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Integridade física

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SUMÁRIO
Resumo ..................................................................................04
Introdução...............................................................................05
Históricamente........................................................................06
Direito da Personalidade.......................................................08
Característica dos Direitos da Personalidade ..............10
Integridade Física...................................................................12
Direito ao Corpo Humano......................................................14
Lei da Palmada........................................................................18
Direito a Voz.............................................................................21
Conclusão................................................................................22
Referências Bibliográficas.....................................................23
RESUMO
Os Direitos de personalidade foram reconhecidos pela doutrina e pelo ordenamento jurídico, e em seguida protegidos pela jurisprudência. A vida humana é um bem supremo e o direito a integridade física compreende a proteção jurídica à vida, ao próprio corpo, vivo ou morto. A disposição do próprio corpo é que cada pessoa tem o direito de defender o que lhe é próprio como a vida, liberdade, opção sexual, integridade e imagem. É permitida a doação de órgãos de pessoa viva em caso de órgãos duplos. A doação pós-morte é permitida caso haja autorização documentada do paciente ainda em vida, ou autorização depois da morte por um representante.
INTRODUÇÃO
Os direitos da personalidade buscam preservar a integridade física, moral e intelectual das pessoas. A integridade física tem por finalidade exercitar a liberdade de ir e vir com segurança ao individuo, pois constitui um bem vital e é um direito fundamental da pessoa humana. Esses direitos estão ligados a nós desde o momento da concepção e não se extinguem com a morte, passando para os familiares o direito de requerer que cesse as ameaças.
HISTÓRICAMENTE
	A integridade da pessoa humana, pode se afirmar, sempre foi objeto de preocupação do Direito, embora nem sempre sob a mesma perspectiva. Já há 2000 anos antes de nossa era, o Código de Hamurabi (arts. 195 a 214) prescrevia penas corporais e pecuniárias para alguns atentados contra a integridade física e moral das pessoas. O Direito Romano não cuidou do tema nos mesmos moldes de hoje. Havia certa proteção à pessoa, por meio da actio iniuriarum, que abrangia qualquer atentado à pessoa do cidadão, fosse físico ou moral. O mesmo se diga do Direito Grego, cuja proteção à personalidade partia da noção de hybris, o que legitimava a imposição de penas.
	A categoria dos direitos da personalidade é recente, fruto da doutrina francesa e tedesca de meados do século XIX. São direitos atinentes à tutela da pessoa humana, essenciais os seus dignidade.
	A peculiar caminhada dos Direitos Civis durante a História da civilização, assim como a Declaração dos Direitos do Homem tem como marco inicial a Revolução Francesa, precedida temporalmente pela Revolução Americana. A evolução da garantia dos direitos individuais remete ao surgimento de uma nova classe – a burguesia - em meio às barbáries cometidas, quanto à violação dos direitos de integridade do ser humano, fruto da centralização dos poderes em figuras despóticas, como reis e senhores feudais. 
	Era necessária tal manutenção e criação de direitos individuais para que houvesse certa previsibilidade e harmonia nas relações comerciais, embriões do capitalismo.
	Nota-se que a categoria de direitos da personalidade é recente, mas a preocupação com o ser humano surge antes, por meados do século XVIII, com as declarações dos direitos humanos, e já no século XIII, com a Magna Carta, João Sem-Terra já demonstrava essa preocupação em proteger o indivíduo dos abusos do poder estatal autoritário, limitando-se a designar ao cidadão direito à integridade física e alguns direitos políticos.
	Debruçando sobre a história, três elementos históricos contribuíram de forma implícita para o desenvolvimento do tema:
Cristianismo, ressaltando a ideia de dignidade do homem como sendo filho de Deus.
Escola do Direito Natural, trazendo a concepção de direitos inatos ao ser humano, de sua própria natureza.
Filosofia Iluminista, valorizando o indivíduo em face do Estado.
DIREITO DA PERSONALIDADE
	Para abordar o Direito à Integridade Física, primeiro deve-se atentar a real importância da matéria do Direito da Personalidade. 
Para satisfazer suas necessidades, o homem tem de estar em uma relação jurídica, como: comprar, emprestar, vender, contrair patrimônio, etc. Criando um conjunto de direitos em seu entorno, que é a projeção econômica da personalidade. 
	Contudo, existem direitos que tocam diretamente a personalidade e que não possuem cunho econômico imediato, nos deixando claro que a personalidade não é logicamente um direito; é um conceito no qual se apoiam os direitos.
