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[Artigo] A FALHA NO CUMPRIMENTO DA LEI Nº 12.30510 E RESOLUÇÃO CONAMA 30702 JÓQUEI, TERESINA – PI

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11/08/2018 [Artigo] - A FALHA NO CUMPRIMENTO DA LEI Nº 12.30510 E RESOLUÇÃO CONAMA 30702 JÓQUEI, TERESINA – PI
http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2724 1/15
ISSN 1678-0701
 Número 60, Ano XVI.
 Junho/Agosto/2017.
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 Artigos
03/06/2017A FALHA NO CUMPRIMENTO DA LEI Nº
12.30510 E RESOLUÇÃO CONAMA 30702
JÓQUEI, TERESINA – PI 
 Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2724 
 
A FALHA NO CUMPRIMENTO DA LEI Nº 12.305/10 E RESOLUÇÃO CONAMA
307/02: JÓQUEI, TERESINA – PI
Vanessa Ribeiro Castro
Graduada em Engenharia Civil, Instituto Camillo Filho.
 E-mail: vanessa.ribeiro.cstr@gmail.com
Maria Pessoa da Silva
Graduada em Biologia, Doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPI. E-mail:
cruzinhabio@yahoo.com.br
César Alexandre Varela Ataíde
Graduado em Engenharia Civil/UFRN, Mestre emEngenharia Civil (Engenharia de
Estruturas)/USP.
 E-mail:cesarataide@icf.edu.br
 
 
RESUMO
O presente trabalho apresenta, de forma simples, o modo como os resíduos de
construção e demolição (RCD) vem sendo tratados no bairro Jóquei da cidade de
Teresina – Piauí. A pesquisa mostra que apesar de algumas leis já estarem em vigor,
mesmo assim não são cumpridas criteriosamente, contribuindo para a degradação
ambiental, e de forma direta ou indireta, acarretando problemas para a população. O
trabalho diagnosticou a situação de descarte de RCD no bairro supracitado. Após a
realização da pesquisa foi possível concluir que a maioria das construções em
andamento no Jóquei se mostram indiferentes às recomendações das leis, e
somente 40% delas se limitam a cumprir apenas a segregação das sobras de
construção. A pesquisa tem como base a Lei nº 12.305/10 e a resolução CONAMA
307/02, a primeira é lei nacional acerca dos resíduos sólidos e a segunda é
específica da construção civil. Juntas, elas dão todas as diretrizes para o correto
tratamento das sobras produzidas pela atividade da engenharia civil. Com o término
da pesquisa foi possível constatar que a cidade de Teresina ainda é muito deficiente
no que diz respeito ao tratamento correto das sobras de construção.
Palavras – chave:Resíduos. Construção civil. CONAMA 307. Gestão.
 
