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1 UNIDADE VIII- TÉCNICA LEGISLATIVA 1- CONCEITO Consiste na criação do Direito escrito, positivado e pressupõe conteúdo e forma. O conteúdo é o composto normativo, o objetivo da norma; a forma é a técnica, como a norma aparece no mundo. “É a arte de dar às Normas Jurídicas expressão exata; de vestir com as palavras mais precisas os pensamentos que encerra a matéria de um direito positivo; a arte que todo legislador deve dominar, porque o Direito que surge tem de achar suas expressões em Normas Jurídicas.” Rudolf Stammler – La Génesis delDerecho 2- OBJETIVO A disciplina Técnica Legislativa objetiva estudar o Processo Legislativo e a apresentação formal e material das Normas Jurídicas. A) Processo Legislativo: consiste na elaboração do ato legislativo, aqui entendido como o direito escrito. O processo legislativo vem previsto na Constituição Federal. B) Apresentação Formal e Material: consiste na análise dos assuntos e redação dos atos legislativos. A elaboração, redação, alteração e consolidação das leis são disciplinadas pela Lei Complementar n.º 95 de 26 de Fevereiro de 1998. Torna-se importante o estudo desta disciplina para os estudantes de Direito e para os que querem seguir a vida pública, sendo muito utilizado também na elaboração de estatutos e regimentos das pessoas jurídicas e contratos sociais. 3- APRESENTAÇÃO FORMAL DOS ATOS LEGISLATIVOS 3.1- Conceito: relaciona-se à estrutura do ato, às partes que o compõem. 3.2- Divisão do Ato Legislativo: Preâmbulo, Corpo ou texto, Disposições Complementares, Cláusulas de Vigência e Revogação, Fecho, Assinatura e Referenda. 3.2.1- Preâmbulo 2 Palavra oriunda do latim: pre(antes) ambulare(marchar, prosseguir). Parte preliminar às disposições normativas do ato; contém elementos necessários à identificação do ato legislativo, mas não contém elementos normativos. Subdivide-se em: Epígrafe, Rubrica ou Ementa (que compõem o Título), Autoria ou Fundamento Legal, Causas Justificativas, Ordem de Execução- mandado de cumprimento. Epígrafe: (grego – epigrapheus- epi=sobre,graphô= escrever) É a primeira parte do ato legislativo e traz a espécie, o tipo do ato (se lei, medida provisória, decreto); o número do ato e a data de assinatura. Serve também para situar o ato na hierarquia das fontes formais do Direito e para facilitar a pesquisa. Ex.: “Lei 10.246 de 10 de Janeiro de 2002” Rubrica/Ementa: define o assunto disciplinado pelo ato; encontra-se em destaque no ato legislativo. Ex.: “Institui o Código Civil” Importante neste tópico, para fins de identificar o assunto de que trata a norma jurídica, destacar o conceito de normas atópicas ou heterotópicas: que são aquelas que pertencem a ramo de direito diverso do tratado no ato legislativo. Ex.: - direito ao silêncio do réu no interrogatório (norma de direito material prevista no direito processual – CPP); - direito de não depor pelo sigilo profissional (código de ética das profissões – direito material, previsto no CPC – parte não é obrigada a depor). Autoria: segue a rubrica e indica de onde partiu o ato, ou seja, quem o elaborou. Ex.: Quando autoria do Executivo: “O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o item IV, artigo 84, CF...” – Lei 9494, 10.09.97 (disciplina a aplicação da Tutela antecipada contra a Fazenda Pública – após Medida Provisória) Quando autoria do Legislativo: “O Presidente da República – Faço saber que o Congresso Nacional e eu sanciono” – Lei 10.406 de 10.01.02 Causas justificativas: atualmente não é muito utilizado; mas serve para o Legislador declarar as razões que o levaram a editar o ato; Para Platão, como o Estado possui função pedagógica, o legislador deve expor a finalidade do ato para a população, sendo esta, portanto, a finalidade das causas justificativas do ato legislativo. 3 As causas justificativas subdividem-se em Considerandos e Exposição de Motivos. *Considerandos: quando o ato legislativo possui grande importância social e para a vida nacional ou quando vai reformular e provocar impacto na opinião pública; visa dar satisfação aos jurisdicionados e os preparar psicologicamente para que a norma se torne eficaz. Ex.: Declaração Universal dos Direitos Humanos. *Exposição de Motivos: outra modalidade de justificação dos atos legislativos, mas que é única dos Códigos. É ampla, analítica e elaborada pelos autores dos anteprojetos dos códigos. Indica as inovações incorporadas ao texto e suas fontes, teorias consagradas, etc. Ex.: Exposição de Motivos do CPC – 1972. Ordem de Execução ou Mandado de Cumprimento: é a parte que encerra o preâmbulo, que dá a ordem de cumprimento do ato apresentado. Ex.: Decreta, resolve (atos do Executivo);Faço saber, Congresso Nacional decreta e eu sanciono (atos do Legislativo). 