio é conhecido como a faceta da legalidade para o cidadão 
porque a legalidade pode ser entendida de 2 formas: 
• Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei 
não proíba; 
• Para o administrador público - O administrador público só 
pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. 
Gabarito: Correto. 
Nas palavras do Supremo: ninguém é obrigado a cumprir 
ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de 
autoridade judicial. É dever da cidadania opor-se à ordem 
ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito9. 
55. (CESPE/AGU/2009) De acordo com o princípio da 
legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder 
Legislativo pode originar comandos normativos prevendo 
comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para 
tanto, da participação normativa do Poder Executivo. Comentári-
os: 
É admitido o uso de medidas provisórias (ato do Poder Executivo 
com força de lei), logo, está incorreta a questão. 
Gabarito: Errado. 
Desdobramento da dignidade da pessoa humana: 
Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante; 
Súmula Vinculante nº 11 → Só é lícito o uso de algemas em casos de 
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
 
9
 HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96 
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responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 
e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem 
prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
56. (ESAF/ANA/2009 - Adaptada) O uso de algemas só é lícito 
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada previamente a excepcionalidade por escrito. 
Comentários: 
Segundo a Súmula Vinculante de nº 11 (“Só é lícito o uso de algemas 
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 
e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem 
prejuízo da responsabilidade civil do Estado”) precisa haver 
justificação por escrito para que se possa usar algemas em uma 
prisão, porém, esta justificação, obviamente, não precisa ser prévia, 
podendo ocorrer em momento posterior. 
Gabarito: Errado. 
57. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7º/2005) O direito à 
incolumidade física expressa caso de direito fundamental absoluto. 
Comentários: 
Não existe direito fundamental absoluto, pois todos podem ser 
ponderados no caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
Manifestação do pensamento: 
Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
Obviamente, a manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se 
respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade etc. 
Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima 
como ato formal de instauração do procedimento investigatório, 
quando isoladamente consideradas, já que as peças futuras não 
poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. 
Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela 
delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se 
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apure a possível ocorrência da ilicitude penal10. E ratifica:não serve à 
persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da 
autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a 
necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos 
campos cível e penal, de quem a implemente11. 
58. (ESAF/ Analista Tributário da Receita/2012) É livre a 
manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato. 
Comentários: O erro está em afirmar que é permitido o anonimato, 
pois nos termos do art. 5º, IV, é vedado o anonimato. 
Gabarito: Errado. 
59. (ESAF/Advogado-IRB/2006) A liberdade de manifestação 
do pensamento, nos termos em que foi definida no texto 
constitucional, só sofre restrições em razão de eventual colisão com o 
direito à intimidade, vida privada, honra e imagem. 
Comentários:xx 
Está errado já que expressamente a Constituição (CF, art. 5º, IV) 
prevê outra limitação, quando veda o anonimato. Não podemos dizer 
o termo "só". 
Gabarito: Errado. 
Direito de resposta e inviolabilidade de honra, imagem e vida 
privada : 
Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional 
ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou 
à imagem; 
Pois é, vimos que todo mundo tem a liberdade de se manifestar... 
Obviamente essa liberdade não é absoluta e se abusar do direito, 
vem esse dispositivo aqui! O ofendido tem direitos de resposta, ainda 
podendo cumular uma forma tríplice de indenização pela ofensa: 
material, moral e imagem. 
Isso porque temos o seguinte dispositivo: 
Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
10 Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 
11-5-05, Plenário, DJ de 11-11-05. 
11 STF, o HC 84827 / TO , em 2007. 
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Embora seja assegurado o direito de resposta, não se pode, 
nesta, violar a intimidade, a vida privada e a honra do 
agressor. Exemplo: A mulher nãopode vingar-se do namorado, que 
publicou fotos suas desrespeitosas na internet, fazendo o mesmo com 
as dele, alegando direito de resposta. 
É de se destacar que a intimidade e a vida privada são regidas 
“princípio da exclusividade”. Isso significa que cada pessoa deve ter 
garantido o seu direito ao acesso de seus dados e a sua vida 
particular de forma exclusiva, sem que tenha ingerências externas ou 
tenha essa sua exclusividade devassada. Diante disso, decorrem 
aqueles diversos sigilos: bancário, fiscal, telefônico... 
Intimidade e vida privada são conceitos de fácil visualização. Porém, 
é necessário que façamos aqui uma distinção dos conceitos de honra 
e imagem, para fins dessa proteção: 
• honra - aspecto interno, reputação do indivíduo, bom nome. 
• Imagem - aspecto externo, exposição de sua figura. 
Desta forma, vemos que honra e imagem são coisas dissociadas. No 
entendimento do STF, se alguém fizer uso indevido da imagem de 
alguém, a simples exposição desta imagem já gera o direito de 
indenizar, ainda que isso não tenha gerado nenhuma ofensa à sua 
reputação. 
Ainda nos cabe diferenciar a questão dos danos: 
Dano material - Quando existe ofensa, direta ou indireta (lucros 
cessantes), ao patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas. 
Dano moral - Quando existe ofensa à algo interno, subjetivo. 
Conceito amplo que abrange ofensa à reputação de alguém, ou 
quando se refere ao fato de ter provocado violação ao lado 
emocional, psíquico, mental da pessoa. 
