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Uma Razoável Quantidade de Crime - Nils Christie

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Uma Razoável Quantidade de Crimes
Bruna Moraes
Período: 2º Semestre
Disciplina: Direito Penal
Autor: Nils Christie
Editora: REVAN
 Ficha Catalográfica
 _______________________________________________________________
C479r
 
Christie, Nils, 1928-
 Uma razoável quantidade de crime / Nils Christie; tradução, apresentação e notas
André Nascimento. – Rio de Janeiro: Revan, 2011. (Pensamento criminológico;17),
1º reimpressão, março de 2013.
 
200p
 
            Inclui bibliografia
            ISBN 978-85-7106-413-3
1.Criminologia 2.Crime- Aspectos Sociais. 3. Conduta criminosa. 4. Punição – Filosofia. 5. Organização judiciária penal – Estudos interculturais. I.Título. II.Série.
 
11-0824
                                                                                    CDD:364
                                                                                    CDU:343.9
11.02.11     14.02.11                                                                                   024514
 
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Sínteses Parciais 
Raízes
 Nesse Capítulo a Autora explana sobre o porquê sua escolha em pesquisar sobre o crime, e citando que em seu ponto de vista teórico o crime tem caráter funcional na sociedade sendo possível descobrir quem se utiliza dele avaliar esse uso.
O Crime não existe
 Nesse capitulo se relata diversas situações para comprovar a tese da autora, de que o crime em si não existe, atos e pessoas tornam-se criminosos. Em sociedades individualistas as pessoas não se conhecem e com isso muitas situações são mal entendidas como criminosas, sendo acionado as agencias de seguranças. Sendo assim o crime se constitui como um recurso natural ilimitado. 
 1.3 Atitudes
 Nesse tópico, se fala sobre a quantificação de crimes feitos na Noruega, pais da autora do livro, a qual vem crescendo com o passar dos anos e por consequência a quantidade de pessoas envolvidas em atividades criminais e a população carcerária. 
A Esposa Asfixiada 
 Esse tópico se inicia contando um crime cometido em Estocolmo, onde o marido droga sua esposa e em seguida a asfixia, tirando sua vida, em seguida escrevendo um bilhete para policia assumindo a autoria do crime e depois cometendo suicídio. O autor acrescenta que no olhar de alguns pode se tratar de algo romântico ou um simples homicídios.
A Queda da autoridade Central
 Esse tópico conta as experiências de Ralf Dahrendorf na queda de Berlim em 1945, dentre essas experiências ele cita o furto de objetos que era comum na época e que não era considerado como crimes, visto que em tempos de guerra a noção de crime se torna flexível. Para ele o crime não existe, mas sim atos em que são atribuídos sentidos criminosos.
O Homem no Parque
 Nesse tópico, afirma-se que em situações onde a mais interação social na estrutura social há mais acesso a informação sobre as pessoas que lá convivem, enquanto em sociedades mais modernas há isolamento e com isso mais intervenção das agências de controle. Esse contato destas e do direito penal torna atos e pessoa, às vezes mal interpretadas, criminosas.
Filhas e Maridos
Esse tópico trata sobre a noção de crime dentro da família, em relação às crianças, onde não há entendimento de crime, e entre maridos e esposas, onde devido à intimidade atos violentos não são percebidas como crimes. O autor afirma que o crime deve ser analisado pela ótica de ato que vai contra os nossos valores e que em certas ocasiões é entendido como adequado.
A Velha Escola e a Nova
 Nesse item versa-se sobre a questão da violência juvenil nas escolas, a qual deixou de ser uma questão interna, sob o tratamento dos diretos da escola, tornando-se um caso de polícia pelo fato de que entendeu-se que não cabe ao diretor classificar os casos de violência juvenil como uma simples infração ou um crime, isso cabe à policia.
Idosos Raivosos
 Esse tópico trata aos idosos, os quais são vistos na sociedade como pessoas meigas, que vivem em asilos e por vezes apresentam reações violentas com os enfermeiros. Estes, no entanto, tentam sempre desdramatizar a situação, não a tratando como violência e sim como um comportamento em decorrência da confusão mental que esses pacientes apresentam.
