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Plano de Aula: Aula 15 - Fluxos de Caixa de Investimento e Financiamento, Método Direto CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I - GST0089 Título Aula 15 - Fluxos de Caixa de Investimento e Financiamento, Método Direto Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 15 Tema Fluxos de Caixa de Investimento e Financiamento, Método Direto Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: - Identificar os fluxos de caixa de investimento; - Identificar os fluxos de caixa de financiamento; - Compreender os métodos de apresentação das atividades operacionais; - Elaborar os fluxos de caixa operacionais pelo Método Direto. Estrutura do Conteúdo Fluxos de caixa de atividades de investimento A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é importante em função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como atividades de investimento. Em regra, os fluxos de caixa de investimento estão relacionados aos aumentos e diminuições dos ativos de longo tempo de vida útil, utilizados na produção de bens serviços. Esse grupo apresenta o desembolso decorrente de empréstimos e financiamentos concedidos e os recebimentos relativos a seu reembolso. Também fazem parte das atividades de investimento os desembolsos na aquisição de títulos e valores de outras sociedades, classificados no circulante (exceto os equivalentes de caixa) e no não circulante, além dos valores pagos na aquisição à vista de bens do imobilizado e intangível. Exemplos de fluxos de caixa de entrada advindos das atividades de investimento são: 1. Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo; 2. Recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura); 3. Recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira); 4. Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento. Exemplos de fluxos de saída de entrada advindos das atividades de investimento são: 1. Pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria; 2. Pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura); 3. Adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); 4. Pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento. Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de posição identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo modo como foram classificados os fluxos de caixa da posição que estiver sendo protegida. EXEMPLO 01: Julgue o item a seguir: ( ) (CESPE/2012) A aquisição de um veículo deve ser representada na seção relativa às atividades de financiamento. A afirmativa está errada, porque a aquisição de um veículo é referente a um ativo de prazo e deve ser classificado como atividades de investimento. Fluxos de caixa de atividades de financiamento A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos futuros de caixa por parte de fornecedores de capital à entidade. As atividades de financiamento estão ligadas a empréstimos e financiamentos obtidos e a recursos captados com acionistas da companhia. Incluem os recebimentos decorrentes de empréstimos e financiamentos obtidos e o pagamento do principal dessas operações. Nesse grupo são apresentados os recursos recebidos de acionistas ou sócios em realização do capital e o pagamento do seu eventual reembolso. Exemplos de fluxos de caixa de entrada advindos das atividades de financiamento são: 1. Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; 2. Caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos; Exemplos de fluxos de caixa de saída advindos das atividades de financiamento são: 1. Pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; 2. Amortização de empréstimos e financiamentos; e 3. Pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. EXEMPLO 02: (FCC/2012) Na elaboração e divulgação da demonstração dos fluxos de caixa (DFC), de acordo com a regulamentação vigente, o aumento de capital em dinheiro, a amortização de um empréstimo e a aquisição de ações de emissão da própria empresa devem ser classificados, respectivamente, no fluxo de caixa das atividades: a) Operacionais, de financiamento e de investimento. b) De financiamento, de financiamento e de financiamento. c) De financiamento, de financiamento e de investimento. d) De investimento, operacionais e de investimento. e) De financiamento, de investimento e de financiamento. Todas essas operações são atividades de financiamento, portanto, a alternativa correta é a letra B. Apresentação dos Fluxos da Caixa das Atividades Operacionais A entidade deve apresentar os fluxos de caixa das atividades operacionais, usando alternativamente: O método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas; ou