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Morfologia das plantas forrageiras

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1 
 
 
 
 
2 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
ste material tem o objetivo de complementar e facilitar a compreensão dos temas 
apresentados em aula na disciplina de Forragicultura I. 
O conteúdo da apostila foi retirado de trabalhos de diversos autores, cuja 
bibliografia completa pode ser consultada na última página. 
Vale ressaltar que o material auxilia no estudo para as provas, mas não 
substitui as visitas ao Campo Agrostológico, presença nas aulas e 
cumprimento das atividades! 
 
Bom semestre para todos! 
 
Profa. Lilian e Prof. Valdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E 
 
 
3 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
Disciplina: ZAZ 2313 Forragicultura I 
Curso: Zootecnia 
Carga horária: 45 horas 
Docentes Responsáveis: 
Prof. Valdo R. Herling 
Prof (a). Lilian E. Techio Pereira 
E-mails: vherling@usp.br / ltechio@usp.br 
Monitoras: Amanda Dorta e Graziela Valini 
 
PROVA SURPRESA E PROVAS SEMESTRAIS: 
As provas-surpresa serão provas rápidas – no início ou final de cada aula – 
referentes aos assuntos expostos em aulas anteriores. Já avaliações semestrais, 
serão três provas teóricas no semestre. 
 
PROVAS REPOSITIVAS: 
Somente os alunos que não puderam comparecer em alguma das avaliações 
semestrais regulares terão direito a realização de prova repositiva, a qual será 
realizada em data a ser marcada durante o período letivo, definido no calendário da 
Universidade, abrangendo todo o conteúdo exposto na disciplina durante o 
semestre. 
 
RELATÓRIOS DE AULAS PRÁTICAS: 
Os relatórios deverão ser entregues na semana de realização das aulas práticas, 
impressos e individuais. O aluno que não participar da aula prática poderá 
entregar o relatório apenas para efeito de correção e receberá nota zero. 
 
ENTRADA EM SALA DE AULA: 
Recomenda-se que o aluno esteja em sala até 10 minutos após o início previsto 
para cada aula. Um intervalo de 10 minutos será realizado a cada 50 minutos de 
aula. 
 
NORMAS DE RECUPERAÇÃO: 
Somente terão direito à realização de prova de recuperação os alunos cuja média 
seja maior ou igual a 3,0 e menor que 5,0. A recuperação incluirá uma prova 
teórica abrangendo todo o conteúdo exposto na disciplina durante o semestre e será 
ministrada no período a ser estipulado pela Comissão de Graduação. 
A média final sem recuperação será calculada da seguinte forma: 
 
 
Prova1*(2)+Prova2*(2)+ Prova3*(2)+Estudos de Caso*(2)+Provinhas*(1)+Relatórios*(1) 
 
 
A média final após a recuperação será calculada da seguinte forma: 
 
Média Final= (Nota média do semestre + Nota da recuperação)/2 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO 
1. IMPORTÂNCIA DAS FORRAGEIRAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO 5 
1.1 Conhecimento das características forrageiras ................................................................ 5 
2. ASPECTOS TAXONÔMICOS DE PLANTAS FORRAGEIRAS ............................................ 7 
2.1 Introdução ...................................................................................................................... 7 
2.2 Taxonomia das plantas forrageiras ................................................................................ 9 
2.2.1 Família Poaceae (Gramíneas) .................................................................................... 11 
2.2.2 Família Fabaceae (Leguminosas) .............................................................................. 13 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS SEGUNDO O CICLO DE CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 14 
MORFOLOGIA ..................................................................................................................... 20 
3.1 Fitômero ....................................................................................................................... 20 
3.2 Raízes ........................................................................................................................... 22 
3.2.1 Raiz: Gramíneas.................................................................................................... 23 
4.2.2 Raiz: Leguminosas ..................................................................................................... 26 
3.3 Caules .......................................................................................................................... 27 
3.3.1 Caule: Gramíneas ...................................................................................................... 28 
3.3.2 Caule: Leguminosas .............................................................................................. 33 
3.4 Folhas ........................................................................................................................... 36 
3.4.1 Folha: Gramíneas ....................................................................................................... 36 
3.4.2 Folha: Leguminosas ................................................................................................... 38 
3.5 Flor e inflorescência ...................................................................................................... 41 
3.5.1 Flor e inflorescência: Gramíneas ................................................................................ 41 
3.5.1 Flor e inflorescência: Leguminosas ............................................................................ 45 
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 47 
 
 
 
5 
 
1. IMPORTÂNCIA DAS FORRAGEIRAS NO SISTEMA DE 
PRODUÇÃO 
 
m um sistema de exploração pecuária com base na utilização de pastagens, a planta 
forrageira assume papel primordial, uma vez que representa a principal e mais 
barata fonte de alimento para os ruminantes no Brasil, sendo a sua escolha fator 
determinante para a rentabilidade e sustentabilidade do sistema. 
O Brasil, país de dimensão continental, contém uma série de biomas 
diferenciados, o que torna imprescindível a existência de grande número de 
espécies forrageiras – gramíneas ou leguminosas – para que todos os ecossistemas 
sejam contemplados quando o objetivo for o estabelecimento. 
Segundo IBGE (2005), o Brasil possui 170 milhões de hectares de pastagens, 
dos quais 100 milhões são pastagens cultivadas e 70 milhões são pastagens 
naturais. 
Dada a imensa variedade espécies forrageiras disponíveis aos pecuaristas, 
existe a necessidade e esforços dos pesquisadores das Ciências Agrárias em 
distinguir quais são as principais características de cada planta, bem como aumenta 
a responsabilidade dos produtores quanto à escolha mais adequada à realidade em 
que está inserido. 
 
