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Poder Legislativo - introdução 
 
 
 Os municípios não dispõem de representação no Legislativo Federal, sendo, por 
isso, denominados entes federados anômalos ou atípicos. 
 
 Diferentemente do que se verifica no plano federal, nos estados, no Distrito 
Federal e nos municípios o Legislativo é unicameral, composto por uma única casa 
integrada de representantes do povo; sendo respectivamente: assembléia 
legislativa, câmara legislativa e câmara municipal. 
 
 Além de outros casos previstos no texto constitucional, a Câmara dos Deputados e 
o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
 
 inaugurar a sessão legislativa; 
 elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas 
Casas; 
 receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
 conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
 
 sessão conjunta  sessão unicameral 
 Na sessão conjunta, o Congresso Nacional atua bicameralmente. Assim, embora 
as discussões e votações ocorram no mesmo recinto, ao mesmo tempo, a maioria 
pretendida deverá ser computada entre os membros de cada uma das Casas, 
separadamente. Ex: o veto do chefe do executivo a projeto de lei é apreciado em 
sessão conjunta do Congresso Nacional, e só pode ser rejeitado pelo voto da 
maioria absoluta de cada Casa, “separadamente”. 
 
 Na sessão unicameral, o Congresso Nacional atua como uma só Casa, composta 
de 594 congressistas (513 deputados + 81 senadores), e a maioria pretendida será 
atingida pelo voto desses parlamentares em conjunto. Ex: revisão constitucional 
(hipótese já exaurida – ADCT). 
 
 A representação de cada estado e do Distrito Federal é proporcional à população e 
não ao número de eleitores. 
 
 Atualmente, a Lei Complementar nº. 78/1993 estabelece o número 513 
deputados federais. 
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No Brasil, o princípio majoritário simples ou puro é adotado para as eleições de senadores 
e prefeitos dos municípios com até 200 mil eleitores. Para as eleições de Presidente da 
República, governadores de estados e do Distrito Federal e prefeitos de municípios com 
mais de 200 mil eleitores é adotado o chamado princípio majoritário em dois turnos, que 
exige a obtenção de maioria absoluta dos votos, excluídos os em branco e os nulos. Neste 
caso, se a maioria absoluta dos votos não for alcançada no primeiro turno por nenhum 
candidato, far-se-á um segundo turno entre os dois candidatos mais votados, 
considerando-se eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos. 
 O órgão administrativo de direção das Casas Legislativas é sua mesa. Temos, 
então Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal e, também, a 
Mesa do Congresso Nacional. 
 
 A constituição Federal veda a recondução de membro da mesa para o mesmo 
cargo na eleição imediatamente subseqüente (CF – art. 57 § 4º) 
 
o Note-se que a vedação a recondução é à recondução ao mesmo cargo. 
o Ademais, a proibição só alcança a eleição realizada no âmbito da mesma 
legislatura, no início do terceiro ano desta. 
Este material foi produzido pelo Prof. Kalebe Dionisio e faz parte dos Bônus oferecidos no curso: "Guia Prático para Passar em Concurso Público em 1 Ano".
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Segundo a jurisprudência do STF, essa regra que veda a recondução, para o mesmo 
cargo, dos membros da Mesa das Casas Legislativas do Congresso Nacional não é de 
reprodução obrigatória por parte dos estados-membros. Significa dizer que, se assim 
decidir o constituinte estadual, a Constituição do estado-membro poderá autorizar a 
recondução dos membros da assembléia legislativa para a eleição imediatamente 
subseqüente, sem que isso configure ofensa a Constituição Federal. Em consonância com 
esse entendimento, as leis orgânicas dos municípios e do Distrito Federal também 
poderão, se assim o desejarem, estabelecer a possibilidade de recondução dos seus 
membros para o mesmo cargo na eleição subseqüente. 
 
 As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são comissões temporárias, 
criadas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou pelo Congresso 
Nacional, com o fim de investigar fato determinado de interesse público. 
 
