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Jornalismo Especializado: Plano de aula 15

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Plano	de	Aula:	Plataformas	digitais	do	jornalismo	e	a	extensão	do
processo	de	segmentação
JORNALISMO	ESPECIALIZADO	-	CCA0242
Título
Plataformas	digitais	do	jornalismo	e	a	extensão	do	processo	de	segmentação
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
15
Tema
As	novas	tecnologias	e	o	ciberjornalismo
Objetivos
Ao	final	da	aula	o	aluno	será	capaz	de:
Gerais
ü		Compreender	o	impacto	das	novas	tecnologias	na	produção	e	distribuição	de
conteúdo	jornalístico
	
Específicos
ü		Identificar	o	potencial	da	segmentação	nas	mídias	digitais
Estrutura	do	Conteúdo
-	O	impacto	das	tecnologias	digitais	está	transformando	o	jornalismo	e	o	papel
do	jornalista,	apontando	para	a	necessidade	de	uma	mudança	na	formação	do
jornalista	 profissional	 para	 que	 possa	 atuar	 com	 ética	 e	 responsabilidade
dentro	de	uma	sociedade	democrática	cada	vez	mais	participativa.
-	 O	 advento	 da	 internet	 e	 a	 convergência	 de	 mídias	 que	 a	 digitalização	 da
informação	 permitiu,	 resultando	 na	 hipermídia	 (nova	 forma	 de	 mídia	 que
integra,	 arquiva	 e	 distribui	 textos,	 imagens,	 áudio,	 animação,	 vídeo),
representou	 uma	 transformação	 radical	 no	 processo	 da	 comunicação.	 Meios
impressos	e	eletrônicos	foram	particularmente	afetados	pela	revolução	que	as
novas	tecnologias	implicam,	entre	outras	razões,	pela	mudança	no	modo	como
se	relacionam	com	o	público.
-	 	 O	 computador	 e	 outras	 ferramentas	 de	 comunicação	 digital	 possibilitam	 o
direcionamento	de	mensagens	para	um	segmento	bem	específico	do	público,	e
não	mais	para	a	massa	do	público,	como	na	mídia	convencional.	O	processo	da
comunicação	 já	 não	 se	 restringe	 a	 essa	 forma	 de	 transmissão	 de	 um	 para
muitos,	podendo	abarcar	também	a	modalidade	de	muitos	para	muitos	ou,	no
máximo	da	hipersegmentação,	de	um	para	um.	Além	disso,	os	novos	meios	são
marcados	 pela	 interatividade,	 tirando	 o	 receptor	 de	 sua	 passividade	 e
habilitando-o	a	também	ser	um	produtor	de	conteúdo	na	web.
-	A	nova	realidade	da	comunicação	no	ciberespaço	contribuiu	para	acelerar	o
processo	de	especialização	midiática,	através	da	criação	de	sites	destinados	a
atender	 às	 demandas	 de	 públicos	 específicos.	 Além	 disso,	 a	 expansão	 dos
blogs,	vlogs,	podcasts	e	outras	 ferramentas	da	 internet	para	a	divulgação	de
conteúdo	possibilitou	o	surgimento	do	que	vem	sendo	chamado	de	jornalismo
cidadão,	 assunto	 controverso	 que	 é	 exaltado	 por	 muitos	 como	 o	 fim	 dos
privilégios	 do	 jornalismo	 convencional	 como	 mediador	 da	 sociedade.
Entretanto,	é	preciso	um	olhar	mais	cauteloso	em	relação	a	essas	novidades	e
buscar	 um	 equilíbrio	 entre	 as	 tendências	 a	 avaliar	 as	 mudanças	 de	 uma
perspectiva	apocalíptica	ou	integrada.
-		Assuntos	que	interessam	a	públicos	por	demais	restritos	têm	seu	espaço	na
internet,	abrindo	um	campo	para	a	exploração	e	divulgação	de	temas	que	não
encontram	 lugar	 ou	 são	 desprezados	 ou	 ignorados	 pela	 mídia	 convencional,
preocupada	em	divulgar	fatos	de	relevância	para	a	sociedade	como	um	todo.	A
internet	 é	 realmente	 o	 espaço	 favorável	 à	 segmentação,	 diversificação	 e
abordagem	diferenciada.	Abre-se	um	campo	enorme	de	possibilidades	de	um
jornalismo	comunitário,	mais	voltado	para	o	local,	com	a	produção	de	notícias
de	interesse	específico	de	uma	localidade,	seja	ela	a	cidade,	o	bairro,	a	rua	ou
o	próprio	universo	familiar.	
Ciberjornalismo
-	A	expressão	ciberjornalismo	refere-se	à	tarefa	de	criar	e	manter	blogs,	mediar
chats,	 escrever	 em	 um	 fórum	 e	 redes	 sociais.	 Assim,	 todas	 as	 tarefas	 que
envolvem	a	criação	de	textos	para	os	produtos	do	meio	podem	ser	chamadas
de	ciberjornalismo.
-	 Que	 é	 capaz	 de	 mexer	 em	 várias	 mídias	 ao	 mesmo	 tempo	 e,	 além	 disso,
escreve	corretamente	tem	grandes	chances	de	tornar-ser	um	ciberjornalista.
-	 Porém,	 não	 basta	 ser	 multitarefa	 e	 esperto	 com	 a	 tecnologia	 presente	 na
Web:	o	grande	desafio	é	ter	background	cultural	para	conseguir	contextualizar
a	informação	e	empacota-la	de	um	jeito	diferente	a	cada	necessidade	editorial.
	
