Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Dos Direitos da Personalidade
Artigos do Código Civil 2002
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)
Doutrina 
Direitos da Personalidade
1. Importância da Matéria
O homem não deve ser protegido somente em seu patrimônio, mas, principalmente, em sua essência.
Uma das principais inovações da Parte Geral do Código Civil de 2002 é, justamente, a existência de um capítulo próprio destinado aos direitos da personalidade.
Trata-se de um dos sintomas da modificação axiológica da codi­ficação brasileira, que deixa de ter um perfil essencialmente patrimonial, característico do Código Civil de 1916, concebido para uma socie­dade agrária, tradicionalista e conservadora, para se preocupar substancialmente com o indivíduo, em perfeita sintonia com o espírito da Constituição Cidadã de 1988.
Somente por tais circunstâncias já se pode vislumbrar a importância da matéria: a previsão legal dos direitos da personalidade dignifica o homem.
Mas, afinal de contas, que se entende por direitos da personalidade?
É o que veremos no próximo tópico.
2. Conceito e Denominação
Conceituam-se os direitos da personalidade como aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais.
A ideia a nortear a disciplina dos direitos da personalidade é a de uma esfera extrapatrimonial do indivíduo, em que o sujeito tem reconhecidamente tutelada pela ordem jurídica uma série indeterminada de valores não redutíveis pecunia­riamente, como a vida, a integridade física, a intimidade, a honra, entre outros.
A matéria está, como já se disse, agora prevista expressamente pelo CC/2002, no Capítulo II do Livro I, Título I, da sua Parte Geral, havendo sido adotada a mencionada denominação, que é, inclusive, a preferida pela doutrina nacional.
Há, todavia, especialmente na doutrina estrangeira, a adoção de outras denominações. Confiram-se algumas: “direitos essenciais da pessoa” ou “direitos subjetivos essenciais” (por TOBEÑAS); “direitos à personalidade”, “direi­tos essenciais” ou “direitos fundamentais da pessoa” (RAVÀ, GANGI); “direitos sobre a própria pessoa” (WINDS­CHEID, CAMPOGRANDE); “direitos individuais” (KOHLER, GA­REIS); “direitos pessoais” (WACHTER, BRUNS); “direitos persona­líssimos” (PUGLIATTI, ROTONDI).
Por uma questão de uniformidade técnica, buscaremos utilizar a expressão consagrada pela legislação nacional, evitando, na medida do possível e do estilo redacional, valer-nos das expressões mencionadas.
3. Natureza dos direitos da personalidade
Muito já se discutiu, na doutrina especializada, sobre a natureza dos direitos da personalidade.
De fato, sua própria existência como direito subjetivo foi negada, em passado recente, através de trabalhos acadêmicos de juristas de escol246, sob o argumento de que não poderia haver direito do homem sobre a própria pessoa, pois isso justificaria, em última ratio, o suicídio.
Tal assertiva não é mais aceitável, pelo seu indisfarçável extremismo, pois importa em desprezar a própria finalidade do direito.
Na precisa crítica de LIMONGI FRANÇA, “o direito existe para que a pessoa, em meio à vida social, seja aquinhoada segundo a justiça com os bens necessários à consecução dos seus fins naturais. Ora, o extermínio da vida pelo suicídio é a própria negação disso, é a coarctação da causa final pelo direito”.
Por outro lado, na atualidade, prevalece a tese do reconhecimento concreto de tais direitos, discutindo-se, todavia, a sua natureza.
A tese dominante é de que se trata de poderes que o homem exerce sobre a sua própria pessoa248.
Na melhor monografia brasileira sobre o tema, ensina CARLOS ALBERTO BITTAR que o
“objeto desses direitos encontra-se nos bens constituídos, conforme Tobeñas, por determinados atributos ou qualidades físicas ou morais do homem, individualizados pelo ordenamento jurídico e que apresentam caráter dogmático. Assim é que têm sido considerados, em todos os países, pela doutrina, como na Itália: Ferrara, Venzi, Ruggiero, Pacifici-Mazzoni, Coviello, Gangi, Messineo, De Cupis, Rotondi e Degni; na França: Planiol, Ripert, Boulanger, Lindon; em Portugal: Pires de Lima e Antunes Varela; na Espanha: Martin Ballestero; no Brasil: Limongi França, Orlando Gomes, Milton Fer­nandes e outros tantos autores”.
