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Resumo - aulas de ética

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Aula 1: O que é ética?
A ética serve como pilar das relações sociais, uma vez que é a base da justiça e das leis. Os valores morais e as condutas são intrínsecas ao indivíduo. Ética é um modo de regular comportamentos do indivíduo.
A autonomia do indivíduo é paradoxal, pois na medida em que ele é livre, lhe é imposto um encargo: encontrar equilíbrio entre a sua própria liberdade e a responsabilidade sobre os outros.
Os princípios éticos são os caminhos pelos quais o homem, rege sua conduta. A ética proporciona a teoria e uma dimensão prática (o que deve ser feito). 
“Ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento moral.” Por ser autorreguladora, desempenha um papel de reflexão e julgamento individual.
O Indivíduo e os Aspectos da Moral
O estudo dos valores e suas variações é o objeto principal da moral. “A moral é tanto um conjunto de normas que determinam como deve ser o comportamento.” “Costumes e regras de comportamento adotadas pelas comunidades. ”
Estamos sujeitos a influências do meio social; vamos adquirindo aos poucos os princípios morais. Ao nascermos, somos apresentados a um conjunto de normas.
Para que exista conduta moral é necessário: ser livre, ser responsável, ser dotado de vontade e ter consciência de si e dos outros.
Ética e Moral: Dois Pilares da Condição Humana	
Moral é sempre normativa; deriva das regras de como proceder diante da sociedade. É relativa e está sujeita às transformações da sociedade Não possui conteúdo filosófico. É a “matéria-prima” para que a ética seja aplicada. É formada por valores que o indivíduo adquire. 
Já a ética tem a ver com o que o indivíduo é, independente do que ele acredita. Muitas vezes irá pôr em questão os valores morais da sociedade. Reflete sobre a responsabilidade do ato moral, que é um ato de livre escolha. Diante das alternativas de conduta, ela nos orienta a prever suas possíveis consequências.
Aula 2: Concepção Filosófica de Ética na Grécia – O Relativismo Político e Social dos Sofistas:
Na Grécia Antiga, existiam professores itinerantes que ensinavam mediante pagamento a arte da retórica para introduzir o cidadão na vida política; não tinha como objetivo nenhuma teoria geral da vida. Conhecidos como sofistas, deslocaram os questionamentos das divindades para o homem, inaugurando o período "humanista" da filosofia grega.
Com o aumento do poder do povo e a possibilidade de ascensão na política sem que estivessem ligados a vínculos sanguíneos a educação ganha evidência. 
A palavra sofista, que significa “sábio”, adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, pois tratava-se de pessoas que usavam com intenção de enganar, o poder da argumentação. Não é uma escola filosófica, mas sim uma prática.
Características dos sofistas: 
Oposição entre natureza e costumes: Tinham interesse pelos problemas dos homens e da natureza. Acreditavam que, aquilo que é da natureza humana não pode ser alterado. Mas o que é adquirido pela cultura é mutável. 
Relativismo: Os sofistas pregavam que tudo o que se refere à vida prática pode ser modificado. Ou seja, a religião e a política, que eram considerados fatores culturais, poderiam ser alteradas. 
Existência dos deuses: Não rejeitam sua existência, mas a questionam. Estão mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. Preferiam não se pronunciar sobre a existência dos deuses, mas, caso existissem estes, não teriam forma ou pensamentos humanos. 
 Natureza da alma: Os sofistas acreditavam que a alma humana era passiva e poderia ser mudada através do conhecimento e experiências do exterior. 
Rejeição à metafisica: Com o intuito de priorizar a vida prática.
Antilógica: Ensinavam a defenderem uma posição e, depois, a defenderem o oposto para entender os pontos fracos de seu discurso. 
Argumentação 
Sócrates e Platão - Razão X Emoção
Sócrates coloca em cheque os ensinamentos dos Sofistas.  Para ele, a ausência de fundamentação da moral de forma objetiva gera instabilidade; para manter justiça é necessário encontrar um fundamento objetivo que seja fundamentado em algo além dos desejos.
