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[RESUMO P1] homeostasia e feedback positivo/negativo

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Figura 1 
1 - HOMEOSTASIA E FEEDBACK 
A fisiologia é a ciência que estuda o funcionamento normal dos órgãos e sistemas do nosso 
corpo; ela compreende todos os mecanismos de controle que permitem a todos os sistemas do 
corpo funcionar em perfeito equilíbrio. O conhecimento da fisiologia é fundamental para 
entendermos as doenças e os métodos de tratamento. . 
Nos organismos vivos, a homeostase ou homeostasia significa o consumo de energia 
necessário para manter uma posição num equilíbrio dinâmico. Isto significa que, mesmo diante de 
variações das condições externas, os mecanismos homeostáticos asseguram que os efeitos destas 
mudanças sobre os organismos sejam mínimos. No homem e em outros mamíferos superiores, será 
necessário que a homeostase aconteça tanto nas células isoladas como nas integradas, assim como 
nos tecidos, nos órgãos e nos fluidos corporais. 
 
LÍQUIDOS EXTRA- E INTRACELULARES 
O organismo humano é formado por trilhões de células, que são as unidades estruturais e funcionais 
do nosso corpo. Cada uma delas é por si, um organismo vivo capaz de realizar reações químicas e de 
contribuir para o funcionamento global do organismo. Também, em sua maioria, são capazes de se 
reproduzirem, garantindo a continuidade da vida. 
Um intercâmbio constante de moléculas entre o sangue e o líquido extracelular que banha 
cada célula estará sempre ocorrendo. E será justamente a composição estável do sangue como 
resultado final deste intercâmbio, que tornará possível a manutenção da invariabilidade do líquido 
extracelular. Uma composição constante deste líquido protege cada célula das mudanças que 
acontecem no meio externo. 
........O aparelho circulatório é vital para a conservação da homeostase. Além de proporcionar uma 
variedade de metabólitos para os tecidos ele elimina os produtos não-utilizados (catabólitos) e 
também participa na regulação da temperatura e no sistema imunológico. Deve ser lembrado que a 
composição do líquido circulante nos espaços intra e extravascular é que são os referenciais para o 
desencadeamento dos vários mecanismos de regulação voltados para a homeostase, e assim 
sendo, o controle do volume de líquidos (agua corporal) no organismo representará um papel chave 
no contexto geral da homeostase. 
........De uma forma genérica pode-se dizer que água está mais próxima de ser um solvente universal 
que qualquer outro material. Além disso, mais do que um solvente passivo, ela também participa 
ativamente de reações bioquímicas e fornece forma e estrutura para as células. No controle do 
volume da água corporal os rins e o hipotálamo têm papeis relevantes, e deverá existir uma perfeita 
integração entre eles para que o resultado final represente o equilíbrio dinâmico esperado. 
Todas as células do nosso corpo se encontram imersas em um líquido, que preenche todos os 
espaços entre as células e que passa para dentro e fora dos capilares sanguíneos (Figura 2). Este líquido que 
banha as células é denominado líquido intersticial (LIT) ou intercelular. Ao nível das células encontramos 
uma rede de capilares sanguíneos por onde circula o sangue. O sangue é formado por uma parte sólida que 
corresponde às células sanguíneas, plaquetas (elementos figurados) e uma parte líquida chamada de líquido 
vascular (LIV) ou plasma. Podemos então dizer que há dois tipos diferentes de líquido fora das células, o 
líquido intersticial e o líquido vascular; estes dois em conjunto formam o líquido extracelular (LEC), também 
chamado de meio interno, que possui como solvente a água e diversos solutos dissolvidos na água como 
íons, gases (CO2 e O2), nutrientes (glicose, proteínas, aminoácidos), etc. Devido às trocas contínuas que 
ocorrem entre o líquido intersticial e o líquido vascular, através das fenestras dos capilares, as concentrações 
de solutos no plasma e no líquido intersticial são muito semelhantes, exceto em relação às proteínas que 
possuem dificuldade em atravessar as paredes dos capilares, sendo portanto, o líquido vascular rico em 
proteínas e o líquido intersticial pobre em proteínas. 
A barreira dos capilares à passagem de proteínas para o interstício é importante para manter o volume 
de líquido vascular, uma vez que as proteínas, por possuírem elevada propriedade osmótica, ao passarem 
para o interstício, levariam muita água com elas, aumentando o volume do líquido intersticial, levando ao 
edema e diminuindo o volume do líquido vascular, levando à queda da pressão arterial. 
 
