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Direito Administrativo II - Aula 03

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Aula 03
Direito Administrativo II
Prof: André Henrique
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL
A autarquia de regime especial no Brasil foi primeiramente imputada para classificar as universidades públicas, elas possuem mais autonomia, mais liberdade. Ex. o seu dirigente (o reitor) é escolhido mediante eleição dos discentes, docentes e funcionários (caráter de regime especial). As universidades públicas também possuem ampla autonomia pedagógica, i. e., liberdade na definição da grade curricular e para administrar as diversas disciplinas. Estas autonomias conferidas às universidades públicas é que as caracterizam como autarquia de regime especial.
AGÊNCIAS REGULADORAS
Nada mais é do que uma autarquia de regime especial.
A partir de 1995 cria-se a política nacional das privatizações, nesse momento, algumas empresas foram vendidas. Contudo, alguns serviços foram concedidos empresas privadas (logo, não foram privatizados). Dai mudou o nome para desestatização; serviços forma delegados a execução. Assim, esses serviços precisam ser controlados e fiscalizados. A partir daquela política que surge a agência reguladora. Enfim, a agência reguladora tem a seguinte função: serve para regular, fiscalizar e normatizar os diversos serviços públicos. O Estado já exercia esta função, porém, a agência reguladora surgiu para potencializar e aperfeiçoar essas funções (para fazer só isso – isso é novidade); o nome vem dos EUA – porque lá tudo que tem nome de agencia tem credibilidade; o que de fato não ocorreu (ex: diversas ações contra empresas de telefonia, problemas na navegação aérea brasileira, etc.). Para exercer estas funções, as agências reguladoras ganham mais autonomia e liberdade.
Se agência reguladora é autarquia, tudo (quase) o que serve para a autarquia serve para a agência reguladora. Mas o que a diferencia, então? As regras especiais deste regime são:
. As Agências Reguladoras tem mais autonomia, mais liberdade em razão da função que exerce.
. A nomeação e a exoneração nas autarquias são feitas livremente pelo chefe do Executivo. Nas agências reguladoras a nomeação é especial, pois o Senado deve aprovar previamente antes da nomeação pelo Presidente da República. Esta regra tem como objetivo afastar este critério político de escolha exercido pelo Presidente, em que o Poder Legislativo analisa a qualidade técnica do dirigente. Ademais, o Presidente da República não pode exonerar livremente os dirigentes.
.O dirigente assumirá mandato com prazo fixo, determinado pela lei de cada agência reguladora. Existem leis prevendo mandado de 2, 3 e 4 anos. 3 anos: no caso da Anvisa e da ANS; 2) 4 anos: para a Aneel, ANP, ANA, ANTT, Antaq e Ancine; 3) 5 anos: na Anatel. A legislação prevê uma alternância na substituição dos dirigentes de modo que o encerramento dos mandatos ocorre em datas diferentes, obrigando a uma renovação parcial na cúpula diretiva. Há um projeto que tende a fixar o prazo de 4 anos, não coincidente com o mandato do Presidente da República (ingresso do dirigente 1 ano após a posse do Presidente da República).
.O dirigente pode renunciar livremente o cargo antes do vencimento do prazo. São três hipóteses de perda do cargo: 1) por renúncia livre do mandato; 2) por sentença condenatória transitada em julgado; 3) por processo administrativo disciplinar. O Presidente da República não pode exonerar livremente os dirigentes.
.Por ter informações privilegiadas na área em que a agência reguladora atua, o dirigente exonerado deverá ficar afastado da atividade privada neste ramo por um período de 4 meses (chamada quarentena). O ex-dirigente da agência receberá normalmente o salário no período de quarentena. Excepcionalmente, algumas leis específicas de agências preveem o prazo diferenciado de 12 meses.
As agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências. Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico. 
As agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências. Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
Obs1.: O que foi dito para autarquia, vale para as Agências Reguladoras.
Obs2.: Exemplos de Agência Reguladoras:
1.Para Serviços Públicos: ANEEL; ANATEL; ANS; ANVISA; ANTT; ANTAQ; ANAC.
2. Para Controlar Petróleo: ANP. 
3. Para Bem Público: ANA.
4. Fomento: ANCINE.
Obs. Nem tudo que tem nome de agência, é agência reguladora. Cuidado!
Cont. organização da Administração Pública
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Existem autarquias e fundações que se encontram sucateadas. O Governo, na busca da “modernização e eficiência” dessas pessoas jurídicas, criou as denominadas agências executivas, por intermédio da Lei 9.649/98. Agências executivas nada mais são do que velhas autarquias ou velhas fundações (tem natureza jurídica de fundação ou de autarquia). Já que é autarquia ou fundação qual é o seu regime? O regime é o mesmo da autarquia.