	
O	texto	digital
-	 Os	 elementos	 que	 compõem	 o	 conteúdo	 on	 line	 vão	 muito	 além	 dos
tradicionalmente	 utilizados	 na	 cobertura	 impressa	 (textos,	 fotos	 e	 gráficos).
Podem-se	 adicionar	 sequências	 de	 vídeo,	 áudio	 e	 ilustrações	 animadas.	 Até
mesmo	 o	 texto	 deixou	 de	 ser	 definitivo	 (um	 e-mail	 com	 comentários	 sobre
determinada	 matéria	 pode	 trazer	 novas	 informações	 ou	 um	 novo	 ponto	 de
vista,	tornado-se,	assim,	parte	da	cobertura	jornalística).
-	 Segundo	 Pollyana	 Ferrari,	 autora	 do	 livro	 Jornalismo	 Digital,	 acessar	 um
conteúdo	 não	 é	 necessariamente	 a	 leitura	 de	 uma	 notícia,	 já	 que	 engloba
textos	 que	 trafegam	 pelas	 salas	 de	 bate-papo,	 mensagens	 enviadas	 nos
fóruns,	 resenhas	 de	 livros	 e	 discos	 e	 colunas.	 Enfim,	 o	 conteúdo	 não	 está
apenas	na	área	de	notícias	dos	portais,	mas	sim	espalhado	por	quase	 todos
os	produtos	oferecidos	pelo	endereço	eletrônico.
Jornalismo	aberto
-	 Na	 internet,	 os	 benefícios	 de	 ser	mais	 aberto	 às	 pessoas	 que	 costumavam
ser	 a	 audiência,	 segundo	 Katharine	 Viner,	 subeditora	 do	 diário
britânico	The	Guardianm,	vão	além	das	coisas	meramente	sentimentais,	como
estar	 mais	 conectado	 com	 os	 leitores	 ou	 fazer	 com	 que	 eles	 retuítem	 ou
distribuam	 o	 seu	 conteúdo	 (função	 que,	 aparentemente,	 muitos	 veículos	 e
jornalistas	julgam	ser	a	da	rede	social).
-	Essa	abertura	pode	melhorar	o	jornalismo	de	várias	maneiras:
Muitas	vezes,	o	leitor	sabe	mais	do	que	você
A	subeditora	do	Guardian	dá	como	exemplo	uma	matéria	sobre	prospecção	em
águas	profundas	e	como	um	Google	Doc	aberto	permitiu	que	especialistas	de
vários	 campos	 contribuíssem	 com	 seu	 conhecimento	 sobre	 esse	 tema,	 uma
abordagem	que	o	jornal	britânico	faz	melhor	do	que	praticamente	todo	mundo.
Com	a	abertura,	vem	a	responsabilidade
Ao	invés	de	tentar	esconder	os	erros,	o	que	muitos	veículos	tradicionais	fazem,
Katharine	fala	sobre	uma	matéria	em	que	o	 jornal	cometeu	um	erro	e	depois,
além	de	corrigi-lo,	publicou	uma	mensagem	num	blog	discutindo-o.	Os	leitores
disseram	que	isso	realmente	aumentou	sua	confiança	no	jornal.
Ser	aberto	pode	produzir	furos
Pedir	 aos	 leitores	 que	 o	 ajudem	 torna	 mais	 provável	 que	 eles	 tragam
informações	 que	mudam	 uma	matéria	 de	maneira	 dramática,	 levando-a	 para
interpretações	e	enfoques	desconhecidos	até	então.
