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Classe 5 Capital e reservas

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Prévia do material em texto

Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 1 
 
 
DELEGAÇÃO DA BEIRA 
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E GESTÃO 
CURSO DE CONTABILIDADE 
 
Texto de Apoio 
Cap. II CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS 
A constituição de uma sociedade comercial exige um percurso relativamente longo, que se 
inicia com um plano de negócio, um projecto de investimento termina com a legalização da 
sociedade comerciais. 
De um ponto de vista contabilístico assume especial importância as seguintes fases: 
Subscrição 
Corresponde ao compromisso assumido pelas partes contratantes (futuros sócios de entrar) 
para a sociedade com os valores definidos para a formação do respectivo capital. 
Nas sociedades por acções a subscrição pode ser particular ou pública. A subscrição é 
normalmente efectuada ao valor nominal (ao par), embora como também se referiu, a mesma 
possa ser efectuada acima do valor nominal (acima do par) conduzindo à existência de um 
prémio de emissão. 
Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio adquirido a 
entidade emite tais instrumentos e s subscritores fiquem obrigados a pagar o dinheiro ou a 
entregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital próprio. 
Caso os instrumentos de capital próprio sejam emitidos antes de os recursos serem 
proporcionados (realização diferida) a quantia a receber dos subscritores deve ser 
apresentada, não como um activo, mas como dedução ao capital próprio (característica 
qualitativa da fiabilidade/substância sobre a forma). 
Realização 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 2 
 
Corresponde à entrada na sociedade dos valores a que os subscritores se obrigaram, conforme 
já foi referido, as entradas podem ser em dinheiro ou em espécie, ou seja a entrada pode ser 
por activos tangíveis e intangíveis, desde que tenham sido reavaliado e possam corresponder 
ao valor do mercado. 
Classe 5 – Capital e Reservas 
Esta conta respeita ao capital nominal subscrito relativamente às empresas sob a forma de 
sociedade, serve ainda para registar o capital fixado dos EIRL
1
, das cooperativas, das 
empresas públicas e de outras entidades, nomeadamente das empresas em nome individual 
quando não assuma a forma de EIRL 
Esta classe regista o capital com que a empresa inicia a sua actividade e os valores que vai 
gerando e retendo através de reservas, quer facultativas (autofinanciamento). 
No caso das empresas individuais, que não sejam EIRL nem sociedades unipessoais por 
quotas, a conta 5.1 – Capital serve ainda para registar os resultados acumulados obtidos na 
actividade comercial e ainda as operações de natureza financeira com respectivo proprietário. 
Resumindo teremos: 
Nas empresas simples ou singulares o capital é variável e aumentando ou diminuindo com o 
resultado do exercício. 
Nas sociedades o capital inicial é invariável e os resultados vão em conta de resultados de 
exploração de exercício. 
Desta forma há duas situações a considerar: 
1. Jurídica invariável – traduzido pelo capital social; 
2. Real ou de facto – constantemente em mutação (traduzido pelo capital real ou 
próprio). 
Neste caso, a referida conta deverá ser desdobrada como segue: 
5.1.1 Capital inicial 
5.1.2 Capital adquirido 
5.1.3 Conta particular (conta corrente do empresário) 
 
 
1
 EIRL – Estabelecimento Individual de responsabilidade individual 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 3 
 
 
 
Esquematicamente 
 Capital inicial Legais 
 Obrigatórias Estatutárias 
 Contratuais 
 Reservas 
Capital Próprio Capital Livres 
 Adquirido Facultativas 
 Especiais 
 
 Transitados (+-) 
 Resultados (+-) 
 Apurados no exercício (+-) 
 
Os capitais iniciais são fundos ou bens que os proprietários colocam à disposição da empresa 
aquando da constituição da mesma. 
Os capitais adquiridos são os aumentos ou diminuições resultantes da actividade. 
 