Para que essas autarquias e fundações ganhem status de agência executiva, é necessária a elaboração de um plano estratégico de reestruturação. Após sua elaboração, será apresentado a AP direta. Aprovado o plano, será celebrado um contrato de gestão entre a AP direta e a autarquia, na busca de mais autonomia e maior recebimento de recursos e instrumentos para executá-lo. Após a celebração, o status de agência executiva dependerá de declaração do presidente da República mediante decreto.
Elaboração de um plano estratégico de reestruturação ( apresentação a AP direta ( aprovação do plano ( celebração de um contrato de gestão (entre a AP direta e a autarquia sucateada) ( decreto do presidente da República que confere status de agência executiva.
A agência executiva tem status temporário, vigente enquanto perdurar o contrato de gestão, deixa de ser agencia executiva quando cessa o contrato de gestão, consequentemente volta a ser uma autarquia ou fundação. Exemplos de agências executivas (com contrato de gestão em andamento): a ADA – agência de desenvolvimento da Amazônia (antiga SUDAM) e a ADENE – agência de desenvolvimento do nordeste (antiga SUDENE). O INMETRO ficou durante muito tempo com o status de agência executiva.
A expressão “contrato de gestão” foi criada para aquele contrato celebrado entre AP direta e indireta. A doutrina contesta a possibilidade do contrato de gestão dar maior autonomia que o estabelecido em lei, visto que a pessoa jurídica tem sua criação decorrente de lei. Ademais, contesta a concessão de recursos orçamentários por meio deste contrato, devendo ocorrer por meio de lei ordinária.
Quadro comparativo
	
	Agências executivas
	Agências reguladoras
	Natureza
	Qualificação jurídica atribuída a órgão ou pessoa governamental
	Autarquias com regime especial
	Atuação
	Visam operacionalidade mediante exercício descentralizado de tarefas públicas
	Controle e fiscalização de setores privados
	Surgimento
	Contexto de reforma administrativa
	Contexto de reforma administrativa
	Exemplos
	Inmetro
	Anatel, Aneel, Anac
	Base ideológica
	Modelo de administração gerencial
	Modelo de administração gerencial
	Âmbito federativo
	Existe somente no âmbito federal
	Existem em todas as esferas federativas
FUNDAÇÕES
Fundações públicas são pessoas jurídicas de direito público interno, instituídas por lei específica mediante a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. Exemplos: Funai, Funasa, IBGE, Funarte e FundaçãoBiblioteca Nacional.
De acordo com o entendimento adotado pela maioria da doutrina e pela totalidade dos concursos públicos, as fundações públicas são espécies de autarquias revestindo-se das mesmas características jurídicas aplicáveis às entidades autárquicas. Podem exercer todas as atividades típicas da Administração Pública, como prestar serviços públicos e exercer poder de polícia.
Criação e extinção das pessoas da AP indireta
CF, Art. 37, XIX: “somente por lei específica (lei ordinária específica, isto é, cada pessoa jurídica terá a sua lei, e esta lei somente disciplinará a criação da pessoa jurídica, não tratando de outros assuntos) poderá ser criada autarquia (englobando-se a fundação pública de direito público **) e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação (pública de direito privado***), cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”
** Fundação pública de direito público (espécie do gênero autarquia)- lei cria
*** Fundação pública de direito privado – lei autoriza
Agora analisemos a parte final do dispositivo em comento: ...cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação...
Que no caso é a fundação. Para criar a fundação é necessária a lei que autorize a sua criação. Quanto à lei complementar citada no dispositivo acima é destinado para a definição das possíveis finalidades da fundação pública. A ideia é que seja uma lei anterior à criação da fundação que definirá as possíveis finalidades da fundação a ser criada (até hoje, não há esta lei).
Tudo o que foi dito está no texto legal, agora vamos ver os desdobramentos da doutrina e da jurisprudência (as correntes majoritárias):
Que fundação será criada por lei ordinária e terá suas finalidades previstas por lei complementar? Que fundação é esta prevista no art. 5º, inc. XIX?
Fundação é um patrimônio personalizado (universitas bonorun), patrimônio destacado por um fundador, para uma finalidade específica.
Para se descobrir se a fundação é pessoa pública ou privada deve saber quem a instituiu. Se a fundação for instituída pelo Poder Público, será a fundação pública (que pode ser criada no regime público ou privado); mas se for o particular, será uma fundação privada (estuda-se a fundação privada no Direito Civil).
Há, portanto, três espécies de fundações:
a) Fundação privada;
b) Fundação pública de direito privado;
c) Fundação pública de direito público.
Qual o regime jurídico da fundação pública? A posição majoritária e o STF entendem que a fundação pública pode ter regime jurídico de direito público ou privado. 
A fundação pública de direito público nada mais é do que uma autarquia-fundacional, isto é, uma espécie de autarquia. Se for espécie de autarquia será criada por meio de lei.
