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IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 1 ELT2 – ELETRICIDADE APLICADA 2 DISPOSITIVOS BÁSICOS INTRODUÇÃO Elementos Resistivos Será estudada a resposta dos dispositivos básicos, resistor (R), indutor (L) e o capacitor(C) à aplicação de tensões senoidais, verificando como a freqüência influencia nas características de ‘oposição’ de cada dispositivo. A DERIVADA Defini-se a derivada dx/dt como sendo a taxa de variação de x em relação ao tempo. Se não houver variação de x em um instante particular, dx = 0 e a derivada será nula. No caso de uma forma de onda senoidal, dx/dt será zero apenas nos picos positivo e negativo (ωt = π/2 e 3π/2 na Figura 1), pois x não varia nesses instantes. O valor da derivada dx/dt em um ponto é a inclinação da curva neste ponto, ou seja, o valor da tangente. Se for traçada uma reta nos pontos mencionados se verificará que o valor da tangente será zero. Figura 1 – Valores máximos e mínimos da derivada de uma senóide. A variação de x será máxima quando ωt = 0, π e 2π. Para diversos valores de ωt entre esses valores máximo e mínimo, a derivada existe e tem valores compreendidos entre o mínimo e o máximo (Figura 2). A derivada de uma senóide é uma cossenóide. Figura 2 – Cossenóide - gráfico da derivada de uma função senoidal. O valor de pico de uma cossenóide é diretamente proporcional à freqüência da senóide original. Quanto maior a freqüência, maior a inclinação no ponto em que a curva corta o eixo horizontal e, portanto, maior o valor de dx/dt nesse ponto, como IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 2 mostra a Figura 3 para duas freqüências diferentes. Figura 3 – Efeito da freqüência sobre o valor de pico da derivada. Observa-se na Figura 3 que, embora as duas formas de onda (x1 e x2) tenham valores de pico iguais, a função senoidal de maior freqüência produz uma função derivada com um valor de pico maior. Além disso, nota-se que: A derivada de uma senóide tem o mesmo período e a mesma freqüência que a função original. No caso de uma tensão senoidal: )t(senE)t(e m a derivada pode ser determinada diretamente por diferenciação, produzindo o seguinte resultado: )tcos(Ef2)tcos(E)t(e dt d mm Observa-se que o valor de pico da derivada, 2πf∙Em, depende da freqüência de e(t) e que a derivada de uma senóide é uma função cossenóide. RESPOSTA DOS DISPOSITIVOS BÁSICOS R, L e C A UMA TENSÃO OU CORRENTE SENOIDAL Resistor Na prática, nas freqüências da rede elétrica até as freqüências com algumas centenas de quilo-hertz, o valor da resistência não é influenciado por tensões ou correntes senoidais aplicadas. Nesta faixa de freqüência o resistor pode ser considerado constante e a lei de Ohm pode ser aplicada. Pa v = Vm sen (ωt): )t(senI)t(sen R V R )t(senV R v i m mm , onde R V I mm Além disso, para uma dada corrente i: ))t(sen(V))t(sen(RIR))t(sen(IRiv mmm , onde RIV mm IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 3 O gráfico visto na Figura 4 revela que: Para um dispositivo puramente resistivo, a tensão e a corrente no dispositivo estão em fase, sendo a relação entre os seus valores de pico dado pela lei de Ohm. Figura 4 – Em um dispositivo resistivo a tensão e a corrente estão em fase. Indutor Para a configuração em série vista na Figura 5(a), a tensão vdispositivo do dispositivo no interior da caixa se opõe à da fonte e e, assim, reduz a corrente i. O valor da tensão sobre o dispositivo é determinado por sua oposição ao fluxo de carga, ou seja, à corrente i. No caso de um dispositivo resistivo, se observa que a oposição se deve à resistência e que vdispositivo e i estão relacionados por