Nessa mesma linha, ORLANDO GOMES afirma que tais direitos não têm por objeto a própria personalidade, não obstante recaiam em “manifestações especiais de suas projeções, consideradas dignas de tutela jurídica, principalmente no sentido de que devem ser resguardadas de qualquer ofensa”.
Portanto, os direitos da personalidade têm por objeto as projeções físicas, psíquicas e morais do homem, considerado em si mesmo, e em sociedade.
Acerca dos fundamentos jurídicos desses direitos, dois grupos bem distintos se digladiam:
a) a corrente positivista;
b) a corrente jusnaturalista.
A primeira corrente toma por base a ideia de que os direitos da personalidade devem ser somente aqueles reconhecidos pelo Estado, que lhes daria força jurídica. Não aceitam, portanto, a existência de direitos inatos à condição humana.
GUSTAVO TEPEDINO, citando PERLINGIERI, defende este posiciona­mento:
“os direitos do homem, para ter uma efetiva tutela jurídica, devem encontrar o seu fundamento na norma positiva. O direito positivo é o único fundamento jurídico da tutela da personalidade; a ética, a religião, a história, a política, a ideologia, são apenas aspectos de uma idêntica realidade (...) a norma é, também ela, noção histórica”.
Já a segunda linha de pensamento destaca que os direitos da persona­lidade correspondem às faculdades exercitadas naturalmente pelo homem, verdadeiros atributos inerentes à condiçãohumana. Tal visão, fortemente in­fluenciada pelo jusnaturalismo, tem encontrado respaldo na doutrina, pro­pugnando os seus defensores que, por se tratar de direitos inatos, caberia “ao Estado apenas reconhecê-los e sancioná-los em um ou outro plano do direito positivo – em nível constitucional ou em nível de legislação ordinária –, dotando-os de proteção própria, conforme o tipo de relaciomento a que se volte, a saber: contra o arbítrio do poder público ou as incursões de particulares”.
Independentemente da linha adotada, o importante é compreender que a dimensão cultural do Direito, como criação do homem para o homem, deve sempre conservar um conteúdo mínimo de atributos que preservem essa própria condição humana como um valor a ser tutelado.­
Interessante, por isso, é o posicionamento de Pietro Perlin­gieri, fundamentado originalmente no Direito italiano. Embora adote a corrente juspositivista, defende expressamente a atipicidade dos direitos da personalidade (o que se mostra importantíssimo pelo fato de o ordenamento italiano ter optado pela enumeração dos direitos da personalidade, em vez de ter estabelecido uma cláusula geral). Assim, a personalidade é vista como um valor a ser protegido juridicamente, mesmo estando em constante evolução. Haveria, assim, um direito geral da personalidade, atípico, semelhante ao previsto no art. 28 do Código Civil suíço, pelo que se vislumbra uma concepção aberta dos direitos da personalidade, notadamente na seguinte passagem:
“Onde o objeto da tutela é a pessoa, a perspectiva deve mudar; torna-se necessidade lógica reconhecer, pela especial natureza do interesse protegido, que é justamente a pessoa a constituir ao mesmo tempo o sujeito titular do direito e o ponto de referência objetivo de relação. A tutela da pessoa não pode ser fracionada em isoladas fattispecie concretas, em autônomas hipóteses não comunicáveis entre si, mas deve ser apresentada como problema unitário, dado o seu fundamento representado pela unidade do valor da pessoa. Este não pode ser dividido em tantos interesses, em tantos bens, em isoladas oca­siões, como nas teorias atomísticas”.
(...)
“Nenhuma previsão especial pode ser exaustiva e deixaria de fora algumas manifestações e exigências da pessoa que, mesmo com o progredir da so­ciedade, exigem uma consideração positiva. (...) O juiz não poderá negar tutela a quem peça garantias sobre um aspecto da sua existência que não tem previsão específica, porque aquele interesse já tem uma relevância ao nível de ordenamento e, portanto, uma tutela também em via judicial”.
