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1 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Bom pessoal, vamos à luta?! Sou o professor Leandro Ravyelle e vamos embarcar nesse mundo que é a nossa disciplina de Administração Financeira e Orçamentária -AFO. Cursei bacharelado em matemática na Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente sou servidor público no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, lotado na Diretoria de Programação e Orçamento, ou seja, estou diariamente trabalhando com o nosso objeto de estudo: orçamento público. Leciono nossa matéria desde 2016 e farei o máximo para trazer todo o meu conhecimento sobre o conteúdo para facilitar o seu aprendizado. Sou concurseiro, assim como vocês, e prometo trazer todas as dicas e macetes que aprendi ao longo dos meus anos de luta para facilitar o nosso estudo. Já fui aprovado em alguns concursos, dentre eles: • SEDUC-CE (Professor do Estado) - 2013 • Banco do Brasil (Escriturário) - 3º Lugar - 2015 (Assumi e trabalhei por 1 ano e 9 meses. • Tribunal de Justiça do Estado da Bahia - 2015 - 22º lugar (Técnico Judiciário) - Atual cargo • Tribunal Regional Federal 1ª Região - Analista Judiciário (Área Administrativa) - 34º lugar • Tribunal Regional Federal 5ª Região - 2017 - Analista Judiciário (Área Administrativa) - 6º lugar • Tribunal Regional Federal 5º Região - 2017 - Técnico Judiciário (Área Administrativa) - 92º lugar Na página seguinte, trarei mais uma prova comentada: PROCURADOR DO ESTADO, CLASSE I, realizada no dia 02/09/20178, pela banca FCC. Concurso: PGE-AP DISCIPLINA - DIREITO FINANCEIRO Agora, meu querido (a), é bunda na cadeira e correr para o abraço! Avante! 2 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 46. Considere a seguinte situação hipotética. Solicita-se da Procuradoria Especializada parecer quanto à legalidade e constitucionalidade de um Projeto de Lei Orçamentária Anual com a seguinte disposição: Art. X. As transferências de recursos orçamentários, exceto daqueles no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, de uma entidade para outra somente poderão ocorrer sem autorização legislativa até o limite de 5%. Tal dispositivo (A) viola o art. 167, caput da CF/88, por prever percentual superior a 1%. (B) cumpre o art. 41, I da Lei no 4.320/1964, constituindo autorização prévia para crédito adicional suplementar. (C) viola o art. 167, IV da CF/1988, conhecido como não vinculação. (D) cumpre o art. 41, III da Lei no 4.320/1964, constituindo autorização prévia para crédito adicional extraordinário. (E) viola o art. 167, VI da CF/1988, conhecido como princípio da vedação ao estorno. Comentários: Esse princípio encontra-se expressamente previsto no art. 167, VI, da CF, que diz que é vedada a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. O administrador público não pode, portanto, remanejar ou transferir verbas de um órgão para outro nem alterar a categoria de programação sem prévia autorização legislativa. Se houver insuficiência orçamentária ou carência de novas dotações, deve-se recorrer à abertura de crédito suplementar ou especial, mediante autorização do Poder Legislativo, contida na própria LOA ou em lei específica de crédito adicional. A exceção é apenas de uma categoria de programação para outra, não sendo válida de um órgão para outro. 3 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Atente para as exceções: O § 5º DO ART. 167 PERMITE A TRANSPOSIÇÃO, REMANEJAMENTO OU TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS DE UMA CATEGORIA PARA OUTRA PARA ATIVIDADES DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, MEDIANTE ATO DIRETO DO PODER EXECUTIVO O PODER EXECUTIVO PODE TRANSPOR, REMANEJAR, TRANSFERIR- SE DECORRENTE DE EXTINÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, TRANSFERÊNCIA, INCORPORAÇÃO OU DESMEMBRAMENTO DE ÓRGÃOS/ ENTIDADES (OU ALTERAÇÕES DE SUAS COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES), MANTIDA A CATEGORIA DE PROGRAMAÇÃO Logo, vemos que o Art. X do referido projeto de lei viola o art. 167, VI da CF/1988, conhecido como princípio da vedação ao estorno. GABARITO. E 4 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 47. A Receita Corrente Líquida (RCL) é um importante parâmetro introduzido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que