Figura 2 
O líquido extracelular, meio em que as células vivem, não se encontra em contato direto com o meio 
em que vivemos, mas encontra-se em contato indireto através dos pulmões (trocando O2 e CO2 com o 
ambiente), os rins (eliminando o excesso de água, íons, escórias do metabolismo celular para o meio 
ambiente), sistema digestório (permitindo a entrada de água, íons e nutrientes) e tecido cutâneo (através da 
eliminação de água e calor para o ambiente). 
Origem do meio interno: há evidências que nós temos origem a partir dos protovertebrados ou 
procordados que migraram do mar para a água salobra a 500 milhões de anos atrás, durante o período 
cambriano. Durante esta migração, que durou 200 milhões de anos, eles guardaram dentro de si um líquido 
semelhante à água do mar, de onde emergiram. Alguns permaneceram na água salobra, outros foram viver 
na terra e outros voltaram para o mar. Independente do habitat, todos os seres vivos têm o meio interno 
semelhante ao mar, isto é, rico em cloreto de sódio (NaCl). 
No interior das células, conhecido como citosol, há um líquido denominado líquido intracelular (LIC), 
cuja composição é totalmente diferente da composição do LEC. Separando o LIC do LEC temos a membrana 
plasmática, cuja função primordial é separar estes dois meios, impedindo que eles se misturem, mantendo 
assim a diferença em suas concentrações iônicas e de nutrientes. Podemos então dizer que a membrana 
plasmática impede a troca livre de substâncias entre estes dois meios, sendo, portanto, seletivamente 
permeável. Para algumas substâncias a membrana é altamente permeável, isto é, deixa atravessá-la 
facilmente, numa alta velocidade; para outras substâncias a membrana possui baixa permeabilidade, ou seja, 
deixa atravessá-la, mas com dificuldade, numa baixa velocidade; e para algumas substâncias a membrana é 
impermeável. 
A permeabilidade da membrana às substâncias pode ser modificada por estímulos elétricos, 
neurotransmissores, hormônios, medicamentos e drogas. 
 
Obs.: a palavra permeabilidade (P) significa dificuldade ou facilidade com que as substâncias 
atravessam a membrana. Para os íons podemos utilizar além de permeabilidade um outro termo que é 
a condutância (G) que significa movimento de carga elétrica através dos canais da membrana; canais 
abertos significam alta condutância; maioria dos canais fechados significa baixa condutância 
enquanto canais fechados significa condutância zero. 
 O principal componente dos líquidos intra- e extracelulares é a água, a qual é responsável por 
aproximadamente 60% do peso corporal ou 42 Litros num indivíduo de 70 Kg (Figura 3). Dois terços da água 
corporal total (28 litros) estão localizados no interior das células, constituindo o líquido intracelular. O terço 
restante da água corporal total (14 litros) constitui o líquido extracelular. Sendo 80% (11 litros) intersticial e 
20% (3 litros) vascular. Os adipócitos, por armazenarem triglicerídeos, são as únicas células do nosso corpo, 
cuja quantidade de água no citosol é praticamente desprezível. Dessa forma podemos observar menor 
porcentagem de água corporal em mulheres, pois as mesmas têm maior porcentagem de tecido adiposo. 
(Figura 4) 
Figura 3 
 
Figura 4 
 
 Nestes dois meios (LIC e LEC) encontramos várias substâncias (solutos) tais como glicose, 
aminoácidos, colesterol, vitaminas, ácidos graxos, fosfolipídios, gordura neutra,oxigênio, gás carbônico, 
proteínas e diversos íons em diferentes concentrações, importantíssimos para o funcionamento das células 
tais como: sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), hidrogênio (H+), bicarbonato (HCO3-), 
sulfatos (SO4-), fosfatos (PO4-) e também os proteinatos (proteínas com carga negativa). 
 Os íons Na+, K+, Ca2+, Mg2+, H+, são íons positivos denominados cátions; os íons Cl-, HCO3-, SO4-, 
PO4- e proteinatos são íons negativos denominados ânions. Figura abaixo (5) mostra a distribuição 
diferenciada dos elementos no corpo humano (distribuídos entre LIC e LEC). 
 