	A essência do homem como parte integrante do direito deve ser protegida, não somente em seu patrimônio. Visando tal fato, uma das principais inovações da Parte Geral do Novo Código Civil é, justamente, um capítulo destinado aos direitos da personalidade. Trata-se de uma modificação axiológica dos Códigos brasileiros que deixam o perfil conservador, do Código Civil de 1916, para se preocupar substancialmente com o indivíduo, que reflete o espírito da Constituição de 1988.
	O conceito da personalidade são aqueles que têm por objeto atributos físicos, morais e psíquicos da pessoa em si e em suas projeções sociais. Reconhecido ao indivíduo à tutela jurídica de uma série indeterminada de valores não pecuniários, como a vida, a integridade física, a honra, a imagem, entre outros.
	Os direitos da personalidade estão hoje expressamente previstos no Código Civil de 2002, no capítulo II do livro I, título I, da sua Parte Geral, sendo adotada a denominação supracitada pela doutrina nacional, porém na doutrina estrangeira há outras denominações, entre elas: “direitos essenciais da pessoa” ou “direitos subjetivos especiais” (por TOBEÑAS); “direitos à personalidade”, “direitos essenciais” ou “direitos fundamentais da pessoa” (RAVÀ, GANGI); “direitos sobre a própria pessoa” (WINDSCHEID, CAMPOGRANDE); “direitos individuais” (KOHLER, GAREIS); “direitos pessoais” (WACHTER, BRUNS); “direitos personalíssimos” (PUGLIATTI, ROTONDI).
 	Tais direitos relacionam-se com o Direito Natural e constituí o mínimo necessário do conteúdo da própria personalidade, tendo como secundário o sentido econômico, obviamente, difere-se dos direitos patrimoniais, de modo que esse somente aflorará depois de transgredido.
	Diz Gilberto Haddad Jabur (2000:28), em sua monografia sobre o tema, 
“os direitos da personalidade são, diante de sua especial natureza, carentes de taxação exauriente e indefectível. São todos indispensáveis ao desenrolar saudável e pleno das virtudes psicofísicas que ornamentam a pessoa”. 
	Nesse sentido, não há que se entender que na nossa lei, ou em qualquer outra comparada, expresse um numero exato para elencar os direitos da personalidade, tendo essa natureza todo o direito que apresentar as mesmas características.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
	Tendo como porta de entrada o direito público, hoje, os direitos da personalidade são tratados de maneira singular no cenário do direito privado, por serem ínsitos à pessoa, em sua projeção física, mental e moral. Sendo dotados de algumas características particulares, são eles:
Absolutos;
Gerais;
Extrapatrimoniais;
Indisponíveis;
Imprescritíveis;
Impenhoráveis;
Vitalícios.
Absoluto: pois se materializa na sua oponibilidade erga omnes, causando efeitos em todos os campos e impondo a todos o dever de respeitá-los.
	Generalidade: uma vez que é outorgado a todas as pessoas, simplesmentepor existirem.
	Extrapatrimonialidade: a característica mais evidente, ausência de conteúdo patrimonial direto, ainda que sua lesividade gere efeitos econômicos. 
	Indisponibilidade: nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar de titular. De forma expressa, o Código Civil de 2002, consagrou tal característica:
	“Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer imitação voluntária”.
	Imprescritibilidade: entende que não há tempo para o fim de seu exercício, não se extinguindo pelo não uso. Não se deve condicionar sua aquisição a um prazo, pois, segundo a melhor doutrina, são inatos, nascem com o homem.
	Impenhorabilidade: os direitos morais de autor jamais poderão ser penhorados.
	Vitaliciedade: são permanentes, acompanhando a pessoa desde a primeira manifestação de vida até seu desaparecimento. Destaca-se, porém, que existem direitos da personalidade que se estendem além da morte, caso do direito ao corpo morto (cadáver).
 
INTEGRIDADE FÍSICA
	Etimologicamente, integridade vem do latim e significa a qualidade de alguém ou algo ser íntegro, de conduta reta, pessoa de honra, ética, educada, briosa, pundonorosa, cuja natureza de ação nos dá uma imagem de inocência, pureza ou castidade, o que é íntegro, é justo e perfeito, é puro de alma e de espírito.” “A integridade física é definida como incolumidade corpórea da pessoa humana” (MORAES, 2003 p.554) assim sendo, age em tudo que gera algum tipo de perigo ao individuo. Respalda o direito ao próprio corpo, bem como o direto as partes separadas.
