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CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA Rua Tenente Benévolo, 1055 - Meireles, Fortaleza/CE - CEP: 60160-040 INSTITUTO AOCP Av. Dr. Gastão Vidigal, 959 - Zona 08 Maringá – PR CEP: 87050-440 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS MÓDULO I: Administração Penitenciária - 20h/a DISCIPLINA 01: Sistema Penitenciário – História e atualidade ELABORAÇÃO: Profa. Rilda Bezerra de Freitas / Odailson da Silva Fortaleza, março de 2018. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 3 1. A HISTÓRIA DAS PRISÕES E DAS PENAS: SURGIMENTO E EVOLUÇÃO. ...................... 3 1.1 A preexistência da instituição prisional antes de sua utilização nas leis penais. ............................. 4 1.2 A pena privativa de liberdade: conceito e função social. ................................................................ 4 1.3 A instituição prisional: características, críticas e definições. .......................................................... 6 1.4 A aplicação da pena no Brasil: período colonial, imperial e republicano. ...................................... 9 2. OS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS. ............................................................................................. 10 2.1 Surgimento e redefinições ao longo do tempo. ............................................................................. 10 2.2 A evolução das penitenciárias no mundo: a prisão como pena fundamental nas legislações modernas e os novos mecanismos de ressocialização do apenado. .................................................... 11 2.3 As penitenciárias no Brasil. ........................................................................................................... 13 2.4 O sistema penitenciário no Ceará: dados e estatísticas. ................................................................ 14 MONITORAMENTO SEMANAL DO EFETIVO DE PRESOS NAS UNIDADES PRISIONAIS DO CEARÁ ........................................................................................................................................... 14 TECENDO CONSIDERAÇÕES FINAIS: desafios do sistema penitenciário no tempo presente (atuação das facções criminosas). ........................................................................................................... 17 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 19 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 3 APRESENTAÇÃO Em seu surgimento, os estabelecimentos prisionais destinavam-se unicamente a espera e custódia dos delinquentes enquanto aguardavam a execução da pena. Na medida em que a sociedade foi evoluindo, evoluiu também a forma de punição das pessoas que cometiam crimes, passando a ser adotada a pena privativa de liberdade. Daí surgiu maior preocupação com instituições e estabelecimentos adequados a essa nova finalidade. É, pois, sobre a historicidade das prisões e das penas, com ênfase em sua função social que tratará esta disciplina, no intuito de promover a compreensão dos alunos acerca do surgimento das instituições prisionais, destacando aspectos relativos à sua finalidade, conceitos e características. Com foco no surgimento e evolução do sistema penitenciário, o conteúdo programático da disciplina divide-se em dois grandes eixos temáticos, quais sejam: 1. A história das prisões e das penas, enfatizando a preexistência da instituição prisional antes mesmo de sua utilização nas leis penais, bem como a aplicação da pena no Brasil: período colonial, imperial e republicano. Neste eixo de discussão serão, também, abordadas as conceituações e finalidades da pena, assinalando seu caráter punitivo em contraste ao desafio de “ressocializar”. 2. O segundo eixo temático tem como foco os sistemas penitenciários, desde o surgimento, suas redefinições e a evolução das penitenciárias no mundo, demarcando desde o momento em que a pena prisional foi estabelecida como fundante nas legislações modernas, até os novos mecanismos de ressocialização do apenado, com destaque para as penitenciárias brasileiras e o sistema penitenciário no Ceará. Por fim, são apresentadas as considerações finais da disciplina, incidindo o olhar para os desafios do sistema penitenciário brasileiro na contemporaneidade, atentando para algumas indagações, dentre os quais cabe destacar: o interno e egresso do sistema penitenciário poderiam ajudar no trabalho pessoal e coletivo de construção de reinserção social? Eis, aí, uma questão fecunda... 1. A HISTÓRIA DAS PRISÕES E DAS PENAS: SURGIMENTO E EVOLUÇÃO. Michel Foucault, estudioso da historicidade prisional, descreve na obra “Vigiar e Punir” (1987, 13ª. Ed.) que a prisão, desde o seu surgimento, sempre foi peça essencial no conjunto das punições, marcando efetivamente um momento importante na história da justiça penal, qual seja: seu acesso à “humanidade”. Segundo o aludido autor, na passagem dos dois séculos, uma nova legislação define o CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 4 poder de punir como uma função geral da sociedade que é exercida da mesma maneira sobre todos os seus membros, e na qual cada um deles é igualmente representado. Mas, ao fazer da detenção a pena por excelência, a legislação introduz processos de dominação característicos de um tipo particular de poder. Uma justiça que se diz “igual”, um aparelho judiciário que se pretende “autônomo”, mas que é investido pelas desigualdades das “sujeições disciplinares”, tal é a conjunção do nascimento da prisão, que pode ser definida como a “pena das sociedades civilizadas”, tendo em vista que as instituições prisionais no passado destinavam-se unicamente a custódia dos delinquentes enquanto aguardavam a execução da pena. Na medida em que a sociedade foi evoluindo, evoluiu também a forma de punição das pessoas que cometiam crimes, passando a ser adotada a pena privativa de liberdade. 1.1 A preexistência da instituição prisional antes de sua utilização nas leis penais. Segundo historiadores e estudiosos da questão prisional, a forma - prisão é menos recente do que se diz, especialmente quando se faz datar seu nascimento.A prisão preexiste antes mesmo de sua utilização sistemática nas leis penais. Para FOUCAULT (1987, 13ª. Ed.), ela se constituiu fora do aparelho judiciário quando se formavam, por toda a sociedade, “os processos para repartir os indivíduos, fixá-los e distribuí-los espacialmente, classificá-los, tirar deles o máximo de tempo, e o máximo de forças, treinar seus corpos, codificar seu comportamento contínuo, mantê-los numa visibilidade sem lacuna, formar em torno deles um aparelho completo de observação, registro e notações”... Nesta perspectiva, foi a forma geral de uma aparelhagem para tornar os indivíduos dóceis e úteis, através de um trabalho preciso sobre seu corpo, que criou a instituição-prisão, antes que a lei a definisse como pena por excelência. No fim do século XVIII e princípio do século XIX se dá a passagem a uma penalidade de detenção, como coisa nova. Mas, na verdade, essa abertura da penalidade a mecanismos de coerção já vinha sendo elaborada em outros lugares. Acerca deste aspecto, vale parafrasear com a percepção de Foucault (1987): se, em pouco mais de um século, o clima de obviedade assumido pela forma-prisão se transformou, no entanto, não desapareceu. Em verdade, Conhecem-se todos os inconvenientes da prisão, e sabe-se que é perigosa quando não inútil. E, entretanto, não “vemos” o que pôr em seu lugar. “Ela é a detestável solução, de que não se pode abrir mão” (1987: p.208), afirma o autor. 1.2 A pena privativa de liberdade: conceito e função social. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 5 Etimologicamente, o valor da palavra “pena” denota uma punição imposta a alguém como sanção a uma conduta maléfica. Segundo alguns dicionários da língua portuguesa, “pena” é “aquilo que se faz sofrer a alguém por um delito cometido; punição, sofrimento, desgraça”1. Segundo esse conceito, a pena trás consigo uma acepção de retribuição a um delito, Segundo DONNA “é a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é de evitar novos delitos” (2001: p. 02). Observa-se que a função e a razão de ser da pena encontram- se umbilicalmente vinculadas à função e à razão de ser do Direito Penal, como instrumento excepcional e subsidiário de controle social, visando proteger bens considerados essenciais à vida harmônica em sociedade. É a mesma sociedade que pressupõe igualdade de direitos e respeito ao próximo em sua mais ampla acepção, fomentando-se o desenvolvimento de cada um dos seres humanos que a integram em sua plenitude. Sendo mais específico quanto ao conceito de pena, há que se vislumbrar o entendimento de que: “A pena é a mais importante das consequências jurídicas do delito. Consiste na privação ou restrição de bens jurídicos, com lastro na lei, imposta pelos órgãos jurisdicionais competentes ao agente de uma infração penal” (PRADO, 2007: p. 488). É sabido que a pena privativa de liberdade é recente, e não antiga, como pode parecer. Conforme citado anteriormente, no passado a prisão era apenas um local para a manutenção da custódia dos delinquentes, que esperavam naquele local para que fosse executada sua pena (geralmente, de morte). Os locais, então, possuíam características que lhe dessem condições de servirem à finalidade única do recolhimento. Era, portanto, uma maneira de se evitarem as fugas. Algo semelhante com a prisão preventiva ou a prisão cautelar da legislação atual. Historicamente diz-se, que, apesar de ter contribuído decisivamente para eliminar as penas aflitivas, os castigos corporais e as mutilações realizadas no passado como forma de punição criminal, não tem a pena de prisão correspondido às esperanças de cumprimento com as finalidades de recuperação do praticante do delito, sendo de difícil realização a ressocialização do condenado em um ambiente com tantas deficiências, como, a superpopulação, os atentados sexuais, a falta de ensino e de profissionalização e a carência de funcionários especializados. Existem diversas teorias acerca da finalidade das penas. Sobre o assunto descreve Luís Regis Prado: O moderno Direito Penal acolhe, como consequências jurídico-penais do delito, as penas e as medidas de segurança; como consequências extrapenais – alheias, portanto, à culpabilidade ou à periculosidade do agente –, tem-se os efeitos da condenação, a responsabilidade civil (material ou moral) derivada da prática delitiva e a reparação do dano pelo agente. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 6 Assim, a pena pode ser uma retribuição, ou seja, uma compensação do mal causado pelo crime. É decorrente de uma exigência de justiça, seja como compensação da culpabilidade, punição pela transgressão do direito, ou seja, como expiação do cliente. Apesar de ainda conter, a pena, um caráter retributivo – de compensação do mal causado, tomou esta, o sentido de sanção legal. A ideia de retribuição pelo delito cometido só passou a ser nitidamente superado no séc. XVIII, a partir de 1764, com o autor Cesare Beccaria, em seu livro “Dos delitos e das penas”, e mesmo que algumas de suas posições já estivessem sido empregadas por Grócio e Montesquieu, este autor contribuiu em grande monta para a reforma do Direito Penal e consequente humanização das penas e prisões, em combate à crueldade que imperava como forma punitiva. Tal perspectiva humanizadora resultará no novo entendimento de Defesa Social de Marc Ancel, que faz surgir a teoria ressocializadora. 1.3 A instituição prisional: características, críticas e definições. A forma de atuação e os critérios definidos pelo sistema penitenciário no Brasil levam a uma reflexão sobre a natureza do trabalho desenvolvido nos institutos penais brasileiros e, mais especificamente, no contexto do Ceará. Vale questionar sobre a natureza destas Instituições historicamente, tendo ao fundo um cenário contemporâneo, demarcado por uma política institucional, ainda marcada pela cultura de vigilância e de repressão e por políticas governamentais que se ressentem das condições necessárias para a sua viabilização de uma prática de reinserção social do detento de fato. O meu questionamento incide, exatamente, na natureza destas instituições, num contexto de repressão e precariedade que marcam as políticas públicas do tempo presente. Em busca de avançar nesta reflexão, retomo vias analíticas abertas por Goffman (2001), Foucault (1987, 13ª. Edição) e Bauman (2005), que permitem desvendar, por dentro, as instituições de clausura, reclusão ou privação de liberdade. Tais autores, em seus aportes são unânimes em denunciar a natureza repressiva, de disciplinamento, de ressocialização e vigilância permanente de tais instituições. Na perspectiva de Goffman, estas instituições, por serem caracterizadas pelo fechamento, clausura e “caráter total”, simbolizado pelo bloqueio com o mundo externo e por diversas proibições, acabam privilegiando a obediência ás regras, desconsiderando o próprio indivíduo e seus aspectos identitários. A estrutura física nestes espaços é representativa desta percepção, caracterizada por portas fechadas,paredes altas, arame farpado, fossos, pântanos ou florestas. A esses estabelecimentos, Goffman deu o nome de “instituições totais”. Na compreensão de Foucault (1987), os espaços prisionais se definem como “instituições completas e auteras”..., que ao fazer da detenção a pena por excelência, introduz processos de CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 7 dominação, característicos de um tipo particular de poder. (Idem, 1987: 207). Nesta perspectiva, a obviedade da prisão se fundamenta em seu papel, suposto ou exigido, de “aparelho para tornar indivíduos dóceis”, um “quartel um pouco estrito”; “uma escola sem indulgência”; “uma oficina sombria”. Assim, o trabalho penal é pensado como um mecanismo de adequação, no sentido de transformar o sujeito rebelde, transgressor, irrefletido em uma peça que desempenha seu papel com perfeita regularidade na sociedade capitalista. Nesta compreensão, sustenta Foucault: é uma forma de fabricação de indivíduos- máquinas, mas também de proletários; efetivamente, quando o homem possui apenas ‘os braços como bens’ e só poderá viver do produto de seu trabalho, pelo exercício de uma profissão, ou do produto do trabalho alheio, pelo ofício do roubo. (1987: 216). Com base nas formulações acima, pode-se concluir que a prisão, apesar de ter galgado alguns avanços em sua forma de atendimento, ainda enfrenta, nos dias atuais, muitos desafios, no sentido de não ter conseguido alcançar, de fato, uma de suas múltiplas funções sociais, qual seja: a de reinserir o detento no convívio social de forma plena e participativa. Em verdade, a instituição prisional vem se definindo, historicamente, muito mais como lugar de punição, unidade ou blocos de cela, onde são desenvolvidas atividades que visam (re) socializar o público interno, no sentido de devolver a eles hábitos de socialidade, numa tentativa de adequá-los ao convívio social. Para melhor caracterizar este entendimento, tomo emprestado de Zygmunt Bauman (2005), a “metáfora da reciclagem”. Nesta metáfora, os espaços prisionais, são definidos como armazéns de refugo humano, depósitos de vidas desperdiçadas. As prisões, como tantas outras instituições sociais, passaram da tarefa de reciclagem para a de depósito de lixo. Foram realocadas para a linha de frente a fim de resolver a crise que atingiu a indústria da remoção do lixo humano (Idem, 2005:108). Nesta linha de raciocínio, Bauman sustenta que as mudanças vivenciadas no tempo presente, foram nefastas ao convívio social, no sentido de formar uma sociedade produtora de “refugo humano”, de seres sobrantes. Assim, enquanto a produção de excluídos prossegue atingindo novos índices, o planeta passa a necessitar cada vez mais de locais de despejo e de ferramentas para a reciclagem do “lixo humano”. Daí, talvez, o crescimento das instituições prisionais e internatos na contemporaneidade, respaldado pelo entendimento de que é preciso construir novas prisões, aumentar o número de delitos puníveis com a perda da liberdade, instituindo uma política de “tolerância zero” e o estabelecimento de sentenças mais duras e mais longas podem ser medidas mais bem compreendidas como esforços para reconstruir a deficiente e vacilante indústria de remoção do lixo – sobre uma nova base, mais antenada com as novas condições do mundo globalizado.(BAUMAN, 2005: 109). Inspirada nessa multiplicidade de enfoques sobre instituições prisionais fui construindo um jeito novo de pensar as instituições de reclusão, circunscrevendo-as não apenas como “instituição total”, CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 8 definida como uma forma de castigo, desde os primeiros anos do século XIX, nem apenas como um “mecanismo de poder”, ligado ao próprio funcionamento da sociedade capitalista, cujo espaço possui uma função específica, qual seja: a remontagem” de “peças” danificadas, “depósito de vidas desperdiçadas”, para os quais já não há mais uso na lógica do sistema capitalista. Conforme mencionado anteriormente, FOUCAULT deixa claro, ao escrever sobre o caráter de obviedade que a privação de liberdade, como uma forma de castigo assumiu historicamente, desde o início do século XIX, em sua origem. Em verdade, desde a origem das prisões, mais de um século se passou. Todavia, ainda justificamos na atualidade, frases e classificações, como: “desviante”, “bandido”, “pária”, “marginal”, outsiders, enfim. Nesta análise, vale afirmar que, talvez, as modificações no sistema econômico, na dimensão política e na cultura não redimensionaram a ideia de que o “bandido” deve ser atacado, isolado, banido ou exterminado da sociedade. Sobre este aspecto cabe refletir o seguinte: se a tarefa de “reinserção social” parece fracassar ao longo desses anos, então, estamos diante de uma cruel realidade, onde as chances de lidar com indivíduos classificados de “delinqüentes”, “loucos”, “marginais”, “sobrantes” ou “minoritários” seria, objetivamente, acelerando seu processo de decomposição? Ou seja, isolando-os, alienando-os, matando- os? Em uma recente entrevista da titular da Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado da Bahia, em Salvador, Marilia Muricy, dada ao Jornal A Tarde (17/02/2007), a mesma salientou que: No atual cenário de desemprego e desagregação familiar, é inconveniente separar o preso, levando-o para um ambiente em que ele perde a conexão com a família e o meio social, porque ele vai criar vínculos afetivos com a população carcerária. É preciso dá trabalho para eles, digno, remunerado, que garanta inclusive sua saída direta para o mercado de trabalho. No Brasil, esse tipo de ação ou é inexistente ou, quando ocorre, dificilmente está programada para preparar a reinserção social do preso. Para que isso se efetive, é preciso, obviamente, que se tenha uma política carcerária que garanta a dignidade do preso em todos os sentidos, desde a pratica de atividade física e esportiva até o acesso ao estudo e o mercado de trabalho. Como possibilidade de solução destes problemas a Secretária propõe um trabalho em rede, ou seja, uma parceria com a sociedade, através de dialogo, conscientizando-a que segregar o preso e o lançar, à Casa dos Mortos, referindo-se a Dostoiewsky (1967), onde em sua obra “Recordação da Casa dos Mortos”, defende que o regime de prisão oferece resultados falsos, aparentes, esgotando a capacidade humana, ao utilizar da figura do detento remido como modelo de que o sistema é eficiente. Na verdade, diz a Secretária, usando uma expressão de Graciliano Ramos: “prisão não é bom para ninguém”. E continua: “É preciso criar a consciência social de que o respeito à dignidade do preso e a preparação para o retorno à sociedade é de interesse de todos. Não se trata apenas de praticar um gesto humanitário – o que, por si só, já seria um treinamento importante, porque a questão ética não pode ser esquecida. Mas, do ponto de vista pragmático, a sociedade está trabalhando contra si mesma quando joga o preso no presídio e o abandona”. (2007). Diante disso, é preciso que a sociedade se conscientize de que o crime está dentro dela, como parte integrante de sua teia, portanto, é necessário envolvimento de todos na busca de soluções para os conflitos sociais. O homem aoser sentenciado e preso, após sair do cárcere não irá para outro planeta, retornará para esta mesma sociedade, que agora o rejeitará ainda mais. Ele leva agora uma marca, um estigma, como diz Goffman. Comenta ainda a Secretária: “Existe algo que agrava ainda mais estas questões, ou seja, o fato de possuírem um cunho cultural e, também, estão CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 9 atreladas à velhas práticas e velhas questões institucionais. Na verdade, é necessário usar a imaginação. 1.4 A aplicação da pena no Brasil: período colonial, imperial e republicano. No Brasil, antes do descobrimento, os costumes penais dos indígenas são destituídos de interesse jurídico, o direito era consuetudinário. Vale assinalar que o direito consuetudinário, nenhuma influência teve nos descobridores que aqui vieram trazendo suas leis. Apesar de à época do descobrimento estarem em vigência as Ordenações Afonsinas2 que, logo forem substituídas pelas Manuelinas, o primeiro Código Penal foi o Livro V das Ordenações do Rei Filipe II. De fato, as Ordenações Filipinas foram o primeiro estatuto no Brasil, pois as anteriores tiveram muito pouca aplicação no País, devido às condições próprias da terra e da população. As Ordenações Filipinas refletiam o direito penal daqueles tempos. Havia a pena de morte, a qual comportava várias modalidades: morte na forca; a precedida de torturas; a morte para sempre, em que o corpo do condenado ficava suspenso, até a putrefação; a morte pelo fogo; açoites; degredo para a África e outros lugares, mutilação de mãos, da língua, etc. Quanto ao crime em si, era este confundido com o pecado. Para o julgamento, entretanto, havia a desigualdade de classe social, aplicando o juiz a pena segundo a gravidade do caso e a qualidade da pessoa: os nobres, em regra eram punidos com multa; aos de classe inferior, os castigos eram mais pesados e humilhantes. A prisão, como na Europa, era apenas estabelecimento de custódia. Após a Proclamação da Independência, a Lei de 20 de outubro de 1823, manda que continuem a serem observadas as Ordenações. Tal observação continua em vigência até 1830, quando foi sancionado por D. Pedro I o novo Código, projeto de Bernardo Pereira de Vasconcelos. Esse Código possui forma de compreensão liberal, inspirando-se no Código francês de 1810 e no Napolitano, de 1819, não se submetendo, entretanto, a nenhum deles. Foi um Código original, pela primeira vez contemplando os motivos do crime, o que só meio século após seria tentado na Holanda e em outros países; fatores atenuantes da menoridade, o que era desconhecida nas legislações francesa e napolitana; indenização do dano ex delicio como instituto direito público, etc. Apesar de qualidades, apresentava defeitos, como por exemplo, não definira a culpa, aludindo apenas ao dolo; homicídio e lesões corporais por culpa, omissão que veio a ser suprida mais tarde. Em virtude da abolição da escravatura, houve a necessidade de reforma na legislação penal. No último ano da república, foi incumbido de elaborar um projeto de reforma penal o Conselheiro João Batista Pereira. O novo Código Penal foi aprovado pelo Decreto n. 847, de 11 de outubro de 1890. Tal Código foi muito criticado. Era fundamentalmente clássico. Tentou suprir lacunas que o antecessor apresentava. Aboliu a pena de morte e outras, substituindo por penas mais brandas e criou o regime Entende-se por direito consuetudinário aquele sistema normativo que se fundamenta no costume e cujas disposições vão conformando, de acordo com a prática constante do comportamento e condutas de um grupo social determinado, no pleito normativo. Um dos exemplos clássicos desse direito existente até hoje é o que rege a Inglaterra. Naquele país as resoluções judiciais constituem fontes jurídicas autônomas e que tem o mesmo grau de eficácia que as normas que provêm do Poder Legislativo. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 10 penitenciário de caráter correcional. Neste momento a instituição prisional já é lugar para execução e aplicação da pena. 2. OS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS. Segundo FOUCAULT (1987, 13ª. Ed.), a forma geral de uma aparelhagem para tomar indivíduos dóceis e úteis, por meio de um trabalho preciso sobre o corpo, criou a instituição prisão antes que a lei a definisse como pena. A aplicação da pena de prisão, como sanção autônoma demorou muito a surgir na história do direito penal, prevalecendo até então, com raras exceções, sua imposição como fase preliminar das penas corporais, principalmente a de morte. 2.1 Surgimento e redefinições ao longo do tempo. Em Bridewell, por volta do ano de 1552, protestantes se utilizaram de um velho castelo para alojar vagabundos e mendigos, cujo empreendimento em 1575 passou a chamar-se House of Correction e inspirou o legislador em 1576 a determinar que os outros condados também tivessem um estabelecimento daquela espécie. A Holanda, que não possuía galeras, criou o seu estabelecimento prisional em 1595 para homens e em 1598 para mulheres. Em 1656 foi a vez da França levantar o seu cárcere para acolher as pessoas consideradas vagabundas e miseráveis na época. Na Itália, por iniciativa do Papa Clemente XI, é construído em 1703 o Hospício de São Miguel, que se destinava também a menores delinqüentes (termo da época). A esta altura o alvo da repressão penal abandona as penas corporais e dá lugar ao controle à disciplina e à correção. Surgiram, pois, os sistemas prisionais de relevante importância para os estudos na atualidade. Quanto aos tipos de sistemas penitenciários, vários deles existem na história, entretanto, os que mais se sobressaem são: o Sistema de Filadélfia, em que se utilizava o isolamento celular absoluto, com passeio isolado do sentenciado em um pátio circular, sem trabalho ou visitas, incentivando-se a leitura da Bíblia; o Sistema Auburniano, aplicado na penitenciária da cidade de Auburn, no Estado de New York, que mantinha o isolamento noturno, mas criou-se o trabalho dos presos, primeiro em suas celas e, posteriormente, em comum, porém, havendo a exigência de absoluto silêncio entre os condenados, mesmo quando em grupos, o que fez surgir o costume dos presos se comunicarem com as mãos, prática que se observa até hoje nas prisões. E ainda, o Sistema Progressivo que surgiu na Inglaterra, no século XIX, levando-se em conta o comportamento e aproveitamento do preso, demonstrados pela boa conduta e pelo trabalho, estabelecendo-se três períodos ou estágios no cumprimento da pena, o primeiro deles, período de prova, constava de isolamento celular absoluto, o outro se iniciava com a permissão do CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 11 trabalho em comum, em silêncio, passando-se a outros benefícios e o último permitia o livramento condicional. Ainda hoje, o Sistema Progressivo, com certas modificações, é adotado nos países civilizados, inclusive no Brasil. Por fim,cabe assinalar que os sistemas penitenciários não se confundem com os regimes penitenciários, tendo em vista que, enquanto os sistemas representam corpos de doutrinas que se realizam por meio de formas políticas e sociais constitutivas das prisões, os regimes são as formas de administração das prisões e os modos pelos quais se executam as penas, obedecendo a um complexo de preceitos legais ou regulamentares. Assim os regimes de penas são determinados pelo mérito do sentenciado e, em sua fase inicial, pela quantidade de pena imposta e pela reincidência. São três os regimes de cumprimento das penas privativas de liberdade: regime fechado, com a execução em estabelecimento de segurança máxima ou média; regime semi-aberto, com a execução em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; regime aberto, com a execução em casa de albergado ou estabelecimento adequado, artigo 33, § 1º do Código Penal. 2.2 A evolução das penitenciárias no mundo: a prisão como pena fundamental nas legislações modernas e os novos mecanismos de ressocialização do apenado. Historicamente, a emergência das prisões, desde o surgimento até fins do século XVIII era utilizada como contenção e guarda dos réus, até o momento de serem julgados ou executados3. Outrora, o aprisionamento só era usado para evitar a fuga dos réus. Não passava, pois, de medida processual, equivalente à atual prisão preventiva. Penas, propriamente ditas, eram a morte, os tremendos castigos corporais, o exílio, os trabalhos forçados4. Na Idade Média também não era considerada como pena em si mesma, sendo apenas um preparatório da pena propriamente dita e preparada nos moldes aceitáveis pela sociedade da época. Segundo Foucault em seu livro Vigiar e Punir: história da violência nas prisões (1987, 13ª. Ed.): história da violência nas prisões, constituía um verdadeiro festival de punições destinadas a infligir aos condenados o máximo de dor possível por meio dos suplícios mais variados. John Howard e Cesare Beccaria bradaram contra a vergonha das prisões, procuraram definir a pena como uma utilidade, de maneira que o encarceramento só se justificaria se produzisse algum benefício ao apenado e não apenas a retribuição de uma mal por outro mal5. Entretanto, após inúmeras transformações, a prisão começou a dar mostras de sua fragilidade. Mesmo tendo passado por longo processo de humanização, entrou em acintosa falência nos termos das medidas retributivas e preventivas, demonstrando o descrédito na forma quase que exclusiva de controle social formalizado. Segundo lição de Cláudio Heleno Fragoso ficou demonstrado o efeito devastador do CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 12 confinamento sobre a personalidade humana e a contradição insolúvel entre as funções de custódia e de reabilitação6. Mesmo apresentando como sua proposta oficial de finalidade a punição retributiva pelo mal causado pelo criminoso, a prevenção da pratica de novos delitos por meio da intimidação do próprio delinquente e dos demais integrantes da sociedade e inclusive a ressocialização, a pena privativa de liberdade atende com êxito não mais que a primeira delas. Mais que retirar o indivíduo delinquente do convívio social, ela visa também sua punição, por meio de sofrimentos físicos e psicológicos, além de privações. Obviamente há aqueles infratores que para a proteção da sociedade e a impossibilidade de sua reinserção no meio social tornam necessário seu isolamento, mas não perfazem a maioria dos que hoje se encontram nas penitenciárias. E, mesmo como forma de punição para crimes hediondos, o simples encarceramento também sofre grandes críticas: acostuma o preso ao sistema da cadeia, às suas leis e regulamentos internos, que não são os vigentes no mundo aqui fora. Daí que continuam, mesmo após longos anos de prisão inabilitados para a convivência em sociedade. A despeito de todas as suas falhas, a prisão ainda é utilizada largamente como pena básica e fundamental nas modernas legislações. Todavia, como fruto de uma revolução do Direito Penal moderno, em contrapartida ao aumento do número de estabelecimentos prisionais hoje existentes, há a proliferação de mecanismos de ressocialização que visam manter a sociedade unificada, como as penas e medidas alternativas, seguindo a tendência das novas leis penais. O motivo da existência desses novos mecanismos seria tratar o problema referente ao trabalho prisional, ou seja: de como os presos deveriam ser reinseridos ao convívio social. Recomenda-se que as penas privativas de liberdade limitem-se às condenações de longa duração e àqueles condenados efetivamente perigosos e de difícil reinserção social. Não mais se justificam as expectativas da sanção criminal. Caminha-se, portanto, em busca de alternativas para a privativa de liberdade. Assim, fica claro que, em posição contrária a impunidade, mas causadora de semelhante mal, é a rigidez excessiva nas punições por parte do Estado. Melhor seria, segundo Foucault, que a prisão não fosse vista como uma instituição inerte, tendo em vista que volta e meia ela teria sido sacudida por movimentos de reforma7. Sobre este aspecto, conclui o autor: A prisão, essa região mais sombria do aparelho de justiça, é o local onde o poder de punir, que não ousa mais se exercer com o rosto descoberto, organiza silenciosamente um campo de objetividade em que o castigo poderá funcionar em plena luz como terapêutica e a sentença se inscrever entre os discursos do saber. (1987, 13ª. Ed.: p.227). perdem a autonomia CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 13 2.3 As penitenciárias no Brasil. No início da colonização brasileira o sistema penal foi baseado nas Ordenações Afonsinas, repleta de atrocidades no seu Direito Penal e Direito Processual Penal, utilizando-se da prisão como prevenção aprisionava o autor até o seu julgamento. Posteriormente nas Ordenações Manuelinas, que tinham características do Direito Medieval, confundindo religião, moral e direito, utilizava da prisão como repressão pessoal até o julgamento. E finalmente, nas Ordenações Filipinas as penas utilizadas eram baseadas na crueldade e no terror, tendo a pena de morte como punição frequentemente utilizada, assim como as demais diversas punições desumanas, além da deserdação e o confisco. Com a independência do Brasil, iniciava-se o período Imperial. Neste período as prisões serviam não apenas como uma maneira de punir o criminoso e proteger a sociedade, mas também como o intuito de ressocialização do condenado. No ano de 1823, José Clemente Pereira e Bernardo Pereira de Vasconcelos apresentaram cada qual um projeto de Código Penal; o apresentado por Bernardo Pereira de Vasconcelos sofreu algumas modificações e agregou-se ao Código de 1830, que ainda continha a pena de morte. Entretanto, após a execução de Mota Coqueiro, que de maneira injusta foi condenado, tendo a sua inocência apenas provada depois de ser executado, foi então abolida por D. Pedro II. Com a República, muitas leis foram divulgadas, e foi também publicado um novo Código pelo decreto 847 de 11 de outubro de 1890, que adotava como linha de princípio o fato da criminalidade não poderser atenuada por meio de medidas penais de extrema severidade. Apresentava em suas modalidades de penas as seguintes características: prisão celular, reclusão, trabalho obrigatório, prisão disciplinar e a aprovação pecuniária; excluía as penas infamantes, e o tempo de reclusão do condenado não poderia ultrapassar 30 anos, e aboliu a pena de morte. Com o advento da Revolução de 1937, o Presidente Getúlio Vargas pretendia fazer reformas legislativas, o que resultou no Decreto n. 2.848/40, que passou a vigorar em 1° de janeiro de 1942, como novo Código Penal. Esta dava uma importância maior à figura humana, tendo como suas principais características: a reclusão pelo máximo de 30 anos, detenção, multa, pena e medida de segurança e individualização da pena. Contudo, a pena privativa de liberdade, em contrapartida aos grandes avanços da legislação em matéria de proteção do indivíduo contra o poder punitivo do Estado, mantive-se como a mais importante forma de punição do sistema jurídico, não tendo sido implementadas formas mais eficientes de alternativa. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 14 2.4 O sistema penitenciário no Ceará: dados e estatísticas. No Ceará, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, já é possível observar avanços em relação ao atendimento prisional. O Estado vem investindo esforços na tentativa de compreender a realidade do sistema de forma específica, refletindo acerca do contexto e especificidades regionais, juntamente com os poderes locais e com a sociedade civil em busca de uma nova cultura de aplicação da lei penal no país. O objetivo é continuar a contribuir para o desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento dos problemas do sistema penitenciário brasileiro, com a adoção de novas diretrizes para a política criminal e promoção de uma recomposição institucional dos órgãos da execução penal, tudo visando estimular efetivo cumprimento do princípio da intervenção mínima previsto no artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal e a melhoria do tratamento penitenciário. Para efeito de conhecimento, seguem os dados estatísticos acerca da população prisional do Ceará ano 2018. MONITORAMENTO SEMANAL DO EFETIVO DE PRESOS NAS UNIDADES PRISIONAIS DO CEARÁ sexta-feira, 23 de março de 2018 PENITENCIÁRIAS E PRESÍDIOS UNIDADES CAPC. VAGAS ATIVAS FECHA DO PROVIS ÓRIO SEMIABER TO ABERT O TOTAL EXCEDENTES REFORMAS UPCT CAUCAIA 864 864 305 1.143 41 0 1.489 625 72,3 % sem reforma UPPJSA 600 600 74 823 29 0 926 326 54,3 % sem reforma CTOC 376 376 0 675 0 0 675 299 79,5 % reforma nos módulos e reforço nas grades da "selvinha" CPPL I 900 900 516 999 136 0 1.651 751 83,4 % sem reforma CPPL II 944 944 215 852 45 0 1.112 168 17,8 % sem reforma CPPL III 944 944 412 813 67 0 1.292 348 36,9 % reforma nas vivências e construção de muralha CPPL IV 944 944 362 1.520 69 0 1.951 1.007 106,7 % sem reforma CEPIS 1.016 1.016 968 1.113 228 0 2.309 1.293 127,3 % sem reforma CPPL VI - - - - - - 0 - - - Unid. em construção ( 944 VAGAS ) CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 14 2.4 O sistema penitenciário no Ceará: dados e estatísticas. No Ceará, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, já é possível observar avanços em relação ao atendimento prisional. O Estado vem investindo esforços na tentativa de compreender a realidade do sistema de forma específica, refletindo acerca do contexto e especificidades regionais, juntamente com os poderes locais e com a sociedade civil em busca de uma nova cultura de aplicação da lei penal no país. O objetivo é continuar a contribuir para o desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento dos problemas do sistema penitenciário brasileiro, com a adoção de novas diretrizes para a política criminal e promoção de uma recomposição institucional dos órgãos da execução penal, tudo visando estimular efetivo cumprimento do princípio da intervenção mínima previsto no artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal e a melhoria do tratamento penitenciário. Para efeito de conhecimento, seguem os dados estatísticos acerca da população prisional do Ceará ano 2018. MONITORAMENTO SEMANAL DO EFETIVO DE PRESOS NAS UNIDADES PRISIONAIS DO CEARÁ sexta-feira, 23 de março de 2018 PENITENCIÁRIAS E PRESÍDIOS UNIDADES CAPC. VAGAS ATIVAS FECHA DO PROVIS ÓRIO SEMIABER TO ABERT O TOTAL EXCEDENTES REFORMAS UPCT CAUCAIA 864 864 305 1.143 41 0 1.489 625 72,3 % sem reforma UPPJSA 600 600 74 823 29 0 926 326 54,3 % sem reforma CTOC 376 376 0 675 0 0 675 299 79,5 % reforma nos módulos e reforço nas grades da "selvinha" CPPL I 900 900 516 999 136 0 1.651 751 83,4 % sem reforma CPPL II 944 944 215 852 45 0 1.112 168 17,8 % sem reforma CPPL III 944 944 412 813 67 0 1.292 348 36,9 % reforma nas vivências e construção de muralha CPPL IV 944 944 362 1.520 69 0 1.951 1.007 106,7 % sem reforma CEPIS 1.016 1.016 968 1.113 228 0 2.309 1.293 127,3 % sem reforma CPPL VI - - - - - - 0 - - - Unid. em construção ( 944 VAGAS ) CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 15 IPF 374 374 201 798 14 0 1.013 639 170,9 % sem reforma IPFHVA 525 525 421 21 141 0 583 58 11,0 % reforma nas vivências, escola, oficinas, alojamentos, ... IPPOO II 492 492 396 499 184 0 1.079 587 119,3 % reforma na muralha e estação de tratamento IRMA IMELDA 140 140 60 82 11 0 153 13 9,3 % sem reforma PIRC 549 549 329 380 0 0 709 160 29,1 % sem reforma PIRS 500 500 429 147 0 0 576 76 15,2 % sem reforma TOTAL 9.168 9.168 4.688 9.865 965 0 15.518 6.350 69,3 % COMPLEXOS HOSPITALARES UNIDADES CAPAC . VAGAS ATIVAS FECHA DO PROVIS ÓRIO SEMIABER TO ABERT O TOTAL EXCEDENTES TOTAL DE INTERNOS NAS GRANDES UNIDADES: HGSPPOL 33 33 9 28 1 0 38 5 15,2 % 15.518 IPGSG 120 120 38 70 0 0 108 -12 -10,0 % TOTAL 153 153 47 98 1 0 146 -7 -4,6 % #DIV/0 ! COLONIAS AGRÍCOLAS CAPACIDAD E PROJETADA NAS GRANDES UNIDADES: UNIDADES CAPA C. VAGAS ATIVA S FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL EXCEDENTES CAPJAEM 40 40 0 0 8 4 12 -28 -70,0 % 9.168 TOTAL 40 40 0 0 8 4 12 -28 -70,0 % EXCEDENTE EM PERCENTUAL 69,3% CADEIAS PÚBLICAS UNIDADES CAPA C. VAGAS ATIVA S FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL EXCEDENTES TOTAL DE INTERNOS NO INTERIOR (CP´s ): MASCULIN O 3.368 3.593 2.012 4.198 1.559 657 8.426 5.058 140,8 % CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 16FEMININO 257 158 101 257 54 14 426 169 107,0 % 8.852 TOTAL 3.625 3.751 2.113 4.455 1.613 671 8.852 5.227 139,3 % CAPACACIDA DE PROJETADA DAS CP'S NUAPOO I(SETOR ADM ANTIGO IPPOO I) e CASAS DO ALBERGADO UNIDADE CAPA C. VG AT. FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL NUAPOO I 0 0 0 0 198 0 198 3.625 ALB. FORTALEZ A CAPA C. VG AT. FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL MASCULIN O 0 0 0 0 16 3.120 3.136 EXCEDENTE: FEMININO 0 0 0 0 10 181 191 5.227 ALB. ITAPIPOCA CAPA C. VG AT. FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL MASCULIN O 90 90 0 0 75 42 117 FEMININO 0 0 0 0 5 6 11 EXCEDENTE EM PERCENTUAL ALB. SOBRAL CAPA C. VG AT. FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL MASCULIN O 48 48 0 0 396 63 459 FEMININO 12 12 0 0 27 5 32 ALB. TURURU (EXTINTA) CAPA C. VG AT. FECHA DO PROVI SÓRIO SEMIABE RTO ABERT O TOTAL 144,2% MASCULIN O 0 - 0 0 0 0 0 FEMININO 0 - 0 0 0 0 0 TOTAL 150 150 0 0 727 3.417 4.144 TOTAL POR REGIME TOTAL VAGAS ATIVAS (LOTAÇÃO): CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 17 REGIMES MASCULINOS FEMININOS TOTAL 13.262 FECHADOS 6.546 302 6.848 *POPULAÇÃO CARC. GERAL: PROVISÓRI OS 13.363 1.055 14.418 28.672 SEMIABER TOS 3.193 121 3.314 **POP. CARC. (EXCETO: IPPOO I E CASA ALB. FORTALEZA): ABERTOS 3.886 206 4.092 TOTAL 26.988 1.684 28.672 25.147 *EXCEDENTE DO TOTAL DA POP. CARCERÁRIA INCLUINDO PESSOAS EM REGIME DIFERENCIADO 15.410 116,2% *EX -INTERNOS DO IPPOO I E PESSOAS QUE ASSINAM NA CASA DE ALBERGADO FORTALEZA **EXCEDENTE DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA RECOLHIDA EM UNIDADES PRISIONAIS 11.885 89,6% **POP. CARC. (EXCETO: IPPOO I E CASA ALB. FORTALEZA): TECENDO CONSIDERAÇÕES FINAIS: desafios do sistema penitenciário no tempo presente (atuação das facções criminosas). O desafio para a instituição prisional na atualidade circunscreve uma busca de ir além do se caráter punitivo. Daí a importância de se trabalhar formas concretas de reinserção social do detento. Desse modo, um dos seus desafios consubstancia-se na visibilidade das relações entre segmentos que tecem as condições de sociabilidade: Estado, Igreja, Mercado e o terceiro setor (ONGS), onde se formam redes que são as forças das ações de um processo de inclusão social de fato. No entanto, para avançarmos no projeto de inserção social do interno ou egresso do sistema penitenciário ao convívio social de forma participativa, temos que contar com o apoio do próprio detento nessa dinâmica. O interno e egresso do sistema penitenciário poderiam ajudar no trabalho pessoal e coletivo de construção de reintegração das condições de sociabilidade? Sim, deixando de reincidir. Mas porque o fariam? Só pelo medo de ser preso? De serem oprimidos? Violados? Tal visão é muito simplista. O medo da violência até pode deter por certo período, mas não elimina a violência. Ela volta. Poderia conseguir isso sozinho sem a participação dos diferentes setores que compõem o tecido social? CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 17 REGIMES MASCULINOS FEMININOS TOTAL 13.262 FECHADOS 6.546 302 6.848 *POPULAÇÃO CARC. GERAL: PROVISÓRI OS 13.363 1.055 14.418 28.672 SEMIABER TOS 3.193 121 3.314 **POP. CARC. (EXCETO: IPPOO I E CASA ALB. FORTALEZA): ABERTOS 3.886 206 4.092 TOTAL 26.988 1.684 28.672 25.147 *EXCEDENTE DO TOTAL DA POP. CARCERÁRIA INCLUINDO PESSOAS EM REGIME DIFERENCIADO 15.410 116,2% *EX -INTERNOS DO IPPOO I E PESSOAS QUE ASSINAM NA CASA DE ALBERGADO FORTALEZA **EXCEDENTE DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA RECOLHIDA EM UNIDADES PRISIONAIS 11.885 89,6% **POP. CARC. (EXCETO: IPPOO I E CASA ALB. FORTALEZA): TECENDO CONSIDERAÇÕES FINAIS: desafios do sistema penitenciário no tempo presente (atuação das facções criminosas). O desafio para a instituição prisional na atualidade circunscreve uma busca de ir além do se caráter punitivo. Daí a importância de se trabalhar formas concretas de reinserção social do detento. Desse modo, um dos seus desafios consubstancia-se na visibilidade das relações entre segmentos que tecem as condições de sociabilidade: Estado, Igreja, Mercado e o terceiro setor (ONGS), onde se formam redes que são as forças das ações de um processo de inclusão social de fato. No entanto, para avançarmos no projeto de inserção social do interno ou egresso do sistema penitenciário ao convívio social de forma participativa, temos que contar com o apoio do próprio detento nessa dinâmica. O interno e egresso do sistema penitenciário poderiam ajudar no trabalho pessoal e coletivo de construção de reintegração das condições de sociabilidade? Sim, deixando de reincidir. Mas porque o fariam? Só pelo medo de ser preso? De serem oprimidos? Violados? Tal visão é muito simplista. O medo da violência até pode deter por certo período, mas não elimina a violência. Ela volta. Poderia conseguir isso sozinho sem a participação dos diferentes setores que compõem o tecido social? CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 18 Afirmo com toda convicção que não. Daí a importância do trabalho em rede, a qual visualiza detentos e egressos do sistema penitenciário como supostos parceiros, capazes de somar esforços e abrir possibilidades de trabalho, estudos, formação, oportunidades a serem ofertadas na confirmação desse contrato de não violência e no empenho em se tornarem agentes de educação para a não violência dentro do espaço prisional, na família e na sua comunidade. No entanto, ainda são raros os sujeitos e movimentos que se abrem para acolher o egresso como um apoiador direto, mesmo na condição de pessoa livre, nos casos de liberdade condicional. Parece-nos que, de alguma forma, é fechada à inserção de egressos nessa luta. Quando participam são público alvo. Recebem atendimentos, atenção, apoio, informação útil, mas pouco participam desse processo. Na maioria das vezes, não se sentem convocados a participar desse trabalho, onde eles têm muito a aprender como a ensinar. Por fim, cabe ainda questionar: Será que não facilitamos ou mesmo abrimos o acesso a se identificarem com estas causas de luta? Eis aí um desafio a ser colocado na agenda política do tempo presente. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 19 BIBLIOGRAFIA BAUMAN, Zigmunt. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005. BUENO, Silveira. Minidicionárioda Língua Portuguesa. 32. Ed. compacta. São Paulo: Lisa, 2006. CHRISTINO, Laços de Sangue - A História Secreta do PCC, Claudio Tognolli, Marcio Sergio, Editora: Matrix, Edição: 01, São Paulo, p. 248. DA SILVA, Alexandre Calixto. Sistemas e regimes penitenciários no direito penal brasileiro: uma síntese histórica/jurídica. Dissertação de mestrado em direito, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá, 2009. DONNA, Edgard Alberto. Teoría Del Delito y de La Pena. Fundamentación de lãs sanciones penales y de La culpabilidad. 2. ed. Buenos Aires: Editorial Astrea, 2001. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. História da violência nas prisões. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 30-32. FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 13ª. Ed., Trad. de Lígia Pondé Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987. FOUCAULT. Michel. Microfísica do Poder. Edições Graal, Rio de Janeito: 1979. FRAGOSO, Cláudio Heleno. Direito Penal e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense, 1977. GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4. ed. 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CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS MÓDULO I: Administração Penitenciária - 20h/a DISCIPLINA 02: Estrutura organizacional e funcional da Secretaria da Justiça e Cidadania - SEJUS ELABORAÇÃO: Geovana Sousa Do Nascimento Fortaleza, março de 2018. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 3 1. HISTORIANDO A SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA (SEJUS) .............................. 3 2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................... 4 3. COMPETÊNCIAS DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA ....................................... 6 4. MISSÃO INSTITUCIONAL ............................................................................................................. 6 5. VALORES ........................................................................................................................................... 7 6. ATRIBUIÇÕES ................................................................................................................................... 7 6.1 DA DIREÇÃO SUPERIOR - DO SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E CIDADANIA ..................... 7 7. COMPETÊNCIA DAS UNIDADES ORGÂNICAS DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA (SEJUS) ............................................................................................................................ 8 7.1 ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO ............................................................................................ 8 7.1.1 DA ASSESSORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL .................................... 8 7.1.2 DA ASSESSORIA JURÍDICA ................................................................................................ 8 7.2 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA .......................................................................... 8 7.2.1 COORDENADORIA DA CIDADANIA ................................................................................ 8 7.2.2 DA COORDENADORIA ESPECIAL DO SISTEMA PRISIONAL...................................... 9 7.2.3 COORDENADORIA DE INCLUSÃO SOCIAL DO PRESO E DO EGRESSO................. 10 7.2.4 COORDENADORIA DE INTELIGÊNCIA ......................................................................... 10 7.2.5 DA ESCOLA DE GESTÃO PENITENCIÁRIA E FORMAÇÃO PARA A RESSOCIALIZAÇÃO .................................................................................................................... 11 7.3 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL ......................................................................... 12 7.3.1 COORDENADORIA DE GESTÃO DE PESSOAS ............................................................. 12 7.3.2 COORDENADORIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA........................................... 13 7.3.5 ÓRGÃOS COLEGIADOS ......................................................................................................... 15 8. RESUMO DAS UNIDADES PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ ..................................... 15 DECRETO Nº 32.434, de 05 de dezembro de 2017. ........................................................................... 16 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 3 Secretaria do Governo e Polícia Secretaria da Justiça Secretaria do Interior Secretaria da Fazenda APRESENTAÇÃO A disciplina Estrutura Organizacional e Funcional da Secretaria da Justiça e Cidadania – SEJUS, objetiva capacitar quanto aos aspectos estruturais e funcionais da instituição à qual você irá integrar. Em razão da dimensão da disciplina, serão abordados os pontos de maior relevância sobre o tema. É fundamental a leitura da legislação pertinente, qual seja o Decreto nº 32.434, de 06 de dezembro 2017 e o Decreto nº 31.419, de 24 de fevereiro de 2014. Reforçamos que é salutar o conhecimento das especificidades concernentes às áreas de atuação que compõe a SEJUS. Esta disciplina tem como objetivo nortear as ações e a vida funcional dos futuros servidores, oferecendo-lhes uma visão geral da instituição, buscando facilitar a comunicação com a organização e, principalmente, orientá-los. Na oportunidade, aproveitamos o ensejo para dar boas-vindas a todos que participam dessa etapa do certame. 1. HISTORIANDO A SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA (SEJUS) A Secretaria da Justiça foi criada através do art. 40 da Constituição Política do Estado do Ceará, de 16 de junho de 1891, sendo considerada uma das pastas mais antigas do Estado, ao lado da Secretaria da Fazenda. Até esta data, as atividades relacionadas à atuação da justiça estavam embutidas na pasta denominada SECRETARIADO GOVERNO E POLÍCIA. Considerando a exagerada amplitude dessa secretaria, o então governador José Clarindo de Queiroz a desmembrou em três novas pastas: SECRETARIA DA JUSTIÇA, SECRETARIA DO INTERIOR e SECRETARIA DA FAZENDA. . CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 4 Posteriormente denominada de Secretaria dos Negócios, do Interior e Justiça (1926), reestruturou-se, mais uma vez, passando a denominar-se Secretaria do Interior e Justiça, e, em seguida, através da Lei nº 6.085, de 08 de novembro de 1962, passou a denominar-se Secretaria de Justiça. De acordo com a Lei nº 13.297, de 07 de março de 2003, que dispôs sobre o modelo de gestão do Poder Executivo e alterou a Estrutura da Administração Estadual, passou a denominar-se Secretaria da Justiça e Cidadania 2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Secretário(a) da Justiça e Cidadania Secretário(a) Adjunto da Justiça e Cidadania Secretário(a) Executivo Orgãos Colegiados (Conselhos) Orgãos de Execução Programatica Escola de Gestão Penitenciária Coordenadoria da Cidadania Coordenadoria de Inteligência Escola de Gestão Coordenadoria de Inclusão social do Preso e do Egresso Coordenadoria Especial do Sistema Prisional Núcleo de Segurança e Disciplina Núcleo da Casa do Albergado Núcleo de Assistência à Saúde Núcleo de Custódia Unidades Prisionais Orgãos de Execução Instrumental Coordenadoria de Gestão de Pessoas Coordenadoria Administrativa Finaceira Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação Coordenadoria de Ptrimonio e Logistica Orgãos de Assessoramento Jurídica Desenvolvimento Institucional CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 5 Secretaria da Justiça e Cidadania Coordenadoria Especial do Sistema Prisional Unidades Prisionais Casa de Prisão Provisória de Liberdade Agente Penitenciário Luciano Andrade de Lima Casa de Prisão Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto Casa de Prisão Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto Casa de Prisão Provisória de Liberdade Elias Alves da Silva Casa de Prisão Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros LealBarros Leal Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes Unidade Prisional Professor José Sobreira de amorim Centro de Triagem e Observação Criminológica Centro de Execução da Pena e Integração Social Vasco Damasceno Weyne Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes Hospital e Sanatório Penal Professor Otávio Lobo Célula Regional do Sistema Penal Norte Cadeias Públicas da Região Norte Penitenciária Industrial Regional de Sobral Célula Regional do Sistema Penal Sul Cadeias Públicas da Região Sul Colonia Agricola Pade José Esmeraldo de Melo Penitenciária Industrial Regional do Cariri Regional de Orientação Metropolitana de Fortaleza e Adjacências Cadeias Públicas da Região Metropolitana e Adjacentes Regional de Orientação do Litoral Oeste Cadeias Públicas da Região do Litoral Oeste Regional de Orientação Jaguaribana Cadeias Públicas da Região Jaguaribana Regional de Orientação do Inhamuns Cadeias Públicas da Região do Inhamuns Regional de Orientação do Sertão Central Cadeias Públicas da Região do Sertão Central Regional de Orientação Centro Sul Cadeias Públicas da Região do Centro Sul CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 6 3. COMPETÊNCIAS DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA Lei 13.875. - Art.44. Compete à Secretaria da Justiça e Cidadania: Executar a manutenção, supervisão, coordenação, controle, segurança, inteligência e administração do Sistema Penitenciário e o quê se referirem ao cumprimento das penas; Promover o pleno exercício da cidadania e a defesa dos direitos inalienáveis da pessoa humana, através da ação integrada entre o Governo Estadual e a sociedade, competindo-lhe zelar pelo livre exercício dos poderes constituídos; Superintender e executar a política estadual de preservação da ordem jurídica, da defesa, da cidadania e das garantias constitucionais; Desenvolver estudos e propor medidas referentes aos direitos civis, políticos, sociais e econômicos, as liberdades públicas e à promoção da igualdade de direitos e oportunidades; Atuar em parceria com as instituições que defendem os direitos humanos; cooperação e integração das políticas públicas setoriais que garantam plena cidadania às vítimas ou testemunhas ameaçadas; Coordenar e supervisionar a execução dos Programas de Assistência às Vítimas e às Testemunhas Ameaçadas - PROVITA; Administrar as Casas de Mediação; Administrar as Casas do Cidadão; administrar o Caminhão do Cidadão; Administrar o Escritório de Combate ao Tráfico de Seres Humanos; Administrar a Escola de Formação para a Gestão Penitenciária e exercer outras atribuições necessárias ao cumprimento de suas finalidades, nos termos do Regulamento. A Lei nº 14.869, de 25 de janeiro de 2011, acrescentou ao elenco de competências da SEJUS a atividade de “Inteligência”. 4. MISSÃO INSTITUCIONAL Conforme o Art. 2º do Decreto nº 27.385, de 02 de março de 2004, a Secretaria da Justiça e Cidadania tem como missão: Promover o pleno exercício da cidadania e a defesa dos direitos inalienáveis da pessoa humana, através da ação integrada entre o Governo Estadual e a sociedade. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 7 5. VALORES O art. 3º definiu os valores da Secretaria da Justiça e Cidadania: I. a justiça; II. a cidadania; III. a ordem e o direito; IV. o respeito à dignidade humana; V. o comprometimento com a missão funcional e institucional. 6. ATRIBUIÇÕES 6.1 DA DIREÇÃO SUPERIOR - DO(A) SECRETÁRIO(A) DA JUSTIÇA E CIDADANIA São atribuições do Secretário da Justiça e Cidadania, definidas no art. 58 da Lei nº 13.297, de 07 de março de 2003, além das previstas na Constituição Estadual: I. Promover a administração geral da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), em estreita observância às disposições normativas da Administração Pública Estadual; II. Exercer a representação política e institucional da Sejus, promovendo contatos e relações com autoridades e organizações de diferentes níveis governamentais; III. Assessorar o Governador e colaborar com outros Secretários de Estado emassuntos de competência da Sejus; IV. Despachar com o Governador do Estado; V. participar das reuniões do Secretariado com Órgãos Colegiados Superiores, quando convocado; VI. Fazer indicação ao Governador do Estado para o provimento de Cargos de Direção e Assessoramento Superior, atribuir gratificações e adicionais, na forma prevista em Lei, dar posse aos servidores e inaugurar o processo disciplinar no âmbito da Sejus; VII. Promover o controle e a supervisão da Entidade da Administração Indireta vinculada à Sejus; VIII. Delegar atribuições ao Secretário Adjunto da Justiça e Cidadania; IX. Atender às solicitações e convocações da Assembléia Legislativa; X. Apreciar, em grau de recurso hierárquico, quaisquer decisões no âmbito da Sejus, da Entidade a ela vinculada, ouvindo sempre a autoridade cuja decisão ensejou o recurso, respeitados os limites legais; XI. Decidir, em despacho motivado e conclusivo, sobre assuntos de sua competência; XII. Autorizar a instalação de processos de licitação e ratificar a sua dispensa ou declaração de sua inexigibilidade, nos termos da legislação específica; XIII. Aprovar a programação a ser executada pela Sejus e pela Entidade a ela vinculada, a proposta orçamentária anual e as alterações e ajustes que se fizerem necessários; XIV. Expedir portarias, instruções normativas e resoluções sobre a organização administrativa interna da Sejus, não limitada ou restrita por atos normativos superiores e sobre a aplicação de Leis, Decretos ou Regulamentos de interesse da Secretaria; XV. Apresentar, anualmente, relatório analítico das atividades da Sejus; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 8 XVI. Referendar atos, contratos ou convênios, em que a Sejus seja parte, ou firmá-los, quando tiver atribuição a si delegada pelo Governador do Estado; XVII. Promover reuniões periódicas de coordenação entre os diferentes escalões hierárquicos da Sejus; XVIII. Atender requisições e pedidos de informações do Poder Judiciário, ouvindo previamente a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), e do Poder Legislativo; XIX. Instaurar sindicâncias e determinar a abertura de processo administrativo-disciplinar contra servidores públicos faltosos, aplicando as penalidades de sua competência; XX. Designar servidores para compor Comissões e Grupos de Trabalho com a finalidade específica de atender as questões relacionadas à gestão administrativa; XXI. Desempenhar outras tarefas que lhe forem determinadas pelo Governador do Estado, nos limites de sua competência constitucional e legal. 7. COMPETÊNCIA DAS UNIDADES ORGÂNICAS DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA (SEJUS) 7.1 ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO 7.1.1 DA ASSESSORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL À Assessoria de Desenvolvimento Institucional compete o desenvolvimento das seguintes atribuições: I. Planejamento, acompanhamento e avaliação; II. Assessoramento e consultoria; III. Pesquisa e análise; IV. Comunicação. 7.1.2 DA ASSESSORIA JURÍDICA À Assessoria Jurídica compete o desenvolvimento das seguintes atribuições: I. Assessoramento e consultoria; II. Elaboração de instrumentos e minutas e o monitoramento e análise das normas legais. . 7.2 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA 7.2.1 COORDENADORIA DA CIDADANIA À Coordenadoria de Cidadania compete o desenvolvimento das seguintes atribuições: I - Propor ao Secretário medidas destinadas à preservação e garantia dos direitos de cidadania; II - Coordenar e promover a articulação e animação dos colegiados vinculados a SEJUS; III - Coordenar, promover e supervisionar a execução dos programas de proteção à pessoa: Programa Estadual de Proteção às Testemunhas e Vítimas Ameaçadas (Provita), Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), Programa de Proteção à Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM); CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 9 IV - Administrar os Caminhões e as Casas do Cidadão; V - Coordenar, promover e supervisionar as ações de enfrentamento ao tráfico de pessoas; VI - Coordenar, promover e supervisionar as ações da Comissão Especial de Anistia Wanda Rita Othon Sidou; VII - Divulgar as ações de cidadania e educação em direitos humanos; VIII - Prestar apoio à vítimas de crimes violentos, fornecendo orientação jurídica, social e psicológica, através do Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência CRAVV; IX - Exercer outras atividades correlatas. 7.2.2 DA COORDENADORIA ESPECIAL DO SISTEMA PRISIONAL À Coordenadoria Especial do Sistema Prisional compete o desenvolvimento das seguintes atribuições: I. Supervisionar os estabelecimentos penais e executar a política penitenciária do Estado do Ceará, que reger-se-á por legislação específica e regulamento próprio; II. Distribuir os condenados e os submetidos à medida de segurança entre os diferentes estabelecimentos prisionais; III. Promover e regular a execução das penas privativas de liberdade e das medidas de segurança detentivas; IV. Superintender a organização do trabalho prisional interno; V. coordenar o funcionamento administrativo dos estabelecimentos e serviços penais; VI. Assistir tecnicamente os Órgãos e Entidades, públicos ou privados, que colaboram na execução penal; VII. Atender requisições de membros do Poder Judiciário e do Ministério Público relativas à execução penal; VIII. Fixar a política, as diretrizes técnicas e administrativas e os procedimentos relativos ao tratamento dos sentenciados, tendo em vista reeducá-los e ressocializá-los, por meio da individualização da execução da pena; IX. Promover, nos estabelecimentos prisionais, regime de tratamento adequado aos acusados sob custódia provisória; X. Executar, em conformidade com a legislação vigente, as medidas de segurança e revistas a serem cumpridas em estabelecimentos prisionais; XI. Cuidar da promoção social das famílias dos condenados e ensejar aos egressos condições de reintegração na comunidade; XII. Organizar cursos para a formação e aperfeiçoamento dos servidores do sistema prisional; XIII. Realizar estudos e pesquisas sobre a criminalidade nos seus diversos aspectos, bem como sobre Penalogia, Ciência Penitenciária e outras matérias afins, com o objetivo de proporcionar à administração os elementos indispensáveis à elaboração e execução da política penal; XIV. Responder, interinamente, por qualquer das unidades penais, em caso de impedimento ou ausência de seus titulares; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 10 XV. Elaborar, junto aos Orientadores de Células ou Assessores Técnicos colaboradores da administração penitenciária, os regimentos internos das unidades prisionais; XVI. Proporcionar condições para um harmônico retorno dos presos à vida em sociedade. 7.2.3 COORDENADORIA DE INCLUSÃO SOCIAL DO PRESO E DO EGRESSO À Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (CISPE): I - Incluir os apenados e egressos nas vagas de trabalho ofertadas;II - Possibilitar a melhoria do rendimento do trabalho executado pelos presos; III - Oferecer ao preso, novos tipos de trabalho, compatíveis com sua situação na prisão; IV - Proporcionar formação profissional ao apenado em atividades de desempenho viável após a sua liberação; V - Concorrer para laborterapia, mediante a seleção vocacional e o aperfeiçoamento profissional do apenado e do egresso; VI - Intensificar a inserção no mercado laboral, a fim de evitar a reincidência criminal, especialmente, no primeiro ano de progressão de liberdade; VII - Colaborar com a COESP e com outras entidades na cessão de mão de obra braçal e especializada; VIII - Concorrer para aperfeiçoamento de técnicas de trabalho, com vistas à melhoria, qualitativa e quantitativa, da produção dos presídios com a elaboração de planos especiais para as atividades industriais, agrícolas e artesanais, promovendo a comercialização do respectivo produto, com sentido empresarial, oportunizando incremento de capacitação de recursos através do Fundo de Defesa Social (FDS); IX - Promover estudos, concurso e pesquisa e sugerir, se for o caso, aos poderes públicos competentes, medidas necessárias ou convenientes para atingir suas finalidades; X - Apoiar as entidades públicas ou privadas que promovam ou incentivem a formação ou aperfeiçoamento de servidores do Sistema Penitenciário; XI - Elaborar, acompanhar e executar os projetos e convênios federais, estaduais e municipais, bem como monitorar os contratos desenvolvidos junto à Direção Superior; XII - Fomentar a abertura de processos licitatórios com o objetivo de adquirir bens ou executar serviços, referentes aos projetos e convênios elaborados entre a Sejus e parceiros tangente à perspectiva da inclusão social; XIII - Participar, ativamente, das atualizações dos projetos e reuniões, bem como acompanhar o Fundo de Defesa Social (FDS) da Secretaria; XIV - Acompanhar e auxiliar os gestores dos contratos firmados, a fim de que se mantenham os termos acordados em consonância com os prazos; XV - Requerer o pagamento de parcelas contratuais, bem como apresentar certidões requeridas; XVI - Exercer outras atividades correlatas. 7.2.4 COORDENADORIA DE INTELIGÊNCIA CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 11 À Coordenadoria de Inteligência (COINT): I - Assessorar o Secretário com conhecimentos precisos e oportunos sobre a rotina das unidades prisionais; II - Obter, processar e difundir conhecimentos de inteligência penitenciária e os destinados ao processo decisório no âmbito da SEJUS, bem como sua salvaguarda; III - Produzir históricos, estatísticas e análises pertinentes ao sistema prisional do Estado; IV - Identificar e neutralizar ações adversas reais ou potenciais, ou que possam oferecer óbices aos objetivos da segurança penitenciária, bem como da segurança pública; V - Acompanhar a conjuntura de Segurança Penitenciária Nacional, Estadual, Municipal, com o estudo de situações e elaboração de projeções de cenários, objetivando subsidiar o Secretário no desenvolvimento e consecução da política estadual de Gestão Penitenciária, e sua proteção contra ações adversas; VI - Promover e estimular a formação e aprimoramento profissional dos integrantes da coordenadoria; VII - Exercer outras atividades correlatas. 7.2.5 DA ESCOLA DE GESTÃO PENITENCIÁRIA E FORMAÇÃO PARA A RESSOCIALIZAÇÃO À Escola de Gestão Penitenciária e Formação para a Ressocialização (EGPR): I - Implementar uma política de desenvolvimento de recursos humanos mediante a proposição de programas de formação continuada, valorização profissional e promoção humana dos colaboradores e segmentos transversais ao funcionamento do sistema penitenciário, tendo como perspectiva o cumprimento da missão institucional da reintegração social do recluso penitenciário; II - Elaborar projeto pedagógico e grade curricular de longo prazo, efetivada através da realização de cursos, especializações, seminários, projetos de pesquisas e de outras atividades pedagógicas, com o objetivo de atender às diretrizes do Sistema Penitenciário; III - Proporcionar formação integral ao servidor penitenciário, no que diz respeito às relações de trabalho com os presos; IV - Produzir competências técnica, intelectual e humana, através de ações educativas; V - Articular, permanentemente, o pensamento sobre a formação e as relações de trabalho do servidor penitenciário mobilizando, para tanto, outros segmentos sociais, governamentais e não governamentais; VI - Articular e integrar, permanentemente, os quadros de pessoal do Sistema Penitenciário em seus vários níveis de habilitação profissional, funcional e formação educacional com vistas a promover os objetivos maiores da instituição; VII - Planejar e executar programas e projetos de pesquisa, documentação e memória com vistas ao estudo e a proposição de políticas setoriais ajustando às práticas e à cultura do Sistema Penitenciário aos objetivos superiores da sociedade; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 12 VIII - Concorrer para a melhoria de métodos, das técnicas e dos processos administrativos aplicáveis à formação, capacitação e integração de recursos humanos, com vistas ao aperfeiçoamento continuado dos colaboradores do Sistema Penitenciário; IX - Desenvolver formas de cooperação e intercâmbio cultural e educativo, em nível local, nacional e internacional, com o objetivo de enriquecer as atividades pedagógicas da instituição; X - Pesquisar, promover, preservar e divulgar informações inerentes à memória do Sistema Penitenciário; XI - Elaborar projetos de desenvolvimento e capacitação e outras atividades de educação e qualificação, definindo programas, objetivos e metodologias de ensino, recursos didáticos, sistemas de acompanhamento, avaliação e pré-requisitos de participação; XII - Efetuar a análise dos resultados dos projetos e programas realizados; XIII - Exercer outras atividades correlatas. 7.3 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL 7.3.1 COORDENADORIA DE GESTÃO DE PESSOAS À Coordenadoria de Gestão de Pessoas (COGEP): I - Planejar, controlar, executar e avaliar as atividades relativas à gestão de pessoas, bem como tomar conhecimento e aplicar normas legais e regulamentares pertinentes a direitos, vantagens, concessões, deveres e responsabilidades dos servidores e colaboradores; II - Efetuar o controle diário das frequências do pessoal lotado na Secretaria e unidades prisionais; III - Registrar e manter organizados todos os atos relativos à situação funcional dos servidores; IV - Elaborar e executar as atividades relativas à folha de pagamento, ajuda de custos, vantagens, horas extras, gratificações e diárias observadas as tabelas autorizadas pela Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG); V - Elaborar, anualmente, o plano de férias dos servidores, zelando pela sua observância; VI - Prestar informações aos servidores e colaboradores acerca de sua situação funcional; VII - Propor e implementar ações de relacionamento com as unidades orgânicas da SEJUS, e com os servidores, nas questões relativas à administração de recursos humanos; VIII - Exercer atividades de auditoria de pessoal e de análise das informações constantes no Sistema Integrado de Recursos Humanos (Sige-Rh) e supervisionar a apuração de irregularidadesconcernentes à aplicação da legislação relacionada à gestão de pessoas; IX - Propor políticas e diretrizes relativas às atividades de gestão da força de trabalho na SEJUS; X - Promover a articulação com os sindicatos e entidades representativas e órgãos de classes dos servidores; XI - Dar publicidade aos atos praticados instituindo canais de comunicação direta com os servidores; XII - Gerenciar e controlar o provimento e vacância dos cargos efetivos e cargos comissionados; XIII - Executar e controlar o processo de lotação e movimentação dos servidores; XIV - Organizar e manter atualizado o cadastro funcional dos servidores; XV - Organizar e elaborar a documentação referente à nomeação, exoneração e outros atos administrativos do servidor; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 13 XVI - Organizar, controlar, apurar e expedir informações sobre a frequência de servidores em exercício e/ou cedidos; XVII - Estabelecer sistemática de acompanhamento de programa de estágios; XVIII - Exercer outras atividades correlatas. 7.3.2 COORDENADORIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA À Coordenadoria Administrativo-Financeira (COAFI): I - Prestar assessoria ao Secretário e coordenadorias nos assuntos pertinentes aos aspectos administrativos, orçamentários, financeiros e contábeis; II - Planejar, coordenar e acompanhar as ações relacionadas às atividades administrativas, financeiras, orçamentárias e contábeis da SEJUS; III - Acompanhar e controlar a elaboração e execução orçamentária e financeira dos gastos de manutenção da SEJUS, de acordo com os respectivos limites legais e prazos estabelecidos no desembolso anual; IV - Solicitar esclarecimentos e informações sobre o andamento dos contratos, sob a responsabilidade de cada gestor de contratos, o perfil dos gastos dos projetos finalísticos, de acordo com os respectivos limites legais e prazos estabelecidos para o desembolso, assim como opinar sobre questões que, direta ou indiretamente, se relacionam com a sua execução e controle; V - Participar da elaboração do Programação Financeira Anual (POA) da Secretaria, assim como opinar sobre questões que, direta ou indiretamente, se relacionam com a sua execução e controle; VI - Propor e realizar estudos, normas e orientações relativas às áreas administrativa, financeira e contábil; VII - Acompanhar e controlar a liberação de recursos oriundos do Tesouro Estadual, Federal, Convênios e outros; VIII - Prestar, junto aos órgãos de controle interno e externo informações e esclarecimentos necessários às auditorias e tomadas de contas anuais; IX - Informar, esclarecer e orientar os servidores e colaboradores sobre a fiel observância e alterações na legislação orçamentária, financeira, contábil, e a sua adequada aplicação; X - Controlar a execução e evolução do nível de despesas com pessoal registradas nos sistemas corporativos, gerenciais e operacionais do Estado; XI - Coordenar e acompanhar o controle das contas bancárias da SEJUS; XII - Providenciar a emissão de pedidos de empenho dos processos, acompanhando toda a tramitação dos estágios da despesa. 