3.2.2- Corpo/Texto É a parte substancial do ato; concentra efetivamente a Norma Jurídica. 3.2.3- Disposições Complementares Nos atos legislativos extensos (Constituição Federal, Códigos) o conteúdo normativo é dividido em capítulos. Estas disposições contêm orientações variadas, mas necessárias à aplicação do texto normativo. Podem ser preliminares, gerais e transitórias. *Preliminares: antecedem as regras principais e fornecem os esclarecimentos prévios, como a localização da lei no tempo e espaço, os objetivos do ato, definições de termos, etc. Serve como instrumento para o ato entrar em execução. Ex. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro 1916, hoje, Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro- DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. *Gerais: as preliminares não se referem aos fatos regulados no ato; já as gerais e finais vinculam-se às questões materiais da lei. Nos Códigos mais extensos, se de interesse a apenas uma parte da lei, figuram logo após o capítulo ou seção; quando aplicáveis a todo o texto, vem no final do ato (finais). *Transitórias: contém normas que regulam situações passageiras, transitórias, que, após cumpridas, perdem sua finalidade, não podendo figurar no corpo da lei, mas no final do ato. 4 3.2.4- Cláusulas de Vigência e Revogação São as partes que encerram o ato legislativo. *Vigência: consiste na data em que o ato se tornará obrigatório. Ex.: normalmente é na data de publicação ou 45 dias após sua publicação. Ex.: artigo 1º LINDB Vacacio legis: intervalo entre a publicação e o início da vigência. *Revogação: quando a lei se refere a tos que perderão sua vigência com a nova lei (art. 2º, § 1º LINDB- lei posterior revoga anterior quando expressamente o declare; quando for com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria da lei anterior.) Ex.: “Ficam revogadas as disposições em contrário.” 3.2.5- Fecho É a parte do ato legislativo que indica o local e a data de assinatura, e os anos que são passados da Independência e Proclamação da República (que simbolizam uma homenagem do legislador brasileiro aos dois fatos mais significativos da História Brasileira). Ex.: Código Civil- Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181º da Independência e 114º da República. 3.2.6- Assinatura É o ato que garante a autenticidade do ato, como documento que é, necessita da aposição da assinatura da autoridade que o promulga. 3.2.7- Referenda Consiste no fato de os Ministros de Estado acompanharem a assinatura presidencial na esfera Federal. Ato simbólico que demonstra uma corresponsabilidade pelaedição do ato. Atualmente não é essencial à validade dos atos presidenciais, mas constitui praxe importante, mostrando a coesão existente entre as autoridades que administram o Brasil. 4- APRESENTAÇÃO MATERIAL DOS ATOS LEGISLATIVOS Critério metodológico que serve para imprimir um sentido de ordem lógica aos atos legislativos e proporcionam ao Direito uma forma prática de exteriorização. São artigos, subseções, seções, capítulos e títulos, sendo que os artigos são a forma principal de apresentação material do ato legislativo, sendo os demais elementos 5 divisão deles (parágrafos, incisos, alíneas) ou agrupamento deles (subseções, seções, capítulos, títulos). 4.1- Artigos Palavra oriunda do latim articulus que significa parte, trecho. Segundo Hésio Fernandes Pinheiro é ”a unidade básica para a apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos.” Utilizado por quase todas as legislações como elemento básico (exceto no Direito Alemão que distribui os assuntos em parágrafos). A orientação para sua enumeração é a seguinte: os nove primeiros segue a sequência ordinal (art. 1º, 2º, 3º ... 9º), os seguintes seguem a sequência cardinal (art. 10, 11, 12 ...). Quando o artigo é dividido em parágrafos, denomina-se caput a parte que antecede ao desdobramento, sendo este o cabeçalho, a parte inicial do artigo. Principais regras para elaboração dos artigos: Limitado a um assunto, isto é, não pode haver mistura de assuntos no artigo. Ex.: “Artigo 1695, CC. São devidos alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.” Deve trazer a regra geral; as exceções devem vir nas subdivisões posteriores, nos parágrafos, incisos e alíneas. Ex.: “Artigo 1694, CC. Podem os parentes, cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.” Evitar linguagem abreviada, o que é permitido apenas nas siglas de uso corrente como FGTS, PIS, SUS, CTPS, etc. Linguagem deve ser simples e clara, uma vez que deve ser compreendido por todos os destinatários; Deve-se evitar expressões regionais, uma vez que destinados a todos os cidadãos sob a égide daquela determinada lei; Deve haver a repetição de expressões para as mesmas ideias, uniformidade do tempo verbal e números devem ser escritos por extenso. 