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Roteiro II - Noções de norma jurídica

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ROTEIRO II DE INTRODUÇÃO AO DIREITO 
Noções de norma jurídica
O ensino do Direito compreende o estudo dos aspectos fundamentais das normas jurídicas que disciplinam a conduta humana em sociedade. 
1. NOÇÕES PRELIMINARES
1.1. A necessidade de regulação de condutas visando uma ordem nas relações sociais.
A convivência em grupo desde os tempos remotos sempre exigiu o estabelecimento de normas para disciplinar, organizar as relações sociais. 
A ideia de Direito nasce com a necessidade de ordenar, harmonizar as relações humanas visando à composição do interesse individual com o interesse comum.
 1.2. A ideia de norma
Norma significa que algo deve ser ou acontecer; que um indivíduo deve conduzir-se de determinada maneira. 
Dever-ser (Deôntica) – idealização da conduta ou fato.
Ser (ôntica) - realidade da conduta ou fato.
O conteúdo da norma (Dever-ser) enquanto tal é uma abstração, um preceito que se apresenta como uma hipótese.
As condutas ou fatos reais (Ser) podem ou não coincidir com as condutas ou fatos descritos nas hipóteses (abstratas) das normas.
Ao cotejarmos as normas que se constituem em princípios e regras disciplinadoras de condutas deduz-se que sempre algo encontra sentido nas expressões:
Obrigatório – Proibido - Permitido
1.2.1. As normas sociais
As normas sociais, objeto de estudo das ciências sociais, são regras oriundas da sociedade, que visam disciplinar comportamentos. Estas regras são estabelecidas através da convivência humana num contexto de espaço e época como resultado empírico e dedutivo, portanto, são produtos culturais. [1: A Ciência Social é um ramo amplo da ciência que estuda a vida social de indivíduos e grupos humanos; inclui, entre outros, a Antropologia, Administração, Economia, História, Linguística, Sociologia, Direito, Ciência Política. ]
As normas sociais são compostas de preceitos que orientam para a realização de determinadas condutas e contribuem para a formação dos axiomas e parâmetros de comportamento. Portanto, estão presentes na formação da consciência, no processo cognitivo humano e tendem a reproduzir valores e princípios éticos e morais, por exemplo, as idéias do certo ou do errado, do bem ou do mal, etc. 
1.2.2. A norma Jurídica
A norma jurídica é uma espécie de norma social, que se distingue fundamentalmente desta porque é declarada como um fato que produz efeitos jurídicos e é garantida por uma autoridade que detém o monopólio da aplicação da força na sociedade – o poder público. 
Da norma jurídica, decorrem alguns atributos:
	
	Imperatividade – a norma jurídica tem o poder de imperar, ou seja, impor uma prescrição - um dever.
	
Atributividade – Em função da capacidade de impor uma prescrição/dever a norma jurídica se constitui numa fonte de direitos, ou seja, surge, em função de um dever, um direito (de exigir o cumprimento deste dever).
Coercibilidade – é a potencialidade que a norma jurídica apresenta para a pessoa que realizar a conduta transgressora sofrer repressão (sanção) por parte de uma Instituição (Estado) que detém o monopólio da aplicação da força.
Síntese: as normas jurídicas disciplinam as relações das pessoas umas com as outras estabelecendo direitos e deveres recíprocos garantidos pelo Poder Público, por meio de seus órgãos competentes.
Conceitos
“Norma jurídica é a norma social imperativa, atributiva disciplinadora de condutas e garantida pelo poder de coerção do Estado” 
“Direito é um fenômeno social; um sistema de normas jurídicas que visam disciplinar a convivência social humana”.
Direito Objetivo: é considerada a norma jurídica em si ou o sistema de normas jurídicas consubstanciados em normas gerais e abstratas que, nesta condição, não se aplicam a ninguém em particular, mas a todos de uma forma geral. 
Direito objetivo é sempre uma norma ou conjunto de normas impostas ao comportamento humano, autorizando-o a fazer ou não fazer algo.