vdispositivo = i∙R. A tensão em um indutor é diretamente proporcional à taxa de variação da corrente que o atravessa. Consequentemente, quanto maior a freqüência, maior a taxa de variação da corrente no indutor e maior o valor da tensão induzida. A indutância determina a taxa de variação do fluxo magnético no indutor para uma variação da corrente. Quanto maior a indutância, maior a taxa de variação do fluxo e maior a tensão no indutor. Portanto, a tensão no indutor é diretamente proporcional à freqüência e à indutância do enrolamento. Para valores crescentes de f e L, conforme a Figura 5(b), o valor da tensão vL aumenta como descrito acima. (a) (b) Figura 5 – (a) Ilustração de como um dispositivo se opões à passagem de corrente; (b) Ilustração dos parâmetros que determinam a oposição de um indutor à passagem de corrente. Matematicamente, no caso de um indutor como o da Figura 6, tem-se que: dt di Lv LL , onde diL/dt é dado por: )tcos(I))t(senI( dt d dt di mm L Portanto, Figura 6 – Dispositivo indutivo. )tcos(IL)tcos(IL dt di Lv mm L L IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 4 Definindo, mm ILV Sabendo-se que )º90t(sen)tcos( Chega-se a: )º90t(senVv mL Observa-se que o valor de pico de vL é diretamente proporcional a ω (2πf) e a L. O gráfico mostrado na Figura 7, revela que: Para um indutor, vL está adiantada 90º em relação a iL ou iL está atrasada 90º em relação à vL. Figura 7 – Em um indutor puro a tensão está adiantada 90º em relação à corrente. Se um ângulo de fase for incluído na expressão senoidal de iL, como, por exemplo: )t(senIi mL Então: )º90t(senILv mL Agora, lembrando que: m m I V efeito causa Oposição oposição causa Efeito A oposição causada por um indutor em um circuito de corrente alternada senoidal pode ser calculada agora a partir de: L I IL I V efeito causa Oposição m m m m Revelando que a oposição causada pelo indutor em um circuito de corrente alternada senoidal é diretamente proporcional ao produto da velocidade angular pela indutância. A grandeza ωL denominada reatância (derivada da palavra reação) indutiva, é simbolizada por XL e medida em ohms. Ou seja: LXL (ohms, Ω) A reatância indutiva é uma oposição à corrente que resulta em uma troca contínua de energia entre a fonte e o campo magnético do indutor. IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 5 Capacitor Na configuração em série vista na Figura 5(a), usando agora o capacitor será determinada a corrente i para uma determinada tensão sobre o capacitor. Em um indutor a tensão induzida se opõe à variação instantânea da corrente no indutor. No caso de circuitos capacitivos, a tensão no capacitor é limitada pela taxa com que a carga é depositada nas placas do capacitor ou ainda retirada delas, durante as fases de carga e de descarga, respectivamente. Isto é, uma variação instantânea da tensão no capacitor sofre uma oposição devido ao fato de que é necessário um tempo para carregar (ou descarregar) as placas de um capacitor, e V = Q/C. Como a capacitância é uma medida da rapidez com que um capacitor armazena carga em suas placas: Para uma determinada variação da tensão em um capacitor, quanto maior o valor da capacitância, maior será a corrente capacitiva resultante. A equação fundamental que relaciona a tensão no capacitor á corrente dele, dtdv Ci CC mostra que: Para uma determinada capacitância, quanto maior a taxa de variação da tensão entre os terminais de um capacitor, maior será a corrente capacitiva. E também um aumento na freqüência corresponde a um au- mento da taxa de variação da ten- são no capacitor e a um aumento da corrente no capacitor. Portanto, a corrente em um capacitor é dire- tamente