Mediação	digital
-		As	novas	tecnologias	possibilitam	que	qualquer	cidadão	produza	sua	própria
reportagem	ou	seu	comentário	sobre	o	show	que	assistiu	e	os	disponibilize	na
internet,	 o	 que	é	muito	 democrático.	Mas	 isso	 não	 significa	 que	o	 público	 vá
dispensar	 o	 filtro	 editorial	 das	 empresas	 de	 comunicação,	 que	 se
especializaram	na	 tarefa	de	selecionar,	 tratar,	analisar	e	oferecer	 informação
qualificada	ao	público.
-	Provavelmente,	 teremos	boas	críticas	de	cinema	produzidas	por	cinéfilos	em
seus	blogs	ou	por	estudiosos	do	assunto,	amadores	ou	profissionais.	Mas	isso
não	eliminará	o	 trabalho	ou	a	mediação	do	 jornalista	especializado	em	crítica
de	cinema,	ou	em	qualquer	outra	área	do	campo	artístico.	Tudo	é	uma	questão
de	 formação	 e	 credibilidade.	 Em	 meio	 à	 superabundância	 de	 informação	 e
conteúdo	disponibilizado	na	internet	a	todo	momento	e	em	tempo	real,	torna-
se	 mais	 do	 nunca	 necessária	 a	 mediação	 do	 profissional	 capacitado	 a
selecionar	e	contextualizar	a	informação.
	 -	 A	 jornalista	 Maíra	 Souza,	 em	 artigo	 publicado	 no	 site	 Observatório	 da
Imprensa,	 ressalta	 que	 os	 blogs	 e	 os	 sites	 de	 redes	 sociais,	 a	 exemplo	 do
Twitter	e	do	Facebook,	estimulam	a	participação	dos	usuários	na	produção	de
conteúdo.	 Desta	 forma,	 circulam	 pela	 internet	 não	 apenas	 as	 informações
publicadas	 pela	 grande	 imprensa,	mas	 também,	 o	 conteúdo	 produzido	 pelos
usuários	 destas	 redeso	 que	 gera	 uma	 infinidade	 de	 informações	 no
ciberespaço.
-	 Por	 conta	 dessa	 situação,	 o	 papel	 do	 jornalista	 é	 colocado	 em	 xeque	 e	 os
valores	 jornalísticos	 como	 a	 credibilidade,	 a	 exatidão	 e	 a	 isenção	 têm	 sua
importância	redobrada	com	a	emergência	das	redes	sociais	na	internet	e	das
tecnologias	 digitais,	 uma	 vez	 que	 é	 preciso	 haver	 um	 ?filtro?	 das	 notícias
confiáveis.
-	 Esse	 novo	 ecossistema	midiático	 envolve	 além	 dos	 tradicionais	 veículos	 de
comunicação,	 os	 usuários,	 que	 agora	 podem	 comentar,	 compartilhar	 e
retrabalhar	 este	 texto	 hipermidiático.	 Com	 isso,	 criam-se	 polêmicas	 quanto	 a
existência	 ou	 a	 reconfiguração	 da	 figura	 do	 jornalista	 como
o	 gatekeeper,	 aquele	 que	 controlava	 os	 ?portões?,	 ou	 melhor,	 o	 conteúdo
noticiado	pela	mídia.
-	 A	 facilidade	 em	 se	 publicar	 informações	 na	 internet,	 diminui	 o	 controle	 das
