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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
Disciplina – Teoria e Prática da Natação – SDE – 0036 
 
Profº Ms. Marcelo G Massaud 
CREF 0433/G-RJ 
 
 SEJAM BEM VINDOS! 
 
 Desejo a todos um ótimo semestre! 
 
 
CONCEITOS DE 
NADAR E NATAÇÃO 
 
Nadar = ação motora de locomoção dentro do ambiente aquático com 
recursos próprios. (Dicionário) 
* Na Era Primitiva, relacionou-se com a sobrevivência das pessoas, já 
que, precisavam fugir de animais maiores ou caçar nos rios e lagos. 
* Considerada como Desporto, que consiste no deslocamento das 
pessoas através dos movimentos de braços e pernas no meio aquático. 
* Hoje em dia, poderíamos classificá-la como: um desporto, forma de 
entretenimento (lazer) e meio de se obter melhoras do condicionamento 
orgânico em prol da qualidade de vida e saúde. 
 
A Federação Internacional de Natação (FINA) conceitua a 
natação como “ação de autopropulsão e autossustentação 
na água que o homem aprendeu por instinto ou observando 
os animais” (ROHLFS, 1999, p.43). Essa definição deixa 
claro que nadar pressupõe a capacidade de movimentar-se 
e manter-se flutuando sem auxílio externo. Dessa maneira, 
uma pessoa que nada somente com auxílio de materiais 
que possibilitem a flutuação não saberia nadar. 
 
• De acordo com Luz (1999, p. 160), nadar é “uma forma de 
deslocar-se na água que tenha significado, que esteja de 
acordo com o nível de interesse, necessidade e etapa de 
evolução de cada indivíduo”, o que implica em 
enxergarmos a natação não apenas pela execução dos 
quatro nados oficiais (crawl, costas, peito e borboleta), 
mas também possibilitar movimentos diversificados e que 
estejam relacionados aos praticantes de acordo com suas 
características e propósitos. 
 
 
• NADAR = Diversas maneiras de movimentar-se na água. 
 
 
• NATAÇÃO = Esporte que objetiva, a realização de 
movimentos dentro de técnicas específicas, submetido 
a regras institucionalizadas, busca-se conquistas e 
vitórias. 
HISTÓRICO DA NATAÇÃO NO MUNDO 
 
 Apesar de os seres humanos não serem especificamente 
dotados pela natureza como nadadores altamente proficientes, 
uma técnica de aprimoramento dos nados pode produzir uma 
propulsão surpreendentemente fácil e correta. A evolução de 
descobertas relacionadas à propulsão, explica a fascinação 
quase obsessiva pelas técnicas dos nados nos primeiros anos 
do desenvolvimento da natação. (COLWIN, 2000. p.1) 
 
As traduções de textos gregos e romanos falam de nadadores 
que usavam movimentos alternados com braço emerso, 
acreditando-se que a braçada do nado crawl existia há muito 
tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O livro, The Boke Named the Governour, de Sir Thomas Elyot 
(publicado em Londres por Thomas Berthelet em 1531), discutia a 
natação como uma parte importante da educação dos cavalheiros. 
Cópias do The Boke Named the Governour, 258 fólios, estão 
guardadas na Biblioteca da Universidade de Cambridge e no Museu 
Britânico. 
Durante a Idade Média, a natação desapareceu em toda a 
Europa, por causa da crença de que os banhos ao ar livre 
ajudavam a disseminar epidemias que, com tanta frequência, 
varriam o continente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Nesta época, quando as pessoas nadavam, preferiam 
um tipo de nado de peito, pois podiam manter o rosto 
fora da água, apesar de que até a segunda metade do 
século XIX, ainda persistia esse preconceito contra a 
natação. Esta situação de recuo fez com que o nado 
crawl ficasse “perdido” durante séculos, apesar de se 
acreditar que os povos oceânicos sempre haviam 
nadado com os braços emersos. (BORGES, 2003.p.1; 
COLWIN, 2000.p.8; GONÇALVES, 2003.p.1) 
VESTIMENTA / TRAJE 
 
