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Direito Constitucional III - 2 Bimestre - Monitoria

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Monitoria – 2012/2: Brunna Marin 
Professor Luiz Gustavo de Andrade 
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Direito Constitucional III 
 
ORDEM SOCIAL 
 Art. 193, CF: “A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo 
bem-estar e a justiças sociais”. 
 
Seguridade Social 
- Previdência Social 
- Assistência Social 
- Saúde 
 
 Princípios – art. 194, CF (objetivos – organização da seguridade social) 
 
 DA SOLIARIEDADE: todos devem contribuir para seguridade social, para que todos 
usufruam, ainda que não na mesma proporção (art.3º, I, CF). 
 DA UNIVERSALIDADE: “I- universalidade da cobertura e do atendimento;” – a 
seguridade social deve ser a mais abrangente possível, até para aqueles que não contribuem, 
por meio da assistência social (ajuda). Ex: benefício assistencial ao idoso carente. 
 DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA: “II- uniformidade e equivalência dos 
benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;” – surgiu para corrigir um “equívoco”  
antes da CF/88 os trabalhadores rurais não precisavam contribuir, agora eles também têm que 
contribuir, igualmente aos trabalhadores urbanos  igualdade material. 
 DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE: “III- seletividade e distributividade na 
prestação dos benefícios e serviços;” - dirigido para o legislador: selecionar as parcelas da 
população que mais necessitam da seguridade social, criando à eles benefícios para suprir 
aquelas necessidades. Ex: auxílio reclusão. 
 DA IRREDUTIBILIDADE: “IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;” 
 Nominal/numérica (ativo) 
 Real/material: leva em conta a desvalorização da moeda. (inativo) 
 
 Custeio: fontes/financiamento – art.195, CF “A seguridade social será financiada por toda 
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...)” 
 Trabalhador e demais segurados da previdência social. 
 Empregador, empresa ou entidade equiparada na forma da lei:. 
 Importação de bens ou serviços do exterior. 
 Receita de concursos prognósticos (loterias oficiais) 
 
 
 
 
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 Modalidades de segurado 
 
 
 
 
 
 
Custeio 
Segurado 
Obrigatório 
Comum 
Empregado 
Empregado 
Doméstico 
Avulso 
Individual 
Especial 
Facultativo 
 Contribuinte 
(empregador) 
 
 
1) Segurado (trabalhador) 
 
- Obrigatório: é obrigado a contribuir coercitivo. 
 
 Comum: é aquele que a obrigação de recolher para seguridade social, tanto 
sua parte quanto à parte do contribuinte, pertence ao próprio contribuinte (é o contribuinte que 
desconta do salário e paga para o INSS). 
a) Empregado: é aquele que trabalha mediante subordinação com 
onerosidade (ganha para fazer algo), pessoalidade e habitualidade. 
b) Empregado doméstico: subordinação com onerosidade¸ pessoalidade e 
continuidade (mais que habitual), que trabalha no âmbito residencial (família). 
 TST: entende que empregada doméstica é aquela que trabalha três 
vezes, no mínimo, por semana na casa da família. 
c) Trabalhador Portuário Avulso: é “aquele que sindicalizado ou não, presta 
serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória 
do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área 
portuária)”. 
- Contratante  OGMO*  TPA. 
 * Órgãos de Gestão de Mão-de-Obra 
- Não há o requisito de pessoalidade, por isso, é o OGMO que recolhe. 
 
 Individual: a obrigação de recolher a contribuição é do próprio trabalhador. 
Ex. autônomos (diarista), profissionais liberais (advogado, médico, dentista, etc.) 
 - “O labor exercido pela diarista em dois ou três dias alternados na 
semana tem caráter descontínuo da prestação de trabalho, não se 
adequando ao pressuposto específico da Lei nº 5.859/72, que rege os 
empregados domésticos” (TST - RR - 44600-13.2009.5.04.0016, Relator Ministro: 
Caputo Bastos, Julg.: 31/08/2011, 2ª Turma, Pub.: 09/09/2011). 
 
 Especial: produtor rural, arrendatário rural - trabalha no campo em regime 
de economia familiar, para subsistência de sua família (não é trabalhador, nem empregador). 
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 Art.195, CF - “§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a 
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos 
benefícios nos termos da lei. (EC nº 20/98)”. 
 
- Facultativo: “Nesta categoria estão todas as pessoas com mais de 16 anos que 
não têm renda própria, mas decidem contribuir para a Previdência Social. Por exemplo: donas-
de-casa, estudantes, síndicos de condomínio não-remunerados, desempregados, presidiários não-
remunerados e estudantes bolsistas1”. 
 
 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS - art.201, CF - “A previdência social será organizada sob 
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, 
observado o disposto no § 2º. EC nº20/98”. 
 
- Art.201, CF “§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em Lei”. 
 
 “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já havia pacificado a 
autoaplicabilidade dessas normas, entendendo que a garantia jurídico-previdenciária prevista 
nessas normas ‘deriva de norma provida de eficácia plena e revestida de aplicabilidade direta e 
imediata (...)’” [AM2 pg.864] 
 “Os benefícios previdenciários são prestações pecuniárias aos segurados e a qualquer 
pessoa que contribua para a previdência social na forma dos planos previdenciários (...)” [JAS3 
pg.835] 
 
 Regimes Públicos: - Regime Geral (RGPS) = INSS [empregados das empresas 
estatais e trabalhadores da iniciativa privada]. 
- Regimes Próprios [servidor público - administração pública direta, 
autarquias e fundações regidas sob o regime jurídico de direito 
público] - pessoa jurídica de direito público, pode criar um regime 
próprio, não é regra. Ex. PR Previdência. - Direito Administrativo. 
 
 AUXÍLIO-DOENÇA: é o benefício a que tem direito o segurado que está 
incapacitado temporariamente* para o exercício da atividade laboral. 
*Doença que o impede de trabalhar por 15 dias consecutivos, ou mais. 
 
1 Disponível em: <http://www1.previdencia.gov.br>. 
2 MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
3 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. 
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 Pagamento pelo INSS: será devido ao segurado a partir do 16º dia de 
afastamento da atividade. 
- Os 15 dias anteriores quem paga é o empregador (justo motivo  
atestado). 
 Cessa: quando o segurado recuperaa capacidade para o trabalho. 
 Carência: “o número mínimo exigido de contribuições para que o empregado 
faça jus ao recebimento do benefício previdenciário, é de 12 contribuições mensais” - consegue 
a condição de segurado. * Esse prazo não será exigido em caso de acidente ocupacional. 
 