6 Divisão dos Artigos: Parágrafos: sinal gráfico § Oriundo do latim para (ao lado) graphein(escrever). Traz a finalidade de explicar ou trazer alguma exceção à regra geral constante do artigo. Deve estar intimamente ligado ao assunto do artigo, complementando-o. A sequência numérica é igual à dos artigos (1º ao 9º - numeração ordinal; a partir do 10 – numeração cardinal) Se o artigo contiver apenas um não deve ser representado pelo símbolo gráfico, mas por extenso. Ex.: “Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial. Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.” Incisos, alíneas e itens (LC 95, 26.02.1998) Inciso = latim incisu, que significa frase que corta outra, interrompendo-lhe o sentido. São representados por algarismos romanos. Alínea = latim a linea, que significa linha escrita que marca a abertura de novo parágrafo. São representadas por letras minúsculas Item = latimitem, que significa igualmente, também, como e serve para desdobrar as alíneas. São representados por algarismos arábicos (1, 2, 3 ...) Os incisos, alíneas e itens possuem a mesma função dos parágrafos, ou seja, apresentar requisitos, enumerar situações, elementos, etc. Não possuem autonomia, apenas podem ser compreendidos em conjunto com a parte principal. Artigos – parágrafos – incisos– alíneas - itens Agrupamento dos artigos: Presente em atos legislativos mais extensos, como os códigos e consolidações, que trazem a matéria legislada agrupadas por assuntos. ARTIGOS- SUBSEÇÃO – SEÇÃO – CAPÍTULO – TÍTULO – LIVRO – PARTE – CÓDIGO Ex.: CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL – LIVRO IV – Do Direito de Família – TÍTULO II – Do Direito Patrimonial – SUBTÍTULO III – Dos Alimentos – ARTIGOS 1694 a 1710. 7 5- DO PROCESSO LEGISLATIVO 5.1- CONCEITO: Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o procedimento a ser observado pelos órgãos competentes na elaboração das espécies normativas (art. 59 da CF). A não obediência às disposições sobre o processo legislativo constitucionalmente previstas acarretará inconstitucionalidade. 5.2- ESPÉCIES: - Processo ou procedimento legislativo ordinário ou comum: É aquele que se destina à elaboração da lei ordinária. Os princípios do processo legislativo federal se aplicam ao processo legislativo estadual ou municipal (princípio da simetria do processo legislativo). - Processo ou procedimento sumário: Diferencia-se do ordinário apenas pelo fato de existir prazo para o Congresso Nacional deliberar sobre determinado assunto. - Processo ou procedimento especial: É aquele que se destina à elaboração das leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos, resoluções e leis financeiras. Entre uma lei ordinária e uma lei complementar, em relação ao procedimento, só há diferença quanto ao número de votos para aprovação. Sendo exigido maioria relativa para a lei ordinária e maioria absoluta para a lei complementar. Na maioria absoluta, leva-se em consideração o total dos membros da Casa e na maioria relativa, os presentes na reunião ou sessão. Maioria é o número inteiro imediatamente superior à metade, se ela for fracionada, ou é a unidade imediatamente superior a metade, se ela não for fracionada. Quando o Congresso Nacional vota uma emenda constitucional, não está no exercício de um poder legislativo, mas sim de um poder constitucional. 5.2.1- Processo Legislativo ordinário Conceito de lei: A lei é ato escrito, primário (tem fundamento direto na Constituição Federal), geral (destina-se a todos), abstrato (não regula uma situação concreta) e complexo (exige fusão de duas vontades para se aperfeiçoar e produzir efeitos). 