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Resenha Crítica do livro UM TOQUE DE CLÁSSICOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ- CAMPUS SOBRAL
DISCIPLIINA DE ECONOMIA E SOCIEDADE
PROFESSORA ALESANDRA BENEVIDES
Um toque de clássicos - MARX, DURKHEIM e WEBER de Tania Quintaneiro, Maria Ligia de Oliveira e Márcia Gardênia Monteiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2° edição revista e ampliada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
CREDENCIAIS DAS AUTORAS DA OBRA
Tania Quintaneiro é graduada em Ciências Sociais, com mestrado em Ciência Política pela UFMG onde se aposentou como professora do Departamento de Sociologia e Antropologia da mesma instituição;
Maria Ligia de Oliveira Barbosa é socióloga, tem doutorado pela Universidade Federal de Campinas e pós-doutorado em Economie e Sociologie de i’Education pelo Institute pour la Recherche, na Universidade da Borgonha;
Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira é professora da UFMG e coautora de Labirintos simétricos: introdução à teoria sociológica de Talcott Parsons (Editora UFMG, 2002)
O capítulo “Karl Marx” foi produzido por Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira e Tania Quintaneiro, o “Émile Durkheim” foi escrito por Tania Quintaneiro, e o “Max Weber” é de autoria de Maria Ligia de Oliveira Barbosa e Tania Quintaneiro. Nesta edição revista e ampliada o objetivo é tentar superar aqueles que pensamos ser os principais problemas enfrentados pelos que se iniciam na obra dos três grandes clássicos da sociologia - Marx, Durkheim e Weber. Entre tais obstáculos encontram-se as dificuldades de acesso e compreensão dos textos originais e o alto grau de abstração das interpretações avançadas.
SÍNTESE DA OBRA
Em Um toque de clássicos, as autoras buscam simplificar a compreensão da Sociologia como saber científico, tratando das mudanças desinentes da industrialização nos âmbitos econômicos, políticos e sociais, bem como das correntes de pensamentos que antecederam a Sociologia e serviram como base para a modernidade europeia. Além do impacto das mudanças provocadas pela Revolução Industrial, Revolução Francesa e Reforma Protestante; nos apresentando as principais linhas de pensamento de Marx, Durkheim e Weber, desenvolvidas diante dos cenários históricos acima citados.
Em “Karl Marx”, os principais tópicos estudados são: Materialismo- Marx busca analisar a sociedade capitalista do ponto de vista material e pela óptica do método dialético. Segundo essa perspectiva materialista todo fenômeno social ou cultural é efêmero e histórico, sendo o primeiro fato histórico a produção da vida material. Em sua obra, Karl Marx aponta como primeiro pressuposto da existência humana, a produção dos meios que permitem satisfazer as necessidades físicas fundamentais para que os mesmos vivam e façam história, trata-se portanto da produção e reprodução da própria vida material. Aqui, o sociólogo faz uma comparação entre os seres humanos e os animais, onde ressalta que ao contrário dos animais, que agem de forma inconsciente e produzem apenas para satisfazer suas necessidades físicas imediatas, o ser humano produz para além das necessidades imediatas da sua própria espécie. De fato, o ser humano ultrapassa as condições naturais, produzindo também segundo as leis da beleza, o que significa que ele não determina apenas o consumo, mas também como irá consumir, tornando-se assim, um consumidor. Para Marx, esse processo de ação produtiva torna-se necessário, pois é por meio deste que o homem, não só humaniza a natureza como também cresce como indivíduo, constituindo a “história dos homens”-; Relações Sociais- Embora a sociedade seja “o produto da ação recíproca dos homens”, ela não é uma obra que eles realizam de acordo com seus desejos particulares; para Marx a estrutura de uma sociedade depende do estado de desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações sociais de produção que lhes são correspondentes. O conceito de relações sociais de produção refere-se às formas estabelecidas de distribuição dos meios de produção e do produto, e o tipo de divisão do trabalho numa dada sociedade e