1 INTRODUÇÃO
 
11/08/2018 [Artigo] - A FALHA NO CUMPRIMENTO DA LEI Nº 12.30510 E RESOLUÇÃO CONAMA 30702 JÓQUEI, TERESINA – PI
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O gerenciamento de resíduos é uma ação relacionada ao saneamento básico,
planejamento urbano, saúde pública e sustentabilidade, em razão disso, é de suma
importância verificar como os grandes geradores atuantes na cidade de Teresina-
Piauí, mais especificamente no bairro Jóquei estão descartando o RCD (Resíduo de
Construção e Demolição) e se de alguma forma realizam algum tipo de tratamento,
pois seu descarte incorreto acarreta diversos prejuízos ao meio ambiente e também
ao homem, de forma direta e indireta. De maneira simples, segundo a Lei nº
12.305/10, este gerenciamento consiste na coleta, separação de acordo com as
características de cada resíduo, transporte, transbordo, tratamento segundo as
propriedades de cada tipo de material descartado, consistindo na reutilização e
reciclagem, e a destinação final ambientalmente adequada, sendo que esta
disposição final é para aqueles materiais que não apresentam nenhuma utilidade. A
forma mais indicada para começar o processo de gerenciamento é dentro do
canteiro de obras, realizando a segregação das sobras, conforme define a resolução
CONAMA 307/02 (Conselho Nacional de Meio Ambiente), pois tal atitude evita a
contaminação do material de descarte e facilita os processos de reutilização ou
reciclagem.
Leis direcionadas à problemática existem e já entraram em vigor, porém o
questionamento é se a cidade de Teresina, mais precisamente as construções
realizadas no bairro Jóquei, tem atentado para as normas que determinam as
atitudes para com o RCD e se estão realizando o descarte de forma correta. O
problema é grave, e acentua mais ainda quando as autoridades governamentais
pouco investem em políticas públicas para incentivar o tratamento e não realizam
fiscalização de forma eficiente, contribuindo para o descarte em locais indevidos,
provocando contaminação do solo, da água, somando mais despesas com a limpeza
pública e causando riscos a saúde da população.
A atividade da construção civil é uma das maiores geradoras de lixo,
responsável por cerca de 40% a 70% da quantidade de resíduos sólidos urbanos, em
massa (MESQUITA, 2012). A correta destinação dos mesmos oriundos da
construção civil é de responsabilidade do próprio gerador, ou seja, quem está
executando a obra. A incorreta disposição das sobras de construção e demolição
gera prejuízos ao habitat humano e ao meio ambiente.
Uma pesquisa realizada por Silva (2010) mostra que a capital do Piauí não
oferece os recursos necessários para promover gerenciamento dos restos de
construção civil, não existem políticas públicas para incentivar o tratamento das
sobras de construção e tanto o poder público como os geradores de resíduos têm
sido negligentes frente a este problema. O foco da pesquisa é fazer um levantamento
mostrando a situação de como as construtoras com obras na zona leste de Teresina
têm descartado seu lixo de contrução, bem como conhecer os Planos de
Gerenciamento e também atentar para a urgência do cumprimento da Lei nº
12.305/10 e CONAMA 307/02.
Este estudo partiu da análise de como cinco obras, localizadas no bairro
Jóquei de Teresina, estão descartando o resíduo produzido. Apartir daí foi possível
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visualizar a situação geral de um dos bairros nobres da cidade e também estimar a
situação do restante do município.
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Leis acerca do tratamento de resíduos de construção e demolição (RCD)
Existem leis, normas e resoluções nacionais, estaduais e até municipais
acerca dos resíduos sólidos, pois a preocupação da sociedade para com o meio
ambiente e para com a destinação adequada do lixo produzido vem crescendo
significativamente. Entretanto poucas se voltam exclusivamente para os restos
advindos da atividade da construção civil, sendo que esta é uma das atividades que
produz maior quantidade de resíduos.
Segundo a NBR 10004, a classificação de resíduos sólidos envolve a
identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e
características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e
substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido, e define resíduo
sólido como:
Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou
exijam para isso soluçõestécnica e economicamente inviável em face
à melhor tecnologia disponível. (CONAMA 307,2002)
 
As principais leis vigentes são a Lei nº 12.305/10 que trata da Política
Nacional de Resíduos Sólidos e CONAMA 307/02 que Estabelece diretrizes, critérios
e procedimentos para a gestão do entulho da construção civil. Estas são as
principais leis de instância federal. 
A resolução CONAMA 307/02 normatiza as diretrizes básicas para a redução
dos impactos ambientais causados pela construção civil e determina que os
geradores sejam os responsáveis pela correta destinação do resíduo produzido.
Na resolução citada, resíduos de construção foi conceituado da seguinte
forma:
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha;(CONAMA 307,2002)
 
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Para promover a disposição adequada dos resíduos, o CONAMA 307, os
classifica de acordo com suas características, isto é, classe A, são aqueles que
podem ser utilizados como agregado na construção civil, classe B, os que não
podem ser utilizados como agregado, entretanto possuem outras funções, classe C
integram aqueles que ainda não foram desenvolvidas técnicas para sua reciclagem e
os de classe D, constituem os perigosos. A resolução defende o desenvolvimento
sustentável e a gestão integrada de resíduos, com o intuito de promover benefícios de
ordem social, ambiental, cultural, econômica e política. Para que isso seja mais
viável, o decreto determina que os municípios criem um Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil, visando pôr em prática o que é estabelecido na
referida norma. 
A Lei nº 12.305/10 busca o reconhecimento dos resíduos sólidos reutilizáveis
e recicláveis como fonte econômica e de valor social, gerando trabalho e
promovendo cidadania (Inciso VII, Art. 6º).
A Lei nº 12.305/10 define resíduos de construção civil:
Art. 13 Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte
classificação: I - h) resíduos da construção civil: os gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos
para obras civis;[...](Lei 12.305, 2010)
 
