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Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 1 Direito Constitucional III ORDEM SOCIAL Art. 193, CF: “A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo bem-estar e a justiças sociais”. Seguridade Social - Previdência Social - Assistência Social - Saúde Princípios – art. 194, CF (objetivos – organização da seguridade social) DA SOLIARIEDADE: todos devem contribuir para seguridade social, para que todos usufruam, ainda que não na mesma proporção (art.3º, I, CF). DA UNIVERSALIDADE: “I- universalidade da cobertura e do atendimento;” – a seguridade social deve ser a mais abrangente possível, até para aqueles que não contribuem, por meio da assistência social (ajuda). Ex: benefício assistencial ao idoso carente. DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA: “II- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;” – surgiu para corrigir um “equívoco” antes da CF/88 os trabalhadores rurais não precisavam contribuir, agora eles também têm que contribuir, igualmente aos trabalhadores urbanos igualdade material. DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE: “III- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;” - dirigido para o legislador: selecionar as parcelas da população que mais necessitam da seguridade social, criando à eles benefícios para suprir aquelas necessidades. Ex: auxílio reclusão. DA IRREDUTIBILIDADE: “IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;” Nominal/numérica (ativo) Real/material: leva em conta a desvalorização da moeda. (inativo) Custeio: fontes/financiamento – art.195, CF “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...)” Trabalhador e demais segurados da previdência social. Empregador, empresa ou entidade equiparada na forma da lei:. Importação de bens ou serviços do exterior. Receita de concursos prognósticos (loterias oficiais) Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 2 Modalidades de segurado Custeio Segurado Obrigatório Comum Empregado Empregado Doméstico Avulso Individual Especial Facultativo Contribuinte (empregador) 1) Segurado (trabalhador) - Obrigatório: é obrigado a contribuir coercitivo. Comum: é aquele que a obrigação de recolher para seguridade social, tanto sua parte quanto à parte do contribuinte, pertence ao próprio contribuinte (é o contribuinte que desconta do salário e paga para o INSS). a) Empregado: é aquele que trabalha mediante subordinação com onerosidade (ganha para fazer algo), pessoalidade e habitualidade. b) Empregado doméstico: subordinação com onerosidade¸ pessoalidade e continuidade (mais que habitual), que trabalha no âmbito residencial (família). TST: entende que empregada doméstica é aquela que trabalha três vezes, no mínimo, por semana na casa da família. c) Trabalhador Portuário Avulso: é “aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área portuária)”. - Contratante OGMO* TPA. * Órgãos de Gestão de Mão-de-Obra - Não há o requisito de pessoalidade, por isso, é o OGMO que recolhe. Individual: a obrigação de recolher a contribuição é do próprio trabalhador. Ex. autônomos (diarista), profissionais liberais (advogado, médico, dentista, etc.) - “O labor exercido pela diarista em dois ou três dias alternados na semana tem caráter descontínuo da prestação de trabalho, não se adequando ao pressuposto específico da Lei nº 5.859/72, que rege os empregados domésticos” (TST - RR - 44600-13.2009.5.04.0016, Relator Ministro: Caputo Bastos, Julg.: 31/08/2011, 2ª Turma, Pub.: 09/09/2011). Especial: produtor rural, arrendatário rural - trabalha no campo em regime de economia familiar, para subsistência de sua família (não é trabalhador, nem empregador). Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 3 Art.195, CF - “§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (EC nº 20/98)”. - Facultativo: “Nesta categoria estão todas as pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas decidem contribuir para a Previdência Social. Por exemplo: donas- de-casa, estudantes, síndicos de condomínio não-remunerados, desempregados, presidiários não- remunerados e estudantes bolsistas1”. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS - art.201, CF - “A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. EC nº20/98”. - Art.201, CF “§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em Lei”. “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já havia pacificado a autoaplicabilidade dessas normas, entendendo que a garantia jurídico-previdenciária prevista nessas normas ‘deriva de norma provida de eficácia plena e revestida de aplicabilidade direta e imediata (...)’” [AM2 pg.864] “Os benefícios previdenciários são prestações pecuniárias aos segurados e a qualquer pessoa que contribua para a previdência social na forma dos planos previdenciários (...)” [JAS3 pg.835] Regimes Públicos: - Regime Geral (RGPS) = INSS [empregados das empresas estatais e trabalhadores da iniciativa privada]. - Regimes Próprios [servidor público - administração pública direta, autarquias e fundações regidas sob o regime jurídico de direito público] - pessoa jurídica de direito público, pode criar um regime próprio, não é regra. Ex. PR Previdência. - Direito Administrativo. AUXÍLIO-DOENÇA: é o benefício a que tem direito o segurado que está incapacitado temporariamente* para o exercício da atividade laboral. *Doença que o impede de trabalhar por 15 dias consecutivos, ou mais. 1 Disponível em: <http://www1.previdencia.gov.br>. 2 MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 3 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 4 Pagamento pelo INSS: será devido ao segurado a partir do 16º dia de afastamento da atividade. - Os 15 dias anteriores quem paga é o empregador (justo motivo atestado). Cessa: quando o segurado recuperaa capacidade para o trabalho. Carência: “o número mínimo exigido de contribuições para que o empregado faça jus ao recebimento do benefício previdenciário, é de 12 contribuições mensais” - consegue a condição de segurado. * Esse prazo não será exigido em caso de acidente ocupacional. