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Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 1 Aula 00 – AULA DEMONSTRATIVA Serviço Social Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Professora: Conceição de Fátima Costa Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 2 Prezado Aluno (a), Seja bem-vindo! É um prazer tê-lo conosco. APRESENTAÇÃO Sou a professora Conceição de Fátima Costa. Moro em João Pessoa-PB. Possuo Mestrado em Serviço Social - (UFPB-1998) e Graduação em Serviço Social - (UFPB-1983). Há trinta e dois anos exerço a profissão de Assistente Social, na área da Saúde Pública. Iniciei minhas atividades profissionais na UNIMED- João Pessoa-PB, em 1983. Fui professora do SENAC, em 1991. Atualmente, no Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba, sou orientadora de alunos de Pós-Graduação em Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC. Exerço minhas atividades profissionais de Assistente Social na Secretaria Municipal de Saúde, no CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento em HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Cargo conquistado através de Concurso Público, em 1992. Hoje, também sou professora de Ensino a Distância para concursos públicos. Estudei durante dez anos para concurso público. Adquiri ampla experiência com meus estudos. Hoje, me encontro aqui, para orientar, direcionar e aconselhar você como estudar de forma produtiva, obtendo melhores resultados nos processos seletivos de concurso público. Neste processo de luta em busca de sua conquista profissional, estarei ao seu lado para oferecer suporte básico de orientação em seus estudos. Lembre-se: O mérito da conquista será sempre do aluno. Estude! Estarei disponível para contato através do e-mail: conceicaoflc@pontodosconcursos.com.br DESCRIÇÃO DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL A equipe do Ponto dos Concursos preparou este curso de CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DE SERVIÇO SOCIAL para estudantes e assistentes sociais que desejam participar de Concurso Público, e que também desejam renovar Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 3 e reciclar seus conhecimentos profissionais. Neste momento, o Concurso do INSS/2016 tem sido um dos mais procurados. O Curso de Serviço Social utiliza diversas metodologias de aprendizado: direcionamento teórico com estudo de texto esquematizado, fichamento de leitura, resumos dos principais pontos, dicas de memorização, referências bibliográficas, exercícios e questões recentes de concursos. Ele é composto na primeira parte com 10 aulas (incluída esta, que é a aula demonstrativa). Elas terão, em média, 10 a 15 exercícios, todos de provas de concursos recentes. Utilizo questões do Cespe e de outras instituições para desenvolver sua aprendizagem. Ao finalizarmos esta primeira parte, teremos resolvido aproximadamente cento e cinquenta questões. Todos os pontos abordados estão focados nos aspectos mais importantes de cada tema. Alguns textos serão reproduzidos em forma de estudo esquematizado (palavras chaves, frases sublinhadas, quadros para facilitar sua compreensão). Reproduzirei os textos fielmente ou realizarei um resumo do conteúdo principal. Dentro de cada conteúdo, o estudante encontrará: tema desenvolvido com texto esquematizado, referências bibliográficas e questões de prova gabaritadas. Alguns recursos de ensino e aprendizagem que aprendi dentro da minha experiência de estudante e professora serão utilizados para ajudar a você avançar no seu processo de estudo para concurso. Desejamos que você aproveite ao máximo de seu curso, e que através dele, possamos ajudá-lo a progredir em sua vida pessoal e profissional. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 4 Aula Conteúdo Programático DATA 00 Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. 31/12 01 • Concepção, gênese e institucionalização do Serviço Social no mundo e no Brasil. • Significado social da profissão. 05/01/2016 02 • O movimento de reconceituação na América Latina, em particular no Brasil. • A renovação profissional: vertente modernizadora, a vertente da reatualização do conservadorismo e a vertente da intenção de ruptura. 12/01/2016 03 • Questão social e suas manifestações na contemporaneidade. • O Serviço Social na contemporaneidade. • Movimentos sociais contemporâneos. 19/01/2016 04 Mudanças no mundo do trabalho e as suas repercussões no trabalho profissional do assistente social. 26/01/2016 05 Regulamentação do exercício profissional – Lei n° 8.662/1993 e alterações. 05/02/2016 06 O assistente social na divisão sociotécnica do trabalho. 14/02/2016 07 Análise crítica das influências teórico- metodológicas e as formas de intervenção construídas pela profissão em seus distintos contextos históricos. 21/02/2016 CONTEÚDO DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL CONCURSO INSS/2016 Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 5 08 • Estratégias, instrumentos e técnicas de intervenção: abordagem individual, técnica de entrevista, abordagem coletiva, trabalho com grupos, em redes e com famílias, atuação na equipe multidisciplinar e profissional (relacionamento e competências), visitas domiciliares e institucionais. Uso de recursos institucionais e comunitários. Pareceres, laudos e opiniões técnicas conjuntos entre Assistente Social e outros profissionais. • Resolução CFESS nº 557 de 15 de setembro de 2009. 29/02/2016 09 O Serviço Social na Previdência Social. • Trajetória histórica. Ações profissionais: socialização das informações, fortalecimento do coletivo, assessoria e consultoria. Instrumentos técnicos: pesquisa social, parecer social; e avaliação social para concessão do Benefício de Prestação Continuada – BPC e da Aposentadoria da Pessoa com Deficiência. • (Portaria Interministerial MDS/INSS nº 02 de 30 de março de 2015 – DOU 19 de Abril de 2015 e Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MOG/AGU nº 1, de 27 de Janeiro de 2014 – DOU de 30/01/2014). • Artigo 88 e 89 da lei nº 8.213/1991. 07/03/2016 Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costawww.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 6 Aula 00 – AULA DEMONSTRATIVA Serviço Social Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. ROTEIRO DO ESTUDO: 1. Aspectos Introdutórios 2. Pilares do Planejamento 3. Planejamento Estratégico 4. Planejamento Estratégico e Gestão Pública 5. Planejamento Participativo 6. O Serviço Social e a Intervenção na Área Social 7. O Serviço Social e o Planejamento 8. Elaborando Planos, Programas e Projetos 9. Resumindo e Esclarecendo 10. Questões de Prova. 