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RESUMO AULA 11 a 15

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – RESUMO DAS AULAS 11 A 15 (2018.1) 
 
 
CONTEÚDO DA AULA 11 
A Hermenêutica jurídica I 
A Hermenêutica jurídica representa o estudo dos processos de interpretação das normas. Ela 
constitui a dimensão científica do processo interpretativo do direito, na qual são concebidos os 
parâmetros que serão seguidos na prática no direito 
A Interpretação 
A Interpretação é formada pelos procedimentos técnicos, de que lança mão o profissional de 
direito na busca do sentido e alcance das regras jurídicas 
Pode-se afirmar que a hermenêutica jurídica se aproxima de uma dimensão científica do 
fenômeno jurídico, ao fornecer as bases teóricas para o desenvolvimento dos processos de 
interpretação do direito, que seriam basicamente técnicas de aplicação do direito, utilizadas 
rotineiramente por advogados e demais profissionais da área jurídica. 
Hermenêutica = interpretação + construção. 
A hermenêutica terá, então, um horizonte de conteúdo mais amplo do que o da interpretação, ao 
englobar também a ideia de construção, que seria um resultado exatamente do acréscimo de 
significado que a hermenêutica jurídica propicia às normas jurídicas. 
A tendência do indivíduo não iniciado no direito é a de enxergá-lo pela sua literalidade, o que 
não ocorre com aquele que tem conhecimento dos fundamentos da hermenêutica jurídica, que 
se mostra capaz de agregar conteúdo ao texto jurídico, contribuindo para a plena construção da 
norma jurídica: 
A construção do significado das normas jurídicas segue basicamente duas concepções 
teóricas: 
Teoria subjetiva: a concepção subjetivista da interpretação ou teoria subjetiva tem como 
preocupação central a busca a vontade do legislador, mens legislatoris, e representa a primeira 
teoria 
Teoria Objetiva: Representa a tendência predominante do direito contemporâneo, que vê o 
ponto de referência principal do processo hermenêutico na vontade da lei (mens legis), como ente 
dotado de vida própria, cabendo ao intérprete buscar a adaptação da lei à dinâmica social. 
Assim, o sentido da norma será dado pelo contexto do momento da sua aplicação e não pelo da 
sua criação. 
Crítica à busca da vontade do legislador 
O objetivo da norma é dado pelo presente, e não pelo passado, devendo o processo de 
interpretação de o direito ser orientado pelas necessidades sociais da época em que a lei é 
aplicada e não pelas da época em que ela foi criada. 
 
Espécies de Interpretação 
Autêntica: quando emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela declara. 
(Exemplo: quando um artigo traz a interpretação de outro); 
Doutrinária: vem a ser a realizada cientificamente pelos doutrinadores e juristas em suas obras e 
pareceres; 
Judicial ou jurisprudencial: é a resultante das decisões prolatadas pela Justiça; 
Administrativa: aquela cuja fonte elaboradora é a própria Administração Pública, por meio de 
seus órgãos e mediante pareceres, despachos, decisões, circulares, portarias entre outros; 
Literal ou gramatical: toma como ponto de partida o exame do significado e alcance de cada 
uma das palavras da norma jurídica. É baseada na “letra da lei” literalmente; 
Sociológica: a interpretação sociológica discute o Direito a partir das relações entre sociedade e 
poder. Tem relação com a influência da estrutura da sociedade na estrutura do Direito; 
Histórica: indaga sobre as condições de meio e momento da elaboração da norma jurídica, bem 
como sobre as causas pretéritas da solução dada pelo legislador; 
Teleológica: busca o fim que a norma jurídica tenciona servir ou tutelar. A Teleologia diz respeito 
ao estudo da finalidade. 
Restritiva: quando a lei possui palavras que ampliam a vontade da lei, e acabe à interpretação 
reduzir esse alcance; 
Extensiva: quando a lei carece de amplitude, ou seja, diz menos do que deveria dizer, devendo o 
intérprete verificar qual os reais limites da norma. 
 