7.3.3 COORDENADORIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO À Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC): I - Planejar, coordenar, gerenciar e participar de ações relacionadas à TIC, promovendo a integração e o alinhamento com as estratégias organizacionais; II - Subsidiar o Secretário com informações para elaboração e controle da execução de políticas, diretrizes, planos e para a tomada de decisões; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 14 III - Assessorar as unidades orgânicas da SEJUS em assuntos relacionados à TIC, seguindo as diretrizes do Governo e dos órgãos competentes; IV - Participar da formulação de diretrizes, normas e procedimentos governamentais que orientem e disciplinem a utilização dos recursos relacionados a TIC, bem como verificar seu cumprimento; V - Fornecer subsídios para a proposição de programas de intercâmbio de conhecimentos ou de ação conjunta com órgãos e entidades cujas competências se correlacionem com as matérias pertinentes a sua área de atuação; VI - Elaborar, implementar e conduzir as políticas e diretrizes internas de TIC e definir estratégias de curto, médio e longo prazo para sua aplicação, avaliando os impactos e resultados a serem alcançados, alinhados aos planos de Governo; VII - Promover o planejamento estratégico de TIC, avaliando e aprovando os planos de ação, focando nos benefícios organizacionais e assegurando que sejam alcançados; VIII - Promover a integração das atividades entre as demais unidades orgânicas da área de TIC; IX - Promover a elaboração e aprovar o Plano Diretor de Informática, o Plano Plurianual, o Orçamento e o Plano Operativo da área de TIC, submetendo à validação da Direção Superior; X - Submeter às políticas, diretrizes e planos de TIC a aprovação do Secretário; XI - Exercer outras atividades correlatas. 7.3.4 COORDENADORIA DE PATRIMÔNIO E LOGÍSTICA À Coordenadoria de Patrimônio e Logística (COPAT): I - Coordenar, planejar, gerenciar e participar de ações relacionadas a aquisição, manutenção e incorporação de bens móveis e imóveis a comporem o patrimônio da SEJUS; II - Coordenar e promover a manutenção periódica dos bens incorporados ao patrimônio, incluindo os veículos; III - Subsidiar o Secretário com informações concernentes à logística, patrimônio, manutenção e compras para elaboração de diretrizes que oriente e discipline a utilização dos recursos e defina estratégias de fomento aos resultados a se alcançar; IV - Gerenciar a consistência e a regularidade dos registros patrimoniais, interagindo com os demais setores, e quando necessário esclarecendo e orientando sob sua adequada utilização; V - Acompanhar atualização do inventário das unidades administrativas da SEJUS; VI - Coordenar ações que visem manter atualizados os registros de todos os veículos pertencentes ao patrimônio da Secretaria e em poder da mesma, executando as atividades relativas ao controle, no que se refere à manutenção corretiva e preventiva, ao abastecimento, à quilometragem e às atividades desenvolvidas pelos motoristas; VII - Promover a conservação e operacionalização de sistemas de controle de veículos, combustíveis e lubrificantes; VIII - Coordenar a manutenção e controlar a aquisição, o uso e o estoque dos bens duráveis, materiais de consumo e insumos, assim como adotar medidas que visem sua conservação; IX - Planejar, controlar, orientar e avaliar as atividades relativas à administração de patrimônio, acompanhando o balancete mensal de estoque de material assegurando o suprimento das unidades orgânicas; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 15 X - Coordenar, planejar, implementar e controlar a eficiência do fluxo de demandas, pesquisa de preços, recebimento, armazenagem e distribuição de material de consumo, permanente e insumos nas unidades da SEJUS; XI - Coordenar e planejar a manutenção, distribuição e controleda frota e de abastecimento dos veículos; XII - Gerir, planejar e fiscalizar a manutenção preventiva e corretiva dos prédios e unidades penais da Secretaria; XIII - Criar comissões de recebimento provisório e definitivo buscando prestar o suporte necessário para analisar os produtos adquiridos de forma a prezar pela fidedignidade dos mesmos; XIV - Exercer outras atividades correlatas. 7.3.5 ÓRGÃOS COLEGIADOS 7.3.1 Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos 7.3.2 Comitê Estadual de Combate e Prevenção à Tortura no Ceará 7.3.3 Comitê Estadual Interinstitucional de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas 7.3.4 Conselho Gestor do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte 7.3.5 Conselho Penitenciário do Estado do Ceará 7.3.6 Coordenação Estadual do Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos 7.3.7 Conselho Deliberativo do Programa de Proteção às Vítimas e às Testemunhas Ameaçadas no Estado do Ceará 7.3.8 Conselho Gestor do Fundo Penitenciário do Estado do Ceará 8. RESUMO DAS UNIDADES PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS QUANTIDADE PENITENCIÁRIAS 04 PRESÍDIOS 08 HOSPITAIS 02 COLÔNIAS 01 *CASA DO ALBERGADO 03 CADEIAS PÚBLICAS 128 *Casa do albergado da região Metropolitana de Fortaleza, de acordo com decreto nº 32.434/2017, recebe tratamento de Núcleo. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 16 DECRETO Nº 32.434, de 05 de dezembro de 2017. ALTERA A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E DISPÕE SOBRE A DISTRIBUIÇÃO E A DENOMINAÇÃO DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA (SEJUS). O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das atribuições que lhe confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição Estadual; CONSIDERANDO o disposto no Decreto n°32.127, de 12 de janeiro de 2017; CONSIDERANDO, finalmente, que se dispõe o Decreto nº 21.325, de 15 de março de 1991, quanto à indispensável transparência dos atos do governo, DECRETA: Art. 1º A estrutura organizacional básica da Sejus passa a ser a seguinte: I - DIREÇÃO SUPERIOR • Secretário da Justiça e Cidadania • Secretário Adjunto da Justiça e Cidadania II - GERÊNCIA SUPERIOR • Secretaria Executiva III - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO 1. Assessoria Jurídica 2. Assessoria de Desenvolvimento Institucional 3. Ouvidoria IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA 4. Coordenadoria da Cidadania 4.1. Célula das Unidades Integradas de Atendimento ao Cidadão – Programa Vapt Vupt 4.2. Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência 4.3. Núcleo de Apoio à Cidadania 4.4. Núcleo de Assessoria dos Programas de Proteção às Pessoas 5. Coordenadoria Especial do Sistema Prisional 5.1. Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa 5.1.1. Núcleo de Administração Carcerária I 5.2. Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II 5.2.1. Núcleo de Administração Carcerária II 5.3. Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto 5.3.1. Núcleo de Administração Carcerária X 5.4. Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto 5.4.1. Núcleo de Administração Carcerária XI 5.5. Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Penitenciário Luciano Andrade de Lima 5.5.1. Núcleo de Administração Carcerária VI 5.6. Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Fco Adalberto de Oliveira Barros Leal 5.6.1. Núcleo de Administração Carcerária VII 5.7. Casa de Privação Provisória de Liberdade Elias Alves da Silva 5.7.1. Núcleo de Administração Carcerária VIII 5.8. Penitenciária Industrial Regional de Sobral CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 17 5.8.1. Núcleo de Administração Carcerária IV 5.9. Penitenciária Industrial Regional do Cariri 5.9.1. Núcleo de Administração Carcerária III 5.10. Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo 5.10.1. Núcleo de Administração Carcerária V 5.11. Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes 5.11.1. Núcleo de Administração Carcerária XII 5.12. Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim 5.12.1. Núcleo de Administração Carcerária XVI 5.13. Centro de Triagem e Observação Criminológica 5.13.1. Núcleo de Administração Carcerária XIII 5.14. Centro de Execução da Pena e Integração Social Vasco Damasceno Weyne 5.14.1. Núcleo de Administração Carcerária IX 5.15. Colônia Agrícola Padre José Esmeraldo de Melo 5.16. Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes 5.16.1. Núcleo de Administração Carcerária XIV 5.17. Hospital e Sanatório Penal Professor Otávio Lobo 5.17.1. Núcleo de Administração Carcerária XV 5.18. Célula Regional do Sistema Penal Norte 5.19. Célula Regional do Sistema Penal Sul 5.20. Célula do Grupo de Apoio Penitenciário 5.21. Célula de Articulação do Sistema Penal 5.21.1. Núcleo de Assistência à Saúde 5.21.2. Núcleo da Casa do Albergado 5.21.3. Núcleo de Segurança e Disciplina 5.21.4. Núcleo de Custódia 5.22. Célula de Atendimento Psicossocial ao Trabalhador Penitenciário 6. Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso 6.1. Núcleo de Empreendedorismo e Economia Solidaria 6.2. Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante 6.3. Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos 6.4. Núcleo de Artes e Eventos 7. Coordenadoria de Inteligência 8. Escola de Gestão Penitenciaria e Formação para a Ressocialização 8.1. Célula Pedagógica 8.1.1. Núcleo de Ensino 8.1.2.Núcleo de Pesquisa e Memória 8.1.3.Núcleo de Apoio e Logística V - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL 9. Coordenadoria de Gestão de Pessoas 10. Coordenadoria Administrativo-Financeira 10.1. Núcleo Contábil e Financeiro CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 18 11. Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação 11.1. Célula de Gestão da Informação 12. Coordenadoria de Patrimônio e Logística 12.1. Célula de Compras e Logística 12.1.1. Núcleo de Transporte 13. Célula de Acompanhamento e Monitoramento de Projetos VI - ÓRGÃOS COLEGIADOS • Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos • Comitê Estadual de Combate e Prevenção à Tortura no Ceará • Comitê Estadual Interinstitucional de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas • Conselho Gestor do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte • Conselho Penitenciário do Estado do Ceará • Coordenação Estadual do Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos • Conselho Deliberativo do Programa de Proteção à Vítimas e à Testemunhas Ameaçadas no Estado do Ceará • Conselho Gestor do Fundo Penitenciário do Estado do Ceará Parágrafo único. Obedecida à legislação própria e os parâmetros estabelecidos neste Decreto, as competências das unidades orgânicas e as atribuições dos cargos de provimento em comissão da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), serão fixadas em Regulamento, a ser aprovado por Decreto do Chefe do Poder Executivo, Estadual, no prazo de 90 (noventa) dias a partir da publicação deste instrumento. Art. 2º Ficam distribuídosna estrutura organizacional da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), mais 23 (vinte e três) cargos de provimento em comissão, sendo 04 (quatro) símbolo DNS-2, 04 (quatro) símbolo DNS-3, 05 (cinco) símbolo DAS-1, 02 (dois) símbolo DAS-3 e 08 (oito) símbolo DAS-4. Art. 3º Os cargos da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) são os constantes do Anexo Único deste Decreto, com símbolos, denominações e quantificações ali previstas. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 05 de dezembro de 2017. Camilo Sobreira de Santana GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ Francisco de Queiroz Maia Júnior SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO Maria do Perpétuo Socorro França Pinto SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS MÓDULO I: Administração Penitenciária - 20h/a DISCIPLINA 03: Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará ELABORAÇÃO: Francisco Ronaldo Pinho Coelho Júnior Fortaleza, março de 2018. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS MÓDULO I: Administração Penitenciária - 20h/a DISCIPLINA 03: Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará ELABORAÇÃO: Francisco Ronaldo Pinho Coelho Júnior Fortaleza, março de 2018. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4 01. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4 02. REGIMENTO INTERNO E SUA RELAÇÃO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........... 5 2.1 Competência para legislar sobre Direito Penitenciário ................................................................... 6 2.2 Portaria ou Decreto? ........................................................................................................................ 7 2.3 Regimento Interno Prevê direitos de servidores do sistema penitenciário? .................................... 7 03. FUNDAMENTAÇÃO DO REGIMENTO INTERNO .................................................................. 7 3.1 Regras Mínimas para Tratamento de Presos .............................................................................. 7 3.1.1 Dignidade da Pessoa Humana .................................................................................................. 8 3.1.2 Imparcialidade e tratamento diferenciado ........................................................................... 8 3.2 Lei de Execuções Penais ................................................................................................................. 8 3.3 Constituição Federal? ...................................................................................................................... 9 04. OBJETIVOS DA EXECUÇÃO PENAL ........................................................................................ 9 4.1 Efetivar as Disposições da Sentença Penal ..................................................................................... 9 4.2 Garantir a Reintegração Social ........................................................................................................ 9 05. ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ .................................... 10 05.1. Centro de Triagem e Observação Criminológica – CTOC ................................................... 10 05.2. Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Liberdade ...................................... 10 05.3. Penitenciárias ........................................................................................................................ 10 05.4. Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares........................................................................ 11 05.5. Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico) ..................................................................................................................... 12 05.6. Casa do Albergado ................................................................................................................ 13 05.7. Cadeias Públicas ................................................................................................................... 13 06. PROBLEMAS PRÁTICOS ....................................................................................................... 13 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 3 06.1. Cela Individual: Faculdade ou Obrigatoriedade? ................................................................. 13 06.2. Segurança Externa: Agentes Penitenciários ou Polícia Militar? .......................................... 14 06.3. Cadeia Pública: solução ou problema? ................................................................................. 15 06.4. Presos Provisórios em Penitenciárias ................................................................................... 16 06.5. Presos Condenados em Casas de Privação Provisória de Liberdade .................................... 16 06.6. Visita íntima: regalia ou direito comum? ............................................................................. 17 06.7. Procedimento Disciplinar ..................................................................................................... 17 06.7.1. Defesa Técnica: Faculdade ou Obrigatoriedade? .............................................................. 17 06.7.2. Cometimento de Crime e Presunção de Inocência ............................................................ 18 06.7.3. Porte de Celular e Componentes: fato atípico ou falta grave ............................................ 19 06.8. Preso recapturado sem guia de recolhimento e sem exame de corpo de delito: recebe ou não recebe? 20 06.9. É possível a violação da correspondência do preso? ............................................................ 20 06.10. Caso não haja estabelecimento prisional destinado a determinado regime, o preso pode ser colocado em regime mais gravoso ...................................................................................................... 21 06.11. Mulheres grávidas e com filho com idade de até 12 anos incompletos: Prisão ou Prisão Domiciliar? ..........................................................................................................................................22 06.12. Saídas Temporárias: Decisão do Juiz ou da Administração Prisional? ................................ 23 07. REGIMENTO INTERNO ......................................................................................................... 24 QUESTÕES DE FIXAÇÃO ................................................................................................................. 65 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 4 APRESENTAÇÃO Prezado aluno, futuro Agente Penitenciário Estadual, é com imenso prazer que apresentamos esse material de acompanhamento da disciplina “REGIMENTO INTERNO DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS DO ESTADO CEARÁ”, no intuito de que o colega, já ultrapassada a fase de estudo para a prova objetiva, tenha acesso a uma análise e discussão mais aprofundada e prática sobre esse Ato Normativo tão importante ao nosso sistema penitenciário estadual. Vale destacar, que o “Regimento Interno”, é norma de uso imprescindível e constante ao agente penitenciário cearense, tendo em vista que, a rotina da unidade prisional, desde o ingresso do preso até sua saída com a condição de egresso, é delimitada por esse ato normativo. Guardadas as devidas proporções, É A BÍBLIA DO AGENTE PENITENCIÁRIO no âmbito da unidade prisional, notadamente daquele que é ou será lotado em cadeia pública, haja vista a distância com o núcleo central da Secretaria da Justiça e Cidadania. Com isso, desejamos que esses momentos iniciais de contato com a disciplina sirvam de “ponto de partida” para a carreira dos senhores e senhoras que dentre poucos dias estarão reforçando a execução penal cearense. 01. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como escopo realizar uma análise do Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará – Portaria n. 1220/2014, à luz do disposto na Constituição Federal, nas Regras Mínimas para tratamento de presos da ONU, (hoje denominadas Regras de Mandela), bem como confrontando o ato normativo com a realidade prática vivenciada pelos agentes penitenciários do Estado do Ceará. Vale destacar que a exigência ao Agente Penitenciário sobre o conhecimento da legislação de regência do sistema penitenciário cearense é imprescindível ao bom andamento da unidade na qual o servidor é ou será lotado, seja ocupante de cargos de direção ou não, pois todos os agentes integrantes de determinada unidade prisional são agentes da execução penal dos presos recolhidos no estabelecimento prisional. Assim, o presente trabalho não se presta a uma análise detalhada de todas as regras presentes na legislação, mas, por outro lado, incutir na mente do futuro agente penitenciário a necessidade sobre o conhecimento de tal legislação. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 5 Sabendo que na Administração Pública, direta e indireta, vigora o princípio da legalidade estrita, isto é, apenas é dado o Servidor Público praticar o que está expressamente previsto em lei (em sentido amplo, abrangendo da Constituição às circulares), conforme dispõe o caput do art. 37 da Constituição Federal, diferentemente da legalidade geral aos cidadãos, descrita no art. 5º, II da Constituição Federal. Ademais, cabe destacar que, por vezes, a inobservância do princípio da legalidade no âmbito da execução penal pode acarretar a impunidade de faltas disciplinares aplicadas, em face da atuação da defesa pugnando pela ilegalidade do procedimento. 02. REGIMENTO INTERNO E SUA RELAÇÃO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL A Constituição Federal de 1988 deu início a processo chamado de constitucionalização do direito, ou seja, matérias até então destinadas apenas ao âmbito da legislação infraconstitucional, passaram a fazer parte do corpo de normas constitucionais. No que se refere à execução penal, o papel da Constituição Federal é fundamental nesse ramo do direito, tendo em vista que a Carta Maior dispõe de várias regras sobre como deve ser o tratamento do preso, no âmbito do cumprimento da pena ou não. Assim, dispõe o art. 5º, III, que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Referido artigo é cópia integral do disposto no art. 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento que, embora dotado apenas de vinculação material, serviu de base para a promulgação da Constituição Brasileira. Em seguida, de forma mais veemente, a Constituição Federal tratou de disciplinar o princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, ou para alguns, INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO PENAL, conforme dispôs no art. 5º, XLVI e XLVII: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 6 Dessa forma, é de fundamental importância que o aluno compreenda que a execução penal, fundamentada no Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará não pode estar dissociada dos comandos constitucionais supracitados. Por fim, cumpre assinalar que as normas supramencionadas não podem ser modificadas pelo Congresso Nacional, através do Poder Constituinte Reformador (Emendas Constitucionais), tendo em vistas serem normas gravadas com o status de cláusulas pétreas, conforme se verifica pelo comando do art. 60, §4º, IV da Carta Maior. 2.1 Competência para legislar sobre Direito Penitenciário Tema que passa despercebido em alguns manuais e grades curriculares sobre execução penal é sobre a questão da competência para legislar sobre direito penitenciário e execução penal, se da União, privativamente ou exclusivamente, se dos Estados-Membros e da União, de forma concorrente. De início, cabe falar que, se a norma trouxer algum resquício de Direito Penal, já não cabe aos Estados tratar do tema, cabendo de forma privativa à União. No entanto, quando o assunto é EXECUÇÃO PENAL e DIREITO PENITENCIÁRIO a questão é diversa, pois, nesse caso, não se trata de competência privativa da União, mas, outrossim, competência CONCORRENTE entre a UNIÃO e os ESTADOS-MEMBROS. Dessa forma, para fundamentar o que foi dito acima, colaciona-se o contido na Constituição: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: Direito (...) penal Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito (...) penitenciário Assim, tem-se que quando for norma de Direito Penal, apenas à União caberá legislar, exceto se a própria União editar lei complementar delegando aos Estados tal competência, conforme dispõe o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal.No entanto, quando se tratar de Direito Penitenciário (execução penal), cabe à União legislar sobre NORMAS GERAIS e aos Estados SUPLEMENTAR tais normas, a saber pelo que consta nos §1º e 2º do art. 24 da Carta Maior. Foi com base na competência do art. 24, I, da CF/1988, e com fundamento nos parágrafos acima mencionados que a União editou A NORMA GERAL (LEP) e o Estado do Ceará editou a NORMA CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 7 SUPLEMENTAR (PORTARIA 1220), regulamentando e especificando as matérias tratadas genericamente na Lei de Execuções Penais. 2.2 Portaria ou Decreto? A despeito do Estado do Ceará não ter se mantido inerte, e regulamentado a LEP com a aprovação da Portaria nº 1220/2014 (que instituiu o Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará), tem-se a discussão, inclusive no âmbito da Coordenadoria Especial do Sistema Penal – COESP (antiga COSIPE) se o instrumento normativo apto a regulamentar a LEP seria de fato uma portaria, ato normativo interno, facilmente modificável e destituído de maior força. De acordo com Matheus Carvalho, se referindo à portaria trata-se de ato administrativo individual que estipula ordens e determinações internas e estabelece normas que geram direitos e obrigações internas a indivíduos específicos. (...) Podem ser citadas, como exemplos, a portaria de remoção de servidores ou portaria de vacância, ou ainda, a portaria que nomeia um servidor público para o exercício de uma determinada função de confiança. (Carvalho, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4ª ed. P. 289/290) Com fundamento na hierarquia das normas, em face da ilustração de Kelsen sobre a pirâmide no ordenamento jurídico, teríamos no topo desta a CF, logo abaixo as LEIS INFRACONSTITUCIONAIS, após regulamentando as leis infraconstitucionais OS DECRETOS. Nesse caso, pela melhor técnica legislativa o correto seria que o regimento interno dos estabelecimentos penais fosse legislado através de DECRETO, e não uma mera portaria. Porém, e é bom que se diga, isso não torna a portaria 1220 inconstitucional. 2.3 Regimento Interno Prevê direitos de servidores do sistema penitenciário? Não. O regimento interno regulamenta apenas como deve se dar a execução penal no âmbito estadual, conforme os ditames nas regras mínimas para tratamento de presos e na Lei de Execuções Penais. A relação entre os servidores estaduais e a Administração Pública Estadual está disciplinada na Lei Estadual n. 9.826/1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará). 03. FUNDAMENTAÇÃO DO REGIMENTO INTERNO 3.1 Regras Mínimas para Tratamento de Presos CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 8 As Regras Mínimas para Tratamento de Presos da ONU, documento aprovado pelo Conselho Econômico e Social da ONU, em 1955, na cidade de Genebra,e atualizado em 2015, passando a denominar-se “REGRAS DE MANDELA”, em alusão ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, como o próprio nome diz, são uma série de regras que os Estados Soberanos devem seguir no tratamento dos seus presos. Não obstante o seu caráter não-vinculante, vez que é apenas uma recomendação da ONU, o Brasil adota, no cumprimento da pena de seus presos, as Regras Mínimas como regras norteadoras da execução penal com dignidade. A Portaria n. 1220/2014 também adota os princípios contidos nas regras mínimas, conforme previsão do art. 1º. 3.1.1 Dignidade da Pessoa Humana Como não poderia deixar de ser, face ao que consta na Carta da Organização das Nações Unidas, bem como na Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Regras de Mandela adotam como fundamento principal o respeito à dignidade da pessoa humana, vedando-se que as penas sejam cruéis, desumanas ou degradantes, determinação repetida no art. 5º, XLVI da Constituição Federal. 3.1.2 Imparcialidade e tratamento diferenciado As Regras de Mandela também adotam como um de seus principais princípios o da imparcialidade no tratamento dos presos, conforme dispõe regra 02, o que não quer dizer que, no caso concreto, em face de situações específicas, possa haver tratamento diferenciado a determinado preso, sem que isso configure desrespeito ao princípio. Cite-se, como exemplo, o preso que necessita de alimentação especial em face de determinação do médico da unidade, sob pena de, desrespeitada a determinação, a integridade física do preso correr risco (Regra 02.2). 3.2 Lei de Execuções Penais A Lei de Execução penal é a Lei nacional de normas gerais a que se refere o art. 24, §1º da Constituição Federal, a qual, no nosso estado, é regulamentada pela Portaria n. 1220/2014 (Regimento Interno do Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará). CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 9 O regimento interno também segue como diretriz o que está determinado na LEP e, em algumas situações, supre situações específicas que a LEP não previu, a exemplo da não previsão na LEP do que seja falta leve e média, conforme destaca o art. 49. Vale destacar, que na função suplementar a legislação nacional (LEP), o regimento não pode dispor de forma diversa de institutos lá previstos de forma completa. 3.3 Constituição Federal? Conforme se denota pelo Art. 1º da Portaria 1220/2014, não houve naquele documento expressa menção à Constituição Federal como norma fundamentadora do regimento. Porém, a não menção não faz do regimento interno inconstitucional, haja vista que no seu bojo a Portaria respeita os princípios contidos na Carta Maior, notadamente da Dignidade da Pessoa Humana e a Individualização da Pena. 04. OBJETIVOS DA EXECUÇÃO PENAL 4.1 Efetivar as Disposições da Sentença Penal O primeiro objetivo comentado está presente na Regra nº 4 das Regras de Mandela, no art. 1º da Lei de Execução Penal, bem como no art. 1º da Portaria 1220/2014, sendo a primeira finalidade da execução penal, efetivar reprimenda penal que foi imposta ao réu através de sentença penal condenatória com trânsito em julgado. De acordo com Renato Marcão: Adotado o sistema vicariante pelo legislador penal, e considerando que a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal, conforme anuncia o art. 1º da Lei de Execução Penal, constitui pressuposto da execução a existência de sentença criminal que tenha aplicado pena, privativa de liberdade ou não, ou medida de segurança, consistente em tratamento ambulatorial ou internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. (Marcão, Renato. Curso de Execução Penal. 9ª ed.P. 31) 4.2 Garantir a Reintegração Social O segundo objetivo mencionado é também brilhantemente resumido por Renato Marcão (2011), quando preleciona “que a execução penal deve objetivar a integração social do condenado ou do CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIADA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 10 internado, já que adotada a teoria mista ou eclética, segunda a qual a natureza retributiva da pena não busca apenas a prevenção, mas também a humanização. Objetiva-se, por meio da execução, punir e humanizar”. As Regras Mínimas para Tratamento de Presos, a Lei de Execução Penal e o Regimento Interno também tem o mesmo sentido, isto é, a execução destina-se não apenas a cumprir o comando da sentença penal condenatória, mas garantir o retorno do apenado à sociedade. 05. ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ 05.1. Centro de Triagem e Observação Criminológica – CTOC Art. 9º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica, situado na região metropolitana de Fortaleza, concentrará o recebimento de presos oriundos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das comarcas do interior. §1º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica será responsável pela identificação e realização dos exames gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe técnica que promoverá atendimento social, psicológico, médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão encaminhados à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do preso e, posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das unidades de recebimento 05.2. Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Liberdade Art. 11 - As Casas de Privação Provisória de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo apresentar estrutura adequada que garanta o exercício dos direitos elencados no presente Regimento e demais legislações. §1º - Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno, estas unidades poderão abrigar presos condenados, que deverão permanecer em acomodações separadas dos provisórios. CPPLS ATUAIS: CPPL II (Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto)/ CPPL III (Casa de Privação Provisória de Liberdade José Jucá Neto)/ CPPL IV (Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves) 05.3. Penitenciárias CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 11 Art. 10 - As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado, caracterizando se pelas seguintes condições: I - Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania. II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade; III - Acomodação do preso preferencialmente em cela individual; IV - Locais de trabalho, atividades socioeducativas e culturais, esportes, prática religiosa e visitas; V - Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei de Execução Penal (LEP).§1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres terão estrutura adequada às suas especificidades e os responsáveis pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, exceto em eventos críticos ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de existência de uma creche para a acomodação dos recém-nascidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário. §2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento no que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou decisões judiciais.§3º - Haverá em cada estabelecimento de regime fechado uma Comissão Técnica de Classificação, que proporá o tratamento adequado para cada preso ou internado, além de acompanhar o programa de individualização da pena. PENITENCIÁRIAS ATUAIS: PFHVA (Penitenciária Francisco Viana Hélio de Araújo – Pacatuba)/ PIRC (Penitenciária Industrial Regional do Cariri)/ PIRES (Penitenciária Industrial Regional de Sobral) 05.4. Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares Art. 12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou Mistos destinam-se aos condenados e condenadas ao cumprimento da pena em regime semiaberto, caracterizando-se pelas seguintes condições: I - locais para: a) trabalho interno agropecuário; b) trabalho interno industrial; c) trabalho de manutenção e conservação intra e extra-muros, na circunscrição da Unidade respectiva;II - acomodação em alojamento ou cela individual ou coletiva; III - trabalho externo na forma da Lei; IV - locais internos CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 12 e externos para atividades sócio-educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita conforme dispõe a Lei. COLÔNIAS AGRÍCOLAS EXISTENTES: Colônia Agrícola do Cariri 05.5. Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico) Art. 13 - O Hospital Geral e Sanatório Penal destina-se ao tratamento do preso, em regime de internamento, das enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios, das convalescenças e de exames laboratoriais.§1º - O preso acometido de enfermidades, conforme artigo acima deverá permanecer internado o tempo necessário à sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade Prisional de origem logo após emissão de laudo médico autorizando sua alta. §2º - Os presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva HIV, receberão tratamento individualizado, a critério médico. §3º - Aos presos ou internados que apresentarem quadro de dependência química em substâncias entorpecentes será garantido tratamento individualizado adequado às suas necessidades, adotando-se políticas públicas voltadas para esta finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como serão incluídos nas atividades do Programa de Ações Continuadas de Assistência aos Drogadictos – PACAD da Sejus. §4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. §5º - O estabelecimento citado no caput deverá funcionar com equipes multidisciplinares em regime de plantão. §6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as recomendações das portarias interministeriais do Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em relação ao tema saúde, na execução de vagas e atendimentos para os presos em casos de exames e tratamentos de alta complexidade. §7º - Nas unidades prisionais femininas deverão existir estruturas específicas para a assistência integral à saúde da mulher, em atenção às suas peculiaridades Art. 14 - O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de segurança e ao tratamento psiquiátrico separadamente, devendo adequar-se às normas aplicáveis ao tratamento das respectivas insanidades. §1º - O preso comprovadamente portadorde doença mental deverá ser imediatamente encaminhado ao estabelecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo permanecer além do tempo necessário ao seu pronto restabelecimento, atestado pelo serviço médico local. §2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso ou permanência de pessoas que não apresentem quadro patológico característico da destinação do respectivo CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 13 estabelecimento.