5.1 Capital 
Nesta conta regista-se: 
 Nas sociedades: o valor nominal das partes sociais ou das acções; 
 Nos comerciantes em nome individual: o valor (numerário ou bens) que o empresário 
colocou à disposição da actividade exercida, quer no início quer durante o exercício 
da mesma. 
5.1 Capital 
 Redução de capital 
 Extinção da sociedade 
 Transf. de prejuízos do exercício 
anterior (empresas em nome 
individual) 
 Subscrição do capital; 
 Aumento de capital; 
 Transf. de lucros do exercício anterior 
(Empresas em nome individual) 
 
Ilustrando a movimentação desta conta: 
 Nas empresas em nome individual 
o Início de actividade 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 4 
 
O inicio de actividade pode ser constituído com bens diversos (disponibilidade, existências, 
imobilizado, etc.), e/ou com direitos (dividas a receber de clientes, de outros devedores, etc), 
e/ou ainda com obrigações (dividas a fornecedores, ao estado, etc) 
 
 
 
 
 
4.2/4.4/ 
 
 
 
 
o Lucros obtidos no ano anterior 
8.8 Resultados Liquido do período 
 
 
 
 Transferências do lucro obtido no ano anterior 
 
 
o Prejuízos obtidos no ano anterior 
5.1 Capital individual adquirido 
 
 
 
 Transferências do prejuízo obtido no ano anterior 
 
 
 
 
 
 
 
5.1 Capital individual adquirido 
 
 
 
8.8 Resultados Liquido do período 
 
 
 
1.1/ 1.2/2x/ 4.5…… 
 
 
 
 
5.1 Capital individual inicial 
 
 
 
 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 5 
 
o Levantamento e entregas feitas pelo empresário 
5.1 Capital – conta particular 
 
 
 
 
 
 Pelos levantamentos 
 
 Nas sociedades em nome colectivo, por quotas e comanditas simples 
Neste tipo de sociedade evidenciam-se duas fases como referenciado no início a destacar: 
 Subscrição – acto pelo qual os futuros titulares (subscritores) assumem o 
compromisso de entregar à sociedade determinados valores para a formação do 
capital social. 
 Realização – acto pelo qual os subscritores entregam à sociedade os valores que se 
comprometeram. 
 
o Pela subscrição do capital 
4.5 Subscritores de capital 
 
 
 
 
 
 
o Pela entrega ou pagamento do capital subscrito 
1.1/ 1.2/ 
 
 
 
 
 
 
 
A constituição de uma sociedade implica sempre a ocorrência de despesas denominadas 
“gastos de instalação e expansão “e constituem gastos do período onde são incorridos, 
respectiva subconta. 
o Pelas despesas de constituição 
3.3.1 Desp. de desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
1.1/ 1.2 
 
 
 
5.1 Capital 
 
 
 
4.5 Subscritores de capital 
 
 
 
1.1/ 1.2/4.5 
 
 
 
Pelas entregas 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 6 
 
Nota: o Sistema de Contabilidade Moçambicano PGC-NIRF, não prevê a conta despesas de 
instalação, contudo por se tratar de uma conta de activo intangível, usaremos a conta 3.3.1 
despesas de desenvolvimento por analogia se assemelhar à mesma em termos de sua 
movimentação. 
 Nas sociedades anónimas e em comanditas por acções 
o Pela emissão das acções 
4.5.2 Subscritores de capital 
 
 
 
 
 
 
 
Nota. Nenhuma acção poderá ser emitida por preço inferior ao seu valor nominal, sob pena 
de nulidade do ato, artigo 230 código comercial 
o Pelas subscrições das acções 
 Prémio emissão quando o Valor nominal (VN) < Valor de emissão(VE) 
 
4.5.2 Subs de capital 
V.N +P 
emissão 
 
 
 
 
 
 
o Pela realização/liberação dos títulos 
1.1/ 1.2 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 – ACÇÕES (QUOTAS) PRÓPRIAS 
É permitida às sociedades anónimas (por quotas) adquirir e vender acções (quotas) próprias. 
Tal poderá acontecer como um simples acto de gestão das sociedades. Cfr artigo Cód. CM 
De facto uma empresa quando adquire acções (quotas) próprias não está efectivamente a 
investir mas sim a <reduzir> o seu capital próprio e, portanto, a dar menos garantias de 
protecção aos seus credores. 
5.1 Capital 
 
 
 
5.1 Capital 
 V. N 
 
 
4.5.2 Subscritores de capital 
 
 
 
5.4 Prém emiss acc 
 
 
 
 
P. emissão 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 7 
 
Esta conta decompõe-se da seguinte forma: 
5.2.1 – Valor nominal 
 Valor nominal das acções (quotas) 
próprias adquiridas 
 Valor nominal das acções (quotas) 
próprias vendidas 
 
 
 
5.2.2 – Descontos e prémios 
 Descontos na aquisição (Vn<Vaq) 
 Diferença entre Pv e Vn (Pv<Vn) 
 Prémio na aquisição (Vn>Vaq) 
 Diferença entre Pv e Vn (Pv>Vn 
 
A aquisição de acções (quotas) próprias implica um decréscimo do capital próprio, sem 
todavia implicar redução do capital no seu todo pela via de alterações ao contrato da 
sociedade. 
 