A fundação pública de direito privado é chamada de fundação governamental, possuindo o mesmo regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economias mistas, sendo autorizada a sua criação por intermédio de lei (a lei autoriza a criação). Ressalta-se que a fundação pública de direito privado não é espécie de empresa estatal, mas tão-somente segue o seu regime jurídico, qual seja: a fundação pública de direito privado tem um regime híbrido/misto.
O ideal é que o legislador crie a fundação pública de direito público e, em caráter excepcional, criar a fundação pública de direito privado.
O objetivo do legislador de manter o regime de direito privado as fundações públicas é o de obter as vantagens do regime público e as facilidades do regime privado, escapando do rigor do ordenamento jurídico constitucional.
Existem posições minoritárias. Para Celso Antônio, toda fundação pública deveria ter regime de direito público. Para ele, a fundação pública de direito privado é um jeito de desviar dinheiro público. No extremo oposto, para Hely Lopes Meirelles, toda fundação deve ter o regime privado. Ele tem esta orientação resultante da constituição em seu texto anterior. Mas, a partir de CF/88, esta posição cai por terra (lembra que Hely morreu em 1990, e não teve tempo de rever sua posição com base na nova CF/88). O Poder Público é quem define o regime jurídico.
Questão Unirg:
Surgimento: Lei 611/85 – natureza jurídica de direito público;
Extinção: Lei 1.538/03 – criação de nova entidade com personalidade privada, que assumiu os bens da antecessora;
Revogação: Lei 1.566/03 – revogou a lei anterior e repristinou a Lei 611/85, mas deu à fundação personalidade jurídica de direito privado;
Nova alteração: Lei 1.699/07 – retorno à fundação pública.
Última alteração. Lei 1.910/11:
Art. 1c - Fica transformada a Fundação Educacional de Gurupi – FEG em Fundação UNIRG, se constituindo em una fundação pública com personalidade jurídica de direito público, entidade autônoma da administração indireta municipal, com o objetivo específico de natureza cultural, científico e educacional, que será regulamentada por estatuto, cujas alterações deverão ser implementadas por meio de Decreto do Chefe do Poder Executivo Municipal.
§ 1° - A personalidade jurídica de Fundação Pública de Direito Público somente poderá ser alterada por projeto de lei de iniciativa popular;
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
O art. 241 da CF prescreve que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
Lei 11.107/05 regulamenta o consórcio público. Ela afirma que “Consórcio público é o negócio jurídico plurilateral de direito público que tem por objetivo medidas de mútua cooperação entre entidades federativas, resultando na criação de uma pessoa jurídica autônoma com natureza de direito privado ou direito público”.
Os consórcios podem optar por duas naturezas jurídicas:
Consórcio com natureza de direito privado sem fins econômicos – se submete às regras de direito civil, mas observa regras administrativas quanto à licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal (regime celetista). Não integram a administração pública;
Associação pública – natureza jurídica de direito público. Nesse caso, integra a administração pública indireta de todos os entes consorciados. É a chamada entidade transfederativa. 
Natureza jurídica:
1ª corrente: nova categoria na administração pública (art. 41, IV, C. Civil) - majoritária;
2ª corrente: espécie de autarquia (José dos Santos Carvalho Filho) – minoritária.
Privilégios:
Promover desapropriações e instituir servidões – art. 2º, § 1º, II;
Possibilidade de serem contratadas pela Adm. Pública com dispensa de licitação – art. 2º, § 1º, III;
Dobro do limite pra contratação direta por dispensa de licitação em razão do valor – art. 24, I e II, Lei 8.666/93.
Exemplos:
CODAP – Consórcio público para desenvolvimento do Alto Parnaíba: espécie de consórcio municipal.
APO – Autoridade Pública Olímpica: Consórcio público interfederativo (união, estado do Rio de Janeiro e município do Rio de Janeiro) para preparação e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
OBS.: nem toda empresa que o Estado possui uma parte é uma SEM ou EP. Só estudaremos as que compõem a Administração Pública Indireta. Nem toda empresa estatal, pertencente ao Estado, tem regime de empresa pública - EP ou sociedade de economia mista - SEM. Há empresas privadas em que o Poder Público detém menor número de ações com direito a voto, p.ex. Ademais, a empresa estatal (empresa pública e sociedade de economia mista) não se confunde com empresa paraestatal. A empresa paraestatal é aquele que atua ao lado da AP, fazendo parte do terceiro setor. As empresas estatais são aquelas que estão dentro da AP indireta (objeto do nosso estudo).Empresa pública:
pessoa jurídica de direito privado e possui um regime híbrido/misto (regime parte público, parte privado);
capital exclusivamente público, nada impedindo que pertença a mais de um ente (ex: capital da União e de um Estado-membro); 
serve para a prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica;
pode ser constituída por qualquer modalidade empresarial; qualquer tipo societário (S.A., LTDA., etc.) – OBS.: na forma de S.A. precisa ser de capital fechado.