10 Recuperações da Guerra
 Esse tópico versa sobre a dimensão de proximidade\distancia do crime, a qual é vista com facilidade em tempos de guerra. Por exemplo, No pós-guerra de 1945, os primeiros julgamentos foram os mais severos, porém depois do pais ter se reconstruído pela mesma elite que apoiou o regime nazista ficou mais difícil julgar seus atos como criminosos.
 O crime como Recurso Natural Ilimitado.
 O Autor caracteriza o crime como recurso natural ilimitado. E diz que as estatísticas criminais são fatos sociais que precisam de interpretação, e questiona o que esta por trás dessa impressão de aumento na criminalidade: o que é uma quantidade razoável de crimes? E o que seria uma quantidade razoável de penas?
Monoculturas
 Esse capítulo o autor explora o caráter monoinstitucional da nossa era, dominada pela economia de mercado percebendo as consequências sociais de desigualdade que é gerada a partir dela. Gera-se então, a nível microscópio, o isolamento das classes desfavorecidas nas cidades enquanto as mais favorecidas se trancam em condôminos de alta segurança.
Sobre multidimensionalidade
 Esse tópico questiona a multiculturalidade, afirmando que em se tratando de aspectos internos há menos diferenças do que imaginamos. As instituições são uma forma de perceber esses aspectos similares. Existe certo tipo de imperialismo de instituições no qual uma instituição ganha um aspecto de dominação, com isso determina tudo e coloniza as outras.
As Tias-Avós 
 Esse tópico aborda a historia das tias-avós do autor, as quais viveram em um tempo diferente do dele em aspectos institucionais, visto que mesmo suas vidas tendo sido de pobreza elas morreram acreditando ter vivido uma vida digna. Isso significa que elas viveram em um tempo onde uma só instituição não dominava, ou seja, de pluralismo institucional.
Desenvolvimento como Imperialismo
 Esse item versa sobre o desenvolvimento das nações sob uma perspectiva imperialista, a qual funciona como um padrão de desenvolvimento do qual as nações subdesenvolvidas devem seguir para se assemelharem as nações desenvolvidas. Em nível institucional isso quer dizer: deixar de ser multi-institucional para ser monoinstitucional através da colonização de ideias e valores.
As Recompensas do Trabalho
 Esse tópico trata sobre sistemas alternativos de economia em pequenas vilas, as quais funcionam por meio de trabalho que não é remunerado, ao invés disso é depositado num fundo da vila e utilizado por todos visando atender as necessidades da comunidade. Pode se afirmar que essas sociedades do leste europeu estão livres do monoinstucionalismo.
Como Fazer as Crianças Pararem de Construir
 Esse item reflete a potência construtiva das crianças, que com o tempo se esvai, e uma das razões é a cultura do trabalho, receber uma recompensa monetária por algo feito. Outra razão é a educação a nível escolar: aprender, exercitar e testar para ter certeza que se aprendeu mesmo. Esse é o modo que organizamos as coisas e que se apaziguam as crianças e seus potenciais.
Capital
 Neste tópico o autor começa concordando com o sociólogo George Simmel que o dinheiro é o inimigo das relações primárias, isto é, que ele nos afasta das pessoas. No entanto ele percebe também que ele é dominante em nossa cultura, e que nós atribuímos demasiado valor a ele em nossa era.
A Nova Catedral
 Esse item reflete sobre o monoculturalismo em eras anteriores como o período greco-romano com a instituição da família romana, período medieval com a instituição da igreja, período feudal e a instituição militar. Todos esses exemplos nos levam a conclusão que o monoinstitucionalismo não é excepcionalidade da era contemporânea. 
Em MovimentoEsse tópico é sobre grandes proprietários, comparando diferentes épocas, os grandes proprietários de terra, e os grandes proprietários de imóveis da contemporaneidade. Estes últimos vivem de modo diferente que os primeiros sua riqueza não é fixa, ela é circulante e é assim que ela se multiplica, além disso, eles não se fixam à terra, eles investem por todo mundo.