 Pela aquisição de acções (quotas) próprias 
 
5.2.1 Valor nominal 
V.N 
 
 
 
 
 
 
 Pela venda de acções (quotas) próprias 
 
 
 
 
 
 
No fim de cada operação, procede-se à regularização do saldo da 5.22, para que este fique a 
evidenciar os descontos ou os prémios que correspondem às acções (quotas) próprias em 
carteira. 
 
 
5.2 Desc e Prémios 
 
 V.N<Caq 
 
1.1/ 1.2 
 Custo de 
aquisição (Caq) 
 
1.1/ 1.2 
Preço 
Venda 
(Pv) 
 
 
 
 
5.1 Capital 
 V. N 
 
 
V.N>Caq 
5.2. 2 Desc e Prémios 
Pv<V.N Pv>V.N 
 
 
 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 8 
 
522 – Descontos e Prémios 
 
Pv>V.N 
 
Pv<V.N 
 
 
 
 
5.3 Prestações suplementares 
As prestações suplementares correspondem a entrada de dinheiro, como reforço do capital 
social, que podem ser exigidas por contrato aos sócios das sociedades por quotas, sem 
corresponderem, no entanto, a um aumento de capital. 
5.3 – Prestações Suplementares 
 Restituição aos sócios das prestações 
suplementares (1.1/1.2) 
 Entrega das prestações suplementares 
por parte dos sócios (1.1/1.2) 
 
 
5.4 Prémios de emissão de acções (quotas) 
Devem ser levadas a esta conta as diferenças entre valor de emissão e o valor nominal das 
acções (quotas) emitidas pela empresa, por contrapartida da conta 4.5. 
5.5 Reservas 
As reservas são, em regra, instrumentos de esforço dos capitais próprios das empresas, 
constituindo a principal parcela do capital adquirido. 
 
 Obrigatórias Estatutárias 
 Contratuais 
Legais 
Reservas 
 Livres 
 Facultativas 
 Especiais 
 
Reservas legais 
As reservas legais são criadas a partir dos lucros anuais e devem respeitar seguintes valores: 
574 – Reservas Livres 
 
Pv<V.N 
 
PV>V.N 
 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 9 
 
 Nas sociedades por quotas e anónimas, uma percentagem não inferior a 5% dos lucros 
anuais da sociedade, até que esse montante de Reserva Legal represente 20% do 
capital social. Cfr artigo 357 do Código Comercial. 
 No estabelecimento individuais de responsabilidade limitada, uma fracção dos lucros 
anuais não inferior a 20%, até que o montante da Reserva Legal represente metade do 
capital do estabelecimento. 
 
o Pela constituição dou reforço do fundo de reserva legal 
5.9 Resultado Transitados 
 
 
 
 
 
 
 
Para outros tipos de reserva (estatutárias, contratuais, livres) o movimento é igual excepto a 
conta a creditar que será (5.5.2, 5.5.3). 
 
5.9 Resultado Transitados 
Esta conta é utilizada para registar os resultados líquidos e os dividendos antecipados 
provenientes do exercício anterior 
Só será movimentada em sociedades e cooperativas, porque para os comerciantes em nome 
individual, simples ou singulares os resultados são registados na conta 5.1 capital 
 
5.9 - Resultados transitado 
 Prejuízos do exercício anterior (8.8) 
 Aplicação de lucros ou coberturas de 
prejuízos; 
 Regularização relacionadas com 
exercícios anteriores que afectam 
negativamente os capitais próprios 
 Lucros do exercício anterior (8.8) 
 Regularização relacionadas com 
exercícios anteriores que afectam 
positivamente os capitais próprios 
 
 
 