proporcional à freqüência e á sua capacitância (Figura 8). Figura 8 – Parâmetros que determinam a oposição de um dispositivo capacitivo á passagem de corrente. Determinando o valor de dvc/dt tem-se: )tcos(V))t(senV( dt d dt dv mm C Portanto: )tcos(VC))tcos(V(C dt dv Ci mm C C Definindo, mm VCI Sabendo-se que )º90t(sen)tcos( Chega-se a: )º90t(senIi mC Observa-se que o valor de pico de iC é diretamente proporcional a ω (2πf) e a C. O gráfico mostrado na Figura 9, revela que: IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 6 Para um capacitor, iC está adiantada 90º em relação à vC ou vC está atrasada 90º em relação à iC. Figura 9 – A corrente em um dispositivo puramente capacitivo está adiantada 90º em relação à tensão. Se um ângulo de fase for incluído na expressão senoidal de vC, como, por exemplo: )t(senVv mC Então: )º90t(senVCi mC Agora, lembrando que: m m I V efeito causa Oposição oposição causa Efeito A oposição causada por um capacitor em um circuito de corrente alternada senoidal pode ser calculada agora a partir de: C 1 VC V I V efeito causa Oposição m m m m Revelando que a oposição causada pelo capacitor em um circuito de corrente alternada senoidal é inversamente proporcional ao produto da velocidade angular pela capacitância. A grandeza 1 / ωC denominada reatância capacitiva, e é simbolizada por XC e medida em ohms. Ou seja: C 1 XC (ohms, Ω) A reatância capacitiva é uma oposição à corrente que resulta em uma troca contínua de energia entre a fonte e o campo elétrico no capacitor. Resumindo: Se a corrente estiver adiantada em relação à tensão aplicada, o circuito será predominantemente capacitivo e, se a tensão aplicada estiver adiantada em relação à corrente, ele será predominantemente indutivo. EXEMPLOS NUMÉRICOS 1. Considerando a tensão no resistor como indicado abaixo, calcule as expressões para a corrente sendo o resistor de 10 Ω. Esboce os gráficos de v e i. a) v = 100 sen (377t) b) v = 25 sen (377t + 60º) IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 7 Solução: a) A10I 10 V100 R V I m m m Como v e i estão em fase, resulta: )t377(sen10)t(senIi m As curvas de v e i são mostradas abaixo. b) A5,2I 10 V25 R V I m m m Como v e i estão em fase, resulta: )º60t377(sen5,2)t(senIi m As curvas de v e i são mostradas abaixo. 2. A corrente em um resistor de 5 Ω vale i = 40 sen (377t + 30º). Determine a expressão senoidal para a tensão no resistor. Solução: V200V540RIV mmm Como v e i estão em fase, resulta: )º30t377(sen200)t(senVv m 3. A corrente em um indutor de 0,1 H é dada nos itens a e b a seguir. Determine em cada caso a expressão para a tensão no indutor. Esboce as curvas de v e i. a) i = 10 sen (377t) b) i = 7 sen (377t – 70º) Solução: a) 7,37)H1,0()s/rad377(LXL V3777,37A10XIV Lmm Como v está adiantado 90º em relação a i, resulta: )º90t377(sen377v )º90t(senVv m b) V9,2637,37A7XIV Lmm Como v está adiantado 90º em relação a i, resulta: )º20t377(sen9,263v )º90º70t377(sen9,263v )º90t(senVv m As curvas de v e i são mostradas abaixo. a) IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 8 b) 4. A expressão para a tensão em um capacitor de 1 μF é v = 30 sen (400t). Qual é a expressão senoidal para a corrente? Solução: 2500X 400 10 )F101()s/rad400 1 C 1 X C 6 6C m m m c V 30V I I 12mA X 2500 Sabendo-se que em um capacitor, a corrente i está adiantada 90º em relação à v: )º90t400(sen1012)º90t(senIi 3m 5. Dados os pares de expressões para tensões e correntes a seguir, determine se o dispositivo envolvido é um capacitor, um indutor ou um resistor e calcule os valores de C, L e R, se houver dados suficientes para isso. a) v = 100 sen (ωt + 40º) i = 20 sen (ωt + 40º) b) v = 1000 