Direito Subjetivo: É o fenômeno jurídico colocado à disposição do sujeito pelo direito objetivo. É a faculdade de agir ou potência para agir dos sujeitos, oriunda da existência do conjunto de normas jurídicas. Ex: a permissão de fazer ou de não fazer, sem violar a norma; Ex: a capacidade de exigir o cumprimento da norma, de resistir contra um ato ilegal, etc. 
Direito subjetivo é sempre a permissão que tem o ser humano para agir conforme o Direito objetivo.
1.2.3. Relação entre normas jurídicas e normas morais, religiosas e normas de trato social 
As normas morais e de trato social apresentam valores e princípios que decorrem da concepção que as pessoas têm sobre o que seja correto ou incorreto, do bem ou do mal, sendo que a diferenciação é imprecisa, mas tendente a considerar a gravidade ou relevância social do comportamento.[2: O comportamento humano permite ser refletido em vários ramos do saber: a Filosofia, na idéia de Bertrand Russel, constitui um conjunto de considerações especulativas que se fazem sobre assuntos sobre os quais não é possível ter um conhecimento exato. Destaca-se assim a Ética (que deriva do grego ethos, que significa modo de ser, caráter, comportamento) como sendo o ramo da filosofia que estuda o modo de convivência em sociedade. A Moral (mores - tradução latina de ética) é o conjunto de valores expresso em regras e princípios consubstanciados nos costumes, tabus, mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos em uma sociedade ou região. A Moral firmou-se majoritariamente entre os pensadores como objeto de reflexão da ética.]
As normas de trato social são decorrentes das relações humanas destinando-se a tornar a convivência mais agradável entre as pessoas. Os valores das regras de trato social se justificam pelo respeito e consideração, que as pessoas devem umas às outras. Seu descumprimento não gera efeito jurídico, entretanto causam sentimentos de reprovação social
Ex: as regras de etiqueta e boas maneiras, regras de cortesia; mais especificadamente: o cumprimento afável, a visitação ao doente, a solidariedade em casos de tragédias, etc.
Da mesma forma, as regras morais decorrem da vida em sociedade e são consideradas mais relevantes nas relações humanas. Seu descumprimento causa um nível de reprovação social maior tanto na sociedade como na consciência de um indivíduo. 
Ex. considerados imorais: exposição de sexualidade precoce na mídia; punição insuficiente pelo Estado, privilégios políticos de justificativa rasa, etc.
Nas normas religiosas, os valores e princípios decorrem da formação da fé revelada por uma religião, e geralmente estão consubstanciadas nas normas morais ou de trato social. As normas religiosas, se descumpridas, geram especialmente remorso, arrependimento pessoal.
	Seguidamente observamos embates políticos sobre temas conflitantes entre Religião e Direito. Ex: adultério; propostas para descriminalizar o aborto, eutanásia, etc. 
Dentre todas as normas sociais que incluem preceitos de trato social, morais, religiosos, as normas jurídicas são um destaque. São eleitas pelo poder público pela relevância que apresentam para a manutenção e desenvolvimento da sociedade e para as relações entre as pessoas, estabelecem assim as prerrogativas que recebem a tutela do Estado. 
Ex. dos preceitos morais (e também religiosos) tutelados pelo direito penal: não matar, não furtar, etc.. Além, de preceitos morais, também são preceitos jurídicos. À luz da legislação brasileira, a transgressão de uma delas constitui crime.
Conceitos morais como, o dolo, a culpa e a premeditação, são acolhidos para tipificação: agrava ou atenua os crimes.
1.3. Classificação das normas jurídicas Estatais:
Extensão espacial – Força de seu conteúdo – Aplicabilidade
1.3.1. Segundo a extensão espacial de sua validade, as normas jurídicas podem ser:
Federais - São aplicáveis em todo o território do Estado. Ex: Direito civil, penal, processual, eleitoral, ambiental, trabalhista, etc.
Estaduais – Aplicáveis em parte do territórioFederal, no âmbito de cada Estado;
Ex: constituição Estadual, leis estaduais.
Obs: No Brasil, os Estados da Federação organizam-se e regem-se pelas Constituições e Leis que adotam desde que respeitem os princípios da Constituição Federal.
Municipais – Aplicáveis no âmbito dos territórios municipais. A principal lei municipal é chamada Lei Orgânica.