8 Eventualmente pode haver lei sem a vontade do Poder Executivo, mas nunca pode existir lei sem a vontade do Poder legislativo. Fases do processo legislativo ordinário: - Fase introdutória (iniciativa): Trata do poder de iniciativa. - Fase constitutiva: Trata da deliberação parlamentar e da deliberação executiva. - Fase complementar (integradora): Trata da promulgação e publicação da lei. Fase introdutória ou de iniciativa Iniciativa: Iniciativa é a faculdade conferida a alguém ou a algum órgão para apresentar umprojeto de lei. Da início ao processo legislativo. Só pode exercer a iniciativa quem tem poder de iniciativa, pois caso contrário haverá um vício de iniciativa, uma inconstitucionalidade formal. Hipóteses de iniciativa: - Iniciativa geral (art. 61 da CF): A iniciativa de leis ordinárias e complementares cabe: Qualquer membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Presidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superiores (STJ, TSE, STM e TST); Procurador-Geral da República e aos Cidadãos. - Iniciativa parlamentar: A apresentação do projeto de lei cabe aos membros do Congresso Nacional (Senadores e Deputados Federais). - Iniciativa extraparlamentar: A apresentação do projeto de lei cabe ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Ministério Público e aos cidadãos. - Iniciativa do STF: Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF). - Iniciativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de justiça: Propor ao Poder Legislativo, respectivo, observado o art. 169 da CF: o A alteração do número de membros dos tribunais inferiores (art. 96, II, “a” da CF). o A criação e a extinção de cargos e remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver (art. 96, II, “b” da CF). A fixação do subsídio dos Ministros do STF será feita por lei ordinária de iniciativa do Presidente do STF. 9 o A criação ou extinção dos Tribunais inferiores (art. 96, II, “c” da CF). o A alteração da organização e da divisão judiciárias (art. 96, II, “d’ da CF). - Iniciativa do Ministério Público: o Propor ao Legislativo, observado o artigo 169 da Constituição, a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, promovendo-os por concurso público de provas ou provas e títulos; a política remuneratória e os planos de carreira (art. 127, §2º da CF). A lei disporá sobre sua organização e funcionamento. o Iniciativa concorrente do MP (Procurador-Geral da República) e do Presidente da República: Projeto de lei sobre a organização do Ministério Público da União. “Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público...”(art. 128, §5º da CF). - Iniciativa concorrente: A apresentação do projeto de lei é de competência de vários legitimados. Ex: Iniciativa de leis ordinárias e complementares. - Iniciativa exclusiva (reservada ou privativa): A apresentação do projeto de lei pertencente a um só legitimado, sob pena de configurar vício de iniciativa formal, caracterizador de inconstitucionalidade. Quando se reserva a matéria a alguém, não é de mais ninguém. - Leis de iniciativa do Presidente da República: o Que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas (art. 61, §1º, I, a da CF). o Disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração (art. 61, §1º, II, “a” da CF). o Disponham sobre a organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, servidores públicos e pessoal da administração dos territórios (art. 61, §1º, II, “b” da CF). o Disponham sobre servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria. (Estatuto dos funcionários públicos civis da União art. 61, §1º, II, “c” da CF). o Disponham sobre organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da 10 Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios (art. 61, §1º, II, “d” da CF). Na verdade, a apresentação de projeto de lei sobre a organização do Ministério Público da União é de competência concorrente do Presidente da República e do Procurador- Geral da República, em razão do disposto no artigo 128, §5º da Constituição Federal. “Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público...”. o Disponham sobre criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI (art. 61, §1º, II “e” da CF). o Disponham sobre militares das forças armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva (art. 61, §1º, II, “f” da CF). - Lei de iniciativa do Poder Executivo: o Plano plurianual (art. 165, I da CF). o Diretrizes orçamentárias (art. 165, II da CF). o Orçamentos anuais (art. 165, III da CF). - Iniciativa popular: Pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos 5 Estados, com não menos de 3/10% (três décimos porcento) dos eleitores em cada um deles (art. 61, §2º da CF). - Requisito numérico: no mínimo, 1% do eleitorado nacional; - Requisito espacial: eleitorado distribuído por pelo menos 5 Estados; - Requisito interno: com não menos de 3/10%(três décimos porcento) dos eleitores em cada um deles. A iniciativa popular, embora caiba para leis, não cabe para emendas à constituição. Parte da doutrina diz que não existe possibilidade de iniciativa popular