Obs: O nome “empresa pública” é decorrente de seu capital, visto que ele é exclusivamente do ente público. Por fim, o BNDS, a Casa da Moeda, os Correios, Caixa Econômica Federal, Embrapa, Infraero, são exemplos de empresas públicas.
Sociedade de economia mista:
pessoa jurídica de direito privado e possui um regime híbrido/misto;
serve para prestação de serviço público ou exploração atividade econômica;
só pode ser constituída na modalidade de S.A. (sociedade anônima);
tendo capital misto com maioria das ações com direito de voto pertencentes ao Poder Público. Na SEM, a maioria do capital com direito a voto, deve estar nas mãos do ente público. O Banco do Brasil, a Petrobrás, Furnas, Eletrobrás, são exemplos de sociedades de economia mista.
Diferenças entre as duas pessoas jurídicas:
	Empresa pública
	Sociedade de economia mista
	- Capital exclusivamente público
	- Capital misto
	- Constituído por qualquer tipo de sociedade
	- Constituído somente na modalidade de sociedade anônima
	- Tem suas ações julgadas pela Justiça Federal
	- Tem suas ações julgadas pela Justiça Estadual
	Tal diferença só tem relevância se a pessoa (EP ou SEM) for de âmbito federal. Caso seja de outro âmbito vai para Justiça Estadual. Consoante o art. 109 da CF, a competência para julgamento nas ações que envolvam EP Federal é da Justiça Federal; para a SEM Federal será da Justiça Estadual (o artigo é omisso quanto à SEM). Porém, se a União tiver interesse nesta ação, a competência será deslocada para a Justiça Federal. Súmulas 517 e 556 do STF:
517. As sociedades de economia mista só têm fórum na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.
556. É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
Regime jurídico da EP e da SEM: as empresas estatais possuem regime jurídico privado híbrido (misto). Quando prestadoras de serviços públicos, o regime privado é mitigado, aplicando-se um regime mais público, sendo muito similar ao regime das autarquias (ex: responsabilidade objetiva, etc.). Quando exploradoras de atividade econômica será mais próximo do regime privado, sendo similar ao regime das empresas estatais (estado só interfere na atividade econômica quando isto for indispensável à segurança nacional ou para a defesa de interesse coletivo – nesses casos, intervirá através da EP ou da SEM).
As empresas estatais podem obter lucros, mas não podem ser criadas com fins lucrativos, tendo em vista que o Estado somente pode intervir na atividade econômica quando: a) imprescindível à segurança nacional; e b) por relevante interesse coletivo. Obs.: estas podem ter estatuto próprio, conforme comando constitucional abaixo:
	CF, Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I- sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II- a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III- licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV- a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V- os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
Por fim, as empresas estatais (EP e SEM) possuem personalidade jurídica, estão sujeitas a controle, possuem autonomia financeira e econômica, sendo sua criação autorizada por lei, não se sujeitando a lei de falência. Enfim, vejamos cada peculiaridade: 
DEVER DE LICITAÇÃO
As empresas estatais possuem o dever de licitar.
Quando prestadora de serviço público estão sujeitas à Lei 8.666/93 (art. 37, inc. XXI, da CF combinado com o art.1º da Lei de Licitações), tendo em vista que tem um regime mais público que privado.
Quando exploradoras de atividades econômicas poderão ter estatutos próprios para licitações e contratos, desde que estabelecido por lei específica (art. 173, p. 1º, inc. III, da CF). Como não existe ainda esta lei específica, continuam sujeitas à Lei 8.666/93.
Frisa-nos que a lei de licitações não faz diferença entre prestadoras de serviço público e exploradoras de atividades econômicas. 
Muitas não licitam. Por quê? Porque no regime geral há casos de não obrigatoriedade de licitação (dispensas e inexigibilidades de licitação), e as empresas estatais tentam se enquadrar nestes casos. Exemplos:
Dispensa: art. 24, p. único, 8.666/93. As estatais estando sujeitas à Lei 8.666/93, aplicam-se as regras de dispensa de licitação em razão do valor, quando não exceder o percentual de 20% do limite previsto para o convite (o dobro da dispensa normal), p. ex. Logo, consoante o art. 24, parágrafo único, Lei Licitação:
P/ obras e serviços de engenharia de valor até 20%  do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, ( I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) – logo, 30 mil reais ( desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda p/ obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.
P/ outros serviços e compras de valor até 20%  do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior ( II – p/ compras e serviços não ref. no inc. I: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), logo, 16 mil reais;  ( e p/ alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.