Obs: Conforme o art. 30, I e II da CF, compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber. (chamada competência residual). Ex: definir a mão das vias públicas; transporte coletivo, utilização de espaços públicos municipais, definirem seus tributos, etc.
1.3.2. Segundo a força de seu conteúdo:
	
	Primárias – São as únicas normas jurídicas legislativas (atos normativos legislativos) que podem criar novos direitos e obrigações. Os atos normativos legislativos que têm essa força são as Leis Constitucionais, Leis complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, medidas provisórias (força de lei), decretos legislativos; resoluções legislativas; e os antigos decretos-lei.
Secundárias – São normas jurídicas administrativas (ato normativo administrativo) emanadas exclusivamente da Administração Pública (Poder Executivo). São responsáveis por reproduzir os direitos e obrigações criadas nas leis primárias, das quais retiram seu fundamento de validade. Elas têm a função precípua de detalhar e tornar executáveis as leis primárias. 
	Ex: Decretos dos Executivos, Instruções normativas, Portarias, circulares, etc.
Obs: Sob forma de exceção, os decretos do executivo federal podem estabelecer direitos e obrigações: 
Ex: CF permite a fixação de alíquotas nos impostos extrafiscais por decretos do executivo (art. 153, §1).
Ex: Com a EC32/01, introduziu-se no ordenamento o ato normativo chamado pela doutrina de decreto autônomo – Decreto do Presidente da República que decorre diretamente da Constituição, possuindo efeito de lei ordinária, portanto, capaz de criar direitos e obrigações com reflexos para a Administração Federal. Tal espécie normativa limita-se às hipóteses de organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vago (art. 84, VI, da Constituição). 
As normas secundárias podem ser:
a) Internas: têm por objeto a organização de um órgão ou de um ente público; São regulamentos de organização e não vinculam terceiros. Ex: regulamentos de convênios entre entes federados para facilitar a fiscalização; regimentos internos, etc.
b) Externas: estes detalham as normas primárias que regulam a conduta de terceiros, ou seja, pessoas estranhas a administração. Ex: definição de formulários, etc.;
1.3.3. Segundo a aplicabilidade de seu conteúdo:
Auto-aplicável – É aquela que não depende de outra norma para ter eficácia no ordenamento. É a norma imediatamente aplicável. A regra geral é que as normas jurídicas tenham aplicabilidade direta.
Ex: Na CF/88 o art. 5°, inciso VI; o art. 5°, inciso XVI; XXXIV, LXXIV, etc. art. 6°,
Ex: Art. 19, I e II do Código Penal que determina que não haja crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade, em legítima defesa em estrito cumprimento do dever legal, como também o art. 488 da CLT que determina que o horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo de aviso prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário integral.
Dependentes de regulamentação – São aquelas que exigem para sua completa aplicabilidade, a criação de normas que a completam ou regulamentam. A condição de dependência da norma é identificada quando está expressamente mencionada, ou resulte inequivocamente, do sentido interpretado da disposição. A dependência de regulamentação é a exceção. Temos como exemplo na CF/88 quando a norma constitucional exige que o direito mencionado dependa de lei ou lei complementar. Ex: o art. 7, inciso I, XI; art. 5, VIII, XXVI, da CF etc.
Nas Leis ordinárias temos como exemplo o art. 670, parágrafo 6° da CLT, determina que disponham os Tribunais Regionais do Trabalho, no respectivo regimento interno, sobre a substituição de seus juízes.
1.4. Espécies de normas jurídicas estatais: 
As normas jurídicas estatais têm seu procedimento de elaboração formal (criação) estabelecido no ordenamento jurídico através do procedimento legislativo (atos normativos legislativos) ou procedimento administrativo (atos normativos administrativos). 
Os vocábulos “Lei” e “Legislação”
Existe dificuldade na doutrina para padronizar um sentido quando se enfrentam os termos “Lei” e “Legislação”, especialmente pelo seu uso comum na sociedade e pelas imprecisões na redação das normas jurídicas. É necessário avaliar o contexto em que estão inseridas para deduzir sobre seu sentido adequado. Assim, “Lei” pode ser entendida no sentido de ordenamento jurídico (conjunto de normas jurídicas – Direito estatal). Ex: “A lei brasileira não admite o instituto do confisco” (considera lei o sistema jurídico como um todo).