Os valores éticos poderiam ser ensinados. Passou a se ocupar em entender o homem e sua conduta. Sócrates fundamentou a ética na natureza humana. Para ele, a natureza humana consiste em uma essência do ser humano, que deveria fundamentar a moral. Assim, cada indivíduo deve ter consciência de suas ações, dominá-las pelo conhecimento e isso o conduz a uma vida ética.
Ao contrário do que pregavam os sofistas, Sócrates acreditava que, para se alcançar a ética deveriam ser excluídos os interesses individuais.
Usando da ironia, deixava indeciso aquele que estava seguro de si mesmo; não ensinava uma verdade, mas ajudava cada um a descobri-la; considerava que aprender não é fácil, mas progressivamente se chega ao conhecimento da verdade. A ética socrática tinha como princípio do conhecimento a dúvida.
Platão: aprimorou os questionamentos de Sócrates; afirmava que para atingir uma vida ética, era imprescindível que os indivíduos separassem a razão da emoção. 
A alma - princípio que move o homem - é constituída de três partes: razão, vontade e desejo. Para Platão, a razão determina como devemos nos portar no meio social. E somente afastando-se das vontades e desejos era possível conhecer a essência das coisas, que se encontra no mundo das ideias.
As ideias, segundo Platão, são impalpáveis. Para Platão, existem dois tipos de realidade: o mundo em que vivemos, o que temos apenas um conhecimento aparente, e um mundo ideal, que são as essências derivadas da própria existência. Sua ética está ligada à política, pois é na pólis que acontece a vida moral. 
O homem é bom enquanto bom cidadão. O estado ideal estava dividido entre: trabalhadores, guerreiros e governantes. O senso de justiça baseava-se na harmonia entre esses três; se cada um segue a sua natureza e faz o que lhe compete, estaríamos em uma sociedade justa.
Aristóteles e a Busca pela Felicidade
Renunciou a teoria das ideias de Platão, e fundamentou seus estudos no mundo concreto. Observar a realidade nos leva à constatação da existência seres individuais concretos e mutáveis. A busca pela felicidade consiste na atuação da razão. 
A felicidade somente é plena na realização das próprias capacidades. A atuação da razão está ligada à contemplação, mas os sentidos devem ser satisfeitos. Necessidade de harmonia entre a razão e os sentidos. 
A felicidade é a virtude. E virtude é o hábito em escolher o meio justo. A inibição também. A virtude é mediadora entre dois extremos, e os extremos são considerados vícios. Ao contrário de Platão, não identifica virtude com saber, mas oferece importância à escolha, que está mais condicionada à vontade do que à razão.
A atitude ética não surge dos julgamentos, mas é adquirida pela prática.
“O Homem é por natureza um animal político. Não deve ignorar a coletividade, privilegiando interesses particulares”.
A origem do Estado ocorre de maneira instintiva. O Estado tem o dever de tornar possível a vida feliz, já que sua finalidade é o bem comum. Para Aristóteles, o grau máximo de realidade é o que percebemos ou sentimos.
O movimento sofista trouxe para o centro da reflexão filosófica questões humanistas. Sócrates inseriu a reflexão como forma de conhecimento da natureza humana. Para Platão, a ética encontrava-se no mundo das ideias e somente é possível atingi-la por meio do conhecimento racional e purificando o conhecimento sensorial. Por sua vez, Aristóteles rejeitou a teoria de Platão, colocando o mundo concreto no centro das reflexões. 
Aula 3: Ética Helenista - O Helenismo e o Epicurismo 
Após a morte de Aristóteles, Atenas perde sua independência. A decadência política da Grécia, além da invasão do território por Alexandre Magno, a cultura consolidada pelos gregos foi expandida por meio das novas conquistas de Alexandre. Essa disseminação dos conhecimentos é o que chamamos Helenismo.
“O conceito de Helenismo: o processo de expansão da cultura helênica (grega) para outras regiões domundo antigo”.
Com a morte de Alexandre, inicia-se o declínio de seu império. 
Quando o império Romano começou a se expandir e a dominar os antigos territórios conquistados por ele, o povo passou de cidadão grego para súditos, o que gerou um desinteresse pelo Estado.
Diante da nova realidade para resolver problemas relativos à ética e à verdade, surgem movimentos filosóficos: epicurismo e estoicismo.