 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: é devida ao segurado que, estando ou não no 
gozo de auxílio-doença, está incapacitado permanentemente para o exercício da atividade 
laboral, ou seja, sua incapacidade é insuscetível de recuperação. 
 Lei: se o avanço da medicina permitir que a pessoa venha a se recuperar, 
ela “perderá” o benefício. 
 Carência: 12 contribuições mensais, salvo no caso de acidente. 
 
 APOSENTADORIA POR IDADE: art.201, §7º, II, CF - tem direito ao benefício os 
trabalhadores urbanos do sexo masculino aos 65 anos e do sexo feminino aos 60 anos de 
idade. 
 Diferença de 5 anos (desigualdade)- critérios: 
- Físico: a mulher não tem a mesma resistência física que tem o homem. 
- Sociológico: a mulher está sujeita a uma dupla jornada (casa e trabalho). 
 Redutor de 5 anos: “para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para 
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor 
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal”. 
- Trabalhadores do sexo masculino aos 60 anos e sexo feminino aos 55 
anos de idade. 
 Carência: 180 contribuições mensais (15 anos). 
 
 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: 35 anos de contribuição, se 
homem, e 30 anos de contribuição, se mulher (não há vínculo com a idade). 
 Redutor: art.201, CF “§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do 
parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove 
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério* na educação infantil 
e no ensino fundamental e médio” - 30 anos homem e 25 anos mulher. 
*STF - Súmula nº 726: “Para efeito de aposentadoria especial de professores, 
não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula”. 
- P. ex. o diretor não usufrui, salvo se tenha cumulado esta função com a função de 
professor. 
 “§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, 
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, 
segundo critérios estabelecidos em lei”. 
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 “§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na 
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência”. 
 Carência: 180 contribuições mensais (15 anos). 
 
 SALÁRIO-FAMÍLIA: é o benefício pago aos segurados que vivem em família de 
baixa renda, assim considerada aquela com renda mensal de até R$ 862,60 (valor fixado 
através de portaria), para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade (devidamente 
matriculados na escola e com a carteira de vacinação em dia) ou inválidos de qualquer idade. 
 Valor: R$ 20,74, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido. 
 Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição. 
 
 SALÁRIO-MATERNIDADE: pago às seguradas gestantes por ocasião do parto, e, 
também, a mãe que adotou uma criança (até 8 anos de idade). 
 O benefício será pago durante 120 dias e poderá ter início até 28 dias 
antes do parto. 
 Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição. 
 Pagamento: é feito pelo empregador, que é compensado pelo INSS. 
 Exceção: é o único benefício previdenciário que pode ser pago em valor 
acima do teto do INSS. Porém, não poderá ultrapassar ao teto remuneratório absoluto 
(Ministro do STF). 
 da licença maternidade - Direito Trabalhista. 
 
 SEGURO-DESEMPREGO: é pago ao segurado desempregado involuntariamente, 
em virtude da dispensa sem justa causa, e tem por finalidade promover a assistência financeira 
temporária a este. 
 Quantidade de parcelas: refere-se à quantidade de meses trabalhados nos 
últimos 36 meses anteriores à data da última demissão: 
- De 6 a 11 meses: 3 parcelas; 
- De 12 a 23 meses: 4 parcelas; 
- De 24 a 36 meses: 5 parcelas. 
 Período aquisitivo do seguro-desemprego: 16 meses, sendo esse o limite de 
tempo que estabelece a carência para recebimento do benefício, contado a partir da data da 
última demissão. 
 
 AUXÍLIO-RECLUSÃO: é pago aos dependentes do segurado que foi recolhido à 
prisão, desde que eles constituam família de baixa renda. 
 Pagamento: é feito durante o período em que o segurado estiver preso sob 
regime fechado ou semi-aberto. 
 Carência: não se exige tempo mínimo de contribuição, porém, exige-se que 
o trabalhador já tenha a qualidade de segurado. 
 
 PENSÃO POR MORTE: benefício pago aos dependentes do segurado que falece (é 
dividido entre eles). 
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 Dependentes: cônjuge, companheiro e filhos até 21 anos, salvo incapazes. 
 Pagamento: é feito enquanto a pessoa que recebe o benefício ainda estiver 
na qualidade de dependente do segurado que faleceu. 
 Carência: não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o 
óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. 
 
 BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS - “Art.203. A assistência social será prestada a quem 
dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei”. 
 
 
 AO IDOSO: é pago aquele que possui 65 anos de idade ou mais (critério objetivo), 
que não recebe nenhum benefício previdenciário, e que a renda mensal familiar per capita 
seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente (família pobre). 
 Critério subjetivo: para o cálculo da renda familiar é considerado o número 
de pessoas que vivem na mesma casa, porém, poderá ocorrer análise in loco da família, com a 
visita de uma assistente social, que, percebendo que a família é miserável ainda que ganhe um 
pouco mais de ¼ do salário mínimo, poder-se-á conceder o benefício. 
 O benefício deixará de ser pago quando houver superação das condições que 
deram origem a concessão do benefício ou pelo falecimento do beneficiário (intransferível). 
 
 AO DEFICIENTE: é pago em favor do responsável/curador de portadores de 
deficiência incapacitados para o trabalho, cuja renda mensal do grupo familiar per capita 
seja inferior a ¼ do salário mínimo. 
 
 SAÚDE - “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
 Direito fundamental. 
 Competência comum a todos os entes da federação. 
 Custeio: art.198, CF “§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos 
termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”. 
 Norma Programática: dá um comando para o Estado,possuí capacidade 
de produzir efeitos, porém, por sua natureza, necessita de lei infraconstitucional que a 
regulamente. 
 
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 Recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde (receita 
de impostos) - art. 198, parágrafo 2º, CF (art.77 ADCT) 
- 10% para União 
- 12% para os Estados 
- 15% para os municípios e DF 
 
 Dignidade da pessoa humana: 
 
Mínimo existencial: obrigação do estado, mesmo sem orçamento. Dever do 
Estado em outorgar Direitos Sociais (Vida digna) 
 Saúde, via de regra, é inerente a uma sobrevivência digna – o STJ entende 
que o direito a saúde esta dentro do conceito do mínimo existencial, porém há 
ressalvas: 
1. Tratamento experimental, ou que não tenha eficácia comprovada, não pode 
exigir do Estado. 
2. Tem que verificar se o postulante realmente não tem condições para arcar 
com o tratamento. 
3. Tratamentos estéticos, analisa-se o caso concreto. 
 Abandona-se a posição burocrática (jurisdição tradicional) e concretizam-se 
os direitos fundamentais, sem que haja interferência nos outros poderes*, sendo 
legitima essa concretização, na hipótese (inerente ao mínimo existencial) da omissão 
por aquele que tinha o dever de fazê-lo. 
 * Reserva do possível  interferência ilegítima  violação da tripartição dos poderes. 
X 
Reserva do possível: Cláusula – dentro da reserva orçamentária  Ativismo 
Judicial (juiz interferindo nos demais poderes para garantir o mínimo existencial) x 
Ditadura do Judiciário (se estiver dentro da reserva do possível, o juiz não pode 
interferir, nos outros poderes - não pode interferir/fazer políticas públicas)  “uso 
abusivo da discricionariedade judicial na solução de caso difíceis de resolver pode ser 
extremamente problemático para a tutela de valores como segurança e justiça. Além 
de poder comprometer a legitimidade democrática da função judicial” [LRB4 pg.392]. 
 