 
Da mesma forma, o vocábulo “legislação” pode significar todo o conjunto de normas jurídicas produzidas pelo Estado, bem como representar parcela do ordenamento. Por ex: “a legislação penal” a “legislação tributária”, etc.
Modernamente a Lei, sob o aspecto de norma jurídica única, tem dois grupos de significados fundamentais na doutrina:[3: DIMOULIS. Dimitri, Manual de introdução ao estudo do direito, Editora RT, 2003. Pg. 185-192.]
Em sentido amplo (ou material), podem ser chamadas "leis", as normas jurídicas que apresentam 4 requisitos fundamentais: 
1) São escritas; 
2) Entraram em vigor por decisão das autoridades estatais competentes; 
3) Foram estabelecidas em conformidade com o procedimento fixado em normas superiores; 
4) Objetivam regular direta ou indiretamente a organização da sociedade, apresentando certo grau de generalidade. 
Ou seja, quaisquer espécies de normas jurídicas primárias ou secundárias escritas produzidas pelo Estado.
 
Em sentido estrito (ou formal), as “leis” são aquelas, dentre as normas de sentido amplo, emanadas do Poder Legislativo, por decisão majoritária, e apreciadas pelo poder Executivo através da sanção ou veto. Ou seja, a distinção fundamental entre lei em sentido amplo (material) ou lei em sentido estrito (formal) é sua origem. Ex: Lei Complementar, Lei Ordinária e Lei Delegada. As demais espécies de normas jurídicas ficam de fora deste conceito. 
Ressalta-se que direitos e obrigações podem ser estabelecidos por outras normas jurídicas legislativas além das leis em sentido estrito, porque podem ser emanadas de outros poderes ou não passam pelo crivo do executivo. As normas primárias representam, na prática, a ampliação deste leque, a saber: 
Esquema básico de formação das Leis Federais 
É estabelecido na Constituição e se desdobra nas seguintes etapas (arts. 59-69):
a) Apresentação do projeto na Câmara ou no Senado (art. 61);
b) Exame nas comissões, discussão e aprovação (arts. 64 e 65); 
c) Sanção ou veto (art. 66, § 1°-6°);
d) Promulgação (art. 66, § 5°);
e) Publicação (Diário oficial).
Iniciativa das leis:
A iniciativa para elaboração de uma lei compete: (art.61 da CF) 
A qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; 
Ao Presidente da República; 
Ao Supremo Tribunal Federal; 
Aos Tribunais Superiores; 
Ao Procurador-Geral da República e 
Aos cidadãos (art. 14). 
1.4.1. Normas PRIMÁRIAS:
São as normas jurídicas legislativas (atos normativos legislativos) que efetivamente podem criar novos direitos ou obrigações.
Leis constitucionais - São atos normativos emanados do poder constituinte e organizados em texto único chamado Constituição. A Constituição é fonte de validade de todo o Direito do Estado, pois estabelece o processo de criação do direito estatal. É expressãodo poder constituinte emanado da sociedade politicamente organizada (Estado);
Emendas constitucionais– As Emendas constitucionais são decorrentes do poder reformador da Constituição. Compreendem as leis constitucionais que alteram o texto constitucional, mas não têm poderes sobre as cláusulas pétreas (art. 60 § 4º CF);
Procedimento: A proposta deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso, em dois turnos. Nas duas votações deve ser aprovada por 3/5 dos votos dos membros.
Leis complementares (art. 69 CF) – São atos normativos legislativos que complementam a Constituição naquilo que ela expressamente solicita. Geralmente são responsáveis por estabelecer regras para assuntos de grande relevância. Ex: LC 123/06 (Estatuto da Microempresa e da EPP); LC 105/01 (sigilo bancário); etc.
Procedimento: Depende da maioria absoluta: metade mais um dos votos dos integrantes das duas Casas do Congresso.