Em artigo inédito a que tivemos a honra de ter acesso, “O embrião não implantado ‘in utero’ como sujeito de direito”, aponta FREDIE DIDIER JR.:
“É necessário visualizar a utilidade da discussão, para que se não torne bizantina. Identificamo-la em dois aspectos:
a) a questão da tipicidade dos direitos da personalidade;
b) a questão da possibilidade de o Estado-legislador poder dizer o que é e o que não é direito da personalidade: se os direitos da personalidade são universais ou relativos.
Primeiramente, indaga-se se o rol dos direitos da personalidade é exaustivo. Induvidosamente, a opção pela corrente jusnaturalista confere uma elasticidade maior na investigação da natureza de certas situa­ções que, não imaginadas pela mente humana, ao tempo da ‘declaração de direitos’, surgem como manifestação da evolução científica e tecnológica por que passa a sociedade e causam perplexidades, como o caso de que ora tratamos. A não exaustividade dos direitos da personalidade, portanto, é ponto de partida ineliminável.
Debruçando-nos sobre a história, e em apertada síntese, três elementos históricos contribuíram de forma decisiva para o desenvolvimento dessa teoria:
a) O advento do cristianismo, em que se ressalta a ideia de dignidade do homem como filho de Deus, reconhecendo a existência de um vínculo inte­rior e superior, acima das circunstâncias políticas que determinavam em Roma os requisitos para o conceito de pessoa (status libertatis, status civitatis e status familiae).
b) A Escola do Direito Natural, que assentou a concepção de direitos inatos ao ser humano, correspondentes à sua própria natureza, e a ela unidos de forma absoluta e preexistente ao reconhecimento estatal.­
c) A filosofia iluminista, que realçou a valorização do indivíduo em face do Estado.
5. Titularidade
Não há a menor dúvida de que o ser humano é o titular por excelência da tutela dos direitos da personalidade.
Todavia, vale destacar que o instituto alcança também os nascitu­ros, que, embora não tenham personalidade jurídica, têm seus direitos ressalvados, pela lei, desde a concepção, o que inclui, obviamente, os direitos da personalidade.
Outro aspecto cuja polêmica outrora existente por certo se diluirá com o novo Código Civil é em relação à pessoa jurídica.
Essa tese, inclusive, já havia sido consagrada jurisprudencialmente por súmula do Superior Tribunal de Justiça264, e, agora, o novo Código Civil põe fim à polêmica, estabelecendo expressamente:
“Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
. Características dos direitos da personalidade
Sendo direitos ínsitos à pessoa, em suas projeções física, mental e moral, os direitos da personalidade são dotados de certas características particulares, que lhes conferem posição singular no cenário dos direitos privados.
Assim, os direitos da personalidade são:
a) absolutos;
b) gerais;
c) extrapatrimoniais;
d) indisponíveis;
e) imprescritíveis;
f) impenhoráveis;
g) vitalícios. 
6.1. 
Caráter absoluto
O caráter absoluto dos direitos da personalidade se materializa na sua oponibilidade erga omnes, irradiando efeitos em todos os campos e impondo à coletividade o dever de respeitá-los.
Tal característica guarda íntima correlação com a indisponibilidade, característica estudada abaixo, uma vez que não se permite ao titular do direito renunciar a ele ou cedê-lo em benefício de terceiro ou da coletividade.
Generalidade
A noção de generalidade significa que os direitos da personalidade são outorgados a todas as pessoas, simplesmente pelo fato de existirem.
Extrapatrimonialidade
Uma das características mais evidentes dos direitos puros da personalidade é a ausência de um conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente, ainda que sua lesão gere efeitos econômicos.
Isso não impede que as manifestações pecuniárias de algumas espécies de direitos possam ingressar no comércio jurídico.
O exemplo mais evidente dessa possibilidade é em relação aos direitos autorais, que se dividem em direitos morais (estes sim direitos pró­prios da personalidade) e patrimoniais (direito de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica, perfeitamente avaliável em dinheiro) do autor.