• Quando as competições organizadas de natação 
começaram no século XIX, a Braçada Lateral era o estilo 
padrão de competição. Os dois braços ficavam 
submersos o tempo todo e as pernas executavam um 
amplo movimento alternado (tesoura). Os nadadores 
perceberam que reduziriam a resistência recuperando um 
braço acima da água, em vez de sob ela. Essa braçada 
ficou conhecida como Braçada Lateral Inglesa, com o 
braço emerso. A seguir, surgiu a ideia de uma braçada 
dupla, alternada e com os braços emersos, observando a 
técnica incomum de John Trudgen, que se transformou 
na braçada básica do Nado Crawl. 
 
• A dificuldade com a braçada de Trudgen era que lhe 
faltava continuidade; na realidade, ela era 
descoordenada, porque realizava uma pernada de peito a 
cada duas braçadas (ciclo de braçada). Com isso, já 
tendo introduzido a braçada dupla alternada com os 
braços emersos, percebeu-se que uma braçada contínua 
poderia ser facilmente executada se não fosse feita 
nenhuma pernada. Finalmente, uma nova ação de 
pernas, o movimento contínuo das pernas estendidas, 
ajustou-se muito bem à ação alternada com os braços 
emersos, e dessa forma, nasceu o Nado Crawl. 
(COLWIN, 2000; GONÇALVES e LENK) 
 
 
• O surfe de barriga apresenta uma alternativa possível sobre a 
origem do crawl, pois surfistas usam braçadas rápidas e 
alternadas com o braço emerso para alcançar a crista da onda em 
rápida formação. Ao que parece, a ideia da batida de pernas e 
dos braços, emersos e alternados, vieram das Ilhas dos Mares do 
Sul. Os pioneiros australianos foram rápidos em perceber essas 
alternativas e as combinaram em uma forma completamente nova 
de natação. O crawl foi um prodígio da ingenuidade, do lazer, da 
casualidade e muito mais rápido do que qualquer outra técnica 
anterior.(COLWIN, 2000. p.6; GONÇALVES, 2003.p.1-3; LENK, 
1966.p.17) 
 O nado contínuo com batimento alternado de pernas já era 
praticado por nativos do Pacífico, quando em 1898, Alik 
Wickham das Ilhas Salomão, nadando numa praia próximo 
de Sidney arrancou de George Farmer, um dos treinadores 
mais renomados da época a seguinte expressão “Olhem 
como rasteja sobre a água”, batizando o estilo de crawl, 
palavra inglesa que significa RASTEJAR. 
• A evolução dos fundamentos da natação, mais 
especificamente, da braçada do crawl, é a história do esforço 
humano para nadar de forma mais eficiente, melhorando a 
técnica de natação disponível em cada época. Esse 
desenvolvimento foi habilmente registrado por várias 
autoridades de destaque e especialmente nas descrições 
clássicas de Steedman (1867), Wilson (1883), Thomas (1904), 
Sinclair e Henry (1908), Cureton (1934) e Carlile (1963). (Apud. 
COLWIN, 2000.p.6) 
• Antes de entrar para o cinema, Jonny Weissmuller 
 teve uma carreira excepcional como 
 desportista, tendo conquistado cinco 
medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 
1924 e 1928. Ele estabeleceu 67 recordes 
mundiais de natação e ganhou 52 campeonatos 
nacionais, sendo considerado um dos melhores 
nadadores de todos os tempos. 
 