O Epicurismo - Prazeres Materiais e Espirituais
O Epicurismo surgiu com o Epicuro de Samos e foi a doutrina de maior influência no mundo romano. Nela, substitui-se o bem pelo prazer e o mal pela dor.
A ética epicurista baseia-se na consciência de dor e prazer. Propõe que o homem se afaste da dor para evitar propagá-la aos outros. O homem que sofre se torna sensível ao sofrimento do outro. A ética toma um sentido social de busca pelo prazer. É a questão principal da ética do epicurismo e, também, o princípio de justiça para os epicuristas, ao passo que, conservar-se longe da possibilidade de causar dor aos outros e de sofrer dores, alcançaremos o prazer social.
Embora o prazer seja o princípio e o fim de uma vida feliz, nem todos os prazeres são capazes de conduzir à felicidade. Os prazeres são relativos. O conhecimento prudente dos desejos conduz as escolhas boas.
O Estoicismo - Natureza e Razão
Conceito: é uma filosofia em que o homem deve enfrentar seu destino com coragem e dignidade para superar a dor. Os estóicos consideravam que o bem supremo baseava-se em uma vida virtuosa.
Com a expansão do império romano, desenvolveram-se conhecimentos práticos. A doutrina estóica ganha forças, devido a necessidade de homens fortes, que pudessem controlar as paixões e a dor.
A filosofia estóica busca explicar o mundo através dos fenômenos naturais e desenvolver uma ética a partir de dois valores: a igualdade e a liberdade. A liberdade, derivada da vontade autônoma, e a igualdade, ligada ao que é inerente ao homem como a morte.
A visão do mundo para os estóicos, era essencialmente unitária. O homem não abre exceção à lei universal da natureza, nem se separa da divindade. O mesmo é refletido no indivíduo, que também é considerado um ser uno, uma vez que corpo e alma não se separam. Partindo desse princípio de unidade, tanto do mundo quando do indivíduo, para viver em harmonia com a natureza tornava-se necessário viver em harmonia consigo mesmo. 
Com o objetivo de afastar as paixões os estóicos as enumeraram em forma de catálogo, descrevendo os diferentes estados de infelicidade. 
O Legado dos Gregos
É da nossa natureza a busca pelo bem e pela felicidade, que somente pode ser alcançada por meio de uma conduta virtuosa. Não existe ética individual. A virtude é um conceito essencial. Para eles, é impossível que o homem seja bom sem ser virtuoso. É a racionalidade que exerce o controle sobre os instintos e impulsos irracionais que são inerentes aos seres humanos.
Podemos resumir a ética dos antigos com três aspectos principais: o racionalismo, o naturalismo e a ligação entre ética e política. 
Racionalismo: consiste em agir em conformidade com a razão, lutar contra suas paixões e seus vícios, educando sua vontade de acordo a racionalidade, atingida por meio da consciência.
Naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a natureza do mundo. Os gregos definem o ser e o dever ser. O ser está ligado ao que as coisas são, concluindo que o homem é um animal racional. E o dever ser relacionado com as capacidades humanas.
Ligação entre ética e política: A ligação entre ética e política, isto é, a conduta do indivíduo e os valores da sociedade estão ligados, pois somente na vida em sociedade encontramos liberdade, justiça e felicidade. A ética era concebida como forma de educação, com o objetivo de dominar as paixões, orientando a vontade rumo ao bem e à felicidade. O objetivo principal era a harmonia entre a conduta virtuosa do indivíduo e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos. 
Aula 4: Ética e Religião - A Finalidade do Agir - Fé e Caridade
Como a filosofia grega foi influenciada pelas tradições cristãs? durante o período medieval, os filósofos foram teólogos, bispos e padres. Nesse período, a vida ética era pautada na relação espiritual com Deus e pela caridade com o próximo.
A ética cristã se baseia no amor e nos mandamentos. É no amor que o cristianismo encontra sua realização espiritual mais profunda e as bases fundamentais para a vida em sociedade.
Buscavam conciliar a fé e a razão. A felicidade da vida em sociedade somente poderá ser atingida por meio da fé e da caridade. Afastando a ética humanista e transformando-a em uma ética proveniente das divindades. 