1.1 Conhecimento das características forrageiras 
 
Conhecer as particularidades de cada forrageira é de suma importância para 
sua correta utilização, visto que pode garantir sua produtividade, perenidade e 
lucratividade dos sistemas produtivos. 
Cada forrageira possui suas particularidades, consequência dos distintos 
meios nos quais evoluiu durante milhares de anos, que resultaram na grande 
diversidade de forrageiras no que diz respeito às características morfológicas e 
fisiológicas, às exigências edáficas e climáticas, que determinam aptidões variáveis, 
como resistência à intensidade de pastejo, exigências em fertilidade e textura do 
solo, condições de clima e manejo, dentre outras. A consideração de tais atributos é 
essencial no planejamento e condução da produção. 
E 
 
 
6 
 
Várias outras características e finalidades de uso das forrageiras ainda 
poderiam ser descritas, as quais, juntamente com as citadas, auxiliam sua escolha e 
adequadautilização. Todavia, ressalta-se que, possivelmente, não existe uma única 
forrageira que reúna todas as características agronômicas e zootécnicas desejáveis 
para determinada condição. Essa realidade faz com que sua caracterização seja 
necessária como forma de nortear e antecipar possíveis padrões de resposta 
produtiva quando do seu estabelecimento e utilização. 
Tal conhecimento também é importante, pois torna possível compreender a 
tolerância dos níveis de intensidade de desfolhação por corte ou pastejo e seus 
reflexos no desempenho e perenidade do pasto, permitindo então a adoção do 
manejo adequado quanto ao potencial de alongamento e estabelecimento vegetativo 
no sistema de produção. 
Apesar de tal diversidade, certos atributos são desejáveis em todos os tipos 
de plantas empregadas na alimentação animal, como: 
 Produção de forragem (Matéria Verde ou Matéria Seca); 
 Valor nutritivo (composição química e digestibilidade) e aceitação pelo animal; 
 Persistência; 
 Facilidade de propagação e estabelecimento; 
 Resistência às pragas e doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. ASPECTOS TAXONÔMICOS DE PLANTAS 
FORRAGEIRAS 
 
2.1 Introdução 
 
o longo da história, diversos sistemas de classificação de plantas foram elaborados, 
permitindo a ordenação das espécies em grupos, de acordo com diferentes 
conjuntos de atributos. Inicialmente, a morfologia externa ou organografia 
ofereceu a base para identificação dos seres vivos, ao tratar de caracteres de fácil 
reconhecimento. 
Posteriormente, a contribuição da anatomia, da genética e da química, aliada 
a estudos paleontológicos, embriológicos e fitogeográficos, foi relevante para a 
delimitação e a separação dos grupos atuais. 
Taxonomia ou sistemática é, portanto, a ciência da classificação dos 
organismos. Caracteres taxonômicos são as características utilizadas para 
identificar e separar grupos de indivíduos. Os objetivos da taxonomia são identificar, 
dar nomes e descrever os organismos, catalogá-los segundo seus grupos e 
organizar sistemas de classificação – que permitam compreender o parentesco entre 
indivíduos e entender os processos evolutivos. Os caracteres utilizados na 
classificação dos seres vivos são denominados de caracteres taxonômicos e são 
atributos de um indivíduo, considerados isoladamente ou comparativamente a outros 
caracteres de seres de espécie idêntica ou diferente. A ordenação dessas espécies 
de forma hierárquica, ou seja, de acordo com critérios adotados, é denominada de 
classificação. A identificação é o reconhecimento de uma determinada espécie 
como sendo idêntica a uma anteriormente classificada. Agrupamentos taxonômicos 
de qualquer categoria, por exemplo, ordem, família, tribo, gênero, espécie, são 
designados táxon (plural: táxons ou taxa). 
A categoria básica da hierarquia taxonômica é a espécie, que pode ser 
definida como a menor população permanentemente distinta e distinguível das 
demais, e cuja troca gênica é livre (entrecruzamento possível, originando 
descendentes férteis). 
 
 
A 
 
 
8 
 
As principais categorias taxonômicas são designadas pelas respectivas 
terminações: 
 
 Divisão  ophyta 
 Classe  opsida 
Subclasse  idae 
 Ordem  ales 
 Família aceae 
Subfamília  oideae 
 Tribo  eae 
 
CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA 
Reino: Vegetal 
 Divisão: Angiospermae (ou Magnoliophyta) – subdivisão: phytina 
 Classe: Monocotyledoneae (ou Magnoliatae ou Magnoliopsida) 
 Ordem: Poales 
 Família: Poaceae 
 Subfamília: Panicoideae 
 Tribo: Paniceae 
 Gênero: Melinis 
 Espécie: Melinis minutiflora Beauv. 
 
O nome de uma espécie consiste de duas partes: 
 Do gênero – também chamado de denominação genérica; 
 Do epíteto específico. 
Exemplo: Denominação científica para alface do mar 
Ulva fasciata 
 
 
Quando desejamos nos referir ao conjunto de espécies de um mesmo gênero 
usamos a denominação genérica, por outro lado, o uso do epíteto específico 
denominação genérica epíteto específico 
 
 
9 
 
isoladamente não tem significado. Assim, a denominação de uma espécie deve 
sempre ser referente a um binômio estando o epíteto acompanhado da 
denominação genérica escrita por extenso ou por sua letra inicial, por exemplo: Ulva 
fasciata ou U. fasciata. Como foi apresentado, nomes de espécies devem 
sempre vir escritos em itálico ou sublinhados. 
O nome de uma planta é uma combinação de gênero e epíteto específico, 
sem terminações fixas, devendo ser acompanhada do nome do autor e aparecendo 
em destaque no texto. 
 
Exemplo: 
Melinis minutiflora Beauv. 
a) nome do gênero; 
b) epíteto específico; 
c) autoria: o nome deve ser igual ao de quem descreveu a planta, e é 
frequentemente abreviado, por exemplo: Linnaeus = L. ou Linn. 
 