 
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO: Capítulo III, CF. 
 
 
 EDUCAÇÃO - “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
 “É competência privativa da União legislar sobre diretrizes e bases da educação 
nacional (CF, art.22, XXVI)” [AM pg.836] 
 
4 BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a 
construção do novo modelo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
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 Princípios constitucionais que a regem - art.206, CF: 
 Liberdade de cátedra: aplicável aos professores e as instituições de ensino 
- o professor tem liberdade para externar suas idéias em sala de aula (metodologia, etc.) 
- é relativa, uma vez que encontra limitação nos outros dispositivos 
constitucionais e na matriz curricular do curso/disciplina. 
- Justificativa histórica: ditadura militar. 
 Liberdade de aprender e externar suas opiniões: aplicável aos alunos em 
processo de aprendizagem (dialético) - “II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar 
o pensamento, a arte e o saber”. 
 Gratuidade e qualidade do ensino público: norma programática - “IV - 
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. 
- Ensino Superior: é de responsabilidade prioritária da União. *reserva do possível 
- Ensino Médio: prioridade dos Estados. 
- Ensino Fundamental e Infantil: prioridade dos Municípios. 
 Coexistência entre instituições públicas e privadas de ensino: a educação 
não é monopólio do Estado - inciso III, segunda parte. 
- Iniciativa privada: se sujeita a todos os princípios constitucionais e à lei. 
- L 9.394/96 [Lei das Diretrizes Básicas da Educação nacional] 
 
- Comando destinado ao Estado “Art. 212. A União aplicará, anualmente, 
nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por 
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino 
*União: 18% 
*Estados, Municípios e DF: 25% 
 
- “§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao 
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia 
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação” - caso haja 
descumprimento justifica-se a intervenção no respectivo ente da federação. 
 
 Considera-se investimento na educação: 
1. Despesas com transporte escolar, uniforme. 
2. Aquisição de material didático. 
 Não se considera: 
1. Despesa com alimentação e saúde dos alunos. 
2. Obras de infra-estrutura que beneficiem indiretamente as 
instituições de ensino. 
 
 Da gestão democrática: nas decisões envolvendo a educação, deve haver a 
participação da comunidade, corpo docente e corpo dicente das instituições de ensino - art.206, 
inciso VI, CF. Ex. Agremiações de Pais e Mestres, grêmios estudantis, diretórios. 
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 Da igualdade de acesso a educação: igualdade (material) de condições e 
garantia de que todos terão acesso a ela isonomicamente. 
- Cotas: concretiza a igualdade material - correção de uma desigualdade  
política  ação afirmativa (deve ser temporária, visto que com o tempo, em tese, corrigir-se-á a 
situação de desigualdade). 
 
 
 CULTURA - “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos 
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a 
difusão das manifestações culturais”. 
 Obrigação de o Estado incentivar de forma indireta, através de incentivos fiscais a 
iniciativa privada, sendo transferida para esta essa obrigação, numa atuação típica na 
concepção de estado mínimo. 
 É dever de o administrador obter máximo de resultado com o mínimo de 
custo para a administração pública (princípio da eficiência)  inserido pela EC 19/98 (reforma 
da administração pública) – FHC (administração públicagerencialestado mínimo - 
privatização)  saúde, educação e cultura. 
 
 Regulamentação: L 8.313/91 “Lei Rouanet” - (Programa Nacional de Apoio à 
Cultura) 
 Incentivo fiscal (indireto): parte do valor doado à promoção do evento 
cultural é abatido do que seria pago a título de Imposto de Renda. 
 
 Doação 
(dinheiro) 
Patrocínio 
(dinheiro+vinculação do 
nome da empresa) 
Cinema (apenas com aprovação da 
ANCINE - tem a “menor taxa” de incentivo 
visto que o cinema perpetua-se no tempo, 
rendendo crédito a longo prazo) 
Pessoa 
Física 
80% 60% 6% 
Pessoa 
Jurídica 
40% 30% 4% 
 
 
 DESPORTO - “Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e 
não-formais, como direito de cada um, (...)”. 
 Fomentar: “deve ser entendido no sentido de estimular, facilitar, desenvolver.” [PL5 
pg.1070] 
 
 Regulamentação: L 9.615/98 “Lei Pelé” 
 “Art. 56. Os recursos necessários ao fomento das práticas desportivas formais e 
não-formais a que se refere o art. 217 da Constituição Federal serão assegurados em programas de 
trabalho específicos constantes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, além dos provenientes de: VI – dois por cento da arrecadação bruta dos concursos de 
 
5 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15. ed. São Paulo:Saraiva, 2011. 
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prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, 
deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios. (L 10.264/01)”. 
 O estudante atleta profissional tem o direito de adaptar sua grade horária 
para assistir aulas em outros turnos, fazer avaliações em datas diferentes, para que não haja 
comprometimento das atividades desportivas - “Art. 85. Os sistemas de ensino da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as instituições de ensino superior, definirão normas 
específicas para verificação do rendimento e o controle de freqüência dos estudantes que integrarem 
representação desportiva nacional, de forma a harmonizar a atividade desportiva com os interesses 
relacionados ao aproveitamento e à promoção escolar”. 
 Proteção jurídica ao apelido, pseudônimo, pelo qual o atleta ficou 
conhecido, independentemente de registro, que apenas pode ser explorado economicamente 
pelo próprio atleta - “Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou 
prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade 
exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo 
indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente”. 
 
 JUSTIÇA DESPORTIVA (status constitucional): L 9.615/98 “Art. 50. A 
organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e 
julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidos nos Códigos de 
Justiça Desportiva, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com 
atuação restrita às suas competições”. 
- Faz somente julgamentos administrativos, não exerce função jurisdicional. 
- Função administrativa (auditores) - competência: 
 Aplicação das regras das competições esportivas. 
 Aplicar sanções disciplinares aos atletas. 
- “Art. 52. Os órgãos integrantes da Justiça Desportiva são autônomos e 
independentes das entidades de administração do desporto de cada sistema, compondo-se do Superior 
Tribunal de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades nacionais de administração do desporto; 
dos Tribunais de Justiça Desportiva, funcionando junto às entidades regionais da administração do 
desporto, e das Comissões Disciplinares, com competência para processar e julgar as questões previstas 
nos Códigos de Justiça Desportiva, sempre assegurados a ampla defesa e o contraditório.” 
- Exceção temporária ao princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário: 
 Art. 217, CF - “§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à 
disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de 
sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir 
decisão final”. 
 Havendo o cumprimento da sanção disciplinar perde-se o objeto de 
uma eventual ação judicial. 
 