Com objetivo de justificar seus princípios e normas de comportamento, surge a teologia dogmática, trazendo uma determinação racional revelada por uma divindade sobrenatural. 
Santo Agostinho: bispo, teólogo e filósofo; representa uma aproximação entre fé e razão; a conduta ética é aquela na qual o agente tem consciência de sua capacidade; a ética deve ser trabalhada no âmbito da sociedade; concordava com o entendimento de que o homem é um animal social e político. 
Na ética cristã, a primeira forma de sociedade do homem é a família, a segunda, é o Estado; conclui que o indivíduo não é o meio para o Estado, mas o Estado torna-se o meio para o indivíduo.
Segundo Aquino, o Estado não exerce apenas uma função repressiva e econômica, mas também organizadora e espiritual. No entanto, sempre estará subordinado à Igreja.
A ideia de virtude está ligada a Deus e não com a vida em sociedade. As principais virtudes cristãs são a fé e a caridade. Essas virtudes são privadas, baseando-se na intimidade das relações do indivíduo com Deus.
Livre Arbítrio
Ao contrário dos Gregos, fundou-se na vontade interior do ser humano. Sustentava-se que, para decidirem sobre o que fazer em cada momento de suas vidas: poderiam optar por uma vivência pautada nos ensinamentos de Deus, ou por uma existência pecaminosa. 
Conceito: possibilidade de tomar decisões por vontade própria, seguindo o próprio discernimento e não se pautando numa razão; a fé não impõe regras, mas confia no livre-arbítrio.
Em virtude de sermos incapazes de realizar o bem e as virtudes apenas conduzidos pelas nossas vontades, o Cristianismo pressupõe a necessidade de sermos auxiliados por Deus 
Enquanto para os filósofos clássicos a vontade era uma faculdade racional capaz controlar nossos desejos, possibilitando a vida moral, o cristianismo fundamenta que a vontade do homem está corrompida pelo pecado, tornando-se necessário recorrer ao divino para alcançar a moral. O auxílio é revelado por meio das leis divinas ou pelos mandamentos.
Desta forma, a concepção cristã introduz uma nova ideia na concepção moral: a ideia do dever. 
Para cumprimento da lei divina, estabeleceu-se três virtudes essenciais: fé, esperança e caridade, além de coragem, justiça, temperança e prudência. 
No Cristianismo, o ato moral não é a conduta da virtude baseada na vontade racional, mas sim o cumprimento voluntário da lei divina. Podemos classificar a conduta em três grupos: 
Condutas morais: estão de acordo com a lei divina.
Condutas imorais: são reprováveis; estão elencadas nos sete vícios capitais 
Amorais: condutas que não dizem respeito às leis morais.
Outro conceito que compõe a ética cristã é a ideia de intenção. 
Liberdade
Na modernidade, o desenvolvimento intelectual resgata da era cristã o homem autônomo e forte. Na ética moderna, a negação do cristianismo e será a chave para os questionamentos sobre a origem do valor moral.
Kant: “A autonomia da vontade é o princípio único de todas as leis morais e dos deveres que estão em conformidade com elas.” Para Kant, as obrigações morais não são impostas por Deus, são leis que a razão natural cria através do conhecimento e das experiências. Por meio da racionalidade o ser humano é capaz de entender as razões do dever. O dever não se apresenta através de um conjunto de conteúdos fixos. Propõe uma fórmula em que se distingue: imperativocategórico de um imperativo hipotética. Imperativo é um mandamento da razão que serve para orientar nossa ação.
 O imperativo categórico comanda uma ação como necessária em si mesma, independente das circunstâncias: é necessário agir de determinada forma. Assim, uma ação só é considerada ética quando a máxima que a rege pode ser universalizada. 
Já o imperativo hipotético apresenta uma ação como meio para alcançar determinado fim, e este tipo de imperativo pode ser uma regra de prudência ou de técnica, mas jamais da moralidade.
A ética em Kant, baseia-se em: máxima: 
A máxima moral é a pergunta que um ser consciente deve se fazer para saber se deve ou não agir de uma forma e não de outra. 