Assim, é correto dizer que, em princípio, os direitos da personalidade são considerados extrapatrimoniais, não obstante, sob alguns aspectos, principalmente em caso de violação, possam ser economicamente mensurados.
Indisponibilidade
Preferimos utilizar a expressão genérica “indisponibilidade” dos direitos da personalidade, pelo fato de que ela abarca tanto a intrans­missibilidade (impossibilidade de modificação subjetiva, gratuita ou onerosa – inalienabilidade) quanto a irrenunciabilidade (impossibilidade de reconhecimento jurídico da manifestação volitiva de abandono do direito).
A intransmissibilidade, por sua vez, deve ser entendida como limitação excepcional da regra de possibilidade de alteração do sujeito nas relações genéricas de direito privado. Vale dizer, é intransmissível, na medida em que não se admite a cessão do direito de um sujeito para outro.
Como observa LUIZ ALBERTO DAVID ARAUJO,
“o fundamento dessa intransmissibilidade reside no fato de que não se pode separar a honra, a intimidade de seu titular. A natureza do objeto é que torna intransmissível o bem. É da essência da vida, da honra, da imagem, da intimidade. Não se pode conceber a vida de um indivíduo sem essas características.
ImprescritibilidadeA imprescritibilidade dos direitos da personalidade deve ser entendida no sentido de que inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo não uso. Ademais, não se deve condicionar a sua aquisição ao decurso do tempo, uma vez que, segundo a melhor doutrina, são inatos, ou seja, nascem com o próprio homem.
Faça-se uma ressalva: quando se fala em imprescritibilidade do direito da personalidade, está-se referindo aos efeitos do tempo para a aquisição ou extinção de direitos.
Não há como se confundir, porém, com a prescritibilidade da pretensão de reparação por eventual violação a um direito da personalidade.
Impenhorabilidade
Embora consequência lógica da indisponibilidade dos direitos da personalidade, a ideia de impenhorabilidade merece destaque especial.
Isso porque, como já se disse, há determinados direitos que se manifestam patrimonialmente, como os direitos autorais.
Os direitos morais de autor jamais poderão ser penhorados, não havendo, porém, qualquer impedimento legal na penhora do crédito dos direitos patrimoniais correspondentes. Sob o mesmo argumento, há que se admitir a penhora dos créditos da cessão de uso do direito à imagem.
6.7. Vitaliciedade
Os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa desde a primeira manifestação de vida até seu passamento.
Sendo inerentes à pessoa, extinguem-se, em regra, com o seu desaparecimento.
Destaque-se, porém, que há direitos da personalidade que se projetam além da morte do indivíduo, como veremos no caso do direito ao corpo morto (cadáver).
Além disso, se a lesão, por exemplo, à honra do indivíduo ocorrer após o seu falecimento (atentado à sua memória), ainda assim poder-se-á exigir judicialmente que cesse a lesão. 
Classificação dos Direitos da Personalidade
Assim, sem pretender esgotá-los, classificamos os direitos da personalidade de acordo com a proteção à:
a) vida e integridade física (corpo vivo, cadáver, voz);
b) integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, privacidade, segredo);
c) integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal).
. Direito à vida
O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, em seu art. 6.º, parte III, referindo-se ao direito à vida, dispõe que:
“1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei, e ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida”.
A vida é o direito mais precioso do ser humano.
Sem ela, nada existe, sendo o advento de seu termo final a única certeza de toda a humanidade.
Direito à integridade física
Correlato ao direito à vida, reconhece-se, também, o direito à integridade física.
De fato, o direito tutelado é, no final das contas, a higidez do ser humano no sentido mais amplo da expressão, mantendo-se, portanto, a incolumidade corpórea e intelectual, repelindo-se as lesões causadas ao funcionamento normal do corpo humano.
Um dos temas mais difíceis, neste ponto, diz respeito justamente aos limites do poder da vontade individual em confronto com a necessidade de intervenções médicas ou cirúrgicas.
Sobre o tema, dispõe, inclusive, o art. 15 do CC/2002:
“Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”.
Direito ao corpo humano
O direito à integridade física, por sua amplitude, compreende o direito ao corpo vivo e às suas partes integrantes.