CONTEÚDO DA AULA 12 
A Hermenêutica jurídica II 
Antinomias Jurídicas 
É aquela situação indesejada, na qual são positivadas em um mesmo ordenamento duas normas 
conflitantes, das quais uma obriga e outra proíbe, ou uma obriga e outra permite, ou uma proíbe 
e outra permite o mesmo comportamento. 
 Antinomias Solúveis (Aparentes) 
A antinomia jurídica solúvel pelo critério temporal nada mais representa do que um critério 
técnico de revogação tácita de lei, previsto expressamente no art. 2º da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro. 
“Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga 
nem modifica a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido 
a vigência.” 
Uma observação importante é no sentido de que obviamente não haverá antinomia, caso a lei 
nova tenha expressamente revogado uma lei anterior, pois neste caso estará evidenciada a perda 
da vigência da legislação pretérita. 
O critério hierárquico, também é chamado de Lex superior, porque inspirado na expressão latina 
lex superior derogat legi inferiori. Por esse critério, na existência de normas incompatíveis, 
prevalece a hierarquicamente superior. 
Critério da especialidade - Por esse critério, se as normas incompatíveis forem geral e especial, 
prevalece a segunda. 
 Antinomias Insolúveis (Reais) 
São assim denominadas aquelas antinomias que não são de imediato equacionadas pelos 
critérios de solução anteriormente mencionados porque não comportam a aplicação de 
quaisquer dos três parâmetros básicos para a solução de antinomias (insuficiência de critérios) ou 
então porque se pode solucionar a antinomias por dois ou mais dos critérios de solução. 
Conflito entre o critério hierárquico e o critério cronológico - o critério hierárquico prevalece sobre 
o cronológico, o que tem por consequência o afastamento da norma inferior antinômica, mesmo 
que posteriormente editada. 
Conflito entre o critério de especialidade e o critério cronológico - com base nessa regra, o 
conflito entre critério de especialidade e critério cronológico deve ser resolvido em favor da 
norma que disciplina de modo específico a matéria, ainda que editada anteriormente: a lei geral 
sucessiva não prepondera sobre a lei especial precedente (art. 2º, § 2º da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro). 
Conflito entre o critério hierárquico e o critério de especialidade - não existe uma regra geral 
consolidada neste caso. A solução da antinomia dependerá do exame das peculiaridades de cada 
caso. 
CONTEÚDO DA AULA 13 
 
Princípio da Obrigatoriedade e Continuidade das Leis – LINDB – “Art. 2º: não se destinando à 
vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (...)” 
Há que se fazer uma distinção entre derrogação e ab-rogação. A derrogação significa revogação 
parcial, enquanto que a ab-rogação diz respeito à revogação total. Ambas, derrogação e ab-
rogação, são espécies do gênero revogação. 
Princípio da Obrigatoriedade da Lei (art. 1º e art. 3º LINDB) – “Art. 3º: ninguém se escusa de 
cumprir a lei, alegando que não a conhece. “ 
Depois da publicação ou decorrida a vacatio legis, a lei torna-se obrigatória, não podendo ser 
alegada sua ignorância. 
Revogação da lei – pode ser expressa ou tácita - Se a lei posterior disser, de maneira expressa, 
que a lei anterior está revogada, temos a revogação expressa. 
A revogação tácita éa que decorre da vigência de uma nova disposição que colide com a anterior, 
sem que seja mencionada a lei nova a revogação da antiga. Assim, está implícita sua revogação. 
Há também revogação tácita quando a lei posterior regula inteiramente certa matéria tratada por 
lei anterior, sem que, ao final, diga expressamente que revogou a lei antiga. 
Costume não revoga lei. 
Repristinação: fenômeno não admitido no direito brasileiro - A lei posterior revoga a anterior 
quando trata da mesma matéria de forma contrária. Uma vez revogada a lei nova, volta a vigorar 
a lei antiga? 
Art. 2º, parágrafo 3º, da LINDB: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por 
ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Repristinação seria o restabelecimento da lei revogada após a perda da vigência da lei 
revogadora. Tal fato, como vimos, não é possível em nosso ordenamento jurídico, salvo 
disposição expressa em contrário. 
Esse dispositivo não se aplica às leis temporárias. 
Toda a matéria tratada no art. 2o da lei de Introdução ao Código Civil, dá margem a uma infinidade 
de conflitos. Tais conflitos são chamados de “conflitos das leis no tempo”. 
O conflito das leis no tempo nasce justamente da colisão da lei nova com a anterior. Muitas vezes 
permanecem consequências da lei antiga, sob a vigência da lei nova. 
Retroatividade e Irretroatividade das Leis - Em princípio, as leis não devem retroagir; em face 
do seu caráter prospectivo, devem disciplinar situações futuras. O fundamento maior do princípio 
da irretroatividade, consagrado na doutrina, e pela generalidade das legislações, é a proteção do 
indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. Se fosse admitida a retroatividade como 
princípio absoluto, a segurança do indivíduo não ficaria preservada. 
A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; não se presume, devendo provir de texto 
expresso. 
LINDB art. 6º: “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada”. 
No mesmo sentido, dispõe o inciso XXXVI do art. 5º da CF/88 “a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Por retroatividade da lei entende-se que a lei nova pode atingir situações abrangidas por leis 
anteriores. Exemplo: norma penal mais benéfica irá retroagir e alcançar até mesmo o indivíduo 
que já cumpriu a pena. 
A norma penal maléfica nunca retroage. Só será admitido a retroatividade da lei penal mais 
benéfica. 
 