 
Leis ordinárias (art. 61 CF); - Atos normativos legislativos das 3 esferas Estatais: União, Estados e Municípios. Constitui a principal fonte de direitos e obrigações.
Procedimento: Depende da maioria simples (ou relativa): ou seja, metade dos presentes mais um desde que haja quorum de maioria absoluta em cada casa do Congresso.
4. Medidas provisórias (art. 62 caput e § 1º, III e §2); Ato normativo provisório, editado pelo Presidente da República Não é lei em sentido técnico-formal (pois não emana do legislativo), mas vale como se fosse – tem força de lei. Obs: Não cabe MP para regular matéria de lei complementar.
Procedimento: 60 dias + 60 dias (única reedição). Se aprovada converte-se em lei de conversão. Se rejeitada ou houver omissão na apreciação a MP perde a eficácia e cabe ao Congresso em 60 dias editar decreto legislativo para regular os efeitos que já provocou. Determinará se valem ou não valem os efeitos criados. Se nesses 60 dias o parlamento não editou o decreto legislativo a perda da eficácia da MP é ex nunc, ou seja, ficarão válidos os efeitos da MP enquanto esteve vigente.
Leis delegadas (art. 68) Ato normativo legislativo elaborado pelo Presidente da República com a mesma força jurídica que lei ordinária. Atualmente em desuso.
Procedimento: o Presidente solicita a delegação ao Congresso Nacional que o autoriza por meio de resolução. 
6. Decretos legislativos (art. 49, I) São atos normativos legislativos que emanam do Legislativo de todas as esferas (União, Estados, DF e Municípios), entretanto, não passam pelo crivo do Executivo. Têm especial relevância os decretos do Congresso que aprovam tratados internacionais (CF 49, I) e os que regulam os efeitos produzidos pelas medidas provisórias (art. 62 § 3º).
Procedimento: O procedimento é similar ao das Leis ordinárias, só que a fase de sanção ou veto não existe e a promulgação é feita pelo Presidente do Senado.
Resoluções legislativas– (arts. 51, 52) São atos normativos legislativos emanados pelo Congresso, pelo Senado ou pela Câmara dos Deputados, destinados a regular matéria de sua competência. Ex: fixação de subsídios, licença parlamentar, perda de cargo, etc.
Procedimento: O procedimento é definido no regimento interno de cada casa; é votado por maioria simples, desde que haja o quorum, e a promulgação e publicação ficam a cargo do Presidente da respectiva casa. Também não cabe a participação do Poder executivo (sanção ou veto).
Obs: Existem resoluções do Senado Federal responsáveis na fixação de alíquotas dos impostos estaduais: ICMS (máxima e mínima CF 155,II, c/c V) e ITDC (CF art. 155, I, c/c §1, IV) e alíquotas mínimas do IPVA (ar 155 §6, I)
Decretos-lei; - São as antigas Medidas Provisórias. Não podem mais ser editados, mas alguns vigem porque foram recepcionados pela Constituição.
1.4.2. Normas SECUNDÁRIAS: são normas administrativas que encontram seu fundamento de validade nas normas primárias. São atos normativos que têm a tarefa de regulamentar ou detalhar/esclarecer o conteúdo das fontes primárias. Geralmente são normas que estabelecem uma uniformização de procedimentos a serem adotados na Administração e servidores para o fiel cumprimento da lei. Não são atos normativos legislativos típicos, portanto, como regra geral, não podem impor novos direitos ou obrigações:
 Decretos do executivo – Atos administrativos do Chefe do Executivo nas três esferas: União, DF, Estados e Municípios.
Obs: No caso dos decretos presidenciais (CF 84, IV), ou das outras esferas, necessita do aval do Ministro da pasta/secretários estaduais ou municipais (CF 87 parágrafo único, I).
Atos normativos administrativos São atos normativos administrativos aqueles expedidos por autoridades administrativas de hierarquia inferior aos do chefe do poder executivo. São normas que se apresentam através de: 
Regulamentos internos; Instruções normativas - (do Secretário da Receita Federal e autoridades estaduais e municipais equivalentes);
Circulares, Portarias - (do Ministro da Fazenda e dos Secretários Estaduais e Municipais da Fazenda), etc.);

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