§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas específicas para a assistência à saúde mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades. HOSPITAIS: Hospital Geral e Sanatório Penal Professor Otávio Lobo – HSPOL/ Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes - IPGSG 05.6. Casa do Albergado Art. 15 - A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direitos consistente em limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino, garantindo-se a separação adequada com vistas à individualização das penas. §1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se-á pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. §2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local adequado para cursos e palestras, realizará encaminhamentos dos internos à rede de assistência social, de saúde e educação. 05.7. Cadeias Públicas Art. 16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. §1º - Nas Comarcas onde não existam peniten-ciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da Unidade respectiva. §2º - Ao preso provisório será assegurado regime especial no qual se observará: I - separação dos presos condenados; II - utilização de pertences pessoais permitidos;III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas; IV - oferecimento de oportunidade de educação, trabalho e lazer nos termos da legislação pertinente; V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo facultado ao preso optar por profissional particular às suas expenças; VI - Acesso aos meios de comunicação externos, autorizados por lei.§3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefeituras municipais oferecerão aos presos e presas os serviços essenciais, conforme determinação do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. 06. PROBLEMAS PRÁTICOS 06.1. Cela Individual: Faculdade ou Obrigatoriedade? CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 14 As Regras Mínimas para Tratamento de Presos, documento internacional da ONU que o Regimento Interno diz respeitar, prevê, em sua Regra 12, que as celas ou quartos destinados ao descanso noturno não devem ser ocupadas por mais de 1 preso, excepcionando-se em caso de superlotação temporária até o máximo de 2 presos. Já o Regimento Interno estabelece que as celas serão ocupadas, preferencialmente, por 1 preso por cela. Assim, instala-se um paradoxo entre o comando das Regras de Mandela (ainda que sem caráter vinculante) e o regimento interno, pois de acordo com as regras, a exceção para que mais de 1 preso ocupe uma cela ocorre em caso de superlotação temporária, e não mais que 2 presos. Não obstante a ausência de vinculação das Regras de Mandela,fato é que os Estados-Membros tem sido condenados pela Justiça em face da precariedade das unidades prisionais, notadamente pela superlotação das celas desses locais. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal, em julgado histórico, entendeu que o Sistema Penitenciário Nacional vive em um “Estado de Coisas Inconstitucional”, pois a violação aos Direitos Humanos Fundamentais dos presos é patente e generalizada. Para corroborar o que foi dito acima, colacionamos a explanação sobre o assunto no site dizer o direito: O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando verifica-se a existência de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional. O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal. A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação. Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a resolver o problema e monitorar os resultados alcançados. Diante disso, o STF, em ADPF, concedeu parcialmente medida cautelar determinando que: • juízes e Tribunais de todo o país implementem, no prazo máximo de 90 dias, a audiência de custódia; • a União libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos contingenciamentos. Na ADPF havia outros pedidos, mas estes foram indeferidos, pelo menos na análise da medida cautelar. STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798). 06.2. Segurança Externa: Agentes Penitenciários ou Polícia Militar? CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 15 Preleciona o art. 1º da Lei Estadual n. 14.582/2009 que: Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada para carreira Segurança Penitenciária e estruturada na forma do anexo l desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a ter as seguintes atribuições: atendimento, vigilância, custódia, guarda, escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos penais estaduais. (Nova redação dada pela lei n.º 14.966, de 13.07.11) Já o art. 12 da Portaria 1220/2014 diz caber aos Agentes Penitenciários a segurança externa da unidade (guaritas), só apenas em situações excepcionais, nos casos nos quais a permanência da Polícia Militar seja exigida, esta não poderá permanecer por mais de 90 dias em qualquer das unidades dosistema penitenciário estadual, salvo decisão de autoridade judiciária competente. Nesse sentido, para fundamentar a exceção, vale citar a portaria n. 01/2018 do Juiz Corregedor dos Presídios e Titular da 1ª Vara de Execuções Criminais que solicitou ao Secretário de Segurança Pública e Defesa Social um quantitativo de Policiais Militares para realizar a segurança externa das unidades prisionais da Região Metropolitana. Em face disso, apesar da realidade ainda existente em algumas unidades prisionais cearenses nas quais a segurança externa é realizada pela Polícia Militar, como é o exemplo da Unidade Prisional Desembargador Adalberto Barros Leal, localizada em Caucaia, Município da Região Metropolitana de Fortaleza, vulgarmente conhecida por “Carrapicho”, a correta compreensão é de que essas atividades são exercidas de forma ilegal pela PM/CE, em claro desvio de função. 06.3. Cadeia Pública: solução ou problema? Discorre o art. 16 da Portaria n. 1220/2014 que A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. §1º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da Unidade respectiva. O art. 102 da Lei de Execução Penal dispõe que, além do objetivo de abrigar presos provisórios, o referido estabelecimento penal tem como finalidade manter o preso perto do seu meio social e familiar. O Regimento interno silencia sobre a finalidade social e familiar, mas na prática os presos utilizam-se desse fundamento para permanecerem nas Comarcas do interior e suas respectivas cadeias. No entanto, vale frisar, que esse tipo de unidade prisional já não atende mais os anseios da Administração Prisional da SEJUS-CE, principalmente em face da SEGURANÇA PENITENCIÁRIA, CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 16 pois verifica-se, dada a extensão territorial do nosso estado e o fato da Administração Central da SEJUS e da COESP (antiga COSIPE) estarem localizadas na Capital do Estado, Fortaleza-Ce, muitas vezes distante até 500 km de alguns Municípios Cearenses, que a Gestão das Cadeias Públicas resta inviabilizada. Cite-se, como exemplo, o desencadeamento de motim ou rebelião em Cadeia Pública distante da Capital, que dificulta a reação dos Grupos Especializados (GAPE/ GRUPO DE CUSTÓDIA) na contenção dos episódios. Ademais, a dificuldade da COESP, através do Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED, fiscalizar o bom andamento dessas unidades, repita-se, mais uma vez, em face da distância entre elas e a Capital do Estado. É nesse sentido que ganha força o projeto de regionalização das unidades prisionais no interior do Estado, criando grandes unidades regionais, em vez de várias cadeias públicas espalhadas pelo Estado. Com isso, ao invés do Estado, através da SEJUS, gerir 146 cadeias públicas, com a efetivação desse projeto, a gestão de seria de apenas 8 ou 10 grandes unidades, facilitando o contato com a Gestão Superior e concentrando o maior número de agentes num só local, dificultando as chances de fuga. 06.4. Presos Provisórios em Penitenciárias Disciplina o art.10 do Regimento Interno que as Penitenciárias devem abrigar o condenado à pena de reclusão, em regime fechado, redação idêntica é encontrada no art. 87 da Lei de Execução Penal. Mas o que se questiona é a possibilidade de manutenção de presos provisórios em penitenciárias, ante a ausência de previsão legal, tanto na LEP quanto no regimento interno. A única exceção que pode ser visualizada é a possibilidade de inclusão do preso provisório numa penitenciária destinada ao Regime Disciplinar Diferenciado – RDD, conforme permite o art. 87, parágrafo único, e 52 da LEP, e conforme art. 68 do Regimento Interno, sendo, em ambos os casos, exigida a decisão judicial. 06.5. Presos Condenados em Casas de Privação Provisória de Liberdade A regra geral é que as Casas de Privação Provisória de Liberdade, a exemplo da CPPL II e CPPL III, só mantenham presos provisórios, isto é, aqueles que ainda não tiveram contra si uma sentença penal CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 17 condenatória com trânsito em julgado, que, na verdade, está preso preventivamente, espécie de prisão cautelar, pois com a audiência de custódia, a prisão em flagrante não pode mais subsistir por si própria, devendo ser convertida em preventiva ou relaxada com a soltura do preso, conforme resolução 213 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Porém, excepcionalmente, admite-se que presos definitivamente condenados sejam recolhidos nas CPPLS, desde que seja para garantir a integridade física ou mental do interno, conforme art. 11 da portaria 1220/2014, mas exige, por outro lado, que eles fiquem separados dos condenados, embora num mesmo estabelecimento, o que vai ao encontro da Regra 11 das Regras de Mandela. 06.6. Visita íntima: regalia ou direito comum? Dispõe o art. 50, X, “que é direito dos presos receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave”. Por outro lado, destaca o art. 57, I, que a visita íntima constitui uma recompensa ao preso, através de regalia, consistente na possibilidade de visita íntima com cônjuge ou companheiro. Dessa forma, a princípio apenas os presos que tiverem bom comportamento dentro da unidade prisional, e que forem recompensados é que poderão usufruir a citada regalia. Apesar disso, o art. 154 inicia uma controvérsia ainda não resolvida no âmbito do sistema penitenciário cearense, na medida em que dispõe que a visita íntima é um direito do preso. Analisando sistematicamente o regimento, e entendendo que as recompensas constituem-se em direitos dos presos, somos que o que o art. 154 quis for reafirmar essa condição de direito do preso, mas desde que, é óbvio, pelo que consta do art. 57, que o preso cumpra os requisitos necessários. Afinal, qualquer direito no ordenamento jurídico brasileiro, para que seu titular possa adquirir se faz necessário o cumprimento dos requisitos. Isto é, o direito de recompensa, como regalia, à visita íntima só se perfaz com o cumprimento dos requisitos, quais seja, o bom comportamento. MAS FRISE-SE, É OPINIÃO PESSOAL DESSE AUTOR. 06.7. Procedimento Disciplinar 06.7.1. Defesa Técnica: Faculdade ou Obrigatoriedade? CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 18 Dispõe o art. 80 do regimento interno que: Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito de defesa, seja por Defensor Público ou por Advogado constituído ou nomeado para oato. §1º - Caso não possua advogado constituído ou não saiba declinar os dados necessários para a intimação do mesmo, na data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso será assistido pelo Defensor Publico lotado na Unidade Prisional respectiva. §2º - Caso não haja Defensor Público lotado na Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para o ato o Defensor Público lotado na Vara de Execuções Criminais com jurisdição sobre a referida Unidade. Dessa forma, de acordo com o regimento, a defesa técnica do preso, em caso de falta disciplinar, deve serobrigatoriamente realizada por Advogado ou Defensor Público. O Supremo Tribunal Federal, através da súmula vinculante n. 05, enuncia que “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Assim, uma leitura apressada da citada súmula poderia ensejar a conclusão de que o advogado não seria obrigatório no procedimento disciplinar para apuração de falta disciplinar do preso. Entretanto, o próprio STF fez questão de assentar que a súmula não se aplica a procedimento de apuração de falta disciplinar em estabelecimento prisional, aplicando-se apenas a procedimento relativo a servidor público. Nesse viés, colaciona-se entendimento do STF acima sobre o assunto: A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a Súmula Vinculante 5 não é aplicável em procedimentos administrativos para apuração de falta grave em estabelecimentos prisionais. Tal fato, todavia, não permite ampliar o alcance da referida Súmula Vinculante e autorizar o cabimento desta Reclamação, pois o acórdão reclamado apenas adotou o verbete como uma das premissas para decidir no caso concreto." (Rcl 9340 AgR, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 26.8.2014, DJe de 5.9.2014) Nesse mesmo sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça – STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeadoREsp 1.378.557-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2013 Súmula 533: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbitoda execução penal, é imprescindível a instauração de procedimentoadministrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, asseguradoo direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído oudefensor público nomeado 06.7.2. Cometimento de Crime e Presunção de Inocência CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 19 Diz o art. 52 da LEP que o cometimento de fato definido como crime constitui falta grave e o art. 118, I, diz que a execução ficará sujeito à regressão de regime pelo cometimento de fato definido como crime. Assim, questiona-se se o simples fato do preso ser acusado do cometimento de um crime seria suficiente para ensejar a regressão para regime de cumprimento pena mais rigoroso, pondo em risco, dessa forma, o princípio constitucional da presunção de inocência. Após acirradas discussões na doutrina e jurisprudência, o STJ pacificou o assunto, quando elaborou a súmula 526, segunda a qual “O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato”. Ou seja, desnecessário aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para regredir o regime do preso que a cometeu. 06.7.3. Porte de Celular e Componentes: fato atípico ou falta grave O art. 74, IX, do regimento interno apregoa que é falta grave a conduta de “introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho de comunicação com o meio exterior, seus componentes ou acessórios”. Com a presente norma surgiu a dúvida se alguns componentes que, apesar de forma isolada não apresentarem funcionalidade (como a bateria de um celular), mas se anexados a outros e a estes encaixados não seriam também falta grave. O Superior Tribunal de Justiça, de forma acertada, vem decidindo que não apenas a posse de celular constitui falta grave, mas também a de outros componentes, visto que a razão da norma é proibir a comunicação entre os presos. Acerca do assunto, observe-se o inteiro teor dos julgados acima mencionados: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA (RESSALVA DO ENTENDIMENTO DA RELATORA). EXECUÇÃO PENAL. PLEITO DE AFASTAMENTO DE FALTA GRAVE. POSSE DE CARTÕES DE MEMÓRIA. COMPONENTE NÃO ESSENCIAL PARA UTILIZAÇÃO DE APARELHO CELULAR. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. WRIT NÃO CONHECIDO. ORDEM DE HABEAS CORPUS MONOCRATICAMENTE CONCEDIDA DE OFÍCIO. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Com a edição da Lei n.º 11.466/2007, passou-se a considerar falta grave tanto a posse de aparelho celular dentro de presídio, como a de componentes essenciais ao seu funcionamento, CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 20 tendo em vista que a ratioessendi da norma é a de proibir a comunicação entre os presos ou destes com o meio externo, mormente dos chefes de organizações criminosas, em atenção aos reclamos sociais para punir e coibir as crescentes práticas criminosas dentro de tais estabelecimentos. 2. Desse modo, verifica-se que a conduta do Paciente não se amolda àquelas previstas na Lei de Execução Penal como falta grave, pois o cartão de memória não é componente necessário para a utilização de aparelho celular, comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 270.859/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 21/08/2014, DJe 02/09/2014) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO DA PENA. FALTA GRAVE. ATIPICIDADE DA CONDUTA. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. POSSE DE COMPONENTE DE APARELHO DE TELEFONIA CELULAR. TIPICIDADE. ART. 50, INCISO VII, DA LEP. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. 1. A presença de omissão no julgado, autoriza, em sede de embargos de declaração, a respectiva corrigenda. 2. Não há que se falar em constrangimento ilegal no reconhecimento da falta disciplinar de natureza grave pelo agente porque é típica a conduta de possuir equipamentos ou componentes que se destinam à comunicação intra ou extramuros (posse de fone de ouvido e "plug" para aparelho de telefone celular), nos termos do art. 50, VII, da LEP. Precedentes, 3. Embargos declaratórios acolhidos, sem efeitos infringentes. (EDcl no HC 211.747/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 12/08/2014) 06.8. Preso recapturado sem guia de recolhimento e sem exame de corpo de delito: recebe ou não recebe? Imagine que você, agente penitenciário, lotado numa cadeia pública no interior do Estado do Ceará, está no seu plantão e uma equipe de Policiais Militares do Município comparece à Cadeia transportando um preso que fora recapturado, vez que fugiu há 11meses daquela mesma cadeia. No entanto, os citados Policiais não portam consigo a guia de recolhimento expedida pela Autoridade Policial, nem a comprovação do exame de corpo de delito. Nesse caso, você receberá o preso ou negará aos Policiais Militares o recebimento do interno. Cabe destacar, que tratando-se de preso condenado, devem ser observadas as regras do art. 105 a 107 da LEP, no que diz respeito à expedição de guia de recolhimento. Ademais, tratando-se de preso provisório, devem ser observadas as regras do art.31 do Regimento Interno, precipuamente a apresentação de guia de recolhimento e de exame de corpo de delito. 06.9. É possível a violação da correspondência do preso? Dispõe os artigos 129 e 130 do Regimento Interno que: CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 21 Art. 129 - A correspondência escrita entre o preso, seus familiares e afins será feita pelas vias regulamentares. Art. 130 - É livre a correspondência, condicionada a sua expedição e recepção, às normas de segurança e disciplina da unidade prisional E se você, agente penitenciário, de plantão em determinada unidade, na qual exerça as funções de Diretor da Unidade, receba uma correspondência endereçada a um preso chefe de uma facção criminosa, e suspeita, pelas circunstâncias da correspondência (como o remetente, o horário da entrega e o local do remetente) que há indícios de cometimento de falta grave, ou de suposta ordem de decreto para assassinar um outro agente penitenciário, poderá violar o sigilo da correspondência e acessar o conteúdo da carta? De início, cabe mencionar que a Constituição Federal dispõe no inciso XII do art. 5º que é inviolável o “sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal” De antemão, a exceção acima mencionada, qual seja, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal se refere apenas às comunicações telefônicas, não se referindo à violação da correspondência, o que poderia ensejar a conclusão de qual direito seria absoluto. No entanto, como a regra é que os direitos fundamentais sejam relativos, com o sigilo da correspondência não é diferente, pois de acordo com o STF referido direito pode ser violado no caso de interesse da Administração Prisional, conforme se verifica pelo julgado abaixo: A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública,de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente,e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei 7.210/1984, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados,eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumentode salvaguarda de práticas ilícitas.[HC 70.814, rel. min. Celso de Mello, j. 1º‑3‑1994, 1ª T, DJ de 24‑6‑1994 Dessa forma, entendemos como possível, em casos excepcionais, a violação da correspondência do preso, desde que devidamente fundamentada a ação, pela preservação da segurança penitenciária e da ordem pública. 06.10. Caso não haja estabelecimento prisional destinado a determinado regime, o preso pode ser colocado em regime mais gravoso CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 22 Caso você, prezado aluno, encontre-se no Plantão numa Penitenciária, na condição de Diretor desta Unidade Prisional, e receba a guia de recolhimento, devidamente expedida pela autoridade administrativa competente, de um condenado à pena de reclusão em regime semiaberto, você permitirá a entrada do preso no estabelecimento, a despeito da determinação na LEP e no regimento interno de que tal penal seja cumprida em colônia agrícola ou similar? Caros alunos, cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal decidiu, em regime de repercussão geral, isto é, decisão que vale para todos os processos, que serão decididos da mesma forma do acórdão, que: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso.Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejamestruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. O referido julgamento ocasionou a aprovação da súmula vinculante n. 56 do STF, pela qual “A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS”. No citado julgamento também restou permitido o cumprimento de pena em regime semiaberto em outros estabelecimentos que não colônia agrícola, desde que compatíveis com as determinações da LEP. Assim, a resposta à pergunta mencionada deve ser negativa. 06.11. Mulheres grávidas e com filho com idade de até 12 anos incompletos: Prisão ou Prisão Domiciliar? Sobre esse importante assunto, é preciso mencionar que o Código de Processo Penal permite que o Juiz substitua a prisão preventiva de mulheres com filho de até 12 anos de idade incompletos pela prisão domiciliar, conforme previsão do art. 317 e 318. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 23 Já a Lei de Execução Penal, no seu art. 117 permite que a condenada, que cumpra pena em regime aberto, e que seja gestante ou tenha filho menor ou deficiente físico ou mental possa cumprir sua pena em regime domiciliar (prisão domiciliar). Assim, em face da grave situação do sistema penitenciário nacional, causada pela superlotação e condições precárias das unidades prisionais, o STF decidiu pela CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS COLETIVO A MULHERES GRÁVIDAS, E COM FILHOS COM IDADE DE ATÉ 12 ANOS INCOMPLETOS, ante a ausência de capacidade do Estado de dar dignidade a essas mulheres no cumprimento da pena. Nesse sentido, confira-se o HC 143641/SP. Rel Ministro Ricardo Lewandowski, julgado em 20/02/2018, sobre a concessão da prisão domiciliar às mulheres quese encaixam nas regras supramencionadas. Tal decisão ajuda a diminuir a superlotação nas unidades femininas de todo o país, notadamente no nosso estado. 06.12. Saídas Temporárias: Decisão do Juiz ou da Administração Prisional? O benefício da saída temporária está regulamentado nos arts. 122 a 125 da Lei de Execução Penal, a qual será concedida a condenados que cumpram pena em regime semiaberto e atendam os demais requisitos da lei. No entanto, o questionamento principal está em saber se é permitido ao Diretor do Estabelecimento conceder ou é decisão que cabe apenas ao Juiz da Execução. E a resposta a essa pergunta está com a segunda possibilidade, qual seja, é decisão que cabe apenas ao Juiz, e não à Administração Prisional, conforme restou decidido pelo Superior Tribunal de Justiça na súmula n. 520, pela qual “O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional”. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 24 07. REGIMENTO INTERNO PORTARIA N° 1220/2014 - REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARA TÍTULO I DO SISTEMA PENITENCIÁRIO Art. 1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota os princípios contidos nas Regras Mínimas para Tratamento dos Reclusos e Recomendações pertinentes, formuladas pela Organização das Nações Unidas - ONU - e respeita as diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais) e nas Recomendações Básicas para uma programação prisional editadas pelo Ministério da Justiça. Art. 2º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará tem como finalidade a vigilância, custódia e assistência aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança, assegurando-lhes a preservação da integridade física e moral, a promoção de medidas de integração e reintegração socioeducativas, conjugadas ao trabalho produtivo. §1º - Configura-se, ainda, como finalidade do sistema penitenciário estadual, a fiscalização e assistência ao egresso, garantindo-lhes a promoção de medidas de integração e reintegração socioeducativas. Art. 3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas características especiais, fundamenta-se na hierarquia funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa dos direitos e garantias individuais da pessoa humana, organizado em Coordenadoria do Sistema Penal, vinculado ao Poder Executivo como Órgão de Administração da Execução Penal. Art. 4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, organizada em carreira, com ingresso de seus integrantes na classe inicial, mediante Concurso Público de provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral, nomeado pelo Governador do Estado do Ceará, preferencialmente entre os membros da Instituição. Parágrafo único - A nomeação do Coordenador do Sistema Penal deverá obedecer aos mesmos critérios previstos para a dos Diretores das Unidades Prisionais, constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais). Art. 5º - A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso é órgão subordinado diretamente ao Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, tendo como missão promover a inclusão social do preso e do egresso, através do Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante – NECAP, do Núcleo de Empreendedorismo e Economia Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e Eventos – NAE e do Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 25 TÍTULO II DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS Art. 6º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará é constituído pelas seguintes Unidades: I – Centro de Triagem e Observação Criminológica; II – Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Liberdade; III – Penitenciárias; IV – Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares; V – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico); VI – Casas do Albergado; VII – Cadeias Públicas. §1º – Os estabelecimentos prisionais buscarão não exceder a sua capacidade populacional máxima projetada. §2º – A fim de garantir que o aprisionamento ocorra em estabelecimento próximo ao contato familiar, deverá ser priorizada a construção de unidades prisionais regionais. Art. 7º - Os estabelecimentos prisionais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. Art. 8º - Em todos os estabelecimentos prisionais será obrigatoriamente observada a separação entre presos provisórios e condenados, bem como a distinção por sexo, delito, faixa etária e antecedentes criminais, para orientar a prisão cautelar, a execução da pena e a medida de segurança. §1º - Nos estabelecimentos prisionais será observada a proporção de, no mínimo, 01 (um) agente penitenciário para cada 25 (vinte e cinco) internos por plantão, sendo vedada a existência de unidade prisional com menos de 2 (dois) agentes por plantão. §2º - Nos estabelecimentos prisionais fica estabelecida a proporção de profissionais da equipe técnica por 500 (quinhentos) detentos, obedecendo-se o seguinte: Médico Clínico – 1; Enfermeiro – 1; Auxiliar de Enfermagem – 1; Odontólogo – 1; Auxiliar de Consultório Dentário – 1; Psicólogo – 1; Assistente Social – 1; Advogado auxiliar da direção 1; Estagiário de Direito – 2; Terapeuta Ocupacional - 1. §3º - O acesso à justiça integral e gratuito será assegurado aos internos através da Defensoria Pública, instituição autônoma, que disporá de espaço físico adequado para exercer suas funções. Art. 9º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica, situado na região metropolitana de Fortaleza, concentrará o recebimento de presos oriundos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das comarcas do interior. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 26 §1º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica será responsável pela identificação e realização dos exames gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe técnica que promoverá atendimento social, psicológico, médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão encaminhados à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do preso e, posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das unidades de recebimento. Art. 10 - As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado, caracterizando se pelas seguintes condições: I - Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania. II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os direitos dopreso,mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade; III - Acomodação do preso preferencialmente em cela individual; IV - Locais de trabalho, atividades socioeducativas e culturais, esportes, prática religiosa e visitas; V - Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei de Execução Penal (LEP). §1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres terão estrutura adequada às suas especificidades e os responsáveis pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, exceto em eventos críticos ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de existência de uma creche para a acomodação dos recém-nascidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário. §2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento no que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou decisões judiciais. §3º - Haverá em cada estabelecimento de regime fechado uma Comissão Técnica de Classificação, que proporá o tratamento adequado para cada preso ou internado, além de acompanhar o programa de individualização da pena. Art. 11 - As Casas de Privação Provisória de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo apresentar estrutura adequada que garanta o exercício dos direitos elencados no presente Regimento e demais legislações. §1º - Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno, estas unidades poderão abrigar presos condenados, que deverão permanecer em acomodações separadas dos provisórios. Art. 12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou Mistos destinam-se aos condenados e condenadas ao cumprimento da pena em regime semiaberto, caracterizando-se pelas seguintes condições: I - locais para: a) trabalho interno agropecuário; b) trabalho interno industrial; c) trabalho de manutenção e conservação intra e extra-muros, na circunscrição da Unidade respectiva; II - acomodação em alojamento ou cela individual ou coletiva; III - trabalho externo na forma da Lei; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 27 IV - locais internos e externos para atividades sócio-educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita conforme dispõe a Lei. Art. 13 - O Hospital Geral e Sanatório Penal destina-se ao tratamento do preso, em regime de internamento, das enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios, das convalescenças e de exames laboratoriais. §1º - O preso acometido de enfermidades, conforme artigo acima deverá permanecer internado o tempo necessário à sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade Prisional de origem logo após emissão de laudo médico autorizando sua alta. §2º - Os presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva HIV, receberão tratamento individualizado, a critério médico. §3º - Aos presos ou internados que apresentarem quadro de dependência química em substâncias entorpecentes será garantido tratamento individualizado adequado às suas necessidades, adotando-se políticas públicas voltadas para esta finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como serão incluídos nas atividades do Programa de Ações Continuadas de Assistência aos Drogadictos – PACAD da Sejus. §4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. §5º - O estabelecimento citado no caput deverá funcionar com equipes multidisciplinares em regime de plantão. §6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as recomendações das portarias interministeriais do Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em relação ao tema saúde, na execução de vagas e atendimentos para os presos em casos de exames e tratamentos de alta complexidade. §7º - Nas unidades prisionais femininas deverão existir estruturas específicas para a assistência integral à saúde da mulher, em atenção às suas peculiaridades. Art. 14 - O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de segurança e ao tratamento psiquiátrico separadamente, devendo adequar-se às normas aplicáveis ao tratamento das respectivas insanidades. §1º - O preso comprovadamente portador de doença mental deverá ser imediatamente encaminhado ao estabelecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo permanecer além do tempo necessário ao seu pronto restabelecimento, atestado pelo serviço médico local. §2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso ou permanência de pessoas que não apresentem quadro patológico característico da destinação do respectivo estabelecimento. §3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas específicas para a assistência à saúde mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades. Art. 15 - A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direitos consistente em limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino, garantindo-se a separação adequada com vistas à individualização das penas. §1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar- se-á pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. §2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local adequado para cursos e palestras, realizará encaminhamentos dos internos à rede de assistência social, de saúde e educação. Art. 16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 28 §1º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da Unidade respectiva. §2º - Ao preso provisório será assegurado regime especial no qual se observará: I - separação dos presos condenados; II - utilização de pertences pessoais permitidos; III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas; IV - oferecimento de oportunidade de educação, trabalho e lazer nos termos da legislação pertinente; V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo facultado ao preso optar por profissional particular às suas expenças; VI - Acesso aos meios de comunicação externos, autorizados por lei. §3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefeituras municipais oferecerão aos presos e presas os serviços essenciais, conforme determinação do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. Art. 17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste Regimento, respeitadas suas especificidades, deverão ainda ser respeitadas as seguintes determinações: I - Segurança externa, através de muralha com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania, submetidos a uma capacitação específica para tal finalidade. II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça eCidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade. §1º - Nas situações de conflito mais graves a manutenção ou restabelecimento da ordem será promovida por grupo especial de agentes penitenciários com treinamento e equipamentos específicos. §2º - Em caso de necessidade de intervenção da Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer das unidades referidas no caput deste artigo, sua permanência no interior das mesmas se dará pelo tempo estritamente necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo decisão fundamentada da autoridade judiciária competente. TÍTULO III DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES Art. 18 - As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um (a) Diretor(a), que será assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo, pelo Chefe de Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Conselho Disciplinar e pela Comissão Técnica de Classificação. Art. 19 - A(o) Diretor(a) da Unidade Prisional, compete: I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, administrativos, operacionais, laborais, educativos, religiosos, esportivos e culturais da Unidade respectiva; II - Adotar medidas necessárias à preservação dos Direitos e Garantias Individuais dos presos; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 29 III - Visitar os presos nas dependências do Estabelecimento, anotando suas reclamações e pedidos, procurando solucioná-los de modo adequado, no âmbito de sua competência ou encaminhá-los ao órgão competente, observando as normas de segurança; IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Penitenciário as informações que lhe forem solicitadas, relativas aos condenados e aos presos provisórios; V - Assegurar o normal funcionamento da Unidade, observando e fazendo observar as normas da Lei de Execução Penal e do presente Regimento