Por sugestão didática, neste mesmo subtópico, estudamos, ainda, o direito ao corpo morto ou ao cadáver.
a) Direito ao corpo vivo
O corpo, como projeção física da individualidade humana, também é inalienável, embora se admita a disposição de suas partes, seja em vida, seja para depois da morte, desde que, justificado o interesse público, isso não implique mutilação, e não haja intuito lucrativo.
Nesse sentido, em relação ao próprio corpo, foi consagrada regra expressa no art. 13 do CC/2002, nos seguintes termos:
“Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”.
A Carta da República, em seu art. 199, § 4.º, prevê que “a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comer­cialização”.
A regulamentação desse dispositivo ocorreu com a edição da Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, posteriormente alterada pela Lei n. 10.211, de 23 de março de 2001, estabelecendo-se os seguintes requisitos para o transplante de órgãos entre pessoas vivas:
“Art. 9.º É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4.º deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea”.
Sendo ato de extrema responsabilidade, a autorização para o transplante, revogável até a intervenção cirúrgica, deverá ser dada pelo doador, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, especificando o tecido, o órgão ou parte do corpo a ser retirada.
A lei, entretanto, condiciona a doação inter vivos, limitando-a a:
a) órgãos duplos;
b) partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, além de corresponder a uma necessidade terapêutica compro­vadamente indispensável à pessoa receptora.
c) Direito ao corpo morto (cadáver)
O novo Código Civil também se preocupou com o tema, consoante se depreende da análise do seu art. 14:
“Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo”.
Se a personalidade jurídica termina com a morte da pessoa natural (mors omnia solvit), poder-se-ia defender, com bastante razoa­bilidade, que deixaria de existir também sobre o cadáver qualquer direito como emanação da personalidade jurídica.
Todavia, com fundamento na ideia de que é preciso proteger a dignidade do ser humano – e seus restos mortais lhe representam post mortem –, tem-se admitido a preservação, como direito da personalidade, do cadáver.
Com amparo nesta doutrina, a violação do cadáver deve ser admitida em duas hipóteses:
a) Direito à prova: em caso de morte violenta, ou havendo suspeita da prática de crime, é indispensável a realização do exame necroscópico, na forma da legislação processual penal em vigor (art. 162 do CPP).
b) Necessidade: admite-se a retirada de partes do cadáver para fins de transplante e em benefício da ciência, na estrita forma da legislação em vigor, e sem caráter lucrativo.
Direito à voz
A tutela da voz traduz a proteção jurídica de um importante componente físico de identificação do ser humano.
A voz do ser humano, entendida como a emanação natural de som da pessoa, é também protegida como direito da personalidade.
De fato, dispõe o inciso XXVIII, a, do art. 5.º da Constituição Federal de 1988:
“XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas”.
Embora se trate de um componente físico, que se agrega à noção de imagem303, ganha individualidade, identificando pessoas e estilos. Imagine-se, por exemplo, a antiga figura de Lombardi, companheiro inseparável, durante longos anos, do apresentador Silvio Santos, cujaimagem poucos conheciam, mas a voz era inconfundível.
Direito à integridade psíquica
Em um segundo plano de análise metodológica, toma-se a pessoa como ser psíquico atuante, que interage socialmente, incluindo-se nessa classificação o direito à liberdade, inclusive de pensamento, à intimidade, à privacidade, ao segredo, além do direito referente à criação intelectual, consectário da própria liberdade humana.
Nessa classificação, levam-se em conta os elementos intrínsecos do indivíduo, como atributos de sua inteligência ou sentimento, componentes do psiquismo humano.
A premissa da qual se deve partir para a adequada análise de todos os direitos psíquicos (liberdade, intimidade, segredo etc.) é a imperiosa necessidade jurídica de proteger a incolumidade da mente humana. Vale dizer, o direito à integridade mental é o direito-base, de onde surgem todos os demais. Por isso, a legislação pune, com rigor, a tortura psicológica304, além de não admitir o emprego de substâncias químicas ou do lie detector nos procedimentos de investigação policial.­
Direito à liberdade
O art. 5.º da Constituição Federal de 1988 é um verdadeiro monumento à liberdade, em todas as suas formas, seja na concepção mais individualizada até a consagração de liberdades coletivas.