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: Capítulo IV, CF - “Art. 218. O Estado promoverá e 
incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas”. 
- Normas programáticas. 
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DA COMUNICAÇÃO SOCIAL: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a 
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer 
restrição, observado o disposto nesta Constituição”. 
 
 Liberdade de Imprensa: liberdade dos meios de comunicação 
 Art.220, CF “§1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir 
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação 
social, observado o disposto no art. 5º, IV (liberdade de pensamento, vedado o anonimato), V 
(direito de resposta), X (inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem, 
assegurando-se o direito a indenização), XIII (liberdade de exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão) e XIV (liberdade de informar e ser informado). 
§2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, 
ideológica e artística”. 
 “Apesar da vedação constitucional da censura prévia, há necessidade de 
compatibilizar a comunicação social com os demais preceitos constitucionais, como, por exemplo, 
a proteção dos direitos da criança de do adolescente” [AM pg.844] 
 Abuso: conflito  liberdade de expressão X direito à honra (subjetiva – 
auto-estima e objetiva – imagem da pessoa perante a sociedade) 
 
 Limitações: 
 Vedação ao anonimato (art.5º, IV, CF)  interesse público. 
 Autorização estatal: o chefe do poder executivo que concede o 
funcionamento e renovação da concessão às “emissoras”. Essa concessão/renovação deve ser 
ratificada pelo CN em votação aberta e nominal. 
-O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de 
rádio e de quinze para as de televisão. 
- Exceção: art. 220, CF “§ 6º - A publicação de veículo impresso de 
comunicação independe de licença de autoridade” - jornais e revistas. 
 Analogia - meio escrito: internet - ainda não há regulamentação. 
 
 Direito de resposta - art.5º, CF: “V - é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. 
 Assegura o direito de resposta ao alvo (pessoa física ou jurídica) da notícia, 
se a matéria for inverídica, errônea ou se não for publicada a versão do noticiado, ou quando 
este não é ouvido. 
 Procedimento: pede-se o direito de resposta ao meio de comunicação que 
veiculou a notícia, caso se recuse, ajuíza-se uma ação (obrigação de fazer), podendo ser 
aplicado multa caso haja o descumprimento da ordem judicial (art.461, CPC). 
 A resposta deve ser publicada com o mesmo tamanho e destaque da matéria 
ofensiva. 
 Prazo para requerê-lo: 10 anos. 
 
Monitoria – 2012/2: Brunna Marin 
Professor Luiz Gustavo de Andrade 
12 
 
 L 5.250/67 (Lei de Imprensa)  declarada inconstitucional pelo STF - 05/11/09 
 
DO MEIO AMBIENTE: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações”. 
- Políticas públicas ambientais: matéria de competência comum. 
- Competência legislativa, em regra, é concorrente a todos os entes, que podem 
editar leis sobre matéria ambiental. *Princípio constitucional implícito: in dubio pro natura (na 
dúvida, aplica-se a lei que mais protege a natureza). 
- “O preservacionismo ambiental caracteriza-se como direito humano de terceira 
dimensão, estando o ser humano inserido na coletividade, assim, titular dos direitos de 
solidariedade.” [PL pg.1087] 
 
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO - 
capítulo VII, CF. 
- “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. 
 
 Quanto ao casamento - art.226, CF “§ 1º - O casamento é civil e gratuita a 
celebração”. 
 1ª forma de constituir família. 
 “§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei” - desde que 
observadas certas formalidades (instrumentalização) - L 1.110/50. 
 “§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente 
pelo homem e pela mulher” 
 Deveres: 
- Coabitação - os cônjuges têm de viver em comum (comunhão de 
intimidades). 
- Assistência - Dar assistência material e moral(recíproca). 
- Igualdade - o homem e a mulher são iguais (igualdade material - ex. no 
divórcio o foro competente é o da residência da mulher); administração da 
família. 
- Respeito mútuo. 
 
 Dissolução do casamento: “§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)” 
 Antes da EC 66/10: “§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, 
após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação 
de fato por mais de dois anos”. 
- Separação: põe fim dos direitos e deveres do casamento, porém não 
extinguia o casamento (mínimo 1 ano). 
- Após o advento da EC 66/10: (anteriormente, até o mês de julho de 2010 
havia separação) Nos casos em que há processo de separação ainda em 
Monitoria – 2012/2: Brunna Marin 
Professor Luiz Gustavo de Andrade 
13 
 
trâmite, após a emenda, é permitido que as partes requeiram a conversão 
da ação de separação em ação de divórcio, ou o juiz poderá extinguir o 
processo por perda do interesse de agir (superveniente). 
 Divórcio: põe fim ao casamento. 
- Extrajudicial: consensual, sem filhos menores ou incapazes  é feita uma 
escritura pública em cartório (tabelionato). 
- Judicial: 
 Litigioso 
 Consensual, com filhos menores ou incapazes. 
 
 Quanto à paternidade responsável - art.226, CF “§ 7º - Fundado nos princípios da 
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do 
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, 
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”. 
 Exercício da paternidade com responsabilidade para com os filhos  assistência 
material e moral. 
 Princípio da afetividade (assistência moral) 
- “Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (...)”. 
 
 Quanto à união estável - “§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a 
união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento”. 
 2ª forma de constituir família. 
 Equiparada ao casamento em comunhão parcial de bens, mas é possível que 
seja formalizada através de escritura pública, sendo possível a escolha de outro regime de 
bens. 
 Requisitos: art.1º, L 9.278/96. 
 Convivência pública, contínua e duradoura (não há um tempo mínimo 
estabelecido, tem que ser estável) com o intuito de constituir uma família. 
 Voluntariamente, os companheiros, atraem para si os direitos e deveres do 
casamento (comunhão parcial de bens). 
 A União Estável pode ser convertida em casamento, a sentença que 
convertê-lo será meramente declaratória. 
 Homem e mulher? - união estável homoafetiva  STF 
 
“[...] O DIREITO À BUSCA DA FELICIDADE, VERDADEIRO POSTULADO CONSTITUCIONAL 
IMPLÍCITO E EXPRESSÃO DE UMA IDÉIA-FORÇA QUE DERIVA DO PRINCÍPIO DA 
ESSENCIAL DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA [...] PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA (2006): 
DIREITO DE QUALQUER PESSOA DE CONSTITUIR FAMÍLIA, INDEPENDENTEMENTE DE 
SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL OU IDENTIDADE DE GÊNERO - [...]- O DEVER 
CONSTITUCIONAL DO ESTADO DE IMPEDIR (E, ATÉ MESMO, DE PUNIR) “QUALQUER 
DISCRIMINAÇÃO ATENTATÓRIA DOS DIREITOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS” (CF, 
ART. 5º, XLI) – [...] (RE 477554 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 
16/08/2011, DJe-164 DIVULG 25-08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00287)” 
 
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14 
 
 Quanto à família monoparental - “§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar 
a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. 
 3ª forma de constituir família. 
 Súmula nº 364/STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família 
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”. 
 