 
5.5.1 Reservas legais 
 
 
 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 10 
 
MODIFICAÇÃO DO CAPITAL 
Aumento e redução do capital 
As alterações do contrato de sociedade por modificações ou supressão de algumas das suas 
cláusulas, quer por introdução nova cláusula, só pode ser deliberada pelos sócios em 
conformidade com o disposto para cada tipo de sociedade. 
Aumento do capital social 
A alteração do contrato de sociedade deliberada para efeitos de aumento de capital, deve 
respeitar os demais procedimentos inerentes à constituição da sociedade. Não pode ser 
deliberado aumento de capital enquanto o capital anterior não se encontrar totalmente 
liberado. Cfr. Artigos 346 em adiante do Código Comercial 
O aumento de capital pode efectivar-se de diversas formas: 
A) Entrada de dinheiro ou entradas em espécie; 
B) Incorporação de reservas; 
C) Transformação de dívidas em capital. 
A – Entrada de dinheiro ou entrada em espécie 
Esta modalidade origina um aumento dos valores activos da sociedade em contrapartida do 
aumento do capital social, normalmente, é dado o direito de preferência aos já sócios da 
empresa. 
Considere uma sociedade anónima com o seguinte balanço 
Balanço 
Activo 500 000,00 
 
 
 500 000,00 
 
Capital 250 000,00 
 Reservas 50 000,00 
 Passivo 200 000,00 
 500 000,00 
 
Em que o capital social estava representado por 2 500 acções com valor nominal de 
100Mts@. É claro que o valor contabilístico actual de cada acção seria dado por 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜
𝑛𝑜 𝑎𝑐çõ𝑒𝑠
=
300 000,00
2 500
= 120𝑀𝑡𝑠 
Se a sociedade, para aumentar o capital social, emitisse acções com valor nominal de 100Mts, 
iria beneficiar os novos compradores visto que as acções já valiam contabilisticamente, 
120Mts. Inversamente, prejudicaria os antigos accionistas visto que estes ficariam com as 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 11 
 
suas acções desvalorizadas. De facto, supondo uma nova emissão de 2 500 acções , com o 
valor nominal de 100mts, teríamos: 
Valor de cada acção antes do aumento 
300 000,00
2 500
= 120𝑚𝑡𝑠 
Valor de cada acção depois do aumento 
550 000,00
5 000
= 110𝑚𝑡𝑠 
Confirmando-se, desse modo, que os antigos accionistas seriam prejudicados em 
10mtds/acção. Quando isso acontece (e é corrente) as novas acções deverão ser colocadas por 
um valor tal que não venham prejudicar o valor das acções dos antigos accionistas (pelo valor 
contabilístico ou outro, que resulte, por ex, de uma avaliação da empresa). Neste caso, as 
acções seriam subscritas acima do par, visto que o valor dasantigas se situar acima do seu 
valor nominal. 
Considerando então a emissão de 2 500 acções com o valor nominal de 100mts e de 
subscrição de 120 mts (que equivale a um premio de emissão de 20 mts/ acção) teríamos os 
lançamentos: 
I) Emissão 
1 
 
 
a 
4.5 Outros devedores 
 4.5.2 Subscritores de capital 
 Subscrição das acções 
Diverso 
P/ Emissão e subscrição 
5.2.1 Acções ou quotas próprias 
5.4.1 Premio de emissão de acções ou 
____________//______________________ 
 300 000,00 
 
 
 
 
250 000,00 
 50 000,00 
 
 
II) Liberação 
1 
 
a 
 
1.2 Bancos 
 1.2.1 Deposito à ordem 
4.5 Outros devedores 
 4.5.2 Subscritores de capital 
 Realização das acções subscritas 
____________//______________________ 
 300 000,00 
 
 
 
300 000,00 
 
 
No caso de outras sociedades o procedimento é igual 
C- Transformação de dívidas em capital 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 12 
 
Neste caso o activo mantém-se e há aumento do capital próprio em contrapartida do passivo 
(capital alheio), alcançando-se dois objectivos através de um único processo: aumenta o valor 
do seu capital social e diminui o montante de suas dívidas. 
Este processo transforma os credores da sociedade em novos sócios, isto é, de credores de 
empresas passaram a seus co-proprietários sendo, por osso, frequente em sociedades com 
situação financeira difícil, ou que não tem condições em cumprir com seus compromissos 
perante os credores. 
Lançamento de emissão e entrega de acções aos credores (sociedade por acções). 
 
