Buscar

PRÁTICA SIMULADA I CASO 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

PRÁTICA SIMULADA I - CASO 5 
 
Paulo, 65 anos de idade, brasileiro, viúvo, militar da reserva, residente na Rua Bauru, 371, 
Brusque /SC , era proprietário de um imóvel de veraneio situado na Rua Rubi nº 350, 
Balneário Camboriú/SC, juntamente com sua irmã Judite, brasileira, solteira, advogada, 
residente na Rua dos Diamantes ,123, Brusque/SC. Em 15/12/2016, Judite, utilizando-se da 
procuração outorgada por Paulo, em novembro de 2011, que continha poderes especiais e 
expressos para alienação, alienou para Jonatas, espanhol, casado, comerciante e sua 
esposa Juliana, brasileira, casada, ambos residente na Rua Jirau, 366, Florianópolis, o 
imóvel do casal pelo valor de R$150.000,00 ( cento e cinqüenta mil reais). 
 
Ocorre que tal procuração havia sido revogada por Paulo em 16/11/2016 sendo certo que o 
titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã 
foram devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da 
alienação. 
 
Paulo só teve ciência da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017 ao chegar no imóvel e ver 
que o mesmo estava ocupado por Jonatas e sua esposa. 
 
Diante dos fatos narrados e visando o desfazimento do negócio jurídico promova a ação 
judicial cabível para a defesa dos interesses de Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA 
CÍVEL Nº__ DA COMARCA DE BRUSQUE-SC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO, brasileiro, viúvo, militar da reserva, idoso na forma da lei, residente e 
domiciliado na Rua Bauru, 371, Brusque/SC, inscrito no registro geral sob o 
correspondente número: ______ e no cadastro nacional de pessoas físicas Nº __, vem, 
mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado, ​PROPOR, PELO 
RITO COMUM, AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO 
CUMULADO COM REINTEGRAÇÃO DE POSSE E PEDIDO DE LIMINAR, EM FACE DE 
JUDITE, ​ brasileira, solteira, advogada, residente na Rua dos Diamantes, n° 123, 
Brusque/SC, e de JONATAS, espanhol, casado, comerciante e sua esposa JULIANA, 
brasileira, casada, ambos residentes na Rua Jirau, 366, Florianópolis cujo cadastro nos 
registros gerais de pessoas físicas é ignorado, ​PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR​: 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
 
Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.060 de 1950 e do artigo 98 e seguintes do 
CPC, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista em que 
o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários 
advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
 
É competente este foro para a propositura da presente ação, haja vista o objeto do caso 
em tela ser o direito de moradia, da dignidade da pessoa humana do idoso, previsto 
em seu estatuto (Lei nº 10.7 41/03), e com clara disposição no código de processo 
civil, ao teor do artigo 53, inciso III, alínea “e”. Veja-se: 
 
Art. 53.​ É competente o foro: 
III - do lugar: (...) e) de residência do idoso, para a causa que verse 
sobre direito previsto no respectivo estatuto; (CPC) 
I.IV. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA 
 
O Autor da presente demanda, é pessoa idosa na forma da lei, o mesmo já possui 65 
(sessenta e cinco) anos de idade, com isso o arrimo da tramitação prioritária na 
prestação jurisdicional se faz necessário, devendo sua causa ter prioridade de análise e 
celeridade em toda a tramitação de atos, diligências e procedimentos do feito, Conforme o 
que aduz o artigo 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do idoso) e o artigo 1.048 do CPC. 
Nesse ínterim: 
 
Art. 71.​ É assegurada prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais 
em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
(Lei nº 10.741/03) 
 
Art. 1.048.​ Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
I- em que figure como parte ou interessado pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença 
grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, 
inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988. (CPC) 
 
I.V. DA NECESSIDADE DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. 
 
Excelência, como se verá no decorrer do presente feito, tornar -se-á explicitamente 
necessário o estabelecimento d o litisconsórcio passivo necessário simples, tendo em 
vista a conexão entre os pedidos e a causa de pedir que o feito reclama perante os 
Réus, e ainda, podendo-se acrescentar o contexto fático e jurídico do caso exposto. 
Nos termos do artigo 113 e 114 e seguintes do CPC: 
 
Art. 113. ​ Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre a s causas houver conexão pelo pedido ou pela causa 
de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou 
de direito. (CPC) 
 
Art. 114.​ O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a 
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam 
ser litisconsortes. (CPC) 
 
 
 
II. DOS FATOS 
 
Ocorre que o Sr. Paulo, já qualificado devidamente em alhures, era proprietário de 
um imóvel de veraneio situado n a Rua Rubi nº 350, na cidade de Balneário 
Camboriú/SC, e outorgou procuração com poderes especiais e expressos para 
alienação a sua irmã, Judite, advogada. No seguimento dos fatos, em 15/12/2016, 
Judite, utilizando-se da procuração outorgada por Autor desta demanda, em novembro 
de 2011, alienou o imóvel em questão para Jonatas, e sua esposa Juliana. 
Entretanto, antes da concretização do referido negócio jurídico, a procuração 
especial havia sido revogada pelo Sr.Paulo, em 16/11/2016, sendo que o titular do 
Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã foram 
devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, exatos dez dias antes da 
alienação. O Sr. Paulo só teve ciência da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017 ao 
chegar no aludido imóvel e ver que o mesmo estava ocupado por Jonatas e sua esposa. 
É o que se há de mais importante para se relatar. Passa-se agora a exposição do mérito. 
 