Tempo Nadador Data 
1:05.8 Zoltán Halmay 3 de dezembro de 1905 
1:05.6 Charles Daniels 20 de julho de 1908 
1:02.8 Charles Daniels 15 de abril de 1910 
1:02.4 Kurt Bretting 6 de abril de 1912 
1:01.6 Duke Kahanamoku 20 de julho de 1912 
1:01.4 Duke Kahanamoku 9 de agosto de 1918 
1:00.4 Duke Kahanamoku 24 de agosto de 1920 
58.6 Johnny Weissmuller 19 de julho de 1922 
57.4 Johnny Weissmuller 17 de fevereiro de 1924 
56.8 Peter Fick 2 de março de 1934 
56.6 Peter Fick 5 de março de 1935 
56.4 Peter Fick 11 de fevereiro de 1936 
55.9 Alan Ford 13 de abril de 1944 
55.8 Alex Jany 15 de setembro de 1947 
55.4 Alan Ford 29 de junho de 1948 
54.8 Dick Cleverland 1 de abril de 1954 
55.4 Jon Henricks 30 de novembro de 1956 
55.2 John Devitt 19 de janeiro de 1957 
54.6 John Devitt28 de janeiro de 1957 
54.4 Stephen Clark 18 de agosto de 1961 
53.6 Manuel dos Santos 20 de setembro de 1961 
52.9 Alain Gottvallès 13 de setembro de 1964 
52.9 Stephen Clark 14 de outubro de 1964 
52.6 Ken Walsh 27 de julho de 1967 
INSTALAÇÕES E MÉTODOS 
Todos os nados iniciaram suas evoluções através do nado de peito. O nado 
borboleta começou a tomar forma no início século XX, aproximadamente em 
1930. Nesta época, os nadadores de peito observaram que poderiam nadar 
mais rápido, se utilizassem a recuperação sobre o nível da água, mantendo-se 
dentro da regra. Com a introdução da braçada de borboleta, a prova de peito 
tornou-se uma das mais interessantes, já que alguns nadadores continuaram a 
utilizar o peito submerso, alguns passaram a praticar o novo nado borboleta-
peito na superfície e outros nadavam com a combinação dos dois nados 
(braçada dupla simultânea com pernada de peito). Com o passar do tempo, os 
nadadores perceberam que, caso utilizassem a pernada de golfinho, que hoje 
conhecemos, poderiam ir mais rápido. Essa pernada fez com que o nado 
borboleta-peito ficasse bem mais rápido que o nado de peito convencional. 
Sendo assim, em 1955, o nado borboleta passou a ser considerado um nado 
de competição à parte. A invenção do nado borboleta é creditada ao nadador 
Jack Sieg e ao seu treinador David Armbrust. (MAGLISHO, 1999, p.383) 
 
 Segundo Gonçalves (2003.p.3-4) o nado borboleta surgiu como 
uma variação do nado de peito, onde recuperava-se os braços à frente 
por sobre a água. O estilo foi criado em 1935 pelo americano Henry 
Myers. A partir de 1952, por determinação da Federação Internacional 
de Natação (FINA), passou a ser uma prova específica, com a utilização 
de movimentos simultâneos de pernas, no plano vertical, o que 
contribuiu significativamente para o aumento da velocidade do nado e 
deu origem ao que atualmente chamamos de golfinho. 
 A partir dessa época, quando começaram a utilizar a pernada de 
golfinho, a forma de nadar mencionada acima passou a ser chamada 
como nado de golfinho, sendo que até os dias de hoje a Federação 
Internacional de Natação (FINA) mantém o nome das provas de 
borboleta. (PÁVEL, 1992) 
 
 Segundo Lenk (1966, p.21) a Federação Internacional de Natação 
Amadora, em 1952, recorreu a novas modificações em seus regulamentos, 
e agora separando definitivamente os dois estilos. Impunha que no nado de 
peito clássico as mãos fossem conduzidas por dentro da água para frente 
ao invés do nado borboleta, em que especifica que os braços devem ir à 
frente fora d’água simultaneamente. No que diz respeito ao movimento das 
pernas mantém a tesourada para o nado de peito clássico e permite ao 
borboleta movimentos simultâneos de cima para baixo (no sentido vertical). 
 De acordo com Colwin (2000) o nado de costas começou a ser 
executado com braçada dupla e pernada de peito invertida. 
Em 1920, sendo chamado de crawl de costas, era executado com os braços 
alternados e flexionando-os na recuperação. 
Kiefer em 1930, passou a executar a puxada e a recuperação com os 
braços retos e em um plano de 45º em relação à superfície da água. A 
seguir passou-se a nadar o costas moderno. 
Natação Brasileira 
e sua Organização 
 