4.5.2 Subsc de capital 
 
 
 
 
 
 
 
4.2/ 4.6 
 
 
 
 
 
 
No caso de outras sociedades o lançamento é idêntico ao exercício para as sociedades por 
acções 
Redução de capital social 
A redução de capital origina uma diminuição nas garantias oferecidas pelas sociedades aos 
seus credores, e como tal só pode ser efectivada após verificados os condicionalismos 
previstos nos artigos 354 a 356 do código comercial. 
Assim e em termos gerais, depois de efectuada a assembleia geral de sociedade e tomada a 
resolução de reduzir o capital social, há que obter de seguida autorização judicial. Com 
efeito, a sociedade comercial que, pretender reduzir o seu capital apresentará nas instâncias 
judiciais, com o projecto de redução registado provisoriamente, documento que prove o 
acordo de todos s credores ou inventário e balanço pelos quais se mostre que o capital 
efectivo restante excede em dois terços importância do passivo da sociedade. Só no caos de 
os interessados não operem, ou se for julgada improcedente qualquer acção de oposição, será 
5.1 Capital 
 
 
 
4.5.2 Subsc de capital 
 
 
 
Valor das acções emitidas 
Acções entregues aos credores 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 13 
 
lavrada a escritura de redução do capital e, depois disso, convertido em definitivo o registo 
provisório antecipadamente feito. 
Os casos que podem originar a redução de capital de uma sociedade resumem-se 
genericamente no que segue: 
A) Saída de um sócio; 
B) Excesso de capital e 
C) Cobertura de prejuízos. 
Nos casos A e B a redução é com reembolso, isto é, implica a restituição ao sócio, ou sócios, 
da parte do capital próprio que lhes cabe. No caso C, a restituição é sem reembolso, isto é, os 
sócios não são reembolsados pela parte do capital social reduzido casos A e B. Supomos que 
os sócios S1 e S2 saem da sociedade H, que na data possuía o seguinte capital próprio; 
 
Capital 500 000,00 
 60% Legais 
 
Reservas obrigatórias 
 
200 000,00 
 
 
 
Resultados transitados 
 
 
50 000,00 
 40% Estatutárias 
 
Vamos considerar que os sócios S1 e S2 detêm respectivamente 10% e 5% do capital da 
empresa. Então os valores a atribuir aos sócios seriam: 
 Capital 0,1 x 500 000,00 = 50 000,00 
a S1 Reservas obrigatórias 0,1 x 200 000,00 = 20 000,00 
 Resultados transitados 0,1 x 50 000,00 = 5 000,000 
 
 Capital 0,05 x 500 000,00 = 25 000,00 
a S2 Reservas obrigatórias 0,05 x 200 000,00 = 10 000,00 
 Resultados transitados 0,05 x 50 000,00 = 2 500,000 
 
Os respectivos lançamentos seriam 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 14 
 
1 
a 
 
Diversos 
4.5.2 Subscritores de capital 
P/parte que cabe aos sócios S1 e S2 
5.1.1Capital 
5.5.1 Reservas legais 
5.5.2 Reservas estatutárias 
5.9 Resultados transitados 
____________//______________________ 
 
 
 
75 000,00 
18 000,00 
12 000,00 
7 500,00 
 
 
 
 
 
 
 
112 500,00 
 
1 
a 
 
4.5.2 Subscritores de capital 
1.2 Bancos 
 1.2.1 conta a ordem 
P/ pagamento dos valores em divida aos sócios 
S1 e S2 
____________//______________________ 
 
 
 
 
112 500,00 
 
Relativamente ao caso C – Cobertura de prejuízos, a empresa para evitar a sua dissolução, 
pode recorrer, entre outras alternativas – como a entrega de fundos por parte dos sócios - , à 
redução do seu capital 
 
O lançamento correspondente seria 
5. 1 Capital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.9 Resultados transitados 
 
 
 
Énio Jorge Malema 
Contabilidade Financeira III Página 15 
 
Bibliografia recomendada: 
1. BORGES, António Rodrigues, Azevedo e Rodrigues, Rogério; Elementos de 
Contabilidade 
2. Geral, Rei dos Livros, Lisboa; 26 ª Edição 2014; 
 
3. Costa, Carlos, B. e Alves, Gabriel. (2014). Contabilidade e Finanças, 9ª Edição, Atlas 
Editora. Rei dos Livros 
 
4. Código comercial aprovado pela Lei nº 10/2005, de 23 de Dezembro 
5. Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial 
em Moçambique

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