em um período histórico determinado, ou seja, o modo como os indivíduos cooperam entre si na produção. Porém, ainda que a cooperação seja uma relação social de produção, ela pode surgir apenas tendo em vista interesses particulares, como o de aumentar a produtividade do trabalho ou a quantidade de trabalho explorado-; Classes Sociais e suas lutas- É possível ler em Marx que o surgimento das classes sociais se dá através do excedente de produção e o surgimento da propriedade privada dos meios de produção, acentuando a exploração da classe proletária. O sociólogo não deixou uma teoria sistematizada sobre classes sociais, mas ainda assim, é possível compreender que para ele, as lutas de classes são o motor da história, já que as principais transformações estruturais são impulsionadas por meio das lutas de classes, tendo a classe exploradora como o principal agente da mudança. E que essa luta, conduz à ditadura do proletariado, que consiste na transição para a abolição de todas as classes, a fim de uma sociedade sem classes-; Capitalismo- Na sua obra madura, O Capital, seu principal foco é a sociedade capitalista, de onde ele tira a mercadoria (o produto ou a força de trabalho) como unidade analítica mais simples, composta por dois fatores: valor de uso e valor de troca. Em troca do que necessita, cada um oferece o fruto de seu próprio labor, ainda que na forma de moeda. Segundo o filósofo alemão, as relações de produção capitalistas implicam na existência do mercado, onde também a força de trabalho é negociada por um certo valor entre o trabalhador livre e o capital, sendo a única mercadoria que pode produzir mais riqueza do que seu próprio valor de troca. Mas embora a sociedade capitalista baseie-se na ideologia da igualdade, o valor que o trabalhador pode produzir durante o tempo em que trabalha para aquele que o contrata é superior àquele pelo qual vende suas capacidades Em função das relações sociais de produção capitalistas, o valor que é produzido durante esse tempo de trabalho excedente ou não-pago é apropriado pela burguesia; esse valor, é chamado mais-valia e sua taxa expressa o grau de exploração da força de trabalho pelo capital. A burguesia cumpriu, então, um papel revolucionário, sua ação destruiu os modos de organização do trabalho, as formas da propriedade no campo e na cidade; debilitou as antigas classes dominantes como a aristocracia feudal e o clero, substituiu a legislação feudal e eliminou os impostos e obrigações feudais dentre outras ações. Tamanho era seu poder revolucionário, que fascinava Marx e Engels, atuando naquele momento como a mais nítida expressão da modernidade e do processo de racionalização. Todavia, essa nova sociedade não aboliu as contradições entre as classe, apenas substituiu-as por outras novas, dividida em duas grandes classes que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado; E é ao proletariado que é atribuído por Marx e Engels, o papel de agente transformador da sociedade capitalista, uma vez que, segundo a opinião dos mesmos, somente ele seria uma classe verdadeiramente revolucionária- e o Comunismo- É através de uma revolução proletária que Marx acreditava que instalar-se-ia uma nova forma de organização social, o comunismo. A sociedade comunista seria o resultado de uma “reconstrução consciente da sociedade humana”, pondo fim à “pré-história da humanidade”. Marx afirma ainda que “o comunismo é a forma necessária e o princípio dinâmico do futuro imediato, mas o comunismo em si, não é a finalidade do desenvolvimento humano, a forma da sociedade humana”. Garantiria apenas que a divisão do trabalho passasse a obedecer aos interesses de toda a sociedade. Muito ainda há para se falar sobre o pensamento marxista, mas para melhor entendimento, torna-se fundamental uma análise mais profunda de sua obra-. É em cima desses tópicos que Marx desenvolve seu pensamento de maneira demasiada complexa e, em determinadoponto, contrária a sua “consciência filosófica” anterior, que tinha como principal influência o idealismo de Hegel. As autoras tentam abordar os assuntos de maneira resumida e simples apesar das dificuldades decorrentes de sua complexidade.