 O hidrogênio está mais concentrado no LIC que no LEC, sendo portanto, o pH do LIC 7.2 enquanto no 
LEC é 7.4. O íon bicarbonato, mais concentrado no LEC, atua como poderoso sistema tampão, controlando o 
pH principalmente no LEC. Os ânions fosfatos e proteinatos são poderosos sistemas tampões do LIC, 
controlando o pH deste meio. Os ânions proteinatos, sulfatos e fosfatos também contribuem para a 
negatividade da face interna da membrana. 
 O principal cátion do LEC é o íon sódio, e portanto, o principal determinante do volume do líquido 
extracelular, da volemia (quantidade total de sangue circulante) e consequentemente da pressão arterial. Os 
principais ânions do LEC são o cloro e o bicarbonato. O principal cátion do LIC é o íon K+ e os principais 
ânions são: proteinatos, sulfatos e fosfatos (ATP, ADP, AMP cíclico) 
 A osmolaridade (concentração de solutos osmoticamente ativos, que tem propriedade osmótica, “puxa 
água”) do LEC e do LIC é de aproximadamente 298mOsmol/l de água. O íon Na+ é o principal determinante 
da osmolaridade do LEC; já os proteinatos são os principais determinantes da osmolaridade do LIC e do 
volume do LIC. Alterações nas concentrações de solutos poderão afetar diretamente a osmolaridade e 
consequentemente a função celular (Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 
 
 
Condição 
hipertônica 
Condição 
isotônica 
Condição 
hipertônica 
Vacúolo 
Figura 5 
MEIO INTERNO DO CORPO – HOMEOSTASIA E FEEDBACK 
 O termo homeostase, criado pelo fisiologista inglês Walter Bradford Cannon (1871-1945) refere-se aos 
estados estáveis internos de um ser vivo. 
Para que as células do nosso organismo estejam sempre vivas, em funcionamento, é necessário que 
o meio interno permaneça sempre constante, apesar das pressões do ambiente, como variações na oferta de 
nutrientes, variações no calor etc; é através do líquido extracelular (habitat das células) que as células retiram 
todos os nutrientes e outros constituintes necessários para a sua manutenção e elimina todos os produtos 
tóxicos do seu metabolismo celular. A constância ou equilíbrio do meio interno é denominado homeostasia. 
Manter o meio interno constante é mantê-lo constante em sua composição iônica, pH (7.4), conteúdo total de 
água, osmolaridade, temperatura corporal (36,5ºC), pressão arterial dentre outros parâmetros. Qualquer 
distúrbio do meio interno, caso não seja corrigido rapidamente, pode levar à doença, podendo levar à morte. 
 A maior responsabilidade de todos os profissionais da saúde é ajudar na manutenção da homeostasia. 
 O funcionamento normal dos sistemas do nosso corpo é dirigido no sentido de manter constante o 
meio interno. Os sistemas alostáticos são os sistemas corporais que entram em ação para manter a 
constância do meio interno frente às variações ambientais. Os processos compensatórios que levam à 
autoorganização do sistema são chamados de processos de retroalimentação ou feedback (FB); esses 
mecanismos de retroalimentação representam os nossos primeiros socorros. 
 
Mecanismos de controle homeostático: 
Sistema nervoso  rápido e menos eficaz 
Sistema endócrino  lento e mais eficaz 
 
Tipos de feedback: 
 Feedback negativo (Figura 7) 
 Feedback positivo (Figura 8) Fisiológico 
 
