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Marx, Engels, Lenin e o Estado CARNOY, Martin. Estado e Teoria Política. Campinas, SP: Papirus,1990 A discussão marxista sobre o Estado, passa a ser o tema principal, principalmente depois da segunda metade dos anos 50: - Partidos comunistas ocidentais ficam independentes da URSS; - EUA, fim da repressão antimarxista(Macartismo) Desde 1890 os social-democratas (Kaustsky) poderiam assumir o Estado por meio eleitoral Revolução Russa (1917): teoria Lenista de Estado dominou o pensamento marxista até os anos 50 Principais questões sobre a teoria marxista sobre o Estado: Por que a classe operária permanece ”não revolucionária” em face a crise econômica? Quais as características do Estado burguês adiantado? Por que o Estado desenvolveu estas características? Qual o papel do Estado na transição para o socialismo? O que o Estado capitalista se difere na periferia do sistema mundial Concepção Marxista Marx trabalha a concepção de Estado nas críticas a Hegel, nas teorias sobre a sociedade Revolução (1848) e sobre a comuna de Paris (1871). Engels em Origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884) e Lenin em Estado e revolução (1917). Estas obras formam os fundamentos marxista sobre a teoria do Estado. Pontos fundamentais na teoria de Estado em Marx: Marx: As condições materiais determinam a estrutura social e as formas de consciência, o Estado emerge das relações de produção. As relações individuais são produto das condições materiais, do modo de produzir, distribuir e consumir. Contradiz Hegel na teoria do Estado “racional” que é eterno (não histórico). Marx: Não é o Estado que molda a sociedade, mas o contrário e a sociedade é moldada pelo modo de produção. O Estado não representa o bem-comum, mas é expressão política da estrutura de classe inerente a produção. Para Hegel o Estado é representante da coletividade social, acima dos interesses particulares (assegurando que a competição permaneça em ordem). Marx: O Estado é instrumento de dominação (ideologia). Burguesia tem o controle sobre o processo de trabalho e estende também esse controle sobre o Estado e outras instituições. Antes da Ideologia alemã Marx até define o Estado como comunitário, mas só o Estado democrático poderia corporificar os interesses comuns. Rejeita a ideia da burocracia ser o elemento universal de representação do bem comum (substitui, a partir da comuna de Paris, o Estado como instituição vinculada à classe. Expressão política da classe dominante que mantêm a ordem dos conflitos). 1. O Estado representa o braço repressivo da burguesia: permite que o grupo social dominante use o poder de Estado contra outros grupos. A expansão da democracia como forma de refrear o poder executivo. Duas questões sobre democracia: a) utilização pela classe dominante das formas democráticas oferecendo a ilusão da participação; b) dar as formas democráticas um novo conteúdo social (de massas) impedindo os extremos da democracia; Não fica claro em Marx até que ponto o Estado é um agente da burguesia dominante. Para os Marxistas: 3. Os membros do Estado tendem a ser da classe dominante; 4. A classe capitalista domina o Estado através do poder econômico global (através do controle dos meios de produção: greve de investimento) 5. A natureza do Estado é determinada pela natureza e pelas exigências dos modos de produção Análise sobre a autonomia do Estado(necessidade de organização da sociedade) Dois níveis de autonomia do Estado: c) condição normal da burocracia frente a burguesia, enquanto subordinação a sociedade e a produção; d) b) momentos excepcionais, quando a luta de classes está congelada (a burocracia ganha autonomia) Mas o Estado autônomo não muda a configuração econômica Teoria de Estado no Capital: Estado burguês como a expressão de uma forma histórica específica da dominação de classe. A teoria de Estado de Marx deve provir das leis econômica (taxa decrescente do lucro). Assim, a intervenção para garantir o lucro. As leis políticas de Marx derivam da sua teoria econômica Portanto, os fundamentos da teoria marxista do Estado burguês: depende da noção de autonomia do Estado (questão indefinida, diferentes conceitos); a essência do Estado burguês normal é dado pelas condições materiais; o Estado representa os interesses de uma classe específica; o principal meio de expressão do Estado é o poder coercitivo institucionalizado. Lenin (Revolução Russa) Estado como órgão de dominação de classe, de opressão de uma classe pela outra, a necessidade de Estado se dá porque está presente o conflito de classes. A revolução só é possível com a destruição do aparelho de Estado. Estratégia para revolução socialista: Derrubada do estado através da revolução. A luta de classe contínua na transição do capitalismo para o comunismo e requer um Estado que elimina a burguesia (Estado operário no poder) Passagem da ditadura da burguesia para a ditadura do proletariado Estado como produto e manifestação do conflito de classes (Estado burguês deve ser destruído e substituído por outra estrutura): 1. Uso do parlamento ( como meio de justificar e legitimar a burguesia) 2. O controle burguês do parlamento (parece dirigir o Estado, mas as decisões são tomadas nos bastidores) Lenin critica a comuna de Paris, pois os revolucionários não destroem o Estado burguês, não conseguiu implantar uma democracia ampliada dos trabalhadores em direção ao comunismo Rosa Luxemburgo: critica Lenin e Trotski por abandonarem a noção de ditadura do proletariado Contra Kautsky e Lenin, o primeiro por utilizar a concepção de Estado burguês e o segundo questiona a participação do proletariado de maneira ilimitada; Para Lenin a consciência deveria ser levada a classe trabalhadora a partir de fora Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13
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