Quando uma espécie muda de gênero, o nome do autor do basiônimo 
(primeiro nome criado) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do 
autor que fez a nova combinação, por exemplo: Galinsoga ciliata (Raf.) Blake. 
 
 
2.2 Taxonomia das plantas forrageiras 
 
 As plantas forrageiras de maior interesse na área de forragicultura e 
pastagens pertencem à Família Poaceae (Gramíneas) e Fabaceae (Leguminosas), 
ocorrendo em menor proporção plantas de outras famílias. Nas regiões tropicais, as 
gramíneas são tradicionalmente as mais exploradas em virtude de apresentarem um 
potencial de produção de forragem duas a três vezes superior às leguminosas 
forrageiras. Entretanto, nos últimos anos, tem aumentado o interesse dos 
pesquisadores em pastagens quanto ao uso de leguminosas forrageiras tropicais na 
alimentação animal, tanto na forma de feno, na forma de pastagens – exclusivas 
e/ou consorciadas – ou na forma de banco de proteína, principalmente devido ao 
 
 
10 
 
elevado valor nutritivo destas plantas e pela fixação simbiótica do nitrogênio 
atmosférico com bactérias do gênero Rizobium. 
 Segundo as normas internacionais, as denominações científicas 
(espécies), são compostas por dois nomes grifados ou em letra que difere da do 
texto, no qual o primeiro refere-se ao gênero e ambos à espécie. 
 
Por exemplo: 
Gênero: Panicum 
Espécie: Panicum maximum 
 
Dentro da mesma espécie pode haver a diferenciação de uma população de 
plantas a partir de cruzamentos naturais ou, por meio do melhoramento genético 
podem ser obtidas populações com características morfológicas e de crescimento 
particulares aquela população. Para caracterizar com exatidão uma determinada 
forrageira, são utilizados os termos "variedade" (var.) e "cultivar" (cv.): 
a) a variedade (var.) é utilizada quando a planta distingue-se das demais da 
espécie através de caracteres botânicos (cor de flor, pilosidade, tamanho de 
inflorescência), ocorrendo de forma natural (sem intervenção humana), ou 
seja, grupo de indivíduos que apresentam características comuns entre si 
(morfológicas) originadas por polinização natural e que as diferenciam em um 
determinado genótipo ou fenótipo de outras variedades da mesma espécie. 
Podem ser obtidos pela simples seleção de plantas. 
b) o cultivar (cv.) é empregado quando a planta foi criada pelo homem através 
de melhoramento genético, com diferenças agronômicas ou químicas. Por 
exemplo: resistência à geada e a parasitas, produtividade, teores de proteína. 
Ou seja, grupo de indivíduos que apresentam características comuns entre si 
obtidas e “fixadas” através de melhoramento genético. 
 
Tabela 1 - Exemploda aplicação dos termos "variedade" e "cultivar" em plantas forrageiras 
 
 
 
11 
 
2.2.1 Família Poaceae (Gramíneas) 
 
Esta família botânica é a mais importante na agricultura e na economia 
humana, incluindo espécies utilizadas como pastagens para os ruminantes; os grãos 
– os principais alimentos cultivados no mundo – e o bambu, empregado 
extensamente para a construção em toda a Ásia. Estima-se que os 
pastos e savanas compreendem cerca de 20% da vegetação que cobre a terra. 
Algumas gramíneas mais conhecidas são o milho (Zea mays), o trigo (Triticum 
aestivum), o arroz (Oryza sativa), a cana de açúcar (Saccharum officinarum) e a 
Braquiária (Brachiaria brizantha). 
Dentro da família Poaceae ocorrem 6 subfamílias, 28 tribos, com 
aproximadamente 600 gêneros e 10.000 espécies. No Brasil, ocorrem cerca de 180 
gêneros e 1500 espécies. Na subfamília Panicoideae, principalmente na tribo 
Paniceae estão os principais gêneros de gramíneas forrageiras de clima tropical. Em 
contraposição, nas de clima temperado os principais gêneros pertencem à 
subfamília Festucoideae. 
 
Tabela 2 Principais subfamílias, tribos e gêneros da família das gramíneas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBFAMÍLIAS NO DE TRIBOS GÊNEROS 
Bambusoideae 1 
Oryzoideae 5 
Arundinoideae 4 
Festucoideae 10 Bromus, Festuca, Poa, Avena 
Eragrostoideae 7 Eragrostis, Cynodon, Chloris 
Panicoideae 2 
 Paniceae Paspalum, Panicum, Setaria, 
Digitaria e Brachiaria 
 Andropogoneae Andropogon, Hyparrhenia, Zea 
 
 
12 
 
Figura 1 - Partes de uma gramínea genérica. Adaptado de BALL et al. (1996) 
 
 
 
 
 
13 
 
2.2.2 Família Fabaceae (Leguminosas) 
 
A família Fabaceae ou Leguminosae (leguminosas), é considerada uma das 
maiores famílias botânicas, apresentando ampla distribuição geográfica. A vagem, 
por exemplo, é uma característica exclusiva desse grupo. É a terceira maior família 
de Angiospermae, após Asteraceae e Orchidaceae, incluindo 727 gêneros e 19.325 
espécies. 
As Leguminosae ocorrem em quase todas as regiões do mundo, exceto no 
Ártico, no Antártico e algumas ilhas. A família possui a maior riqueza de espécies 
arbóreas nas florestas neotropicais e um grande número de táxons endêmicos nesta 
região. Alguns ecossistemas brasileiros são centros de diversidade para o grupo, 
sendo muitas das espécies exclusivas destes ambientes. No Brasil ocorrem cerca de 
220 gêneros e 2736 espécies. 
A maioria das leguminosas forrageiras estudadas e cultivadas tropicais e 
subtropicais pertence à família Fabaceae. Desta, três das dez tribos (Saphorea, 
Podaliridae e Dalbergieae), não apresentam espécies herbáceas de valor forrageiro, 
com exceção para poucas das outras duas famílias, como é o caso da Leucaena 
leucocephala (Lam.) De Wit, da sub-família Mimosidae. A sua limitação de uso como 
forrageira se deve a algumas características indesejáveis, como a presença de 
espinhos, princípios tóxicos, porte elevado, entre outras. No entanto, concentrando-
se na busca de espécies herbáceas de Fabaceae não se deve excluir o potencial 
existente nas outras famílias. 
 