Lei: A lei é a constatação do interesse egoísta, visto que a contradição expressa na máxima deverá sair do particular para o universal. A lei é a expressão do interesse universal, evidenciando que é possível pensar em leis racionais válidas universalmente. Ex.: “Nenhum ladrão, por mais que roube, aceita ser roubado”; 
Ação: “após este exercício de consciência, o agente moral age segundo a escolha que fizer. Para ser uma escolha moral, a ação deve ser conforme a lei, isto é, conforme o dever.
 Kant entende que é possível agir somente por dever, isto é, obedecer à lei a contragosto. Ainda assim, a ação é moral. A lei, sendo racional, deve ter força para obrigar os indivíduos a obedecê-la. É o fundamento da organização social, que começa nos hábitos, cultura de um povo, mas deve passar pelo crivo da reflexão crítica do ser racional e consciente. ”
Hegel: A ética em Hegel é contextualista, pois apresenta como critério para avaliar a necessidade de observar o contexto. Conclui que a moralidade é relativa e assume conteúdos diferenciados ao longo da história; os valores morais podem variar. A moralidade é o resultado da relação do indivíduo com o conjunto social e se manifesta tanto na cultura como em códigos normativos.
Aula 5: Ética e Soc. Globalizada - Aspectos I.C para o exercício da Cidadania
Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade. Todo cidadão é um ser político. O eixo da cidadania está na noção de cuidado com a coletividade. Esse era o conceito de ética para Aristóteles.
Historicamente, a origem do termo “cidadania” está ligado ao termo “política”. Com a invasão da Grécia pelo Império Romano, ocorreu a redesignação do termo polis para o termo civis proveniente do latino. 
O princípio da ética reside na busca pela melhor ação, que atenda ao interesse de um número maior de pessoas. O bem coletivo é o ponto em comum entre a ética e a cidadania.
Liberdade/Responsabilidade - Eu e o Outro
O cuidado com a coletividade é cuidado com nós mesmos; devemos ter a consciência de que estamos diretamente ligados ao meio em que vivemos.
Público/Privado – O Papel do Estado
O Renascimento apresenta um marco decisivo para esse debate por meio da contribuição de Maquiavel, que buscou diferenciar a ética política e pública da ética privada e religiosa. 
Thomas Hobbes utiliza-se dos argumentos de Maquiavel, subordinado à uma ética própria da política. Rousseau e Marx voltam à discussão com o argumento de que a ética política deve ser pautada para a transformação da sociedade. 
Max Weber reafirma a existência de uma ética política própria, que contraria a ética privada e religiosa.
Assim, podemos separar os pensadores em dois grandes grupos:
Os que priorizam o futuro e a transformação social através da política - filósofos gregos, o iluminista francês Rousseau e Marx.
Os que se concentram na dimensão política do presente e na verdade efetiva das coisas - Maquiavel, Hobbes e Max Weber. 
A ideia de separação da ética privada e pública foi difundida por Maquiavel, que apontou a necessidade do governante de abrir mão dos ideais pessoais e até mesmo políticos como uma forma correta de agir. 
Tomando por base a frase de Kant, podemos afirmar que a dignidade está acima de qualquer preço e não pode ser comprada ou trocada.
Embora, quando qualificamos de “pública” a ética, inevitavelmente subentende-se a existência de uma ética “privada”. E, por consequência, surge o questionamento: a ética, como estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, não é algo que deve ser seguido independente da investidura em algum cargo público?
Aula 6 - Ética das Virtudes - Virtudes:
Se origina no mundo grego, com Aristóteles. Concentra-se antes no caráter do que nas ações, buscando compreender a vida do indivíduo como um todo.
Para tratar da ética das virtudes é preciso tratar dos princípios e valores que conduzem à atitudes éticas. Estes baseiam-se na dignidade humana, englobando todos os indivíduos, independente de suas diferenças. São adquiridos por meio da repetição e construídos através de atos que compreendem todas as dimensões da pessoa humana. Aristóteles diz que a virtude é um traço de caráter manifestado no agir habitual. Esses valores são, por exemplo, honestidade, justiça e amor. E deles decorrem os princípios de liberdade, igualdade e solidariedade.
A Democracia e as Instituições
Elementos essenciais para a consolidação da democracia: estabilidade institucional, distribuição de riqueza, justiça social e participação popular nas decisões governamentais, além do atendimento das capacidades pautadas pela dignidade.