DOS ÍNDIOS: Capítulo VII, CF - “Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente 
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. 
- Comunidade indígena: tem o direito de explorar os recursos naturais da reserva, 
porém o CN pode autorizar o direito de exploração a terceiros. 
- A quem pertence às reservas indígenas? UNIÃO (bem público federal) - CF, art.20, 
XI  “destinando-se à posse permanente dos silvícolas, são inalienáveis e indisponíveis, e os 
direitos sobre elas, imprescritíveis.” [PL pg.1122] 
 Compete à União demarcá-las e protegê-las  FUNAI (órgão federal de 
assistência ao índio). 
- Estatuto do Índio: L 6.001/73. 
 
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS : Título IX, CF. 
 Normas formalmente constitucionais, mas não materialmente, visto que estão 
inseridas no texto constitucional, no entanto, não têm conteúdo e relevância constitucional. 
 
 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS - ADCT 
- Tem como finalidade: 
 Fazer a transição de um ordenamento constituinte para um novo. 
 Regulamenta transitoriamente um artigo constitucional pendente de 
regulamentação por lei infraconstitucional. 
- Direito adquirido: resguarda-o. 
 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Constituição Rígida: exige 
para sua modificação um 
processo legislativo mais 
difícil, solene e rigoroso, do 
que aquele utilizado para 
alteração de lei comum. 
Supremacia da Constituição: 
primazia da Constituição frente 
ao embate entre uma norma 
constitucional e uma norma 
infraconstitucional. 
Controle de Constitucionalidade: 
sobre as normas infraconstitucionais 
para que elas não violem o texto 
constitucional. 
 
 Habermas - procedimentalismo: o controle viola o princípio democrático, uma vez que a 
lei decorre da vontade popular, desse modo, a “tecnocracia togada” não pode alterar, anular, as 
Monitoria – 2012/2: Brunna Marin 
Professor Luiz Gustavo de Andrade 
15 
 
leis editadas pelo povo  balize Princípio de presunção de constitucionalidade das leis - 
devem ser cumpridas até serem declaradas inconstitucionais (relativa). 
X 
 Dworkin - substancialismo: a Constituição é a vontade suprema do povo, dessa maneira, 
para que ela seja preservada admite-se o controle de constitucionalidade, que foi “outorgado” 
pelo próprio povo ao Poder Judiciário. Fruto do processo democrático. 
 
 Plano da validade: “Norma inconstitucional é norma inválida, por desconformidade 
com o regramento superior, por desatender os requisitos impostos pela norma maior.” [LRB6 pg.13] 
 
 
Tipos de inconstitucionalidade 
 
 Total ou Parcial 
 Havendo inconstitucionalidade total, toda a lei será nula: 
Art.1º. São direitos dos servidores públicos: 
I- Férias 
II- Estabilidade 
III- 13º Salário 
IV- FGTS 
Parágrafo único. Os ocupantes de cargo em comissão possuem os direitos previstos nos incisos I a 
III. 
 Na inconstitucionalidade parcial, somente serão nulas as respectivas partes 
inconstitucionais. No entanto, se apenas parte do texto de um parágrafo, por exemplo, estiver 
em desconformidade com a Constituição, não é possível a alteração do texto da lei, assim, 
haverá decretação da inconstitucionalidade parcial sem redução do texto: 
-Far-se-á, a partir de então, a interpretação da norma infraconstitucional 
conforme a Constituição. 
Art.1º. São direitos dos servidores públicos: 
I- Férias 
II- Estabilidade 
III- 13º Salário 
IV- FGTS - PARCIAL 
Parágrafo único. Os ocupantes de cargo em comissão possuem os direitos previstos nos incisos I a 
III. - Apenas o servidor públicotem direito previsto no inciso II, sendo direito dos 
comissionados apenas os previstos nos incisos I e III - PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO. 
-“A declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução do texto, que 
consiste na exclusão de uma determinada interpretação possível da norma - geralmente a mais 
obvia - e na afirmação de uma interpretação alternativa, compatível com a Constituição.” [LRB 
pg.183] 
 
 
 
 
6 BARROSO, Luís Roberto. Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2009. 
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Professor Luiz Gustavo de Andrade 
16 
 
 Formal ou Material 
 Formal: o vício de inconstitucionalidade está no processo legislativo, no 
processo de elaboração da lei (ex. usurpação de iniciativa). [Acarretará na 
inconstitucionalidade total da lei] 
- “quando um ato legislativo tenha sido produzido em desconformidade com as 
normas de competência ou com o procedimento estabelecido para o seu ingresso no mundo 
jurídico.” [LRB pg.26] 
 Material: diz respeito ao conteúdo da lei, que contraria o texto constitucional. 
- “quando o conteúdo do ato infraconstitucional estiver em contrariedade com 
alguma norma substantiva prevista na Constituição, seja uma regra ou um princípio.” [LRB pg.26] 
 
 Por ação ou por omissão 
 Por ação: decorre de uma conduta positiva do legislador, do agir positivo 
(fazer a lei). 
 Por omissão: decorre do fato de o legislador não fazer a lei quando deveria ter 
feito (ex. direito de greve dos servidores públicos). 
- “inércia na elaboração de atos normativos necessários à realização dos 
comandos constitucionais” [LRB pg.32] 
- Para supri-la: mandado de injunção [art.5º, LXXI, CF - “conceder-se-á 
mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania”]. 
 Legitimidade: “titular do direito cujo exercício está obstado por falta 
de norma regulamentadora” [LRB pg.135] 
 
 Direta ou Indireta 
 Direta: a constitucionalidade é o pressuposto de validade da lei ou do ato 
normativo primário. 
- “quando há entre o ato impugnado e a Constituição uma antinomia frontal, 
imediata.” [LRB pg.40] 
 Indireta: a Constituição não é o pressuposto de validade. Antes de ser 
inconstitucional é ilegal, uma vez que tem como base uma lei ou ato normativo primário. 
- “quando o ato, antes de contrastar com a Constituição, conflita com uma lei.” 
 antes há uma “violação do princípio constitucional da legalidade ”[LRB pg.40] 
 
 
 
- Atos normativos primários: aqueles que inovam o mundo jurídico. Ex: medidas 
provisórias, leis. 
 Silogismo Jurídico (Kelsen) 
 
DIRETA 
 
 
 INDIRETA 
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17 
 
- Atos normativos secundários: servem para fazer cumprir a lei, regulamentando-a. Ex: 
decretos regulamentares, instruções normativas, resoluções, portarias, etc. 
 O STF entende que só se pode ajuizar ADIn para atacar vício de 
inconstitucionalidade direta. Em relação aos atos normativos secundários (indireta), faz-se 
controle de legalidade. 
 Inconstitucionalidade reflexa: quando se declara uma lei inconstitucional e 
surtem efeitos sob atos normativos secundários que a regulamentam. 
 