Patológico 
 Feedback antecipatório 
Figura 7 
 A maioria dos sistemas de controle da homeostasia opera através de mecanismos de feedback 
negativo (FB -), que consiste numa sequência de variações que fazem com que o fator que aumentou ou 
diminuiu retorne ao seu valor normal ou próximo dele (dentro dos níveis fisiológicos). Quando ocorre um 
estímulo que causa distúrbio da homeostasia (sinal de entrada), haverá uma resposta a este estímulo (sinal 
de saída) no sentido de atenuar o estímulo, corrigindo assim, o distúrbio. Podemos dizer então que no FB-, o 
sinal de entrada é diferente do sinal de saída, uma vez que ocorre uma atenuação do sinal de entrada. Todo 
sistema de FB- é fisiológico, importantíssimo para a manutenção da homeostasia. 
 Para que ocorra um FB- é necessário que haja: 
estruturas capazes de captar alterações tanto internas quanto externas (os sensores ou receptores), que 
detectam o distúrbio da homeostasia; 
um centro que processe ou integre as informações captadas; que interpreta o distúrbio da homeostasia; 
o efetor (ou efetores), que responde ao estímulo, corrigindo o distúrbio da homeostasia. 
 Podemos então dizer que um sistema de feedback funciona da seguinte forma: os sensores detectam 
o distúrbio da homeostasia (sinal de entrada) e enviam este sinal ao processador, que interpreta o distúrbio e 
envia comandos para o efetor (ou efetores) apropriados para efetuarem a resposta (sinal de saída) no sentido 
de corrigir o distúrbio (atenuar o sinal de entrada). Em alguns sistemas de feedback, o processador é o 
próprio sensor, que tem então duas funções. 
 Há também o feedback positivo (FB+), que ao contrário do que ocorre no FB-, tende a aumentar 
(amplificar) o sinal de entrada. A maioria dos sistemas de FB+ são patológicos, tendendo à morte, pois temos 
um agravamento do distúrbio da homeostasia. O FB+ pode ser fisiológico em alguns casos como: trabalho de 
parto e coagulação sanguínea extravascular. 
Figura 8 
 
EXEMPLOS DE FEEDBACK NEGATIVO: 
 
1)Ingestão de refeição com alto teor de sódio: a comida salgada leva ao aumento da concentração de 
sódio extracelular (hipernatremia), o que causa aumento da osmolaridade extracelular, fazendo com que a 
célula perca água (“murchando”), o que pode levar inicialmente ao aumento da excitabilidade e convulsões, 
se pensarmos nas células nervosas, ocasionando o coma; se pensarmos nas células cardíacas (miócitos), 
inicialmente veremos arritmias (distúrbios no ritmo cardíaco) e em seguida parada cardíaca. 
 Os osmorreceptores, localizados no hipotálamo, detectam o distúrbio da homeostasia (aumento da 
osmolaridade extracelular) e enviam este sinal para o processador que é o próprio hipotálamo (área próxima 
aos sensores). O hipotálamo interpreta este distúrbio e envia mensagem para estimular a neurohipófise a 
liberar o hormônio antidiurético (ADH) no sangue para reter água pelos rins. Há também o estímulo do centro 
da sede, para que bebamos mais água. Tanto a água que retemos pelos rins quanto a água que ingerimos irá 
diluir o excesso de Na+, corrigindo a osmolaridade, fazendo com que o volume da célula retorne ao normal. 
 
Dieta hipersódica ↑ osmolaridade extracelular 
 
 Osmorreceptores hipotalâmicos 
 
 Hipotálamo 
 
 Centro da sede Neurohipófise 
 
 ↑ Ingestão de água Liberação de ADH no sangue 
 
 Retenção renal de água 
 
 Diluição do Na+ extracelular 
 
 ↓ da osmolaridade extracelular 
 
2)Variações nas pressões de O2 e CO2 no sangue: quando há diminuição na pressão de O2 e/ou aumento 
na pressão de CO2 no sangue, os quimiorreceptores (sensores) periféricos, localizados na aorta e nas 
carótidas detectam a diminuição de O2 no sangue e os quimiorreceptores centrais, localizados no bulbo 
detectam de forma mais significativa o aumento de CO2 e portanto, de H+ no líquor ou líquido 
cefalorraquidiano (excesso de CO2 aumenta o H+, levando à acidose). 
 
CO2 + H2O  H2CO3  H+ + HCO3- 
 
 Estes sensores enviamo sinal para o centro respiratório, localizado no bulbo. O centro respiratório 
(processador) interpreta este distúrbio da homeostasia e envia mensagem para os músculos da respiração 
(efetores) estimulando-os ocasionando aumento da frequência respiratória (hiperpneia), ocasionando um 
aumento da inspiração de O2 e da expiração de CO2, fazendo com que os níveis de O2 e CO2 no sangue 
retornem ao normal. 
 