Uma Sociedade Monoinstucional
 Hegemonizada a sociedade monoinstitucional e com o crescimento do da instituição produção, comércio e da circulação do dinheiro trouxe consequências como aumento de brigas por dinheiro. A lógica do mercado mudou: o melhor não necessariamente receberá um salario maior como recompensa, existem hierarquia internas em todos os sistemas que impedem as pessoas de ascenderem monetariamente.
 Uma Solução Para Tudo
 Faz-se um paralelo entre a sociedade monoinstucional, isto é onde uma instituição coloniza a outra, e os regimes totalitários. Se esquecermos da questão econômica e do caráter ditatorial e nos focarmos na forte propagação de uma ideologia veremos que ambas sociedades cumprem esse papel, sendo a indústria de mercado ainda mais eficiente que as propagandas dos velhos regimes totalitaristas.
 O Custo de um Sistema Monopolítico de Recompensa
 Acerca sociedades organizadas com sistemas de recompensas consideram-se alguns problemas estruturais. A vida do indivíduo e seus objetivos todos se resumem a ganhar e gastar dinheiro. Restringido assim a própria felicidade e deixando naqueles que não aptos para o mercado um sentimento de inutilidade. Isso gera grandes problemas na sociedade.
 São Paulo Reluzente
 O autor norueguês vista o Brasil e observa as consequências desigualdades sociais, ela assiste o medo dos brasileiros perante a violência ao mesmo tempo em que também assiste a situação precária do sistema carcerário. Apesar das enormes diferenças entre os dois países provavelmente ela identifica semelhanças em relação ao isolamento das classes pobres.
Territórios Crime-Free
 O isolamento que se faz nas cidades das classes desfavorecidas, e a superproteção de prédios ou bairros das classes mais favorecidas é, na visão do sociólogo, um nível microscópio do que acontece no mundo na relação aos países desenvolvidos e aqueles dos países subdesenvolvidos que tentam imigrar para eles.
O Valor de Uso do Crime
 Nesse capítulo o autor versa sobre os Estados perante o crime, de como a economia liberalista enfraqueceu o Estado e ele encontrou outras maneiras dele legitimar seu poder através de conceitos como a máfia e o terrorismo.
Sem Espaço Para o Crime
O autor retrata suas memorias da adolescência, durante o período da 2ª guerra mundial onde seu país estava sob o domínio alemão, em que ele não se lembra de haver criminalidade. Em sua perspectiva na guerra o inimigo é o criminoso e seus atos são crime apenas isso.
Onde os Grandes Conflitos Reinam
 Esse tópico versa sobre a conturbada história da Finlândia, que durante a guerra fria foi invadida pelos russos e teve conflitos internos dentro do país, que mesmo após o fim da guerra reverberaram de alguma maneira. O país, por tanto, tem uma pauta grande de problemas e com isso o crime nunca foi pauta principal nós assuntos públicos .
O Estado Fraco
 Terminado o período da guerra fria, conseguiu-se garantias para os trabalhadores ao redor do globo, isto é o direito passou a prestar atenção nos direitos e deveres do trabalhador, por outro lado entendeu-se que era melhor para a economia o liberalismo econômico, isto é o estado interferir menos na economia de um pais.
O Controle do Crime como Arena para Apresentação
 Estabelecido um estado fraco perante a economia na política sobram poucos assuntos a serem tratados, o enfoque passa a ser por tanto o crime que é um ótimo debate para angariar votos e é também um ótimo instrumento para afirmar a legitimidade do estado perante a essa posição de enfraquecimento que ele se coloca.
Punição a serviço do bem estar
A Suécia é sempre lembrada como o pais do bem- estar social, mas por trás desse ponto de vista em relação ao crime ela se mostra ser um pais que está ativamente na guerra contra as drogas, sendo encontrado em sua maioria nos cárceres sueco usuários ou traficantes de drogas, porém acredita o autor acredita que essa ligação é apenas um atributo.