Geral; VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação; VII - Elaborar o plano de segurança interna do Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Segurança e disciplina; VIII - Conceder audiência ao interno quando solicitada; IX - Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário, quando convocado; X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Administrar o Estabelecimento traçando diretrizes, orientando e controlando a execução das atividades sob sua responsabilidade; XI - Realizar mensalmente reuniões com os servidores da Unidade para estudos conjuntos de problemas afetos à mesma; XII - Promover mensalmente reunião com os representantes dos internos, realizando o Parlamento Carcerário; XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança de lotação dos servidores da Unidade; XIV - executar as determinações do Coordenador da COSIPE; XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, em casos especiais, nos termos deste Regimento; XVI - Autorizar remoção do preso para Estabelecimento Penal diverso em caráter urgente e excepcional, comunicando imediatamente à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do preso. Definida a unidade, deverá ser comunicada a transferência ao Juízo responsável pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, nos casos expressos neste Regimento; XVII - mostrar aos visitantes as dependências do estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter cultural ou cientifico, devidamente autorizadas pela COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os objetivos da execução penal; XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de grave enfermidade, morte ou transferência deste, comunicando ao preso, de igual modo, a doença ou morte de pessoa de sua família e concedendo lhe, se for o caso, permissão para sair; IX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos de exemplar comportamento e àqueles que pratiquem atos meritórios; X - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência. ATENÇÃO: INCLUSÃO DO INCISO IX NO ARTIGO ACIMA, PELO ART 2° DA PORTARIA 225 /15 DE 14/04/15 (A MESMA PORTARIA TAMBÉM ALTEROU OS ARTS. 25, 26,80) QUE PASSA A VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO: Art.2º - O artigo 19 do Regimento Geral dos CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 30 Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará passa a vigorar acrescido do inciso XI, com o seguinte texto: “XI – Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, após análise do parecer opinativo previsto no inciso I do artigo 25 deste Regimento, aplicando, quando for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida, assegurados o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato. OBS.: Repare que houve um equivoco na ordem dos incisos a partir do inc. XVIII onde logo em seguida deveria ser XIX, é IX, a sequencia de erros foi seguida pela portaria acima que alterou o art. 19, acrescentando o inc. XI, onde na verdade deveria ser XXI, mero detalhe se atenha ao conteúdo do inciso. Art. 20 - O (a) ocupante do cargo de Diretor (a) de Unidade Prisional, escolhido preferencialmente entre os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação profissional específica, deverá satisfazer os seguintes requisitos: I - ser portador (a) de diploma de nível superior em Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais; II - possuir experiência administrativa na área; III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. Parágrafo Único - O cargo de Diretor do Hospital Geral e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado por profissional da área de saúde, preferencialmente pertencente ao quadro de servidores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidadania. Art. 21 - A (o) Diretor (a) Adjunto, compete: I - Assessorar diretamente o (a) Diretor(a) da Unidade Prisional no desempenho de suas atribuições; II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, independente de designação especifica, salvo se por prazo superior a 30 (trinta) dias; III - Autorizar a expedição de certidões relativas aos assuntos da Unidade; IV - Acompanhar a execução do plano de férias dos servidores da Unidade; V - Exercer outras atividades que lhes sejam determinadas pelo (a) Diretor(a) da Unidade. §1º - A substituição prevista neste artigo, por período igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao substituto os direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da Unidade. §2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, preferencialmente, ser ocupado por servidor estável de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania. Art. 22 - Ao Gerente Administrativo compete organizar, controlar e executar as atividades de apoio necessárias ao bom funcionamento operacional do Estabelecimento, inclusive a manutenção preventiva e corretiva, competindo-lhe:I - receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, os destinados ao consumo do Estabelecimento; II - supervisionar os serviços de copa e de cozinha; III - requisitar o material de expediente e providenciar a redistribuição junto aos demais serviços do Estabelecimento; IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos os pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a estes comprovantes de recebimento; V - manter em bom estado de funcionamento as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e de climatização do prédio requisitando, com antecedência o material que for necessário para este fim; VI - elabora o relatório anual das atividades inerentes ao serviço; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 31 VII - efetuar o balancete mensal do estoque de mercadoria existente; VIII - proceder á identificação de todo o material permanente em uso na unidade; IX - adotar as medidas de segurança contra incêndio nas dependências do estabelecimento especialmente na área de prontuário e almoxarifado; X - providenciar a manutenção preventiva e corretiva de máquinas, equipamentos e móveis em uso na unidade; XI - zelar pela conservação e limpeza do prédio; XII – controlar a manutenção de primeiro escalão, de responsabilidade dos motoristas nas viaturas da unidade; XIII - executar e controlar os serviços de reprodução xerográfica ou similar de documentos, publicações e impressos de interesse de Unidade; XIV - organizar a prestação de contas dos suprimentos de fundos destinados ao estabelecimento; XV - efetuar o controle diário das folhas e cartões de registro de comparecimento do pessoal em exercício na Unidade; XVI - preparar dentro dos prazos estipulados os documentos de controle de comparecimento e de alterações relativos ao pessoal, encaminhados á COSIPE. Parágrafo Único - O cargo de Gerente Administrativo deverá ser ocupado por servidor de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania. Art. 23 - Ao Chefe de Segurança e Disciplina compete gerenciar o setor de Segurança e Disciplina, elaborando o plano de segurança interna do Estabelecimento, visando proteger a vida e a incolumidade física dos servidores de carreira, terceirizados e presos e a garantia das instalações físicas, bem como promover o conjunto de medidas que assegurem o cumprimento da disciplina prisional e organizar, controlar e orientar os Agentes Penitenciários no exercício de suas atribuições, competindo-lhe: I - orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres e normas de conduta a serem observados, quando de sua chegada à Unidade; II - realizar reuniões com os presos para preleções instrutivas e disciplinares; III - propor a concessão ou suspensão de recompensas aos presos; IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos presos as ocorrências e alterações havidas com estes; V - controlar a movimentação de presos quando das transferências para outras celas; VI - manter atualizada a relação geral dos presos, seus locais de recolhimento noturno, de trabalho e/ou permanência obrigatória; VII - opinar quanto aos horários de visitas, rancho, repouso noturno, alvorada e atendimento aos presos; VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas disciplinares, praticadas por presos para conhecimento e julgamento; IX - promover vistorias nos presos e buscas nas dependências do estabelecimento, de caráter preventivo ou sempre que houver fundadas suspeitas de porte ou uso indevido de armas, aparelhos celulares ou de objetos que possam ser utilizados para prática de crimes ou falta disciplinares; X - manter atualizados registros e alterações relativas aos agentes penitenciários; XI - elaborar a escala do plantão e organizar a composição das equipes; XII - zelar pelo bom funcionamento dos equipamentos e implementos necessários á execução dos serviços de segurança interna; XIII - promover mensalmente em caráter ordinário, reuniões com os agentes prisionais e extraordinariamente quando necessário; XIV - propor ao diretor a lista de nomes para escolha e designados dos chefes de equipes; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 32 XV - assegurar o respeito aos visitantes enquanto permanecerem nas dependências da Unidade; XVII - manter em arquivo o registro das pessoas que visitam a Unidade; XVIII - comunicar, diariamente, ao diretor c/ou substituto as alterações constantes no relatório de serviço diário; XIX - manter informado o diretor sobre quaisquer alterações havidas na unidade; XX - colaborar nas realizações de eventos de caráter sócio cultural, esportivo e cívico do estabelecimento. Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Segurança e Disciplina deverá ser ocupado preferencialmente por agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. Art. 24 - Ao Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários compete: I - Conferir o relatório da equipe anterior; II - Conferir o material de segurança sob sua responsabilidade, bem como a frequência dos membros de sua equipe, distribuindo as tarefas relativas ao funcionamento da unidade entre os presentes; III - Dar encaminhamento e supervisionar a execução das determinações da Direção e do Chefe de segurança e disciplina; IV - Comunicar imediatamente qualquer ocorrência que comprometa a ordem, a segurança e a disciplina da unidade à Direção e ao Chefe de Segurança e Disciplina, relatando, em seguida, de forma circunstanciada, por escrito; V - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso, autorizar transferência de alojamento no interior da unidade, diante da ausência de seu superior hierárquico; VI - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso, autorizar a saída temporária do mesmo para atendimento médico, mediante escolta, diante da ausência de seu superior hierárquico; VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os agentes penitenciários de plantão, cumprindo e fazendo cumprir as normas e regulamentos do estabelecimento; VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final de seu plantão, registrando todas as ocorrências havidas; Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado preferencialmente por agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. Art.25 - O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de Segurança e Disciplina, por um Assistente Social, um Psicólogo e por um agente penitenciário de notória experiência, tem por finalidade: I - Conhecer, analisar, processar e julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, aplicando a sanção disciplinar adequada à falta cometida, assegurados o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno. II - Conhecer os resultados de eventuais exames criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do preso. ATENÇÃO: ART. 19, 25, 26, 80 ALTERADO PELA PORTARIA 225/15 DOE-CE de 14/04/2015- SEJUS passando a vigorar com a seguinte redação: Art. 25 – O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado pelo Diretor Adjunto, por um Assistente Social e por um agente penitenciário de notória experiência, tem por finalidade: I - Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer, analisar e processar as faltas disciplinares cometidas pelos internos,elaborando parecer opinativo, que será encaminhado para apreciação do (a) Diretor(a) da Unidade Prisional, assegurados, em todo o procedimento o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 33 II - Conhecer os resultados de eventuais exames criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do preso. Parágrafo único – Nos estabelecimentos prisionais em que não houver os profissionais descritos no caput deste artigo, a decisão sobre faltas disciplinares ficará a cargo do Diretor da unidade, ouvido previamente o Defensor Público ou o Advogado constituído ou nomeado para o ato.” Art.26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo Diretor Adjunto e nas suas faltas ou impedimentos, pelo Chefe de Segurança e Disciplina, reunir-se-á tantas vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo. §1º - Em caso de empate será considerado vencedor o voto favorável ao preso. §2º - As decisões do Conselho de Disciplina serão sempre coletivas e lançadas por escrito, sendo tomadas por maioria simples, observado quórum mínimo de 03 (três) membros para deliberação. ATENÇÃO: ART 26 ALTERADO PELA PORTARIA 225/15 – PASSANDO A VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO: “Art. 26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo Diretor Adjunto e, nas suas faltas ou impedimentos, pelo agente penitenciário que o compõe, reunir-se-á tantas vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo. §1º - Em caso de empate será considerado vencedor o voto favorável ao preso. §2º - Os pareceres do Conselho Disciplinar serão sempre coletivos e lançados por escrito, sendo tomados por maioria simples.” Art. 27 - A Comissão Técnica de Classificação, órgão colegiado, deverá ser composta pelo (a) Diretor (a) do Estabelecimento, que a presidirá, dois agentes penitenciários, com larga experiência no penitenciarismo, um Psiquiatra, um Psicólogo, um Assistente Social, e tem por finalidade aquilatar a personalidade do condenado, para determinar o tratamento adequado, competindo-lhe: I - Fixar o programa reeducativo; II - Acompanhar a execução das penas privativas de liberdade; III - Classificar o condenado segundo seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal; IV - Propor as conversões e as regressões, bem como as progressões; V - Informar, caso seja solicitado, através de parecer técnico, o perfil criminológico do condenado para fins de benefício; VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos presidiários e assegurar a proteção dos seus direitos, cuja suspensão ou restrição competirá a Direção da Unidade ou ao Juiz das Execuções Criminais. Art. 28 - A Comissão Técnica de Classificação, para obtenção de dados reveladores da personalidade dos presos, poderá: I - Entrevistar pessoas; II - Requisitar de órgãos públicos ou privados dados e informações referentes ao preso; III - Realizar outras diligências e exames. TÍTULO IV DAS FASES DA EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA DA PENA CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 34 Art. 29 - As fases da execução administrativa da pena serão realizadas através de estágios, respeitados os requisitos legais, a estrutura física e os recursos materiais de cada unidade prisional. I - Primeira Fase - Procedimentos de inclusão e observação por prazo não superior a 60 (sessenta) dias, realizado pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica, e complementados pela Comissão Técnica de Classificação da unidade recebedora; II - Segunda Fase - Desenvolvimento do processo da execução da pena compreendendo as várias técnicas promocionais e de evolução sócioeducativas. Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Cidadania elaborará Protocolo de Procedimentos Operacionais de Segurança Penitenciária, abrangendo, entre outras atividades e técnicas, uso de algemas; recebimento de presos; padrão de vistorias e de revista pessoal; manuseio de equipamentos de segurança; controle de acesso de pessoas, veículos e materiais; emprego de armas letais e não-letais; uso progressivo e proporcional da força, observando-se procedimentos específicos nos estabelecimentos prisionais femininos. Art. 30 - À Comissão Técnica de Classificação, caberá avaliar a terapêutica penal em relação ao preso sentenciado, propondo as promoções subsequentes. Art. 31 - As perícias criminológicas, eventualmente requisitadas, deverão ser realizadas pela equipe técnica do Centro de Triagem e Observação Criminológica ou pela Comissão Técnica de Classificação da unidade, observando em cada caso o que for mais adequado. TÍTULO V DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA E SAÍDA DO PRESO Art. 32 - O ingresso do preso condenado deverá se dar mediante apresentação da guia de recolhimento, expedida pela autoridade judiciária competente, observando-se o disposto nos arts.105 a 107 da Lei 7210/84 (Lei de Execuções Penais). Art. 33 - O ingresso do preso provisório se dará através da apresentação dos seguintes documentos: I - guia de recolhimento expedida pela autoridade policial ou judiciária competente; II - comprovação de que o mesmo foi submetido a exame de corpo de delito; III - comprovante de identificação do preso junto à Delegacia de Capturas; IV - Informação sobre os antecedentes criminais do preso, com cópia do auto de prisão em flagrante ou do mandado de prisão judicial. Parágrafo Único - Toda entrada, transferência ou saída de preso de unidade deverá ser comunicada pela Direção a todos os juízos onde o mesmo responda a procedimento criminal. Art. 34 - Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, o preso se submeterá a revista pessoal e de seus pertences, devendo, logo após, ser submetido a higienização corpórea e substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão adotado. Art. 35 – No ingresso, o preso terá aberto, em seu nome, um prontuário, devidamente numerado em ordem seriada, onde serão anotados, dentre outros, seus dados de identificação e qualificação, de forma completa, dia e hora da chegada, situação de saúde física e mental, aptidão profissional e alcunhas. §1º - No prontuário ficarão arquivados todos os documentos relativos ao preso, inclusive certidão atualizada de antecedentes criminais do juízo local, bem como do seu domicílio de origem; §2º - A fotografia do preso será parte integrante do prontuário. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 35 §3º - Após a abertura do prontuário, o preso receberá instruções a serem cumpridas, sobre as normas do estabelecimento, sendo cientificado dos direitos e deveres prescritos no presente Regimento, e da possibilidade de acesso ao mesmo sempre que desejar. §4º - Em todas as dependências e acomodações das unidades prisionais deverão afixar-se os direitos e deveres dos presos, permanecendo o presente regimento acessível a todos sempre que desejarem consultar. §5º - Os analfabetos serão instruídos oralmente. Art. 36 - Os pertences trazidoscom o preso cuja posse não for permitida serão inventariados e colocados em depósito apropriado no Setor da Gerência Administrativa da Unidade Prisional, mediante contra recibo, sendo entregues posteriormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada. §1º - Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro serão depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com preenchimento dos respectivos recibos. Art. 37 - O preso será submetido a exames clínicos pelo Serviço de Saúde, devendo ser examinado por médico, que fornecerá atestado sobre as condições físicas apresentadas quando de sua chegada, e relacionará a necessidade de ingestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso, sob prescrição médica, bem como de dieta diferenciada. Art. 38 - Quando da impossibilidade de cumprir todas as exigências enumeradas nos dispositivos anteriores, na data da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis subsequentes. Art. 39 - O preso que adentrar pela primeira vez na Unidade cumprirá um período inicial considerado de adaptação e observação, nunca superior a 60 (sessenta) dias, durante o qual será observado seu comportamento no Centro de Triagem e Observação Criminológica e posteriormente, pela Comissão Técnica de Classificação da unidade recebedora. Art. 40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso não poderá receber visitas de familiares e amigos, podendo somente receber seu advogado ou Defensor Público. Art. 41 - Durante o período de adaptação o preso será classificado quanto ao grau de periculosidade, comportamento e antecedentes. DA TRANSFERÊNCIA Art. 42 - A transferência do preso de uma unidade prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes condições: I - por ordem judicial; II - por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária; III - a requerimento do interessado; IV - por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional. §1º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA será formada por equipe multidisciplinar e administrará o ingresso, reingresso e a transferência de presos nas unidades do sistema penitenciário estadual, indicando a unidade para onde o interno será encaminhado, devendo ser presidida pelo Coordenador Adjunto da COSIPE, que executará, privativamente, as atribuições previstas no inciso II do Art. 16 do Decreto nº 27.385 de 02.03.2004. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 36 §2º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA será o órgão competente para a liberação de vagas para presos provisórios e condenados em presídios, casas de privação provisórias de liberdade, penitenciárias, Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Manicômio Judiciário do Estado do Ceará, vinculados a Comarca de Fortaleza, obedecendo os procedimentos contidos em Portaria específica, observando as avaliações realizadas pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica. §3º - Nos estabelecimentos prisionais não alcançados pelas atribuições da Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, a regulamentação permanecerá determinada pelo presente Regimento. POR ORDEM JUDICIAL Art. 43 - A transferência provisória ou definitiva do preso de uma unidade prisional para outra, por ordem judicial, dar-se-á nas seguintes circunstâncias: I - por sentença de progressão ou regressão de regime; II - para apresentação judicial dentro e fora da Comarca; III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja indicação médica; IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao cumprimento da sentença, em outro Estado da Federação, a juízo da autoridade judiciária competente. POR INTERESSE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA Art. 44 – O preso será transferido por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária nas seguintes circunstâncias: I - por solicitação do diretor da unidade, conforme indicação da Comissão Técnica de Classificação e demais áreas de avaliação; II - no caso de doença, que exija tratamento hospitalar do preso, quando a unidade prisional não dispuser de infraestrutura adequada, devendo a solicitação ser feita pela autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade; III - por interesse da Administração, com vistas a preservação da segurança e disciplina. IV - para preservação da segurança pessoal do interno; V - a preservação de condições pessoais favoráveis à individualização da execução penal; VI - a preservação de laços afetivos entre o condenado e seus parentes; VII – para o exercício de atividades educacionais e/ou laborativas. §1º - Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, nas unidades não alcançados pelas atribuições da Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas, em caráter excepcional, e devidamente justificada, determinar a transferência do preso, de uma a outra unidade prisional. §2º - A transferência de preso condenado ou provisório será, no prazo improrrogável de 24 (vinte e quatro) horas, comunicada, respectivamente, ao juízo das execuções penais ou ao juízo responsável pelo processo. A REQUERIMENTO DO INTERESSADO CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 37 Art. 45 – Fora das hipóteses que dependam de decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu procurador poderão requerer sua transferência, ao diretor do estabelecimento respectivo, para unidade prisional do mesmo regime quando: I - conveniente, por ser na região de residência ou domicílio da família, devidamente comprovado; II - necessária a adoção de Medida Preventiva de Segurança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser de recurso para administrá-la. Parágrafo único – O Diretor do estabelecimento ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e Disciplina e do Serviço Social, devendo ser anexada Certidão Carcerária contendo a data de entrada do preso, o tempo de recolhimento e o seu comportamento carcerário, e encaminhará à CATVA para deliberação. Art. 46 – O pedido conterá: I - petição assinada pelo requerente ou termo de declaração, onde justifique os motivos da pretensão; II- qualificação e extrato da situação processual do sentenciado; III- informações detalhadas das condições de saúde, trabalho, instrução e conduta prisional; IV- manifestação do diretor da unidade prisional, sobre a conveniência ou não da transferência. Art. 47 - Quando ocorrer transferência temporária de presos entre as unidades prisionais, deverá haver acompanhamento de informações referentes à disciplina, saúde, execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de orientar procedimento na unidade de destino. §1º - No caso de remoção definitiva, além das providências do caput deste artigo, o preso deverá ser acompanhado de seu prontuário e pertences pessoais. Seção IV Por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional. Art. 48 - Emergencialmente, a transferência se dará por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, através da COINT ou COSIPE. Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas) horas haverá formalização da transferência emergencial à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas- CATVA, em relação aos estabelecimentos prisionais submetidos à sua atuação. CAPÍTULO III DA SAÍDA Art. 49 - A saída do preso da Unidade Prisional dar-se-á, nos seguintes casos: I - pelo término do cumprimento da pena, devidamente reconhecido por sentença do Juízo das Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios; II - em virtude de algum beneficio legal que lhe tenha sido concedido, sempre por ordem escrita da Autoridade Judiciária competente. III - para atendimento de requisições administrativas ou policiais, mediante escolta e autorização escrita do Juiz das Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios; IV - para atendimento de requisições judiciais, mediante escolta; V - em caráter excepcional, mediante autorização da Direção do Estabelecimento Prisional, nos casos e na forma estabelecidos nos artigos 120 e 121 da Lei de Execuções Penais. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 38 Parágrafo único – Nas saídas previstas nos incisos I e II, será disponibilizado ao preso: A entrevista de desligamento realizada preferencialmente por psicólogo ou assistente social, quando receberá aconselhamento e orientação, além do encaminhamento para a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso – CISPE, rede sócio-assistencial, de saúde e de educação; orientação, preferencialmente pelo Defensor Público lotado na unidade, sobre as condições jurídicas às quais ficará submetido; vestimentas e condições de transporte para o retorno à sua residência de forma digna, desde que localizada no Estado do Ceará ou, em situações excepcionais, a critério da Secretaria da Justiça e Cidadania. DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS, REGALIAS E RECOMPENSAS. Art. 50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais Leis, os seguintes: I - preservação da individualidade, observando-se: a) chamamento nominal; b) uso de número somente para qualificação em documento da administração penal. II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou demais funcionários; III - prática religiosa; IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico e odontológico gratuito, com os recursos humanos e materiais postos a sua disposição pela Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes garantidos: a) obtenção de assistência médica pela rede Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados ou inexistentes os recursos institucionais, de acordo com a disponibilidade dessas redes; b) a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, profissionais médicos e odontológicos de confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento que se faça necessário, observadas as normas legais e regulamentares vigentes; V - frequência às atividades desportivas, de lazer e culturais condicionadas à programação da Unidade, dentro das condições de segurança e disciplina, obedecendo-se os a seguinte regra: a) a prática de esportes deverá ser realizada em local adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo menos uma vez por semana, sem prejuízo das atividades educacionais e laborativas da Unidade; VI - contato com o mundo exterior e acesso aos meios de comunicação social, por meio de: a) correspondência escrita com familiares e outras pessoas, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave; b) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos, desde que não contenham incitamento à subversão da ordem ou preconceito de religião, raça ou classe social e não comprometam a moral e os bons costumes; c) programação da Rádio Livre; d) acesso coletivo a programa de televisão; e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas e socioculturais, de acordo com a programação da Unidade respectiva. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 39 VII - acomodação em celas ou alojamentos coletivos ou individuais, dentro das exigências legais, havendo trocas de roupas de uso pessoal, de cama, banho e material de higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou outros setores devidamente autorizados; VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, que poderá ser autorizada após avaliação dos motivos e da capacidade estrutural da Unidade; IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e demais autoridades; X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave; XI - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; XII - receber atestado anual de pena a cumprir; XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Penitenciário, prestada por advogado constituído ou pela Defensoria Pública; XIV - entrevista reservada com seu advogado constituído ou Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias úteis e no horário de expediente da Unidade. XV - à presa, em caso de gravidez, são asseguradas: a) assistência pré-natal; b) alimentação apropriada desde a confirmação da gravidez até o fim da amamentação; c) internação, com direito a parto em hospital adequado, por meio de escolta; d) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, prorrogável por igual período, em local adequado, mesmo que haja restrição de amamentação; e) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, prorrogável por igual período, após avaliação médica e de assistente social, em local adequado, quando estiver amamentando; XVI - reabilitação das faltas disciplinares; XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes graves ou transferência do preso para outro estabelecimento, o Diretor comunicará imediatamente ao cônjuge ou, se for o caso, a parente próximo ou a pessoa previamente indicada; XVIII - O preso será informado, imediatamente, do falecimento ou de doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida a visita a estes, sob custódia; XIX - Em caso de deslocamento do preso, por qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao público, assim como resguardá-lo de insultos e da curiosidade geral. XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à individualização da pena. §1º - Os direitos previstos neste Regimento não excluem outros decorrentes dos princípios por ele adotados. §2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá permanecer em recinto separado dos demais, aplicando-se, no que couber, as normas destinadas aos presos provisórios. CAPÍTULO II DOS DEVERES DOS PRESOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 40 Art. 51 - São deveres dos presos, além dos previstos na legislação pátria: I - respeito às autoridades constituídas, funcionários e companheiros presos; II - comportamentodisciplinado e cumprimento fiel da sentença; III - informar-se das normas a serem observadas na Unidade Prisional, respeitando-as; IV - acatar as determinações legais solicitadas por qualquer funcionário no desempenho de suas funções; V - manter comportamento adequado em todo o decurso da execução da pena, progressiva ou não; VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta; VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a disciplina; VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe forem destinados, direta ou indiretamente; IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a que der causa, de forma culposa ou dolosa; X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, alojamento, corredores e sanitários; XI - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, referentes às visitas, orientando-as nesse sentido; XII - submeter-se às normas, contidas neste Regimento Geral, que disciplinam a concessão de saídas externas previstas em lei: XIII - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas de: a) saúde; b) assistência jurídica; c) psicológica; d) serviço social; e) diretoria; f) serviços administrativos em geral; g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de trabalho e de lazer; h) assistência religiosa; XIV - devolver ao setor competente, quando de sua saída ou da eventual transferência, os objetos fornecidos pela unidade e destinados ao uso próprio; XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de terceiros, materiais dos diversos setores da Unidade Prisional; XVI - abster-se de negociar objetos de sua propriedade, de terceiros ou do patrimônio do Estado; XVII - abster-se da confecção e posse indevida de instrumentos capazes de ofender a integridade física de outrem, bem como daqueles que possam contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança das pessoas e da Unidade Prisional; XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida alcoólica ou de substância que possa causar embriaguez ou dependência física, psíquica ou química; XIX - abster-se de transitar ou permanecer em locais não autorizados pela Direção da Unidade. XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância; XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais presos, bem como prejudicar o controle de segurança, a organização e a disciplina; XXII - acatar a ordem de contagem da população carcerária, respondendo ao sinal convencionado da autoridade competente para o controle da segurança e disciplina; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 41 XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para fins de decoração ou proteção de vigias, portas, janelas e paredes, que possam prejudicar o controle da vigilância; XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha; XXV - submeter-se à requisição das autoridades judiciais, policiais e administrativas; XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais de qualquer área técnica para exames ou entrevistas; XXVII - submeter-se às condições estabelecidas para uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV; XXVIII - submeter-se às condições de uso da biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de livros de sua propriedade; XXIX - submeter-se às condições estabelecidas para as práticas desportivas e de lazer; XXX - submeter-se às condições impostas para quaisquer modalidades de transferências e remoção de ordem judicial, técnico-administrativa e a seu requerimento; XXXI - submeter-se aos controles de segurança impostos pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes públicos incumbidos de efetuar a escolta externa. CAPÍTULO III DOS BENS E VALORES PESSOAIS Art. 52 - A entrada de bens de qualquer natureza obedecerá aos seguintes critérios: I - em se tratando daqueles permitidos, os mesmos deverão ser revistados e devidamente registrados em documento específico: a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e manufaturados, terá sua quantidade devidamente regulada; b) os bens não perecíveis serão analisados pela unidade prisional quanto à sua necessidade, conveniência e quantidade; II - Em se tratando de bens de consumo e patrimoniais trazidos por presos acompanhados ou não de funcionário, quando das saídas externas autorizadas, serão analisados. No caso de não se comprovar a origem será lavrado comunicado do evento, sem prejuízo de outras medidas cabíveis; III - Quando do ingresso de bens e valores através de familiares e afins, serão depositados no setor competente, mediante inventário e contra recibo: a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão devolvidos no momento em que o preso seja libertado; b) no caso de transferência do preso, os valores e bens serão encaminhados à unidade de destino. Art. 53 - Em caso de falecimento do preso, os valores e bens a este pertencentes, devidamente inventariados, serão entregues aos familiares, atendidas as disposições legais pertinentes SEÇÃO I DAS RECOMPENSAS Art. 54 - As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do preso sentenciado ou do preso provisório, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. Art. 55 - São recompensas: I - o elogio; II - a concessão de regalias. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 42 Art. 56 - Será considerado para efeito de elogio a prática de ato de excepcional relevância humanitária ou do interesse do bem comum, por portaria do diretor da unidade prisional, devendo constar do prontuário do condenado. SEÇÃO II DAS REGALIAS Art. 57 - Constituem regalias, concedidas aos presos em geral, dentro da Unidade Prisional: I - visitas íntimas; II - assistir coletivamente sessões de cinema, teatro, shows e outras atividades sócio-culturais, fora do horário normal em épocas especiais; III - assistir coletivamente sessões de jogos esportivos em épocas especiais, fora do horário normal; IV - participar de atividades coletivas, além da escola e trabalho, em horário pré-estabelecido de acordo com a Unidade do Sistema e Direção; V - participar em exposições de trabalho, pintura e outros, que digam respeito às suas atividades; VI - visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela direção se comprovada sua necessidade e relevância. Art. 58 - Poderão ser acrescidas outras regalias de forma progressiva, acompanhando as diversas fases e regimes de cumprimento da pena; Art. 59 - O preso no regime semi-aberto poderá ter outras regalias, a critério da direção da unidade visando sua reintegração social; Art. 60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar de qualquer natureza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. TÍTULO VII DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 61 - No aspecto administrativo-disciplinar, este Regimento aplicasse aos presos de ambos os sexos recolhidos na mesma ou em Unidades Prisionais diversas. Art. 62 - Todos os presos da Unidade Prisional serão cientificados das normas disciplinares, no momento de seu ingresso na mesma. Art. 63 - As normas deste Regimento serão aplicadas aos presos, quer dentro do estabelecimento prisional e sua extensão, quer quandoestiverem em trânsito ou em execução de serviço externo. CAPÍTULO II DA DISCIPLINA Art. 64 - A ordem e a disciplina serão mantidas com firmeza, sem constrangimento, sem impor maiores restrições que as necessárias para manter a segurança e a boa organização da vida em comum, visando o retorno satisfatório do preso a sociedade. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 43 Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a fraternidade e a civilidade são requisitos importantes para o aprimoramento físico, mental e espiritual na busca da construção de um futuro melhor para o preso. Art. 65 - Os atos de indisciplina serão passíveis das seguintes penalidades: I - advertência verbal; II - repreensão; III - suspensão ou restrição de regalias; IV - suspensão ou restrição de direitos, observadas as condições previstas no incisos XIII e XIV do artigo 50 do presente regimento; V - isolamento em local adequado; VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante decisão fundamentada do juízo competente. §1º - Advertência verbal é a punição de caráter educativo, aplicado às infrações de natureza leve, e se couber as de natureza média; §2º - Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita, revestida de maior rigor no aspecto educativo, aplicável em casos de infração de natureza média, bem como os reincidentes de natureza leve. Art. 66 - Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III do artigo anterior. Art. 67 - Às faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste Regimento Geral, não podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta) dias. §1º - O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da Execução. §2º - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato. §3º - O tempo de isolamento preventivo será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. Art. 68 - Aplica-se o Regime Disciplinar Diferenciado, na hipótese de falta grave consistente na prática de crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna, e tem as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; II - recolhimento em cela individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar os filhos menores de quatorze anos, com duração de duas horas; IV - o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. §1º - O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do Presídio ou da sociedade. §2º - Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. §3º - A inclusão de preso no regime disciplinar diferenciado deverá ser requerida, apos deliberação da comissão disciplinar, por meio de parecer circunstanciado, pelo Diretor da Unidade ao Juízo competente, sendo imprescindível a decisão fundamentada da autoridade judiciária para a imposição de tal sanção. Art. 69 - A suspensão e restrição de regalias poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, na prática de faltas de qualquer natureza. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 44 Art. 70 - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. DAS FALTAS DISCIPLINARES (art. 71-74) Art. 71 - As faltas disciplinares segundo sua natureza classificam se em: I - leves; II - médias; III - graves. Parágrafo único - O disposto neste capítulo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. SEÇÃO I DAS FALTAS DISCIPLINARES DE NATUREZA LEVE Art. 72 - Considera-se falta disciplinar de natureza leve: I - manusear equipamento de trabalho sem autorização ou sem conhecimento do encarregado, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza; II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem autorização; III - desatenção em sala de aula ou no trabalho; IV - permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de sua propriedade a outro preso sem prévia comunicação da direção da unidade respectiva; V - utilizar-se de bens de propriedade do Estado, de forma diversa para a qual recebeu; VI - executar, sem autorização, o trabalho de outrem; VII - responder por outrem às chamadas regulamentares; VIII - ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores não cedidos e não autorizados pela Unidade Prisional; IX - descuidar da higiene pessoal; X - estar indevidamente trajado; XI - proceder de forma grosseira ou discutir com outro preso; XII - usar material de serviço para finalidade diversa da qual foi prevista; XIII - deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas do curso em que esteja matriculado; XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam ser conservados; XV - portar ou manter na cela ou alojamento, material de jogos não permitidos; XVI - remeter correspondência, sem registro regular pelo setor competente; XVII - desobedecer aos horários regulamentares; XVIII - descumprir as prescrições médicas; XIX - lavar ou secar roupa em locais não ermitidos; XX - fazer refeições em local e horário não permitidos; XXI - conversar através de janelas, guichê da cela ou de setor de trabalho ou em local não apropriado; XXII - mostrar displicência no cumprimento do sinal convencional de recolhimento ou formação; XXIII - fumar em local ou horário não permitido. XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar com preceitos de educação; XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a qualquer pessoa de modo desrespeitoso; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 45 XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos locais e horários permitidos pela autoridade competente SEÇÃO II DAS FALTAS DE NATUREZA MÉDIA Art. 73 - Considera-se falta disciplinar de natureza média: I - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou causando embaraços à administração; II - provocar direta ou indiretamente alarmes injustificados; III - deixar, sem justo motivo, de responder às revistas ou reuniões em horários pré-estabelecidos, ou aquelas para as quais ocasionalmente for determinado; IV - atrasar-se o interno do regime aberto e semi-aberto, para o pernoite; V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do regime semiaberto quando do seu retomo ao Estabelecimento Penal no caso de saídas temporárias autorizadas; VI - envolver, indevidamente, o nome de outrem para se esquivar de responsabilidade; VII - portar-se de modo indisciplinado ou inconveniente quando das revistas e conferências nominais; VIII - promover ou concorrer para a discórdia e desarmonia entre os internados, ou cultivar inimizades entre os mesmos; IX - portar-sede modo inconveniente, provocando outros internos através de brincadeiras de cunho pernicioso ou sarcástico; X - apresentar, sem fundamento ou em termos desrespeitosos, representação ou petição; XI - recriminar ou desconsiderar ato legal de agente da administração da unidade respectiva; XII - deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento, banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a cargo, ou fazê-lo com desídia; XIII - transitar pelos corredores dos alojamentos ou das celas despido ou em trajes sumários; XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem autorização; XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações elétricas ou hidráulicas da Unidade, sem a devida autorização; XVI - concorrer para que não seja dado cumprimento a qualquer ordem legal, tarefa ou serviço, bem como, concorrer para que seja retardada a sua execução; XVII - interferir na administração ou execução de qualquer tarefa sem estar para isto autorizado; XVIII - simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever ou ordem legal recebida; XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que cause efeitos similares aos do álcool, ou mesmo ingerir tais substâncias, ou concorrer, inequivocamente, para que outrem o faça; XX - introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a devida autorização da Direção da Unidade; XXI - solicitar ou receber de qualquer pessoa, vantagem ilícita pecuniária ou em espécie; XXII - praticar atos de comércio de qualquer natureza, sem a devida autorização, com outros internos, funcionários ou civis; XXIII - manusear equipamento ou material de trabalho sem autorização ou sem conhecimento da administração, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza; XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autorização, de material alheio; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 46 XXV - destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar objetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela administração; XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a devida autorização, ou concorrer para que outrem incorra na mesma conduta; XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para finalidade diversa para a qual foi prevista, causando ou não prejuízos ao erário; XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter indevidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento Penal, objetos passíveis de utilização em fuga; XXIX - permanecer o interno, em dias de visitação, na área destinada à circulação de pessoas, sem que para isto esteja autorizado ou acompanhado de seus visitantes, exceto para responder à chamada nominal ou efetuar suas refeições; XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem autorização de autoridade competente, ingressem nos alojamentos ou celas ou acessem local não permitido; XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua esposa, companheira ou diante de outros visitantes, de forma desrespeitosa; XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta ilícitas; XXXIII - permanecer em alojamento diferente do seu, sem a devida autorização da Administração ou o consentimento de integrante do local; XXXIV - transitar indevidamente por locais não permitidos ou em desacordo com o respectivo estágio em que se encontra; XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com internos em regime de isolamento celular ou entregar aos mesmos quaisquer objetos sem autorização da administração; XXXVI - promover barulho no interior do alojamento, celas ou seus corredores, durante o repouso noturno, ou ainda, a qualquer hora, fazê-lo de forma a perturbar a ordem reinante; XXXVII - disseminar boato que possa perturbar a ordem ou a disciplina, caso não chegue a constituir crime; XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da guarda em qualquer dependência da Unidade; XXXIX - praticar autolesão com finalidade de obter regalias; XL - praticar fato previsto como crime culposo ou contravenção, independentemente da ação penal; XLI - usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a erro qualquer pessoa; XLII - favorecer a prostituição ou a promiscuidade de parentes e demais visitantes. SEÇÃO III DAS FALTAS DE NATUREZA GRAVE Art. 74 - Comete falta disciplinar de natureza grave o preso que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 47 VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; VII - não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens recebidas; VIII - descumprir, injustificadamente, o condenado à pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou retardar o cumprimento; IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho de comunicação com o meio exterior, seus componentes ou acessórios; SEÇÃO IV DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES Art. 75 - São circunstâncias atenuantes na aplicação das penalidades disciplinares: I - primariedade em falta disciplinar; II - natureza e circunstância do fato; III - bons antecedentes prisionais; IV - imputabilidade relativa atestada por autoridade médica competente; V - confessar, espontaneamente a autoria da falta ignorada ou imputada a outrem; VI - ressarcimento dos danos materiais. Art. 76 - São circunstâncias agravantes, na aplicação das referidas penalidades: I - reincidência em falta disciplinar; II - prática de falta disciplinar durante o prazo de reabilitação de conduta por sanção anterior; DAS MEDIDAS CAUTELARES (art. 77) Art. 77 - O diretor da Unidade Prisional poderá determinar, por ato motivado, como medida cautelar, o isolamento do preso, por período não superior a 10 (dez) dias, quando: I - pesem contra o preso informações, devidamente comprovadas, de que estaria preste a cometer infração disciplinar de natureza grave; II - pesem contra o preso, informações devidamente comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade física; III - a requerimento do preso, que expressará a necessidade de ser submetido a isolamento cautelar, como medida de segurança pessoal. Parágrafo Único - Em caso de necessidade, o prazo estabelecido no caput deste artigo poderá, a pedido da direção da unidade respectiva, ser prorrogado por igual período pela autoridade judiciária competente CAPÍTULO I TÍTULO VIII DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, DA SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO (art. 78-92) Art. 78 - Cometida a infração, o preso será conduzido ao setor de disciplina, para o registro da ocorrência, que conterá nome e matrícula dos servidores que dela tiveram conhecimento, os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas, a descrição clara, concisa e precisa do fato, bem como as alegações do faltoso, quando presente, ao ser interpelado pelo(s) CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSOPÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 48 signatário(s) das razões da transgressão, sem tecer comentários ou opiniões pessoais, e outras circunstâncias. §1º - A ocorrência será comunicada imediatamente ao diretor da unidade prisional, para que, no prazo de 03 (três) dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, seja iniciado o procedimento disciplinar. Art. 79 - O conselho disciplinar realizará as diligencias indispensáveis à precisa elucidação do fato, inclusive solicitação de perícia técnica, quando necessário, para formar seus elementos de convicção. Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito de defesa, seja por advogado constituído ou por Defensor Publico lotado na Unidade Prisional respectiva. ATENÇÃO: ART 80 ALTERADO PELA PORTARIA 225/15 DE 14/04/15 DOE-CE-SEJUS, PASSANDO A VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO: “Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito de defesa, seja por Defensor Público ou por Advogado constituído ou nomeado para o ato. §1º - Caso não possua advogado constituído ou não saiba declinar os dados necessários para a intimação do mesmo, na data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso será assistido pelo Defensor Publico lotado na Unidade Prisional respectiva. §2º - Caso não haja Defensor Público lotado na Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para o ato o Defensor Público lotado na Vara de Execuções Criminais com jurisdição sobre a referida Unidade. Art. 81 - Ao preso será dado conhecimento prévio da acusação. Art. 82 - O Conselho Disciplinar ouvirá, no mesmo ato, primeiramente o ofendido e testemunhas, se houverem, e por último o preso, de tudo lavrando-se o termo respectivo. Art. 83 - Concluídas as oitivas necessárias, ato contínuo, será facultado à Defesa, manifestação oral, que será tomada por termo, pelo tempo de 15 (quinze) minutos. Art. 84 - Finda a instrução, passa-se imediatamente ao julgamento acerca da culpabilidade ou inocência do faltoso, bem como acerca da natureza da falta disciplinar a ele imputada, o que deverá ser registrado na ata respectiva, que será assinada por todos os presentes. Art. 85 - Caso seja o detento considerado culpado pela transgressão disciplinar a ele imputada, adotará o Conselho Disciplinar uma das seguintes medidas: I - Tratando-se de faltas de natureza leve ou média, remeterá os autos respectivos ao Diretor do Estabelecimento que aplicará a sanção correspondente, no prazo de 02 (dois) dias; II - Tratando-se de falta grave a aplicação de sanção será de competência do Conselho Disciplinar, por ato de seu presidente, no mesmo prazo acima citado. Art. 86 - Em sendo o preso julgado inocente das imputações que lhe foram feitas, serão os autos respectivos encaminhados ao Diretor do Estabelecimento, a fim de que seja por este determinado seu imediato arquivamento. Art. 87 - Concluído o julgamento respectivo será dada ciência ao preso envolvido e ao seu defensor. Art. 88 - O preso poderá solicitar pessoalmente, ou através de seu patrono, reconsideração do ato punitivo, no prazo de 08 (oito) dias úteis, contados a partir da data em que a decisão lhe haja sido comunicada, nas seguintes hipóteses: CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 49 I - quando não tiver sido unânime a decisão do Conselho Disciplinar; II - quando a decisão do Conselho Disciplinar tiver sido manifestamente contrária às provas existentes nos autos respectivos; III - quando a sanção aplicada estiver em desacordo com a Lei. Parágrafo Único - o pedido será dirigido à autoridade que aplicar a sanção disciplinar. Art. 89 - O pedido de reconsideração, uma vez apreciado pela autoridade competente, deverá ser despachado no prazo de 08(oito) dias de seu recebimento, dele não cabendo recurso administrativo. Art. 90 - Após tornar-se definitivo o ato punitivo, o Diretor da unidade prisional determinará as seguintes providências: I - ciência ao preso envolvido e ao seu defensor; II - registro em ficha disciplinar; III - encaminhamento de cópia da sindicância ao Juiz das Execuções e Corregedor dos Presídios e ao Conselho Penitenciário do Estado do Ceará; IV - comunicação à autoridade policial competente, quando o fato constituir ilícito penal; V - arquivamento em prontuário penitenciário. Art. 91 - Durante todo o período de cumprimento de sua pena, o preso poderá pedir a revisão da punição sofrida, desde que comprove o surgimento de fato novo, não apreciado por ocasião do anterior julgamento. Art. 92 - A execução da sanção disciplinar será suspensa quando desaconselhada pela unidade de saúde do Estabelecimento Prisional. Parágrafo único - Uma vez cessada a causa que motivou a suspensão, a execução será iniciada ou terá prosseguimento. DA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA E DA REABILITAÇÃO CAPÍTULO II Art. 93 - A classificação do preso far-se-á pela Comissão Técnica de Classificação, consoante o rendimento apurado através do cumprimento da pena e mérito prisional. Art. 94 - A conduta disciplinar do preso em regime fechado classificar-se-á em: I - excelente, quando no prazo mínimo de 01 (um) ano não tiver sido cometida infração disciplinar de natureza grave ou média, ou não tiver reincidido na prática de infração disciplinar de natureza leve; II - boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis) meses, não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média; III - regular, quando for cometida infração disciplinar de natureza média nos últimos 30 (trinta) dias, ou grave, nos últimos 03 (três) meses; IV - má, quando for cometida infração disciplinar de natureza grave ou reincidida falta de natureza média, durante o período de reabilitação. Art. 95 - O preso em regime semi-aberto terá a sua conduta disciplinar classificada em: I - excelente, quando não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média, ou não tiver reincidido na prática de infração disciplinar de natureza leve, pelo prazo de 06 (seis) meses; II - boa, quando não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média pelo prazo de 03 (três) meses; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 50 III - regular, quando cometer infração disciplinar de natureza média ou reincidir na prática de infração disciplinar de natureza leve, nos últimos 30 (trinta) dias; IV - má, quando cometer infração de natureza grave ou reincidir em infração de natureza média, durante o período de reabilitação. Art. 96 - No caso do preso ser oriundo de outra Unidade Prisional, poderá ser levada em consideração para a classificação de seu comportamento a conduta mantida pelo mesmo no estabelecimento de origem. Art. 97 - O preso em regime fechado terá os seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir do cumprimento da sanção disciplinar: I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve; II- De 03 (três) meses para falta de natureza média; III- De 06 (seis) meses para falta de natureza grave. Art. 98 - O preso em regime semiaberto terá os seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir da data do cumprimento da sanção disciplinar:I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve; II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza média; Parágrafo único - a infração disciplinar de natureza grave implicará na proposta, feita pelo diretor da unidade ao juízo competente, de regressão do regime. REABILITAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO Art. 99 - O preso em regime aberto terá os prazos para reabilitação da conduta, de acordo com o previsto no artigo anterior. Art. 100 - O cometimento da falta disciplinar de qualquer natureza, durante o período de reabilitação acarretará a imediata anulação do tempo de reabilitação até então cumprido. Parágrafo único - Com a prática de nova falta disciplinar, exigir-se- á novo tempo para reabilitação que deverá ser somado ao tempo estabelecido para falta anterior. TÍTULO IX DA ASSISTÊNCIA AO PRESO CAPÍTULO I DA ASSISTÊNCIA Art. 101 - É dever do Estado dar ao preso assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, objetivando prevenir o crime e recuperar o preso, para que possa retornar ao convívio social satisfatoriamente. SEÇÃO I DA ASSISTÊNCIA MATERIAL Art. 102 - A assistência material consistirá no fornecimento de alimentação suficiente, balanceada, vestuário e instalações higiênicas. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 51 Parágrafo Único - A Coordenadoria do Sistema Penal destinará, em cada uma de suas unidades prisionais, instalações e serviços adequados à sua natureza e finalidade, para o atendimento da sua população de internos. DA ASSISTENCIA À SAÚDE (art. 103-108) SEÇÃO II DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 103 - A assistência à saúde será de caráter preventivo e curativo, compreendendo o atendimento médico, odontológico, psicológico, farmacêutico e assistência social, obedecidas as diretrizes estipuladas no Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário e pelas Portarias Interministeriais do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. §1º - É facultado ao preso contratar profissional médico e odontológico de sua confiança e às suas expensas, que prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas pela Unidade de Saúde do Estabelecimento Prisional. Art. 104 - Havendo necessidade de encaminhamento do preso ao Sistema de Saúde Pública, a autorização será expedida pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu representante legal, comunicando-se de imediato ao Juízo da Execução Penal. Art. 105 - Todas as Unidades Prisionais com mais de 100 (cem) presos deverão obedecer à padronização física, técnica e equipe profissional estabelecida para atendimento de saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário. §1º - Nas demais Unidades, não sendo possível obedecer a mencionada padronização, as ações e serviços de saúde serão realizadas por profissionais da Secretaria de Saúde do Município onde se achem localizadas, garantindo-se no interior da Unidade uma estrutura mínima para tal atendimento, contando com a presença permanente de um profissional de saúde. §2º - Será assegurado acompanhamento médico especial à mulher, principalmente no pré-natal e no pós- parto, extensivo ao recém-nascido. Art. 106 - O preso terá asseguradas as medidas de higiene e conservação da saúde, durante todo o tempo de seu recolhimento, bem como constantes palestras de esclarecimentos e prevenção. Art. 107 - Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da Instituição Prisional respectiva comunicar a (o) Diretor (a) sobre casos de moléstias contagiosas, promovendo as medidas necessárias para evitar a disseminação e contágio, propondo as vacinações dos internos e dos funcionários quando julgar necessário. Art. 108 - Caberá ao Conselho da Comunidade local acompanhar o cumprimento do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário. DA ASSISTÊNCIA JURÍDIA (art. 109-111) SEÇÃO III DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA Art. 109 - Aos presos é assegurada assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Prisional, prestada por advogado constituído ou pela Defensoria Pública Estadual; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 52 Parágrafo único - Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. Art. 110 - Aos presos que declarem não possuir advogado constituído, será prestada assistência jurídica por meio de Defensor Público do Estado, lotado na unidade respectiva, em Núcleo Especializado da Defensoria Pública ou no Juízo das Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta se encontre. Art. 111 - Ao Defensor Público responsável pela Unidade respectiva, compete: I - manter o preso informado de sua situação jurídico penal; II - requerer e acompanhar os benefícios penais incidentes na execução, aos quais seu assistido fizer jus; III - manter contato com o Juízo das Execuções, Tribunais, Conselho Penitenciário e Direção do Estabelecimento, no sentido de velar pela situação do preso; IV - providenciar o recebimento de qualquer benefício extrapenal a que o preso tiver direito; V- providenciar para que os prazos prisionais não sejam ultrapassados, requerendo o que for de direito. VI - Organizar e manter estatísticas de atendimento dos presos sob seu patrocínio; VII - Requerer, junto aos demais órgãos da estrutura organizacional da Unidade Penitenciária, qualquer ação ou benefício necessário ao bem estar dos presos sob seu patrocínio, bem como de seus familiares; VIII - Patrocinar a defesa dos presos assistidos pela Defensoria Pública perante o Conselho Disciplinar; IX – Promover a ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos dos presos. X – Difundir, no ambiente prisional, a educação e conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico. XI – Realizar outras atividades dentro de sua área de competência. DA ASSITÊNCIA EDUCACIONAL E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL (art. 112-120). SEÇÃO IV DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Art. 112 - A assistência educacional compreenderá a instrução escolar, englobando o ensino fundamental e médio, bem como a formação profissional do preso. Parágrafo Único - A Sejus poderá firmar termo de cooperação com entidade pública ou particular para a promoção de educação superior aos internos. Art. 113 - Quando do ingresso a Unidade Prisional, será feita a pesquisa referente à formação escolar, na fase de triagem. Art.114 - O ensino fundamental e médio será obrigatório, integrando-se no sistema escolar público, a ser ministrado pela Secretaria de Educação do Estado. Parágrafo Único - Somente serão dispensados do ensino fundamental, os presos que preencherem os seguintes requisitos: I - apresentação do Certificado de Conclusão de ensino fundamental, médio ou superior; II - incapacidade devidamente comprovada e atestada por responsável. Art. 115 - As atividades educacionais podem ser objeto de ação integrada e conveniada com outras entidades públicas, mistas e particulares, que se disponham a instalar escolas, oficinas profissionalizantes na Unidade Prisional com aprovação do Projeto pela Coordenadoria do Sistema Penal. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA– SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 53 Art. 116 - O ensino educacional será feito por profissionais da educação utilizando serviço de monitores aptos e treinados, com materiais oferecidos pelo Poder Público. Art. 117 - Os presos que tiverem frequência e aprovação de acordo com as normas estabelecidas pelo art.126 e §§da Lei de Execução Penal, terão direito à remição de pena, após análise e avaliação pelo juízo da execução penal competente. Art. 118 - O ensino profissionalizante poderá ser ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico, atendendo-se as características da população urbana e rural, segundo aptidões individuais e demanda do mercado. Art. 119 - A Unidade prisional disporá de uma biblioteca para uso geral dos presos, que será provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros periódicos e o acesso ao preso dar- se-á: I - para uso na própria biblioteca; e II - para uso na própria cela, mediante autorização da direção da unidade. §1º - A Sejus deverá desenvolver juntamente com a Secretaria de Educação do Estado projeto de remição de pena pela leitura, como forma de estimular e valorizar a participação dos internos em atividades educacionais e culturais, colaborando para a sua reinserção social. Art. 120 - Os livros deverão ser cadastrados, utilizando-se fichas para consultas no local e nas retiradas para leitura em cela. §1º - Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido pelo seu causador e devidamente punido na forma deste Regimento Geral. §2º - Durante o cumprimento de sanção disciplinar, poderão ser retirados os livros pertencentes à biblioteca, que se encontrarem na posse do infrator. §3º - Quando das saídas sob quaisquer modalidades, o preso deverá devolver os livros sob seu poder. DA ASSITENCIA SOCIAL (art. 121-122) Art. 121 - A assistência social tem por finalidade o amparo ao preso e à sua família, visando prepará-lo para o retorno à liberdade, e será exercida por profissional habilitado. Parágrafo único - É facultado o auxílio de entidades públicas ou privadas nas tarefas de atendimento social. Art. 122 - Incumbe ao serviço de Assistência Social, entre outras atribuições: I - Fornecer o diagnóstico Social do interno; II - Prestar Assistência Social ao interno e à sua família; III - Prestar assistência ao interno em caso de hospitalização ou transferência da Unidade por motivo de saúde; IV - Entrar em contato com a família do interno para realização de entrevistas ou para esclarecimento; V - Promover, quando necessário, o registro civil do interno e de seus filhos, expedição de documento de identidade e carteira profissional; VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação VII - Integrar a equipe de Saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário; VIII – Facilitar o acesso da comunicação entre preso, instituição e família; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 54 IX – Fomentar debates e ações que reafirmem a real função social da pena entre os servidores do sistema penal; X – Buscar junto às redes sociais de apoio, benefícios que possam resgatar a cidadania dos presos e presas, egressos e familiares; XI – Integrar a Comissão Técnica de Classificação; XII - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência DA ASSITÊNCIA RELIGIOSA (art. 123- 127) SEÇÃO VI DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA Art. 123 - A assistência religiosa, respeitada a liberdade constitucional de culto, a legislação vigente e com as cautelas cabíveis, será prestada ao preso, sendo-lhe assegurada a participação nos eventos organizados na Unidade, bem como a posse de livros de instrução religiosa. Parágrafo Único – À pessoa presa será assegurado o direito à expressão de sua consciência, filosofia ou prática de sua religião de forma individual ou coletiva, devendo ser respeitada a sua vontade de participação, ou abstenção de participação de atividades de cunho religioso. Art. 124 - É assegurado a todas as religiões professadas no interior da Unidade Prisional, através de seus diversos representantes, direito a realização de cultos em dia e hora pré-determinados pela Direção, desde que não coloquem em risco a vida e a integridade dos participantes, vedado o proselitismo religioso e qualquer forma de discriminação ou estigmatização. §1º - Caso o estabelecimento prisional não tenha local adequado para a prática religiosa, as atividades deverão se realizar no pátio, nas galerias ou nas celas, em horários específicos. §2º - Para atuar no estabelecimento prisional o líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito, e deverá ser cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal, que normatizará o procedimento de cadastro e fornecerá a respectiva carteira de acesso, válida em todas as unidades prisionais, condicionada a prévio agendamento e respeitando as normas de segurança prisional. Art. 125 - Nenhum religioso poderá iniciar seu trabalho sem antes ser advertido e instruído dos problemas prisionais e devidamente cientificado de que deverá desenvolvê-lo em harmonia com as normas do estabelecimento. §1º - A suspensão do ingresso de representantes religiosos só poderá acontecer por determinação da Direção do estabelecimento ou outra autoridade superior, por motivos justificados e registrada por escrito, dando-se ciência aos interessados com antecedência razoável. §2º - Após procedida a suspensão do ingresso de representantes religiosos, a decisão sobre a extensão a outras unidades prisionais ficará a critério da Coordenadoria do Sistema Penal. Art. 126 - Na realização de eventos internos dever-se-á dar preferência às atividades ecumênicas. Parágrafo único - Além dos cultos coletivos, a assistência religiosa poderá ser oferecida individualmente a quem a solicitar, em horário e local previamente agendados e autorizados pela Direção do estabelecimento, sendo garantida a privacidade durante o atendimento religioso pessoal, sem prejuízo da observância das normas de segurança prisional. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 55 Art. 127 - De modo algum serão permitidos cultos ou atividades religiosas que possam causar transtornos aos demais internos e servidores penitenciários, ou que venham perturbar as manifestações religiosas de outras denominações. Parágrafo único - A assistência religiosa não será instrumentalizada para fins de disciplina, correcionais ou para estabelecer qualquer tipo de regalia, benefício ou privilégio, e será garantida mesmo à pessoa presa submetida a sanção disciplinar. DAS ASSISTÊNCIAS SEÇÃO VII DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA Art. 128 - A assistência psicológica será prestada por profissionais habilitados, por intermédio de programas envolvendo o reeducando, a Instituição e familiares, nos processos de ressocialização e reintegração social. §1º - Incumbe ao serviço de Assistência Psicológica, entre outras atribuições: I – realizar atendimentos iniciais por meio da entrevista de anamnese; II – realizar, periodicamente, acolhimento de internos recém-chegados,em caráter interdisciplinar; III – identificar demandas de acompanhamento psicológico; IV – acompanhar internos em condições de crises depressivas e outros transtornos mentais; V – contribuir com as ações de promoção da saúde mental, notadamente com a assistência aos dependentes químicos, participando para a proposição e a execução de atividades voltadas à redução de danos e agravos à saúde. VI – desenvolver atividades de grupos focais, trabalhando temas pertinentes ao contexto prisional, com viés multidisciplinar; VII – proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação; VIII – participar da articulação de parcerias para a realização de atividades de promoção da saúde mental, prevenção da dependência química, orientação e assistência aos familiares de presos e egressos. IX – destinar, nas unidades femininas, atenção especial às internas gestantes, em estado puerperal e às crianças da creche, principalmente no período de separação entre mãe e filho, assim como contribuir para o fortalecimento dos vínculos da família que irá abrigar a criança. §2º – Os exames criminológicos e demais perícias técnicas não poderão ser realizados pelos psicólogos que realizam a assistência aos presos. DO CONTATO EXTERNO (art. 129 -131) Capítulo I DA CORRESPONDÊNCIA ESCRITA Art. 129 - A correspondência escrita entre o preso, seus familiares e afins será feita pelas vias regulamentares. Art. 130 - É livre a correspondência, condicionada a sua expedição e recepção, às normas de segurança e disciplina da unidade prisional. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 56 Art. 131 - Os materiais recebidos por via postal deverão ser vistoriados em local apropriado, na presença do preso, observadas as normas de segurança e disciplina da unidade prisional. Parágrafo Único - Ao Diretor Adjunto da Unidade caberá a vistoria mencionada neste artigo. DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Art. 132 - O preso terá acesso à leitura de jornais, revistas, periódica e outros meios de comunicação adquiridos às expensas próprias ou por visitas, desde que submetidos previamente a apreciação da direção da unidade prisional, que avaliará a sua contribuição ao processo educacional e ressocializador, bem como a não infringência às normas de segurança. Art. 133 – A Rádio Livre, radiadora com estúdio na Sejus e transmissão para todas as unidades prisionais por meio de equipamentos técnicos de caixas de som, será responsável pela transmissão de programação voltada para os internos, de cunho cultural, educacional, informativo, esportivo, social, religioso e de entretenimento, operada por profissional de comunicação, promovendo, ainda, a interação entre os internos e seus familiares, bem como aproximando a comunidade carcerária e a administração penitenciária. Art. 134 - O uso do aparelho de rádio difusão poderá ser permitido, mediante autorização por escrito expedida pela direção da unidade prisional, observadas as peculiaridades de cada estabelecimento e comprovada a propriedade do mesmo por documento idôneo, nos locais onde não houver transmissão da rádio livre. §1º - É permitido ao interessado adquirir seu aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus visitantes. §2º - O aparelho deverá ser de porte pequeno, a critério da unidade prisional, que deverá atentar para a facilitação de sua revista. §3º - O aparelho de rádio será registrado em livro próprio, a cargo da Direção da Unidade, devendo constar desse registro todos os dados que possibilitem sua perfeita identificação e controle. §4º - O aparelho de rádio não identificado será apreendido pelos agentes da área de segurança e disciplina, que procederá às averiguações de sua origem, sem prejuízo da sanção disciplinar. §5º - O portador do rádio deverá utilizá-lo em sua própria cela em volume compatível com a tranquilidade dos demais presos, permitido o uso de fone de ouvido. §6º - A Administração não se responsabilizará pelo mau uso, extravio ou desaparecimento do aparelho, nem por danos causados pelo usuário ou por outro preso. §7º - Caso haja necessidade de conserto do aparelho, o mesmo será feito com recurso próprio do preso ou de seus visitantes. §8º - É proibida qualquer espécie de conserto de aparelho de rádio nas dependências internas do estabelecimento, salvo em local determinado e com a devida autorização. Art. 135 - O acesso à televisão pelo preso, qualquer que seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá sob duas modalidades: I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da unidade prisional; II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada cela ou alojamento, mediante prévia autorização por escrito da direção da unidade, comprovada a propriedade do mesmo por documento idôneo. Art. 136 - O aparelho de uso coletivo deverá ser franqueado aos presos, através de programação institucional previamente divulgada, nos seguintes locais: I - em sala de aula, para fins didáticos e socioculturais; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 57 II - em ambientes coletivos, em horários estabelecidos formalmente, sem prejuízo das atividades de trabalho, escola, esportes e outras prioridades. Parágrafo único - O controle do aparelho e da programação compete à área de segurança e disciplina. Art. 137 - Não se permitirá mais de um aparelho de televisão em cada cela, independente da quantidade de presos. Art. 138 - O uso dos meios de comunicação permitidos por este Regimento Geral poderá ser suspenso ou restringido por ato devidamente motivado, ficando seu restabelecimento a critério da direção da unidade. DAS VISITAS (art.139-153) Art. 139 - As visitas ao preso se classificam sob duas categorias: as comuns e as conjugais (chamadas visitas íntimas). SEÇÃO I DAS VISITAS COMUNS Art. 140 - Os (as) presos (as) poderão receber visitas de cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em dias determinados, desde que registrado no rol de visitas do Estabelecimento Prisional e devidamente autorizadas pela direção, e se darão na forma especificada na Portaria Nº 692/2013 da Sejus, ou outra portaria que venha a substituí-la, expedida pelo mesmo órgão. Parágrafo único – O cadastramento no rol de visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias da apresentação dos documentos elencados na referida portaria, devendo as hipóteses de indeferimento serem devidamente motivadas. Art. 141 - As visitas serão limitadas ao número de 02 (dois) visitantes por dia de visita, a fim de proporcionar adequadas condições de revista, preservando as condições de segurança na Unidade Prisional. Quanto à visitação de filhos e netos menores de idade, no dia destinado a essas visitas, não há limite de quantidade. §1º - Os cadastros de visita deverão ser preferencialmente biométricos, sendo renovados a cada 02 (dois) anos e acompanharão o preso em caso de mudança de unidade. §2º - Em não havendo cônjuge, companheira (o), ascendentes e descendentes de primeiro ou segundo grau e colaterais de primeiro grau ou parentes habilitados para a visita, poderá o (a) preso (a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as). Art. 142 - A entrada de menores nas unidades prisionais só será permitida aos filhos e netos do (a) preso (a), acompanhados pelo responsável legal e, na falta deste, por aquele que for designadopara sua guarda e responsabilidade, pela autoridade judicial competente, devendo apresentar carteira de identidade ou certidão de nascimento. §1º - A entrada do (a) companheiro (a) menor de idade se dará mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s). Art. 143 - Não será permitida a visitapessoa que: I - não esteja autorizado pela direção; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 58 II - não apresente documento de identificação; III - apresentar sintomas de embriagues ou conduta alterada que levem a presunção de consumo de drogas e/ou entorpecentes; IV - estiver com gesso, curativos ou ataduras; V - chegar à Unidade Prisional no dia e hora, não estabelecido para visita; VI - do sexo masculino que estiver trajando bermuda, calção e/ou camiseta sem mangas; VII - do sexo feminino que estiverem trajando mini-saias, miniblusas, roupas excessivamente curtas, decotadas e transparentes; Art.144 - Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio de comunicação escrita, deverão ser entregues aos plantonistas da revista ou ao chefe de equipe que fará o encaminhamento ao preso. Art.145 - As visitas comuns deverão ocorrer preferencialmente, as quartas-feiras e/ou domingos das 08:00 horas às 16:00 horas, encerrando-se o acesso ao interior da Unidade Prisional às 14:00 horas, em período não superior a 08 (oito) horas, não devendo coincidir com o dia destinado às visitas íntimas. §1º - A critério da Coordenação do Sistema Penal ou da Direção da Unidade Prisional, poderá ser suspensa ou reduzida a visita em caso de risco iminente à segurança e disciplina. §2º - Em caso excepcional, a administração poderá autorizar visita extraordinária, devendo fixar o tempo de sua duração. §3º - O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou enfermaria e impossibilitado de se locomover, ou em tratamento psiquiátrico, poderá receber visita no próprio local, a critério da autoridade médica. Art. 146 - Antes e depois das visitas os presos poderão ser submetidos à revista. §1º - Os visitantes deverão ser revistados antes de adentrarem na unidade. §2º - A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou manual) será realizada com respeito à dignidade humana, sendo vedada qualquer forma de desnudamento, tratamento desumano ou degradante. §3º - A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso de equipamentos eletrônicos detectores de metais, bodyscanners, aparelhos de raio-X ou similares, ou ainda manualmente, preservando-se a integridade física, psicológica e moral da pessoa revistada. §4º - Onde houver bodyscanners obrigatoriamente este será o meio utilizado para a revista eletrônica. §5º - Considera-se revista manual toda inspeção realizada mediante contato físico da mão do agente público competente sobre a roupa da pessoa revistada, sendo vedados o desnudamento total ou parcial, o toque nas partes íntimas, o uso de espelhos, o uso de cães farejadores, bem como a introdução de quaisquer objetos nas cavidades corporais da pessoa revistada. §6º - A retirada de calçados, casacos, jaquetas e similares, bem como de acessórios, não caracteriza desnudamento. §7º - A revista manual será realizada por servidor habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa revistada. §8º - A revista pessoal em crianças ou adolescentes deve garantir o respeito ao princípio da proteção integral da criança e do adolescente, sendo vedada sua realização sem a presença e o acompanhamento de um responsável legal. §9º - A realização de revista manual ocorrerá nas seguintes hipóteses: I – o estado de saúde impeça que a pessoa a ser revistada se submeta a determinados equipamentos de revista eletrônica, mediante comprovação de laudo médico expedido em até sessenta dias antes da visita, exceto quando atestar enfermidade permanente; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 59 II – quando não existir equipamento eletrônico ou este não estiver funcionando; III – após a realização da revista eletrônica, subsistir fundada suspeita de porte ou posse de objetos, produtos ou substâncias, cuja entrada seja proibida. Art. 147 - Os valores e objetos considerados inade-quados, encontrados em poder do visitante, serão guardados em local apropriado e restituídos ao término da visita. Parágrafo Único - Caso a posse constitua delito penal deverão ser tomadas as providências legais cabíveis. Art. 148 - As pessoas idosas, gestantes e deficientes físicos, terão prioridade nos procedimentos adotados para a realização da visita. Art. 149 - O visitante que estiver com maquiagem, peruca e outros complementos que possam dificultar a sua identificação ou revista, poderá ser impedido de ter acesso à unidade prisional, como medida de segurança. Art. 150 - Roupas íntimas, agasalhos e material higiênico não fornecidos pelo Sistema Prisional, bem como, bens de consumo, perecíveis ou não, permitidos e trazidos pelos visitantes nos dias regulamentares de visita, serão entregues no setor da revista, para que seja realizado um minucioso exame na presença do portador, após o que será permitida a entrada no estabelecimento. §1º - A Coordenadoria do Sistema Penal deverá formular anualmente relação dos bens de consumo, perecíveis ou não, que poderão ser admitidos no interior das unidades, da qual se dará ampla publicidade; §2º - As visitas não poderão ingressar nas unidades prisionais levando qualquer pertence que não seja autorizado pela administração, devendo ser vedados apenas aqueles que atentem contra a segurança e disciplina do estabelecimento. Art. 151 - As visitas comuns serão realizadas em local próprio, em condições dignas e que possibilitem a vigilância pelo corpo de segurança. Parágrafo único – As unidades prisionais disporão de espaços lúdicos para acolher filhos e netos de presos (as) por ocasião das visitas. Art. 152 - O visitante, familiar ou não, poderá ter seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, por decisão motivada da direção da unidade, quando: I - da visita resulte qualquer fato danoso à segurança e disciplina da unidade, que envolva o visitante ou o preso; II - houver aplicação de sanção disciplinar suspendendo o direito a receber visita; Parágrafo Único - O visitante, familiar ou não, terá seu cadastro cancelado se praticar qualquer ato tipificado como crime doloso, sendo possível a recuperação do cadastro, por decisão da Direção da Unidade, ouvidos os Setores de Segurança e Disciplina e de Serviço Social, a partir de 6 (seis) meses após a prática do ato. Art. 153 - O preso que cometer falta disciplinar média ou grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita por até 30 (trinta) dias. DA VISITA ÍNTIMA (art. 154-161) SEÇÃO II DA VISITA ÍNTIMA CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 60 Art. 154 - A visita íntima constitui um direito e tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e familiares, devendo ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade.Parágrafo Único - A orientação sexual dos internos e dos visitantes deverá ser respeitada, não devendo haver qualquer tipo de discriminação. Art. 155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando, bem como por atos do(a) companheiro(a) que causar problemas de ordem moral ou de risco para a segurança ou disciplina. Art. 156 - Os serviços de Saúde e de Assistência Social do Sistema Penitenciário deverão planejar um programa preventivo para a população prisional, nos aspectos sanitário e social, respectivamente, sendo assegurada a distribuição gratuita de preservativos ao preso, quando da realização da visita íntima. Parágrafo único - O serviço de Saúde e a Comissão Técnica de Classificação de cada unidade prisional desenvolverão os programas propostos. Art. 157 - Ao preso será facultado receber para visita íntima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa designada pelo mesmo, comprovadas as seguintes condições: I - se cônjuge, comprovar-se-á com a competente Certidão de Casamento; II - se companheiro (a), comprovar-se-á com o Registro de Nascimento dos filhos em nome de ambos ou declaração de união estável assinada por duas testemunhas, com firma reconhecida; III - nos demais casos, mediante declaração expressa do (a) preso (a), com a apresentação dos documentos exigidos para as visitas comuns, e avaliação do Serviço Social. §1º - o preso poderá receber a visita íntima de menor de 18 (dezoito) anos, quando: a) legalmente casados; b) nos demais casos, mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s); c) houver prova de emancipação civil do (a) visitante. §2º - Somente será autorizado o registro de um (a) visitante, ficando vedadas as substituições, salvo se ocorrer separação ou divórcio, no decurso do cumprimento de pena, obedecido o prazo mínimo de 6 (seis) meses, com investigação do Serviço Social e decisão da Direção da Unidade Prisional. Art. 158 - Comprovadas as relações previstas nos artigos anteriores, para a concessão de visita íntima, deverão ainda as partes: a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista de saúde, através de exames laboratoriais tanto para o(a) preso(a) como para o(a) companheiro(a); b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério das respectivas unidades. Art. 159 - A periodicidade da visita exclusivamente íntima será mensal, obedecidos os critérios estabelecidos neste Regimento Geral. Art. 160 - O controle da visita íntima, relativamente às condições de acesso, trânsito interno e segurança do(a) preso(a) e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete aos integrantes da área de segurança e disciplina. Art. 161 - A visita deverá submeter-se às normas de segurança do estabelecimento. TÍTULO XI DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO (162- 165) CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 61 Art. 162 - A unidade prisional manterá o trabalho do reeducando como dever social e condição de dignidade humana, com finalidade educativa, produtiva e reintegradora. Parágrafo Único - Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. Art. 163 - As modalidades de trabalho classificam-se em interno e externo. §1º - O trabalho interno tem caráter obrigatório, respeitadas as aptidões e a capacidade do preso, observando-se: a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em consideração a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do interno. b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação adequada à sua idade. c) Os doentes ou portadores de necessidades especiais, declarados tais pelo órgão competente, terão ocupação compatível com seu estado físico e mental. §2º - A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com descanso aos domingos e feriados, salvo exceções legais. Art. 164 - Conforme o disposto no artigo 126 da Lei de Execução Penal, o detento poderá remir parte do tempo de condenação, à razão de um dia de pena por três trabalhados. §1º - Também se considera, para efeitos de remição, a frequência regular aos cursos de Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, bem como a produção intelectual e produção de artesanato. §2º - Deverá existir uma ficha de frequência, a qual registrará os dias trabalhados, devendo ser assinada diariamente pelo preso (a) e rubricada no final do mês pela autoridade administrativa competente. §3º - A contagem do tempo de remição se dará na forma do art.126 da Lei de Execução Penal. §4º - Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. §5º - O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. §6º - O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova. §7º - O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. Art. 165 - O Setor de Segurança e Disciplina informará à Unidade de Produção e comercialização sobre eventuais impedimentos da atividade do trabalho do preso trabalhador e seus motivos. Parágrafo Único - No caso de saída do preso da unidade prisional será comunicada imediatamente para a Unidade de Produção e Comercialização para as providências cabíveis. DA REMIÇÃO Capítulo I DO TRABALHO INTERNO Art. 166 - O trabalho interno será desenvolvido através de qualquer atividade regulamentada, que tenha por objetivo o aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o espírito de cooperação e a socialização do preso. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 62 Art. 167 - Considera-se trabalho interno aquele realizado nos limites do estabelecimento, destinado a atender às necessidades peculiares da unidade. Art. 168 - Será atribuído horário especial de trabalho aos internos designados para os serviços de conservação, subsistência e manutenção da Unidade. Art. 169 - Compete à unidade prisional propiciar condições de aprendizado aos presos sem experiência profissional na área solicitada. Art. 170 - Para a prestação do trabalho interno, dar-se-á sempre preferência aos presos que tenham índice superior de aproveitamento e maior tempo de cumprimento de pena. Capítulo II DO TRABALHO EXTERNO Art. 171 - O trabalho externo, executado fora dos limites do estabelecimento, será admissível aos presos em regime fechado, quando obedecidas às condições legais, e aos presos em cumprimento de pena em regime semiaberto e aberto. Art. 172 - O cometimento de falta disciplinar de natureza grave implicará na revogação imediata da autorização de trabalho externo, sem prejuízo da sanção disciplinar correspondente, apurada através de procedimento disciplinar. Art. 173 - O preso em cumprimento de pena em regime semiaberto poderá obter autorização para desenvolver trabalho externo, junto às empresas públicas ou privadas, observadas as seguintes condições: I - Submeter-se à observaçãocriminológica realizada no período de 30 (trinta) dias de sua inclusão, sem qualquer impedimento; II - Manter comportamento disciplinado, seja na unidade prisional, seja na empresa a qual presta serviços; III - Cumprir horário, em jornada estabelecida no respectivo contrato de trabalho; IV - Retornar à unidade prisional quando de eventual dispensa portando documento hábil do empregador; V - Ter justificado ao empregador, mediante documento hábil, a falta por motivo de saúde; VI - Cumprir rigorosamente o horário da jornada de trabalho estabelecidos pela unidade prisional e empresa. Art. 174 - A unidade prisional deverá manter o controle e fiscalização através de instrumentos próprios, junto à empresa e ao reeducando, para que o mesmo possa cumprir as exigências do artigo anterior. Capítulo III DO PECÚLIO Art. 175 - O trabalho do (a) preso (a) será remunerado, obedecendo critérios de produtividade, não podendo ser inferior a 3/4 três quartos) do salário mínimo. Art. 176 - O produto da remuneração será depositado em conta bancária, em Banco Oficial ou Privado, conveniado com o Estado. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 63 Art. 177 – Quanto aos valores do trabalho do preso, seu pecúlio e deduções previdenciárias, observar- se-á o disposto na Portaria 217/2014 da Sejus. Art. 178 - Toda importância em dinheiro que for apreendida indevidamente com o reeducando e cuja procedência não for esclarecida reverterá ao Estado, por processo administrativo em que se obedeça ao devido processo legal. Parágrafo Único - Se a origem e propriedade forem legítimas, a importância será depositada no pecúlio reserva do reeducando, sem prejuízo das sanções disciplinares previstas. Art. 179 - Na ocorrência do falecimento do reeducando, o saldo será entregue a familiares, atendidas as disposições pertinentes. TÍTULO XII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 180 - O abuso de poder exercido contra o interno será punido administrativamente, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal e civil. Art. 181 - Cada unidade prisional adotará, atendendo suas peculiaridades, horário próprio para tranca e destranca das celas. Art. 182 - A cada mês do ano civil os Administradores das Unidades Prisionais, após consulta às equipes técnicas das unidades, elaborarão relatório circunstanciado das atividades e funcionamento da respectiva unidade, encaminhando-o ao Coordenador do Sistema Penal do Estado, para as providências que entender cabíveis. Art. 183 - Os funcionários da Unidade Prisional cuidarão para que sejam observados e respeitados os direitos e deveres dos detentos respondendo, nos termos da legislação própria, pelos resultados adversos a que derem causa, por ação ou omissão. §1º - No exercício de suas funções, os funcionários não deverão compactuar com os presos nem praticar atos que possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo com os detentos dentro dos limites funcionais; §2º - Os agentes prisionais levarão ao conhecimento da autoridade competente as reivindicações dos presos objetivando uma solução adequada, bem como as ações ou omissões dos mesmos, que possam comprometer a boa ordem na Unidade Prisional. Art. 184 - Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção do Estabelecimento comunicará imediatamente ao Juiz da Execução, a Coordenadoria do Sistema Prisional e também solicitará a presença da Polícia Judiciária. Parágrafo Único - Falecendo o interno, os valores e bens devidamente inventariados, serão entregues aos familiares. Art. 185 - Em caso de danos ao Estabelecimento a Diretoria oferecerá a Coordenadoria do Sistema Penitenciário relatório circunstanciado objetivando avaliar os prejuízos e elucidar as irregularidades, encaminhando os resultados a quem de direito. Parágrafo Único - Cabe ao reeducando ressarcir o Estado pelos danos causados, ao patrimônio físico e material da Unidade Prisional. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 64 Art. 186 - Os casos omissos poderão ser resolvidos pelo Diretor da Unidade, em conjunto com a Coordenadoria do Sistema Penitenciário, com o conhecimento da Secretária da Justiça e Cidadania, observadas as respectivas competências. Art. 187 - A revisão do Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará será realizada a cada 4 (quatro) anos, contados a partir de sua publicação, por Comissão Especial a ser designada pelo(a) Secretário(a) da Justiça e Cidadania, composta preferencialmente de forma paritária por membros das instituições com atuação direta no sistema prisional. Parágrafo único – Sem prejuízo da citada revisão, serão promovidos encontros anuais de servidores e gestores para discussão, proposição e avaliação das políticas públicas para o sistema penitenciário. Art. 188 - Este Regimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 65 QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. (Prof Pedro) O sistema penitenciário do Ceará adota princípios contidos em regramentos internacionais como a ONU? A) sim B) não C) nunca D) somente com presos estrangeiros 2. (Prof Pedro) O sistema penitenciário por suas peculiaridades fundamenta-se: A) no livre arbítrio do agente penitenciário. B) na prática de meios abusivos contra presos indisciplinados. C) na hierarquia funcional. D) na aplicação de penas alternativas 3. (Prof Pedro) O coordenador geral da COSIPE deve ser: A) obrigatoriamente agente penitenciário. B) obrigatoriamente servidor público. C) preferencialmente membro da sejus. D) integrante da casa civil. 4. (Prof Pedro) Tem como missão principal dentro da sejus e através de seus núcleos promover a inclusão social do preso e do egresso: A) a comissão técnica de classificação B) o NUSED - núcleo de segurança e disciplina C) a CATVA - comissão de avaliação e transferência de vagas D) CISPE - coordenadoria de inclusão social do preso e do egresso. 5. (Prof Pedro) O coordenador da COSIPE deve ser escolhido pelos critérios: A) de antiguidade no sistema penal B) de merecimento no sistema penal C) por antiguidade e merecimento D) pelos mesmos critérios da escolha dos diretores das unidades prisionais 6. (Prof Pedro) O coordenador geral da COSIPE de acordo com o regimento geral será: A) nomeado pelo secretario de justiça B) escolhido pelos agentes penitenciários C) nomeado pelo governador do estado D) nomeado pela assembleia legislativa 7. (Prof Pedro) Não faz parte das unidades prisionais elencadas no rol taxativo do regimento geral: A) DECAP - delegacia de capturas. B) colônias agrícolas, industriais, similar. C) casa do albergado. D) hospital geral e sanatório penal. 8. (Prof Pedro) Os estabelecimentos prisionais destinam-se CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGODE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 66 A) aos egressos, provisórios e ao condenado somente. B) aos egressos e aos condenados. C) aos condenados, aos submetidos á medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. D) aos submetidos à medida de segurança e ao condenado. 9. (Prof Pedro) O regimento geral limita um número mínimo de agentes por plantão em uma unidade prisional que é? A) 3 B) 2 C) 4 D) 5 10. (Prof Pedro) as unidades prisionais devem ter um número proporcional de agentes por plantão que é? A) 2 agentes para cada 25 presos B) 5 agentes para cada 25 presos C) 1 agente para cada 25 presos D) 5 agentes para cada 50 presos 11. (Prof Pedro) O regimento prevê também a proporção do corpo técnico nas unidades prisionais, que num número de 500 internos, deverá ter quantos odontólogos? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 12. (Prof Pedro) O regimento prevê também a proporção do corpo técnico nas unidades prisionais, que num número de 500 internos, deverá ter quantos estagiários de direito? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E)5 13. (Prof Pedro) Em referência ao centro de triagem e observação criminológica - CTOC. A) não recebe presos de comarca de interior B) só recebe com autorização do secretário de segurança C) pode receber presos das comarcas do interior, e das delegacias. D) não recebe presos oriundos de delegacias 14. (Prof Pedro) As penitenciarias destinam-se: A) presos em regime semiaberto B) em regime de detenção e semiaberto C) pena de reclusão, regime fechado D) regime misto 15. (Prof Pedro) De acordo com regimento geral os responsáveis pela segurança externa das penitenciárias em regra: certo ou errado? A) policia militar ( ) CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 67 B) agentes penitenciários ( ) 16. (Prof Pedro) Quanto ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico destina-se: A) regime fechado B) regime misto C) medidas de segurança e tratamento psiquiátrico D) em regime de detenção 17. (Prof Pedro) A cadeia pública em regra destina-se: A) aos presos provisórios B) aos condenados C) regime diferenciado D) egressos 18. (Prof Pedro) Na casa de albergado admite-se cumprimento de pena privativa em liberdade? A) certo ( ) B) errado( ) 19. (Prof Pedro) O preso que apresenta quadro de dependência química tem garantido tratamento individualizado? A) sim B) não C) somente os que tiverem em semiaberto D) depende do tipo de regime 20. (Prof Pedro) o hospital geral e sanatório penal deve ter equipes multidisciplinares: A) em horário de expediente B) sempre que for possível C) em regime de plantão D) durante os fins de semana 21. (Prof Pedro) de acordo com a literalidade da norma a casa de albergado deve? A) ser localizada em região metropolitana B) sirtuar-se em região metropolitana e próximo aos demais estabelecimentos prisionais C) situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos. D) situar-se anexo a penitenciária 22. (Prof Pedro) o preso provisório pode ter acesso a meio de comunicação externo? A) em nenhuma hipótese B) vedado pelo regimento geral C) pode ter acesso, desde que autorizados por lei D) somente quando estiver no CTOC 23. (Prof Pedro) compete especificamente ao diretor das unidades prisionais: A) efetuar o controle diário das folhas e cartões de registro de comparecimento do pessoal da unidade B) supervisionar os serviços de copa e cozinha C) controlar a movimentação de presos quando das transferências entre celas. D) visitar os presos nas dependências do estabelecimento prisional, anotando suas reclamações e pedidos. 24. (Prof Pedro) Compete ao diretor adjunto: A) presidir a comissão técnica de classificação B) revistar material do preso recebido via postal C) organizar a prestação de contas dos suprimentos de fundos da unidade CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 68 D) efetuar o balancete mensal do estoque de mercadoria existente 25. (Prof Pedro) Quem elabora o plano de segurança interna das unidades prisionais? A) o diretor adjunto e o chefe de equipe B) o diretor e o diretor adjunto em conjunto C) o diretor e o chefe de segurança e disciplina em conjunto D) o chefe de equipe e o chefe de segurança 26. (Prof Pedro) Obrigatoriamente o diretor deve ser agente penitenciário? V ( ) ou F ( ) 27. (Prof Pedro) Qual estabelecimento prisional é responsável pela identificação dos presos? A) penitenciárias B) casa de albergado C) CPPL´s D) centro de triagem e observação criminológica 28. (Prof Pedro) Nas penitenciárias femininas obrigatoriamente deve existir uma creche para acomodar seus filhos recém-nascidos: A) nos 9 (nove) primeiros meses de vida, sem prorrogação. B) nos 3 (três) primeiros meses de vida , com prorrogação C) nos 6 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário D) nos 6 (seis) primeiros meses de vida, sem prorrogação 29. (Prof Pedro) A casa de albergado além da pena privativa de liberdade pode acolher presos com pena restritivas de direitos? A) não B) sim C) depende do sexo D) todas alternativas erradas 30. (Prof Pedro) Os responsáveis pela guarita dos estabelecimentos prisionais conforme o regimento geral é? A) PM B) agentes 31. (Prof Pedro) Quem preside a comissão técnica de classificação? A) diretor adjunto B) coordenador geral da COSIPE C) assistente social D) diretor da unidade prisional 32. (Prof Pedro) José, condenado a 20 anos de prisão em regime fechado por tráfico de drogas e estupro, foi considerado preso de exemplar comportamento na unidade prisional. Em decorrência disso, ganhou uma regalia de visita extra, autorizada pelo diretor da unidade prisional, tal conduta do diretor está? A) errada B) correta, tem previsibilidade. C) constitui crime D) constitui infração disciplinar CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 69 33. (Prof Pedro) O agente Thomas encontrou um celular na posse do preso “Fernandinho Lagamar”, imediatamente o servidor comunicou ao diretor do estabelecimento que, de pronto, decretou a falta grave para “ Fernandinho Lagamar” sem que fosse instaurado procedimento disciplinar para a devida apuração. A conduta do diretor foi? A) legal B) abusiva C) como se trata de crime foi correta D) está amparada pelo entendimento dos tribunais superiores 34. (Prof Pedro) o diretor do hospital de custódia deve ser: A) formado em direito B) profissional da área de segurança C) profissional da área de saúde D) não tem diretor 35. (Prof Pedro) O cargo de diretor adjunto será ocupado por: A) obrigatoriamente por agente penitenciário B) preferencialmente por servidor da casa civil C) preferencialmente por servidor estável de carreira da sejus D) obrigatoriamente por agente penitenciário com mais de 10anos em efetivo exercício 36. (Prof Pedro) O cargo de gerente administrativo será ocupado por: A) preferencialmente por agente penitenciário B) preferencialmente por servidor da casa civil C) preferencialmente por servidor estável da área de segurança pública D) deverá ser servidor de carreira da sejus. 37. (Prof Pedro) O cargo de chefe de segurança e disciplina será ocupado por: A) preferencialmente por agente penitenciário estável B) preferencialmente por servidor da casa civil C) preferencialmente por servidor estável da área de segurança pública D) obrigatoriamente por agente penitenciário com mais de 10 anos em efetivo exercício 38. (Prof Pedro) o cargo de chefe de equipe dos agentes penitenciários será ocupado por: A) preferencialmente por agente penitenciário B) preferencialmente por agente penitenciário estável. C) preferencialmente por servidor estável da área de segurança pública D) deverá ser servidor de carreira da sejus. 39. (Prof Pedro) o cargo de diretor da unidade prisional será ocupado por? A) obrigatoriamente agente penitenciário B) obrigatoriamente servidor com 10 anos de experiência C) preferencialmente servidor de carreira da SEJUS D) preferencialmente servidor da segurança pública 40. (Prof Pedro) o conselho disciplinar é um órgão colegiado, formado por: A) diretor adjunto, chefe de segurança e disciplina, assistente social, psicólogo, agente penitenciário de notória experiência B) diretor adjunto, assistente social, agente penitenciário de notória experiência C) diretor, chefe de segurança e disciplina, assistente social, psicólogo, agente penitenciário de notória experiência D) diretor, assistente social, agente penitenciário de notória experiência CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 70 41. (Prof Pedro) quanto a apuração das faltas disciplinares o conselho disciplinar: A) julga em definitivo as faltas disciplinares B) elabora parecer opinativo C) remete para a comissão técnica de classificação que fará o julgamento D) não precisa ouvir fazer procedimento contraditório 42. (Prof Pedro) Quem preside o conselho disciplinar: A) chefe de segurança B) coordenador geral da COSIPE C) diretor D) diretor adjunto 43. (Prof Pedro) Se durante a apuração do procedimento disciplinar verificar empate técnico nos votos: A) o preso será beneficiado B) o preso será prejudicado C) haverá outra votação D) suspenderá a sessão 44. (Prof Pedro) Não compõe o conselho disciplinar: A) diretor adjunto B) assistente social C) agente de notória experiência D) diretor 45. (Prof Pedro) Não são membros da comissão técnica de classificação: A) diretor B) psiquiatra C) psicólogo D) diretor adjunto E) assistente social 46. (Prof Pedro) A comissão técnica de classificação terá como membro: A) 1 agente penitenciário com larga experiência B) 2 agentes penitenciários com larga experiência C) 3 agentes penitenciários com larga experiência D) não têm agentes 47. (Prof Pedro) De acordo com o regimento geral os direitos do preso podem ser suspensos ou restritos pelo: A) somente o diretor B) diretor ou juiz das execuções C) pelo chefe de equipe D) não podem ter direitos suspensos 48. (Prof Pedro) Quanto as fases de execução administrativa da pena privativa de liberdade: A) terá uma fase B) terá duas fases C) não existe essa previsão no regimento D) terá três fases 49. (Prof Pedro) Como se dá o ingresso do preso condenado no estabelecimento prisional: CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 71 A) através da nota de culpa B) não precisa de formalidades C) apresentação de guia de recolhimento D) apresentação de documento de identidade do preso 50. (Prof Pedro) O preso conhecido como “catatau”, chegou a CPPL, e trouxe consigo camisa da cor preta, que não é permitido naquele estabelecimento prisional, portanto o pertence deverá: A) ficar na posse do agente por período indeterminado B) ser inventariado e colocado em depósito no setor de gerência administrativa C) ser inventariado e colocado em depósito no setor de segurança D) ficar na posse do diretor adjunto da unidade 51. (Prof Pedro) O preso conhecido como “Dirceu”, chegou a CPPL, e trouxe consigo relógio de ouro de sua propriedade, que não é permitido naquele estabelecimento prisional, portanto o pertence deverá: A) setor de pecúlio B) ser inventariado e colocado em depósito no setor de gerência administrativa C) ser inventariado e colocado em depósito no setor de segurança D) ficar na posse do diretor adjunto da unidade 52. (Prof Pedro) Paulo nunca foi preso, porém acabou cometendo um crime e foi condenado. Paulo foi conduzido para o centro de triagem e o mesmo deverá: A) passar por um período de observação não superior a 90 dias B) passar por um período de observação não superior a 120 dias C) passar por um período de observação não superior a 60 dias D) não existe previsão de período de observação 53. (Prof Pedro) Nos 10 (dez) primeiros dias do estagio de adaptação o preso não pode: A) receber visita da mãe B) do advogado C) do defensor público D) de ninguém, devendo ficar em isolamento. 