 Originária ou Superveniente 
 Originária: é quando a lei nasce inconstitucional, desde que entrou em vigor. 
- “quando resulta de defeito congênito da lei: no momento de seu ingresso no 
mundo jurídico ela era incompatível com a Constituição em vigor” [LRB pg.40] 
 Superveniente: quando a lei entra em vigor é constitucional, porém, torna-se 
inconstitucional posteriormente em virtude de alteração da CF por meio de emenda. 
- “quando resultar do conflito entre uma norma infraconstitucional e o texto 
constitucional, decorrente de uma nova Constituição ou de uma emenda.” [LRB pg.40] 
- O STF entende que não cabe ADIn para discutir sobre a inconstitucionalidade 
superveniente, uma vez que falta interesse de agir  EC posterior revoga a lei 
infraconstitucional anterior. 
 
 Controle 
 
 
 
Quanto ao momento de exercício do controle 
 
 Preventivo: ocorre antes da entrada em vigor da lei, é feito durante o processo 
legislativo. 
 Em regra, é feito pelo Poder Legislativo e Executivo. 
-1º - Atuação da Comissão de Constituição e Justiça - PL 
-2º- Presidente, através do veto: “tendo por fundamento a inconstitucionalidade 
do ato objeto de deliberação” [LRB pg.45] (art.66, §1º, CF) - PE 
 Exceção - Poder Judiciário: mandado de segurança impetrado por parlamentar, 
no Supremo (competência originária), para atacar um vício de inconstitucionalidade formal, 
pede para anular o processo legislativo. 
 
 Repressivo: após a edição da lei, com sua entrada em vigor. 
 Em regra, é feito pelo Poder Judiciário. 
 Exceção - Poder Legislativo: CF “Art. 52. Compete privativamente ao Senado 
Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por 
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal” [comunicação ao senado]. 
 
 
 
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Professor Luiz Gustavo de Andrade 
18 
 
Quanto ao órgão que exerce o controle (modelo/sistemas) 
 
 Difuso: qualquer juiz pode fazer controle de constitucionalidade. 
 “quando se permite a todo e qualquer juiz ou tribunal o reconhecimento da 
inconstitucionalidade de uma norma e, conseqüentemente, sua não-aplicação ao caso concreto 
levado ao conhecimento da corte” [LRB pg.47] 
 EUA - 1803 (Mabury X Madison). 
 
 Cláusula da reserva do plenário: quando for a primeira vez que o tribunal de 
2º grau estiver julgando a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato 
normativo, através de um caso concreto, ele deve observar a competência do plenário. O 
relator deve mandar a discussão para o plenário (órgão especial), que decidirá se a lei é ou não 
inconstitucional. Após essa votação, o processo volta para o relator que ficará adstrito à 
decisão do plenário quanto à constitucionalidade da lei. 
- Uniformização do entendimento do tribunal. 
- CF “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de 
lei ou ato normativo do Poder Público” 
- “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente 
proclamado que a desconsideração do princípio em causa gera como inaceitável efeito 
conseqüencial, é nulidade absoluta da decisão judicial colegiada que, emanado de órgão 
meramente fracionário, haja declarado a inconstitucionalidade de determinado ato estatal. ” [AM 
pg.716] 
 Súmula Vinculante nº 10 – STF: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, 
artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, 
afasta sua incidência, no todo ou em parte”. 
 
 Comunicação ao senado: art.52, X, CF - o Supremo comunica ao senado para 
que ele querendo dê eficácia erga omnes a decisão e suste a eficácia da lei  após a decisão 
quanto à inconstitucionalidade pelo plenário do STF, através do controle difuso (art.480/482, 
CPC). 
- Senado: detém “competência para suspender a execução da lei 
inconstitucional teve por motivação atribuir eficácia geral, em face de todos, erga omnes, à 
decisão proferida no caso concreto, cujos efeitos se irradiam, ordinariamente, apenas em relação 
àspartes do processo.” Entretanto, “a atuação do Senado não tem caráter vinculativo, mas 
discricionário, sujeitando-se ao juízo de conveniência e oportunidade da casa legislativa. Trata-se 
de ato político (...)” [LRB pg.110] 
 
 Abstrativização do controle difuso: o Supremo, querendo, pode dar eficácia 
erga omnes a uma decisão sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei 
tomada em um caso concreto, através do controle difuso. 
-“Transcendência, com caráter vinculante, de decisão sobre a 
constitucionalidade da lei, mesmo em sede de controle difuso.” [PL pg.257] 
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19 
 
- Criação doutrinária e jurisprudencial. 
 
 Concentrado: apenas a Corte Constitucional pode declarar uma lei constitucional 
ou inconstitucional. 
 Áustria - 1920 (Kelsen). 
 
 
Quanto à forma ou modo de controle judicial 
 
 Principal: a ação judicial tem como único pedido a declaração de 
inconstitucionalidade ou constitucionalidade de uma lei  ABSTRATO - julga-se a própria lei. 
Ex. ADIn [dispositivo]. 
 A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade consta no 
dispositivo do acórdão. 
 “Trata-se de controle exercido fora de um caso concreto, independentemente de 
uma disputa entre partes, tendo por objeto a discussão acerca da validade da lei em si” [LRB pg.50] 
 
 Incidental: julga-se um CASO CONCRETO que acaba pondo em discussão a 
constitucionalidade de uma lei (causa de pedir). 
 O reconhecimento da constitucionalidade ou inconstitucionalidade consta na 
fundamentação da sentença. 
 Objeto: qualquer lei ou ato normativo. 
 Questão prejudicial: visto que a inconstitucionalidade “precisa ser decidida 
previamente, como pressuposto lógico e necessário da solução do problema principal” [LRB pg.81] 
 Áustria - 1920 (Kelsen). 
 Efeitos da decisão: 
- Inter partes 
- “a eficácia objetiva da coisa julgada é limitada ao que foi pedido e decidido, 
sendo certo que é a parte dispositiva da sentença (CPC, art.458), na qual se contém a resolução 
das questões postas, que recebe autoridade da coisa julgada.” [LRB pg.105] 
 
 
No Brasil adota-se: [sistema eclético ou híbrido] 
 
 O controle concentrado  principal  pelo STF. [eficácia erga omnes] - ABSTRATO 
 Todavia, o STF também faz o controle difuso, ao julgar um caso concreto 
(recurso extraordinário, etc.). 
 Pedido  dispositivo do acórdão. 
 O controle difuso  incidental  por qualquer magistrado. [inter partes] - 
CONCRETO 
 Causa de pedir  fundamentação da sentença. 
 