A norma responsabiliza todos os geradores, diretos e indiretos, a promover,
primeiro a não produção de resíduos, depois a redução, reutilização, reciclagem,
tratamento e a disposição adequada. Outro ponto importante que a legislação
destaca, é a obrigação das construtoras de terem um Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, e aponta também que o estado e o município devem ter medidas
para incentivar e viabilizar a gestão compartilhada dos resíduos sólidos. Além de
proibir o despejo de resíduos em aterros, próximo às encostas, áreas de bota-foras,
corpos d’água, lotes vagos e áreas protegidas por lei.
A lei supracitada traz muitos conceitos importantes para o entendimento
acerca de quem é considerado como gerador de resíduo, o que caracteriza a correta
destinação, etc. No Art. 3º, incisos VIII, IX e X, respectivamente destacam os
seguintes conceitos, estes são muito importantes para o esclarecimento de dúvidas
importantes (Lei 12.305, 2010):
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos;
 
Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de
direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de
suas atividades, nelas incluído o consumo;
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Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas,
direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos
ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na
forma desta Lei;
 
É possível notar que as normas sobre a disposição correta e o emprego do
RCC em outras atividades são de certa forma recente, mas considerada uma atitude
fundamental, auxiliando no desenvolvimento de pesquisas sobre o tema.
 
2.2 Classificação do RCD segundo CONAMA 307/02
Todos os resíduos têm determinadas classificações, o que ajuda na correta
separação, tratamento e descarte, portanto para os oriundos da prática da
construção civil não é diferente.
A resolução CONAMA 307 é mais detalhista em relação ao lixo produzido e
os classifica da seguinte maneira, conforme explicitado no artigo 3º incisos I, II, III e
IV(CONAMA 307,2002):
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e
de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros
de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações,
tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras,
embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso; (Redação dada pela
Resolução nº 469/2015).
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram
desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que
permitam a sua reciclagem ou recuperação; (Redação dada pela
Resolução n° 431/11).
IV - Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles
contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (Redação dada pela
Resolução n° 348/04)
 
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Como é possível observar, a CONAMA 307/02 é bem criteriosa em relação à
classificação dos diferentes tipos de lixo produzidos pela construção civil. Esta
classificação mais detalhada facilita o entendimento e a prática da segregação do
substrato que deve ser realizada por todos os geradores de resíduos.
 
2.3 Resíduos sólidos da construção civil
 Silva, Monteiro, Silva (2010), em seu trabalho sobre o Diagnóstico dos
Resíduos de Construção Civil em Teresina, afirmam que para reduzir os impactos
ambientais causados pelas obras de engenharia civil é necessário que os municípios
elaborem um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, assim como
as construtoras. Até 2010 a capital do Piauí não cumpria as exigências do CONAMA
307, não tendo nem mesmo um local para recolhimento dos RCC, o que perdura até
hoje. A atitude mais comum para que construtoras administrem o resíduo produzido é
contratando empresas de recolhimentode entulho, e segundo estudos de Silva,
Monteiro e Silva (2010), a maioria das sobras de construção recolhidas por estas
empresas são alocadas no aterro controlado da cidade ou até mesmo de forma
anônima em áreas proibidas.
 Miranda, Ângulo e Careli (2009) na pesquisa, A Reciclagem de Resíduos de
Construção e Demolição no Brasil: 1968 – 2008 fizeram um levantamento sobre os
avanços do país em relação ao tratamento de RCD. A reciclagem de RCD é recente
e informações sobre o assunto não são facilmente encontradas. Pinto (1986) atentou
para a importância do gerenciamento de resíduos oriundos da construção civil, pois
os mesmos podem representar cerca de 50% dos resíduos sólidos urbanos. A
atividade de reciclagem promove diversas vantagens e uma delas trata da utilização
de agregados reciclados empregados em pré-moldados, pavimentação e
argamassas. Vendo estas utilidades, várias cidades passaram a investir no reuso do
RCD, implantando centros e usinas de reciclagem. O estudo realizado pôde constatar
que Fortaleza (CE), Socorro (SP) e São Paulo (SP) são exemplos de cidades que
implantaram de forma eficiente o gerenciamento de seus resíduos. Após a
implantação da resolução CONAMA 307/02, o tratamento do lixo advindo das obras
de engenharia ganhou força, construtoras começaram a implantar nos canteiros de
obras planos de gerenciamento de resíduos, abrindo caminhos para a reciclagem.
Por razões de cuidados com o meio ambiente, crescimento sustentável e também
econômico, reciclar RCD é uma atitude louvável e que deve ser cada vez mais
incentivada, mas para que estas atitudes sejam praticadas com maior intensidade e
efetividade, faz-se necessário que os municípios também implantem um plano de
gerenciamento de RCD, pois isto contribui positivamente para que as construtoras
adotem a prática do tratamento de seus resíduos. E para aumentar a eficiência, o
poder público deve trabalhar de forma integrada com as empresas privadas.
 Teresina enfrenta alguns obstáculos no que se refere ao cumprimento da
legislação, por não oferecer, por exemplo, uma unidade recicladora de RCD, pontos
de coleta e também pela falta de fiscalização através da Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR). O que não justifica o descaso por parte dos
geradores, entretanto, limita um pouco a gestão dos resíduos. A maneira mais
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frequente utilizada pelas construtoras dá-se através da contratação dos serviços de
organizações recolhedoras de entulho, passando assim a responsabilidade para
terceiros. Diante da necessidade de soluções sustentáveis e do cumprimento das
legislações vigentes, o modo como o RCD vem sendo desprezado já não é mais
aceitável, visto que contribui significativamente para o desgaste ambiental.
 