Inexigibilidade: A licitação é meio de defender o interesse público, devendo se escolher a melhor proposta, sendo inexigível (art. 25, da Lei de Licitação - num rol meramente exemplificativo) quando a licitação for inviável.
A licitação deve preencher três pressupostos: a) fáticos; b) lógicos; c) jurídicos. Quando se fala em pressuposto jurídico, significa dizer que a licitação deve proteger o interesse público. Se não há interesse público na sua realização (se a licitação o prejudicar), a competição torna-se inviável, restando a licitação inexigível.
Assim, a jurisprudência entende que se a licitação prejudicar o interesse público, tornando a competição inviável, será ela inexigível, por falta de pressuposto jurídico. Esta regra serve para as exploradoras de atividade econômica. Porém, somente se a licitação prejudicar a segurança nacional ou o interesse coletivo é que será inexigível. Se a empresa presta serviço de segurança nacional e a realização de eventual licitação puder prejudicá-la, será esta inexigível. 
Se a licitação prejudicar a atividade fim das exploradoras de atividade econômica, não poderá ocorrer a licitação, tendo em vista o prejuízo ao interesse público (ex: a gráfica oficial também edita livros de particulares. Se tiver que fazer licitação para comprar papel e tinta na produção dos livros, não conseguirá competir com o setor privado, nasua atividade fim. Porém, se resolver construir uma sede, a gráfica terá que realizar licitação para contratação de construtora, tendo em vista que se trata de atividade meio).
NÃO SUJEIÇÃO A LEI DE FALÊNCIA
EP e SEM não estão mais sujeitas a falência (art. 2º, inc. I, da Lei 11.101/05). A referida lei não faz a distinção entre a finalidade de prestação de serviço público e de exploração de atividade econômica. Contudo, há vozes que fazem uma diferenciação adotada antes da edição da referida lei (CABM), mas hoje prevalece o disposto em lei.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público responde objetivamente pelos danos causados. Neste caso, o Estado responde subsidiariamente, por ter transferido a atividade (art. 37, § 6º, CF); aplica-se a teoria da responsabilidade objetiva (independentemente da vítima ser usuária ou não do serviço – tal divisão cessou – e a teoria será objetiva).
Caso seja exploradora de atividade econômica, não se aplica o art. 37, § 6º da CF nem a responsabilidade civil do Estado, aplica-se a regra do direito privado (com regra: CC; mas pode ser uma relação de consumo, logo, aplica-se o CDC), respondendo subjetivamente (como regra) ou objetivamente (exceção, como p.ex., nas relações de consumo). Neste caso, o Estado não responde subsidiariamente*** pelas obrigações das empresas públicas ou sociedades de economia mista. ***há vozes em sentido contrário (Carvalinho – José dos Santos Carvalho Filho), mas não é o que prevalece na jurisprudência.
BENS DAS EMPRESAS ESTATAIS
Em regra, os bens das empresas estatais são penhoráveis e alienáveis, pois seguem o regime de direito privado. Porém, quando os bens estiverem diretamente ligados à prestação de serviço público serão inalienáveis e impenhoráveis (caso de excepcionalidade), seguindo o regime jurídico dos bens das pessoas públicas, com fundamento no princípio da continuidade do serviço público.
OBS.: a Empresa de Correios e Telégrafos - ECT é empresa pública com tratamento de fazenda pública, tendo regime muito próximo de autarquia, pois tem o monopólio do serviço postal. Estando ou não ligado ao serviço público, os bens são impenhoráveis, sendo seus bens públicos, todos os bens são impenhoráveis. 
PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS
Em regra, não tem privilégios processuais (prazos em dobro e quádruplo).
REGIME TRIBUTÁRIO
EP e SEM exploradoras de atividade econômica não possuem privilégios fiscais não extensíveis a iniciativa privada (art. 173, p. 2º, da CF). Ou seja, só pode gozar de privilégios tributários que a iniciativa privada puder ter.
CF, Art. 173, § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
Em se tratando de prestadora de serviço público, se o valor do tributo for repassado no preço do serviço ao usuário, não haverá imunidade tributária. Porém, se não embutir o valor do tributo no preço do serviço público ao usuário, haverá imunidade tributária (art. 150, p. 3º, da CF). 
CF, Art. 150, § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Todavia, se a EP e a SEM presta serviço público com exclusividade, ela vai ter imunidade tributária, como no caso da ECT.
REGIME DOS AGENTES PÚBLICOS
O agente que labora em empresas estatais não é considerado servidor público, tendo em vista que este somente existe em pessoa jurídica de direito público. Os empregados de pessoa jurídica de direito privado são denominados de servidores de entes governamentais de direito privado. Este servidor governamental é considerado agente público, pois agente público é todo aquele que exerce função pública, ainda que de forma transitória e gratuita. Desta forma, estão sujeitos às regras de improbidade administrativa e aos remédios constitucionais (no caso do Mandado de Segurança, não é cabível quanto a empresa exercer atividade econômica).