Atualmente, está em vigor a Constituição Cidadã de 1988. Os princípios fundamentais dizem respeito à organização institucional, ou seja, a união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituindo-se em Estado Democrático de Direito. 
Os valores acima se encontram na Constituição, como objetivos fundamentais: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, trabalhará para: garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos.
Aula 7: O Futuro da Ética e da Cidadania numa Sociedade Repleta de Contradições - Diferenças Humanas e Desigualdades Sociais
Diferença não corresponde à desigualdade. As diferenças decorrem da natureza humana; as desigualdades sociais são frutos da ação humana. 
Em matéria de diferenças humanas e desigualdade social, embora tenhamos clara a ideia de que todos os seres humanos são iguais apesar das diferenças biológicas, sempre houve desigualdades em relação às posições sociais. Desigualdade é uma diferença que se traduz como uma vantagem ou desvantagem. 
Podem ser divididas em desigualdades de direito e de fato:
As de direito ainda se manifestam em alguns lugares do mundo. 
As de fato são aquelas referentes às desigualdades sociais e econômicas. 
Além das desigualdades apresentarem um caráter reprodutivo, elas também são mutáveis e evoluem; novas desigualdades sempre irão aparecer, de acordo com o tempo, as crenças e os costumes da sociedade.
Como já observamos até aqui, as diferenças não podem ser utilizadas como justificativa para a desigualdade social. Somente através da ética e de seus princípios, é possível estabelecer políticas sociais que diminuam as desigualdades não apenas no Brasil, como no mundo.
A Preservação da Dignidade Humana, do Caráter Comunitário dos Bens e dos Serviços Públicos, e a Promoção da Igualdade Social
A dignidade da pessoa humana é fundamental para alcançar direitos humanos 
Ingo Sarlet define que a dignidade da pessoa humana é algo intrínseco a cada ser humano, que – por sua condição de humanidade – se torna merecedor do respeito e consideração 
Kant, quando traz o conceito de dignidade humana destaca o valor supremo que cada indivíduo possui. 
Tem-se por dignidade humana a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade.
A dignidade da pessoa humana é um direito consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, e reconhecido pela comunidade internacional. Os Direitos Humanos constituem instrumentos de defesa dasprerrogativas dos seres humanos contra os abusos de poder e visam alcançar condições dignas da vida humana e de seu desenvolvimento. 
O respeito aos Direitos Humanos é utilizado como parâmetro de avaliação das condições e possibilidades do país. A consolidação da Democracia depende da concretização de um projeto que diminua as desigualdades sociais, utilizando-se de políticas que distribuam a riqueza e promovam a justiça social.
A Paixão pelo Poder e a Ameaça aos Direitos
Devemos avaliar o efeito que a corrupção prova na economia e identificar consequências tais como: diminuição de empregos, medidas que cortam direitos dos menos favorecidos. Pequenos atos de corrupção causam grandes efeitos.
A degradação das questões éticas apresentará reflexos na dignidade humana.
Normalmente, o governo apresenta soluções emergenciais para resolução de problemas pontuais. A adoção de medidas emergenciais não apresenta resultados que reduzam as desigualdades. Devemos refletir se as políticas públicas realizadas de forma emergencial são feitas para cuidar dos problemas ou como meio de se manter no poder.
Aula 8: Sustentabilidade: Percalços e Conquistas na Busca de uma Cidadania do Planeta - Responsabilidade Social, uma Prática Recente nas Empresas
A globalização aliada às constantes exigências de um mundo capitalista, carrega novos parâmetros que impõem a redefinição da ética. É um processo histórico recente e vem causando significativas mudanças nos valores culturais.
A preocupação com os princípios éticos e um conceito abrangente de cultura são cada vez mais necessários para estabelecer critérios e adequados nas relações profissionais.
As primeiras noções de responsabilidade social foram apresentadas nos Estados Unidos no século XX. Suas primeiras definições surgiram na década de 50, sendo classificadas como uma obrigação que o homem de negócios tem para com a sociedade. Atualmente, a responsabilidade social é vista como uma forma das empresas terem maior participação dentro da sociedade.
