Buscar

slides (1)A Literatura como Sistema –

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Literatura Brasileira 
Teleaula 1
Profa. Me. Gisele Thiel Della Cruz
Organização da Teleaula
� Antonio Candido – sistema 
literário brasileiro
� A literatura brasileira –
especificidades e diálogos
� A literatura informativa
� O Barroco
� O Arcadismo
Contextualização
A Literatura como Sistema –
Antonio Candido
� Antonio Candido em 
Formação da literatura 
brasileira: momentos 
decisivos (1957)
� Elege o Arcadismo e o 
Romantismo como “os 
momentos decisivos” da 
formação da literatura brasileira
� A partir do século XVIII surgem 
as condições necessárias para a 
constituição de nossa literatura
“A existência de um conjunto 
de produtores literários, 
mais ou menos conscientes 
do seu papel; um conjunto 
de receptores, formando os 
diferentes tipos de público, sem 
os quais a obra não vive; (...)
2
(...) um mecanismo transmissor 
(de modo geral, uma linguagem, 
traduzida em estilos), que liga 
uns a outros. O conjunto dos três 
elementos dá lugar a um tipo de 
comunicação inter-humana, a 
literatura, que aparece, sob este 
ângulo, como sistema simbólico”.
� Para Candido – sistema 
– obras ligadas por 
denominadores comuns
� Permitem reconhecer notas 
dominantes de uma época
� O sistema literário –
constituído de autor, obra 
literária e público, toma forma 
no Arcadismo e no Romantismo
� Consolidação da literatura 
com Machado de Assis
Primeiras Manifestações 
Literárias
� O sistema colonial brasileiro
� Organização das capitanias 
hereditárias e do governo-geral
� Estrutura administrativa 
e controle da metrópole
� Dificuldade de produção 
manufatureira 
� Falta de circulação de 
periódicos, inexistência 
de bibliotecas e ensino 
desestruturado
3
� Não há um sistema literário 
como o proposto por Candido
� Mas há literatura 
� José Castello – dificuldades: 
falta de comunicabilidade; 
circunstâncias de ordem material 
(editoração e bibliotecas); 
ausência de público leitor
Conceitualização
A Literatura Informativa
� Nelson Werneck Sodré 
– literatura colonial –
conhecimento da terra
� Sentimento nativista –
diferencial do que se 
produzia aqui e o que 
se produzia na Europa
� Na concepção de Candido 
– visão religiosa e a visão 
transfiguradora – estatura 
de lenda e Contornos 
de maravilha
� Exemplos: a carta de Caminha e a 
intenção religiosa – propagar a fé
� Anchieta – trabalhos de 
propagação da fé e facilitadores 
da conversão indígena: Gramática 
(1592) da língua tupi e Na festa 
de São Lourenço (1583) – Autos
4
� Pero de Magalhães Gândavo
(1540-1580) – História da 
província de Santa Cruz a que 
vulgarmente chamamos Brasil 
(1576) – descrição da banana
� Essa estética forjou o 
arcabouço estilístico do Barroco 
– início com Bento Teixeira: 
Prosopopeia (1601)
O Barroco – 1601-1768
� Literatura brasileira século XVII
1. Arte da Contrarreforma, 
expressando a crise do 
Renascimento
2. Conflito entre corpo e alma –
prazeres renascentistas 
e o fervor religioso
3. Temática do desengano 
(o desconcerto do mundo)
4. Linguagem ornamental, 
complexa, entendida como 
jogo verbal, cheia de antíteses, 
inversões, metáforas, alegorias, 
paradoxos, ausência de clareza
� Gregório de Matos – adesão 
do poeta às tendências cultistas 
e conceptistas Caravaggio – Vocação de São Mateus
Rembrandt – Lição de anatomia do Dr. Tulp
5
O Arcadismo (1768-1836)
� Na segunda metade do 
século XVIII, articulam-se 
os principais fatores para o 
surgimento de um sistema 
literário brasileiro. É o 
momento em que surgem os 
homens de Letras do Brasil 
� Colônias conseguem se 
organizar de modo a formar 
um grupo mais coeso e 
em comunicação entre si
� Escola Mineira, congregando 
– não de modo oficial – os 
principais e melhores poetas do 
Setecentos brasileiro: Cláudio 
Manuel da Costa, Tomás Antônio 
Gonzaga, Alvarenga Peixoto, 
Silva Alvarenga e Basílio da Gama
� À parte desse grupo, encontra-se 
Santa Rita Durão
� Também conhecido como 
Neoclassicismo, iniciou em 1768, 
com a publicação de Obras, de 
Cláudio Manuel da Costa. Ano da 
fundação da Arcadia Ultramarina
� Durou até 1836 – publicação de 
Suspiros Poéticos e Saudades, 
de Gonçalves de Magalhães
� Este período foi, 
essencialmente, uma reação 
à religiosidade barroca
� Influência francesa, com 
seus movimentos iluministas 
que iriam estourar a 
Revolução Francesa
� Brasil minerador –
sociedade de Minas Gerais
� Diversidade populacional 
e características urbanas –
mobilidade social
� Auge da produção aurífera 
– 1690-1770
6
� Crise da produção –
pós 1770
� Marquês de Pombal –
reformas
� Movimento da 