foi, mais tarde, consagrado pela Constituição Federal. Acerca de sua apuração, (A) deve-se proceder ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços e quaisquer outras receitas correntes, excluindo-se, entretanto, as transferências, ainda que correntes. (B) devem-se incluir no cálculo da RCL dos Estados as parcelas entregues aos Municípios, ainda que por força constitucional. (C) não se devem contar como RCL os recursos recebidos da União por conta de disposições constitucionais que determinam o custeio de pessoal, no caso do Estado do Amapá. (D) devem-se incluir no cálculo as receitas com a chamada “compensação previdenciária”. (E) não se devem computar os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Kandir (Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996), no caso do Estado do Amapá. Comentários: A receita corrente líquida é o conceito adotado pela LRF, que serve de parâmetro para verificação de recursos, para o cumprimento de metas em geral, e para estabelecimento de limites para despesas com pessoal e endividamento, compatível com a responsabilidade fiscal exigida por essa lei. Segundo o art. 2º, IV, da LRF, a receita corrente líquida corresponde ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, diminuídas de algumas deduções diferenciadas para a União, estados e municípios. O cálculo da receita corrente líquida é apurado somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades. Vamos ver um esqueminha com tudo que deve ser incluído e excluído, no âmbito dos 3 entes: 5 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE EXCLUSÕES DA RCL UNIÃO ESTADOS E DF MUNICÍPIOS OS VALORES TRANSFERIDOS PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS POR DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL OU LEGAL AS PARCELAS ENTREGUES AOS MUNICÍPIOS POR DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL, APENAS AS CONTRIBUIÇÕES DOS SERVIDORES PARA O CUSTEIO DO SEU SISTEMA DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIDOR PARA A SEGURIDADE SOCIAL DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO, E AS CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP AS CONTRIBUIÇÕES DOS SERVIDORES PARA O CUSTEIO DO SEU SISTEMA DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL AS RECEITAS PROVENIENTES DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA E O REGIME PRÓPRIO DOS SERVIDORESPÚBLICOS; OS VALORES DO FUNDEB (JÁ ESTÃO INCLUÍDOS NO FPM, ICMS, IPI-EXP., ITCMD, IPVA E ITR) A CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR, DA EMPRESA E DA ENTIDADE A ELA EQUIPARADA NA FORMA DA LEI, INCIDENTES SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS E DEMAIS RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA; E A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHADOR E DOS DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL AS RECEITAS PROVENIENTES DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA E O REGIME PRÓPRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS AS RECEITAS PROVENIENTES DA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA ENTRE O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA E O REGIME PRÓPRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS OS VALORES DO FUNDEB (JÁ ESTÃO INCLUSOS NO FPE, ICMS, IPI-EXP.,IPVA) OS VALORES DO FUNDEB NO CASO DO DISTRITOFEDERAL E DOS ESTADOS DO AMAPÁ E RORAIMA HÁ QUE SE EXCLUIR TAMBÉM AS DESPESAS COM PESSOAL CUSTEADAS COM RECURSOS RECEBIDOS DA UNIÃO Vamos agora comentar item a item: (A) deve-se proceder ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços e quaisquer outras receitas correntes, excluindo-se, entretanto, as transferências, ainda que correntes. Segundo o art. 2º, IV, da LRF, a receita corrente líquida corresponde ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, diminuídas de algumas deduções. (B) devem-se incluir no cálculo da RCL dos Estados as parcelas entregues aos Municípios, ainda que por força constitucional. excluir (C) não se devem contar como RCL os recursos recebidos da União por conta de disposições constitucionais que determinam o custeio de pessoal, no caso do Estado do Amapá. GABARITO! 