11. Gabarito Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 7 Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. INSTRUMENTO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL PLANEJAMENTO SOCIAL 1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS A partir deste ponto, estudaremos sobre o planejamento e suas características e importância no processo administrativo. O profissional de serviço social deve apropriar-se do método de planejamento como ferramenta fundamental no trabalho interventivo na realidade trabalhada. Conceituando e definindo planejamento social. Na vida secular todos nós temos o costume de planejar alguma coisa, seja um aniversário, uma viagem, um casamento, ou uma formatura. Esse tipo de planejamento pode ser considerado como planejamento ocasional, no qual não se estabelece técnicas e métodos. Então podemos refletir que o processo de planejamento é algo da natureza do ser humano e intrínseca à sua própria natureza racional e social. Assim, o homem é capaz de pensar e agir refletindo no que está ocorrendo, construindo a partir de então seu futuro coletivo ou individual. O homem, desta forma, projeta em sua mente o ato para depois executar e antes de qualquer ação ele planeja. Esse processo cíclico do planejar é conhecido como consciência teleológica. O exercício do planejar deve ser permanente e sistemático, com a finalidade de cumprir com efetividade a missão organizacional. Ou seja, o processo de planejamento envolve a escolha de um destino, aonde se quer chegar, Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 8 avaliação dos caminhos alternativos e decidir sobre qual direção especificam para alcançar o destino escolhido. O termo planejamento, segundo o grande dicionário unificado da língua portuguesa (2010), significa ato ou efeito de planejar, plano detalhado de trabalho. Porém, planejar significa traçar esquema, projetar, conjeturar. Assim, o processo de planejar envolve uma forma de pensar, esse modo de pensar gera indagações, que envolvem questionamentos sobre o que, como, onde, quem e por que fazer (OLIVEIRA, 2010). A finalidade do planejamento é entendida como o desenvolvimento de processos, técnicas e comportamentos administrativos que possibilitam avaliar os resultados de futuras decisões no presente em detrimento dos objetivos organizacionais. Planejamento, portanto, é um processo contínuo e dinâmico no qual, várias ações integradas e intencionais são direcionadas, para possibilitar a tomada de decisões antecipadamente, através da tentativa de tornar realidade em um objetivo futuro. Princípios do Planejamento O planejamento é permeado por princípios específicos que direcionam a organização aos objetivos estabelecidos. Esses princípios são a) Participação: O planejamento deve ser elaborado por diversas áreas da organização, e o responsável pelo planejamento deve facilitar o processo de elaboração entre os envolvidos. b) Coordenação: Deve-se estabelecer uma rede interna, na qual todos os aspectos envolvidos no processo deverão atuar de forma independente. c) Integração: Todos os níveis hierárquicos da organização deverão ser planejados de forma integrada. d) Permanência: É importante buscar um plano em um determinado período de tempo. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 9 Tipos de planejamento O planejamento é um elemento imprescindível, deve ser flexível, podendo ser realimentado durante o processo para adaptar-se à realidade. Em uma organização, o planejamento pode apresentar-se em três diferentes tipos: a) Planejamento estratégico: É um procedimento de responsabilidade dos níveis mais altos da organização no que se refere à adoção e formulação de objetivos, na escolha de ações necessárias para atingir os objetivos específicos e a consolidação das metas. Ou seja, o planejamento estratégico dar-se-á quando se decide os meios através dos quais a empresa atingirá os objetivos. É a relação dos objetivos de longo prazo com as estratégias e ações para alcançar tais objetivos, os quais refletem na empresa como todo. b) Planejamento tático ou funcional: Quando existe a necessidade de qualificar uma determinada área e não a empresa como todo, para a execução do planejamento estratégico. Exemplo: central de atendimento, setor de estoque, etc. Relaciona os objetivos de curto prazo com as estratégias a ações que afetam somente parte da empresa. É desenvolvido pelos níveis intermediários, com a finalidade de utilizar eficientemente os recursos disponíveis para o alcance dos objetivos preestabelecidos. c) Planejamento operacional: É considerado o planejamento diário. É realizado pelos níveis inferiores, focalizando as atividades cotidianas da empresa, através de planos de ação ou planos operacionais. Sua previsão é de curto prazo e define tarefas específicas e é formalizado por meio de documentos inscritos, e define orçamento, cronograma, entre outros. Sua previsão é de curto prazo e define tarefas específicas e é formalizado por meio de documentos inscritos e define orçamento, cronograma, entre outros. O profissional de serviço social, para o desenvolvimento de seu trabalho, possui como instrumento fundamental o planejamento. Desta forma, como o administrador, o profissional de serviço social possui a necessidade de conhecer e entender a realidade do processo de planejamento para elaborar suas intervenções. Esse planejamento social pretende utilizar o planejamento estratégico, expandindo para os vários níveis da organização de uma forma harmônica. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 10 Para elaborar uma proposta de intervenção, o assistente social deverá estabelecer uma direção, conhecer e problematizar o objeto de ação profissional. Dinâmica do planejamento Entendendo que o planejamento é um processo contínuo, dar-se-á, portanto, através da dinâmica de reflexão, decisão e ação. a) Reflexão: Nesta etapa ocorre a delimitação do objeto, o conhecimento e estudo da realidade, construção do referencial teórico operativo, levantamento de prováveis hipóteses e coleta de dados. b) Decisão: Nestemomento é dada a escolha das alternativas, identificando as prioridades de intervenção, definem-se os objetivos, estabele-se as metas, os prazos, organização e análises. c) Ação: É o momento da implantação e execução das decisões estabelecidas nas etapas anteriores, bem como definição dos parâmetros de avaliação e controle. Esta fase é considerada o ponto central do planejamento. d) Retomada da reflexão: Dar-se-á através da avaliação crítica das decisões adotadas, do processo de implantação e dos resultados alcançados na execução. REFLEXÃO- DECISÃO-AÇÃO-RETOMADA DE DECISÃO Dimensões do planejamento Ao realizar a análise desse processo cíclico do planejamento percebemos a existência de quatro dimensões que permeiam o processo do planejar: - A dimensão da racionalidade; - Ético-política; - Valorativa; - Dimensão técnico-administrativa. Essas dimensões referem-se ao processo de planejar primeiro como algo racional, metódico e decorrente do uso da inteligência. Segundo, é um processo Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 11 de tomada de decisões devendo levar em consideração as relações de poder e os interesses políticos dos diferentes grupos. Em terceiro lugar, o processo de planejamento é norteado por valores desenhados através da formatação das decisões. Por último, o planejamento como uma função da administração é uma atividade inerente à organização que exprime na sua ação os objetivos organizacionais. ALGUMAS PERGUNTAS PARA QUEM VAI PLANEJAR: O que se quer fazer? Natureza do Projeto Porque se quer fazer? Origem e fundamentação Para que se quer fazer? Objetivos Quanto se quer fazer? Metas Aonde se vai fazer? Localização Como se vai fazer? Metodologia, ações, atividades. Quando se vai fazer? Cronograma Quem vai ser atingido? Beneficiários, comunidade Quem vai executar? Recursos Humanos Com que se vai fazer? Recursos materiais e financeiros Quem vai acompanhar? Comunidade, lideranças, direção, órgãos. LEITURA COMPLEMENTAR: FRAGA, Cristina Kologeski. A atitude investigativa no trabalho do assistente social. In. Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 101, pp. 40 – 64, janeiro/março, 2010. Nesta obra o aluno vai encontrar os componentes de trabalho do assistente social, dentre eles o processo investigativo, fundamental para elaboração da proposta de intervenção/planejamento do profissional. OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças. Planejamento estratégico – conceitos, metodologia, prática. São Paulo: Atlas, 2010. Nesta obra o aluno vai encontrar, na primeira parte, os conceitos, princípios e tipos de planejamento. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 12 2. PILARES DO PLANEJAMENTO O processo de planejamento inicia com a definição dos objetivos, estratégias, políticas, bem como o detalhamento dos planos para alcançá-los. Estudamos também que o processo de planejamento é iniciado após a reflexão e tomado de um conjunto de decisões definidas mediante a realidade ou situação em que se pretende intervir. A partir deste, elabora-se o processo de sistematização das ações e procedimentos que conduzirão ao alcance dos objetivos previstos. Desta forma, o planejamento pode ser entendido como processo de previsão das necessidades que se precise para utilizar os recursos materiais e humanos disponíveis para o alcance dos objetivos estabelecidos. Através do planejamento a empresa ou a instituição pode antecipar ações futuras através da definição de uma linha de ação e elaboração de um plano que conduza à realização dos objetivos estabelecidos. Para isso é necessário que haja uma situação concreta na qual se pretende atuar, possuir conhecimento claro da situação e dos objetivos que se almeja alcançar e que os prazos e etapas estejam bem definidos. Essas decisões e objetivos são organizados, explicados e detalhados em documentos que representam grau decrescente de níveis de decisão: planos, programas e projetos (BAPTISTA 2007). Baptista (2007) ainda sugere que quando o documento faz referência à proposta relacionada à estrutura organizacional de uma forma geral, caracteriza-se em um plano. Quando se refere a um setor, uma área ou região caracteriza-se programa. Porém, quando se detém no detalhamento das alternativas e ações de intervenção é considerado projeto. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 13 PLANO= MAIOR ABRANGÊNCIA * MENOR DETALHAMENTO PROJETO= MENOR O ÂMBITO * MAIOR DETALHAMENTO Desta forma, o processo de planejamento é composto por plano, programa e projeto, sendo estes os meios de expressão do planejamento. A diferença entre estas subdivisões do planejamento está caracterizada pelo: - nível de decisões, bem como no delineamento do processo de execução, • Plano: Segundo Baptista (2007), o plano descreve as decisões de caráter geral do sistema. Deve ser elaborado em um formato claro e simples, e sua finalidade é nortear os demais níveis da proposta. É um produto do planejamento que se caracteriza como o elo entre o processo de planejamento e o processo de implementação do planejamento. É o documento mais geral e abrangente e nele deve conter estudos, diagnósticos que identifiquem a situação a qual se direciona a execução, os programas e projetos, os objetivos, estratégias e metas. (TEIXEIRA, 2009). Plano- apresenta as decisões gerais, as diretrizes políticas e a implementação de estratégias. Deverá responder as questões do tipo: Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 14 Plano- decisão de caráter geral; formato claro e simples; finalidade nortear demais níveis da proposta; elo entre o processo de planejamento e a implementação do planejamento; documento geral e abrangente; deve conter estudos, diagnósticos que direcionam a execução, os programas e projetos, os objetivos, as estratégias e as metas. Plano- o quê, quando, como, onde, pra quem e por quem. Tipos de Planos Um plano pode ser caracterizado em quatro tipos: a) Procedimentos: Quando um plano é relacionado com o método ou execução de trabalho. Este tipo de plano é considerado plano operacional e comumente é representado por fluxogramas. b) Orçamentos: Quando um plano está relacionado com dinheiro, envolvendo receita e despesa, por um período de tempo. Este tipo de plano pode ser estratégico, tático ou operacional, como, por exemplo, um plano orçamentário. d) Programa ou programações: São planos que possuem uma correlação entre tempo e atividade. Pode ser representado por cronograma ou agenda que detalha as atividades que serão executadas. e) Regras ou regulamentos: Quando um plano apresenta normas ou procedimentos de comportamento das pessoas em determinadas situações. Como exemplo,encontramos o plano de regulamento de pessoal ou plano de cargos e salários de uma empresa. • Programa: É considerado o aprofundamento do plano. É o documento que indica um conjunto de projetos e detalha por setor a política, as diretrizes, metas e estratégias em que os resultados permitirão alcançar o objetivo maior. Os objetivos setoriais do plano comporão os objetivos gerais do programa. E o programa, portanto, configura o quadro de referência do projeto. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 15 As características básicas que compõem e estabelecem o programa são: a) A formulação clara das funções efetivamente direcionadas aos setores ligados ao programa, deliberando as devidas responsabilidades em sua execução; b) A formulação de objetivos gerais e específicos e a explicitação de sua coesão com as políticas, diretrizes e objetivos do plano e de sua relação com os demais programas do mesmo nível; c) A definição da estratégia e a dinâmica de trabalho que serão adotados para a realização do programa; d) As atividades e os projetos que comporão o programa, incluindo a apresentação sumária de objetivos e de ações; e) Definição dos recursos humanos, físicos e materiais a serem mobilizados para sua realização; f) A apresentação das ferramentas administrativas necessárias para sua implantação e manutenção do programa. São considerados elementos básicos do programa: a) Síntese das informações sobre a situação com a programação; b) Formulação das funções destinadas aos setores; c) Formulação dos objetivos gerais e específicos; d) Estratégia e dinâmica de trabalho; e) Recursos humanos, físicos e materiais; f) Medidas administrativas para a implantação • Projeto: É considerada a menor unidade do processo de planejamento, na qual existe o detalhamento das estratégias a serem executadas. É considerada também como principal e importante etapa do processo de planejamento, pois sistematiza de forma racionalizada as decisões. O projeto é o documento que organiza o desenho prévio da operacionalização de uma unidade de ação. É o instrumental mais próximo da execução, em que se deve conter o detalhamento das atividades a ser desenvolvido, o estabelecimento de prazos, a definição dos recursos materiais, financeiros e humanos. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 16 Para elaboração de um projeto, inicialmente é necessário realizar um diagnóstico da realidade social, no qual se identifique o contexto sócio histórico, as relações sociais e organizacionais, e em seguida planejar uma intervenção. Os projetos podem variar de acordo com seus objetivos, como, por exemplo: projeto cultural, projeto social, projeto de pesquisa, projeto de trabalho ou intervenção. Segundo Baptista (2007), para a elaboração de projeto é necessário elaborar um roteiro predeterminado, onde constem as exigências próprias do órgão de execução ou de financiamento do projeto. Qualidades essenciais à elaboração do Projeto: a) O projeto deverá ser simples e possuir uma redação clara, para que a compreensão da proposta seja perceptível para todos. b) Deverá possuir objetividade e precisão nas informações. A metodologia deverá descrever o caminho escolhido, a forma que o projeto vai desenvolver. c) Deverá detalhar toda a ação prevista para o alcance dos objetivos, ou seja, deverá apresentar as atividades que serão realizadas e servir de guia para a execução, detalhando assim cada etapa da operação. d) Deverá ser coerente e compatível com as partes do projeto, bem como, com os outros níveis do programa. e) O cronograma deverá ter exatidão e apresentar o início e o fim de cada atividade. f) Como etapa fundamental, o projeto deverá ser mensurado, isto é, deverá estabelecer indicadores de avaliação que constatarão a eficácia e eficiência da proposta. Qualidade do Projeto - simplicidade, clareza, objetividade, precisão, detalhamento, previsão, coerência, compatibilidade, exatidão, início, meio e fim, indicadores de avaliação (eficácia e eficiência). Desta forma, no campo do serviço social, o planejamento é ferramenta essencial para estruturação de trabalho ou de intervenção junto a usuários. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 17 É considerado como uma das atribuições do assistente social elaborar planos, programas e projetos mediante as demandas que surjam durante o exercício profissional. Assim, o assistente social, no momento de elaborar, executar e avaliar qualquer plano, programa e projeto, deverá estruturar sua ação a partir de um processo contínuo de relação dialética e de realimentação teórico-prática. DICA DE LEITURA: BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento social: Intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras, 2007. Nesta obra o aluno vai encontrar o referencial teórico que norteia a abordagem do planejamento, bem como a descrição e análise dos procedimentos do planejamento. TEIXEIRA, Joaquina B. Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço Social: Direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. Nesta obra o estudante vai encontrar uma rica análise sobre o planejamento no processo de elaboração, execução e avaliação das políticas públicas no Brasil. PARA REFLETIR: Estudamos que o processo de planejamento é constituído por pilares hierárquicos. Pesquise na internet modelos de plano, programa e projeto e observe a diferença de cada um. 3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Como estudamos no item sobre os aspectos introdutórios, o planejamento estratégico é um procedimento de responsabilidade dos níveis mais altos da organização no que se refere à adoção e formulação de objetivos, na escolha de ações necessárias para atingir os objetivos específicos e a consolidação das metas. Ou seja, o planejamento estratégico dar-se-á quando se decide os meios através dos quais a empresa atingirá os objetivos. É a relação dos objetivos de longo prazo com as estratégias e ações para alcançar tais Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 18 objetivos, os quais refletem na empresa como todo é um dos tipos de planejamentos. Planejamento: planejar, programar, projetar, esboçar de forma intencional as ações que desejamos concretizar no futuro. É a capacidade que só o ser humano tem de projetar e planejar as atividades que vai realizar. Já aprendemos o que é o planejamento, agora precisamos entender o que é planejamento estratégico, portanto, é necessário compreendermos o que significa Estratégia. Segundo Teixeira (2009), a palavra Estratégia pode ser definida: origem grega que significa estratégia, o define como a arte militar de planejar e executar movimentos e operações de tropas, navios e/ou aviões, visando alcançar ou manter posições relativas epotenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas sobre determinados objetivos, ou seja, está vinculada à arte da guerra. Podemos acrescentar a essa definição que Estratégia é a arte de aplicar os meios disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos. A palavra estratégica significa dar sentido, valor a uma ação, ao que se planeja. Neste sentido, rompe com a visão de que o planejamento é apenas um instrumento técnico neutro utilizado pelos órgãos públicos e pelas empresas apenas para alcançar um determinado objetivo, mas que a elaboração e execução de um planejamento envolvem e refletem diversos interesses dos sujeitos envolvidos. O planejamento Estratégico é síntese de um processo que reflete não somente os diferentes interesses dos participantes, que muitas vezes são divergentes, mas o processo de disputa na condução do direcionamento, dos princípios que o planejamento deve conter que se materializam em um documento escrito que contém princípios, objetivos, metas, mas principalmente concepção política e a finalidade deste planejar, ou seja, o que se pretende alcançar. Segundo Fritsch (1996), na atualidade o planejamento estratégico se traduz como o conjunto de regras de tomada de decisão para a orientação do comportamento de uma organização, visando atingir os objetivos com eficiência, eficácia e efetividade. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 19 É uma técnica administrativa que por meio da análise do ambiente da organização permite identificar seus pontos fracos e fortes e criar uma estratégia/direção para que a organização possa aperfeiçoar seus recursos e potencialidades para atingir sua missão. Alguns autores afirmam que o planejamento estratégico é um instrumento utilizado por uma Administração Estratégica que passou a ser utilizado no final dos anos de 1960. A Administração Estratégica é um tipo de gerenciamento de uma instituição/organização que visa definir estratégicas políticas para a operacionalização do planejamento sendo que o objetivo deste é provocar mudanças. Um dos componentes essenciais para operacionalização do planejamento estratégico é a participação, já que o propósito deste é provocar mudança no ambiente organizacional. Portanto, para atingir esse objetivo é necessário que todos que fazem parte da organização participem e sintam-se sujeitos do processo de mudança. O planejamento é formalizado num documento escrito, o plano, que apresenta os objetivos da Administração Estratégica que é realizado por técnicos com a participação e comprometimento daqueles que compõem o ambiente organizacional. Portanto, o plano significa um documento que reflete um processo, expressa um objetivo, o desejo de mudança, mas este não é suficiente para garanti-lo, só se torna possível com a participação e o envolvimento de todos que compõem o ambiente em que o plano será operacionalizado, seja uma empresa, um órgão público, Organização não governamental, um movimento social, um partido político, etc. Segundo Fritsch (1996), podemos apontar algumas características do planejamento estratégico que são assinaladas como as principais: a) É um método que orienta e preside as principais decisões de uma organização; Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 20 b) É um meio de estabelecer o propósito da organização em termos de missão, objetivos, programas de ação e prioridades de alocação de recursos; c) É um instrumento para definição dos domínios de atuação da organização; d) É uma resposta para otimização de oportunidades e forças; minimizar e eliminar ameaças e fraquezas, com a finalidade de alcançar um desempenho competitivo; e) É um critério para diferenciar as tarefas gerenciais dos vários níveis hierárquicos da organização. (FRITSCH, 1996, p. 134). Planejamento estratégico- método que orienta e preside as decisões; propósito da organização (missão, objetivos, programas de ação, prioridades de recursos); domínios da atuação; aperfeiçoar oportunidades e forças; minimizar e eliminar ameaças e fraquezas; alcançar desempenho competitivo; visa à participação de todos os sujeitos envolvidos na tomada de decisão. Podemos afirmar que o planejamento estratégico introduz um novo tipo de pensar e conceber o planejamento por trazer transformações significativas na arte de planejar, a exemplo da desburocratização, desconcentração, e a descentralização de poder. Essa partilha de poder na elaboração do planejamento só é possível porque o planejamento estratégico visa à participação de todos os sujeitos envolvidos na tomada de decisão. O planejamento estratégico constitui-se como uma ferramenta utilizada na contemporaneidade pelas empresas capitalistas, visto que estas se orientam por um modelo de produção e gerenciamento flexível, significa a adoção de uma gestão gerencial horizontal, ou seja, as decisões são construídas com a participação dos trabalhadores, consumidores, parceiros, enfim, todos que estão relacionados com a empresa, outra característica deste tipo de gestão é a utilização do trabalhador polivalente, sendo que este deve entender e desenvolver várias funções. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 21 4. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO PÚBLICA A introdução do planejamento estratégico na gestão pública significa um avanço no sentido da desburocratização dos serviços, rompimento da visão de que as ações/serviços ofertados pelo Estado são neutras, além de contar com a participação dos usuários na tomada de decisão. O planejamento estratégico só é possível numa gestão pública que se orienta pelo princípio democrático, no nosso país isso é possível porque a Constituição Federal institui as diretrizes da construção de um Estado democrático e de direito. O Estado, portanto, caracteriza-se como uma arena de conflito de interesses das classes sociais, e a elaboração e operacionalização do planejamento estratégico vai refletir essa disputa de interesses. As classes sociais vão disputar qual tipo de estratégia o Estado deve adotar a defesa da democratização e da universalização dos direitos sociais, como defende a classe trabalhadora, ou a minimização dos direitos sociais como defende a classe burguesa. O planejamento estratégico é materializado no Estado Brasileiro a partir da institucionalização da participação e controle social da população sobre o Estado, criando mecanismos de participação que busca ultrapassar a mera democracia representativa, combinando mecanismos da democracia representativa com a democracia participativa direta, a exemplo dos Fóruns (Criança/adolescente, da Assistência social), conferências, dos diversos conselhos gestores e direitos, Grupos de trabalhos, etc. São nestes espaços de participação direta e indireta, espaços colegiados (participação do poder governamental e da sociedade civil) que são construídos os objetivos, as diretrizes, metas, definidos recursos para elaboração/execução das políticas públicas que são materializadas na oferta dos serviços públicos, como educação, saúde, lazer,cultura, habitação, etc. Como definimos anteriormente as palavras planejamento e estratégia, podemos perceber que a definição de estratégia é muito apropriada quando nos referimos Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 22 à utilização do planejamento estratégico na gestão do Estado, visto que este materializa todo processo de mobilização, disputa, negociação entre classes sociais dos seus interesses, muitas vezes divergentes, que são intermediados pelo Estado. Neste podemos identificar algumas características da operacionalização do planejamento estratégico na gestão pública: a) Identificação do terreno ou cenário em que se desenvolverá a ação e tendências; b) Identificação de aliados, oponentes, interessados, neutros e, em alguns casos, até inimigos, mapeando a natureza e consistências de seus vínculos; c) Identificação do perfil das forças em confronto, seus recursos, suas técnicas, suas alianças (em magnitude e qualidade), sua capacidade operacional; d) Identificação do tempo disponível (luta). (TEIXEIRA, 2009, p. 560). 5. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO O planejamento participativo é um dos tipos de planejamento e está diretamente ligado ao planejamento estratégico. Este tipo de planejamento é o mais recomendado ao Assistente Social, já que o Serviço Social defende a descentralização e desconcentração de poder e a participação e o controle social das classes trabalhadoras na elaboração, execução e avaliação das políticas sociais. É necessário para compreendermos o que é o planejamento participativo definir o que é participação e os tipos de participação utilizados pelo Estado Brasileiro. Bordenave (1994) compreende participação como uma necessidade humana básica, assim como os homens necessitam comer, dormir e trabalhar. Especificando a origem da palavra participação... Participar é fazer parte de algum grupo ou associação, ou tomar parte numa determinada atividade, ou ainda, ter parte num negócio. Mas, Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 23 ressalta que há diferença entre essas expressões, pois cada uma determina uma forma diferente de participar. Existem duas formas de participação do homem na sociedade, a micro participação e a macro participação Micro participação, quando o homem participa de grupos primários como família, grupo de amizade ou de vizinhança; Macro participação, quando o homem participa de grupos secundários, como as associações profissionais, sindicatos, empresas e ainda de grupos terciários, como os partidos políticos e movimentos de classe (BORDENAVE, 1994, p. 23). Segundo o autor, a micro participação é uma associação voluntária e visa benefícios pessoais e imediatos. Já a macro participação consiste na intervenção das pessoas nos processos dinâmicos que constituem ou modificam a sociedade. No Brasil, a participação e o controle social das classes trabalhadoras no processo de construção, implantação e avaliação das políticas públicas só foram institucionalizados no país, com a aprovação da Constituição de 1988, e pode ser caracterizada como uma das grandes conquistas dessas classes no processo de intervenção e controle sobre o Estado. As formas de participação das classes trabalhadoras na esfera estatal foram estabelecidas pelo próprio Estado, por meio do desenvolvimento de políticas públicas de integração, como nos mostra Ammann (2003). A autora, ao fazer uma análise sobre a política de desenvolvimento de comunidade, afirma que este foi um tipo de planejamento participativo elaborado pelo Estado para obter adesão das classes subalternas aos seus projetos. O desenvolvimento de Comunidade surge no país nos anos de 1940, sob a orientação da política internacional do pós-guerra e sob a égide da estratégia oficial de integração do local e do regional na política nacional de desenvolvimento, modernização e industrialização, e se afirma como instrumento capaz de favorecer o consentimento espontâneo das classes trabalhadoras subalternas às estratégias definidas pelo Estado. (AMMANN, 2003, p. 193). A política de desenvolvimento de comunidade proclama a participação popular como elemento necessário ao processo de desenvolvimento nacional. Essa forma de participação estabelecida pelo Estado brasileiro permite-nos apreender a estratégia utilizada pelas classes dominantes que conduziam o Estado; estas visavam conseguir a legitimação das classes trabalhadoras por Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 24 meio do discurso e de práticas de integração e desenvolvimento nacional, que servia para desmobilizar e controlar as classes subalternas. As principais correntes de pensamentos sobre participação que o Estado referenciava-se para estabelecer o processo de participação e controle social no país foram: a) A participação é concebida com base na micro visão social localista, desconectada dos processos decisivos e decisórios da sociedade global; b) Uma segunda postura é a de caráter reformista, aloca a participação nas instâncias macrossocietárias, de modo a provocar reformas em bases nacionais – porém ainda omite e disfarça as relações de dominação que regem as classes, fundamenta-se numa visão unitária e harmônica do todo societário; c) Participação como instrumento de integração, esta é outra corrente que condiciona o desenvolvimento nacional à articulação de todas as instâncias do planejamento e de todas as organizações e grupos sociais que, partilhando de valores e objetivos genéricos comuns, assumem funções próprias e obrigações recíprocas dentro do seu papel e nível. (AMMANN, 2003, pp. 194-195). Esta última concepção de participação foi a que fundamentou a utilização do planejamento participativo no Brasil. O planejamento participativo do Estado foi executado por técnicos/funcionários do próprio Estado que realizava reuniões nas comunidades, estes técnicos já levavam para a comunidade o diagnóstico e as prováveis soluções dos problemas prontos, ou seja, a participação da comunidade era bem limitada. Este tipo de participação originava a impressão na população de que tinha o poder de participar e interferir nos rumos da nação, no entanto sua participação era manipulada pelo Estado para legitimar o projeto do grupo que o dirigia. Vale ressaltar que existiriam outras tendências que se contrapõem ao conceito de participação estabelecido pelo Estado. Estas tendências, baseadas na visão heterodoxa, colocaram a participação como um processo que se opera no contexto histórico da realidade social e global. Entre os seguidores desta corrente, destacam-se: Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 25 a) “Prática social concreta, que detecta através dos atos cotidianos dos indivíduos e dos grupos sociais.” (LIMA apud AMMANN, 2003, p. 195). b) “Processo mediante o qual as diversascamadas sociais tomam parte na produção, na gestão e no usufruto dos bens e serviços de uma determinada sociedade”. (AMMANN, 2003, p. 195). Podemos complementar essas concepções com a visão de participação democrático-radical utilizada por Gohn (2007), em que se constituem sujeitos sociais os quais lutam por cidadania, por melhoria da sua condição de vida, para ter acesso às políticas públicas. É este tipo de participação que as classes trabalhadoras tentam implementar através das instâncias de controle democrático do Estado, como conselhos, conferências, fóruns, etc. Podemos citar como exemplo de planejamento participativo, as conferências e os Conselhos gestores e de direitos, utilizado pelo Estado na atualidade no processo de construção, implementação e avaliação das políticas/programas sociais e que o assistente social participa diretamente tanto na condição de profissional como de cidadão. A conferência é um espaço de participação direta, em que todos os cidadãos podem participar. Neste espaço são produzidos os objetivos, diretrizes e metas da política pública que se materializam no plano de ação, a exemplo do Plano Nacional de Juventude. O Plano Nacional de Juventude é um planejamento da Política Nacional de Juventude que contou com a participação de várias organizações juvenis, e diversos segmentos da população, no qual existem metas que devem ser alcançadas no prazo de dez anos. As diretrizes e metas do Plano materializam-se na elaboração de programas e projetos sociais, a exemplo do PROJOVEM (Programa Nacional de Inclusão de Jovens), as proposições destes, assim como o acompanhamento e avaliação é realizada pelo Conselho Nacional de Juventude. O Conselho é uma forma de participação representativa, o que significa dizer que são as entidades que representam a classe trabalhadora que participa do conselho, este é um órgão colegiado e paritário, ou seja, é composto tanto por representante do Governo como da sociedade civil. A sua função é propor, deliberar, fiscalizar e avaliar as políticas, programas e projetos sociais, a Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 