 A atuação das comissões parlamentares de inquérito consubstancia atuação 
típica do Poder Legislativo, no desempenho de sua atribuição fiscalizatória de atos 
conexos ao Poder Público. 
 
 O término da legislatura implica encerramento obrigatório de todas as comissões 
temporárias, entre as quais se incluem as CPIs. 
 
 Não pode, nem o Presidente da Casa, nem o respectivo Plenário frustrar a criação 
da comissão parlamentar, desde que os requerentes tenham cumprido fielmente 
os requisitos constitucionais para sua instalação. 
 
 Segundo o STF, por força do pacto federativo, o modelo federal de criação e 
instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser 
compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 
 
 Há medidas determináveis pelos membros do Poder Judiciário que não podem ser 
adotadas pelas CPIs, tais como a autorização para interceptação das 
comunicações telefônicas e a decretação da indisponibilidade de bens do 
investigado (“reserva de jurisdição”). 
 
 Os membros do Poder Judiciário não estão obrigados a comparecer perante CPI 
para prestar depoimento a respeito da função jurisdicional, isto é, sobre sentenças 
judiciais por eles proferidas. 
 
 Os poderes de investigação das comissões parlamentares de inquérito alcançam 
somente fatos determinados relacionados ao interesse público. 
 
 Segundo a jurisprudência do STF, o direito ao silêncio alcança o depoente na 
condição de investigado e, também, na condição de testemunha. O depoente 
pode, também, invocar o seu direito ao sigilo profissional, negando-se a responder 
as indagações relacionadas ao exercício de sua atividade profissional. 
 
 O fato de o convocado ser detentor de direito ao sigilo profissional não o desobriga 
de comparecer perante a CPI, para prestar depoimento. 
 
 É direito do depoente (investigado ou testemunha) ser assistido por advogado em 
seus depoimentos nas sessões de CPI. 
 
 Os depoentes podem, a qualquer momento, recorrer ao Poder Judiciário, se 
entenderem que seus direitos estão sendo violados pelas CPIs. Nesse caso, se se 
Este material foi produzido pelo Prof. Kalebe Dionisio e faz parte dos Bônus oferecidos no curso: "Guia Prático para Passar em Concurso Público em 1 Ano".
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tratar de uma CPI federal, e o paciente optar pelas ações de mandado de 
segurança ou habeas corpus, deverão elas ser ajuizadas diretamente perante o 
STF, pois cabe a esse Tribunal processar e julgar, originariamente, tais remédios 
constitucionais quando impetrados contra atos praticados pelo Congresso 
Nacional, suas casas e, também por seus órgãos, como é o caso das comissões 
parlamentares de inquérito. (CF, art. 102, I, “i”). 
 
 Os trabalhos da CPI têm caráter meramente inquisitório (investigatório), de 
preparação para a futura acusação, a cargo do Ministério Público, razão pela qual 
não é assegurado aos depoentes o direito ao contraditório na fase de investigação 
parlamentar. 
 
 As CPIs podem determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do 
investigado. Cabe ressaltar que a quebra do sigilo telefônico não se confunde com 
a interceptação das comunicações telefônicas. 
 
 Todas as decisões proferidas pelas comissões parlamentares de inquérito que 
impliquem restrição de direito – tais como a quebra dos sigilos bancário, fiscal e 
telefônico – só serão legitimadas se forem pertinentes e imprescindíveis à 
investigação, devidamente fundamentadas, limitadas no tempo e tomadas pela 
maioria absoluta de seus membros. 
 
 AsCPIs não podem determinar qualquer espécie de prisão, ressalvada a 
possibilidade de prisão em flagrante. Lembramos que, na realidade, a competência 
para determinar a prisão diante de flagrante delito não é, propriamente, uma 
prerrogativa das comissões parlamentares, mas sim de qualquer pessoa do povo, 
isto é, a prisão em flagrante pode ser realizada, em tese, por qualquer pessoa, 
sem exigência de qualificação especial. 
 