Vários têm sido os enfoques com que se encara a liberdade (civil, política, religiosa, sexual etc.), com a enunciação de componentes próprios e distintos como a liberdade de locomoção, de trabalho, de exercício de atividade, de estipulação contratual, de comércio, de culto, de organização sindical, de imprensa, dentre outras.
Direito à liberdade de pensamento
Tomado em acepção mais abrangente, o direito de liberdade compreende a liberdade de pensamento.
Todavia, dada a sua peculiaridade de ser a forma de expressão da individualidade do ser humano, merece destaque como direito autônomo.­
A esse respeito, o inciso IV do art. 5.º da CF/88 estabelece expressamente que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
Como consequência da regra primeira, a “manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”, observado o disposto, obviamente, na própria Constituição, como preceitua o seu art. 220.
Seguindo a doutrina de MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, a liberdade de pensamento decompõe-se em:
a) liberdade do foro íntimo – por meio desse direito, ninguém pode ser constrangido a pensar deste ou daquele modo;
b) liberdade de consciência e crença – consagra-se a liberdade de opção quanto às convicções políticas, filosóficas e religiosas, devendo a lei resguardar também os locais de culto e das liturgias310.
7.3.3. Direito às criações intelectuais (autoria científica, artística e literária)
Em nosso entendimento, o direito às criações intelectuais é manifestação direta da liberdade de pensamento, razão por que o catalogamos no rol de direitos psíquicos.
A Constituição Federal, em seu art. 5.º, também alberga tais direitos, que podem ser conceituados como o resultado cultural do gênio humano nas diversas áreas do conhecimento:
“XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans­missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País”.
Direito à privacidade
Também considerada inviolável pelo inciso X do art. 5.º da CF, a vida privada é entendida como a vida particular da pessoa natural (right of privacy), compreendendo como uma de suas manifestações o direito à intimidade.
Trata-se de um direito da personalidade, cuja tutela jurídica veio a ser consagrada, também, no art. 21 do CC/2002, a saber:
“Art. 21. A vida privada da pessoa natural é invio­lável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.
Manifesta-se, principalmente, por meio do direito à intimidade, não obstante a proteção legal da honra e da imagem lhe seja correlata.
O elemento fundamental do direito à intimidade, manifestação primordial do direito à vida privada, é a exigibilidade de respeito ao isolamento de cada ser humano, que não pretende que certos aspectos de sua vida cheguem ao conhecimento de terceiro. Em outras palavras, é o direito de estar só.
Há vários elementos que se encontram ínsitos à ideia de intimidade: o lar, a família e a correspondência são os mais comuns e visíveis.
Com o avanço tecnológico, os atentados à intimidade e à vida privada, inclusive por meio da rede mundial de computadores (Internet), tornaram-se muito comuns. Não raro, determinadas empresas obtêm dados pessoais do usuário (profissão, renda mensal, hobbies), para tanto se tem a LGPD. 
Art. 2.º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:
I – o respeito à privacidade;
II – a autodeterminação informativa;
III – a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;
IV – a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V – o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI – a livre-iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VII – os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais”.
Trata-se de um importante avanço no direito positivo brasileiro.
Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico
A ideia de segredo abrange três esferas bem visíveis, a saber:
a) Segredo das comunicações: trata-se do direito à manutenção sigilosa das comunicações em geral, abrangendo o segredo epistolar (correspondência), telefônico e telegráfico. A tutela penal dá-se por meio da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996.
b) Segredo doméstico: é aquele reservado aos recônditos do lar e da vida privada. O direito ao segredo doméstico está firmemente relacionado à inviolabilidade do domicílio318. Cumpre-nos lembrar que o direito ao segredo doméstico se impõe, inclusive, entre parentes. A um irmão, por exemplo, não é dado invadir o quarto da irmã para subtrair o seu diário, violando o seu direito à intimidade e ao segredo. Os pais, todavia, no exercício regular do poder familiar, podem tomar ciência de assuntos pessoais dos filhos, sem que se caracterize violação aos direitos da personalidade.
c) Segredo profissional: aqui não se protege, como se poderia pensar, a vida privada ou o segredo de algum profissional, mas sim o direito da pessoa que teve de revelar algum segredo da sua esfera íntima a terceiro, por circunstância da atividade profissional deste (ex.: médicos, padres, advogados etc.).