III. DO MÉRITO 
 
III. I. DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Registre-se, desde logo, que o negócio jurídico firmado no caso ora sob análise, 
padece de patente nulidade na celebração da avença referida, uma vez que a 
procuração outrora outorgada já estava revogada à época da venda, eivando a 
alienação em um nítido negócio jurídico viciado pela ilegalidade. Ilegalidade está 
expressa pelo ato do mandatário deposto, que exercerá mandato sem acatamento aos 
preceitos obrigatórios que se pode extrair do artigo 6 62 do código civil, quais sejam, 
ter poderes suficientes para a execução do ato, indo, dessa maneira, ao encontro do que 
se dispõe no artigo 166, inciso V, do mesmo código, ceifando mortalmente de nulidade o 
negócio jurídico entre as partes. Nesse teor: 
 
Art. 662.​ Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou 
o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele 
em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar. (CC) 
 
Art. 166.​ É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossívelou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial 
para a sua validade; (CC) 
 
 
 
 
 
III. II. DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
Seguindo os princípios da economia e celeridade processuais vigentes no nosso 
código de processo civil, o Autor, desde logo, requer que uma vez reconhecida a 
patente ilegalidade da alienação do imóvel pelo doutor Magistrado, em ato contínuo, 
reconheça o esbulho sofrido pelo legítimo proprietário do imóvel em questão. Levando 
em consideração que o Autor resta-se impedido de adentrar na casa que à luz de todo 
direito, lhe pertence. Nessa toada, faz-se mister o concessão de liminar, inaudita altera 
pars, para reintegração de posse em face da Senhora Juliana e seu esposo Jônatas, 
também réus no caso exposto, visto que os mesmos constituíram residência no local e 
impedem o retorno do genuíno possuidor. Contudo, não custa rememorar acerca da 
possibilidade de uma possível ação de regressiva contra o vendedor impróprio, haja 
vista o crucial motivo determinante que os levaram ao polo passivo desta demanda. 
Nesse teor: 
 
Art. 560.​ O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação e reintegrado em caso de esbulho. (CC) 
 
Art. 562.​ Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz 
deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de 
manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o 
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para 
comparecer à audiência que for designada. (CC) 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico celebrado, 
o Autor, desde logo requer: 
 
I. A declaração de nulidade do negócio jurídico que ocorrera no caso aqui discutido, tendo 
em vista o claro ato ilegal que se sucedeu na venda sem procuração válida, à vista 
do que se expressa nos artigos 166, inciso V, e 662, todos do código civil; 
 
II. O reconhecimento do esbulho sofrido pelo legítimo proprietário do imóvel em questão, 
ora Autor, levando em conta que o Autor resta-se impedido de adentrar na casa que à luz 
de todo direito, lhe pertence. Assim sendo, faz-se mister o concessão de liminar, inaudita 
altera pars, para reintegração de posse em face dos Réus Juliana e Jônatas, visto 
que os mesmos constituíram residência no local e impedem o retorno do genuíno 
possuidor. Ressaltando acerca da possibilidade de uma possível ação de regressiva 
contra o vendedor impróprio, haja vista este o crucial motivo determinante que os 
levaram ao polo passivo desta demanda; 
 
III. Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, 
estando já em poder da notificação sobre a revogação do mandato, enviada em 16/11/2016 
pelo mesmo a autoridade competente e exatamente dez antes da alienação do imóvel, 
devidamente acostado aos autos do presente feito; 
IV. Deixar expresso a não possibilidade para audiência de mediação e conciliação; 
 
V. Honorários advocatícios estabelecidos em 20% sobre o valor da causa. 
 
VI. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre no sentido 
jurídico do termo. 
 
VII. A tramitação prioritária da presente demanda, em razão de ser pessoa idosa na forma 
da lei, devendo, pois ter a prioridade de análise e celeridade em toda a tramitação dos atos, 
diligências e procedimentos do feito, Conforme o que aduz o artigo 71 da Lei nº 10.741/03 
(Estatuto do idoso) e o artigo 1.048 do CPC. 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dar-se-á o valor da causa em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). 
 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
 
 Fortaleza-Ce, segunda-feira, 20 de março de 2017. 
 
ADVOGADO 
OAB/CE XX.XXX-X

Continue navegando