O primeiro momento se desenvolve na transição da economia agrícola para a industrial, onde predominava a ideologia do liberalismo. Nesse período, a função social das empresas estava resumida na geração de empregos e no pagamento de imposto, porém, com a arrecadação dos impostos, as empresas deveriam promover ações sociais. Essa foi a primeira definição de responsabilidade social. 
Diante da precariedade das relações trabalhistas, a sociedade organizada começou a pressionar o governo e as empresas pleiteando melhores condições de vida. 
O segundo momento ocorre com o desenvolvimento da sociedade pós-industrial e caracteriza-se pela valorização de um fator referente à produção, ou seja, o conhecimento técnico. Na sociedade pós-industrial começam a ser valorizadas questões como: o ser humano, a qualidade de vida e o respeito à natureza. 
A responsabilidade social empresarial passa a fazer parte dos objetivos da empresa e diz respeito ao compromisso dela para com o desenvolvimento sustentável.
Com a globalização, as empresas tiveram a oportunidade de escolher como e onde produzir, muitas vezes, aproveitando-se de países com baixos padrões ambientais e trabalhistas. Diante da nova realidade e da possibilidade de retrocesso, em 1999, durante a realização do Fórum Econômico Mundial, foi proposto um pacto global, desafiando as empresas a promoverem ações para o alcance de metas conhecidas como os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com o objetivo final de conquistar uma economia global mais sustentável e inclusiva. 
A definição mais aceita para Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A Necessidade de Regulamentação Ética das Profissões
O profissional precisa ser mais do que um conhecedor da técnica. Deve ser alguém que tenha capacidades de relações com os demais de maneira positiva. As relações profissionais exigem uma postura ética, a qual não podemos mais definir como diferencial entre profissionais. 
Determinadas profissões exigem posturas específicas. Em virtude das diferenças existentes, tornou-se necessário que cada uma das profissões regulamentasse posturas consideradas éticas próprias.
Uma Ética para salvar o Planeta e a Humanidade
Uma educação que restaure a ética deve estar voltada ao respeito à dignidade humana e à sustentabilidade. Nos últimos séculos, promovemos revoluções políticas, econômicas e tecnológicas. No entanto, não aprimoramos a ética. 
Ao falarmos de Responsabilidade Social, levamos em conta ao menos 40 Indicadores. Estes estão contidos nos 7 critérios abaixo: Valores, Transparência e Governança: 
Auto regulação da conduta:
Compromissos éticos; enraizamento na cultura organizacional; governança corporativa   
Relações transparentes com a sociedade:
Relações com a concorrência; diálogo das partes interessadas (Stakeholders); balanço social; público interno 
 Diálogo e participação: 
Relações com sindicatos; gestão participativa 
Respeito ao indivíduo: 
Compromisso com o futuro e desenvolvimento infantil; valorização da diversidade; compromisso com a não discriminação e equidade racial e gênero; relações com trabalhadores terceirizados  
Trabalho decente: 
Política de remuneração, benefícios e carreira; cuidados com saúde, segurança e condições de trabalho; compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade; comportamento nas demissões; preparação para a aposentadoria; meio ambiente 
Responsabilidade com as gerações futuras:
Compromisso com a melhoria da qualidade ambiental; educação ambiental 
 Gerenciamento do impacto ambiental:
Gerenciamento do impacto no meio ambiente e do ciclo de vida de produtos e serviços; sustentabilidade da economia florestal; minimização de entradas e saídas de materiais; fornecedores  
Seleção, avaliação e parceria com os fornecedores:
Critérios de seleção e avaliação de fornecedores; fim do trabalho infantil e forçado; apoio ao desenvolvimento de fornecedores; consumidores e clientes 
Dimensão social do consumo:
Política de comunicação comercial; excelência do atendimento; conhecimento dos danos potenciais de produtos; comunidade 
Relações com a comunidade local: 
Gerenciamento do impacto da empresa na comunidade de entorno; relações com organizações locais  
Ação social: 
Financiamento da Ação Social e envolvimento; governo e sociedade 
Transparência política: 
Contribuições para campanhas políticas; construção da cidadania pelas empresas; práticas anticorrupção e antipropina 
 Liderança social:
 Liderança e influência social; participação em projetos sociais governamentais

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