Em “Émile Durkheim”, vemos que a Sociologia começou a se consolidar enquanto disciplina acadêmica e a inspirar rigorosos procedimentos de pesquisa a partir das reflexões de Émile, o positivismo foi a corrente de pensamento que teve maior influência sobre o método de investigação que ele elegeu como o mais correto para a coleta dos dados, a fim de que a Sociologia ultrapassasse os obstáculos impostos pelas noções vulgares e pela afetividade. Tendo a maior parte de sua vida transcorreu durante a Terceira República Francesa, época que caracterizou-se pela instabilidade política e pelas guerras civis; onde a sociedade europeia mostrava-se a seus olhos ainda pouco integrada e cheia de contradições, a família e a religião acusavam sinais do enfraquecimento de suas antigas funções, ele acreditava ser necessário descobrir novas fontes de solidariedade e de consenso entre os membros da sociedade para fortalecer sua coesão. Em sua obra, destaca-se como principais ideias: A Especificidade do Objeto Sociológico e o Método de Estudo da Sociologia- Segundo Durkheim a sociologia era a ciência composta de todo produto comportamental instituído pela coletividade. Na fase positivista acreditava-se que para uma ciência se tornar autônoma necessitava-se de um objeto próprio que no caso da sociologia seriam os fatos sociais, que tinham existência própria indiferente das manifestações individuais- ou seja, os fatos sociais eram imutáveis diante da vontade individual- e quem em sua soma poderiam ou não alterar a vida daquela determinada sociedade; da perspectiva do autor, a sociedade não é o resultado de um somatório dos indivíduos vivos que a compõem ou de uma mera justaposição de suas consciências. A sociedade então, mais do que uma soma, é uma síntese e, por isso, não se encontra em cada um desses elementos; Nesse ponto, o autor defende a ideia de que a sociedade não é limitada, ela se transforma segundo as maneiras de agir do indivíduo, quando menos consolidados, ou das maneiras de ser, quando já cristalizados. Para se comprovar os fatos sociais, é necessário a internalização dos mesmos por processo educativo, e se esses fatos precisam ser transmitidos por meio de aprendizagem é porque são externos ao indivíduo. Uma das expressões dos fatos sociais são as “representações coletivas”, estas são constituídas ao longo do tempo por várias gerações, e se presume que sejam mais estáveis que as individuais, então nascem os conceitos. Os valores sociais são também fundamentais no conjunto dos fatos sociais, esses valores são instituídos no seio da sociedade e que naturalmente exercem sobre todos uma certa consequência pela violação destes valores. Durkheim também estabelece regras para se analisar o fato social, a primeira e mais importante é: considere os fatos sociais como coisas. Pois para o autor, ”é coisa todo objeto que a inteligência não penetra de maneira natural, tudo o que o espírito não pode chegar a compreender senão sob a condição de sair de si mesmo, por meio da observação e da experimentação”, o sociólogo, portanto, tem que ser maleável às mudanças sociais e estar aberto ao novo, a fim de compreendê-lo. Daí segue-se algumas outras regras: afastar sistematicamente as pré-noções; definir previamente os fenômenos tratados à partir dos caracteres exteriores que lhes são comuns e considerá-los independentemente de suas manifestações individuais de maneira mais objetiva possível. Assim consegue ao se deparar com algo separar sua pré-noção do fato para conseguir enxergar os diversos pontos que estão ali entre “as coisas” e ele próprio-; A Dualidade dos Fatos Morais- As regras morais de uma sociedade são preceitos fundamentais para a conduta do homem como um ser social, e estamos intimamente ligados à elas com todas as nossas forças, pois temos para com a sociedade um sentimento de estarmos protegidos e tudo que ameaça elevar a sua vitalidade, eleva também a nossa. Você se torna um ser livre de constrangimento numa sociedade que busca o bem comum e esquece o bem pessoal. Durkheim nos mostra que a Solidariedade Social é a responsável pela coesão entre os membros do grupo e que a mesma varia de um modelo de organização social para