 As comissões parlamentares não podem determinar a busca e apreensão 
domiciliar de documentos, haja vista que, em respeito à inviolabilidade 
constitucional do domicílio, essa medida só poderá ser determinada por ordem 
judicial. 
 
 CPI não acusa, não processa, não julga, não condena, não impõe pena; apenas 
investiga. 
 
 O processo ou procedimento instaurado em decorrência do relatório da CPI terá 
prioridade sobre qualquer outro, exceto sobre aquele relativo a pedido de habeas 
corpus, habeas data e mandado de segurança. 
 
 O Plenário é o órgão de deliberação máxima de cada Casa Legislativa, composto 
por todos os parlamentares que a integram. 
 
 Atualmente, a Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados e o Senado 
Federal por 81 senadores. 
 
 O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de 
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
 
o Esse período em que ordinariamente o Congresso Nacional se reúne 
recebe a denominação de sessão legislativa ordinária (SLO). Cada sessão 
legislativa ordinária é composta de dois períodos legislativos, um em cada 
semestre (2/2 a 17/7 e 1º/8 a 22/12). Os intervalos entre os períodos 
legislativos são chamados de períodos de recesso parlamentar. 
Este material foi produzido pelo Prof. Kalebe Dionisio e faz parte dos Bônus oferecidos no curso: "Guia Prático para Passar em Concurso Público em 1 Ano".
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o Cada legislatura tem a duração de quatro anos, compreendendo quatro 
sessões legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos. 
o Durante os períodos de recesso, a Constituição prevê a possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional, hipótese em que temos 
a denominada sessão legislativa extraordinária (SLE). 
 
 Art. 57 § 6º  Note-se que somente a convocação feita pelo Presidente do Senado 
Federal tem a força de, por si, forçar a reunião extraordinária do Congresso 
Nacional, haja vista que sua manifestação de vontade não dependerá de 
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
As convocações realizadas pelos demais legitimados dependerão de aprovação da 
maioria absoluta de cada Casa do Congresso Nacional. 
 
 Como as leis ordinárias e complementares são as únicas espécies do processo 
legislativo federal que, depois de aprovadas pelo Congresso Nacional, submetem-
se à sanção do Presidente da República, conclui-se que as matérias enumeradas 
nos incisos do art. 48 da CF só poderão ser disciplinadas por essas espécies 
normativas. 
 
 No tocante as matérias arroladas no art. 49 da CF a conclusão é distinta, porque o 
caput desse dispositivo implicitamente dispensa a sanção do Presidente da 
República, o que induz a conclusão de que elas deverão ser reguladas por meio de 
decreto legislativo. Com efeito, o decreto legislativo é ato de competência exclusiva 
do Congresso Nacional, aprovado pelas duas Casas Legislativas, por deliberação 
de maioria simples, promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional e 
que não se submete a sanção ou veto do Presidente da República. 
 
 Afirmar que as matérias constantes do art. 51 da CF são da competência privativa 
da Câmara dos Deputados significa dizer que serão elas disciplinadas por 
resolução dessa Casa Legislativa, promulgada pelo Presidente se sua Mesa, sem 
nenhuma interferência do Senado Federal ou do Presidente da República. 
 
 Embora a Constituição não o tenha textualmente estabelecido, a jurisprudência do 
STF firmou entendimento de que essa necessidade de autorização da Câmara dos 
Deputados, no tocante aos Ministros de Estado, restringe-se aos crimes comuns e 
de responsabilidade conexos com os da mesma natureza imputados ao Presidente 
da República. 
 
 Os Ministros de Estado são julgados pelo STF tanto nos crimes comuns quanto 
nos crimes de responsabilidade, salvo se esses últimos guardarem conexão com 
delito praticado pelo Presidente da República, hipótese em que a competência 
para julgamento desloca-se para o Senado Federal (CF art. 52 I). 
 