Exercício ↓ da pressão de O2 no sangue ↑da pressão de CO2 no sangue 
 
 
 Quimiorreceptores periféricos Quimiorreceptores centrais 
 
 
 Centro respiratório no bulbo 
 
 
 Estimulação dos músculos da respiração 
 
 
↑ da frequência respiratória 
 
 
↑ da pressão de O2 no sangue ↓ da pressão de CO2 no sangue 
 
3)Variações na pressão arterial: (A) quando ocorre diminuição da pressão arterial, por exemplo, quando 
passamos da posição deitada ou sentada para a posição ereta, os barorreceptores (sensores localizados de 
forma significativa no arco aórtico e no seio carotídeo) detectam este distúrbio e enviam sinais através de via 
aferente para o centro cardiovascular, localizado no bulbo. Este por sua vez, detecta o distúrbio e envia 
mensagem para o sistema cardiovascular através do sistema nervoso autônomo (simpático e 
parassimpático), inibindo o parassimpático (PS) no coração e estimulando o simpático (S) no coração e 
vasos. A inibição do parassimpático e a estimulação do simpático no coração leva à estimulação cardíaca, 
aumentando a frequência cardíaca (taquicardia) e a força de contração do coração enquanto o efeito da 
estimulação simpática para os vasos leva à vasoconstrição, elevando dessa forma a pressão arterial. 
(A) 
Dieta hipersódica ↑ da pressão arterial 
 
 Barorreceptores 
 
 Centro cardiovascular (bulbo) 
 (+) (-) 
 PS S 
 (-) (-) (-) 
 coração Vasos 
 
 bradicardia Vasodilatação 
 ↓ da força de contração 
 
 ↓ da pressão arterial 
 
Caso ocorra (B) aumento da pressão arterial haverá então estimulação parassimpática e inibição do 
simpático; a estimulação parassimpática leva à diminuição da frequência cardíaca (bradicardia) e diminuição 
da força de contração (efeito indireto) enquanto a inibição simpática nos vasos causa vasodilatação, 
diminuindo dessa forma a pressão arterial para os níveis normais. 
 
(B) 
Hemorragia ↓ da pressão arterial 
significativa 
 Barorreceptores 
 
 Centro cardiovascular (bulbo) 
 (-) (+) 
 PS S 
 (+) (+) 
 coração Vasos 
 
 taquicardia Vasoconstrição 
 ↑ da força de contração 
 
 ↑ da pressão arterial 
 
Os barorreceptores arteriais são terminações nervosas livres, densamente ramificadas, localizadas 
primordialmente nas paredes do arco aórtico (barorreceptores aórticos) e dos seios carotídeos 
(barorreceptores carotídeos). O principal mecanismo de ativação dos barorreceptores é a deformação 
mecânica das terminações neurais, decorrente da distensão da parede vascular determinada pela onda de 
pulso. Dessa forma, os barorreceptores constituem-se, em última análise, em mecanorreceptores. (Figura 9) 
 
A função primordial dos barorreceptores é manter a pressão arterial estável, dentro de uma faixa 
estreita de variação, esteja o indivíduo em repouso ou desenvolvendo diferentes atividades comportamentais. 
Exercem uma importante regulação reflexa da frequência cardíaca, débito cardíaco, contratilidade miocárdica, 
resistência vascular periférica e, consequentemente, distribuição regional do fluxo sanguíneo. Elevações 
súbitas da pressão arterial aumentam a atividade dos barorreceptores, os quais reflexamente inibem a 
atividade tônica simpática para os vasos e coração. À redução da atividade simpática associa-se um aumento 
da atividade vagal, a qual produz bradicardia. A redução da atividade simpática e o aumento da atividade 
vagal tendem a produzir uma redução da resistência periférica total e do débito cardíaco, contribuindo, assim, 
para o retorno da pressão arterial aos níveis normais. O inverso também é verdadeiro, quando ocorrem 
quedas súbitas da pressão arterial. Dessa forma, os barorreceptores são os principais responsáveis pela 
regulação rápida da pressão arterial momento-a-momento. 
Esse controle se dá por uma complexa interação neuronal que se inicia no sistema nervoso central, no 
núcleo do trato solitário, envolvendo, além deste, várias regiões, especialmente o núcleo dorsal motor do 
Figura 9 
vago, o núcleo ambíguo, a CVLM (região caudo-ventrolateral do bulbo) e a RVLM (região rostro-ventrolateral 
do bulbo). 
Os seios carotídeos e o arco aórtico são os locais de maior concentração dessas aferências e 
expressão fisiológica. Os seios carotídeos são dilatações das artérias carótidas internas que possuem a 
parede dessa região mais fina e com maior quantidade de tecido elástico do que tecido muscular liso 
comparada a outras porções da parede arterial. A inervação sensorial dessa área é provida pelos ramos do 
nervo glossofaríngeo, enquanto a inervação dos barorreceptores aórticos é feita pelo nervo aórtico. As 
aferências barorreceptoras terminam no núcleo do trato solitário, onde normalmente são efetuadas as 
respostas de inibição da descarga simpática e intensificação da resposta vagal. 
 