	No fim das contas, o direito tutelado é a higidez do ser humano, no seu sentido mais amplo mantém a incolumidade do corpo e do intelecto, repelindo-se as lesões causadas ao funcionamento normal do corpo humano.
	Uma questão difícil de abordar nesse ponto é exatamente a autonomia do poder de vontade sobre eventuais necessidades de intervenções médicas.
	Sobre o tema, o CC-02, dispõe inclusive um artigo:
		“Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica”.
	Dessa maneira, toda pessoa que se submete a tratamento médico, em especial cirúrgico, deve estar ciente de todos os riscos eminentes, cabendo ao profissional da saúde que a acompanha o dever de informar, inclusive, sob documento escrito. 
	O paciente tem, portanto, amparado pelo direito a integridade física o poder de recusar ao tratamento médico, valendo em caso de impossibilidade de manifestar sua vontade, a vontade de seu responsável. Em caso de emergência e falta de tempo hábil para tal manifestação e em risco de vida, o médico tem o dever de realizar o tratamento, eximindo-se de responsabilidade. 
	Vale ressaltar que o Código Penal brasileiro não considera crime “a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu responsável legal, se justificada por eminente perigo de vida” (art. 146 §3°, I, do CP).
	A questão é ainda mais complexa quando se esbarra no âmbito da fé, da crença religiosa e filosófica. Para compatibilizar o direito indisponível à vida e à integridade física com as convicções religiosas da fé, tendo em vista que nenhum posicionamento que se adotar irá agradar a todos, convém pensar que nesses determinados casos, a cautela recomenda que as entidades hospitalares busquem, por intermédios de seus representantes legais, obterem suprimento de autorização por via jurídica, cabendo ao magistrado analisar qual o valor a ser preservado.
	Outro ponto que não podemos nos furtar a abordar, é o estudo da auto-lesão. Como é previsto, ninguém está autorizado a atentar sua própria vida, o que logicamente nos leva a compreender a proibição de se automutilar.
	No entanto, existem práticas esportivas (lutas, automobilismo, esportes radicais, etc.) em que o praticante assume o risco aderindo ao estatuto regulamentador da prática profissional ou quando por lazer, conhecendo os perigos prévios da prática da conduta lícita.
	O próprio Direito Penal autoriza a prática dessas atividades, a luz do Princípio da adequação social, reservando a sanção apenas nos casos onde houver abuso ou dolo grave.
	E nos casos de profissões onde o risco de lesão a saúde é inerente à atividade desempenhada. Nesses casos, embora lícita e autorizada, compete ao responsável tomar todas as medidas preventivas a fim de minimizar e evitar as possibilidades degradantes, abordando todos os mecanismos de segurança previstos na legislação, respondendo, independente da culpa, pelas lesões causadas	.
	
DIREITO AO CORPO HUMANO
	
	Por sua amplitude o estudo do direito à integridade física compreende o direito ao corpo vivo e suas partes integrantes, bem como o direito ao corpo morto ou ao cadáver.
	Vamos desprender esforços primeiro a estudar o direito ao corpo vivo e sua partes integrantes, que como já citamos, o direito está salvaguardado desde a concepção do nascituro.
	O corpo também é inalienável, por ser projeção física da individualidade humana, embora se admita dispor de suas partes, seja em vida ou após a morte, desde que, justificado o interesse público e que não haja mutilação e fim lucrativo, ainda assim é inalienável.
	Por motivo do fato acima citado, está consagrado de forma expressa no art. 13 do Código Civil de 2002, nos seguintes termos:
		“Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contraria os bons costumes.
		Parágrafo Único. O ato previsto nesse artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”.
	A Lei n. 10.211/2001 que alterou a Lei n. 9.434/1997, estabelecendo requisitos para o transplante de órgãos entre pessoas vivas:
		“Art. 9.° É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive na forma do § 4.° deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada essa em relação à medula óssea”.
	Por ser ato de extrema responsabilidade, a autorização para transplantes segue algumas exigências e regras rígidas para conseguir reduzir ao máximo de erros e inadimplência por ambas as partes envolvidas. Primeiramente, a autorização deverá ser dada pelo doador, por escrito e diante de testemunhas, especificando de forma clara e específica o tecido, órgão ou parte do corpo a ser retirada, sendo revogável até a intervenção cirúrgica e que a pessoa receptora deve consentir da doação para que se efetive a intervenção cirúrgica.