empresas	 jornalísticas	 sobre	 o	 que	 é	 publicado	 no	 ciberespaço	 e	 agora	 o
papel	dos	jornalistas	seria	o	de	selecionar,	indicar	e	contextualizar	as	notícias
confiáveis,	 além	 de	 dar	 pistas	 de	 leitura	 aos	 usuários,	 que	 agora	 têm	 uma
infinidade	de	informações	à	sua	disposição.
Credibilidade,	exatidão	e	isenção
-	 Apesar	 de	 todo	 o	 potencial	 colaborativo	 das	 redes	 sociais,	 segundo	 Maíra
Souza,	 é	 inegável	 que	 o	 capital	 social	 construído	 pelo	 jornalismo	 ainda
permanece,	 e	 uma	 notícia	 publicada	 por	 usuários	 dessas	 redes	 sociais	 não
tem	o	mesmo	peso	e	nem	gera	a	mesma	atenção	que	a	informação	divulgada
por	veículos	noticiosos	de	referência,	que	já	têm	seu	lugar	de	fala	legitimado.
Nas	 redes	sociais,	os	perfis	de	empresas	 jornalísticas	são	os	que	possuem	o
maior	número	de	seguidores	e	a	credibilidade	de	uma	notícia	se	dá	a	partir	do
momento	em	que	ela	é	compartilhada	e/ou	recebe	comentários	dos	usuários.
-	 O	 jornalista	 é	 quem	 ?provê	 a	 legitimação	 e	 o	 aprofundamento	 das
informações,	ancorado	na	credibilidade	e	em	seu	papel	social?.	As	informações
só	são	legitimadas	e	confirmadas	nas	redes	sociais,	quando	publicadas	por	um
veículo	jornalístico.
-	Como	foi	visto,	mesmo	com	uma	infinidade	de	atores	nas	redes	sociais,	neste
novo	 ecossistema	 midiático	 os	 jornalistas	 não	 perderam	 sua	 efetiva
legitimidade	 social.	 Eles	 têm	 o	 seu	 lugar	 de	 fala	 garantido	 e	 cada	 vez	 mais
precisam	manter	suas	responsabilidades	e	seus	valores,	como:	a	credibilidade,
a	exatidão	e	a	isenção.
-	 Assim,	 se	 por	 um	 lado,	 os	 usuários	 podem	 publicar	 qualquer	 tipo	 de
informação	 na	 rede,	 por	 outro,	 são	 os	 jornalistas	 os	 portadores	 da
legitimidade	e	 credibilidade	 necessária	 para	 dar	 valor	 ao	 conteúdo	 publicado
na	internet.
	
	
	
	
	
Aplicação	Prática	Teórica
Procedimentos	de	Ensino
ü		Aula	teórica,	com	exposição	do	conteúdo	em	quadro	e/ou	data	show
Recursos	Físicos
ü		Quadro	branco	e/ou	data	show
Avaliação
ü		A	avaliação	será	realizada	com	base	na	participação	dos	alunos	nas	discussões
em	aula
ü		Como	exercício,	propor	a	pesquisa	na	internet	de	espaços	de	produção	de
jornalística	especializada	e	segmentada	e	a	análise	crítica	do	conteúdo
encontrado.	Texto	de,	no	mínimo,	2	mil	caracteres	com	espaço.
Considerações	Adicionais

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