6 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE (D) devem-se incluir no cálculo as receitas com a chamada “compensação previdenciária”. excluir (E) não se devem computar os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Kandir (Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996), no caso do Estado do Amapá. Estão compreendidas as transferências constitucionais, inclusive a da Lei Kandir. GABARITO: C 7 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 48. Nos termos da Lei no 4.320/1964, corresponde a uma receita corrente, uma receita capital, uma despesa corrente e uma despesa de capital, respectivamente, (A) encargos diversos − obras públicas − transferências correntes e alienação de bens. (B) amortização de empréstimos − operações de crédito − aquisição de imóveis e constituição de fundos rotativos. (C) receita tributária − receita industrial − material de consumo e juros da dívida pública. (D) alienação de bens − Receita patrimonial − amortização da dívida pública e pessoal militar. (E) receita patrimonial − alienação de bens − pessoal militar e amortização da dívida pública. Comentários: A Origem é o detalhamento das Categorias Econômicas “Receitas Correntes” e “Receitas de Capital”, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. Os códigos da Origem para as receitas correntes e de capital, de acordo com a Lei nº 4.320/1964, são: CATEGORIA ECONÔMICA (1º DÍGITO) ORIGEM (2º DÍGITO) 1. RECEITAS CORRENTES 7. RECEITAS CORRENTES INTRAORÇAMENTÁRIAS 1. IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 2. CONTRIBUIÇÕES 3.PATRIMONIAIS 4. AGROPECUÁRIA 5. INDUSTRIAL 6. SERVIÇOS 7. TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 9. OUTRAS RECEITAS CORRENTES 2. RECEITAS DE CAPITAL 8. RECEITAS DE CAPITAL INTRAORÇAMENTÁRIAS 1. OPERAÇÕES DE CRÉDITO 2. ALIENAÇÃO DE BENS 3. AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS 4. TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL 9. OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL Já com relação às despesas, segundo a Lei 4320/64, a discriminação ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema: 8 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL DESPESAS DE CUSTEIO INVESTIMENTOS INVERSÕES FINANCEIRAS PESSOA CIVIL OBRAS PÚBLICAS AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS PESSOAL MILITAR SERVIÇOS EM REGIME DE PROGRAMAÇÃO ESPECIAL PARTICIPAÇÃO EM CONSTITUIÇÃO OU AUMENTO DE CAPITAL DE EMPRESAS OU ENTIDADES COMERCIAIS OU FINANCEIRAS MATERIAL DE CONSUMO EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES AQUISIÇÃO DE TÍTULOS REPRESENTATIVOS DE CAPITAL DE EMPRESA EM FUNCIONAMENTO SERVIÇOS DE TERCEIROS MATERIAL PERMANENTE CONSTITUIÇÃO DE FUNDOS ROTATIVOS ENCARGOS DIVERSOS PARTICIPAÇÃO EM CONSTITUIÇÃO OU AUMENTO DE CAPITAL DE EMPRESAS OU ENTIDADES INDUSTRIAIS OU AGRÍCOLAS CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS DIVERSAS INVERSÕES FINANCEIRAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL SUBVENÇÕES SOCIAIS AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA SUBVENÇÕES ECONÔMICAS INATIVOS PENSIONISTAS AUXÍLIOS PARA OBRAS PÚBLICAS AUXÍLIOS PARA EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES AUXÍLIOS PARA INVERSÕES FINANCEIRAS OUTRAS CONTRIBUIÇÕES. SALÁRIO FAMÍLIA E ABONO FAMILIAR JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DIVERSAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES. GABARITO: E 9 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 49. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um documento orçamentário preliminar à Lei Orçamentária Anual, introduzido pela Constituição de 1988, mas que somente teve seu conteúdo preenchido com o advento da LRF. Segundo essa Lei Complementar, a LDO deve (A) dispor acerca de critérios para equilíbrio entre receitas e despesas. (B) ser acompanhada das medidas de compensação a renúncias de receita. (C) ser acompanhada das medidas de compensação ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado. (D) estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública. (E) incluir demonstrativo do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro. Comentários: Além dos dispositivos referentes à LDO previstos na CF/1988, veremos que a Lei de Responsabilidade Fiscal, aumentou o rol de funções da LDO, visando manter o equilíbrio entre receitas e despesas, atendendo ao contido na Constituição Federal e dispondo também sobre oequilíbrio entre receitas e despesas; critérios e forma de limitação