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MEMORIAL DESCRITIVO

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MODELO MEMORIAL DESCRITIVO
FORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DA IDENTIDADE
DA MÃE EM FAMILÍA MONOPARENTAL
INTRODUÇÃO
O interesse nesta temática vem de reflexões a respeito de atendimentos clínicos realizados com famílias monoparentais que demonstraram complexidades, diferenças como também semelhanças em suas histórias e personagens. Outro ponto importante é minha atuação como terapeuta familiar e de casal que traz a necessidade de um olhar direcionado também para as relações familiares mesmo em atendimentos individuais. 
A importância da pesquisa vem do estudo da figura materna em família monoparental que ganha destaque quando nos deparamos com o universo novo-velho que nossa sociedade apresenta em relação à família e seus modelos. A instituição familiar apresenta dentro da história uma trajetória importante para a constituição do indivíduo e da sociedade. Segundo Reis (1984), não podemos negar a importância que a instituição familiar tem em nossa história, tanto no que diz respeito à vida emocional dos indivíduos, nas relações sociais, como também, na formação de nossa “primeira identidade social”. 
Dentre os atores sociais participantes de nossa sociedade, em constante transformação, temos a mãe que constitui uma família com seus filhos com a ausência da figura do pai, ou companheiro para a divisão do papel parental. É a mulher-mãe que representa um modelo de constituição familiar que rompe com normas e modelos pré-estabelecidos nosso objeto de estudos, mas para chegarmos à identidade da mãe em família monoparental é necessário adentramos no universo da família, onde encontramos a mulher no desempenho de sua função maternal e, neste caso, da família monoparental. 
Segundo o senso realizado em 2002 pelo IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico), tínhamos 9.085.172 famílias compostas de mulheres sem cônjuge, com filhos residentes em domicílios particulares, sendo encontrado o maior número de famílias monoparentais na região Sudeste do país. 
No entanto, vale ressaltar, que esse modelo de família não é produto exclusivo da modernidade, algo puramente atual, ao longo da história da humanidade percebemos que este esteve sempre presente na estrutura social, em diferentes contextos e culturas, porém a margem da sociedade legalmente constituída, devido o fato de não se enquadrar nos padrões ditos “adequados”.
Esta estrutura familiar sempre sofreu com as pressões de outras instituições sociais, no que diz respeito, a sua constituição e manutenção, por ser considerada por estes como inadequada, particularmente pelas sociedades patriarcais. Parte das dificuldades que este modelo familiar encontra relacionam-se com questões relativas ao poder, a dimensão religiosa que prega um ideal de família – a nuclear composta de pai, mãe e filhos –, as questões de gênero, econômicas, culturais, preconceitos e políticas de identidade.
Por esse motivo, percebemos que tanto a constituição como o reconhecimento de famílias monoparentais afeta diretamente a estrutura social e permanecer como tal, faz com que esses indivíduos, tenham que resistir às diversas investidas sociais quanto ao não reconhecimento de seu funcionamento. 
Ou seja, formar uma identidade de mãe, levando em consideração as interferências sociais, tanto do macro como do microcosmo social, na tentativa de legitimar seu papel e também o modelo familiar que constituiu, torna-se uma luta social e política, que afetará tanto as famílias como a estrutura social vigente, além de ser uma questão estritamente relacionada à formação de transformação da identidade dos indivíduos que dela fazem parte, nesse caso, a mãe.
O presente projeto de pesquisa tem a finalidade de estudar a formação e transformação da identidade da mãe em família monoparental, na cidade de São Paulo, por considerar necessária a legitimação da figura materna neste modelo familiar que se torna cada vez mais freqüente, principalmente no que diz respeito à configuração de família em nosso país. 
Metodologia de pesquisa:
O presente projeto de pesquisa, tem a finalidade de estudar a formação e transformação da identidade da mãe em família monoparental, na cidade de Cotia, em família considerada como classe baixa (rendimento de 0 à 4 salários mínimos), sendo a mãe considerada como única responsável nos cuidados e educação dos filhos, isto é, não havendo a participação do pai na estrutura familiar. 