sen (377t + 10º) i = 5 sen (377t – 80º) c) v = 500 sen (157t + 30º) i = 1 sen (157t + 120º) d) v = 50 cos (ωt + 20º) i = 5 sen (ωt + 110º) Solução: a) Como v e i estão em fase, o dispositivo é um resistor e 5R A20 V100 I V R m m b) Como v está adiantada 90º em relação a i, o dispositivo é um indutor e: 200X A5 V1000 I V X L m m L e H521,0L 377 200 LLXL c) Como i está adiantada 90º em relação à v, o dispositivo é um capacitor e: 500X A1 V500 I V X C m m C e F74,12C 500157 1 C C 1 XC d) )º110t(sen50v)º90º20t(sen50)º20tcos(50v Como v e i estão em fase, o dispositivo é um resistor e, 10R A5 V50 I V R m m IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 9 Comportamento de indutores e capacitores em regimes de corrente contínua, alta freqüência e baixa freqüência Para circuitos de corrente contínua, a freqüência é zero e a reatância de um indutor é dada por: 0XL02Lf2LX LL O que indica que em regime permanente, num circuito de corrente contínua o indutor se comporta como um curto-circuito. Em altas freqüências, XL terá um valor muito elevado e, em algumas aplicações práticas, o indutor pode ser tratado como se fosse um circuito aberto. O capacitor pode ser substituído por um circuito aberto em circuitos de corrente contínua, pos f = 0, e CC X C02 1 Cf2 1 C 1 X Em freqüências muito altas, para capacitâncias finitas XC é muito pequena e, em algumas aplicações práticas, o capacitor pode ser substituído por um curto-circuito. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA DOS DISPOSITIVOS BÁSICOS Sabe-se que a reatância indutiva aumenta com a freqüência, enquanto a reatância capacitiva diminui. Entretanto, qual é o padrão para esse aumento ou diminuição? Como a freqüência dos sinais aplicados pode variar de uns poucos hertz até megahertz, é importante conhecer os efeitos da freqüência na intensidade das reações dos dispositivos. Resistores Em um componente real, todo resistor tem ca- pacitâncias parasitas e in- dutâncias dos terminais, que são sensíveis ao valor da freqüência aplicada. Os valores dessas capacitân- cias e indutâncias são tão pequenos que seus efeitos não são notados até que se atinja a faixa dos mega- hertz. As curvas da resis- tência em função da fre- qüência para alguns resis- tores de carbono são for- Figura 10 – Variação da resistência com a freqüência para resistores de carbono.necidas na Figura 10. Observa-se que as resistências menores são menos afetadas pelo valor da freqüência. Pela figura é possível afirmar que o valor da resistência permanece inalterado até que a freqüência atinja cerca de 10 MHz. Indutores Para os indutores a equação XL = 2π∙f∙L, tem a forma de uma equação de uma IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 10 reta com uma inclinação de 2π∙L e intercepta o eixo das ordenadas em zero, como mostra a Figura 11. Quanto maior a indutância, maior a inclinação da reta para a mesma freqüência. Figura 11 – XL em função da freqüência. Capacitores No caso de capacitor, a expressão para a reatância XC = 1 / (2π∙f∙C) pode ser escrita na forma XC∙f = 1 / (2π∙C), que coincide com a forma básica de uma hipérbole, y∙x = k, sendo y = XC, x = f e k = 1 / (2π∙C). Para f = 0 Hz, a reatância de um capacitor é tão grande, como mostra a Figura 12, que ele se comporta como um circuito aberto. Á medida que a freqüência aumenta, a reatância diminui, até que ao final seja equivalente a um curto-circuito. Figura 12 – XC em função da freqüência. POTÊNCIA MÉDIA E FATOR DE POTÊNCIA Para qualquer carga em um circuito de corrente alternada senoidal, a tensão e a corrente na carga variam de forma senoidal com o tempo. Tomando um caso geral e usando para v e i as expressões