outro-; Coesão, Solidariedade e os Dois Tipos de Consciência- Segundo o sociólogo francês, possuímos duas consciências: Uma, seria comum e não representaria nosso eu em essência, mas meramente as influências da sociedade em nós; a outra seria o nosso intrínseco, a que faria de nós um indivíduo. A junção das duas consciências seria portanto, o ser social. A coesão aparece então. Como a conformidade de todas as consciências particulares a um tipo comum. Os laços que unem os indivíduos entre si e ao próprio grupo constituem a solidariedade, a qual pode ser orgânica ou mecânica-; Os Dois Tipos de Solidariedade- A solidariedade é dita mecânica, quando liga diretamente o indivíduo à sociedade sem nenhum intermediário, constituindo-se de um conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os membros do grupo: chamado tipo coletivo. Com a intensificação das relações sociais, os participantes dessas sociedades passam a estar em contato suficiente entre si, e desse modo reagem aos demais desde o ponto de vista moral. A condensação da sociedade, ao multiplicar as relações intersociais, leva ao progresso da divisão do trabalho. À medida que se acentua a divisão do trabalho social, a solidariedade mecânica se reduz e é gradualmente substituída por uma nova: a solidariedade orgânica ou derivada da divisão do trabalho. Segundo Durkheim, somente há indivíduos no sentido moderno da expressão, quando se vive numa sociedade altamente diferenciada, ou seja, onde a divisão do trabalho está presente, e na qual a consciência coletiva ocupa um espaço já muito reduzido em face da consciência individual. Durkheim utiliza a explicação de normas do direito para mostrar como ele está presente nesse tipo de solidariedade na mecânica e na orgânica. Na mecânica quem comete erro é julgado por todos e o veredito é o do desposto onde a pena é aplicada por meio de tortura e cortiços degradante sendo possível chegar à morte, isso serve para assegurar a força do clã e de seu chefe, e faz monte as crendices vivas, esse comportamento punitivo é aprofundado nas regras e costumes, pois é uma vingança contra aqueles que violaram algum forte sentimento compartilhado que tenha para à sociedade função central de assegurar sua unidade coletiva. Para Durkheim não existe força moral superior àquela que não seja a força coletiva, mas às vezes essa pena é passada para pessoas ou familiares que são inocentes se tornando mecânicas e emocionais, pois tem o propósito de punir, mas nem sempre pune as pessoas certas, pois são movidas à paixão, atinge inocentes. Tudo isso a fim de que a coesão seja protegida. Já numa sociedade onde se desenvolveu a divisão do trabalho, as tarefas específicas a certos setores já não são comuns a todos, e tampouco poderiam sê-lo o sentimento que seu descumprimento gera. Embora possa haver entre as regras algumas relações sujeitas ao Direito Penal, elas em geral são estranhas ou atingem debilmente a consciência comum. Com isso, Durkheim sentia a necessidade de uma nova moralidade que se desenvolvesse a uma velocidade semelhante àquela em que se dava o crescimento industrial e econômico-; Moralidade e Anomia- Para o sociólogo, “moral é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo”, e conflitos e desordens seriam os sintomas da anomia jurídica e moral presentes na vida econômica. Ressalta-se um ponto importante e verídico, onde o autor enfatiza que, embora a atividade econômica venha acompanhando a civilização, esta não tem,por si só, nada de moralmente obrigatório nem tem servido ao progresso da moral. Enfim, sendo a divisão do trabalho um fato social, seu principal efeito não é aumentar o rendimento das funções divididas, mas produzir solidariedade. Se isto não acontece, é sinal de que os órgãos que compõem uma sociedade dividida em funções não se autorregulam, com isso, não podem garantir o equilíbrio e a coesão social e o estado de anomia é iminente. O estudioso francês faz ainda analogias de vários tópicos sociais com a moral, a exemplo, moral e vida social e moral e religião, explicando detalhadamente o impacto que cada um tem na sociedade. A obra de Durkheim é a que apresenta melhor abordagem das autoras, sendo de fácil compreensão. 
