comunicação e expressão aula e exercícios (2)

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Profª M. Alice Braga
SIMULADO PARA G2
As questões 01 a 06 referem-se ao fragmento do capítulo I, da obra Vidas secas, de Graciliano Ramos, disponível no site: http://www.fosjc.unesp.br/extensao/prevest/paraibuna/HUMANAS_files/vidas_secas.pdf
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	Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aio a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas.
O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.
- Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis.
E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande.
1. A respeito do texto de Graciliano Ramos, é correto afirmar.
(A) Os urubus voavam em círculos altos sobre o pirralho moribundo.
(B) Na planície seca, os juazeiros abriam sua sombra ressequida.
(C) Sinhá Vitoria levava, na cabeça, o baú e, nas ancas, montado, o filho mais novo.
(D) Fabiano meteu a faca na bainha e desistiu de prosseguir a caminhada.
(E) Fabiano pensou que seria possível abandonar o anjinho aos bichos do mato.
2. Assinale a alternativa correta quanto à linguagem predominante no texto acima.
(A) O texto apresenta linguagem coloquial com gírias.
(B) O texto apresenta linguagem predominantemente formal, com expressões técnicas.
(C) O texto possui estilo predominantemente acadêmico, com forte presença de conceitos abstratos. 
(D) O texto apresenta linguagem formal, com expressões regionais do Brasil antigo.
(E) O texto apresenta linguagem padrão com figuras de linguagem.
3. Assinale a alternativa que contém o grupo de vocábulos que segue o mesmo princípio de acentuação do termo obstáculo.
(A) Necessário; miúdo; Vitória.
(B) Léguas; estômago; invisíveis.
(C) Planície; silêncio; caíam.
(D) Espírito; cólera; estômago.
(E) Léguas; caíam; silêncio.
4. Tendo em vista os estudos dos capítulos 2 e 4, do livro-base, marque a alternativa correta.
(A) O excerto acima se constitui em um texto narrativo com linguagem literária.
(B) O fragmento acima se constitui em um texto publicitário com linguagem não-literária.
(C) O trecho acima se constitui em um texto informativo com linguagem literária.
(D) O excerto acima se constitui em um texto descritivo com linguagem técnica.
(E) O texto acima se constitui em um texto dissertativo com linguagem não-literária.
5. Assinale a alternativa que substitui, sem perda de sentido, o termo ‘mas’, sublinhado na linha 15.
(A) No entanto.
(B) Embora.
(C) Porque.
(D) Caso.
(E) Mesmo que.
6. Qual alternativa justifica corretamente a grafia da expressão ‘fazia horas’ (linha 30)?
(A) O verbo ‘fazer’ deve sempre concordar com a palavras horas.
(B) O verbo ‘fazer’, em qualquer circunstância, não flexiona.
(C) O verbo ‘fazer’, quando denota tempo, é impessoal, isto é, não flexiona.
(D) Nesta caso, a concordância é opcional.
(E) O verbo ‘fazer’ é um verbo de ligação, por isso fica sempre no singular.
7. Marque no texto todos os anafóricos que se referem à expressão ‘O menino mais velho’, sublinhado, na linha 10.
As questões 08 a 12 referem-se à charge abaixo, disponível no site: http://jataovaqueiro.blogspot.com.br/2011/06/charges-da-falta-de-respeito-ao-meio.html
8. O sentido humorístico da charge está baseado em uma informação implícita, que o leitor descobre com a leitura atenta. Qual das alternativas abaixo expressa essa informação?
(A) O pássaro adulto afirma que o homem polui a natureza porque é necessário.
(B) O pássaro adulto argumenta que a poluição gera divisas e, portanto, é legítima.
(C) O filho pergunta ao pai por que o ser humano é racional.
(D) O pássaro adulto mostra ao filho pássaro que o homem destrói a natureza pela necessidade de sobrevivência, o filho não entende o raciocínio dos homens.
(E) O pássaro adulto mostra ao filho pássaro que o homem destrói a natureza pela ganância, e o filho questiona a racionalidade humana.
9. Marque a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula no seguinte trecho: “É mais ou menos assim, meu filho:”
A vírgula separa o aposto.
A vírgula sinaliza a elipse do verbo.
A vírgula separa o sujeito do predicado.
A vírgula marca a separação de duas orações coordenadas.
A vírgula marca o vocativo.
10. No período “Com o dinheiro eles vivem melhor, pois podem cuidar da saúde, se alimentar ... ”, qual o sentido lógico expresso pela expressão sublinhada?
(A) Adição.
(B) Explicação.
(C) Concessão.
(D) Proporcionalidade.
(E) Conformidade.
11. A expressão ‘tá’, expressa pela ave filhote, pertence à linguagem:
Padrão.
Regional.
Coloquial.
Técnica.
Lírica.
12. Leia o texto abaixo e preencha as lacunas, conforme o que se pede.
 
	Computadores e tablets estão cada vez mais presentes no dia a dia das crianças e, aos poucos, faz com que o teclado substitua ___ (a; à) vontade de escrever ___ (à; a) mão. Em muitas escolas de estados americanos, o ensino da escrita ___ (a; à) mão ou cursiva, já deixou de ser obrigatório.
Aqui no Brasil, o uso de notebooks durante ___ (as; às) aulas também é comum, inclusive no ensino fundamental, mas a escrita ___ mão não deixa de ser incentivada pelos professores. Os jovens não gostam do tradicional lápis e caderno, dizem que é chato e muito mais demorado. 
Mas, mesmo em uma épocaem que o hábito de escrever está ficando cada vez mais raro, ainda existe quem valorize ___ (a; à) beleza e ___ (à; a) elegância da escrita ___ (a; à) mão. As escolas de caligrafia continuam sendo muito procuradas e com um perfil de alunos bem variado, como vestibulandos que ___ (deve; devem) ter uma boa grafia para não perder ponto na redação, pessoas que estão estudando para concursos públicos, médicos que precisam melhorar ___ (à; a) letra, assim como os que querem se livrar de uma fama indesejada. Mas em meio ___ (à; a) tanta tecnologia, ainda ___ (existe; existem) aqueles que são apaixonados pela escrita e gostam de ter uma letra bonita.
A família do Sr. Antonio ensina ___ (a; à) arte de boa caligrafia ___ (a; há) quase 100 anos, e garante que qualquer um, em apenas dois meses, pode ter uma letra invejável, o que, com o tempo, pode buscar a vontade e o gosto de escrever ___ (à; a) mão.
GABARITO
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