abaixo: )t(senVv vm e )t(senIi im A potência será dada por: )t(senI)t(senVivp imvm Usando a identidade trigonométrica: 2 )BAcos()BAcos( senBsenA A função sen(ωt + θv)∙sen(ωt + θi), torna-se: 2 )]t()tcos[()]t()tcos[( iviv IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 11 2 ]t2cos[]cos[ iviv , de forma que ]t2cos[ 2 IV ]cos[ 2 IV p iv mm iv mm Onde o primeiro termo representa uma parte fixa e o segundo termo varia com o tempo. As curvas de v, i e p estão no mesmo gráfico da Figura 13. Figura 13 – Determinação da potência média de um circuito de corrente alternada senoidal. Note-se que o segundo termo na equação anterior representa uma cossenóide de amplitude VmIm / 2 e freqüência duas vezes maior que a da tensão e corrente. O valor médio desse termo é zero e, portanto, ele não tem nenhuma influência no processo de dissipação de energia. Já o primeiro termo da equação é constante (não depende do tempo) e representa uma transferência líquida de energia. Este termo é chamado de potência média. A potência média, ou potência real, é a fornecida à carga e dissipada por esta. Ela corresponde à potência total dos circuitos de corrente contínua. O ângulo (θv – θi) é o ângulo de fase entre v e i. Fazendo θ igual a |θv – θi|, onde | | indica que apenas o valor absoluto é importante, ou seja, o sinal é irrelevante, tem-se: cos 2 IV P mm (watts, W) Onde P é a potência média em watts. Esta equação também pode ser escrita na forma: cosIVcos 2 I 2 V P efef mm (watts, W) Resistores Em um circuito puramente resistivo, como v e i estão em fase, |θv – θi| = θ = 0º e cos θ = cos 0º = 1, de forma que: efef IVP (watts, W) Indutores Em um circuito puramente indutivo, como v está adiantada em relação a i de 90º, |θv – θi| = θ = |–90º| = 90º, portanto: IFSP – CAMPUS CUBATÃO – SAI – 4º MÓDULO ELETRICIDADE APLICADA 2 NOTAS DE AULA 02 – DISPOSITIVOS BÁSICOS – REV. 4 12 W0P)º90cos( 2 IV P mm A potência média ou potência dissipada por um indutor ideal é zero. Capacitores Em um circuito puramente capacitivo, como i está adiantada em relação à v de 90º, |θv – θi| = θ = |–90º| = 90º, portanto: W0P)º90cos( 2 IV P mm A potência média ou potência dissipada por um capacitor ideal é zero. FATOR DE POTÊNCIA Na equação P = (VmIm / 2)∙cos θ, o fator que tem uma influência significativa no valor da potência fornecida é cos θ. Independentemente dos valores da tensão e da corrente, se cos θ = 0, a potência é nula; se cos θ = 1, a potência é máxima. A expressão cos θ recebe o nome de fator de potência. Para uma carga puramente resistiva, a diferença de fase entre v e i é 0º o que faz com que o fator de potência seja igual a 1. No caso de uma carga puramente reativa (indutiva ou capacitiva), a diferença de fase entre v e i é 90º levando o valor do fator de potência para 0. Note que neste caso a potência entregue à carga é nula, embora a corrente tenha o mesmo valor de pico que no circuito puramente resistivo. Nas situações em que a carga é uma combinação de dispositivos resistivos e reativos, o fator de potência tem um valor entre 0 e 1. Quanto mais resistiva for a impedância total, mais próximo da unidade estará o fator de potência; quanto mais reativa é a impedância, mais o fator de potência se aproxima do zero. Os circuitos capacitivos têm um fator de potência adiantado (corrente adiantada em relação à tensão), enquanto os circuitos indutivos têm um fator de potência atrasado (corrente atrasada em relação à tensão). BIBLIOGRAFIA Boylestad, R. L. – INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE CIRCUITOS – 10ª Edição. Pearson Education do Brasil. São Paulo / SP. 2004.
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