Na Alemanha de Weber a situação social e política era bastante distinta daquela que vigorava em boa parte do continente europeu. Sua industrialização foi retardatária em relação à da Inglaterra e à da França, faltando-lhe uma burguesia economicamente forte, politicamente audaz e com um certo grau de prestígio social. Assim. Nesse quadro de transformações estruturais, a pequena burguesia germânica perdeu espaço social e político e acabou por ensaiar uma reação contra certos aspectos do capitalismo industrial que vinha se instalando no país. Em “Max Weber”, nota-se que o mesmo era crítico do capitalismo - ou melhor, da sociedade racionalizada, burocratizada e desencantada - Weber tem uma atitude resignada diante desses processos que considera inevitáveis e inerentes à evolução do dito sistema. É o chamado “anticapitalismo romântico” que marca de forma definitiva seu pensamento. Sua obra possuía seguinte divisão: A Objetividade do Conhecimento e os Tipos Ideais- Segundo Weber é necessário afastar os juízos de valor da análise da vida social. Porque os juízos de valor são impressões da realidade não possuindo, portanto, validade objetiva, já que o saber científico objetivo busca ver a realidade como ela é. Max Weber afirma a impossibilidade da busca da verdade científica pelas leis que explicam os objetos, isso porque o objeto das ciências sociais é histórico, mutável, dinâmico e imprevisível. O tipo ideal é um conceito racional construído através de ideias, com a finalidade de comparação com a realidade que, em sua essência, já difere em substância desta elaboração racional, um modelo de interpretação-investigação. E ele usará esse “modelo ideal” como base para analisar as sociedades e as formas de ação-; Ação e Ação Social- A ação é definida por Weber como toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação. Quando uma orientação é obtida cm base na ação de outro individuo, pode ser chamada então de ação social. Somente a ação com sentido pode ser compreendida pela Sociologia, levam-se em conta tanto as conexões de sentido racionais quanto as não-racionais. Weber constrói quatro tipos puros, ou ideais, de ação: a ação racional com relação a fins que visa a obtenção do resultado de um objetivo previamente definido. A ação racional com relação a valores, quando o indivíduo considera apenas suas convicções pessoais e sua fidelidade a elas, como ser honesto. A ação tradicional, hábitos e costumes enraizados, como por exemplo, comemorar o natal. E a ação afetiva que é inspirada em emoções imediatas, o indivíduo pratica a ação porque se sente bem-; Relação Social- Para o estudo de grandes grupos humanos Weber propõe então um outro conceito que é importante para a assimilação do seu pensamento... O de relação social. A relação social é movida por expectativas e realizações dessas expectativas. Quando um indivíduo se integra a um grupo ele tem seus motivos para desejar fazer parte dele, assim como o grupo tem seus motivos para aceita-lo a eles. Se um dos dois não cumprirem a expectativa estipulada pelo outro, essa relação se rompe-; A Dominação- Segundo Weber o que mantém essas expectativas vivas por um longo espaço de tempo são as manifestações do poder, que podem se transformar em situações de dominação. Poder significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade. Já a dominação é a capacidade de encontrar a obediência em um determinado grupo de pessoas. São três os tipos de dominação legítima: A racional/legal: Na crença. As pessoas obedecem por que a lei deve ser cumprida, gostando ou não). A tradicional: A que se impõe pelos costumes, as pessoas herdam isso e obedecem por que sempre foi assim. E a carismática: Na crença que o líder tem qualidades excepcionais, o líder passa inspiração e motivação-; Carisma e Desencantamento do Mundo- As formas de dominação tradicionais ou racionais podem ser rompidas pelo surgimento do carisma que institui um tipo de dominação que se baseia na entrega extra cotidiana à santidade, heroísmo ou exemplaridade de uma pessoa e às regras por ela criadas ou reveladas. Em algum momento de seu exercício e mesmo para manter-se, a dominação carismática tende a tornar-se tradicional ou racional-legal, o que é chamado de rotinização ou cotidianização do carisma-; A Sociologia da Religião- Na ordem religiosa também existe luta pelo domínio e Weber considera esse fenômeno fundamental para a transformação das práticas econômicas e da