A divulgação de segredo, seja particular ou profissional, é conduta típica prevista nos arts. 153 e 154 do vigente Código Penal brasileiro.
Direito à integridade moral
Os direitos da personalidade também objetivam tutelar a esfera moral da pessoa.
7.4.1. Direito à honra
Umbilicalmente associada à natureza humana, a honra é um dos mais significativos direitos da personalidade, acompanhando o indivíduo desde seu nascimento, até depois de sua morte.
Poderá manifestar-se sob duas formas:
a) objetiva: correspondente à reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta no seio da sociedade;
b) subjetiva: correspondente ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade.
Trata-se, também, de um direito da personalidade alçadoà condição de liberdade pública, com previsão expressa no inciso X do art. 5.º da CF/88, in verbis:
“X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Como se sabe, a tutela penal da honra dá-se, fundamentalmente, por meio da tipificação dos delitos de calúnia, difamação e injúria, previstos nos arts. 138, 139 e 140 do CPB, além dos próprios crimes de imprensa, delineados na Lei n. 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.
Direito à imagem
Segundo a metodologia de classificação que reputamos mais adequada, o direito à imagem deve ser elencado entre os direitos de cunho moral, e não ao lado dos direitos físicos320. Isso porque, a par de traduzir a forma plástica da pessoa natural, os seus reflexos, principalmente em caso de violação, são muito mais sentidos no âmbito moral do que propriamente no físico.
A garantia de proteção à imagem, como se verifica do último dispositivo constitucional transcrito, é considerada, também, um direito fundamental.
Mas como se conceitua a imagem?
A imagem, em definição simples, constitui a expressão exterior sensível da individualidade humana, digna de proteção jurídica.
Para efeitos didáticos, dois tipos de imagem podem ser concebidos:
a) imagem-retrato – que é literalmente o aspecto físico da pessoa;­
b) imagem-atributo – que corresponde à exteriorização da personalidade do indivíduo, ou seja, à forma como ele é visto socialmente.
No conceito de imagem-retrato, há quem diferencie, como ANTÔNIO CHAVES, o conceito de reprodução gráfica da imagem e a fisionomia, entendida esta última como “o conjunto das feições do rosto: aspecto, ar, cara, rosto, conjunto de caracteres especiais”.
Direito à identidade
O direito à identidade traduz a ideia de proteção jurídica aos elementos distintivos da pessoa, natural ou jurídica, no seio da sociedade.
Em tópico anterior, já desenvolvemos longas considerações sobre o nome civil, valendo, porém, lembrar os dispositivos pertinentes do CC/2002, no capítulo relativo aos direitos da personalidade:
“Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
Em momento oportuno, ao tratarmos do Direito Empresarial e Societário, teceremos as devidas considerações acerca do nome comercial, lembrando, desde já, que o direito à identidade também é atributo da pessoa jurídica.
8. A proteção dos direitos da personalidade
A proteção dos direitos da personalidade dá-se em vários campos do ordenamento jurídico, desfrutando, assim, de estatutos disciplinadores diversos, variáveis em função do enfoque adotado.
Em linhas gerais, a proteção dos direitos da personalidade poderá ser:
a) preventiva – principalmente por meio do ajuizamento de ação com postulação de tutela inibitória (p. ex.: multa cominatória)326, objetivando evitar a concretização da ameaça de lesão ao direito da personalidade;
b) repressiva – por meio da imposição de sanção civil (pagamento de inde­nização) ou penal (persecução criminal) em caso de a lesão já haver se efetivado.
O novo Código Civil, consagrando as duas formas de proteção jurídica, em seu art. 12, prevê que:
“Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem pre­juízo de outras sanções previstas em lei.

Mais conteúdos dessa disciplina