para emenda constitucional, pois se fosse intenção do legislador, deveria ter inserido um parágrafo no artigo 60 da Constituição Federal. Para outra parte da doutrina, poderia ser visto que a iniciativa popular é uma forma de exercício de poder e não se pode restringir o direito político. “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, referendo, iniciativa popular” (art. 14 da CF). Pode haver lei de iniciativa popular nos Estado e nos Municípios. “A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual” (art. 27, §4º da CF); “Iniciativa popular de projetos de lei de interesse especifico do Município, da cidade ou de bairros, 11 através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado” (art. 29, XII da CF). - Iniciativa conjunta: A apresentação do projeto de lei depende da concordância de mais de uma pessoa. Fase Constitutiva Fase Constitutiva: A Fase constitutiva é composta da deliberação parlamentar e da deliberação executiva. Deliberação Parlamentar: O projeto de lei é apreciado nas duas casas do Congresso Nacional (Casa Iniciadora e Revisora), separadamente, e em um turno de discussão e votação (no plenário), necessitando de maioria relativa em cada uma delas. - Casa iniciadora: O projeto de lei apresentado por um Senador tem início no Senado, já aquele apresentado por um Deputado ou pelo Presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal etc, tem inicio na Câmara dos Deputados. A Câmara dos Deputados é a porta de entrada da iniciativa extraparlamentar (art. 64 da CF). o Comissões: O projeto de lei primeiramente será apreciado na Comissão de Constituição e Justiça e depois nas Comissões temáticas, que emitirão pareceres. Se o processo for multidisciplinar, passará por várias comissões temáticas.As comissões, além de discutirem e emitirem parecer, poderão aprovar projetos, desde que, na forma do regimento interno da casa, haja dispensa do Plenário e não haja interposição de recurso de um décimo dos membros da casa (art. 58, §2º, I da CF). Trata-se de delegação “interna corporis”. A Comissão de Constituição e Justiça pode fazer um controle preventivo de constitucionalidade. Se achar que é caso de inconstitucionalidade, remete o projeto ao arquivo. o Votação: Após discussão e parecer, o projeto será enviado ao plenário da Casa para um turno de discussão e votação. Encerrada a discussão passa- se à votação. É preciso maioria absoluta para instalar a sessão validamente e maioria simples para votação de uma lei ordinária (art. 47 da CF). O referente para instalar é fixo, pois leva em consideração o número de colegiados (257 deputados). Já o referente para deliberar não é fixo, pois depende do número de presentes. Se o projeto fosse de lei complementar, seria necessário maioria absoluta para instalar e maioria absoluta para deliberar. 12 Aprovado o projeto de lei na Casa Iniciadora por maioria simples, seguirá para a Casa Revisora. A 1a deliberação é chamada de deliberação principal e a outra, de deliberação revisional. - Casa Revisora: O projeto de lei terá o mesmo curso da Casa iniciadora, isto é, passa primeiramente pelas Comissões e depois vai ao plenário para um turno de discussão e votação. É necessário maioria absoluta para instalar e maioria simples para deliberar. A Casa Revisora poderá aprovar, rejeitar ou emendar o projeto de lei (art. 65 da CF). o Aprovar: O projeto de lei aprovado no Legislativo seguirá para sanção ou veto do Executivo (art. 66 da CF). o Rejeitar: O projeto de lei será arquivado. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na próxima sessão legislativa, salvo proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (art. 67 da CF). o Emendar: Somente as emendas voltam para a Casa Iniciadora, sendo vedada a apresentação de subemendas (art. 65, parágrafo único da CF). A emenda deve guardar relação lógica com o objeto. É a proposta de direito novo a direito novo ainda proposto. Assim, não será admitido aquilo que for rotulado de emenda se não o for. As emendas podem ser aditivas (acrescentam alguma disposição no projeto), supressivas (suprimem alguma disposição no projeto), modificativas (não alteram a substância da proposição, mas sim um aspecto acessório), substitutivas (alteram a essência da proposição), aglutinativas (resultam da fusão de diversas emendas entre si ou com o texto) ou de redação (sanam algum vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso manifesto). A proposta de emenda que alcança todo o projeto é chamado no direito parlamentar de substitutivo. O poder de emenda é inerente à função legislativa, salvo em determinados casos. Ex: Não é possível aumentar a despesa prevista no projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da República (art. 63, I da CF); Não é possível aumentar despesas nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público (art. 63, II da CF). A emenda que determina o retorno à casa de origem é aquela que de alguma forma modifique o sentido jurídico da proposição, pois se não modificar, não precisa voltar. Ex: correção de português não precisa voltar. 