3 METODOLOGIA
Devido à escassez e a dificuldade de obter informações sobre a situação do
RCD na cidade, a realização deste trabalho foi feita com pesquisa de campo. Para a
obtenção dos dados necessários para a realização deste trabalho, foram feitas
algumas visitas técnicas a cinco canteiros de obras localizados no bairro Jóquei de
Teresina, com o objetivo de realizar o preenchimento de formulários acerca da
questão do descarte e também para colher informações in loco acerca dos resíduos
mais comuns produzidos em tais construções.
A análise dos dados primários obtidos foi quantificada após as visitas aos
canteiros de obras e preenchimento do formulário. As informações coletadas
estiveram representadas em gráficos e quadros, mostrando os tipos de resíduos que
são mais frequentes, e a forma como são descartadas as sobras em cada obra
visitada, indicando se a mesma segue o que impõe a Lei nº 12.305/10 e CONAMA
307/02. As obras das empresas que apresentam qualquer cuidado em relação aos
restos de construção foram agrupadas e as que não realizam também foram e
posteriormente representadas em um gráfico. Com isso podemos ter um percentual
das empresas que praticam no dia a dia a correta destinação dos resíduos.
As construções foram escolhidas conforme o porte da edificação, ou seja,
considerou-se para esta pesquisa, as obras com quantidade de pavimentos superior
a quinze, portanto escolheu-se cinco obras que atendiam tais especificações.
Para a obtenção dos dados primários e realização a pesquisa, sucederam-se
visitas a cinco canteiros de obras, localizados no bairro Jóquei. Observou-se em
cada construção como é descartado o resíduo produzido, a fim de averiguar se há
algum tipo de tratamento e se estão seguindo as recomendações da Lei nº 12.305/10
e CONAMA 307/02. Para obter os dados dispôs-se do preenchimento de um
formulário (MARCONI e LAKATOS, 2003).
 
4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Características da área estudada
 A capital do estado do Piauí é uma cidade que apresenta clima tropical, relevo
predominantemente formado por planícies, possui dois rios principais, Parnaíba e
Poty, têm população aproximadamente composta por 847.430 habitantes. (IBGE,
2016)
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 A zona leste da cidade é formada de 29 bairros, possui uma área
correspondente a 62,87 km2 e segundo o zoneamento urbano, é caracterizada por
ser ZR1 (zona residencial 1), ZR2 (zona residencial 2), ZR3(zona residencial 3), ZR4
(zona residencial 4), ZC5 (zona comercial 5), ZE3 (zona especial 3), ZE4 (zona
especial 4) e ZS1 (zona de serviços 1), este zoneamento está de acordo com a Lei
Complementar n° 3.560, de 20 de outubro de 2006, de acordo com a SEMPLAN
(Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação). Esta zona do município foi e
continua sendo uma das mais favorecidas com a atividade da construção civil nos
últimos anos, redundando em um significativo crescimento e verticalização, sendo
agora uma das regiões mais procuradas tanto para moradia como para atividades
comerciais e educacionais, é também uma das zonas mais valorizadas da cidade. 
 Pelo fato de a zona leste de Teresina possuir grande extensão, abrangendo 29
bairros, o estudo em questão foca apenas em um, o Jóquei. Segundo a SEMPLAN, o
bairro Jóquei compreende a área contida no seguinte perímetro: partindo do eixo do
Rio Poty, no alinhamento da Av. Elias João Tajra, segue, por esta, até a Av. Homero
Castelo Branco; então, continua, em direção sul, até a Av. João XXIII, atingindo, por
esta e pela Ponte Juscelino Kubitschek o eixo do Rio Poty e retornando ao ponto de
partida.
 Pode-se afirmar então que o Jóquei é um dos bairros que mais tem crescido
na cidade de Teresina. Por ser uma região favorecida, apresentando atividades de
comércio, bons restaurantes, muitas escolas, faculdades, condomínios residenciais,
clínicas, etc., nesta região a construção civil tem se mostrado bastante promissora,
com edificações de diferentes portes e tipos, variando de prédios comerciais, a
muitos condomínios residenciais.
 