de empenho; normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos e demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. A seguir, trago, num único quadro, todas as atribuições da LRF ao longo de toda a LRF: 10 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE CONTER AUTORIZAÇÃO PARA QUE OS MUNICÍPIOS CONTRIBUAM PARA O CUSTEIO DE DESPESAS DE COMPETÊNCIA DE OUTROS ENTES DA FEDERAÇÃO ESTABELECER EXIGÊNCIAS PARA A REALIZAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA ESTABELECER CONDIÇÕES PARA A DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA, DIRETA OU INDIRETAMENTE, COBRIR NECESSIDADES DE PESSOAS FÍSICAS OU DÉFICITS DE PESSOAS JURÍDICAS DISPOR SOBRE O IMPACTO E O CUSTO FISCAL DAS OPERAÇÕES REALIZADAS PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL, O QUAL SERÃO DEMONSTRADOS TRIMESTRALMENTE DISPOR SOBRE PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA E O CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO MENSAL DE DESEMBOLSO ESTABELECIDO PELO PODER EXECUTIVO ATÉ TRINTA DIAS APÓS A PUBLICAÇÃO DOS ORÇAMENTOS ESTABELECER PARA OS PODERES E O MINISTÉRIO PÚBLICO CRITÉRIOS DE LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA SE VERIFICADO, AO FINAL DE UM BIMESTRE, QUE A REALIZAÇÃO DA RECEITA PODERÁ NÃO COMPORTAR O CUMPRIMENTO DAS METAS DE RESULTADO PRIMÁRIO OU NOMINAL ESTABELECIDAS NO ANEXO DE METAS FISCAIS RESSALVAR AS DESPESAS QUE NÃO SERÃO SUBMETIDAS À LIMITAÇÃO DE EMPENHO DISPOR SOBRE A CONCESSÃO OU AMPLIAÇÃO DE INCENTIVO OU BENEFÍCIO DE NATUREZA TRIBUTÁRIA DA QUAL DECORRA RENÚNCIA DE RECEITA DISPOR SOBRE DESPESA CONSIDERADA IRRELEVANTE, PARA EFEITOS DE GERAÇÃO DE DESPESA DISPOR SOBRE A INCLUSÃO DE NOVOS PROJETOS NA LOA OU NAS LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS, APÓS ADEQUADAMENTE ATENDIDOS OS EM ANDAMENTO E CONTEMPLADAS AS DESPESAS DE CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO EXCEPCIONALIZAR A CONTRATAÇÃO DE HORA EXTRA, QUANDO FOR ALCANÇADO O LIMITE PRUDENCIAL DAS DESPESAS COM PESSOAL, O QUAL É DE 95% DO LIMITEPREVISTO NA LRF GABARITO: A 11 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 50. A Constituição Federal de 1988 introduziu a chamada “regra de ouro” ao art. 167, III, referendada pela Constituição do Estado do Amapá ao art. 177, III e reiterada ao art. 12, §2o da LRF. Segundo tal disposição constitucional, (A) o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária, ainda que com autorização legislativa específica. (B) créditos suplementares para despesas correntes com finalidade específica e aprovados por maioria absoluta do Poder Legislativo podem ser financiados com operações de crédito. (C) o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período. (D) as despesas decorrentes de execução de política corretiva de recessão econômica devem observar os limites e prazos fixados em resolução do Senado Federal, por proposta do Presidente da República. (E) a abertura de créditos adicionais extraordinários depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. Comentários: A regra de ouro foi estabelecida pela CF de 1988 e reforçada pela LRF com vistas a conter o excesso de operações de crédito que endividavam os entes públicos, muitas vezes contratadas sem critérios e para fins não relevantes, e manter o equilíbrio nas contas públicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exigiu ação planejada e responsável; estabeleceu limites e introduziu importantes regras a respeito das operações de crédito, entre elas a regra de ouro, no art. 12, § 2: "O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do Projeto de Lei Orçamentária". No entanto, esse artigo foi suspenso em 2007 pelo STF por extrapolar o Texto Constitucional. Mas a regra de ouro continua válida, amparada no art. 167, III, da Constituição Federal, que assim estabelece: "É vedada a realização de operações de crédito que excedam as despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta". Para "quebrar" a regra de ouro, exige-se maioria absoluta (única lei em matéria financeira que exige maioria absoluta para sua aprovação). Creio que muitos ficaram com dúvida em relação ao item A, "o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária, ainda que com autorização legislativa específica." uma vez que, com autorização legislativa e maioria absoluta, pode-se