13 o Se a Casa Iniciadora concordar com a emenda: O projeto será encaminhado para o autógrafo (reprodução do trâmite legislativo e o conteúdo final do projeto aprovado ou emendado) e depois segue para o Presidente da República. o Se houver divergência: Prevalecerá a vontade de quem fez a deliberação principal (princípio da primazia da deliberação principal). O projeto segue para o Presidente com a redação da Casa Iniciadora. A Câmara está numa posição de prevalência em relação ao Senado, pois os projetos extraparlamentares iniciam-se pela Câmara e, portanto, é ela quem faz a deliberação principal. O princípio da primazia da deliberação principal não se aplica ao procedimento da emenda constitucional, pois precisa de aprovação nas duas casas. Deliberação executiva: O Presidente recebe o projeto de lei aprovado no Congresso Nacional com ou sem emendas, para que sancione ou vete. - Sanção: É a manifestação concordante do Chefe do Poder Executivo, que transforma o projeto de lei em lei. Pode ser expressa ou tácita, mas sempre motivada. A sanção subseqüente pelo Chefe do Poder Executivo não convalida vício de iniciativa, pois o ato é nulo e o que é nulo não pode ser convalidado. - Veto: É a manifestação discordante do Chefe do Poder Executivo que impede ao menos transitoriamente a transformação do projeto de lei em lei. O veto é irretratável. Características do veto: O veto tem que ser expresso: O veto tem que ser manifestado no prazo de 15 dias do recebimento, pois o silêncio do Presidente da República importará em sanção (art. 66, §3º da CF). Assim, não existe veto tácito no Brasil. Inicia-se a contagem, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento. Também são excluídos os sábados, domingos e feriados, pois a contagem leva em conta os dias úteis. O veto tem que ser motivado: O veto pode ser político e/ou jurídico. Jurídico quando o projeto for inconstitucional (controle preventivo de constitucionalidade) e político quando o projeto for contrário ao interesse público. O veto sem motivação expressa produzirá os mesmos efeitos da sanção. O veto tem que ser formalizado: Os motivos do veto têm que ser comunicados em 48 horas ao Presidente do Senado (art. 66, §1º da CF). Diz- se que o veto é ato composto, pois não basta a motivação, precisa ainda de comunicação. A partir da formalização, o veto torna-se irretratável. 14 O Veto é sempre supressivo: O Presidente da República não pode acrescentar nada ao projeto. Só pode retirar. Veto total: No veto total, o Presidente da República discorda sobre todo o projeto. Veto parcial: No veto parcial, o Presidente da República discorda sobre parte do projeto. O veto parcial abrange somente texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou alínea. Não podendo assim incidir sobre palavras (art. 66, §2º da CF). Havendo veto parcial, somente a parte vetada é devolvida ao Congresso Nacional, as demais serão sancionadas e seguirão para promulgação e publicação. Assim, se houve veto parcial é porque a lei foi sancionada, senão o veto teria sido total. O veto parcial que incidir sobre a vigência importa em “vacatio legis” de 45 dias (art. 1º da LINDB). Se o Congresso Nacional rejeitar o veto parcial, só haverá conseqüência jurídica se anterior aos 45 dias. O Veto é superável ou relativo: O veto não é absoluto, é superável pela votação no Congresso Nacional em sessão conjunta (art. 57, IV da CF). O Congresso Nacional tem o prazo de 30 dias corríveis, a contar do recebimento do veto, para apreciá-lo (art. 66, §4º da CF). o Se escoar os 30 dias sem deliberação: O veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. A pauta será obstruída (art. 66, §6º da CF). o Se o veto for mantido: o projeto estará arquivado. o Rejeição do veto: Por maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. São necessários 257 votos dos deputados e 41 votos dos senadores. “Se o veto não for mantido, será o projeto enviado parapromulgação, ao Presidente da República” (art. 66, §5º da CF). Há um erro de técnica legislativa neste dispositivo, pois a rejeição do veto importa na transformação