	Há de se informar o Ministério Público, como requisito, qualquer retirada de órgão, tecido ou parte do corpo vivo e verificar a condição de saúde do doador, tal procedimento, deve ser feito de maneira a poder ser comprovado. 
	A Lei, limita a condição de doação inter vivos em órgãos duplos e partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, além de corresponder a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável do receptor.
	A prática onerosa de dispor de órgãos, tecidos ou partes do corpo não é admitida, inclusive, é penalmente condenada, com isso, quer-se evitar o lucrativo e indesejado mercado de órgãos que movimentam milhões de dólares todos os anos pelo mundo.
	Já vimos que o tema é complexo e agora deve-se considerar a área polêmica do direito à o da integridade física, a retirada de órgãos genitais com a finalidade da transexualidade. Para esclarecer “transexualidade”, relata MARIA HELENA DINIZ, “é a condição sexual da pessoa que rejeita sua identidade genética e a própria anatomia de seu gênero, identificando-sepsicologicamente como o sexo oposto”.
	Verdade é que o tema da transexualidade como o da homossexualidade, deixaram nos últimos anos de serem grandes tabus, ganhando espaço nos tribunais e logicamente muito espaço na mídia. Há quem diga que a última década tem sido marcada, no âmbito jurídico, por problemas que envolvem comportamento sexual, moralidade pública, tolerância e aceitação dos meios sociais, extensa participação da mídia e discussão científica acerca dos denominados “desvios sexuais”, que aqui citado, porque atingem os direitos da personalidade.
	Sobre a polêmica da possibilidade de mudança de sexo que ainda não e admitida pelo ordenamento jurídico brasileiro, mas que já foi proposto em Projeto de Lei n. 1909-A/79. Tamanha polêmica social que gerou, sobretudo da igreja, o projeto que tramitou aprovado pelo Congresso Nacional, foi vetado pela Presidência da República.
	Tema polêmico, mas que nos últimos anos ganhou notoriedade nos tribunais. Amparado pelo art 5° da CF, o princípio da dignidade humana não concebe ao juiz, nem a sociedade, desprezarem o enfrentamento das situações de transexualidade, já esxistindo inclusive jurisprudência favorável à intervenção cirúrgica com essa finalidade; assim decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, autorizando a operação para mudança de sexo.
	Quanto ao direito ao corpo morto ou cadáver, o novo Código Civil também se debruçou sobre o tema, no art. 14 como segue:
		“Art. 14. É válida , com objetivo ciêntifico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
		Paragrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo”. 
	Levando em consideração que a personalidade jurídica termina com a morte do indivíduo, poder-se-ia muito bem dizer que o direito da personalidade, como da integridade física cessaria também com a morte da pessoa, porém, no tocando da dignidade da pessoa humana, esse direito se estende após a morte do indivíduo, a fim de resguardar os direitos da personalidade do cadáver, assim tem-se admitido. Visando aos parentes do morto é um direito familiar.
	Amparado por doutrina, a violação de cadáver deve ser admitida em certos casos, são eles:
Direito à prova: em caso de morte violenta, em caso for indispensável a necessidade de exame necroscópico (art. 162 do CPP).
Necessidade: admite-se para fins de transplante e pesquisa para benefício da ciência, sem fim lucrativo.
A legislação brasileira sobre o assunto experimentou uma grande reviravolta em suas condutas, a Lei n. 9.434/97 consagrava o sistema do consentimento presumido, desta forma, a doação post mortem seria presumidamente autorizada pelo falecido, salvo tivesse manifestado sua vontade contrária em sua carteira de identidade, grafando a frase, “não doador de órgãos”.
	Depois do caso de Jason Arthur Rae, que, dado como morto após sofrer lesão cerebral na piscina, retomou os estímulos vitais na mesa de intervenção cirúrgica, sentindo as dores do início da operação, retomando a respiração 45 minutos depois, nos Estados Unidos da América. O caso abriu os olhos do direito brasileiro que através de uma medida provisória (MP n. 1.959), posteriormente convertida em Lei n. 10.211/01, redigiu o seguinte:
		“Art. 4.°. A retirada de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica , dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória , reta ou colateral, até o segundo grau, inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte” (grifos nossos).
	Dessa maneira, deu-se uma guinada de norte para sul no procedimento, tendo agora que se ter expresso em documento do morto ou manifestado por cônjuge ou parente a vontade de ser doador de órgão.