estrutura das sociedades modernas. Igreja é definida como uma associação para dominação, que utiliza a salvação como meio de coação exercida por um quadro administrativo que pretende ter o monopólio legítimo dessa coação. De acordo com o conteúdo da religião, todos poderão alcançar a salvação será alcançada através da redenção, absolvição, predestinação e pela fé-; Racionalização e Burocracia- A maior marca de Weber está na idéia de que o mundo tende à racionalização em todas as esferas da vida social. E na sociedade ocidental a forma mais eficaz de dominação pela racionalização é através da burocracia, que caracteriza por: ordens previsíveis e estáveis, todos possuem direitos e deveres, as funções são claramente determinadas e ocupadas pela especialização correta. Ela garante precisão, velocidade, clareza, unidade, especialização de funções, redução do atrito, dos custos, entre outros-; Racionalização e Capitalismo- Sobre o capitalismo, Weber o vincula à racionalização da vida prática, buscando uma relação entre valores e condições do estabelecimento do capitalismo, notando que seu desenvolvimento favorecia “uma vida econômica racional e burguesa”. Para obter o máximo do lucro, as empresas capitalistas organizam sua produção de modo racional, afastando ao máximo as irracionalidades dos afetos e das tradições, libertando-se de um espírito religioso. Chama de vocação a dedicação ao trabalho e explica que o mal não está na posse da riqueza, mas no seu uso para o prazer, preguiça e o luxo. Nem tão complexa quanto Marx, nem tão didática quanto Durkheim, a obra de Weber permitiu um abordagem clara e compreensível.
CONCLUSÕES DAS AUTORAS
Ao final de cada capítulo, as autoras apresentam conclusões sobre a obra citada.
Karl Marx: “A complexidade do objeto que o marxismo procura analisar - a gênese das sociedades humanas, suas estruturas econômicas, sociais, políticas, ideológicas e os vínculos que mantém entre si, suas contradições internas e o que as sociedades contemporâneas podem anunciar - resultou num rico manancial tanto de ideias como de equívocos. É impossível catalogar todos os trabalhos que se propuseram a interpretá-lo, a condensá-lo e a rastrear conceitos que se disseminaram por toda a obra marxista em que tomaram formas distintas.”
Émile Durkheim: “Embora o método positivista - abraçado pelo autor em seu esforço de constituir uma Sociologia dotada de sólidas bases empíricas - tenha por vezes confundido analistas mais apressados que o identificaram com as tendências conservadoras do pensamento político e social da época, Durkheim esteve atento para o surgimento de novas crenças, ideais e representações, gerados em períodos revolucionários ou de grande intensidade davida social, capazes de extinguir o “frio moral” pelo qual passavam as sociedades industriais. A obra de Durkheim, impulsionada pelo grupo de brilhantes intelectuais e pesquisadores que se formou, graças à sua liderança, em torno da revista L’Année Sociologique teve um impacto decisivo na Sociologia. Sua influência é particularmente visível no caso dos estudos sobre a Sociologia da religião e os sistemas simbólicos de representação.”
Max Weber: “A gama de temas e de possibilidades que são abertos por Weber são a demonstração de que se trata de um clássico no sentido mais vigoroso da expressão. A complexidade e a abrangência de sua Sociologia, portanto, tornam difícil a tarefa de sintetizar toda a riqueza teórica nela contida. Procurar a unidade de sua obra é como montar um quebra-cabeça - atraente e instigante - que permite múltiplas combinações.”
APRECIAÇÃO DA OBRA RESENHADA
Ao estudar, sintetizar e simplificar as obras dos sociólogos Marx, Durkheim e Weber, as autoras demonstraram bastante imparcialidade com as linhas de pensamentos dos mesmos, não permitindo que em nenhum momento a essência das obras fossem afetadas por suas opiniões particulares. Admira-se a ideia de dar à leitura desses clássicos uma melhor compreensão, por meio da simplificação da obra, e ressalta-se a sua relevância para aqueles estudantes que estão adentrando, em um nível inicial aos estudos da Sociologia. No mais, apesar de grande parte do conteúdo possuir um elevado grau de complexidade, acredito que as autoras obtiveram sucesso em seu objetivo.
Edna Maria do Nascimento Tavares, graduanda do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará- Campus Avançado de Sobral.
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