54. (Prof Pedro) Das opções abaixo, especificamente tem a incumbência para administrar as transferências dos presos entre os estabelecimentos prisionais? A) CISPE B) comissão técnica de classificação C) conselho disciplinar D) CATVA 55. (Prof Pedro) Quem preside a comissão de avaliação e gestão de vagas? A) diretor da unidade B) chefe de segurança e disciplina C) coordenador geral da COSIPE D) coordenador geral adjunto da COSIPE 56. (Prof Pedro) É direito do preso: A) fugir B) não ser revistado C) visita extra D) chamamento nominal CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 72 57. (Prof Pedro) À presa, em estado de gravidez será assegurado? A) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 30 dias após o nascimento B) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 60 dias após o nascimento C) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 30 dias após o nascimento D) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento 58. (Prof Pedro) À presa, em estado de gravidez será assegurado? A) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, quando estiver amamentando. B) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 90 dias após o nascimento, quando estiver amamentando. C) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, quando estiver amamentando. D) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 60 dias após o nascimento, quando estiver amamentando. 59. (Prof Pedro) O preso pode ter contato com o mundo exterior e acesso a meios de comunicação social: A) não B) sim 60. (Prof Pedro) O presodeve manter conduta oposta a movimentos coletivos de fuga? A) sim, pois é um dever B) não, pois não tem previsão legal C) somente quando estiver no regime fechado D) somente quando estiver no regime aberto GABARITO 01 - A 02 - C 03 - C 04 - D 05 - D 06 - C 07 - A 08 - C 09 - B 10 - C 11 - A 12 - B 13 - C 14 - C 15 - B 16 - C 17 - A 18 - A 19 - A 20 - C 21 - C 22 - C 23 - D 24 - B 25 - C 26 - C 27 - F 28 - C 29 - B 30 - B 31 - D 32 - B 33 - B 34 - C 35 - C 36 - D 37 - A 38 - B 39 - C 40 - B 41 - D 42 - B 43 - A 44 - D 45 - D 46 - B 47 - B 48 - B 49 - C 50 - B 51 - A 52 - C 53 - A 54 - D 55 - D 56 - D 57 - D 58 - C 59 - B 60 - A CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 73 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 74 REFERÊNCIAS A Constituição e o Supremo. Livraria Supremo. 2015 Apostila de Regimento Interno do Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará – Prof. Pedro Henrique. 2017 CF.1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. Senado Federal. 2016; LEP.1974. Lei de Execução Penal – Acessado em: www.planalto.gov.br, em 20/03/2018, as 22:00hs.; Matheus Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 4ª ed. 2018; Portaria 1220. Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará; Regras Mínimas para Tratamento de Presos – ONU – Regras de Mandela – 2015; Renato Marcão. Curso de Execução Penal. 9ª ed. 2011; Site: www.dizerodireito.com.br STF. Supremo Tribunal Federal. Brasília; STJ. Superior Tribunal de Justiça. Brasília; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS MÓDULO I: Administração Penitenciária - 20h/a DISCIPLINA 04: Rotinas de trabalho no cotidiano das prisões ELABORAÇÃO: Kany de Carvalho Bezerra Fortaleza, março de 2018. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 2 SUMÁRIO 01. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3 02. ROTINAS DE TRABALHO NO COTIDIANO DAS PRISÕES ............................................ 3 03. INICIANDO AS ATIVIDADES ................................................................................................. 4 04. PORTARIA .................................................................................................................................. 5 05. INGRESSO DE PRESO .............................................................................................................. 6 06. VISTORIAS .................................................................................................................................. 7 6.1 Revista de presos ............................................................................................................................. 7 6.2 Revista nas dependências da unidade .............................................................................................. 8 6.3 Revista de visitantes ........................................................................................................................ 9 07. MOVIMENTAÇÃO DE PRESOS ........................................................................................... 10 08. ESCOLTA................................................................................................................................... 11 09. RELATÓRIO DE PLANTÃO DE AGENTES PENITENCIÁRIOS.................................... 12 10. CERTIDÃO DE COMPORTAMENTO CARCERÁRIO ..................................................... 13 11. INGRESSO DE PERTENCES E DIVERSOS ........................................................................ 14 12. TRANSVERSALIDADE DE TRABALHO DO AGENTE PENITENCIÁRIO COM AS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA AO PRESO ........................................................................................... 15 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 19 CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 3 01. INTRODUÇÃO A questão prisional é certamente uma das mais delicadas no contexto do sistema de segurança pública. E por este motivo requer um tratamento especial, não somente no tocante às suas rotinas, mas, sobretudo, no que se refere à concepção que lhes dá sustentação, visando articular, problematizar e intervir nas mais variadas situações que constituem o cenário cotidiano das Unidades Prisionais do Estado do Ceará, incorporando valores éticos e compromisso social, elaborados de acordo com a Lei de Execução Penal, consoante a uma abordagem dialógica e humanizada. Desse modo, o material apresentado aos futuros Agentes Penitenciários possui informações para enfrentamento dessas questões, desejando articular um trabalho em rede, e que demonstre a padronização do sistema penitenciário do Ceará. Assinala-se também nesta apostila as condutas e ações que serão praticadas pelos agentes penitenciários na árdua missão frente aos conhecidos obstáculos nacionais do sistema penitenciário, tais como precariedade das instalações físicas, a superpopulação prisional, a inexistência de espaço de convivência, presos querendo assumir lideranças de alas, trafico de drogas e a criminalidade organizada, conflitando com o objetivo visado, que seria a reinserção social de apenado. Assis, aglutinando as técnicas e padrões de procedimentos e conhecimentos da problemática prisional, Agentes penitenciários poderão desempenhar seus papeis de modo mais coeso e articulado a importância do trabalho que desenvolvem dentro do contexto penitenciário. 02. ROTINAS DE TRABALHO NO COTIDIANO DAS PRISÕES Iniciaremos nossos trabalhos com a definição do profissional que trabalha diretamente com a guarda, escolta e vigilância de presos. Sua missão é realizada, objetivando a manutenção de um ambiente prisional organizado e pacífico, prezando pela integridade física dos detentos e dos demais profissionais que lá trabalham e por consequência contribuindo para a segurança da sociedade. Este é o Agente Penitenciário. Na realidade cearense esse profissional irá desempenhar suas funções em um dos 18 estabelecimentos prisionais diversos ou em uma das mais de 120 cadeias públicas existentes no Estado. Atualmente o efetivo de agentes penitenciários no Estado é de 2124 para uma população prisional de 27.807 presos Nocontexto Jurídico Administrativo temos a legislação atinente às atribuições do Agente Penitenciário prevista na Lei n°14.966/2011 que redenominou a carreira: CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 4 “Art.1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei nº12.386, de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada para carreira Segurança Penitenciária e estruturada na forma do anexo I desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a ter as seguintes atribuições: atendimento, vigilância, custódia, guarda, escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos penais estaduais.” Dessa forma, temos as seguintes atribuições do Agente Penitenciário: ➢ Atendimento: consiste no atendimento á pessoas; ➢ Vigilância: estado de quem vigia, precaução; ➢ Custódia: conservar sob segurança e vigilância; ➢ Guarda: sentinela e cuidado; ➢ Escolta: ato destacar tropas, pessoas, aviões e etc. para escoltar pessoas ou coisas; ➢ Assistência: consiste no amparo e auxílio; ➢ Orientação: direção, guia e regra. Desse modo, esclarecidas as competências positivadas na legislação atinente passaremos identificá-las no estudo que iremos traçar, verificando as atribuições nas rotinas prisionais. 03. INICIANDO AS ATIVIDADES Ao chegar à unidade para iniciar o serviço o Agente Penitenciário deverá se apresentar ao Chefe de Equipe de Plantão para que o mesmo confirme presençae atribua uma tarefa/posto. Convêm ressaltar que o Agente Penitenciário só poderá assumir o posto de trabalho se estiver devidamente uniformizado. Os postos de serviço se subdividem em posto fixo ou ronda. Após conhecimento do posto de serviço deverá o agente verificar onde estão localizados os equipamentos necessários para o serviço. Cada posto de serviço, em face de suas peculiaridades requerem equipamentos distintos. A título de exemplo, destacamos alguns postos de serviço existentes nas unidades prisionais: Monitoramento: É posto de trabalho presente em diversas unidades prisionais do Estado, onde o Agente exercer a vigilância da unidade através de câmeras de monitoramento. Quadrante: Posto de trabalho existente em alguns estabelecimentos prisional, possibilitando a restrição de acesso entre espaços como corredores, galerias, setores diversos e outros. Têm como finalidade controlar o fluxo de pessoas, bem como resguardar a estrutura física da unidade prisional. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 5 Vistoria: posto de trabalho utilizado com finalidade de realizar vistoria de pessoas e/ ou objetos que adentram na unidade prisional, objetivando coibir a entrada de objetos, substâncias ou produtos proibidos pela administração prisional e pela Legislação Penal. Portaria: O referido posto de trabalho, em face de sua importância, será abordado em unidade específica. Parlatório: É posto de trabalho onde os internos, após autorização, recebem visitas, atendimentos de advogados, técnicos e outros. Ao Agente escalado no Parlatório caberá controlar o fluxo de atendimentos, verificando as condições de segurança do local e controlando o tempo de entrada e saída daqueles que estão no parlatório. Afastar-se do posto de serviço sem prévia autorização do superior imediato é conduta inadequada, possibilitando falha na segurança do estabelecimento prisional e, consequentemente colocar em risco as pessoas que lá estão. 04. PORTARIA Descrição: Local para recepcionar, identificar e revistar pessoas, veículos e objetos. Além disso, caberá ao agente penitenciário vigiar o perímetro interno e externo, observando e controlando a entrada e saída de pessoas e veículos, garantindo a segurança do estabelecimento prisional. Ações: Dorneles, em sua obra, elenca didaticamente as Ações que devem ser desenvolvidas no posto de Portaria: Recepcionar pessoas, veículos e objetos, identificando, revistando e acompanhando ao destino; Informar e consultar o setor de destino da presença do visitante; Cadastrar e registrar pessoas; Reter documentos de identificação; Determinar o uso de crachá de identificação; Orientar visitantes quanto aos procedimentos e normas de segurança; Revistar e reter objetos não permitidos, utilizando os meios adequados e permitidos; Receber e liberar presos ou internados, conferindo documentação e adotando demais medidas necessárias; Restringir a permanência ou tráfego desnecessário de pessoas não autorizadas ou alheias ao setor; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 6 Proibir a entrada de pessoas portando armas de qualquer espécie e telefones celulares ao interior do Estabelecimento Prisional, salvo nas situações de: rebeliões, motins, vistorias ou situações que requeiram o uso destes instrumentos. Qualquer veículo ou carga destinado a entrar ou sair da área interna da Unidade deverá ser minuciosamente vistoriado por agente penitenciário obedecendo aos protocolos já estabelecidos, e se disponível, através do bodyscanner e da máquina de RX. Se for encontrado objeto ou material ilícito, o responsável e ocupante do veículo serão detidos pela Segurança do Estabelecimento Prisional, devendo a Direção adotar os procedimentos cabíveis. Permitir a entrada de fornecedores ou prestadores de serviços, nos horários estabelecidos. O Agente deve exigir que todos os servidores/funcionários que estiverem em serviço no Estabelecimento Prisional estejam identificados e uniformizados. 05. INGRESSO DE PRESO O recebimento de presos, oriundos da Secretaria de Segurança Pública e de outras unidades prisionais é uma rotina de trabalho do agente penitenciário, para tanto deverá estar atento nas seguintes situações. No tocante a documentação necessária, elencamos os documentos essenciais que devem ser apresentados para o ingresso do preso na unidade: Apresentação da guia de recolhimento expedida pela autoridade policial ou judiciária competente; Comprovante que o interno foi submetido a exame de corpo de delito; Comprovante de identificação do preso; Cópia do auto de prisão em flagrante ou do mandado de prisão judicial, com informações sobre os antecedentes policiais ou judiciais do preso. Ofício de autorização de recebimento do interno, oriundo da Comissão de Avaliação de Transferência e Gestão de Vagas (CATVA), no caso das grandes unidades da Região Metropolitana de Fortaleza. Outra questão a ser analisada no recebimento de presos consiste na observação de sua integridade física que, caso se já visualizado alguma lesão aparente e a mesma não esteja constando no exame de corpo de delito, por cautela, deverá ser solicitado novo exame. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICOPARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 7 Desse modo, somente após conferência da documentação exigida e inexistência de indícios de lesão é que poderá ser assinado o ofício de recebimento do preso com o seguinte termo, “recebido”, com data, horário, matrícula e assinatura. Excepcionalmente, em face de necessidade e urgência, poderá haver transferência de preso de qualquer unidade da Sejus, independente de decisão da Catva, por determinação do Secretário de Justiça ou, na sua ausência, pelo Coordenador do Sistema. Após ingressar na unidade o preso será orientado de seus deveres e direitos e normas de conduta que o mesmo deverá seguir durante a sua permanência no estabelecimento. Após o ingresso do interno, a documentação será repassada para o setor administrativo para identificação do interno e abertura de prontuário. Pertences do preso, que não são permitidos entrar na unidade serão guardados constados em Relatório de Plantão e repassados ao Chefe de Segurança e Disciplina. 06. VISTORIAS 6.1 Revista de presos A revista dos presos é uma das atribuições do Agente Penitenciário no desempenho de suas funções. São diversos momentos na rotina de trabalho que o agente irá realizar a revista no preso, dentre elas destacamos: No ingresso do preso na unidade prisional; Na retirada do preso da cela para ser conduzido para outro setor dentro do próprio estabelecimento prisional; No retorno para a cela, em face de deslocamentos diversos (parlatório, sala de aula, Setor de Saúde, banho de sol e outros); Na saída do estabelecimento prisional para audiências judiciais, tratamento médico em hospitais e transferências entre estabelecimentos; No retorno para o presídio, em face de saídas temporárias, permissões de saída e retorno de audiências. O artigo 34 do RGEP-CE orienta acerca da revista pessoal do preso na ocasião do ingresso na unidade, bem como de seus pertences, prevendo ainda, a higienização corpórea e a substituição do vestuário pelo uniforme padrão da unidade. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 8 Além das hipóteses acima, o Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará-RGEP-CE, artigo 23, IX atribui ao Chefe de Segurança e Disciplina a realização de vistorias nos presos de modo preventivo ou quando tiver fundadas suspeitas que o interno esteja portando algum objeto ilícito ou indevido. Outro dispositivo legal que prevê que preso será visitando antes e depois do contato com o visitante é a portaria 723/2014, publicada em 21/08/2014 no Diário Oficial do Estado. 6.2 Revista nas dependências da unidade Além da revista do preso, outra atribuição consiste na realização de revistas nos setores da unidade, uma vez que algum produto ilícito ou proibido poderá não estar na posse do preso, mas estar oculto em diversos locais do estabelecimento prisional. O RGEP-CE também legitima as buscas nas dependências do estabelecimento prisional, visando à apreensão de armas, aparelhos celulares ou objetos capazes de ofender a integridade física de outrem ou de objetos que possam facilitar uma tentativa de fuga. Ressaltamos que antes da realização de vistoria nas dependências da unidade que seja realizado um briefing com todos os agentes penitenciários envolvidos para a divisão das tarefas de cada um. Alertamos também para que se adotem procedimentos de segurança relacionados à energia elétrica, uma vez que em muitos locais poderá gerar riscos durante a realização do procedimento de vistoria. Citamos abaixo alguns equipamentos necessários para a realização de procedimentos de vistoria, esclarecendo que não são obrigatórios a sua utilização em todos os casos, devendo ser observado o caso concreto na forma de vistoria: ➢ Luvas; ➢ Óculos de proteção; ➢ Lanternas; ➢ Detector de metais; ➢ Algemas; ➢ Martelo ou barra de ferro. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 9 6.3 Revista de visitantes A Lei de Execução Penal – LEP, no artigo 41, inc. X prevê a visita como um direito do preso, entretanto para a entrada de visitantes no interior dos estabelecimentos prisionais existem regramentos a seguir. Conforme regulamentação estatal por meio de portariafoiregulamentado que as vistorias dos visitantes, denominada revista pessoal, será realizada mediante uso de equipamentos detectores de metais, bodyscanners, ou similares ou ainda manualmente. Ressalte-se que, conforme regulamentação, nas unidades que tiverem o equipamento bodyscanner, obrigatoriamente será ele o meio utilizado para realização de revista eletrônica. A revista pessoal é considerada como uma vistoria realizada através do contato físico da mão do Agente Público com competência sobre as vestes da pessoa vistoriada. Entretanto, elencamos condutas vedadas ao Agente Público na execução da revista pessoal: ➢ Desnudamento total ou parcial; ➢ Toque nas partes íntimas; ➢ Utilização de espelhos; ➢ Utilização de cães de faro; ➢ Introduzir objetos nas cavidades corporais da pessoa revistada. Contudo, não é considerado desnudamento a retirada de casacos, jaquetas e similares, calçados e acessórios. A revista manual deverá ser realizada por servidor com habilidade e sempre respeitando a condição de gênero. A revista pessoal de crianças e adolescentes deverão ser realizadas na presença do responsável. Os membros do Poder Judiciário e das Funções essenciais à Justiça serão submetidos somente à vistoria eletrônica. O preso será visitando antes e depois do contato com o visitante. A Portaria n° 212/2017 de 08 de maio de 2017 estabelece regramentos para a prestação da assistência religiosa nos estabelecimentos prisionais também prevê no artigo 18 que os visitantes com representação religiosa deverão ser submetidos aos mesmos procedimentos de vistoria dos visitantes, salvo a revista íntima, não sendo permitido adentrar com telefone celular, equipamento áudio visual ou fotográfico, salvo, no caso de máquina fotográfica se for autorizada pelo diretor do estabelecimento prisional. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 10 Existe a vedação expressa de ingresso de visitante que portar peças de roupa em duplicidade, peças de roupa de time de futebol os seguintes acessórios tais como: relógio, boné óculos esportivos, cinto, grampo de cabelo, fivela ou tipo similar de prendedor de cabelos, bijuterias, peças em prata ou ouro. Equipamentos utilizados nas vistorias de visitantes: ➢ Bodyscanners: equipamento que usa ondas de radiofrequência – como os aparelhos de ressonância magnética – que têm menor energia e comprimento maior, sendo rebatidas pelo corpo. Essa tecnologia está cada vez mais presente, para a revista de pessoas em presídios e aeroportos. ➢ Detectoresde metal manual; ➢ Portal eletrônico; ➢ Banqueta detectora de metal. 07. MOVIMENTAÇÃO DE PRESOS Movimentar presos é uma das rotinas do cotidiano do Agente Penitenciário, uma vez que diariamente vários internos são retirados de suas celas para diversos procedimentos no interior ou fora da unidade, enfatizando, ainda, como movimentação a saída do preso da unidade prisional. Além dos procedimentos de vistoriar os internos, uma vez que já foram abordados em capítulo anterior, outros procedimentos deverão ser adotados pelos agentes penitenciários quando realizam movimentação de presos, dentre eles: Registrar no Relatório Diário de Plantão dos Agentes Penitenciários o nome do interno e o local para qual foi movimentado, destacando hora de entrada e saída, como melhor maneira de organizar. Acompanhar o interno durante todo o trajeto do deslocamento sempre atento e vigilante. Acompanhar o interno durante o procedimento que ensejou sua saída da cela, zelando pela segurança dos profissionais técnicos, bem como estar atento para alguma tentativa de fuga do mesmo. Dentre as diversas movimentações internas na rotina de um presídio destacamos: ➢ Deslocamento para parlatório; ➢ Deslocamento para sala de aula e oficinas; ➢ Deslocamento para módulo de saúde; ➢ Deslocamento para banho de sol. Os deslocamentos para fora da unidade serão abordados na modalidade de escolta, bem como a exemplificação de variadas movimentações externas. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 11 Em regra, o retorno do preso, após movimentação interna ou externa, será para a mesma cela. Entretanto, a autorização de mudança do preso para outra ala, pavilhão, rua ou vivência é de competência do Chefe de Segurança e Disciplina, conforme previsão legal do artigo 23, inciso V do RGEP-CE. Como visto acima, é o Chefe de Segurança e disciplina que tem a competência para movimentar os presos para outras celas. Contudo, a excepcionalidade dessa regra está prevista no próprio RGEP-CE, permitindo que o Chefe de Equipe transfira o preso de cela, dentro do presídio, na ausência do superior hierárquico, de forma emergencial, quando a integridade física do preso estiver comprometida. 08. ESCOLTA Uma das atribuições do agente penitenciário é a escolta de presos para outros locais fora do estabelecimento prisional. É rotina na atividade do agente penitenciário a realização de escolta de internos para variados procedimentos, dentre os quais temos as audiências judiciais, internação e consulta em hospitais ou clínicas, outros Órgãos públicos e transferências para outro estabelecimento prisional. Assim como no interior do estabelecimento, nos procedimentos de escolta o Agente Penitenciário deverá estar sempre atento e vigilante para o bom desempenho de sua atividade. Antes de iniciar o procedimento de escolta, deverá ser realizado um briefing dos agentes participantes, no sentido de estabelecer as tarefas a serem realizada por cada um. Além disso, verificar com a Direção da unidade, bem como o Chefe de Disciplina acerca do “perfil” do preso. Conforme já mencionado, antes do embarque ou do deslocamento o preso deverá ser algemado e vistoriado. Por oportuno, devemos orientar que a utilização de algemas se faz necessária em face do receio de fuga e outros diversos motivos, entretanto, a atenção e vigilância deverão permanecer como uma constante, uma vez que, não raro, presos conseguem tirar o equipamento ou transpor, possibilitando uma ação por parte do mesmo. Por fim, convém ressaltar que mesmo sem conseguir retirar ou transpor as algemas o preso poderá tentar alguma ação. Desse modo, cautela e vigilância são fundamentais nos procedimentos de escolta. Segue abaixo, sem esgotar as modalidades, exemplos de escoltas externas realizadas por Agentes Penitenciários: ➢ Audiências requisitadas por Juízes do processo de conhecimento ou de execução penal; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 12 ➢ Internação para tratamento hospitalar; ➢ Procedimentos em delegacias; ➢ Realização de identificação civil e/ou criminal em órgão competente; ➢ Transferência para outro estabelecimento prisional; ➢ Sepultamento de familiares; ➢ Realização de exames; ➢ Para o recebimento de benefício judicial condicionado ao monitoramento eletrônico; ➢ Atividade de ressocialização; ➢ Requisição para procedimentos judiciais não criminais. 09. RELATÓRIO DE PLANTÃO DE AGENTES PENITENCIÁRIOS As rotinas e as alterações devem ser circunstanciadas no Relatório Diário de Plantão dos Agentes Penitenciários. De suma importância na rotina prisional, devendo o chefe de equipe que está assumindo o serviço de plantão, ler o Relatório do Plantão anterior. Além de disso, deverá o Chefe de Equipe de Agentes de Plantão elaborar o Relatório circunstanciado ao final do plantão, registrando todas as ocorrências havidas. Desse modo, qualquer alteração detectada pelo agente penitenciário no posto de serviço deverá ser relatada para que o Chefe circunstancie como ocorrência no Relatório. É a partir desses registros que a Direção adotará os procedimentos cabíveis, conforme a situação relatada. Exemplificando, caso algum Agente, devidamente escalado em seu posto detecte um refletor “queimado”, fragilizando a segurança da unidade, deverá comunicar ao Chefe de Equipe para que o mesmo conste em Relatório para que a Direção tome conhecimento do fato e providencie a substituição do mesmo. Em outro exemplo, caso o agente penitenciário, realizando vistoria em pertences trazidos por familiar, em dia de visitação, identifique materiais não permitidos pela administração. No caso em apreço, além da visitante ter o acesso ao estabelecimento proibido e o material não permitido ser apreendido, todo o fato deverá ser comunicado ao superior hierárquico e circunstanciado em Relatório Diário de Plantão para que a Direção tome conhecimento do fato e adote as medidas administrativas cabíveis. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 13 Dentre os tópicos que deverão ser circunstanciados no Relatório Diário de Plantão dos Agentes Penitenciários, destacamos: ➢ Contagem de material diverso; ➢ Contagem de material de segurança; ➢ Quantidade de armamento na unidade; ➢ Documentação diversa; ➢ Movimentação interna e externa; ➢ Atendimentos em parlatório; ➢ Frequência de servidores; ➢ Inspeções de autoridades; ➢ Ocorrências com presos ou visitantes. Por fim, salientamos a importância de circunstanciar todas as ocorrências no Relatório Diário do plantão de Agentes Penitenciário, uma vez que, na maioria dos casos, fornece elementos para os desdobramentos de variadas ações positivas no contexto administrativo dos presídios. 10. CERTIDÃO DE COMPORTAMENTO CARCERÁRIO A Certidão Carcerária é um dos documentos mais utilizados na rotina administrativa do sistemaprisional, fornecendo todos os elementos relacionados ao interno no período que esteve recolhido no estabelecimento prisional. O conceito geral de Certidão é de um documento revestido de formalidades previstas em Lei, destinado a fazer certa a existência de registro. No contexto prisional é a certificação da autoridade prisional acerca do histórico do preso no período que esteve ou permanece na unidade. Numa explicação sem os rigores técnicos, Certidão Carcerária é a inserção de informações do preso, fornecido pela administração prisional quando solicitada ou requisitadas. A Certidão de Comportamento Carcerário deverá conter: ➢ Qualificação completa do preso; ➢ Data da entrada no estabelecimento; ➢ Comarca de sua condenação ou prisão provisória, ➢ Tipificação criminal; ➢ Pena (caso condenado); ➢ Mandados de prisão existente; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 14 ➢ Histórico do preso no Sistema; ➢ Comportamento atual. Como documentação formal, a Certidão carcerária prevê as seguintes partes: ➢ Título: nome do Documento. (CERTIDÃO CARCERÁRIA); ➢ Preâmbulo: alusão ao ato que determinou a expedição do documento. ➢ Texto: é o teor do que se certifica; ➢ Fecho; termo de encerramento e assinatura dos funcionários que realizaram o ato (quem lavrou e quem conferiu); ➢ Local e data da expedição do ato; ➢ Visto da autoridade que autorizou a lavratura do ato (Diretor ou Administrador do estabelecimento prisional). Conveniente esclarecer que, objetivando o trabalho, gerando estatística,no Sistema de Informação Penitenciária-SISPEN possui um modelo próprio para confecção de Certidão Carcerária. 11. INGRESSO DE PERTENCES E DIVERSOS Todo objeto que se destina as unidades prisionais deverá ser vistoriado pelos agentes penitenciários durante o plantão. A alimentação diária dos internos seja ela já pronta ou in natura para ser preparada dentro do estabelecimento deverá ser vistoriada. Para isso, a utilização do equipamento de Raio- X é fundamental, uma vez que é excelente ferramenta para realização de vistoria. Qualquer pertence fornecido por parentes para uso ou consumo do interno deverá seguir rigorosamente as regras e os procedimentos de inspeção estabelecidos. A permissão para ingressar materiais de limpeza, vestuário, alimentos e outros fica adstrita à quantidade, gênero e natureza conforme listagem fornecida pela Coordenadoria do Sistema Penal. A listagem de material permitido está previsto na Portaria n° 303 de 2016, publicada no Diário Oficial do Estado. A vistoria desse material é realizada por agentes penitenciários que, além da vistoria manual, utilizarão equipamentos tecnológicos disponíveis, dentre os quais citamos o equipamento de Raio-X e detectores de metal manual dentre outros. Outros materiais utilizados para realização de vistoria de objetos: ➢ Luvas; ➢ Balança; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 15 ➢ Talheres; ➢ Lanternas; ➢ Canetas; ➢ Rádiotransmissor-HT; ➢ Sacos plásticos (1). Obs1: Conforme Portaria 303/2016 o visitante deverá trazer saco plástico transparente para a transposição dos alimentos. Os medicamentos que não estão na listagem como permitidos de adentrar na unidade, somente serão entregues após autorização do médico da unidade mediante apresentação de receituário. Em caso de identificação de produtos ilícitos (aparelhos celulares, armas munições e drogas) o possuidor deverá receber voz de prisão e conduzido a delegacia para os procedimentos policiais cabíveis, uma vez que a posse desse material caracteriza crime. No tocante, as apreensões de materiais não permitidos, o mesmo deverá ser apreendido e comunicado ao Chefe de Equipe, tudo circunstanciado em Relatório de plantão para adoção dos procedimentos cabíveis. 12. TRANSVERSALIDADE DE TRABALHO DO AGENTE PENITENCIÁRIO COM AS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA AO PRESO Uma das finalidades da Lei Execução penal é a reinserção social do condenado. O preso, provisório ou condenado está sujeito a direitos e obrigações. Entretanto, antes da Lei de Execução Penal a previsão de direitos para os presos era praticamente inexistente. Contudo, ainda que na condição de preso, o mesmo é sujeito de direitos previstos no ordenamento jurídico brasileiro, dentre eles, mas não somente, como na Lei de Execução Penal. Já esclarecido que a reinserção social do condenado é uma das finalidades da Execução Penal, cabendo ao Estado, sociedade e família do condenado concretizá-la. Da leitura do artigo 10 da LEP observa-se que é dever do Estado a assistência ao preso e ao internado, entendendo-se também ao egresso. Desse modo, é o Agente Penitenciário a figura humana que representa o Estado dentro dos estabelecimentos. É de grande valia as assistências para o processo de reintegração social. Contudo, para que isso aconteça caberá ao agente no desempenho de suas tarefas um papel fundamental, uma vez que o preso, CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 16 pelas condições próprias do cárcere, deverá ser conduzido e acompanhado para que possa participar e utilizar das assistências. Antes de explicar as assistências em espécies, esclareceremos as diferenças entre os destinatários das assistências. Preso: é quem se encontra recolhido em estabelecimento prisional, provisório ou condenado; Internado: é aquele que se encontra submetido á medida de segurança hospital de custódia e tratamento psiquiátrico; Egresso: considera-se egresso o liberado definitivo, pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento ou o liberado condicional, durante o período de prova. Das assistências em espécie: Assistência material: é consubstanciada no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Assistência à saúde: caracterizado pelo binômio preventivo e curativo a assistência à saúde compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Assistência jurídica: destina-se aos presos e internados que não possuem recursos financeiros para contratação de advogado particular sem prejudicar o sustento próprio e familiar. Assistência educacional: consoante á legislação compreenderá a instrução escolar, bem como a formação profissional do preso e do internado, contudo o ensino de primeiro grau é obrigatório. A Lei 13.163/2015 alterou a Lei de Execução Penal, instituído o ensino médio nos presídios, com fundamento no preceito constitucional da universalização da educação. Assistência Social: consiste no amparo ao preso e ao internado com o desiderato de preparação para o retorno dos mesmos à liberdade. O artigo 23 da Lei de Execução Penal elenca algumas tarefas do Serviço Social dos estabelecimentos prisionais: Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemase as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 17 VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. Da assistência ao Egresso: se perfaz com orientação e apoio para reintegração social daquele que já está fora do estabelecimento prisional. Conveniente relembrar que Egresso é o liberado definitivo, pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento ou o liberado condicional, durante o período de prova. Assistência religiosa: é garantida ao preso e ao internado, respeitando a liberdade de culto, garantia da posse de livros de instrução religiosa, devendo ter no estabelecimento local apropriado para cultos. Contudo, não existirá obrigatoriedade de participação de eventos religiosos. Mesmo após condenação, o preso continua sendo titular dos direitos que não foram atingidos pela condenação penal. Ademais, esses direitos são invioláveis, não prescrevem e são irrenunciáveis. O artigo 40 da LEP impõe a todas as autoridades que respeitem à integridade física e moral dos presos. Além disso, o artigo 41 da LEP trás um rol de direitos, conforme elencados abaixo: Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 18 XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Convém ressaltar que o rol de direitos não é exaustivo, uma vez que a própria LEP elenca em seu texto outros direitos, tais como livramento condicional, progressão de regime de cumprimento de pena, saída temporária, permissões de saída e outros. É justamente para assegurar esses direitos previstos no ordenamento jurídico que a função do agente penitenciário é de grande importância, uma vez que é esse profissional que irá propiciar uma dinâmica dentro do estabelecimento para que se atinja o fim pretendido. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOSCONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE AGENTE PENITENCIÁRIO SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS 19 BIBLIOGRAFIA ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 7. Ed. São Paulo. Saraiva: 2010. CAPEZ, Fernando. Execução Penal Simplificado. 14. Ed. São Paulo. Saraiva: 2011. DORNELES, Humberto Vargas. Curso de Formação de Agentes. 2012. KASPARY, Adalberto J. Redação oficial. 20. Ed. Porto Alegre. Livraria do advogado: 2017. Lei de Execução Penal nº 7.210/84. Lei Estadual nº. 14.966, de 13 de julho de 2011. Lei nº 14.582, de 21.12.09 (D.O. 28.12.09). MACENA, Lima; Filho, F. Rodrigues A. Comentários ao RGEP-CE. 1. Ed. Ceará. Din: 2017. Manual de Procedimentos Cartorários das unidades prisionais do estadode Goiás. 2009. Manual do Agente Penitenciário do Ceará. 1996 MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal.15. Ed. São Paulo: Saraiva, 2017. MIRABETE, JulioFabrini. Execução Penal. 12. Ed. São Paulo: Atlas, 2014. NUNES, Adeildo. Da Execução Penal. 2. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. Portaria/Sejus n°. 1236/2014, de 07 de janeiro de 2015. Portaria/Sejus n°. 692/2013, de 23 de outubro de 2013. Portaria/Sejus n°. 723/2014, de 21 de agosto de 2014. Portaria/Sejus nº. 159/2011, de 12 de abril de 2011. Portaria/Sejusn°. 1135/2014, de 19 de novembro de 2014. Regimento Geral das Unidades Prisionais do Estado do Ceará. · Lei nº. 11.343, de 23 de agosto de 2006. ROIG, Rodrigo Duque Estrada. Execução Penal - teoria crítica. 1. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014.