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: é devida ao segurado que, estando ou não no gozo de auxílio-doença, está incapacitado permanentemente para o exercício da atividade laboral, ou seja, sua incapacidade é insuscetível de recuperação. Lei: se o avanço da medicina permitir que a pessoa venha a se recuperar, ela “perderá” o benefício. Carência: 12 contribuições mensais, salvo no caso de acidente. APOSENTADORIA POR IDADE: art.201, §7º, II, CF - tem direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino aos 65 anos e do sexo feminino aos 60 anos de idade. Diferença de 5 anos (desigualdade)- critérios: - Físico: a mulher não tem a mesma resistência física que tem o homem. - Sociológico: a mulher está sujeita a uma dupla jornada (casa e trabalho). Redutor de 5 anos: “para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal”. - Trabalhadores do sexo masculino aos 60 anos e sexo feminino aos 55 anos de idade. Carência: 180 contribuições mensais (15 anos). APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher (não há vínculo com a idade). Redutor: art.201, CF “§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério* na educação infantil e no ensino fundamental e médio” - 30 anos homem e 25 anos mulher. *STF - Súmula nº 726: “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula”. - P. ex. o diretor não usufrui, salvo se tenha cumulado esta função com a função de professor. “§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 5 “§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência”. Carência: 180 contribuições mensais (15 anos). SALÁRIO-FAMÍLIA: é o benefício pago aos segurados que vivem em família de baixa renda, assim considerada aquela com renda mensal de até R$ 862,60 (valor fixado através de portaria), para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade (devidamente matriculados na escola e com a carteira de vacinação em dia) ou inválidos de qualquer idade. Valor: R$ 20,74, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido. Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição. SALÁRIO-MATERNIDADE: pago às seguradas gestantes por ocasião do parto, e, também, a mãe que adotou uma criança (até 8 anos de idade). O benefício será pago durante 120 dias e poderá ter início até 28 dias antes do parto. Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição. Pagamento: é feito pelo empregador, que é compensado pelo INSS. Exceção: é o único benefício previdenciário que pode ser pago em valor acima do teto do INSS. Porém, não poderá ultrapassar ao teto remuneratório absoluto (Ministro do STF). da licença maternidade - Direito Trabalhista. SEGURO-DESEMPREGO: é pago ao segurado desempregado involuntariamente, em virtude da dispensa sem justa causa, e tem por finalidade promover a assistência financeira temporária a este. Quantidade de parcelas: refere-se à quantidade de meses trabalhados nos últimos 36 meses anteriores à data da última demissão: - De 6 a 11 meses: 3 parcelas; - De 12 a 23 meses: 4 parcelas; - De 24 a 36 meses: 5 parcelas. Período aquisitivo do seguro-desemprego: 16 meses, sendo esse o limite de tempo que estabelece a carência para recebimento do benefício, contado a partir da data da última demissão. AUXÍLIO-RECLUSÃO: é pago aos dependentes do segurado que foi recolhido à prisão, desde que eles constituam família de baixa renda. Pagamento: é feito durante o período em que o segurado estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto. Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição, porém, exige-se que o trabalhador já tenha a qualidade de segurado. PENSÃO POR MORTE: benefício pago aos dependentes do segurado que falece (é dividido entre eles). Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 6 Dependentes: cônjuge, companheiro e filhos até 21 anos, salvo incapazes. Pagamento: é feito enquanto a pessoa que recebe o benefício ainda estiver na qualidade de dependente do segurado que faleceu. Carência: não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS - “Art.203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei”. AO IDOSO: é pago aquele que possui 65 anos de idade ou mais (critério objetivo), que não recebe nenhum benefício previdenciário, e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente (família pobre). Critério subjetivo: para o cálculo da renda familiar é considerado o número de pessoas que vivem na mesma casa, porém, poderá ocorrer análise in loco da família, com a visita de uma assistente social, que, percebendo que a família é miserável ainda que ganhe um pouco mais de ¼ do salário mínimo, poder-se-á conceder o benefício. O benefício deixará de ser pago quando houver superação das condições que deram origem a concessão do benefício ou pelo falecimento do beneficiário (intransferível). AO DEFICIENTE: é pago em favor do responsável/curador de portadores de deficiência incapacitados para o trabalho, cuja renda mensal do grupo familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo. SAÚDE - “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Direito fundamental. Competência comum a todos os entes da federação. Custeio: art.198, CF “§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”. Norma Programática: dá um comando para o Estado,possuí capacidade de produzir efeitos, porém, por sua natureza, necessita de lei infraconstitucional que a regulamente. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 7 Recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde (receita de impostos) - art. 198, parágrafo 2º, CF (art.77 ADCT) - 10% para União - 12% para os Estados - 15% para os municípios e DF Dignidade da pessoa humana: Mínimo existencial: obrigação do estado, mesmo sem orçamento. Dever do Estado em outorgar Direitos Sociais (Vida digna) Saúde, via de regra, é inerente a uma sobrevivência digna – o STJ entende que o direito a saúde esta dentro do conceito do mínimo existencial, porém há ressalvas: 1. Tratamento experimental, ou que não tenha eficácia comprovada, não pode exigir do Estado. 2. Tem que verificar se o postulante realmente não tem condições para arcar com o tratamento. 