Não se trata de cargo público que somente existe em pessoa jurídica de direito público. O agente que atua nas empresas estatais é sempre detentor de emprego público, com regime celetista. Ressalta-se que a pessoa de direito público possui titulares de cargos públicos e empregos públicos (estatutários e celetistas). Só existe servidor público e cargo estatutário em pessoa de direito público. Desse modo, nas empresas estatais, o regime de pessoal é celetista. São os denominados servidores governamentais de direito privado, titulares de emprego público.
O empregado público se equipara ao servidor público em alguns aspectos:
a) sujeição ao serviço público;
b) sujeição ao regime de não-acumulação de empregos;
c) teto remuneratório dos ministros do STF (cuidado, ver regra abaixo);
d) necessidade de concurso público.
Em regra, os empregados públicos das empresas estatais estão sujeitos ao teto remuneratório, salvo se a empresa sobrevive de receita própria, sem qualquer transferência estatal. Ou seja, sem repasse de custeio, não há teto remuneratório (art. 37, p. 9º, da CF).
SUJEIÇÃO A LEI DE IMPROBIDADE
Os empregados públicos das empresas estatais estão sujeitos a improbidade administrativa (Lei 9.784/99).
ESTABILIDADE DOS SERVIDORES
A Súmula 390 do TST prevê a não estabilidade dos empregados das empresas estatais, não havendo necessidade de processo administrativo ou motivação para sua dispensa.
Ressalta-se que o empregado público da pessoa jurídica de direito público possui estabilidade.
A OJ 247 do TST foi alterada, dispondo que a dispensa do empregado público não precisa ser motivada, salvo com relação aos empregados da Empresa de Correios e Telégrafos, que possui tratamento de Fazenda Pública.
Obs: Essa matéria (dispensa imotivada salvo no caso da ECT) está em análise no STF, que reconheceu a repercussão geral desta matéria (até hoje o STF tem reconhecido este posicionamento acima, mas isso em julgamentos individuais, mas não se sabe dizer se o STF vai manter este posicionamento no julgamento da repercussão geral).
OBSERVAÇÕES ACERCA DA ECT
Os bens são impenhoráveis da ECT, que é empresa pública com tratamento de fazenda pública, tendo regime muito próximo de autarquia. Sendo tratado como bens públicos, todos os bens são impenhoráveis. 
Ocorre que, o serviço postal aéreo está previsto entre os serviços de competência exclusiva da União (art. 21 da CF), não podendo estar sob o controle de uma empresa pública (não é monopólio, mas exclusividade). Ao invés de retirar este serviço da empresa pública (ECT), por se tratar de um serviço exclusivo, foi dado tratamento especial de fazenda pública.
Desse modo, foi ajuizado a ADPF n. 46*, com o fim de definir o regime jurídico dos correios. Esta ADPF diferencia exclusividade de monopólio. Quando é serviço público, utiliza-se o termo exclusividade – quando é de atividade econômica, fala-se em monopólio. O Congresso Nacional editou a Lei 11.668/08, legalizando o sistema de franquia das ECT, permitindo a transferência ao particular.
*leitura obrigatória
Desse modo, passaram a adquirir diversos privilégios, tais como:
pagamento de débitos por meio de precatórios;
imunidade tributária;
bens públicos impenhoráveis (estando ou não ligados ao serviço);
dispensa motivada de servidores (OJ 247).
Quanto aos privilégios processuais ainda não tem jurisprudência pacífica.
Apesar de similar ao regime das autarquias, os Correios transferiram os seus estabelecimentos através de franquia (instituto de direito privado). Por isso, o Tribunal de Contas exigiu dos Correios a transferência dos estabelecimentos através de concessão, por meio de licitação.
Destaca-se que os correios somente adquiriramprivilégios em decorrência da exclusividade do serviço de correio (de correspondências pessoais). No entanto, ressalta-se que na entrega de mercadorias não há exclusividade, havendo empresas concorrentes no mercado, como por exemplo, a TAM Express. 
ENTES DE COOPERAÇÃO OU PARAESTATAIS
Esses entes não compõem a organização da AP, encontrando-se fora dela. São aqueles que colaboram com o Estado na busca de suas finalidades.
A divisão em:
Primeiro setor (Estado);
Segundo setor (iniciativa privada);
Terceiro setor (ONGs e paraestatais); e
Quarto setor (é a economia informal e a pirataria – em regra, a criminalidade faz parte do quarto setor da economia do país).
É uma análise econômica (divisão do setor econômico), e não uma divisão do ordenamento jurídico. 