Figura 2 – Partes de uma ramificação em Trevo-branco (leguminosa) 
 
 
 
14 
 
Figura 3 – Classificação taxonômica de gramíneas e leguminosas 
 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS SEGUNDO O CICLO DE 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 
As plantas forrageiras podem ser classificadas com relação ao período de 
maior produção de forragem, dividindo-se em: 
a) Hibernais: forrageiras de clima temperado, de dias menos ensolarados 
geralmente de pequeno crescimento caules finos e folhagem tenra. São 
semeadas no outono (tanto as perenes como as anuais), sendo ceifadas 
durante o inverno e também na primavera. No estágio de florescimento, os 
rendimentos são maiores, entretanto menos nutritivos. 
 
 
 
 
15 
 
b) Estivais: forrageiras de clima tropical, com elevado potencial de 
crescimento, possuem colmos grossos e folhas largas. Requerem bastante 
luz e calor e são sensíveis ao frio intenso, permanecendo com vida apenas os 
órgãos inferiores (raiz e base da planta), onde acumulam reservas nutritivas 
para rebrotar na primavera. São semeadas na primavera, com maior 
produção no verão e outono, e quando entra o inverno, as perenes entram em 
repouso vegetativo e as anuais morrem. 
 
 
 
Exemplo: 
 
 
 Com relação à duração do ciclo de desenvolvimento – que se inicia com a 
germinação, passando pelas fases de crescimento vegetativo, reprodutivo e morte - 
as plantas podem ser anuais, perenes ou bienais. Plantas bienais normalmente 
 
 
16 
 
permanecem em crescimento vegetativo no primeiro ano e apenas no segundo ano 
entram em período reprodutivo e produzem sementes. 
 
O ciclo de desenvolvimento de uma planta se inicia com a germinação, 
passando pelas fases de crescimento vegetativo, reprodutivo e morte. Dessa forma, 
podemos classificar as fases de desenvolvimento da planta em: 
 
 Inicia-se na germinação da semente e emergência da 1. Fase vegetativa:
plântula. A seguir, a planta passa pelas fases de desenvolvimento da área foliar e 
perfilhamento. 
 
 
2. Fase de transição ou alongamento de colmos: Consiste em uma fase de 
transição do período vegetativo (onde produz folhas e perfilhos) para o período 
reprodutivo. Nessa fase a planta muda sua estrutura e arquitetura, e inicia o 
alongamento de colmos e a emissão das folhas bandeira para enchimento dos grãos 
da inflorescência. Também chamada fase de emborrachamento. 
 
3. Fase reprodutiva: Não ocorre mais emissão de novas folhas. Todos os 
assimilados da planta são destinados ao enchimento e maturação de grãos na 
inflorescência. 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Figura 4 – Figuras ilustrando as modificações em valor nutritivo ao longo do avanço ciclo de 
desenvolvimento de uma plant 
 
 
19 
 
 
 
 
20 
 
MORFOLOGIA 
 
3.1 Fitômero 
 
O fitômero (Figura 5) é a unidade básica do afilho/ramificação. Nas 
gramíneas é composto por nó, entre-nó, bainha, lígula, lâmina foliar e gema 
axilar. O conjunto de fitômeros consecutivos em gramíneas forma o perfilho/afilhos. 
 
Figura 5 - Organização de um fitômero 
 
 
Nas leguminosas, os fitômeros são compostos de maneira diferente, sendo 
formados por nó, entre-nó, pecíolo, estípula, folha (folíolos) e gema axilar. O 
conjunto dos fitômeros consecutivos nas leguminosas compõe a ramificação 
 
 
21 
 
 
Figura 6 - Organização de um fitômero em leguminosas 
 
A perenidade das plantas forrageiras é assegurada por sua capacidade de 
rebrotar após cortes ou pastejos sucessivos, ou seja, sua habilidade de emitir folhas 
a partir de meristemas remanescentes, que lhe permite a sobrevivência à custa da 
formação de uma nova área foliar. O desenvolvimento das folhas, o surgimento de 
afilhos originados das gemas axilares e a formação de raízes são processos de 
desenvolvimento do afilho ou das ramificações. 
Além disso, o surgimento de uma plântula forrageira pode-se dar pela 
germinação de sementes lançadas ao solo (Figura 7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÓS: 
Germinação ou 
Rebrotação 
Surgimento da 
plântula 
Figura 7 - Processo de surgimento de uma plântula 
 
 
 
22 
 
 
 
Assim, pode-se dizer que a vida da planta forrageira caracteriza-se pela 
alternância dos estádios vegetativo e reprodutivo. 
O estádio vegetativo corresponde à fase desde a germinação até o início 
da reprodução, enquanto o estádio reprodutivo é culminadocom a maturação dos 
frutos (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 Raízes 
 
As raízes compõem a parte inferior da planta, por onde se fixa no solo e retira 
seus nutrientes. O sistema radicular refere-se ao total de todas as raízes da planta. 
Suas principais funções são: 
 Absorver água e minerais (região dos pelos absorventes, próximos ao ápice); 
 Sustentar a planta no solo; 
 Armazenar nutrientes. 
 