4)Variações de glicose no sangue: quando há aumento da glicose no sangue (glicemia), as células beta 
pancreáticas (Figura 10) são responsáveis por detectar e interpretar o aumento da glicemia, liberando 
insulina. Este hormônio atua em várias células sendo sua ação nas células musculares, adiposas e hepáticas 
muito significativa, uma vez que levam ao aumento significativo na captação de glicose. Tanto nas células 
musculares quanto nas hepáticas a glicose será armazenada na forma de glicogênio enquanto nas células 
adiposas a glicose será utilizada para formar os triglicerídeos ou triacilglicerois. 
 
Ingestão de alimento ↑ da glicemia 
 
 Células beta-pancreáticas 
 
 Liberação de insulina no sangue 
 
 Aumento da captação de glicose pelas células: 
 musculares, adiposas e hepáticas 
 
↓ da glicemia 
 
 
Figura 10: pâncreas exócrino (ácinos) e endócrino (Ilhotas de Langerhans) 
 
 
 A liberação de insulina no sangue também ocorre por estimulação nervosa desencadeada diretamente 
pela ingestão do alimento (feedback antecipatório); esse fenômeno ocorre antes que haja aumento da 
glicemia. Qualquer fenômeno que aumente a concentração de cálcio dentro da célula irá levar à liberação de 
grânulos de insulina. Alguns fatores atuam via proteína quinase (fosfolipase C  IP3 e DAG e também 
proteínas quinases que levam ao aumento na concentração de cálcio intracelular [Ca2+]i ). Esses fatores são 
desencadeados pela estimulação do nervo vago durante a digestão (via parassimpático). (Figura 11) 
 O vago vai aumentar a secreção de ácido clorídrico (HCl), vai atuar na motilidade do trato 
gastrintestinal (TGI) e já começa a estimular a liberação de insulina, evento estimulado pela acetilcolina (Ach). 
Assim, logo que a glicose é absorvida pelo TGI já teremos insulina na corrente sanguínea favorecendo a 
absorção de glicose pelas células do nosso corpo. 
 A glicemia é a glicose no sangue.Quanto menos insulina (ou diminuição da resposta à insulina) maior 
será a glicemia. Logo, ao comermos a glicemia aumenta, mas não muito, pois a insulina já está sendo 
liberada; é a insulina rápida, a que já está estocada nas células beta pancreáticas. 
 Outro hormônio importante para estimular a liberação de insulina de forma antecipatória é a 
colecistoquinina (CCK); a chegada do alimento no duodeno faz com que ele libere CCK que atua 
sinergicamente com a Ach, levando ao ↑[Ca2+]i pela fosfolipase C. 
 Outro fator importante para a secreção antecipatória de insulina é o GLP. Esse fator atua via ativação 
da adenilato ciclase (Proteína Gs), levando ao aumento de AMPc, com ativação de proteína quinase A, 
↑[Ca2+]i com liberação de insulina. O GLP é liberado pelo TGI antes que a glicose seja absorvida. 
 Tanto CCK, GLP quanto GIP são denominados incretinas, ou seja, são fatores que aumentam a 
disponibilidade de insulina. (Figura 12) 
 
Figura 12: Função das incretinas 
 
 Quando ocorre diminuição da glicemia (no jejum), uma outra população de células pancreáticas é 
acionada, as células alfa, que liberam o hormônio glucagon na corrente sanguínea. Este hormônio atua de 
forma significativa no fígado, estimulando a glicogenólise (quebra do glicogênio em glicose) e também uma 
outra via metabólica, a gliconeogênese (formação de glicose a partir de aminoácidos, ácido lático e glicerol). 
A glicose hepática, obtida através dessas duas vias metabólicas será liberada para a corrente sanguínea, 
restabelecendo a glicemia. 
 Uma outra observação importante é o fato da secreção de insulina ser bifásica (Figura 13) 
 