3. Tratamentos estéticos, analisa-se o caso concreto. Abandona-se a posição burocrática (jurisdição tradicional) e concretizam-se os direitos fundamentais, sem que haja interferência nos outros poderes*, sendo legitima essa concretização, na hipótese (inerente ao mínimo existencial) da omissão por aquele que tinha o dever de fazê-lo. * Reserva do possível interferência ilegítima violação da tripartição dos poderes. X Reserva do possível: Cláusula – dentro da reserva orçamentária Ativismo Judicial (juiz interferindo nos demais poderes para garantir o mínimo existencial) x Ditadura do Judiciário (se estiver dentro da reserva do possível, o juiz não pode interferir, nos outros poderes - não pode interferir/fazer políticas públicas) “uso abusivo da discricionariedade judicial na solução de caso difíceis de resolver pode ser extremamente problemático para a tutela de valores como segurança e justiça. Além de poder comprometer a legitimidade democrática da função judicial” [LRB4 pg.392]. DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO: Capítulo III, CF. EDUCAÇÃO - “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. “É competência privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF, art.22, XXVI)” [AM pg.836] 4 BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 8 Princípios constitucionais que a regem - art.206, CF: Liberdade de cátedra: aplicável aos professores e as instituições de ensino - o professor tem liberdade para externar suas idéias em sala de aula (metodologia, etc.) - é relativa, uma vez que encontra limitação nos outros dispositivos constitucionais e na matriz curricular do curso/disciplina. - Justificativa histórica: ditadura militar. Liberdade de aprender e externar suas opiniões: aplicável aos alunos em processo de aprendizagem (dialético) - “II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Gratuidade e qualidade do ensino público: norma programática - “IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. - Ensino Superior: é de responsabilidade prioritária da União. *reserva do possível - Ensino Médio: prioridade dos Estados. - Ensino Fundamental e Infantil: prioridade dos Municípios. Coexistência entre instituições públicas e privadas de ensino: a educação não é monopólio do Estado - inciso III, segunda parte. - Iniciativa privada: se sujeita a todos os princípios constitucionais e à lei. - L 9.394/96 [Lei das Diretrizes Básicas da Educação nacional] - Comando destinado ao Estado “Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino *União: 18% *Estados, Municípios e DF: 25% - “§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação” - caso haja descumprimento justifica-se a intervenção no respectivo ente da federação. Considera-se investimento na educação: 1. Despesas com transporte escolar, uniforme. 2. Aquisição de material didático. Não se considera: 1. Despesa com alimentação e saúde dos alunos. 2. Obras de infra-estrutura que beneficiem indiretamente as instituições de ensino. Da gestão democrática: nas decisões envolvendo a educação, deve haver a participação da comunidade, corpo docente e corpo dicente das instituições de ensino - art.206, inciso VI, CF. Ex. Agremiações de Pais e Mestres, grêmios estudantis, diretórios. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 9 Da igualdade de acesso a educação: igualdade (material) de condições e garantia de que todos terão acesso a ela isonomicamente. - Cotas: concretiza a igualdade material - correção de uma desigualdade política ação afirmativa (deve ser temporária, visto que com o tempo, em tese, corrigir-se-á a situação de desigualdade). CULTURA - “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Obrigação de o Estado incentivar de forma indireta, através de incentivos fiscais a iniciativa privada, sendo transferida para esta essa obrigação, numa atuação típica na concepção de estado mínimo. É dever de o administrador obter máximo de resultado com o mínimo de custo para a administração pública (princípio da eficiência) inserido pela EC 19/98 (reforma da administração pública) – FHC (administração públicagerencialestado mínimo - privatização) saúde, educação e cultura. Regulamentação: L 8.313/91 “Lei Rouanet” - (Programa Nacional de Apoio à Cultura) Incentivo fiscal (indireto): parte do valor doado à promoção do evento cultural é abatido do que seria pago a título de Imposto de Renda. Doação (dinheiro) Patrocínio (dinheiro+vinculação do nome da empresa) Cinema (apenas com aprovação da ANCINE - tem a “menor taxa” de incentivo visto que o cinema perpetua-se no tempo, rendendo crédito a longo prazo) Pessoa Física 80% 60% 6% Pessoa Jurídica 40% 30% 4% DESPORTO - “Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, (...)”. Fomentar: “deve ser entendido no sentido de estimular, facilitar, desenvolver.” [PL5 pg.1070] Regulamentação: L 9.615/98 “Lei Pelé” “Art. 56. Os recursos necessários ao fomento das práticas desportivas formais e não-formais a que se refere o art. 217 da Constituição Federal serão assegurados em programas de trabalho específicos constantes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além dos provenientes de: VI – dois por cento da arrecadação bruta dos concursos de 5 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15. ed. São Paulo:Saraiva, 2011. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 10 prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios. (L 10.264/01)”. O estudante atleta profissional tem o direito de adaptar sua grade horária para assistir aulas em outros turnos, fazer avaliações em datas diferentes, para que não haja comprometimento das atividades desportivas - “Art. 85. Os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as instituições de ensino superior, definirão normas específicas para verificação do rendimento e o controle de freqüência dos estudantes que integrarem representação desportiva nacional, de forma a harmonizar a atividade desportiva com os interesses relacionados ao aproveitamento e à promoção escolar”. Proteção jurídica ao apelido, pseudônimo, pelo qual o atleta ficou conhecido, independentemente de registro, que apenas pode ser explorado economicamente pelo próprio atleta - “Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente”. JUSTIÇA DESPORTIVA (status constitucional): L 9.615/98 “Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidos nos Códigos de Justiça Desportiva, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições”. - Faz somente julgamentos administrativos, não exerce função jurisdicional. - Função administrativa (auditores) - competência: Aplicação das regras das competições esportivas. Aplicar sanções disciplinares aos atletas. - “Art. 52. Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva são autônomos e independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema, compondo-se do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do desporto; dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades regionais da administração do desporto, e das Comissões Disciplinares, com competência para processar e julgar as questões previstas nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a ampla defesa e o contraditório.” - Exceção temporária ao princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário: Art. 217, CF - “§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final”. Havendo o cumprimento da sanção disciplinar perde-se o objeto de uma eventual ação judicial. DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: Capítulo IV, CF - “Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas”. - Normas programáticas. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 11 DA COMUNICAÇÃO SOCIAL: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. Liberdade de Imprensa: liberdade dos meios de comunicação Art.220, CF “§1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV (liberdade de pensamento, vedado o anonimato), V (direito de resposta), X (inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem, assegurando-se o direito a indenização), XIII (liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão) e XIV (liberdade de informar e ser informado). §2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. “Apesar da vedação constitucional da censura prévia, há necessidade de compatibilizar a comunicação social com os demais preceitos constitucionais, como, por exemplo, a proteção dos direitos da criança de do adolescente” [AM pg.844] Abuso: conflito liberdade de expressão X direito à honra (subjetiva – auto-estima e objetiva – imagem da pessoa perante a sociedade) Limitações: Vedação ao anonimato (art.5º, IV, CF) interesse público. Autorização estatal: o chefe do poder executivo que concede o funcionamento e renovação da concessão às “emissoras”. Essa concessão/renovação deve ser ratificada pelo CN em votação aberta e nominal. -O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. - Exceção: art. 220, CF “§ 6º - A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade” - jornais e revistas. Analogia - meio escrito: internet - ainda não há regulamentação. Direito de resposta - art.5º, CF: “V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. Assegura o direito de resposta ao alvo (pessoa física ou jurídica) da notícia, se a matéria for inverídica, errônea ou se não for publicada a versão do noticiado, ou quando este não é ouvido. Procedimento: pede-se o direito de resposta ao meio de comunicação que veiculou a notícia, caso se recuse, ajuíza-se uma ação (obrigação de fazer), podendo ser aplicado multa caso haja o descumprimento da ordem judicial (art.461, CPC). A resposta deve ser publicada com o mesmo tamanho e destaque da matéria ofensiva. Prazo para requerê-lo: 10 anos. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 12 L 5.250/67 (Lei de Imprensa) declarada inconstitucional pelo STF - 05/11/09 DO MEIO AMBIENTE: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. - Políticas públicas ambientais: matéria de competência comum. - Competência legislativa, em regra, é concorrente a todos os entes, que podem editar leis sobre matéria ambiental. *Princípio constitucional implícito: in dubio pro natura (na dúvida, aplica-se a lei que mais protege a natureza). - “O preservacionismo ambiental caracteriza-se como direito humano de terceira dimensão, estando o ser humano inserido na coletividade, assim, titular dos direitos de solidariedade.” [PL pg.1087] DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO - capítulo VII, CF. - “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Quanto ao casamento - art.226, CF “§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração”. 1ª forma de constituir família. “§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei” - desde que observadas certas formalidades (instrumentalização) - L 1.110/50. “§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher” Deveres: - Coabitação - os cônjuges têm de viver em comum (comunhão de intimidades). - Assistência - Dar assistência material e moral(recíproca). - Igualdade - o homem e a mulher são iguais (igualdade material - ex. no divórcio o foro competente é o da residência da mulher); administração da família. - Respeito mútuo. Dissolução do casamento: “§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)” Antes da EC 66/10: “§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”. - Separação: põe fim dos direitos e deveres do casamento, porém não extinguia o casamento (mínimo 1 ano). - Após o advento da EC 66/10: (anteriormente, até o mês de julho de 2010 havia separação) Nos casos em que há processo de separação ainda em Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 13 trâmite, após a emenda, é permitido que as partes requeiram a conversão da ação de separação em ação de divórcio, ou o juiz poderá extinguir o processo por perda do interesse de agir (superveniente). Divórcio: põe fim ao casamento. - Extrajudicial: consensual, sem filhos menores ou incapazes é feita uma escritura pública em cartório (tabelionato). - Judicial: Litigioso Consensual, com filhos menores ou incapazes. Quanto à paternidade responsável - art.226, CF “§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”. Exercício da paternidade com responsabilidade para com os filhos assistência material e moral. Princípio da afetividade (assistência moral) - “Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (...)”. Quanto à união estável - “§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. 