 
Figura 8 - Fases desde a germinação até a frutificação de plantas de milho (A) e 
plantas de soja (B) 
 
 
23 
 
Perfil longitudinal da raiz: 
As raízes das plantas são divididas em regiões (Figura 9) da seguinte forma: 
a) Coifa: região de proteção da parte apical da raiz; 
b) Zona lisa ou de alongamento: onde se dá o crescimento radicular. Constitui 
a região embrionária ou meristemática, região de crescimento e região de 
maturação; 
c) Zona pilífera: parte ativa na absorção de substâncias nutritivas e de água. Os 
pelos têm origem exógena; 
d) Zona suberosa ou de ramificação: tem origem endógena no periciclo; 
e) Colo ou coleto: parte entre a zona suberosa e a parte aérea. 
 
 
 
 
3.2.1 Raiz: Gramíneas 
 
As gramíneas possuem sistema radicular fasciculado ou em cabeleira 
(Figura 10), em que não se distingue a raiz principal das raízes secundárias, 
sendo todas igualmente desenvolvidas e de origem adventícia. 
Figura 9 - Estrutura típica de raiz e o seu corte longitudinal 
 
 
24 
 
Figura 10 - Diferença entre raízes fasciculadas e pivotantes 
 
 
Logo após a germinação, há o surgimento da raiz primária, também 
denominada de raiz principal, até o aparecimento dos dois primeiros pares de 
raízes seminais, desaparecendo em seguida (Figura 11). 
 
Figura 11 - Raiz principal e raízes seminais 
 
 
 Raízes seminais (embrionárias): origem no embrião, também chamada 
radícula, possui curta longevidade; 
 Raízes adventícias ou caulinares (permanentes): substituem as raízes 
seminais, são numerosas e possuem muitas ramificações. Originam-se dos 
 
 
25 
 
primeiros nós basais, de estolões ou, também de outros nós que estejam em 
contato com o solo. 
Ao se retirar uma gramínea do solo, remove-se apenas uma pequena parcela 
do seu sistema radicular, o qual, em muitas espécies, alcança uma profundidade de 
2 metros ou mais, sendo que anualmente são repostas cerca metade das raízes 
existentes em decorrência da morte e formação de novas raízes (Figura 9). Sua 
reposição anual média gira em torno de 50%, com crescimento estacional, sendo 
mais intenso na primavera e menor no florescimento. A profundidade máxima é 
frequentemente alcançada no primeiro ano. 
As raízes de algumas gramíneas (Paspalum notatum) contêm ou são 
circundadas por bactérias, principalmente do gênero Beijerinkiae Azospirillum, que 
fixam nitrogênio atmosférico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Raiz fasciculada (ou em cabeleira) e aspectos de sua profundidade 
 
 
26 
 
4.2.2 Raiz: Leguminosas 
 
As leguminosas possuem raízes do tipo pivotante ou axial (Figura 10), em 
que a raiz principal é bastante desenvolvida e dominante, e as raízes secundárias 
são menores e pouco numerosas, sendo originadas das raízes embrionárias. 
 
Figura 3 - Sistema radicular em leguminosas 
 
1
 
 
Normalmente apresentam 
nódulos (Figura 11), pelo processo de 
infecção das raízes por bactérias do 
gênero Rhizobium e Bradyrhizobium, 
que, dependendo do gênero da 
leguminosa, podem localizar-se em maior 
concentração na raiz principal ou nas 
raízes secundárias. 
Exemplo: Centrosema, 
Macroptilium e Galactia (maior 
concentração nas raízes secundárias e 
terciárias). Stylosanthes (maior 
concentração na raiz principal). 
 
1
 Túberas ou Xilopódio: outro tipo radicular (origem caulinar) encontradas em Galactia e outras 
leguminosas da região dos Cerrados 
Figura 4 – Nodulações em raízes 
Xilopódio 
 
 
27 
 
3.3 Caules 
 
Os caules fornecem suporte mecânico para os 
órgãos aéreos da planta (folhas, flores e frutos) e também 
é responsável pela disposição destas partes na planta. 
Tem como funções o transporte de água e sais minerais 
das raízes para a parte aérea; o transporte de açúcares, 
aminoácidos, hormônios e outros metabólitos; o 
armazenamento de reservas e propagação vegetativa da 
planta. 
O rizoma (Figura 14) é um 
caule subterrâneo cuja função é 
armazenar reservas orgânicas. 
Eles crescem horizontalmente 
próximos e abaixo da superfície do 
solo e podem ocorrer em 
gramíneas e leguminosas. 
As plantas que possuem 
rizoma são chamadas de plantas 
rizomatosas. Estas estruturas 
terminam em uma gema apical 
pontiaguda. São dotadas de nós e entre-nós aclorofilados e cobertos por escamas, 
as quais representam as folhas e as estípulas reduzidas. 
Sua função é o armazenamento de reservas orgânicas da planta e garantir o 
crescimento de novas plantas após distúrbios (pastejo, corte, fogo, geadas, entre 
outros) a partir das gemas. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - A flecha indica o posicionamento do 
rizoma 
Figura 6 - Rizoma 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A importância do colmo no manejo das pastagens
 
 A forma de crescimento aliada a altura do pseudo-colmo possui implicações 
sobre a tolerância das plantas à intensidade de desfolhação por meio de corte 
ou pastejo; 
 Garante parte dos nutrientes para rebrotação da planta após a remoção da 
área foliar; 
 Assegura a proteção do meristema apical e fornece gemas que darão origem 
aos novos perfilhos; 
 Em plantas rizomatosas e estoloníferas, garante a habilidade de 
ocupar/colonizar espaços verticais e horizontais com melhor disponibilidade 
de fatores de crescimento (nutrientes, luz, etc). 
3.3.1 Caule: Gramíneas 
 
O caule determina o hábito de crescimento das plantas e nas gramíneas são 
aéreos e do tipo colmo (Figura 12), dotado de nós e entre-nós cilíndricos. Os nós 
na base da planta se acham muito próximos, separando-se visivelmente à medida 
que se caminha para o ápice do vegetal. Cada nó possui uma lâmina foliar e uma 
gema axilar correspondente. 
O colmo determina o hábito de crescimento das plantas. 
 