26 exemplo da proposição e aprovação do plano anual da política municipal de juventude, aprovação da implantação dos coletivos do PROJOVEM. Portanto, podemos caracterizar a conferência e o conselho como espaço de planejamento participativo das políticas, programas e projetos sociais. Além, desses tipos de planejamentos da política pública existem outros que participamos enquanto profissionais como o planejamento participativo das instituições que fazem parte do chamado “Terceiro Setor” que pode propor no seu planejamento a participação dos funcionários, colaboradores e os usuários que são atendidos pela instituição. Outro exemplo são as empresas (estatais e privadas) que têm utilizado o planejamento participativo como uma ferramenta para aumentar a produtividade do trabalhador, criando programa em que o trabalhador pode participar apontando os problemas e propondo sugestões de resoluções destes, o trabalhador se sente importante ao ver suas sugestões incorporadas nas decisões da diretoria, Além disso, estabelece métodos em que os consumidores possam participar da produção dos serviços, a exemplo do disque sugestões, pesquisa de avaliação, etc. A técnica do planejamento participativo está presente no nosso cotidiano como profissional, estudante, cidadão. O que precisamos é refletir sobre a natureza desta participação, se é uma participação orgânica e qualificada. Participação orgânica é quando essa participação é assegurada pelos dispositivos legais, a exemplo da Constituição Federal de 1988 que prevê a participação e o controle social da população sobre o Estado, e a elaboração de leis complementares como a Lei Orgânica da Assistência Social que prevê a instituição do conselho e da conferência como mecanismos disponíveis ao usuário para intervir nos rumos da Política Nacional de Assistência Social. Participação qualificada é quando o cidadão tiver acesso às informações, códigos, legislações para que possa de fato ter uma intervenção qualificada propositiva que proporcione mudanças. Outra questão que devemos discutir é a qualidade da participação representativa, a exemplo dos conselhos e dos representantes políticos (prefeitos, vereadores, deputados, senadores, Governador Estadual e Federal) se nestes espaços os interesses do conjunto da classe trabalhadora estão Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 27 representados. Para garantir uma relação direta entre representantes e representados nestes espaços é necessária a construção de canais de participação direta com a base, a exemplo da criação de fóruns, plenárias, seminários e reuniões, etc. O Serviço Social enquanto profissão participa diretamente destes instrumentos de participação estabelecidos pelo Estado, que caracterizamos como momentos do planejamento participativo, a exemplo dos conselhos, das conferências, fóruns, etc. assessorando os órgãos públicos no processo de construção/organização destes espaços contribuindo para a democratização da relação Estado e sociedade civil visando contribuir para o fortalecimento do controle das classes trabalhadoras sobre o Estado. LEITURA COMPLEMENTAR: AMMANN, Safira Bezerra. Ideologia do desenvolvimento de comunidade no Brasil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003 Nesta obra o estudante vai encontrar uma análise sobre a política pública, desenvolvimento de comunidade elaborada e executada pelo Estado como um instrumento de participação das classes trabalhadoras no desenvolvimento econômico nacional. BORDENAVE, Juan Diaz. O que é participação social. São Paulo: Cortez, 1994. Nesta obra o estudante vai encontrar a definição do que é participação, os tipos e formas de participação. DICA DE LEITURA Para aprofundamento: BORDENAVE, Juan Diaz. O que é participação Social. São Paulo, Cortez, 1994. GOHN, Maria da Glória. Conselhos Gestores: Participação sociopolítica. São Paulo, Cortez, 2007. E, CAVALCANTE, Itanamara Guedes. Juventude em Pauta: o processo de construção da política pública de juventude em Sergipe. Dissertação de mestrado. UFPE. 2010. PARA REFLETIR: Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 28 Realize uma pesquisa sobre as principais estratégias utilizadas pelo Estado, as organizações do terceiro setor e as empresas para introduzir o planejamento participativo. 6. SERVIÇO SOCIAL E A INTERVENÇÃO NA ÁREA SOCIAL O serviço social é uma profissão com características de intervenção da realidade social. Para isso, há necessidade de uma habilitação crítico analítica, que proporcione a estruturação de seus objetivos de ação. Devem-se considerar as competências teórico-metodológicas, técnico- administrativas e ético-políticas as quais possibilitam ao assistente social formas de pensar e agir suas funções profissionais. O planejamento, portanto, deve ser considerado como uma ferramenta fundamental à prática do assistente social, por possibilitar a identificação, ao longo do tempo, dasações necessárias para o enfrentamento de desafios das problemáticas sociais. Assim, o planejamento é uma ferramenta de investigação no serviço social com a finalidade de promover mudanças concretas da realidade. Para o assistente social, o processo de planejamento passa a ser um procedimento essencial para a compreensão das diversas realidades e expressões da questão social, pois este deverá imprimir em sua intervenção profissional um caminho, uma direção. Para isso, é imprescindível conhecer e problematizar o objeto de sua atuação. A ação planejada define um caminho, horizonte direcionado pelo desbravamento de ações permeadas de intenções, porém, plenas de sentido. (FRAGA, 2010). Como ainda bem define Fraga (2010), enquanto a atitude investigativa é um movimento constante de busca, questionamentos, debruçamentos, planejamento para atuar na profissão, a ação profissional é consequência e, ao mesmo tempo, subsídio para essa investigação. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 29 7. O SERVIÇO SOCIAL E O PLANEJAMENTO O Serviço Social é uma das profissões que utiliza a técnica de planejar, pois está previsto no Código de Ética de 1993 e na Lei que regulamenta a profissão do Serviço Social o manuseio desta técnica nas realizações das suas atividades profissionais. O planejamento estratégico pode ser um instrumento utilizado pelo Serviço Social para implementar o seu projeto ético – político, ou seja, o planejamento é uma técnica e sua utilização depende do referencial teórico da finalidade/direção que se pretende dar a esse instrumento, ou seja, qual objetivo pretende-se atingir com sua utilização. As competências do Serviço Social: política, ética, investigação e intervenção. Autores contemporâneos da profissão chamaram de “maturidade acadêmica e profissional do Serviço Social” (Netto, 1996), que procurou definir novos requisitos para o status da competência profissional. Iamamoto (2004), após realizar uma análise dos desafios colocados para o Serviço Social nos dias atuais, apontou 03 dimensões que devem ser do domínio do