2ª forma de constituir família. Equiparada ao casamento em comunhão parcial de bens, mas é possível que seja formalizada através de escritura pública, sendo possível a escolha de outro regime de bens. Requisitos: art.1º, L 9.278/96. Convivência pública, contínua e duradoura (não há um tempo mínimo estabelecido, tem que ser estável) com o intuito de constituir uma família. Voluntariamente, os companheiros, atraem para si os direitos e deveres do casamento (comunhão parcial de bens). A União Estável pode ser convertida em casamento, a sentença que convertê-lo será meramente declaratória. Homem e mulher? - união estável homoafetiva STF “[...] O DIREITO À BUSCA DA FELICIDADE, VERDADEIRO POSTULADO CONSTITUCIONAL IMPLÍCITO E EXPRESSÃO DE UMA IDÉIA-FORÇA QUE DERIVA DO PRINCÍPIO DA ESSENCIAL DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA [...] PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA (2006): DIREITO DE QUALQUER PESSOA DE CONSTITUIR FAMÍLIA, INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL OU IDENTIDADE DE GÊNERO - [...]- O DEVER CONSTITUCIONAL DO ESTADO DE IMPEDIR (E, ATÉ MESMO, DE PUNIR) “QUALQUER DISCRIMINAÇÃO ATENTATÓRIA DOS DIREITOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS” (CF, ART. 5º, XLI) – [...] (RE 477554 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 16/08/2011, DJe-164 DIVULG 25-08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00287)” Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 14 Quanto à família monoparental - “§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. 3ª forma de constituir família. Súmula nº 364/STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”. DOS ÍNDIOS: Capítulo VII, CF - “Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. - Comunidade indígena: tem o direito de explorar os recursos naturais da reserva, porém o CN pode autorizar o direito de exploração a terceiros. - A quem pertence às reservas indígenas? UNIÃO (bem público federal) - CF, art.20, XI “destinando-se à posse permanente dos silvícolas, são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.” [PL pg.1122] Compete à União demarcá-las e protegê-las FUNAI (órgão federal de assistência ao índio). - Estatuto do Índio: L 6.001/73. DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS : Título IX, CF. Normas formalmente constitucionais, mas não materialmente, visto que estão inseridas no texto constitucional, no entanto, não têm conteúdo e relevância constitucional. ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS - ADCT - Tem como finalidade: Fazer a transição de um ordenamento constituinte para um novo. Regulamenta transitoriamente um artigo constitucional pendente de regulamentação por lei infraconstitucional. - Direito adquirido: resguarda-o. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Constituição Rígida: exige para sua modificação um processo legislativo mais difícil, solene e rigoroso, do que aquele utilizado para alteração de lei comum. Supremacia da Constituição: primazia da Constituição frente ao embate entre uma norma constitucional e uma norma infraconstitucional. Controle de Constitucionalidade: sobre as normas infraconstitucionais para que elas não violem o texto constitucional. Habermas - procedimentalismo: o controle viola o princípio democrático, uma vez que a lei decorre da vontade popular, desse modo, a “tecnocracia togada” não pode alterar, anular, as Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 15 leis editadas pelo povo balize Princípio de presunção de constitucionalidade das leis - devem ser cumpridas até serem declaradas inconstitucionais (relativa). X Dworkin - substancialismo: a Constituição é a vontade suprema do povo, dessa maneira, para que ela seja preservada admite-se o controle de constitucionalidade, que foi “outorgado” pelo próprio povo ao Poder Judiciário. Fruto do processo democrático. Plano da validade: “Norma inconstitucional é norma inválida, por desconformidade com o regramento superior, por desatender os requisitos impostos pela norma maior.” [LRB6 pg.13] Tipos de inconstitucionalidade Total ou Parcial Havendo inconstitucionalidade total, toda a lei será nula: Art.1º. São direitos dos servidores públicos: I- Férias II- Estabilidade III- 13º Salário IV- FGTS Parágrafo único. Os ocupantes de cargo em comissão possuem os direitos previstos nos incisos I a III. Na inconstitucionalidade parcial, somente serão nulas as respectivas partes inconstitucionais. No entanto, se apenas parte do texto de um parágrafo, por exemplo, estiver em desconformidade com a Constituição, não é possível a alteração do texto da lei, assim, haverá decretação da inconstitucionalidade parcial sem redução do texto: -Far-se-á, a partir de então, a interpretação da norma infraconstitucional conforme a Constituição. Art.1º. São direitos dos servidores públicos: I- Férias II- Estabilidade III- 13º Salário IV- FGTS - PARCIAL Parágrafo único. Os ocupantes de cargo em comissão possuem os direitos previstos nos incisos I a III. - Apenas o servidor públicotem direito previsto no inciso II, sendo direito dos comissionados apenas os previstos nos incisos I e III - PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO. -“A declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução do texto, que consiste na exclusão de uma determinada interpretação possível da norma - geralmente a mais obvia - e na afirmação de uma interpretação alternativa, compatível com a Constituição.” [LRB pg.183] 6 BARROSO, Luís Roberto. Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 16 Formal ou Material Formal: o vício de inconstitucionalidade está no processo legislativo, no processo de elaboração da lei (ex. usurpação de iniciativa). [Acarretará na inconstitucionalidade total da lei] - “quando um ato legislativo tenha sido produzido em desconformidade com as normas de competência ou com o procedimento estabelecido para o seu ingresso no mundo jurídico.” [LRB pg.26] Material: diz respeito ao conteúdo da lei, que contraria o texto constitucional. - “quando o conteúdo do ato infraconstitucional estiver em contrariedade com alguma norma substantiva prevista na Constituição, seja uma regra ou um princípio.” [LRB pg.26] Por ação ou por omissão Por ação: decorre de uma conduta positiva do legislador, do agir positivo (fazer a lei). Por omissão: decorre do fato de o legislador não fazer a lei quando deveria ter feito (ex. direito de greve dos servidores públicos). - “inércia na elaboração de atos normativos necessários à realização dos comandos constitucionais” [LRB pg.32] - Para supri-la: mandado de injunção [art.5º, LXXI, CF - “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”]. Legitimidade: “titular do direito cujo exercício está obstado por falta de norma regulamentadora” [LRB pg.135] Direta