OBS.: uma ONG pode ou não ter status de ente de cooperação (ex: existem ONGs que têm vínculo com o Estado, pois recebem verbas estatais). A ONG só vai ser ente de cooperação de colaborar com o estado.
Características dos entes de cooperação: 
a) encontram-se FORA da AP (mas ao lado – daí o nome paraestatal); 
b) pessoas jurídicas de direito privado;
c) sem fins lucrativos (o lucro pode acontecer, mas ela não é criada para tanto);
d) não prestam serviços públicos exclusivamente do Estado – apenas colabora – presta serviços sociais – atividades de interesse público.
Muitos entes participam do orçamento estatal, recebendo verbas públicas. Como recebem dinheiro público, sofrem fiscalização estatal, como o controle do Tribunal de Contas. Enfim, analisemos os principais entes de cooperação: 
1. Serviços sociais autônomos
O serviço social autônomo também é denominado de “Sistema S” (ex: SESC, SENAE, SENAC, SEBRAE e outros). 
O Sistema “S” tem a finalidade de fomentar (estimular) as diversas categorias profissionais (indústria, comércio, transportes, etc.), por meio de cursos profissionalizantes, lazer, assistência social, etc (não presta serviço público propriamente dito). Isso porque, se a indústria e o comércio crescem, o Estado se desenvolve, arrecadando mais tributo. Este é o principal motivo do Estado estimular as categorias profissionais. A depender da categoria profissional, é possível se encontrar mais de um serviço social. 
O sistema remuneratório do Sistema S é garantido por meio de: 
a) recursos orçamentários transferidos diretamente pelo Estado; e
b) beneficiário da parafiscalidade*, adquirindo capacidade tributária ativa (aptidão para cobrar os tributos). 
*Parafiscalidade: a competência tributária é a aptidão para instituir ou criar tributos, sendo indelegável, não podendo ser transferida. A capacidade tributária é a aptidão para cobrar ou arrecadar tributos, sendo delegável. Portanto, é possível delegar a capacidade tributária para pessoa jurídica de direito privado, desde que persiga o interesse público. Esta delegação é a chamada parafiscalidade.
Que tributo ela cobra? Contribuição social. A contribuição social ao serviço social autônomo, em razão do pequeno valor ou da burocrática atividade de cobrança, pode ser embutida nas contribuições sociais do INSS, que, após arrecadá-las, repassará ao sistema S. Geralmente é feito de forma indireta (pago junto com o salário-educação), em regra, por meio de um convênio para arrecadar junto com outros tributos, tendo em vista que a arrecadação aqui é de valor pequeno.
O sistema S, em virtude da cobrança de tributos, esta sujeita a controle pelo Tribunal de Contas. O sistema S deveria submeter-se a Lei 8.666/93. Porém, o TC permitiu a adoção de um procedimento simplificado próprio de licitação, elaborado pelo TCU, com base na Lei 8.666/93. Via ato administrativo, o TCU alterou o sistema de licitação dos entes que compõe o Sistema S, com fundamento no fato de que estas pessoas não fazem parte da AP.
O sistema S recebe muitos financiamentos nacionais e internacionais. A Lei 8.666/93 permite que no investimento internacional, a execução do contrato (aplicação dos recursos) utilize regras ou modalidade de licitação definida pelo financiador.
O trabalhador do sistema S é empregado do setor privado, seguindo o regime celetista. Não se exige concurso público, devendo haver processo seletivo simplificado, não havendo um rigor para seleção. A competência para julgar algum litígio é da justiça estadual. Há súmula do STF nesse sentido (súmula 516).
Não possuem privilégios tributários, salvo aqueles extensivos a todos os entes privados.
2. Entidades de apoio
São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que funcionam dentro das universidades e hospitais públicos, com objetivo de estimular as atividades de pesquisas e trabalhos. Ex: financiam bolsas de mestrados – pesquisas.
Podem ser constituídas com natureza de fundação privada, de associação ou de cooperativa. Normalmente aparecem com a natureza de fundação privada, pois estão fora da AP. Essas entidades são constituídas pelos próprios servidores das universidades e hospitais, e não pelas instituições. 
Estão localizadas no interior das universidades ou hospitais, sendo composta pelos servidores da própria instituição. O problema é que, apesar de recebem recursos orçamentários do Estado, gastam com a liberdade dos entes privados. Deveriam sofrer controle do TC, o que na prática não ocorre. Também recebem dotação orçamentária, bem como podem receber bens públicos, como os móveis das universidades e hospitais públicos.
As entidades de apoio estão legalizadas para universidades públicas por meio da Lei 8.958/94. Aos hospitais públicos, ainda não há regulamento próprio. São exemplos de entidades de apoio: FUNDEP (Federal de Minas), FAPESP (pesquisa no governo de são Paulo), FINATEC (que fica dentro da UNB), FAPEMIG (que fica dentro da UFU).