Dano à imagem - Segundo o art. 20 do Código Civil, são aqueles 
que denigrem, através da exposição indevida, não autorizada ou 
reprovável, a imagem das pessoas físicas, ou seja , a publicação 
de seus escritos, a transmissão de sua palavra, ou a utilização 
não autorizada de sua imagem, bem como, a utilização indevida do 
conjunto de elementos como marca, logotipo ou insígnia, entre 
outros, das pessoas jurídicas. 
Lembrando ainda que: STJ - súmula - 227 → a pessoa jurídica 
pode sofrer dano moral. 
Jurisprudência relevante: 
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Segundo o STF: a divulgação dos vencimentos brutos de servidores, 
com seus respectivos nomes e matrículas funcionais, a ser realizada 
oficialmente – em portal de transparência -, constituiria interesse 
coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, não 
se podendo fazer divulgação de outros dados pessoais como endereço 
residencial, CPF e RG de cada um12. 
60. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São invioláveis a intimidade, a 
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem decorrente de sua violação. 
Comentários: 
Exato. É o que preceitua o art. 5º, X da Constituição. São os direitos 
subjetivos que as pessoas possuem de proteção à sua privacidade, 
honra e imagem. Estes direitos além de garantirem seu próprio 
núcleo expresso na Constituição, ainda são o respaldo para outros 
como o direito ao sigilo bancário e fiscal. 
Gabarito: Correto. 
61. (ESAF/Técnico ANEEL/2004) Pela ofensa à sua honra, a 
vítima pode receber indenização por dano moral, mas não por danos 
materiais. 
Comentários: 
A indenização por danos materiais também é assegurada (CF, art. 5º, 
X). 
Gabarito: Errado. 
62. (ESAF/Juiz Substituto TRT 7º/2005) A publicação da 
fotografia de alguém, que causa constrangimento e aborrecimento, 
pode ensejar indenização por danos morais. 
Comentários: 
Não se pode invocar o exercício de um direito para prejudicar outro. 
Desta forma, no caso exposto não se poderia invocar a liberdade de 
manifestação ou de publicidade pois deveria respeitar a intimidade e 
vida privada da pessoa. Assim, poderia sujeitar o infrator à 
indenização por dano moral, material e imagem. 
Gabarito: Correto. 
 
12 Informativo – 630 - SS 3902 Segundo AgR/SP, rel. Min. Ayres Britto, 9.6.2011. 
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Sigilo bancário e fiscal: 
Segundo o STF, o art. 5º, X, que vimos anteriormente, também é o 
respaldo constitucional para o sigilo bancário e fiscal das pessoas. 
Pois a intimidade e a vida privada são regidas “princípio da 
exclusividade”. A pessoa deve ter o direito exclusivo ao acesso de 
seus dados e a sua vida particular. 
Estes sigilos só podem ser relativizados, com a devida 
fundamentação, por: 
• decisão judicial; 
• CPI - somente pelo voto da maioria da comissão e por decisão 
fundamentada, não pode estar apoiada em fatos genéricos; 
• Ministério Público - muito excepcionalmente. Somente 
quando estiver tratando de aplicação das verbas públicas 
devido ao princípio da publicidade. 
63. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não 
pode decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do 
investigado. 
Comentários: 
Ela pode sim, desde que por maioria absoluta e sem estar apoiada 
em fatos genéricos. Importante ressaltar que, conforme será visto, 
essa quebra de sigilo telefônico se refere somente aos dados 
telefônicos (para quem ligou, quando ligou, etc.). Não se trata de 
interceptação da conversa telefônica, isso só o juiz poderá ordenar. 
Gabarito: Errado. 
64. (ESAF/ANA/2009) Em obediência ao princípio da publicidade, 
instituição financeira não pode invocar sigilo bancário para negar ao 
Ministério Público informações e documentos sobre nomes de 
beneficiários de empréstimos concedidos com recursos subsidiados 
pelo erário, em se tratando de requisição para instruir procedimento 
administrativo instaurado em defesa do patrimônio público. 
Comentários: 
Trata-se da hipótese excepcional, em que se admite quebra de sigilo 
pelo Ministério Público, segundo jurisprudência do STF. Esta hipótese 
excepcional só é admitida quando estiver se tratando de verbas 
públicas, devido o princípio da publicidade. Em regra, não poderá 
haver quebra do sigilo pelo ministério público, apenas por: 
• Decisão judicial; 
• CPI; 
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Resposta: Correto. 
Liberdade de crença religiosa e filosófica 
O Brasil é um país laico, não possui uma religião oficial, embora 
proteja a liberdade de crença como uma das faces da não 
discriminação. 
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais 
de culto e a suas liturgias; (Entenda-se por liturgias: 
celebrações, rituais...) 
Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
65. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) É inviolável a liberdade de 
consciência e de crença, assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida de forma absoluta a proteção aos locais de 
culto e a suas liturgias. 
Comentários: 
Nenhum direito fundamental é absoluto, pois, ao usufruir de um 
direito também deve-se respeitar outros como, por exemplo, a 
intimidade e a vida privada das pessoas. Assim, a liberdade de culto 
também não pode ser considerada absoluta, e tal garantia se fará 
apenas na forma da lei (CF, art. 5º, VI). 
Gabarito: Errado. 
66. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, é 
assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação privada ou pública. 
Comentários: 
A assistência é assegurada nas