ou Indireta Direta: a constitucionalidade é o pressuposto de validade da lei ou do ato normativo primário. - “quando há entre o ato impugnado e a Constituição uma antinomia frontal, imediata.” [LRB pg.40] Indireta: a Constituição não é o pressuposto de validade. Antes de ser inconstitucional é ilegal, uma vez que tem como base uma lei ou ato normativo primário. - “quando o ato, antes de contrastar com a Constituição, conflita com uma lei.” antes há uma “violação do princípio constitucional da legalidade ”[LRB pg.40] - Atos normativos primários: aqueles que inovam o mundo jurídico. Ex: medidas provisórias, leis. Silogismo Jurídico (Kelsen) DIRETA INDIRETA Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 17 - Atos normativos secundários: servem para fazer cumprir a lei, regulamentando-a. Ex: decretos regulamentares, instruções normativas, resoluções, portarias, etc. O STF entende que só se pode ajuizar ADIn para atacar vício de inconstitucionalidade direta. Em relação aos atos normativos secundários (indireta), faz-se controle de legalidade. Inconstitucionalidade reflexa: quando se declara uma lei inconstitucional e surtem efeitos sob atos normativos secundários que a regulamentam. Originária ou Superveniente Originária: é quando a lei nasce inconstitucional, desde que entrou em vigor. - “quando resulta de defeito congênito da lei: no momento de seu ingresso no mundo jurídico ela era incompatível com a Constituição em vigor” [LRB pg.40] Superveniente: quando a lei entra em vigor é constitucional, porém, torna-se inconstitucional posteriormente em virtude de alteração da CF por meio de emenda. - “quando resultar do conflito entre uma norma infraconstitucional e o texto constitucional, decorrente de uma nova Constituição ou de uma emenda.” [LRB pg.40] - O STF entende que não cabe ADIn para discutir sobre a inconstitucionalidade superveniente, uma vez que falta interesse de agir EC posterior revoga a lei infraconstitucional anterior. Controle Quanto ao momento de exercício do controle Preventivo: ocorre antes da entrada em vigor da lei, é feito durante o processo legislativo. Em regra, é feito pelo Poder Legislativo e Executivo. -1º - Atuação da Comissão de Constituição e Justiça - PL -2º- Presidente, através do veto: “tendo por fundamento a inconstitucionalidade do ato objeto de deliberação” [LRB pg.45] (art.66, §1º, CF) - PE Exceção - Poder Judiciário: mandado de segurança impetrado por parlamentar, no Supremo (competência originária), para atacar um vício de inconstitucionalidade formal, pede para anular o processo legislativo. Repressivo: após a edição da lei, com sua entrada em vigor. Em regra, é feito pelo Poder Judiciário. Exceção - Poder Legislativo: CF “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal” [comunicação ao senado]. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 18 Quanto ao órgão que exerce o controle (modelo/sistemas) Difuso: qualquer juiz pode fazer controle de constitucionalidade. “quando se permite a todo e qualquer juiz ou tribunal o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma e, conseqüentemente, sua não-aplicação ao caso concreto levado ao conhecimento da corte” [LRB pg.47] EUA - 1803 (Mabury X Madison). Cláusula da reserva do plenário: quando for a primeira vez que o tribunal de 2º grau estiver julgando a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, através de um caso concreto, ele deve observar a competência do plenário. O relator deve mandar a discussão para o plenário (órgão especial), que decidirá se a lei é ou não inconstitucional. Após essa votação, o processo volta para o relator que ficará adstrito à decisão do plenário quanto à constitucionalidade da lei. - Uniformização do entendimento do tribunal. - CF “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público” - “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente proclamado que a desconsideração do princípio em causa gera como inaceitável efeito conseqüencial, é nulidade absoluta da decisão judicial colegiada que, emanado de órgão meramente fracionário, haja declarado a inconstitucionalidade de determinado ato estatal. ” [AM pg.716] Súmula Vinculante nº 10 – STF: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. Comunicação ao senado: art.52, X, CF - o Supremo comunica ao senado para que ele querendo dê eficácia erga omnes a decisão e suste a eficácia da lei após a decisão quanto à inconstitucionalidade pelo plenário do STF, através do controle difuso (art.480/482, CPC). - Senado: detém “competência para suspender a execução da lei inconstitucional teve por motivação atribuir eficácia geral, em face de todos, erga omnes, à decisão proferida no caso concreto, cujos efeitos se irradiam, ordinariamente, apenas em relação àspartes do processo.” Entretanto, “a atuação do Senado não tem caráter vinculativo, mas discricionário, sujeitando-se ao juízo de conveniência e oportunidade da casa legislativa. Trata-se de ato político (...)” [LRB pg.110] Abstrativização do controle difuso: o Supremo, querendo, pode dar eficácia erga omnes a uma decisão sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei tomada em um caso concreto, através do controle difuso. -“Transcendência, com caráter vinculante, de decisão sobre a constitucionalidade da lei, mesmo em sede de controle difuso.” [PL pg.257] Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 19 - Criação doutrinária e jurisprudencial. Concentrado: apenas a Corte Constitucional pode declarar uma lei constitucional ou inconstitucional. Áustria - 1920 (Kelsen). Quanto à forma ou modo de controle judicial Principal: a ação judicial tem como único pedido a declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade de uma lei ABSTRATO - julga-se a própria lei. Ex. ADIn [dispositivo]. A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade consta no dispositivo do acórdão. “Trata-se de controle exercido fora de um caso concreto, independentemente de uma disputa entre partes, tendo por objeto a discussão acerca da validade da lei em si” [LRB pg.50] Incidental: julga-se um CASO CONCRETO que acaba pondo em discussão a constitucionalidade de uma lei (causa de pedir). O reconhecimento da constitucionalidade ou inconstitucionalidade consta na fundamentação da sentença. Objeto: qualquer lei ou ato normativo. Questão prejudicial: visto que a inconstitucionalidade “precisa ser decidida previamente, como pressuposto lógico e necessário da solução do problema principal” [LRB pg.81] Áustria - 1920 (Kelsen). Efeitos da decisão: - Inter partes - “a eficácia objetiva da coisa julgada é limitada ao que foi pedido e decidido, sendo certo que é a parte dispositiva da sentença (CPC, art.458), na qual se contém a resolução das questões postas, que recebe autoridade da coisa julgada.” [LRB pg.105] No Brasil adota-se: [sistema eclético ou híbrido] O controle concentrado principal pelo STF. [eficácia erga omnes] - ABSTRATO Todavia, o STF também faz o controle difuso, ao julgar um caso concreto (recurso extraordinário, etc.). Pedido dispositivo do acórdão. O controle difuso incidental por qualquer magistrado. [inter partes] - CONCRETO Causa de pedir fundamentação da sentença. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 20 Ações Diretas - controle concentrado e abstrato. (art.102, I, “a”, CF) ADIn - Ação Direta de Inconstitucionalidade Objeto: lei ou ato normativo posteriores a CF de 1988. - Federal - Estadual - Distrital (DF): * Súmula nº 642/ STF “Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal” - uma vez que não cabe ADIn contra lei municipal. **Interesse de agir: no caso em que a lei, objeto da ADIn, é revogada durante o trâmite desta, há perda superveniente do interesse de agir, restando o exame de mérito prejudicado. Legtimidade: CF “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade (...)”. Universal: não há necessidade de demonstrar o nexo de pertinência temática. - Presidente da República - Mesa do Senado Federal - Mesa da Câmara dos Deputados - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - Procurador-Geral da República - Partido político com representação no Congresso Nacional: tem que ter elegido pelo menos um parlamentar - o órgão que propõe é o diretório nacional. No caso de propositura de uma ADIn por um partido que tem representatividade e posteriormente não elege ninguém, e a ação ainda está em trâmite, não há perca de legitimidade, porquanto, verifica-se a legitimidade por ocasião da propositura da ação, logo não há perda superveniente do interesse de agir por perda superveniente de legitimidade. “a aferição da legitimidade do partido político deve ser feita no momento da propositura da ação, sendo irrelevante a ulterior perda de representação” [LRB pg.143] * É possível que proponham uma ADIn em litisconsórcio. Especial: precisa mostrar interesse de agir quando houver nexo de pertinência temática - tem que existir uma relação entre os fins institucionais do autor da ação e com o objeto da ADIn “atuação é restrita às questões que repercutem diretamente sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar com representatividade adequada” [LRB pg.141] - Governador de Estado ou do Distrito Federal “Pode o governador ajuizar ação tendo por objeto lei ou ato normativo originários de seu Estado, da União e mesmo de outros Estados da Federação, se Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 21 interferirem ilegitimamente com competências ou interesses juridicamente protegidos de seu Estado” [LRB pg.144] - Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. (Ex. Associação Nacional dos Magistrados ADIn contra o Estatuto da Advocacia). *Mesa: composta pelo presidente, vice-presidente e secretário da casa. Trâmite - Lei 9.868/99 Petição Inicial Medida Cautelar (liminar) Pedido de Informações Advogado Geral da União - AGU Procurador Geral da República - PGR (MP) DECISÃO 1. Petição Inicial: “Art. 3º A petição indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações; (...)” “Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência”. No caso de legitimidade especial: nas preliminares deve ser demonstrado o nexo de pertinência temática. “Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade”. Amicus curiae - art. 7º “§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades”. - Entidades que têm informações técnicas passíveis de contribuírem para o julgamento da ação. 2. Medida Cautelar (liminar): o relator poderá deferi-la em sessão colegiada com o voto de, no mínimo, 6 ministros. “Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias”. Deferida - efeitos: suspende-se a lei ou ato normativo e poderá suspender o trâmite de ações que discutam, através do controle difuso, a constitucionalidade dessa lei. - Art.11 “§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. - § 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário”. Indeferimento: não tem efeito vinculante. Recesso: o presidente que aprecia e submete ao colegiado. Monitoria – 2012/2: Brunna MarinProfessor Luiz Gustavo de Andrade 22 3. Pedido de informações: “Art.6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado”. 4. AGU: deve defender a constitucionalidade da lei, obrigatoriamente, salvo no caso em que o STF já tenha dito que a lei é inconstitucional por meio do controle difuso (plenário). CF, art.102 “§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado- Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado”. “Art. 8o Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias”. 5. PGR: emite um parecer, que não é vinculante - mesmo que seja autor da ação tem que emitir parecer (não está vinculado, pode emitir parecer contrário). (art.103, §1º, CF) 6. DECISÃO: Quórum mínimo de instalação - “Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros”. “Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade” - maioria absoluta. Seis ministros devem votar pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei, se não, adia-se a sessão - Art. 23 “Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido”. P. ex. se 4 votarem pela constitucionalidade e 5 pela inconstitucionalidade, a sessão será adiada até que se atinja a maioria necessária. “Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato”. Efeitos da decisão: CF, art.102 “§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”. ERGA OMNES: eficácia coletiva. VINCULANTE: obriga-se que os demais juízes cumpram aquela decisão, julguem conforme ela, tanto para efeito negativo (inconstitucional) como positivo (constitucional). - Julgamento contrário: cabe reclamação (art.102, I, “l”, CF) direta