quebrar a regra de ouro. GABARITO: B 12 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 51. Embora a Carta Maior tenha incumbido ao próprio ente a discricionariedade de subsidiar, isentar, anistiar ou remir seus tributos, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) opõe obstáculos à submissão de um Projeto de Lei com essa finalidade. Segundo a LRF, a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deve I. estar acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência. II. estar acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos dois exercícios seguintes ao que deva iniciar sua vigência. III. atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). IV. atender a pelo menos uma das condições a seguir: ou demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da Lei Orçamentária Anual (LOA), não afetando as metas fiscais; ou anunciar as medidas para a compensação, consistentes em elevação de alíquotas, ampliação de bases de cálculo ou criação de tributos. Está correto o que se afirma em (A) I, III e IV, apenas. (B) II, III e IV, apenas. (C) II e IV, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, II, III e IV. Comentários: A renúncia, em regra, deve ser concedida mediante lei específica e eventualmente mediante convênio. Segundo o art. 14 da LRF, a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deve: ESTAR ACOMPANHADA DE ESTIMATIVA DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO- FINANCEIRO NO EXERCÍCIO EM QUE DEVA INICIAR SUA VIGÊNCIA E NOS DOIS SEGUINTES ATENDER AO DISPOSTO NA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ATENDER A PELO MENOS UMA DAS SEGUINTES CONDIÇÕES DEMONSTRAÇÃO DE QUE A RENÚNCIA FOI CONSIDERADA NA ESTIMATIVA DE RECEITA NA LEI ORÇAMENTÁRIA E QUE NÃO AFETARÁ AS METAS DE RESULTADOS FISCAIS PREVISTAS NA LDO ESTAR ACOMPANHADA DE MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO NOS DOIS EXERCÍCIOS SEGUINTES, POR MEIO DO AUMENTO DE RECEITA Agora vamos analisar item a item: 13 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE I. estar acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência. CERTO Não só no exercício que entre em vigor, mas a questão não falou "somente". Cuidado para não cair na pegadinha, pois o incompleto, neste caso, não torna a assertiva errada. II. estar acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos dois exercícios seguintes ao que deva iniciar sua vigência. CERTO Não só nos dois exercícios que entre em vigor, como também no exercício que entre em vigor, mas a questão não falou "somente". Cuidado para não cair na pegadinha, pois o incompleto, neste caso, não torna a assertiva errada. III. atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). CERTO IV. atender a pelo menos uma das condições a seguir: ou demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da Lei Orçamentária Anual (LOA), não afetando as metas fiscais; ou anunciar as medidas para a compensação, consistentes em elevação de alíquotas, ampliação de bases de cálculo ou criação de tributos. CERTO GABARITO: E 14 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 54. O limite com despesas de pessoal é uma grande preocupação da Constituição de 1988, finalmente regulada pela Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF no ano 2000. Acerca do controle da Despesa Total com Pessoal (DTP) na LRF, é correto afirmar que (A) no Estado do Amapá, a despesa com pessoal, em cada período de apuração, como percentual da Receita Corrente Líquida, não poderá exceder 3% para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal de Contas, 6% para o Poder Judiciário e 2% para o Ministério Público. (B) não é computado como despesa com pessoal para efeito de cálculo dos limites da LRF a despesa com inativos, mesmo que custeadas diretamente pela conta do tesouro. (C) ainda que exista o limite, não pode vir a ser considerado nulo de pleno direito um aumento salarial descumpridor dos requisitos da LRF, por se tratar de verba alimentar. (D) a prorrogação de uma despesa de caráter continuado criada por prazo determinado não é considerada aumento de despesa, para os fins da LRF. (E) uma forma de elidir o controle da LRF é promover a terceirização de mão de obra em substituição a servidores e empregados públicos. Comentários: Os limites globais serão repartidos entre os