	
LEI DA PALMADA
	Interessante ao tema abordado está o estatuto da criança e do adolescente, que protege a criança em todas as esferas necessárias. No que diz respeito a integridade física, abordar a Lei da Palmada é imprescindível para compreendermos a importância e abrangência dos direitos da personalidade.
Lei da Palmada – “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”
A Lei 2.654/03 (Lei da Palmada) trata das alterações da Lei 8069, de 13/07/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e da Lei 10406, de 10/01/2002, o Código Civil Brasileiro, esta lei é uma emenda constitucional ao que já dizia no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Desde julho de 2010 já havia sido enviado ao congresso e se encontrava na pauta para votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmera dos Deputados.
A Lei tem como objetivo garantir o direito da criança ou jovem de ser educado sem o uso de castigos corporais.
A Lei 8.069, que institui o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) condena maus-tratos contra a criança e o adolescente, mas não define se os maus-tratos seriam físicos ou morais, com a alterações o artigo 18 passa a definir “castigo corporal” como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso de força física que resulte em dor ou lesão a criança ou adolescente”. O tratamento cruel e degradante é colocado como "a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize".
É necessário denuncia, testemunho de terceiros, que atestem o castigo corporal e queiram denunciar o infrator ao Conselho Tutelar.
No caso de lesões corporais graves o responsável é punido de acordo com o Código Penal que prevê pena de 1 a 4 anos de prisão para quem abusar de meios de correção ou disciplinar, com agravante se a vitima for menor de 14 anos.
A proposta não se aplica apenas para ambientes domésticos, mas também para cuidadores de crianças e adolescentes – nas escolas, abrigos, unidades de internação.
Com a aprovação das mudanças as crianças passam a ter o direito de serem educadas e cuidadas sem o uso de castigo corporal ou tratamento cruel ou degradante. Além disso com a nova regra os pais passarão a serem submetidos ao que estabelece o Art. 129 do Estatuto da criança e do adolescente:
“São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24”.
Conforme o caso o uso da palmada pode fazer com que eles sejam submetidos a tais normas. 
O Código Civil Brasileiro prescreve:
“Art. 1.638: Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;” ...
Código Penal Brasileiro :
“Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos:”
DIREITO A VOZ
	Não podemos deixar de citar o direito a voz, uma vez ela sendo uma parte integrante do corpohumano, entendida como emanação natural de som da pessoa, é sim, também protegida pelo direito da personalidade, previsto na CF/88 no art. 5°, inciso XXVIII. 
	“XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
A proteção às participações individuais em obras coletivas e a reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas”.
	Por tudo isso a voz é componente físico de suma importância, sendo tutelado, em sua mais ampla proteção legal. 
	
CONCLUSÃO
	Devido a sua importância, a proteção dos direitos da personalidade se da em vários campos do ordenamento jurídico, sendo tutelado, inclusive, pela CF/88, além de diversos estatutos disciplinadores.
	De modo geral, os direitos da personalidade poderão ser protegidos de duas maneiras: preventivamente e repressivamente.
	No âmbito do Direito Constitucional, muitos direitos da personalidade são elencados na Constituição Federal 1988 como liberdades públicas dotadas de garantias específicas. Dentre esse direitos estão: à integridade física, à honra, à imagem, à liberdade, entre outros. 
	Por fim, deve-se lembrar de que a Convenção Internacional de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), o qual o Brasil é parte integrante, e a inseriu em nosso ordenamento jurídico positivo pelo Decreto n. 678/92, que determina que os Estados, que nela integrarem, no plano internacional, comprometa-se a respeitar e garantir os direitos da personalidade.
	Com base nessa convenção, nota-se uma grande conquista brasileira no Novo Código Civil brasileiro de 2002 que harmoniza perfeitamente com essa importantíssima regra de cunho originário do Direito Internacional, salvaguardando a todos aqui nascidos os direitos da personalidade desde a concepção, não podendo ninguém, nem mesmo o próprio indivíduo dele se desfazer.
 
 	
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos da Personalidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GAGLIANO, Pablo Stolze e FILHO. Novo Curso de Direito Civil. Rodolfo Pamplona. 16ª edição. 552 pag. Ed Saraiva
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2003
SARAIVA, Vade Mecum. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, Parte Geral. Terceira edição. 652 pag. Ed. Atlas Jurídico

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