 
 
 
CONTEÚDO DA AULA 14 
 
Direito adquirido (art. 6º, § 2º LINDB) 
O direito adquirido é direito em estado latente, surgido quando determinada pessoa preenche os 
requisitos estabelecidos pelo ordenamento jurídico, para ser considerado um titular de direito, 
pouco importando se e quando exercerá tal direito. 
Guilherme Couto: é o direito definitivamente incorporado ao patrimônio subjetivo de seu titular. 
Para que isso aconteça, todos os fatores aquisitivos devem estar completados, pois do contrário, 
existe apenas a expectativa de direito. 
 
Há duas teorias acerca do direito adquirido: a teoria subjetivista e a objetivista. 
Diante do problema de determinar os efeitos da lei no tempo, ou seja, se esta deve regular 
somente os fatos posteriores à sua vigência, ou também pode reger os anteriores, duas grandes 
correntes de juristas apresentam-se. Uma delas adotava a teoria subjetiva, em que a aplicação 
da lei nova somente ocorreria quanto aos fatos presentes e aos futuros, com exclusão dos 
passados, tendo fundamento na sua irretroatividade. A outra corrente era adepta à teoria 
objetiva, em que a lei nova era imposta, imediatamente, aos fatos pretéritos e futuros, 
baseando-se na sua retroatividade. 
Gabba, adepto da teoria subjetivista, criou a sua doutrina retomando a idéia de proteção aos 
direitos adquiridos, de forma abrangente e com praticidade. Para o tratadista italiano, a lei nova 
não pode violar direitos precedentemente adquiridos, mas quanto aos direitos de outra natureza, 
a lei deve ser aplicada amplamente, tanto para relações jurídicas novas, como para consequências 
de relações anteriores. 
Denota-se, então, que a LINDB mescla, em seu bojo, ambas as teorias subjetiva e objetiva a fim 
de tratar acerca da incidência da lei aos fatos pretéritos, atuais e vindouros. Pelo princípio do 
tempus regit actum, a lei é imediata: a partir de sua entrada em vigor, aplica-se a todas as situações 
existentes. Todavia, não deve atingir a tríade direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada, 
com vistas a respeitar a segurança jurídica, um dos fins buscados pelo direito, sob pena de sobeja 
ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, arrimo constitucional do ordenamento 
jurídico brasileiro. 
LINDB - “Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se 
efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, 
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida 
inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.” 
 
 
Princípio do Domicílio, da Nacionalidade e da Territorialidade 
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado 
que a promulgou. 
Chama-se a isto de territorialidade da lei. Esse espaço ou território, em sentido amplo, inclui as 
terras ou territórios propriamente ditos, as águas e a atmosfera “territoriais”. 
Os critérios que determinam a vigência territorial ou extraterritorial de certa norma são os 
seguintes: 
• Aplica-se a lei do domicílio da pessoa nas questões sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (art. 7º LINDB); 
• Aplica-se a lei do lugar da situação dos imóveis para qualificá-los e reger as relações que 
lhe forem pertinentes (art. 8º LINDB); 
• Aplica-se a lei do lugar de constituição à qualificação e disciplina das obrigações, sendo 
que a obrigação resultante de contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o 
proponente (art. 9º LINDB); 
• Aplica-se a lei do domicílio do defunto ou desaparecido à sucessão por morte ou ausência 
• Quanto à capacidade para suceder, aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou legatário. 
Todavia, no caso de a sucessão incidir sobre bens de estrangeiros situados no Brasil, 
aplicar-se-á a lei brasileira em favor do cônjuge brasileiro e dos filhos do casal, sempre 
que não lhes for mais favorável a lei do domicílio do falecido (art. 10 da LINDB). 
 