 
4.2 Perfil das obras visitadas
 
 Com o objetivo de entender o modo pelo qual as construtoras com obras em
execução no bairro Jóquei estão agindo em relação ao manuseio e descarte do lixo
produzido, cinco obras foram visitadas e escolhidas considerando o tamanho da
construção, usando como critério de escolha aquelas edificações com número de
pavimentos superior a quinze.
· Obra A:
 Construção residencial constituída por 23 pavimentos, um subsolo, edifício de
alto padrão, constituindo 36 unidades autônomas, sendo duas por pavimento, cada
uma com 227,72 m2. A edificação já se apresenta em estado avançado de
revestimentos internos e externos, ou seja, a parte de estrutura e alvenaria já foiencerrada.
· Obra B:
 A construção habitacional é constituída por duas torres, uma composta por 10
pavimentos e a outra por 20, não possui subsolo. Esta edificação também está na
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fase de revestimentos, porém bem menos avançada que a obra A, pois ainda
apresenta áreas nas quais será necessário realizar concretagem, como o piso das
garagens, piscina e cisterna, além de locais onde ainda há necessidade de construir
alvenaria. 
· Obra C:
 Uma edificação domiciliar de alto padrão, apresentando em sua estrutura um
subsolo, pavimento térreo e mais 17 pavimentos, três unidades por andar, totalizando
50 unidades autônomas. A construção se encontra em fase de reboco, as partes
relativas à estrutura e alvenaria já foram concluídas e o prédio está sendo rebocado.
· Obra D:
 Obra residencial de padrão alto, apresentando uma torre composta de 24
lajes, dois subsolos, sendo um deles semienterrado, duas unidades por pavimento,
totalizando 48 unidades autônomas. A construção apresenta-se em fase de
revestimentos internos e externos, porém não muito avançado, o forro de gesso está
em processo de aplicação e em outros apartamentos ainda não têm reboco.
· Obra E:
 Construção multifamiliar de alto padrão, composta por 17 pavimentos, um
subsolo, andar térreo, somando 32 unidades autônomas, sendo duas por laje. Esta
obra se encontra no estágio da construção da estrutura, ou seja, fase de concretagem
de vigas, lajes e pilares, além da alvenaria, porém a alvenaria de divisória dos
apartamentos ainda não foi iniciada.
 
4.3 Resultados das obras visitadas
 A obra A, encontra-se quase na reta final, apresentou principalmente restos de
cerâmica, porcelanato, gesso, papelão, madeira em pequena quantidade e um pouco
de tijolos e argamassa em decorrência da alvenaria de vedação de uma das
fachadas que está sendo retirada para colocar vidro. Pôde-se observar que nesta
obra não há separação dos resíduos e nenhum tipo de acomodação especial, o
entulho acumulado no chão e depois é simplesmente despejado em contêineres e
conduzido do canteiro de obras por empresa terceirizada.
Figura 1: Sobras de porcelanato, gesso, alvenaria, cerâmica e papelão.
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Fonte: Elaboração própria, 2016.
 Por meio das imagens é possível observar que as sobras de construção não
são acomodadas em local adequado e não é realizada a segregação no canteiro de
obras, o que fere totalmente o determinado pela Resolução CONAMA 307/02. É
possível também verificar que a maioria do resíduo produzido é reciclável, classe A.
De acordo com a forma como o entulho é tratado é possível verificar que não há
nenhum tipo de gerenciamento realizado no canteiro de obras. 
 É possível perceber que para cada estágio da obra há maior ou menor
incidência de tais resíduos, ou seja, dependo da fase em que a construção se
encontra determinados tipos de resíduos são gerados, portanto a obra B apresentou
maior variação de resíduos. Incluindo restos de canos, resultantes das sobras das
instalações hidráulicas e sanitárias, latas de tintas, outros objetos metálicos, solo,
maior quantidade de restos de alvenaria e concreto.
 