Uma Máfia Muito Útil
 O estado enfraquecido precisa de um inimigo forte, mas não o suficiente para não ser vencido, para se legitimar. A Máfia e o crime organizado tem um importante papel nesse enredo de guerra, por ter um conceito mal definido interpretam o papel desse inimigo forte que o estado combate e que passa essa impressão de controle .
Palavras como Armas
 A máfia é um conceito mal definido, não existe como classificar o que é realmente máfia, e por tanto para nível de mensuração ela não existe, porém se sabe que ela existe e que é vista como algo perigoso e é assim que ela quer ser vista.
A Máfia como Conceito Cultural
 O autor explica sobre a máfia russa. A Rússia como um país que viveu 70 anos sob uma forte ideologia, com o rompimento desta pode ter gerado comportamentos como a máfia. Por outro lado existem muito mais crimes nas Américas do que na Rússia, então essa imagem de que os russos e sua máfia são bastante violentos pode não passar de sensacionalismo da mídia.
Um Bloco Contra o Entendimento
 A máfia assassinou o primeiro-ministro da Sérvia, ex-Iugoslávia, gerando uma situação de guerra do estado contra ela. A questão é que a máfia, em tempos de Iugoslávia, era essencial e aprovada pelo estado, pois fazia o contrabando que possibilitava vida lá. Com o fim da Iugoslávia, ela tornou-se ilegal, e respondeu violentamente. O conceito de máfia então legitimou uma guerra.
 Terror
 O conceito de terrorismo assim como o de máfia é bastante incerto, e por conta disso é usado estrategicamente para legitimar o poder do estado fraco. O autor cita o caso da guerra da Chechênia, onde qualquer checheno armado era considerado terrorista pela polícia. Fora essa situação que permitiu que Putin chegasse ao poder e que provavelmente permitirá que a Rússia a um regime autoritário policial.
 Trolls
 Houve grandes mudanças depois do 11/09, visto que esse ataque foi lido como um ataque não somente à nação americana, mas sim a todo ocidente. Sendo assim o presidente Bush concretizou o discurso que levou a uma guerra ao afirmar que se tratava de terrorismo cometido por monstros e que eles deveriam ser eliminados. Através da palavra monstro o Estado legitimou uma guerra de extermínio.
Encarceramento como Resposta
 Neste capítulo estuda-se sobre os grandes encarceradores mundiais: EUA, Rússia, Leste Europeu, e alguns países do oeste europeu tais como Inglaterra e País de Gales. Comparam-se entre eles semelhanças e diferenças e em geral conclui-se que os grandes encarceradores utilizam do sistema penitenciário como alternativa de seguridade social. 
Arranjos Sociais para promoção de crimes
A sociedade tem um poder coercitivo que considera certas condutas como criminosas e outras não. Isso claramente influencia no sistema penitenciário do mundo. Esse capítulo apresenta uma estatística sobre o sistema penitenciário mundial, quantidade de presos a cada 100 mil habitantes, em 2002 sendo que o maior número é dos EUA e Rússia e o menor é da Islândia.
Os Grandes Encarceradores 
 Estados Unidos e Rússia são os grandes encarceradores do mundo. Segundo o autor em 2003 6,8 milhões de americanos estavam submetidos á algum tipo de controle penal, enquanto na Rússia havia 680 milhões de presos por cada 100 mil habitantes. As condições das prisões russas são vista como desumanas os presos estão submetidos à condições precárias e doenças.
Aspectos Comuns 
 EUA e Rússia possuem muitas semelhanças: distancia social, posição enfraquecida dos juízes perante á política, raízes de escravidão ou servidão, sistema prisional estratificado etc.. No entanto, o que vale a pena destacar é em relação aos trabalhos penitenciários,que além de rendosos controlam as classes inferiores e revivificam a escravidão.
Sobre o Welfare
 Canadá e Estados Unidos são países vizinhos porém sua população carcerária é bem diferente. O Canadá tem um número bem mais baixo que os EUA, essa diferença na opinião do autor e devido o sistema de Welfare state do Canadá e que lá não se utiliza o sistema penitenciário como seguridade social. 