 
 
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20 
 
 
Ações Diretas - controle concentrado e abstrato. (art.102, I, “a”, CF) 
 
 
 ADIn - Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
 Objeto: lei ou ato normativo posteriores a CF de 1988. 
- Federal 
- Estadual 
- Distrital (DF): * Súmula nº 642/ STF “Não cabe ação direta de 
inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa 
municipal” - uma vez que não cabe ADIn contra lei municipal. 
**Interesse de agir: no caso em que a lei, objeto da ADIn, é revogada durante o 
trâmite desta, há perda superveniente do interesse de agir, restando o exame de mérito prejudicado. 
 
 Legtimidade: CF “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade 
e a ação declaratória de constitucionalidade (...)”. 
 
 Universal: não há necessidade de demonstrar o nexo de pertinência temática. 
- Presidente da República 
- Mesa do Senado Federal 
- Mesa da Câmara dos Deputados 
- Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil 
- Procurador-Geral da República 
- Partido político com representação no Congresso Nacional: tem que ter 
elegido pelo menos um parlamentar - o órgão que propõe é o diretório nacional. 
 No caso de propositura de uma ADIn por um partido que tem 
representatividade e posteriormente não elege ninguém, e a ação ainda está em trâmite, não há 
perca de legitimidade, porquanto, verifica-se a legitimidade por ocasião da propositura da ação, 
logo não há perda superveniente do interesse de agir por perda superveniente de legitimidade. 
 “a aferição da legitimidade do partido político deve ser feita no 
momento da propositura da ação, sendo irrelevante a ulterior perda de representação” [LRB 
pg.143] 
* É possível que proponham uma ADIn em litisconsórcio. 
 
 Especial: precisa mostrar interesse de agir  quando houver nexo de 
pertinência temática - tem que existir uma relação entre os fins institucionais do autor da 
ação e com o objeto da ADIn  “atuação é restrita às questões que repercutem diretamente 
sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar com 
representatividade adequada” [LRB pg.141] 
- Governador de Estado ou do Distrito Federal 
 “Pode o governador ajuizar ação tendo por objeto lei ou ato 
normativo originários de seu Estado, da União e mesmo de outros Estados da Federação, se 
Monitoria – 2012/2: Brunna Marin 
Professor Luiz Gustavo de Andrade 
21 
 
interferirem ilegitimamente com competências ou interesses juridicamente protegidos de seu 
Estado” [LRB pg.144] 
- Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal 
- Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. (Ex. 
Associação Nacional dos Magistrados  ADIn contra o Estatuto da Advocacia). 
 
*Mesa: composta pelo presidente, vice-presidente e secretário da casa. 
 
 Trâmite - Lei 9.868/99 
 
Petição 
Inicial 
Medida 
Cautelar 
(liminar) 
Pedido de 
Informações 
Advogado 
Geral da 
União - AGU 
Procurador Geral 
da República - 
PGR (MP) 
 DECISÃO 
 
1. Petição Inicial: “Art. 3º A petição indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato 
normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das 
impugnações; (...)” 
 “Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência”. 
 No caso de legitimidade especial: nas preliminares deve ser 
demonstrado o nexo de pertinência temática. 
 
 “Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta 
de inconstitucionalidade”. 
 Amicus curiae - art. 7º “§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria 
e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o 
prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades”. 
- Entidades que têm informações técnicas passíveis de contribuírem 
para o julgamento da ação. 
2. Medida Cautelar (liminar): o relator poderá deferi-la em sessão 
colegiada com o voto de, no mínimo, 6 ministros. 
 “Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta 
será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto 
no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo 
impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias”. 
 Deferida - efeitos: suspende-se a lei ou ato normativo e poderá 
suspender o trâmite de ações que discutam, através do controle difuso, a constitucionalidade 
dessa lei. 
- Art.11 “§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será 
concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia 
retroativa. - § 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso 
existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário”. 
 Indeferimento: não tem efeito vinculante. 
 Recesso: o presidente que aprecia e submete ao colegiado. 
 
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3. Pedido de informações: 
 “Art.6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das 
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado”. 
4. AGU: deve defender a constitucionalidade da lei, obrigatoriamente, salvo 
no caso em que o STF já tenha dito que a lei é inconstitucional por meio do controle difuso 
(plenário). 
 CF, art.102 “§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a 
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado”. 
 “Art. 8o Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, 
sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão 
manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias”. 
5. PGR: emite um parecer, que não é vinculante - mesmo que seja autor da 
ação tem que emitir parecer (não está vinculado, pode emitir parecer contrário). (art.103, §1º, 
CF) 
6. DECISÃO: 
 Quórum mínimo de instalação - “Art. 22. A decisão sobre a 
constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada 
se presentes na sessão pelo menos oito Ministros”. 
 “Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a 
constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num 
ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação 
direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade” - maioria 
absoluta. 
 Seis ministros devem votar pela constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade da lei, se não, adia-se a sessão - Art. 23 “Parágrafo único. Se não for 
alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de 
inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no 
julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros 
ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido”. 
P. ex. se 4 votarem pela constitucionalidade e 5 pela inconstitucionalidade, a sessão será adiada até que 
se atinja a maioria necessária. 
 “Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao 
órgão responsável pela expedição do ato”. 
 
 Efeitos da decisão: CF, art.102 “§ 2º As decisões definitivas de mérito, 
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações 
declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal”. 
 ERGA OMNES: eficácia coletiva. 
 VINCULANTE: obriga-se que os demais juízes cumpram aquela decisão, 
julguem conforme ela, tanto para efeito negativo (inconstitucional) como positivo 
(constitucional). 
- Julgamento contrário: cabe reclamação (art.102, I, “l”, CF) direta para 
o STF  serve para proteger a soberania das decisões do Supremo e para proteger a sua 
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competência constitucional  dá uma ordem para o juiz e anula-se a decisão, pode gerar um 
Processo Administrativo Disciplinar. 
 EX TUNC: retroage como se a lei nunca tivesse existido. P. ex. Lei tributária  
aumenta um imposto  ADIn  declara-se a lei inconstitucional  quem pagou o imposto maior, 
poderá ingressar com uma ação e pedir a diferença. 
- “os efeitos da decisão que o pronuncia retroagem ao momento de seu 
ingresso no mundo jurídico” [LRB pg.185] 
 
- Modulação dos efeitos temporais da decisão: em regra os efeitos são 
ex tunc, porém, o STF pode outorgar à lei efeitos ex nunc em prol da segurança jurídica (pode 
fixar uma data). Requisitos: preservação da segurança jurídica e quórum de 2/3. 
 “Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e 
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo 
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de 
outro momento que venha a ser fixado”. 
 