Figura 2: Restos de tubos de PVC, madeira, cerâmica e materiais metálicos.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
 
 Na visita realizada ao canteiro de obras B pôde observar que os resíduos são
tratados com um pouco mais de critério, pois há segregação das sobras. Pelo menos
no quesito separação, a edificação B tem seguido as especificações preconizadas
pela CONAMA 307/02, mesmo apresentando algumas deficiências.
 A visita à obra C permitiu aferir que mesmo com certas dificuldades é possível
arcar com as responsabilidades para com os resíduos e separá-los dentro do
canteiro de obras, acomodá-los de forma adequada e encaminhar para local
habilitado. Por consequência do estágio da construção, os resíduos mais comuns
são: caliça (restos de argamassa, concreto, alvenaria, cerâmica), papelão, tubos de
PVC, fios elétricos, madeira e peças metálicas.
Figura3: Restos de argamassa.
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Fonte: Elaboração própria, 2016.
 
 Neste canteiro de obras há separação de cada tipo de resíduo, que são
acomodados em baias específicas e local adequado. Nesta obra é possível perceber
a preocupação com o meio ambiente, a responsabilidade da empresa e o cuidado
de cumprir, mesmo com algumas limitações o que determina a CONAMA 307/02.
Figura 4: Baias de acomodação de resíduos de madeira, ferro e papelão.
Fonte:Elaboração própria, 2016.
 
 Porém, dentro do canteiro não é realizado nenhum tipo de reaproveitamento,
limitando-se na separação segundo as recomendações das normas vigentes. Então
as sobras são encaminhadas para um local de recebimento de resíduos localizado
fora do perímetro urbano da cidade.
 Outra edificação examinada foi a obra D, neste imóvel foi aferido que não há
cuidados com os restos de construção, os resíduos são colocados em contêineres
sem qualquer cuidado e separação e outra empresa é responsável pelo descarte
deste lixo produzido. É possível notar que não há local adequado para a acomodação
dos restos.
Figura 5: Disposição incorreta de tubos de PVC, gesso, argamassa e alvenaria
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Fonte: Elaboração própria, 2016.
 
 Infelizmente os cuidados recomentados pela lei e resolução da forma de
descarte recomendados não são seguidos, pois as sobras são simplesmente
despejadas em contêineres, quando estes se encontram cheios, uma empresa
responsável vem e os recolhe. Depois disso, em alguns casos, a empresa geradora
não sabe a destinação final do lixo após o recolhimento. 
 A última obra visitada foi a obra E, encontrando-se em fase de construção da
estrutura portante (vigas, pilares e lajes). Nesta edificação não há separação do lixo
produzido, a forma de descarte é realizada por empresa terceirizada e funciona da
seguinte maneira: todas as sobras são depositadas em contêineres, e quando estes
enchem, a empresa responsável vem recolher e levar para outro local.
Figura 6: Sobras de alvenaria, plástico e argamassa.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
De acordo com o estágio da obra têm-se determinados tipos de resíduos. As
obras em fase de revestimentos externos e internos apresentam maior incidência de
restos de cerâmica e gesso, as em fase de reboco mostram maior ocorrência de
restos de argamassa, papelão e madeira, aquelas em que além do reboco estão
realizando instalações hidráulicas e elétricas apresentaram em seu lixo a presença
de fios metálicos e tubos de PVC, e aquelas que estão construindo a estrutura
portante e também alvenaria retrata restos de concreto, tijolos, plástico e argamassa.
Foram citados os resíduos mais comuns de acordo com a fase de construção do
prédio, mas existem fatores que influenciam na quantidade de restos produzida. Uma
delas, que é bem comum nas obras visitadas, são as constantes modificações de
projetos no decorrer do tempo, alguns clientes optam por modificar o projeto do
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apartamento mesmo depois de já ter iniciado a construção com a proposta anterior.
Estas reformas produzem grande quantidade de entulho que são bastante nocivas ao
meio ambiente, este que é ainda mais degradado porque grande parte das
construções nem sequer realizam segregação de resíduos e também não se
preocupam como deveriam com sua forma de descarte. No entanto o que é mais
preocupante é a ausência do cumprimento das normas, leis e resoluções vigentes
acerca do RCD.
Quadro 1: Resíduos mais comuns de acordo com o estágio da edificação.
FASE DA CONSTRUÇÃO RESÍDUOS MAIS COMUNS
Revestimentos
Porcelanato, cerâmica,
papelão
Estrutura Concreto, madeira, papelão
Reboco Argamassa, papelão
Instalações Tubos de PVC, fios metálicos
Fonte: Elaboração própria, 2016.
É possível perceber que poucas empresas estão se preocupando com a
questão ambiental e, consequentemente, com o cumprimento das leis vigentes,
porém também se pode perceber que há certa negligência das instituições
governamentais competentes no que diz respeito à cobrança, fiscalização e a
viabilização de meios para a realização do que as leis determinam, caso contrário, a
situação seria diferente. 
Representação gráfica das obras que realizam segregação de resíduos e das
que não realizam.
Gráfico 1: Porcentagem das construções que realizam e das que não realizam
separação de RCD
Fonte: Elaboração própria, 2016.
 