 
 
29 
 
Figura 7 - Estrutura de um colmo 
 
As bainhas das folhas mais novas encontram-se envoltas pelas bainhas das 
folhas mais velhas, formando o que é chamado de pseudo-colmo (JÚNIOR, 
ADESE, 2011). 
 
Figura 8 - Pseudo-colmo 
 
 
A forma de crescimento do colmo determina o hábito de crescimento da 
planta, que pode ser: 
a) Ereto: cresce perpendicular ao solo. Em algumas gramíneas os perfilhos 
crescem de forma agrupada formando touceiras. Plantas com hábito de 
crescimento ereto e que formam touceiras são chamadas cespitosas (Figura 16). 
Exemplos: Panicum maximum cv. Tanzânia e “Capim-elefante” (Penisetum 
purpureum). 
 
 
 
 
30 
 
Figura 9 – Touceiras de espécies cespitosas 
 
 
 
b) Decumbente: os colmos crescem encostados ao solo, mas não desenvolvem 
raízes nos nós. 
Exemplos: Capim-braquiária (Brachiaria decumbens) e trevo subterrâneo (Figura 
18). 
 
Figura 10 - Capim-braquiária (Brachiaria decumbens) e trevo-subterraneo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
c) Rasteiro ou estolonífero: são caules rasteiros que se desenvolvem junto à 
superfície do solo, produzindo raízes e parte aérea a partir dos nós.Exemplo: Cynodon sp. – Tifton 85 (Figura 20). 
 
Figura 11 - Cynodon sp. – Tifton 85 
 
 
O estolão (Figura 21) é um caule de crescimento horizontal, que possui nós 
e entre-nós. É um local de armazenamento de reservas orgânicas. São diferentes 
dos rizomas, que além de subterrâneos são brancos e protegidos por escamas. 
 
Figura 12 - Estolão em gramíneas 
 
 
 
 
32 
 
São plantas estoloníferas: 
a) Digitaria: estrutura do estolão é de um colmo normal. Para cada nó 
existe um internódio correspondente; 
b) Cynodon: existe um acúmulo de nós para um internódio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na parte basal do colmo aparecem as raízes adventícias, que emergem dos 
nós basilares. Os nós na base da planta se acham muito próximos, separando-se 
visivelmente à medida que se caminha para o ápice do vegetal, sendo que cada nó 
possua uma lâmina foliar e uma gema axilar 
correspondente. A gema axilar pode desenvolver 
um novo indivíduo, denominado perfilho (ou 
afilho). 
Os perfilhos podem ser basais ou 
basilares, os quais se desenvolvem a partir da 
coroa da planta ou rizomas e desenvolvem 
sistema radicular fixado ao solo. Perfilhos 
aéreos ou axilares são aqueles que surgem das 
gemas axilares presentes em cada folha. Embora possam desenvolver sistema 
radicular, são dependentes do perfilho de origem para absorção de água e 
nutrientes do solo. 
O perfilhamento pode ser intravaginal (Figura 23) quando o perfilho 
desenvolve-se no interior da bainha, emergindo sem rompê-las ou extravaginal 
quando o perfilho perfura a bainha emergindo pela fenda formada na base da 
bainha. 
Figura 13 - Comprimento de um estolão 
Figura 14 - Perfilhamento intravaginal 
e extravaginal 
 
 
33 
 
3.3.2 Caule: Leguminosas 
 
Nas leguminosas, o caule pode apresentar formas variadas e, geralmente, é 
clorofilado. Caules subterrâneos (rizomas) são encontrados nas espécies herbáceas 
perenes, funcionando como órgão de reserva e multiplicação vegetativa. Exemplo: 
Trevo subterrâneo. 
As leguminosas apresentam vários tipos de caules aéreos. 
Os caules eretos podem ser: 
 Herbáceos: caules tenros, geralmente clorofilados, flexíveis, não lignificados. 
Exemplo: Alfafa. 
 Lenhosos: caules intensamente lignificados, rígidos, geralmente de grande 
porte e com um considerável aumento em diâmetro, como por exemplo, os 
troncos das árvores. 
De acordo com o porte da planta estes são denominados: 
 Subarbustivos: até 1,5 de altura. Exemplo: Stylosanthes. 
 Arbustivos: até 3m de altura. Exemplo: Cajanus, Guandu (Figura 24). 
 Arbóreos: acima de 3m de altura. Exemplo: Lecaena leucocephala (Figura 
25) e Prosopis (algaroba). 
Figura 15 - Cajanus cajan – Guandu e Medicago sativa – Alfafa (porte médio-semi-arbustiva) 
 
 
 
34 
 
 
Figura 16 - Lecaena leucocephala (leucena) 
 
 
podem ser: Os caules rasteiros 
 Estoloníferos: são colmos que crescem rente à superfície e desenvolvem 
raízes e parte aérea em nós que estão em contato com o solo. Exemplo: 
Arachis pintoi (Amendoim forrageiro) (Figura 26). 
 
Figura 17 – Arachis pintoi (Amendoim forrageiro) e Neonotonia wigthii (Soja perene) 
 
 
 
 
35 
 
podem ser: Os caules trepadores 
a) Volúveis ou escandentes (Figura 27): são estruturas finas e longas que 
crescem enroladas nos mais variados tipos de suporte, mas não apresentam 
. Usam o próprio caule para se apoiarem. Exemplo: órgão de fixação
Galactia, Centrosema e Macroptilium. 
 
Figura 18 – Centrosema, caule volúvel e Galactia. 
 
 
 
b) Sarmentosos: são estruturas finas e longas que crescem enroladas nos mais 
variados tipos de suporte e usam as gavinhas (Figura 28) para se apoiarem. 
Exemplo: Vicia sativa (ervilhaca). 
 