Leste e Oeste na Europa 
 O Autor compara as diferenças de população carcerária entre os países do Leste e do Oeste europeu, sendo o Leste Europeu, onde se concentram as maiores populações carcerárias. Dentro do Leste Europeu se tem ainda classificações dos países com as maiores populações carcerárias, sendo os maiores os ex- membros da URSS. 
Ritmos Poloneses
 Dentre os países com grande população carcerária no Leste Europeu a Polônia merece destaque pela oscilação que se teve desde 1943 em relação a sua população carcerária 
 4.7 Inglaterra e País de Gales, tão perto do Leste Europeu
 No oeste europeu Inglaterra e País de Gales possuem o maior número em se tratando e população carcerária. Após a segunda guerra mundial o sistema prisional sofreu mudanças juntamente com o sistema penal, o qual passou a ter tendências centralizadoras, isto é, criou-se tabelas de condenação que diminuiu os poderes dos juízes e os deixou com poucas liberdades para discricionariedade.
 5.0 Estados - ou vizinhos ?
 Esse capítulo trata sobre as consequências que os regimes socialistas e capitalistas geraram nas sociedades. Com o primeiro veio a conexão do mundo pelas redes sociais, porém também veio progresso do extermínio das relações primárias. Com a segunda veio o resgate de valores familiares, culturais e artísticos, por outro lado devido gerou desconfiança de tudo e todos. 
5.1 Blues Islandês?
 A pequena ilha Islândia constitui-se o mais com menor população prisional o no mundo. Em cada país, porém existem ilhas como a Islândia, onde todos se conhecem e convivem em comunidade, e principalmente onde o crime adquire outro significado, o de fenômeno criado pelo homem e entre as pessoas que se conhecem não é muito natural utilizar categorias criminais.
 5.2 Extermínio de relações primárias 
 O isolamento social é tendência na contemporaneidade. Há indicadores que confirmam cada vez mais o extermínio crescente das relações primárias, como a confiança que se depositou na mídia como relatoras da realidade e de seus significados. Com a mudança do status dessas mídias na sociedade adquirimos mais contatos com o crime por meio do rico banco de dados que a internet deixou à nossa disposição.
5.3 Verdades Triviais 
 Os cientistas sociais, tendo conhecimento dessa tendência de isolamento social e conhecendo suas consequências, poderiam ser de grande ajuda para conter esse fenômeno e com isso mudar o significado do crime em nossa sociedade. Porém, sendo uma sociedade monocultura da economia de mercado, e suas sugestões para solucionar os problemas não sendo as mais rentáveis para o estado se consulta os criminologistas.
5.4 Rússia à Moda Antiga 
 Nesse capítulo o autor versa sobre os regimes socialistas e capitalistas. Ele diz que ambos os sistemas mudaram as sociedades, porém que o sistema capitalista mudou os valores, as estruturas e a política e que se gastou muito custos materiais para modernizar as estruturas, mas não se modernizou a essência humana.
5.5 Sociedades com Mais de Uma Perna. 
 O monopartidarismo é característica marcante do sistema socialista e como no capitalismo também tem suas realidades materiais. Nessas sociedades socialistas marcadas pelo controle estatal certos valores renascem tais como: familiares, românticos, musicais, culturais; valores que as sociedades capitalistas reformaram e esqueceram e que só ao visitar esses países ex-socialistas pode-se entrar em contato novamente.
5.6 Aqueles Estudantes Poloneses
 É bastante visível as consequências na sociedade dos países que viveram sob regime monopartidário, como é o caso dos países do leste europeu. Nesses países as pessoas desenvolveram desconfiança perante umas às outras e também perante aos métodos alternativos de solução de conflitos.
6.0 Sem Punição 
 Esse capítulo trata dois tipos de justiças: a justiça horizontal, aqual se apresenta em sociedades em que hpa relações de igualdade e proximidade entre as pessoas, e a justiça vertical onde há mais distancia social e menos igualdade. Também se discute qual é a melhor solução para o crime: a punição ou a mediação, em conclusão o autor demostra preferencia pela teoria minimalista que seria o meio termo entre as duas.