Durante a realização da pesquisa notou-se que a quantidade mais significativa dos
resíduos produzidos é classificada como de “Classe A”, ou seja, aqueles que podem
ser reaproveitados, reciclados e utilizados, por exemplo, como agregado reciclado
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em pavimentação, alguns tipos de concreto, na confecção de blocos para
pavimentos, etc.
Infelizmente a porcentagem de obras onde não há segregação do RCD é
superior, e a separação dos resíduos é a prática básica para o início de alguma ação
frente ao gerenciamento de sobras de construção, então se esta não é realizada, é
sinônimo de que o cumprimento das diretrizes da Lei nº 12.305/10 e CONAMA
307/02 ainda está distante de ocorrer. Tomando como base a amostra estudada é
possível ver que ela reflete a situação do restante do bairro e provavelmente da
cidade.
 
5 CONCLUSÃO
As visitas realizadas aos cinco canteiros de obra permitiram concluir que
poucas construtoras têm levado em conta o que é determinado na Lei nº 12.305/10 e
CONAMA 307/02. Apenas 40% das construções realizam, ao menos, a separação
dos resíduos e suas ações se limitam a realizar a segregação.
Tomando como base as obras visitadas e o significado que elas têm em
relação ao porte da construção e também o fato de serem realizadas por grandes
construtoras, é possível notar que não há plano de gerenciamento de resíduos,
apesar de que 40% destas obras se preocuparem e realizarem a separação dos
diversos tipos de resíduos. Analisando esta situação é possível deduzir que a cidade
de Teresina apresenta um déficit significativo no que se refere ao gerenciamento de
resíduos sólidos, prejudicando muito o meio ambiente.
Não é possível culpar apenas as construtoras pelo descaso em relação ao
cumprimento da lei, visto que as instituições públicas competentes tem a
responsabilidade de viabilizar meios que incentivem a correta destinação dos
resíduos, realizar cobranças, fiscalizações e aplicar multa quando necessário. Uma
situação assim desmotiva as organizações a seguirem as leis vigentes.
 
REFERÊNCIAS
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Resíduos sólidos – Classificação.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=221100>. Acesso em
20 de setembro de 2016.
BRASIL. Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 24 de agosto de 2016.
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CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente (2002). Resolução Nº 307, de 05
de julho de 2002. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habilitação.
Publicada no Diário Oficial da União em 17/07/2002.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
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Civil em Teresina, Piauí. HOLOS, Rio Grande do Norte, v.2, ano 28, p.58-65,
mai.2012.
MIRANDA, L.F.R; ANGULO, S.C; CARELI, E.D. A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil: 1986-2008. Ambiente Construído, v.9, n.1, p.
57-71, 2009.
PINTO, T. P. Utilização de Resíduos de Construção: estudo do uso em
argamassas. São Paulo, 1986. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1986.
SILVA, L. C. S.; MONTEIRO, P. B. C. L.; SILVA, C. E. Diagnóstico dos Resíduos da
Construção Civil em Teresina-PI. XIX Seminário de Iniciação Cientifica e II
Seminário em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, 2010, Teresina. XIX
Seminário de Iniciação Científica, 2010.
TERESINA. SEMPLAN – Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação.
Disponível em: <http://semplan.teresina.pi.gov.br/>. Acesso em: 10 de outubro de
2016.
 
 
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