do projeto de lei em lei. Assim, a “lei” que segue para a promulgação e não o “projeto”. Se for rejeitado o veto parcial, será transformado em lei. Será promulgado e publicado como parte da lei que antes fazia parte. Assim, uma lei no Brasil pode ter dispositivos que entram em vigor em uma data e outros que entram em outra. Fase complementar 15 Fase complementar: A Fase final é dividida entre a promulgação e a publicação. Promulgação: É um atestado da existência válida da lei e de sua executoriedade. Em regra é o Presidente da República que verifica se a lei foi regularmente elaborada e depois atesta que a ordem jurídica está sendo inovada, estando a lei apta a produzir efeitos no mundo jurídico. A presunção de validade das leis decorre da promulgação. O que se promulga é a lei e não o projeto de lei. Este já se transformou em lei com a sanção presidencial ou com a derrubada do veto no Congresso Nacional. Cabe ao Presidente da República promulgar a lei, ainda que haja rejeição do veto. O veto rejeitado tem necessidade de ser promulgado. Assim, podemos ter uma lei sem sanção, mas nunca uma lei sem promulgação. Quando está escrito no texto “eu sanciono”, implicitamente traz a promulgação. A promulgação é implícita na sanção expressa. No caso da rejeição do veto, como não houve sanção estará escrito no texto “eu promulgo”. Na emenda constitucional, não há sanção ou veto, mas há promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado. Se o Presidente não promulgar em 48 horas, o Presidente do Senado a promulgará e, se este não fizer em igual prazo, caberá ao Vice Presidente do Senado fazê-lo (art. 66, §7º da CF). Isto pode ocorrer na sanção tácita e na rejeição do veto, mas nunca na sanção expressa, pois a promulgação está implícita. Publicação: É o ato através do qual se dá conhecimento à coletividade da existência da lei. Consiste na inserção do texto promulgado na Imprensa Oficial como condição de vigência e eficácia da lei. É a fase que encerra o processo legislativo. A promulgação confere à lei uma executoriedade. A esta tem que se somar uma notoriedade que decorre da publicação. Esta notoriedade é ficta, assim presume-se que as pessoas conheçam a lei. Em regra geral, a lei começa a vigorar em todo País 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição em contrário. Nos Estados estrangeiros, entra em vigor 3 meses após a publicação (art. 1º e §1º da LICC). Porém, a lei pode estabelecer a data de início de vigência. Segundo a Lei complementar 95/98, alterada pela Lei complementar 107/01, a lei não pode entrar em vigor na data da sua publicação, salvo se de pouca importância. Para muitos doutrinadores, tal disposição é inconstitucional, visto que as funções legislativas estão expostas na Constituição Federal e não poderiam ser ampliadas por meio de uma lei complementar. Todas leis importantes devem ter uma “vacatio legis”, isto é a eficácia deve ser protraída para uma data futura para que as pessoas tomem conhecimento da lei. 16 A publicação é feita por quem promulga. Se existir omissão deliberada dolosa da publicação pelo Chefe do Poder Executivo, haverá crime de responsabilidade (Lei 1079/50 e Decreto-lei 201/67). 5.2.2- Procedimento abreviado ou sumário Cabimento do procedimento sumário: O procedimento sumário, também chamado de procedimento de 100 dias, tem cabimento para os projetos de iniciativa do Presidente da República, mas não precisa ser de iniciativa reservada (art. 64, §1º da CF). Atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, são projetos que tramitam sob regime de urgência (art. 223, §1º da CF). Este procedimento não se confunde com as outras formas de tramitação rápida previstas no regimento interno ("urgência urgentíssima" é matéria de regimento interno). Procedimento: - Projeto ingressa pela Câmara dos Deputados: A Câmara tem o prazo de 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. o Rejeitar: O projeto estará arquivado. o Se silenciar: O projeto obstará a pauta da Câmara até que decida sobre a aprovação do projeto. - As medidas provisórias não ficam obstruídas, mas as demais deliberações sim. o Se aprovar: O projeto será encaminhado ao Senado. - Aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, que também terá 45 dias para aprovar, rejeitar ou apresentar emendas: o Rejeitar: O projeto estará arquivado. o Silenciar: O projeto obstará a pauta do Senado até que decida sobre a aprovação do projeto. As medidas provisórias não ficam obstruídas, mas as demais deliberações sim. o Emendar: O projeto voltará para a Câmara dos Deputados, que terá prazo de 10 dias para apreciá-la, totalizando 100 dias (art. 64, §3º da CF). o Aprovar: Segue o procedimento ordinário. Os prazos não correm no período de recesso (ficam suspensos) e nem se aplicam às matérias de Código (art. 64, §4º da CF). 