 REPRISTINATÓRIO: não se admite a repristinação da lei, salvo no 
julgamento de procedência de uma ADIn. 
 Repristinação: é o retorno da vigência de uma lei revogada pela 
revogação da lei revogadora. 
 “se a lei revogadora vier a ser declarada inconstitucional, não deverá 
produzir efeitos válidos, impondo o princípio da supremacia da Constituição que a situação 
jurídica volte ao status quo ante.” [LRB pg.178] 
 Ex. Lei A  Lei B  Lei C - a revogação da Lei B pela Lei C não fará que a 
Lei A entre em vigor novamente. 
 Ex. exceção: Lei A  Lei B  ADIn Lei B  Lei A - a revogação da Lei B pela 
ADIn fará com que a Lei A entre em vigor novamente. 
 
 
 Inconstitucionalidade por arrastamento: as decisões podem produzi-la - 
arrastam-se os efeitos do dispositivo declarado inconstitucional a outros dispositivos a ele 
vinculados. Ex: - Art.1º o servidor público pode acumular 3 cargos (“objeto da ADIn”) 
- Art.12º o servidor público pode receber 3 remunerações - por conseqüência esse 
artigo também é revogado. 
 O STF ao julgar a ADIn é adstrito ao pedido, porém, em caráter 
excepcional, pode declarar inconstitucional dispositivos não impugnados, porém, apenas se 
forem dependentes aos dispositivos impugnados. 
 
 
 
 
 
 
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 ADIn por omissão: 
 Objeto e legitimados: ADIn. 
 Objeto: -“é a mera inconstitucionalidade morosa dos órgãos 
competentes para a concretização da norma constitucional” [HM, AW, GM7, pg.522] 
 Trâmite 
1. Petição Inicial: “Art. 12-B. A petição indicará: I - a omissão 
inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou 
quanto à adoção de providência de índole administrativa” 
2. Medida Cautelar: a maioria da doutrina entende que não cabe cautelar 
(não há objeto). 
3. Pedido de informações: para quem deveria ter feito a lei, porém, nem 
sempre será a casa legislativa, mas para quem tinha iniciativa privativa e não propôs a lei. 
**Não tem atuação do AGU. 
4. PGR: emite um parecer. 
5. DECISÃO: CF, art.103 “§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão 
de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para 
a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 
trinta dias”. 
 Efeitos da decisão: 
 DECLARATÓRIO: mora do poder público. 
 MANDAMENTAL: manda-se fazer a lei - “Art. 12-H. Declarada a 
inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao 
Poder competente para a adoção das providências necessárias”. Porém, se não for cumprido, não 
há providências a serem tomadas  tripartição dos poderes. 
 
 ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade 
 “mecanismo pelo qual se postula ao Supremo Tribunal Federal o reconhecimento 
expresso da compatibilidade entre determinada norma infraconstitucional e a Constituição, em 
hipóteses nas quais esse ponto tenha se tornado objeto de interpretações judiciais conflitantes. 
Trata-se de uma ratificação da presunção.” [LRB pg.203] 
 Finalidade: “afastar a incerteza jurídica e estabelecer uma orientação 
homogênea na matéria” [LRB pg.203] 
 Cabe somente para lei ou ato normativo federal. 
 Requisito especial: só cabe ADC se a respectiva lei for objeto de grande 
controvérsia no âmbito dos tribunais (controle difuso),se há divergência jurisprudencial, a ponto 
de pôr em risco a presunção de constitucionalidade da lei  deve ser demonstrado na 
preliminar. 
 Legitimados: ADIn. 
 
 
 
7 MEIRELLES, Hely Lopes; WALD, Arnoldo; MENDES, Gilmar Ferreira. Mandado de Segurança e ações 
constitucionais. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. 
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 Trâmite 
1. Petição Inicial (preliminar): Art. 14 “III - a existência de controvérsia 
judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”. 
2. Medida Cautelar: “Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da 
maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação 
declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os 
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do 
ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo”. 
3. Pedido de informações: para quem editou a lei e art.20 “§ 2o O relator 
poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos 
Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição”. 
** Não há atuação do AGU. 
4. PGR: emite um parecer. 
5. DECISÃO: ADIn. 
 Natureza dúplice ambivalente - “Art. 24. Proclamada a 
constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação 
declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou 
improcedente eventual ação declaratória”. 
- ADC + = ADIn - 
- ADC - = ADIn + 
 
 Efeitos da decisão: ADIn. 
 
 ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - L 9.882/99 
 Caráter subsidiário ou residual (*se não couber as outras ações). 
 Objeto: lei ou ato normativo “federais, estaduais, municipais, emanados dos três 
Poderes, incluindo o direito pré-constitucional, os atos infralegais e até as omissões legislativas.” 
[LRB pg.297] 
- “Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será 
proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito 
fundamental, resultante de ato do Poder Público”. 
 Subsidiariedade: Art. 4º “§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento 
de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” 
 Legitimidade: ADIn. 
 
 STF – requisitos (admissibilidade): 
- A lei tem que ser objeto de controvérsia no âmbito dos tribunais. 
- Preceitos fundamentais (não é qualquer artigo) 
 Compete ao Supremo discutir no caso concreto qual “artigo” é 
preceito fundamental. 
 Ex: cláusulas pétreas, regras de Organização do Estado. 
 
 Trâmite: empresta o procedimento das outras ações de acordo com o pedido 
que foi formulado na ADPF. 
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 DECISÃO: conforme o que foi pedido. 
 “Art. 8º A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito 
fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros” 
(maioria simples). 
 “Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos 
responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação 
e aplicação do preceito fundamental 
§ 3o A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante 
relativamente aos demais órgãos do Poder Público”. 
 
 
 ADIn Interventiva - reclamação interventiva (doutrina) 
 Intervenção de um ente da Federação em outro  art.34/36, CF. 
 Provocada [PGR]: “Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de 
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da 
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal”. 
 Quando o Procurador Geral da República interpõe uma reclamação junto ao 
STF para que este determine que o Presidente da República faça intervenção em um estado-
membro em virtude de descumprimento de preceito constitucional.

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