 
 Figura 11 – secreção de insulina 
 
 
Figura 13 
 
5)Diminuição de cálcio no sangue (hipocalcemia): quando há diminuição de cálcio na corrente sanguínea, 
as células das paratireoides detectam e interpretam este distúrbio da homeostasia, liberando o hormônio 
paratormônio (PTH) no sangue; esse hormônio exercerá as seguintes funções a fim de normalizar a calcemia: 
estimulará a reabsorção óssea (retirada de cálcio do osso e sua liberação no sangue), estimulará a 
reabsorção renal de cálcio e estimulará a conversão da vitamina D de sua forma inativa à sua forma ativa 
(calcitriol ou 1,25(OH)2D3 ou 1,25 diidroxicolecalciferol) nos rins, para que haja absorção intestinal do cálcio 
proveniente da dieta. A absorção de cálcio da dieta depende da vitamina D na forma ativa. (Figura 14) 
Figura 14 
 
 
EXEMPLOS DE FEEDBACK POSITIVO: 
1)Trabalho de parto (feedback positivo fisiológico) – Figura 15: o trabalho de parto começa com a 
contração espontânea do útero, devido ao estiramento da musculatura lisa causada pelo feto. Com a 
contração espontânea do útero, a cabeça do feto começa a bater no colo do útero estirando-o. Os receptores 
de estiramento (sensores) do colo uterino detectam e enviam este sinal através da via aferente para o 
hipotálamo. O hipotálamo então estimula a liberação de ocitocina pela neurohipófise (glândula onde fica 
armazenada esse hormônio produzido no hipotálamo e que é responsável por sua secreção). A ocitocina ao 
chegar ao útero via corrente sanguínea irá estimular ainda mais sua contração. A maior contração uterina faz 
com que chegue ao hipotálamo um sinal mais intenso, estimulando ainda mais o sinal para liberação de 
ocitocina pela neurohipófise, o que aumenta ainda mais a contração uterina. Este circuito de retroalimentação 
positiva vai aumentando cada vez mais até que haja o nascimento do bebê, cessando o feedback. 
Figura 15 
2)Coagulação sanguínea (feedback positivo): a coagulação sanguínea é um mecanismo em cascata, isto 
é, quando o primeiro fator de coagulação é ativado, este irá ativar o segundo fator e assim sucessivamente 
até que ocorra a coagulação. A coagulação sanguínea extravascular – Figura 16 (corte, ferimento levando à 
formação de trombo) é um feedback positivo fisiológico, pois leva a redução na perda de sangue, para a 
manutenção da volemia (quantidade total de sangue circulante); já a coagulação sanguínea intravascular 
(formação de trombo no interior do vaso) é um exemplo de feedback positivo patológico (Figura 17). 
Figura 16 
Figura 17 
 
 
3)Insuficiência cardíaca (feedback positivo patológico):a insuficiência cardíaca é uma redução da 
capacidade do coração como bomba, reduzindo o débito cardíaco (quantidade de sangue que o ventrículo 
esquerdo bombeia para a aorta/min). Quando ocorre a insuficiência cardíaca, os rins começam a reter água, 
aumentando a volemia, aumentando assim a quantidade de sangue que retorna ao coração (retorno venoso); 
com o aumento do volume de sangue chegando ao coração teremos uma maior diminuição da capacidade do 
coração como bomba, reduzindo ainda mais o débito cardíaco. 
 
4)Queda intensa da pressão arterial (feedback positivo patológico): quando há queda intensa da pressão 
arterial, por exemplo, por hemorragia grave com perda de volumes acima de 2 litros de sangue (humanos), 
ocorre intensa redução do fluxo sanguíneo para os tecidos (choque circulatório), reduzindo também a 
quantidade de sangue que nutre o próprio coração (circulação coronariana). Isto faz com que o coração 
trabalhe menos, reduzindo assim a frequência cardíaca (bradicardia) e sua força de contração, diminuindo 
ainda mais a pressão arterial. A maior queda da pressão arterial reduz ainda mais a quantidade de sangue 
que chega ao coração através das coronárias, diminuindo ainda mais a frequência cardíaca e a força de 
contração, levando à queda mais intensa da pressão arterial. O paciente entra então num ciclo vicioso, que 
pode levar à parada cardíaca e posteriormente à morte.

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