poderes e o Ministério Público, não podendo exceder os seguintes percentuais da receita corrente líquida. Atentem para o fato de que esses limites não foram impostos de forma aleatória. Os Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, tiveram esses limites repartidos em sublimites para seus órgãos, de forma proporcional à média das despesas com pessoal verificadasnos exercícios financeiros de 1997,1998, 1999, em percentuais da receita corrente líquida. Vejamos a distribuição para todos os entes: ESQUEMATIZANDO... LIMITE DE GASTOS COM PESSOAL POR PODER E ENTES ∑ = 50% ∑ = 60% UNIÃO ESTADOS ESTADOS COM TCMS (BAHIA, PARA E GOIÁS) MUNICÍPIOS EXECUTIVO 40,9% SUBDIVISÃO: DF + EX- TERRITÓRIOS: 3% DEMAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES: 37,9% 49% 48,6% 54% LEGISLATIVO 2,5% 3% 3,4% 6% JUDICIÁRIO 6% 6% 6% - MINISTÉRIO PÚBLICO 0,6% 2% 2% - Agora, comentando item a item, temos: (A) no Estado do Amapá, a despesa com pessoal, em cada período de apuração, como percentual da Receita Corrente Líquida, não poderá exceder 3% para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal de Contas, 6% para o Poder Judiciário e 2% para o Ministério Público. GABARITO! 15 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE (B) não é computado como despesa com pessoal para efeito de cálculo dos limites da LRF a despesa com inativos, mesmo que custeadas diretamente pela conta do tesouro. ERRADA A LRF considera como despesa total com pessoal, segundo o art. 18: “o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência”. (C) ainda que exista o limite, não pode vir a ser considerado nulo de pleno direito um aumento salarial descumpridor dos requisitos da LRF, por se tratar de verba alimentar. ERRADA Conforme a LRF: Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda: I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição; II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo. Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. (D) a prorrogação de uma despesa de caráter continuado criada por prazo determinado não é considerada aumento de despesa, para os fins da LRF. ERRADA Conforme a LRF: Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. § 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado. (E) uma forma de elidir o controle da LRF é promover a terceirização de mão de obra em substituição a servidores e empregados públicos. Negativo! Justamente as despesas com terceirização que se referem à substituição de servidores ou empregados públicos são computadas como outras despesas com pessoal – e somente as demais terceirizações não entram no cálculo. GABARITO: A 16 DIREITO FINANCEIRO PROVA COMENTADA - PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 55. Considere hipoteticamente que a Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, em sua última sessão no ano, tem como único item da pauta o Projeto de Lei Orçamentária Anual. Iniciada a sessão, o relatório da Comissão é debatido, votado e o projeto é rejeitado. Concluída a sessão, a Assembleia entra em recesso parlamentar. Nessa situação (A) não seria possível arrecadar impostos no exercício financeiro a que o projeto rejeitado se refere enquanto a receita pública não seja devidamente autorizada com a aprovação da LOA. (B) constitui crime de responsabilidade dos Parlamentares não aprovar o projeto de lei orçamentária até o encerramento da sessão legislativa. (C) a Assembleia Legislativa não poderia ter entrado em recesso sem antes aprovar o Projeto de Lei Orçamentária. (D) a LDO pode prever a execução do projeto não aprovado, à razão de um doze avos por mês, para atendimento de certas despesas, tais como os débitos de precatórios. (E) se, até trinta dias antes do encerramento do exercício financeiro, o Poder Legislativo não devolve o projeto de Lei Orçamentária para sanção, ele é promulgado como lei. Comentários: Excelente questão! Tomem cuidado com o seguinte fato: a LDO pode também ser instrumento de autorização de despesas, se constar no seu texto a possibilidade de liberação de duodécimos dos créditos orçamentários, e se o orçamento anual não for aprovado até 31 de dezembro. Ou seja, a LDO pode ser instrumento de autorização de despesas somente se preenchidas as duas condições anteriores. GABARITO: D
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