CONTEÚDO DA AULA 15 
Jurisdição 
É o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um determinado caso, com o objetivo de 
solucionar conflitos de interesses e com isso resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. 
Jurisdição vem do latim juris e dicere, que significa dizer direito. 
A jurisdição atua por meio dos juízes de direito e de tribunais regularmente investidos. 
Princípios e Características da Jurisdição 
• Definitividade: As decisões judiciais são protegidas pelo manto da coisa julgada; 
• Substitutividade: Estado chamou para si o poder-dever de dizer o direito aplicável, 
eliminado a vingança privada (autotutela); 
• Inércia: A jurisdição só é exercida quando provocada, para que se garanta a 
imparcialidade; 
• Existência de lide: Ou potencialidade de lide, quer dizer, a possibilidade de conflito de 
interesses qualificado pela resistência a uma pretensão, nos limites do pedido; 
• Investidura: Quemexerce essa função tem que estar investido no cargo de juiz, conforme 
determina o art. 93, I, da CF/88. É uma garantia para o juiz e para o jurisdicionado; 
• Aderência: Tal como a soberania, a jurisdição não se divide e só pode se manifestar em 
um território – é una e indivisível; 
• Indelegabilidade: A jurisdição não pode ser delegada, ou seja, não se pode delegar a 
terceiros o poder de solucionar conflitos. 
Função do Poder Judiciário 
A função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver 
conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira 
garantidas pela Constituição Federal. 
Estrutura e Infraestrutura do Poder Judiciário Brasileiro 
Prevista na Constituição da República Federativa do Brasil: 
“Artigo 92 - São órgãos do Poder Judiciário: 
I – o Supremo Tribunal Federal (STF); 
I-A – o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); 
II – o Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e Juízes Federais; 
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho (TRT); 
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI – os Tribunais e Juízes Militares; 
VII – os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito Federal e Territórios (TJ). 
(...)” 
 
 Supremo Tribunal Federal (STF) 
O STF é o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo 
cumprimento da Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas 
constitucionais. É composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados 
por ele após aprovação pelo Senado Federal. 
 Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
Abaixo do STF está o STJ, cuja responsabilidade é fazer uma interpretação uniforme da legislação 
federal. É composto por 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República, escolhidos em 
uma lista tríplice elaborada pela própria Corte. Os ministros do STJ também têm de ser aprovados 
pelo Senado antes da nomeação pelo Presidente do Brasil. 
 Justiça Federal 
A Justiça Federal comum pode processar e julgar causas em que a União, autarquias ou empresas 
públicas federais sejam autoras, rés, assistentes ou oponentes – exceto aquelas relativas à falência, 
acidentes de trabalho e aquelas no âmbito da Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. É composta 
por juízes federais que atuam na primeira instância, nos Tribunais Regionais Federais (segunda 
instância) e nos Juizados Especiais Federais, que julgam causas de menor potencial ofensivo e de 
pequeno valor econômico. 
 Justiça do Trabalho 
A Justiça do Trabalho julga conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e patrões. É 
composta por Juízes Trabalhistas que atuam na primeira instância e nos Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRT), e por ministros que atuam no Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
 Justiça Eleitoral 
Com o objetivo de garantir o direito ao voto direto e sigiloso, preconizado pela Constituição, a 
Justiça Eleitoral regulamenta os procedimentos eleitorais. 
Na prática, é responsável por organizar, monitorar e apurar as eleições, bem como por diplomar 
os candidatos eleitos. Também pode decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e 
julgar irregularidades praticadas nas eleições. 
Os juízes eleitorais atuam na primeira instância e nos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e os 
ministros que atuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
 Justiça Militar 
A Justiça Militar é composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda instância e por 
ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). Sua função é processar e julgar os crimes 
militares. 
 Justiças Estaduais 
A organização da Justiça estadual é competência de cada estado da federação e do Distrito 
Federal. Nela atuam Juízes de Direito (primeira instância) e Desembargadores, (nos Tribunais de 
Justiça, segunda instância). 
A função da Justiça estadual é processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à Justiça 
Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
A Justiça estadual se divide pela organização judiciária de cada estado fixando as competências 
das Varas Cíveis, Criminais, Empresariais, de Família, Juizados Especiais Cíveis e Criminais etc. 
As Funções Essenciais à Justiça 
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
A Advocacia, de acordo com o que dispõe o Artigo 133 da CF: “O advogado é indispensável à 
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, 
nos limites da lei.” 
REPRESENTAÇÃO JURÍDICA DOS NECESSITADOS 
A Defensoria Pública, que tem por dever a representação jurídica dos necessitados, na forma do 
artigo 5º, LXXIV, assegura a gratuidade de justiça aos que comprovarem insuficiência de recursos. 
Existe Defensoria Pública na União e nos Estados.

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