 As matérias constantes do art. 52 da CF é competência privativa do Senado 
Federal e são disciplinadas por resolução dessa Casa Legislativa, promulgada pelo 
presidente de sua Mesa, sem nenhuma interferência da Câmara dos Deputados ou 
do Presidente da República. 
 
 Quando o Senado Federal julga as autoridades enumeradas nos incisos I e II do 
art. 52 da CF, temos o denominado processo de impeachment, situação em que o 
Senado Federal, sob a Presidência do Presidente do STF, atuará como verdadeiro 
“tribunal político”. 
 
 O impeachment nada mais é do que o impedimento da autoridade para o exercício 
do cargo ou mandado, em razão de crime de responsabilidade. Além da perda do 
mandato, que só poderá ser imposta por deliberação de 2/3 dos membros do 
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Senado Federal, a condenação impõe a inabilitação, por oito anos, para o 
exercício de qualquer função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais 
cabíveis. 
 
 O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que a renúncia ao cargo, 
apresentada na sessão de julgamento, não paralisa o processo de impeachment. 
 
 As iniciativas privativas reservadas às Casas do Congresso Nacional para iniciar o 
processo legislativo de elaboração das leis (arts. 51, IV, parte final, e 52, XIII, parte 
final) não podem ser confundidas com a competência privativa das mesmas Casas 
para o tratamento das matérias que lhes são próprias, enumeradas em todos os 
incisos dos citados arts. 51 e 52 da Constituição. 
 
 O mesmo ocorre em relação à atribuição do Congresso Nacional... Mas, quem terá 
a iniciativa de lei sobre as matérias do art. 48 da CF? Bem, o projeto de lei poderá 
ser apresentado pelos próprios congressistas ou por quaisquer dos demais 
legitimados para tal (CF, art. 61), exceto no caso de matéria cuja iniciativa tenha 
sido reservada a certo órgão, hipótese em que o Congresso Nacional só poderá 
disciplina-la a partir da apresentação do respectivo projeto de lei pelo detentor da 
iniciativa. Exemplificando: cabe ao Congresso Nacional dispor, por meio de lei, 
sobre a extinção e criação e extinção de Ministérios (art. 48, XI); porém ele só 
poderá legislar a partir da apresentação do respectivo projeto de lei pelo 
Presidente da República, porque essa matéria é de iniciativa privativa do chefe do 
Executivo (arts. 61, §1º, II, “e”). 
 
 As prerrogativas parlamentares, incluídas todas as espécies de imunidades, são 
de ordem pública e não admitem renúncia. Assim, ainda que o parlamentar queira 
abrir mão de suas imunidades, não poderá fazê-lo, pois todas elas são 
irrenunciáveis. Qualquer ato nesse sentido não produzirá nenhum efeito jurídico, 
nem perante a Casa Legislativa a que pertença, nem frente ao Poder Judiciário. 
 
 Embora a Constituição textualmente não restrinja a imunidade formal somente às 
prisões processuais, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que a 
imunidade formal não proíbe a prisão do congressista quando determinada por 
sentença judicial transitada em julgado, vale dizer, não impede a execução de 
penas privativas de liberdade definitivamente impostas aos membros do 
Congresso Nacional. 
 
 A impossibilidade de prisão doparlamentar o protege não só em relação aos 
crimes praticados após a diplomação, mas, também, em relação aos crimes 
praticados em data anterior a esta. Assim, se em data anterior à diplomação o 
indivíduo havia cometido certo crime e estava respondendo por ele perante a 
justiça comum, com possibilidades de ser preso, com a expedição de sua 
diplomação a prisão não poderá mais ser determinada pelo Poder Judiciário, em 
respeito ao art. 53 § 2º da CF. 
 