6.1 Dois tipos de justiça 
 Explora-se dois tipos de justiça nesse tópico: a justiça horizontal e a justiça vertical. A primeira é dada pela situação de igualdade que decorre da proximidade enquanto na segunda há distância social. A consequência disso é que na horizontal e pena é não é vista como necessária uma vez a autoridade está distante, já na vertical a distância social gera uma situação propicia à punição assim como nas sociedades modernas.
6.2 O Crescimento da Lei Formal
 A revolução tecnológica também atingiu o Direito. Além materiais eletrônicos, existem bancos de dados de perfis criminais, decisões judiciais, atualizações eletrônicas. Contudo essa revolução não trouxe mais igualde à justiça e sim endossou mais ainda um sistema piramidal.
6.3 A Vila Global 
 O Autor relaciona as extintas vilas com as grandes empresas. Quando se instaura uma relação de conflito ele cita que a resolução pode se dar através de uma das justiças, horizontal ou vertical, enfatizando que como nas vilas, a punição só leva ao rompimento de relações que prejudica o sistema, por conta disso a lei penal não é tida como melhorar maneira de resolução de conflitos e sim a mediação, como acontecia nas vilas 
6.4 Abolir a Punição? 
 O abolicionismo é uma grande corrente nas discussões sobre a pena. Essa corrente propõem a abolição da pena e soluções embasadas na mediação. O autor comenta sobre a viabilidade dessa corrente uma vez que as pessoas preferem recorrer ao judiciário por ser um meio de resolver a situação com imparcialidade e que nem sempre sem tem uma vítima no crime. A pena então se enquadra na melhor solução, visto o desejo da sociedade de vingança.
6.5 Uma Noite de Inverno
 O autor questiona se soluções através do perdão e da mediação são suficientes, visto alguns crimes são graves e é preciso da punição para coagir as pessoas a pratica-los como, por exemplo, os crimes de ódio. Além do que mesmo que fosse possível para uma família perdoar o assassino de seu filho isso abriria um prescedente de impunidade para outros que desejasse cometer o crime.
6.6 Minimalismo
 Pelos argumentos dos tópicos anteriores, pode se constatar que a teoria abolicionista é inviável e que através da punição podemos nos desenvolver mais através das penas alternativas. Contudo o autor declara em seu ver a condição mais viável é o minimalismo, que seria o meio termo entre as duas teoria. 
7. Respostas às Atrocidades 
7.1 Cego, Surdo e Desmomoriado 
 Uma característica marcante das atrocidades é o silêncio. Ao isolar a vítima de um crime da sociedade se aplica uma violência ilegítima, a sociedade silencia-a. Para que se mude essa situação é necessário que a vitima saia do isolamento e rompa o silêncio 
7.2 A Justiça Realizada 
 O autor compartilha suas memorias sobre o período pós- guerra em que foi executado um comandante que orquestrou a morte de milhares de pessoas em Auschwitz. Em seu ver não há pena que pudesse compensar os atos que ele praticou, com sua execução a sociedade apenas devolveu na mesma moeda. Os julgamentos pós-segunda guerra não buscavam analise acerca dos fatos que ocorreram e sim vingança.
7.3 A Execução de uma Ideia
 Nesse tópico o autor contrapõe o argumento do tópico acima e diz que o enforcamento do comandante, por outro lado, simbolizou o enforcamento dos ideais nazistas e completadizendo que quando valores tão fundamentais são atacados são necessárias respostas rápidas e claras.
7.4 Um Bloco Contra o Entendimento
 Como a execução de comandantes e pessoas que colaboraram com o genocídio da segunda guerra, as nações sentiram-se fazendo justiça e prevenindo que atrocidades como essa se repita, todavia, entende-se que não há garantias que isso influencie o mundo a nunca mais vivencie uma situação como essa, pois será outra situação mas a percepção será a mesma do nazismo, isto é, um sentimento de estar fazendo a coisa certa.
7.5 Se a Impunidade Reina
 A vingança da sociedade deve, no entanto compreendida e respeita, porém depois de aplicada contida e passada a competência de punir para o Estado, se não houver essa punição por parte do Estado a impunidade se sobressairá e conquistar a paz será mais difícil.