Inconfidência – 1789
� Poetas árcades
1. Bucolismo
2. Valorização da natureza
3. Tranquilidade no 
relacionamento amoroso
4. Universalidade
5. Presença de entidades 
mitológicas
6. Predomínio do lógico –
ausência da subjetividade
Arcádia – Friedrich August von Kaulbach
Aplicação Prática
Gregório de Matos
� Poeta barroco brasileiro, 
nasceu em Salvador/BA, 
em 20/12/1623 e morreu 
em Recife/PE em 1696 
� Amado e odiado, é conhecido 
por muitos como "Boca do 
Inferno", em função de suas 
poesias satíricas, muitas 
vezes trabalhando o chulo em 
violentos ataques pessoais
7
� Começa a satirizar os costumes 
do povo de todas as classes 
sociais baianas (que chamará 
"canalha infernal")
� Desenvolve uma poesia 
corrosiva, erótica, apesar de 
também ter andado por caminhos 
mais líricos e, mesmo, sagrados
� O conceptismo se define 
pela elaboração, no plano 
da expressão poética, de 
um conceito-chave
� O poema, nesse sentido, 
desenvolve um raciocínio a 
partir da elaboração silogística 
de uma ideia central
� Já o cultismo é uma 
tendência que se refere ao 
trabalho com a forma literária. 
Elaboração formal do poema 
no plano da expressão
� Na poesia barroca – metáforas, 
metonímias, símiles, antíteses, 
paradoxos etc., bem 
como a contorção sintática 
(hipérbatos) e a elaboração 
sofisticada de imagens, que, 
por vezes, assumem contornos 
alegorizantes
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido:
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino
Perder na vossa ovelha a vossa glória. 
(Matos, 2010, p. 313)
8
Soneto 
A cada canto um grande conselheiro, 
Que nos quer governar cabana, e vinha, 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o mundo inteiro. 
Em cada porta um frequentado olheiro, 
Que a vida do vizinho, e da vizinha 
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha, 
Para levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados, 
Trazidos pelos pés os homens nobres, 
Posta nas palmas toda picardia. 
Estupendas usuras nos mercados, 
Todos, os que não furtam, muito pobres, 
E eis aqui a cidade da Bahia.
Tomás Antônio Gonzaga
� Nasceu e morreu em Moçambique
� Autor da obra Marília de Dirceu
� Composta de Liras amorosas
� Obra satírica (política)
� Poeta envolvido com a trama 
da Inconfidência
Marília de Dirceu
� Parte I (1792): 33 liras 
escritas na época em que 
o poeta vivia em Vila Rica, 
cultivando seu amor por Maria 
Dorotéia Joaquina de Seixas
� Parte II (1799): 38 liras 
escritas na época da prisão 
e condenação ao exílio
� Parte III (1812): textos de 
formas variadas (liras, sonetos, 
ode, canção) compostosem 
diversas épocas (mesmo antes 
de conhecer Maria Dorotéia)
Parte I – Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
9
Parte I – Lira II
Pintam, Marília, os Poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.
Porém eu, Marília, nego,
Que assim seja Amor; pois ele
Nem é moço, nem é cego,
Nem setas, nem asas tem.
Ora pois, eu vou formar-lhe
Um retrato mais perfeito,
Que ele já feriu meu peito;
Por isso o conheço bem.
Tu não verás, Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho, e a rica, terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Cartas Chilenas
� Critilo escreve cartas para 
Doroteu sobre os desmandos de 
Fanfarrão Minésio, governador 
de Santiago do Chile, isto é, 
Tomás escreve cartas para 
Cláudio sobre os desmandos 
de Luis Cunha de Meneses, 
governador de Vila Rica
Cartas chilenas
Amigo leitor, arribou a certo porto 
do Brasil, onde eu vivia, um galeão, 
que vinha das Américas espanholas. 
Nele se transportava um mancebo, 
cavalheiro instruído nas humanas 
letras. Não me foi dificultoso 
travar, com ele, uma estreita 
amizade e chegou a confiar-me 
os manuscritos, que trazia.
Entre eles encontrei as Cartas 
Chilenas, que são um artificioso 
compêndio das desordens, que 
fez no seu governo Fanfarrão 
Minésio, general de Chile. (...) 
Um D. Quixote pode desterrar do 
mundo as loucuras dos cavaleiros 
andantes; um Fanfarrão Minésio
pode também corrigir a desordem 
de um governador despótico. 
10
Eu mudei algumas coisas menos 
interessantes, para as acomodar 
melhor ao nosso gosto. (...) Lê, 
diverte-te e não queiras fazer 
juízos temerários sobre a pessoa 
de Fanfarrão. Há muitos fanfarrões 
no mundo, e talvez que tu sejas 
também um deles, etc.
Síntese
Pontos-chave:
� Concepção de sistema –
Antonio Candido
� Produção literária colonial –
influências do contexto colonial
� Viajantes e catequese –
Literatura informativa
� Barroco no Brasil –
Bahia e Gregório de Matos
� Arcadismo no Brasil –
especificidade
� Sociedade mineradora 
e poetas

Continue navegando