 
36 
 
Figura 19 - Gavinhas 
 
 
3.4 Folhas 
 
Numa definição simples, a folha é a expansão laminar do caule que se insere 
na região dos nós (MITIDIERI, 1983). 
3.4.1 Folha: Gramíneas 
 
As folhas das gramíneas são constituídas de lâmina foliar ou limbo (Figura 
27) e bainha (Figura 29). 
 Lâmina foliar ou limbo: Via de regra é lanceolada, com nervuras paralelas 
(presença da nervura principal), glabras (sem pelos) ou não, margem comumente 
ciliadas ou serreadas. 
 
Figura 20 – Representação de lâmina foliar, bainha, lígula e demais estruturas de uma 
gramínea 
 
 
 
37 
 
 
 Bainha (Figura 30): nasce no nó e envolve o entre-nó formando um cartucho, 
dentro do qual as folhas mais novas irão se desenvolver. Invaginante ou 
amplexicaule (envolve totalmente o caule), tipo fendida, com nervuras paralelas 
bem pronunciadas (ausência da nervura principal). 
 
Figura 21 - Bainha fechada (à esquerda) ou arredondada (à direita) 
 
 Colar: ponto de junção da lâmina foliar com a bainha, do lado de fora da folha ou 
face inferior da lâmina foliar, com função de propiciar o movimento da lâmina 
foliar. Possui feixes vasculares e quase nunca tem células clorofiladas. 
 Lígula: ponto de junção da lâmina foliar com a bainha, do lado de dentro da folha 
ou face superior da lâmina 
foliar, com função de 
proteção da gema contra o 
ataque de insetos e 
excesso de umidade. A 
lígula pode ser pilosa ou 
membranosa. Alguns 
gêneros de forrageiras 
possuem lígula 
membranosa (Figura 31). 
 Aurícula: apêndice em 
ambos os lados da base da 
lâmina ou no ápice da bainha (Figura 32). Exemplo: certas espécies de 
Saccharum (cana-de-açúcar), azevém, cevada. 
 
Figura 22 - Tipos de lígulas em leguminosas 
 
 
38 
 
Figura 23 - Tipos de lígula e aurícula 
 
 Escamas: folhas reduzidas que são encontradas na base dos colmos ou 
rizomas, com função de proteção das gemas. Exemplo: Bambusa. 
 Brácteas: folhas modificadas com função de proteção das flores das gramíneas. 
 Prófilo: estrutura modificada da bainha que protege a gema lateral. É um órgão 
bicarenado e quando a gema se desenvolve em brotações laterais, é forçado a 
se abrir. Exemplo: Pennisetum. 
 
3.4.2 Folha: Leguminosas 
 
A folha das leguminosas é constituída de lâmina foliar composta por folíolos 
(foliólulos), pecíolo (peciólulo), podendo apresentar pulvino e estípulas. O limbo 
apresenta várias formas, dependendo da espécie, com nervação reticulada. Pode 
ser do tipo: 
 
 Simples: Quando o limbo é único (Figura 33). a)
Exemplo: Crotalaria juncea. 
 
Figura 24 – Folha simples 
 
 
 
39 
 
 Composta: Quando o limbo se subdivide em folíolos (Figura 34). b)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podendo ser: 
 Trifoliolada: quando a folha apresenta apenas três folíolos (Figura 35). 
Exemplo: Siratro, Centrosema, Calopogônio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pinada (Figura 36) 
a) Paripinada: quando os folíolos terminam em par, no meio dos quais se 
encontra a extremidade do ráquis, reduzida ou transformada em gavinha 
Exemplo: Vicia (ervilhaca); 
Figura 26 - Estruturas de uma folha tipo trifoliolada. O foliólulo pode variar em tamanho, 
forma e número por folha, já o pecíolo e a estípula podem variar em comprimento 
Figura 25 - Folhas compostas 
 
 
40 
 
b) Imparipinada: quando os folíolos terminam em ímpar, sendo na extremidade 
um único folíolo, em posição mediana (exemplo: alfafa). 
 
Figura 27 - Folha paripinada (esquerda) e imparipinada (direita) 
 
 
 Recomposta ou bipinada: Quando os folíolos se subdividem em foliólulos 
(Figura 37). Exemplo: Leucaena e Prosopis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Palmada: possui vários folíolos originados/ligados a um ponto comum (Figura38). 
 
 
 
 
 
 
Figura 28 - Folha bipinada 
Figura 29 - Folha palmada e diferença entre trifoliolada 
 
 
41 
 
A ráquis é a parte do eixo mediano da folha, que sustenta os folíolos. É bem 
desenvolvido nas folhas penadas e bipinadas; falta nas folhas simples e nas 
digitadas. 
Os pecíolos são os órgãos que ligam os folíolos ao ráquis primário ou 
secundário, ou seja, une a lâmina ao caule e geralmente é bem desenvolvido em 
leguminosas, como na maioria das dicotiledôneas. Por sua forma alongada, 
assemelha-se a um caule. 
 
3.5 Flor e inflorescência 
 
3.5.1 Flor e inflorescência: Gramíneas 
 
A flor das gramíneas (Figura 39) é aclamídea (sem cálice e corola), com 
invólucro constituído por brácteas, denominadas glumas - superior e inferior -, 
podendo estarem presentes ambas somente uma ou nenhuma (Alcântara, 1983). 
Estas flores possuem, geralmente, duas glumelas – a lema, com posição inferior, 
normalmente aristada (prolongamento da lema é chamado arista) e com calo 
(espessamento na base), e a pálea, superior e geralmente membranácea. 
Figura 30 - Flor das gramíneas 
 
Um conjunto de flores forma a inflorescência sendo que a unidade desta em 
gramíneas é a espigueta (podendo ser pedicelada ou séssil). A espigueta contém 
um ou mais flósculos, encerrados por brácteas (as glumas). Podem ser flores 
solitárias ou dispõem-se, alternadamente sobre uma ráquila, em espiguetas que se 
 
 
42 
 
agrupam para formar a inflorescência. As flores são, frequentemente, hermafroditas, 
pequenas, pouco vistosas, adaptadas à polinização pelo vento. 
O Androceu (Figura 40) é o órgão masculino formado, geralmente, por um a três 
estames salientes (os estames são compostos pelo filete + antera). O gineceu 
(Figura 40) é órgão feminino, composto por um pistilo súpero arredondado formado 
pelo ovário + estilete + dois estigmas plumosos. 
 