17 5.3- ESPÉCIES LEGISLATIVAS As espécies legislativas são os objetos do processo legislativo, podendo se manifestar das seguintes maneiras: EMENDAS CONSTITUCIONAIS Emendas à Constituição, inserem, no texto constitucional, novas determinações, estando o legislador atuando como constituinte derivado. Podem dar início a uma emenda um terço, no mínimo, dos membros de qualquer das casas legislativas (Câmara ou Senado), o Presidente da República ou mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta de emenda constitucional será votada e discutida em cada uma das casas legislativas e será considerada aprovada se obtiver voto favorável de pelo menos três quintos dos votos de seus parlamentares. Assim sendo, não será objeto de votação a emenda que queira acabar com: - a forma federativa do Estado; - o voto direto, secreto, universal e periódico; - a separação dos Poderes; - os direitos e garantias individuais. LEIS COMPLEMENTARES As leis complementares são leis para as quais o constituinte reservou certas matérias, consideradas de maior importância. Essas leis exigirão, para que sejam aprovadas, os votos da maioria absoluta das respectivas casas. LEIS ORDINÁRIAS As leis ordinárias, como o próprio nome diz, são aquelas que tratam de todas as matérias possíveis, sem qualquer rito especial para sua aprovação (requer somente maioria simples, que significa mais da metade dos presentes). Existem basicamente duas limitações às leis ordinárias, quais sejam,NÃOPODEM DISPOR sobre matérias reservadas a lei complementar nem tratar sobre assuntos de competência privativa das casas legislativas (tratadas por decretos legislativos). LEIS DELEGADAS Leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, mediante autorização expedida pelo Congresso Nacional, para determinados assuntos. O Congresso Nacional pode, quando da autorização, determinar que a lei fique condicionada a uma posterior votação, que será única e sem a possibilidade de emendas. Não podem ser objeto de leis delegadas: - Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional ou de qualquer de suas casas; - Organização do Judiciário ou do Ministério Público; 18 - Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; - Questões orçamentárias. MEDIDAS PROVISÓRIAS A faculdade de que o Presidente da República dispõe de expedirmedidas provisórias permite a ele que tome medidas com força de lei, quando houver uma grande urgência e relevância. Depois de publicada, a medida provisória é encaminhada ao Congresso para que se decida se transforma a medida em lei ou se será derrubada. Esse instrumento, porém, sofre uma série de modificações inerentes a sua característica de urgência, como por exemplo: - não pode tratar de: nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, direito eleitoral, direito penal, direito processual penal e processual civil, organização do Judiciário e do Ministério Público, matérias orçamentárias, seqüestro de bens ou aplicações financeiras; - não pode dispor sobre matérias reservadas às leis complementares, nem matérias já disciplinadas pelo Congresso Nacional e pendentes de sanção presidencial. - terão duração de, no máximo, sessenta dias, prorrogável por mais sessenta; - se a medida não for apreciada pelo Congresso em quarenta e cinco dias, será incluída em caráter de urgência na pauta de votação, nada mais podendo ser votado, caso não seja votada a Medida Provisória; - Não se pode reeditar medida provisória que já tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por não ter sido apreciada. DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES Os decretos legislativos, na verdade, são leis que não precisam de sanção do presidente. Serão sempre utilizados quando se tratar de questões referentes às competências exclusivas da casa Legislativa, tendo sempre uma força normativa para toda a sociedade (externa). São elaborados pelo Congresso Nacional, com tramitação por ambas as casas e aprovados por maioria relativa. As resoluções, por sua vez, são atos de caráter interno, que visam regular o bom funcionamento das atividades legislativas. São elaboradas pelo Congresso Nacional ou por cada casa legislativa de forma isolada, sempre por maioria relativa. Essa espécie legislativa também prescinde de sanção presidencial.
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