Serão pesquisadas o total de três famílias, sendo realizado o estudo piloto que deverá nortear as pesquisas posteriores. A seleção da população pesquisada estará determinada por participantes de uma Organização Não-Governamental. 
	Utilizarei uma pesquisa exploratória, qualitativa, em particular o Estudo de Caso, com a utilização de roteiro para entrevista semi-estruturada e elaboração de categorias para análise dos resultados. 
Revisão Bibliográfica
O ponto de partida deste projeto está na história da família, para podermos compreender a formação deste universo relacional que hoje constitui a base de nossa sociedade. Com Engels (1984) aprofundaremos as questões de formação inicial da família em nossos estádios pré-históricos da cultura, com relevantes questões de organização, diferenciação de gêneros, aspectos relativos aos filhos e todo o universo de transformações que contribuíram para a família atual. 
Ariès (1978) caracterizará as questões relativas aos filhos no sistema familiar, membros de destaque para este projeto, pois, trataremos de famílias que tem por base a mãe e o(s) filho(s). Outro marco para este referencial está norteado pela constituição inicial da família burguesa ou nuclear, que se tornou modelo de família. 
Será tratado com Prost e Vicent (1992) a retratação da família e da sociedade em um período de intensas mudanças e que se tornaram muito significativas para a sociedade atual. 
Gardar e Theodore (2000), Palma (2001), Vitale (2002) e Lagenest (1990) serão os autores que colaborarão para a construção do cenário de nossos estudos partiremos para família monoparental na história, para as definições da família monoparental, e a simbologia materna contando com a colaboração dos autores como 
Para discutir as questões de identidade da mãe em famílias monoparentais, Ciampa (1998) trará contribuições importantes por compreender a identidade como um processo histórico, que segundo o autor “... nos permite afirmar que não há personagem fora de uma história, assim como não há história (ao menos história humana) sem personagens”. (p. 157).
Ampliando o campo de reflexões Habermas (1983) contribuirá com o estudo do desenvolvimento do Eu e as concepções de desenvolvimento cognoscitivo, lingüístico e interativo, com as questões relativas ao desenvolvimento do Eu individual e social, a comunicação e a sociedade na constituição da identidade. Berger e Luckmann (1985) contribuem com as questões relativas à sociedade na formação da identidade do indivíduo.
Referências Bibliográficas:
ARIÈS, Philippe. Historia social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
BECKER, H. S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Hucitec, 1997.
BERGER, Peter I. & LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1985. 
CIAMPA, Antônio da Costa. Identidade. In. LANE, Silvia T. M. e CODO, Wanderley (orgs). Psicologia social: o homem em desenvolvimento. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984. 
CIAMPA, Antonio da Costa. A estória do Severino e a história da Severina: um ensaio de psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1996. 
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade e do Estado. São Paulo: Global, 1984. 
GARDAR, Clarice. e Theodore, Francis. Família mosaico. São Paulo: Augustus, 2000. 
HABERMAS, Jürgen. Para a construção do materialismo histórico. São Paulo: Brasiliense, 1983.
LAGENEST, J. P. Barruel de. Mãe solteira! E daí? São Paulo: Edições Paulinas, 1990. 
PALMA, Rúbia. Familias Monoparentais. Riode Janeiro: Forense, 2001. 
PROST, A. e VINCENT, G. (org). Da primeira guerra aos nossos dias. São Paulo: Companhia da Letras, 1992.
REIS, José R. T. Família, emoção e ideologia. In. LANE, Silvia T. M. e CODO, Wanderley (orgs). Psicologia social: o homem em desenvolvimento. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000. 
VITALE, Maria A Faller. Famílias Monoparentais: indagações. In Serviço Social e Sociedade. São Paulo Entrega do pré-projeto: Editora Cortez, ano XXIII especial, nr. 71, setembro, 2002.

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