3. Organizações sociais - OS
*ESAF (sempre utiliza abreviatura em provas)
A organização social - OS foi criada para receber do Estado alguns serviços sucateados dentro da AP. Para tanto, o Estado transfere seus bens, serviços e servidores públicos.
A OS foi criada pela Lei 9.637/98; são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, o que não significa a vedação na obtenção de lucros; essas pessoas jurídicas surgiram da extinção de órgãos e pessoas jurídicas (das estruturas) da AP, como velhas autarquias e fundações.
Estas organizações cooperam com o Estado por meio de serviços secundários da AP. Estas pessoas ganham status de organização por meio de um contrato de gestão. Antes de se constituir, a organização realiza um contrato de gestão, ainda que sem experiência nenhuma, não havendo qualquer controle de qualidade de trabalho ou eficiência.
Por meio do contrato de gestão, o Estado pode fornecer verbas públicas, permissão de uso de bens públicos e servidores públicos. Destaca-se que, esta pessoa recebe privilégios similares aos das pessoas jurídicas de direito público, porém, gasta as verbas públicas como uma pessoa privada, sem qualquer fiscalização por parte do Poder Público. Crítica: para uma entidade ser qualificada como “organização social” ela não precisa ter existência prévia, ou seja, ela pode ter sido, desde o inicio, criada para ser uma “organização social”. MARIA SYLVIA DI PIETRO as chamam de “entes fantasmas”, pois elas não existem antes de assinar o contrato de gestão. Como um ente inexistente pode assinar contrato?
OS é administrada por um conselho de administração, que é composto por administradores e particulares. Segundo o art. 24, inc. XXIV, da Lei 8.666/93, a organização social está dispensada de licitação.
Conforme dispõe o referido artigo da Lei de Licitações, a OS está dispensada de licitação apenas na celebração de contratos decorrentes do contrato de gestão, devendo licitar nas demais hipóteses. Ocorre que a OS nada mais faz do que celebrar contratos de gestão (contrato-mãe). Para prova de concurso a dispensa de licitação não é geral; não é uma dispensa absoluta e plena. Existe a dispensa para os contratos decorrentes do contrato de gestão (contrato-mãe),consoante doutrina majoritária (Marçal Justen Filho).
Foi interposta a ADI 1.923, para discutir a constitucionalidade da natureza jurídica da OS e de sua dispensa em licitar. Em sede de cautelar, o STF a indeferiu por inexistência do periculum in mora, deixando a questão para ser discutida no mérito, que atualmente encontra-se pendente. 
São exemplos de OS: a) Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá; b) Instituto de Matemática Pura e Aplicada; Associação Brasileira de Tecnologia; c) Laboratório Nacional de Luz – SINCROTRON.
4. Organização da sociedade civil de interesse público - OSCIP
A OSCIP está regulamentada pela Lei 9.790/99. A AP muitas vezes tem um departamento que necessita de informatização e modernização. Com objetivo de reciclar e estimular um departamento específico da AP, assim, foi criada a chamada OSCIP.
A OSCIP é uma pessoa jurídica que já esta no mercado (no ramo de atividade), e que colabora com o Estado, através de um termo de parceria.
A OSCIP apresenta um projeto a AP, fazendo um contrato de parceria e vem pra AP para executar exatamente este projeto. O problema é que a OSCIP, ao invés de realizar concurso público de pessoas qualificadas para atuar junto a AP, contrata parentes dos administradores, sem qualquer qualificação técnica. Portanto, a OSCIP vem sendo utilizada para burlar o concurso público (MPT tem caído em cima).
Ressalta-se que, a OSCIP foi criada para executar projetos de planejamento e reestruturação. O vínculo com o Estado surge por meio do termo de parceria. A doutrina defende que a natureza deste termo é administrativa. O termo de parceria oferece recurso público a OSCIP, como pagamento da execução do projeto (recebe até que execute o contrato), logo, controlada pelo TC. Na OS, o Estado transfere recursos orçamentários (participa diretamente do orçamento). Por fim, deveria licitar, já que é controlada pelo TC, contudo a doutrina majoritária diz que ela pode adotar um sistema simplificado (Sistema S).
A OSCIP deve existir há pelo menos um ano no mercado para poder celebrar o termo de parceria. A OSCIP pode se destinar a patrimônio histórico e artístico, assistência social, etc. A administração da OSCIP é feita por particulares. Os administradores públicos, em tese, não participam da administração da OSCIP. Atualmente, não existe projeto “de verdade” sendo executado pela OSCIP, que contrata mão-de-obra e simula a sua execução (MPT tem controlado). 
Exemplos de OSCIP: 
Instituto Joãozinho 30, 
Organização Ponto Terra, 
Centro de Referência em Mediação e Arbitragem, 
Instituto Asas e outros.

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