7.6 Quisling
 O autor comenta sobre suas experiências pós-segunda guerra e conta que em seu o comandante de que trouxe o nazismo para seu país era chamado de quisling e que este fora executado. Mas pior do que a reputação dos quislings era dos landssvikeres isto é os cidadãos que se aliaram ao partido nazista, considerados os que decepcionaram o pais.
7.7 A Purificação
 Após a morte do comandante uma manchete norueguesa alerta fora feita a justiça e que a justiça deve ser feita pelo Estado. Todos os membros do partido nazista foram julgados e nos primeiros anos as punições foram severas.
7.8 Prevenindo a Vingança Privada 
 Se realizando a vingança dos noruegueses contra o regime nazista, preveniu-se incialmente a vingança privada.
7.9 Narvik, Outubro de 2002
 O autor relata a situação um encontro sobre a paz e a conciliação em 2002 em Narvik, onde os representantes da Noruega ficaram felizes que os representantes da Alemanha não vieram isto porque eles não queriam realmente se reconciliar com, aqueles que eles consideram torturadores. 
7.10 O Monumento 
 Em Narvik em homenagem aos que foram mortos pelos noruegueses filiados ao nazismo, mas a discrição dele a responsabilidade pela morte dessas pessoas fica indefinida e não se fala em noruegueses e sim em alemãs 
 
 Panorama Geral da obra
Banco de Dados 
“O crime é muito e nada. Crime é um conceito livre para manobras. O desafio é entender seu uso nos vários sistemas, e por intermédio desse entendimento, ser capaz de avaliar seu uso e quem usa” – Pp. 16 
 “O retrato é de uma sociedade em que seres humanos são controlados de cima com a mesma força que Foucalt (1977) viu nos tipos de acampamentos militares, por ele descritos como protótipos de disciplina. Um panótico administrado com rigor. ” – Pp.19 
 “Muito do que a polícia de a prisão tocam se converte em crimes e criminosos, e interpretações alternativas de atos e atores se desvanecem. Nesse tipo de sociedade, as atividades de sobrevivência talvez estejam um pouco fora da zona do legalmente aceitável.” – Pp. 23
 “Este livro tem como parte de seu objeto a analise sobre o que é adequadamente visto como crime. Para mim, está é uma questão em aberto, passível de discussão, e particularmente, para ser vista com nossos valores. Nossa racionalidade não nega que o conceito de crime, em certas situações e para certos propósitos, talvez seja adequado. ” – Pp. 25 
 “O crime esta em permanente oferta. Atos passíveis da criminalização são recursos naturais ilimitados. ’’ Pp. 29 
 “No entanto, as estatísticas criminais, são elas próprias de fenômenos sociais”. –Pp 30. 
 “Então vem uma questão importante na sociologia, estamos habituados a considerar as instituições, ou suas principais categorias, como basicamente diferentes são precisamente as diferenças que possibilitam destinguir uma das outras , dar-lhes nomes diferentes, comparar seus aspectos peculiares e sua força mutua. O pluralismo é normalmente nosso retrata intuitivo nessa analise.” – Pp. 35
 “Vivia-se a vida possível. Havia desejo, mas na forma de esperança, e não como necessidade baseadas em direitos. Na perspectiva de Illich o ser humano deixou de ser homo sapiens (homem sábio ou portador de preferencias) para se tornar homo miserabilis.” – Pp. 38
 
 “Nosso tempo é aquele de pessoas bonitas da exposição de como vivem , comos e tornam o que são. É uma vergonha não ter sucesso. Na transmissão de sua mensagem, atual indústria de mercado é provavelmente muito mais eficiente do que a máquina de propaganda das velhas ditadura totalitárias” – Pp. 52
 “ Entrementes, nós estamos livre para criar nosso próprio destino. É possível por certo, chegar a conclusão oposta: os velhos tinham muitas tarefas além da lavoura e dos serviços doméstico , ao passo que nossas vidas se restringem a ganhar e gastar dinheiro, como irresistíveis, objetivos de todas as atividades.” – Pp. 53

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