 
“Os índios foram os primeiros habitantes do Brasil a praticar a 
natação, no século XVI. Não era por esporte, mas por sobrevivência! 
Nadar era uma forma de fugir dos ataques de animais ferozes. A 
natação esportiva no país só surgiu no final do século XIX, por 
influência do remo, o esporte mais praticado no Rio de Janeiro e em 
São Paulo.” (Manual de Esportes – Natação; Prefeitura do Rio – p.18). 
 
 A natação foi introduzida no Brasil, oficialmente, no dia 31 de 
julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e 
Flamengo fundaram, no Rio de Janeiro, a União de Regatas 
Fluminense, mais tarde chamada de Conselho Superior de Regatas 
e Federação Brasileira das Sociedades de Remo. Em 1898, o clube 
de Natação e Regatas promoveu o primeiro campeonato brasileiro. 
O percurso escolhido foi de aproximadamente 1500 metros, entre a 
Fortaleza Villegaignon até a praia de Santa Luzia. Essa prova 
repetiu-se até 1912. Em 1913 as provas (chamadas de concursos 
aquáticos), são organizadas pela Federação Brasileira das 
Sociedades de Remo e realizadas na enseada de Botafogo, Rio de 
Janeiro. 
PRAIA DE SANTA LUZIA - RJ 
 Abraão Saliture foi o campeão dos 1500 metros nado livre, tendo 
sido disputadas também as provas de 100 metros para estreantes, 
600 metros para seniores e 200 metros para juniores. 
A partir de 1916, a natação passa a ser promovida pela 
Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Em 1915, a prova de 
600 metros passou a constituir o Campeonato Carioca. O 
Campeonato Brasileiro foi patrocinado pela CBD, a partir de 1916, 
e somente em 1928 ele se realizou com as provas olímpicas da 
época, sagrando-se campeões os cariocas. As primeiras piscinas 
para competições, no Brasil, são construídas em 1919, pelo 
Fluminense Futebol Clube, no RJ, e em 1923, pela Associação 
Atlética São Paulo, em SP, uma das entidades fundadoras da 
Federação Paulista de Natação. Antes disso, os Cariocas nadavam 
na Enseada de Botafogo e os Paulistas, no Rio Tietê. 
PISCINA FFC - 1919 
• A Natação Brasileira trilha um longo caminho nas águas 
turbulentas da elite Internacional. 
• Em 1920, na Antuérpia, a equipe verde e amarela fez sua 
estreia em uma Olimpíada e foram necessários mais trinta e 
dois anos para que o primeiro nadador subisse ao pódio. 
• A brasileira Maria Lenk, em 1939, foi recordista mundial nos 
200 e 400 m Nado Peito. 
• Na Olimpíada de Helsinki, em 1952, Tetsuo Okamoto 
ganhou a medalha de bronze nos 1.500 m livre. 
• O segundo brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na 
piscina, foi Manoel dos Santos, bronze nos 100 m livre dos 
Jogos de Roma, em 1960, com o tempo de 55”40. 
• Em 1961, estabelece novo recorde Mundial da prova, 53”60. 
• 1980, Jogos Olímpicos de Moscou, revezamento 
4 x 200m livre masculino (Djan Madruga, Cyro Delgado, 
Jorge Fernandes e Marcus Matiolli), conquistaram o 
bronze. 
• 1984 – Jogos Olímpicos de Los Angeles, Ricardo Prado 
conquista a prata no 400 m Medley, com o tempo de 
4’18”45. 
• Gustavo Borges 
• Barcelona – 1992 – Vice-campeão – 100 m livre; 
• Atlanta – 1996 – Vice-campeão – 200 m livre e Bronze 
nos 100 m livre. 
• Fernando Scherer – Bronze nos 50 m livre. 
• Cesar Cielo e demais nadadores da atualidade.

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