para o STF serve para proteger a soberania das decisões do Supremo e para proteger a sua Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 23 competência constitucional dá uma ordem para o juiz e anula-se a decisão, pode gerar um Processo Administrativo Disciplinar. EX TUNC: retroage como se a lei nunca tivesse existido. P. ex. Lei tributária aumenta um imposto ADIn declara-se a lei inconstitucional quem pagou o imposto maior, poderá ingressar com uma ação e pedir a diferença. - “os efeitos da decisão que o pronuncia retroagem ao momento de seu ingresso no mundo jurídico” [LRB pg.185] - Modulação dos efeitos temporais da decisão: em regra os efeitos são ex tunc, porém, o STF pode outorgar à lei efeitos ex nunc em prol da segurança jurídica (pode fixar uma data). Requisitos: preservação da segurança jurídica e quórum de 2/3. “Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado”. REPRISTINATÓRIO: não se admite a repristinação da lei, salvo no julgamento de procedência de uma ADIn. Repristinação: é o retorno da vigência de uma lei revogada pela revogação da lei revogadora. “se a lei revogadora vier a ser declarada inconstitucional, não deverá produzir efeitos válidos, impondo o princípio da supremacia da Constituição que a situação jurídica volte ao status quo ante.” [LRB pg.178] Ex. Lei A Lei B Lei C - a revogação da Lei B pela Lei C não fará que a Lei A entre em vigor novamente. Ex. exceção: Lei A Lei B ADIn Lei B Lei A - a revogação da Lei B pela ADIn fará com que a Lei A entre em vigor novamente. Inconstitucionalidade por arrastamento: as decisões podem produzi-la - arrastam-se os efeitos do dispositivo declarado inconstitucional a outros dispositivos a ele vinculados. Ex: - Art.1º o servidor público pode acumular 3 cargos (“objeto da ADIn”) - Art.12º o servidor público pode receber 3 remunerações - por conseqüência esse artigo também é revogado. O STF ao julgar a ADIn é adstrito ao pedido, porém, em caráter excepcional, pode declarar inconstitucional dispositivos não impugnados, porém, apenas se forem dependentes aos dispositivos impugnados. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 24 ADIn por omissão: Objeto e legitimados: ADIn. Objeto: -“é a mera inconstitucionalidade morosa dos órgãos competentes para a concretização da norma constitucional” [HM, AW, GM7, pg.522] Trâmite 1. Petição Inicial: “Art. 12-B. A petição indicará: I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa” 2. Medida Cautelar: a maioria da doutrina entende que não cabe cautelar (não há objeto). 3. Pedido de informações: para quem deveria ter feito a lei, porém, nem sempre será a casa legislativa, mas para quem tinha iniciativa privativa e não propôs a lei. **Não tem atuação do AGU. 4. PGR: emite um parecer. 5. DECISÃO: CF, art.103 “§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”. Efeitos da decisão: DECLARATÓRIO: mora do poder público. MANDAMENTAL: manda-se fazer a lei - “Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias”. Porém, se não for cumprido, não há providências a serem tomadas tripartição dos poderes. ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade “mecanismo pelo qual se postula ao Supremo Tribunal Federal o reconhecimento expresso da compatibilidade entre determinada norma infraconstitucional e a Constituição, em hipóteses nas quais esse ponto tenha se tornado objeto de interpretações judiciais conflitantes. Trata-se de uma ratificação da presunção.” [LRB pg.203] Finalidade: “afastar a incerteza jurídica e estabelecer uma orientação homogênea na matéria” [LRB pg.203] Cabe somente para lei ou ato normativo federal. Requisito especial: só cabe ADC se a respectiva lei for objeto de grande controvérsia no âmbito dos tribunais (controle difuso),se há divergência jurisprudencial, a ponto de pôr em risco a presunção de constitucionalidade da lei deve ser demonstrado na preliminar. Legitimados: ADIn. 7 MEIRELLES, Hely Lopes; WALD, Arnoldo; MENDES, Gilmar Ferreira. Mandado de Segurança e ações constitucionais. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 25 Trâmite 1. Petição Inicial (preliminar): Art. 14 “III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”. 2. Medida Cautelar: “Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo”. 3. Pedido de informações: para quem editou a lei e art.20 “§ 2o O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição”. ** Não há atuação do AGU. 4. PGR: emite um parecer. 5. DECISÃO: ADIn. Natureza dúplice ambivalente - “Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória”. - ADC + = ADIn - - ADC - = ADIn + Efeitos da decisão: ADIn. ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - L 9.882/99 Caráter subsidiário ou residual (*se não couber as outras ações). Objeto: lei ou ato normativo “federais, estaduais, municipais, emanados dos três Poderes, incluindo o direito pré-constitucional, os atos infralegais e até as omissões legislativas.” [LRB pg.297] - “Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público”. Subsidiariedade: Art. 4º “§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” Legitimidade: ADIn. STF – requisitos (admissibilidade): - A lei tem que ser objeto de controvérsia no âmbito dos tribunais. - Preceitos fundamentais (não é qualquer artigo) Compete ao Supremo discutir no caso concreto qual “artigo” é preceito fundamental. Ex: cláusulas pétreas, regras de Organização do Estado. Trâmite: empresta o procedimento das outras ações de acordo com o pedido que foi formulado na ADPF. Monitoria – 2012/2: Brunna Marin Professor Luiz Gustavo de Andrade 26 DECISÃO: conforme o que foi pedido. “Art. 8º A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros” (maioria simples). “Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental § 3o A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público”. ADIn Interventiva - reclamação interventiva (doutrina) Intervenção de um ente da Federação em outro art.34/36, CF. Provocada [PGR]: “Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal”. Quando o Procurador Geral da República interpõe uma reclamação junto ao STF para que este determine que o Presidente da República faça intervenção em um estado- membro em virtude de descumprimento de preceito constitucional.
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