 A partir da promulgação da EC nº. 35/2001 não há mais necessidade de prévia 
autorização da Casa Legislativa para que possa ser instaurado processo criminal 
contra congressista. Com a promulgação dessa emenda, a imunidade formal em 
relação ao processo passou a assegurar ao congressista, apenas, a possibilidade 
de que a Casa Legislativa venha, ulteriormente, em qualquer momento antes da 
decisão final do STF, sustar o andamento da ação referente aos crimes praticados 
após a diplomação. 
 
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 Só os partidos políticos com representação na respectiva Casa receberam da CF a 
legitimação para dar início ao processo de sustação do andamento da ação penal, 
em curso no STF, contra parlamentar. 
 
 Na hipótese de crime cometido por parlamentar em concurso com pessoas que 
não possuem prerrogativa de foro perante o STF, não viola a garantia do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou 
conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados. Assim, se um congressista praticar um crime comum em co-autoria 
com um cidadão comum, em regra caberá ao STF julgar os dois infratores. 
 
 Entretanto, se houver concursos de agentes com indivíduo não parlamentar e a 
Casa Legislativa sustar o andamento da ação penal em relação ao parlamentar, o 
processo em curso no STF deverá ser separado, enviando-se os autos à justiça 
comum, para que esta prossiga no julgamento do co-autor não parlamentar. 
 
 A competência do STF para julgar os congressistas alcança todas as infrações 
penais a eles eventualmente imputadas, mesmo que se trate de simples ilícitos 
tipificados em lei como contravenção ou de crimes sujeitos à competência dos 
ramos especializados da Justiça da União, como os crimes eleitorais, ou mesmo 
os crimes dolosos contra a vida, que ordinariamente são julgados pelo júri popular. 
 
 Entretanto, a prerrogativa de foro não alcança as ações de natureza cível 
ajuizadas contra congressistas. Isso porque, segundo a jurisprudência do STF, a 
competência do foro especial restringe-se às ações de natureza penal, não 
abrangendo o julgamento de quaisquer ações civis. Significa dizer que não cabe 
ao STF processar e julgar, originariamente, as causas de natureza civil – ações de 
improbidade administrativa, ações populares, ações civis públicas, ações 
cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares -, mesmo 
que instauradas contra congressistas ou contra quaisquer das autoridades que, em 
matéria penal, dispõem de prerrogativa de foro perante a Corte suprema. 
 
 Se na data da diplomação o eleito estiver respondendo a processos penais perante 
a justiça comum, ou mesmo a inquéritos policiais, os autos serão imediatamente 
remetidos ao STF, que prosseguirá com o feito, considerando-se eficazes todos os 
atos já praticados até o momento da diplomação. 
 
 Com a cessação do mandato, os processos em curso no STF serão remetidos à 
justiça comum competente, para prosseguimento, sendo válidos todos os atos 
praticados pela Corte Maior até esse Momento. 
 
 Segundo a jurisprudência do STF, o congressista afastado de suas funções 
parlamentares para exercer cargo no Poder Executivo não dispõe de imunidades. 
(art. 56, I) 
 
 Situação distinta ocorre com o direito do congressista à prerrogativa de foro. O 
congressista que se afasta do Poder Legislativo para exercer cargo no Poder 
Executivo mantém o direito à prerrogativa de foro perante o STF, em relação aos 
crimes comuns. 
 
 Em se tratando dos congressistas, a condenação criminal transitada em julgado 
não causará, por si, a suspensão dos seus direitos políticos (CF, art. 15, III), haja 
vista que a perda do mandato dependerá, ainda, da ulterior decisão política da 
Casa Legislativa, por voto da maioria absoluta dos seus membros, em escrutínio 
secreto (CF, art. 55 § 2º). 
Este material foi produzido pelo Prof. Kalebe Dionisio e faz parte dos Bônus oferecidos no curso: "Guia Prático para Passar em Concurso Público em 1 Ano".

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