Figura 31 - Androceu e Gineceu 
 
 Pistilo: órgão feminino da flor, constituído quando completo de ovário, estilete e 
estigma; 
 Estilete: parte do pistilo que fica entre o estigma e o ovário; 
 Estigma: parte superior do pistilo, de forma e tamanho variado. 
 Flósculo: Flor + lema + pálea; 
 
 
 Lema: sempre está 
presente (a flor encontra-se 
alojada em sua axila), 
apresenta nervura principal 
(tecido vivo), enquanto que o 
pelo não apresenta tecido vivo, 
pode ser aristada ou não; 
 Pálea: pode faltar, não 
tem nervura principal, é 
bicarenada; 
Figura 32 - Espigueta com cinco flósculos. Adaptado de 
GOULD (1968) 
 
 
43 
 
 Flor: Androceu + Gineceu + Lodículas. 
O fruto das gramíneas é chamado grão, uma cariopse formada de um pericarpo, 
encerrando numa semente rica em endosperma, com o embrião na base. 
 
TIPOS DE INFLORESCÊNCIA 
A classificação das gramíneas baseia-se principalmente nos caracteres da 
estrutura da espigueta e no arranjo das mesmas. Estas quase exclusivamente 
delimitam as subfamílias, tribos e gêneros. 
 Espiga: espiguetas inseridas no eixo principal sem pedicelo (sésseis) (Figura 
42). 
Exemplo: Milho (Zea mays). 
Figura 33 - Inflorescência tipo espigua 
 
 
 Cacho ou rácemo: espiguetas inseridas na ráquis através de pedicelo. 
 Cacho composto ou panícula: espiguetas pediceladas inseridas em 
ramificações terciárias e quaternárias da ráquis: 
a) Pode ser aberto, também chamada panícula laxa. Exemplo: Panicum, 
Melinis. 
b) Ou panícula contraída. Exemplo: Setaria, Pennisetum (Figura 43). 
 
 
 
 
 
 
 Figura 35 - Tipos de Figura 34 - Panícula de Panicum e Pennisetum 
 
 
44 
 
inflorescências. a- Espiga; b- Rácemo; c-Panícula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
3.5.1 Flor e inflorescência: Leguminosas 
 
A flor das leguminosas (Figura 45) é hermafrodita, diclamídea (apresenta os 
dois verticilos de proteção, cálice e corola). O cálice é gamossépalo (sépalas parcial 
ou totalmente soldadas entre si). Possui corola com cinco pétalas, uma maior, 
externa e geralmente superior (estandarte) que cobre duas pétalas laterais (asas) e 
duas internas, geralmente inferiores, frequentemente unidas (quilha), sendo que o 
tamanho do tubo formado pela corola varia amplamente entre espécies. É 
característica da sub-família Papilionoideae das Papilionaceae ou Fabaceae. 
 
Figura 36 – Diferenciação entre famílias 
 
 
As estruturas reprodutivas localizam-se no interior da quilha. O 
Androceu é formado por 10 estames, sendo 9 soldados pelos filetes e apenas 1 
livre. O gineceu é formado por um ovário súpero, unicarpelar, unilocular ou raras 
vezes bilocular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 37 - Flor de Pisum sativum 
 
 
46 
 
 
A polinização depende essencialmente da ação de insetos e pode ser 
autógama (auto-polinização) ou não. 
As inflorescências mais comuns são: 
 Espiga (amendoim forrageiro, Belmonte e estilosantes); 
 Rácemo (Siratro); 
 Umbela (cornichão); 
 Capítulo (trevos). 
O legume (vagem) é o fruto mais típico das leguminosas, sendo 
monocarpelar, seco e deiscente (Figura 47). O fruto do tipo lomento – seco, 
indeiscente, que apresenta compartimento dividido em septos transversais entre as 
sementes, por onde ocorre a separação das mesmas na maturação. Exemplo: 
Desmodium sp (Figura 48). Outros tipos de frutos também são encontrados na 
família, como drupas (Andira), sâmaras (Machaerium), legumes samaróides 
(Dalbergia), craspédios (Mimosa) (Figura 48). 
 
Figura 38 - Frutos secos deiscentes 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
Figura 39 - Fruto Desmodium sp.; Sâmara (Machaerium) e craspédios 
 
 
47 
 
4. CONCLUSÃO 
 
A morfologia é o estudo das características físicas (estrutura externa) das 
plantas tem o propósito não apenas biológico, mas de auxiliar nas decisões de 
manejo da planta forrageira, visto que as características físicas refletem nos 
componentes de produção (por exemplo: número de perfilhos, número de folhas, 
tamanho das folhas). 
Deste modo, as alterações morfológicas constituem adaptações das plantas 
forrageiras ao processo de desfolhação, também chamado de resistência ao pastejo. 
Estas correspondem a modificações em: hábito de crescimento, porte, tamanho dos 
constituintes morfológicos e proporção vegetativa. 
 
Figura 40 - Relação entre forragem disponível e ganhos por animal e por área. 
Adaptado de BLASER (1988). 
 
 
Além disto, um dos fatores para o pastejo seletivo (preferência alimentar) em 
ruminantes envolve aspectos morfológicos (SOLLENBERGER; BURNS, 2001). 
 
 
 
48 
 
Figura 41 - Método da sacola para estudos de preferência de pastejo 
 
 
Figura 42 - Fatores além da morfologia que afetam a aceitabilidade de plantas e probabilidade 
de consumo (LAUNCHBAUGH, 1996) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
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