O método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. Ferreira (2014) comenta que por ser de mais fácil entendimento, o método direto é o mais comentado. Método Direto Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas alternativamente: a) dos registros contábeis da entidade; ou b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (no caso de instituições financeiras, pela receita de juros e similares e despesa de juros e encargos e similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado abrangente referentesa variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; outros itens que não envolvem caixa; e outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento e de financiamento. EXEMPLO DE UMA DFC ELABORADA PELO MÉTODO DIRETO Fluxos das Atividades Operacionais Recebimento de clientes 1.000 Recebimento de dividendos e juros 50 Outros recebimentos provenientes das operações 70 Pagamento a fornecedores - 300 Pagamentos de despesas operacionais - 200 Pagamentos de despesas antecipadas - 30 Pagamentos de impostos e contribuições - 250 Outros pagamentos decorrentes das operações - 20 Caixa gerado pelas atividades operacionais 320 Fluxos das Atividades de Investimento Recebimento do principal de empréstimos concedidos 150 Recebimento do resgate de investimentos temporários 10 Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível 40 Recebimentos de alienação de investimentos permanentes 120 Desembolsos de empréstimos e financiamentos concedidos - 10 Pagamentos da aquisição à vista de investimentos permanentes - 40 Pagamentos da aquisição à vista de imobilizado e intangível - 80 Pagamentos na aquisição de investimentos temporários - 30 Caixa gerado pelas atividades de investimento 160 Fluxos das Atividades de Financiamento Recebimentos por realização de capital em moeda 80 Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos 20 Outros recebimentos de financiamentos 10 Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos - 90 Outros pagamentos decorrentes das atividades de financiamento - 30 Caixa consumido pelas atividades de financiamento - 10 Variação das disponibilidades do período Saldo final das disponibilidades 1.820 Saldo inicial das disponibilidades - 1.350 Variação das disponibilidades do período 470 IDENTIFICAÇÃO DE RECEBIMENTO E PAGAMENTOS Por meio da análise, por exemplo, da movimentação da conta Clientes, é possível identificar os recebimentos de clientes: Clientes Saldo inicial 5.000 2.000 Perda estimada c/ créditos de liquidação duvidosa Vendas a prazo 20.000 ??? 13.000 Logo, para saber o valor que foi recebido de clientes, basta fazer a seguinte conta: Débitos - Créditos = Saldo 5.000 + 20.000 - 2.000 - Recebimentos = 13.000 Recebimentos = 10.000 Nesse tipo de questão é preciso que estejam disponíveis informações referentes a dois exercícios anteriores. De forma semelhante, a análise da movimentação da conta Fornecedores nos permite determinar pagamentos a fornecedores. Fornecedores 10.000 Saldo inicial ??? 15.000 Compras a prazo 13.000 Logo, para saber o valor do pagamento a fornecedores, basta fazer a seguinte conta: Créditos - Débito = Saldo 10.000 + 15.000 - Pagamento = 13.000 Pagamento = 12.000 Ressalta-se que essa análise pode ser estendida para as demais contas cujos saldos traduzam recebimentos ou pagamentos. Aplicação Prática Teórica Exercício 01. (FCC/2011) São dadas as seguintes informações, em R$, extraídas da escrituração contábil da Cia ABC, que elabora a demonstração dos fluxos de caixa pelo método direto: Saldo da conta Duplicatas a receber em 31/12/2009 = 385.890 Saldo da conta Duplicatas a pagar em 31/12/2010 = 388.650 Vendas efetuadas pela companhia no exercício de 2010 = 956.230 Compras efetuadas pela companhia no exercício de 2010 = 487.340 Saldo da conta Duplicatas a pagar em 31/12/2009 = 416.220 Saldo da conta Duplicatas a receber em 31/12/2010 = 352.810 O valor das vendas recebidas dos clientes no exercício de 2010 foi, em R$: a) 923.150 b) 928.660 c) 983.800 d) 989.310 e) 738.000 Exercício 02. (CESPE/2012) Considere que os dados disponíveis para a elaboração do fluxo de caixa do exercício de uma empresa apresentem a situação a seguir: Saldo inicial de mercadorias = R$ 210.000 Saldo final de mercadorias = R$ 280.000 Saldo inicial de fornecedores = R$ 190.000 Saldo final de fornecedores = R$ 170.000 Nessa situação e sabendo que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 1.350.000, é correto concluir que os pagamentos a fornecedores corresponderam a R$ 1.440.000. ( ) Certo ( ) Errado
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