Assistente Social: • Competência ético-política – o Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93)5 , e que assumem claramente uma postura profissional de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade; Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 30 • Competência teórico-metodológica – o profissional deve ser qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais; • Competência técnico-operativa – o profissional deve conhecer, se apropriar e criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas, Organizações Não-governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualificada no mercado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica da realidade social. Essas três dimensões de competências nunca podem ser desenvolvidas separadamente – caso contrário, cairemos nas armadilhas da fragmentação e da despolitização, tão presentes no passado histórico do Serviço Social (Carvalho & Iamamoto, 2005). Articular essas três dimensões coloca-se como desafio para os profissionais de Serviço Social. A necessidade da articulação entre teoria e prática, investigação e intervenção, pesquisa e ação, ciência e técnica não devem ser encaradas como dimensões separadas. 8. ELABORANDO PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS. A elaboração de planos, programas e projetos é uma das competências que o Assistente Social está habilitado a realizar, assim como prevê a Lei de Regulamentação da Profissão n° 8.862, de 7 de junho de 1993. De acordo com os art. 4º e art. 5° Art. 4° Constituem competências do Assistente Social: Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 31 II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social: I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social. Os dois artigos são bem diferentes, observe que no Art. 5º as atribuições privativas do Assistente Social se colocam na área de Serviço Social. Portanto, a elaboração de planos, programas e projetos são instrumentos de trabalho do Assistente Social que são utilizados nos mais diversos espaços sócio ocupacionais, como nas várias políticas sociais, empresas públicas e privadas, nas Organizações não Governamentais, nos movimentos sociais etc. Antes de descrever os elementos que compõem um plano, programa e projeto, vamos recordar brevemente alguns conceitos, já expostos no item anterior. a) Plano: é um documento de registro das decisões, dos objetivos e diretrizes que devem ser atingidos em longo, médio e curto prazo, um documento de orientação. b) Programa: é a materialização dos objetivos do plano, através das proposições de ações que têm um tempo definido para ser realizadas. c) Projetos: Pode ser denominada como a menor unidade do planejamento, e dentro de um programa pode estar contidos vários projetos, pois este deve ser executado em curto prazo e visa dar resposta a um determinado problema. Vale ressaltar que plano, programa e projeto são partes integrantes do planejamento realizado por alguma instituição, órgão ou setor público e privado. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 32 Para facilitar a compreensão de como se realiza o processo de elaboração de plano, programa e projeto e de sua inter-relação como exposto acima, podemos utilizar para exemplificar todo esse processo a Política Nacional para Mulheres desenvolvida pelo Presidente Lula duranteas suas gestões (2003-2006 e 2007-2010). O Plano Nacional de Políticas Públicas para Mulheres foi elaborado e aprovado na I conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres e revalidado na II Conferência, nele contém os objetivos, diretrizes e metas da Política. Os objetivos do Plano foram estruturados em quatro eixos de atuação: 1. Autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania, 2. Educação inclusiva e não sexista, 3. Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos, 4. Enfrentamento à violência contra as mulheres. Vamos utilizar o primeiro eixo dos objetivos para exemplificar como se realiza a elaboração de um programa. A fim de atingir tal objetivo o Governo ampliou a atuação do PRONAF, criando mais uma linha de crédito para as mulheres, o Programa PRONAF-MULHER, com o intuito de promover a igualdade de gênero do mercado de trabalho e promove a autonomia econômica e política das mulheres. No entanto, para as mulheres acessarem o programa é necessária a elaboração de um projeto por parte das mulheres. Estas mulheres podem ou não fazerem parte de uma organização como MST, STTR30, associações e cooperativas de produtores. No projeto precisa conter a justificativa, ou seja, apresentação do problema, das ações que serão realizadas com o dinheiro do crédito. Esse é o procedimento adotado pelo Estado para poder efetivar um direito social, através da realização da política pública. Agora que já compreendemos o que é um plano, programa e projeto e sua relação, vamos estudar quais são os elementos que compõem um projeto. MST Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 33 (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. STTR Sindicato dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais. Precisamos sempre partir do pressuposto que na construção de um plano, programa e projeto é necessária à participação de todos que serão atingidos pela execução destes. O Primeiro passo é convocar uma reunião com todos aqueles interessados e com o que será público alvo do projeto. Nesta reunião será discutido o porquê da necessidade de elaborar o projeto, os objetivos e as ações. O projeto tem que representar o interesse do coletivo. Os elementos que devem conter num projeto: a) Identificação do projeto Deve conter o Título do Projeto, o local e a data (início e o término do projeto). b) Identificação do proponente/executor Nome, endereço completo, forma jurídica da Instituição (no caso de uma associação o CNPJ). Além dessas informações deve ter também os dados do responsável pelo projeto, o coordenador, nome, endereço, CPF e RG. Se o projeto for realizado em parceria com outros órgãos colocar também, mas especificando quem é o responsável pelo projeto. c) Histórico de experiência da instituição proponente/executora. Alguns órgãos solicitarão o histórico da instituição, neste caso devem-se colocar as informações referentes a outros projetos já desenvolvidos pela instituição, descrevendo as atividades, público alvo, parceiros, resultados e o órgão que financiou. d) Caracterização do problema e justificativa Neste Item deve conter a apresentação do problema, ou seja, o porquê da necessidade do projeto e sua importância para as pessoas que serão beneficiadas, os benefícios econômicos, sociais, políticos, culturais e ambientais que o projeto proporcionará. e) Objetivo geral O objetivo é a apresentação da situação e o que se deseja alcançar com o projeto. f) Objetivos específicos Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 34 Os objetivos específicos são os resultados esperados. Devem ser executados no desenvolvimento do projeto, através das metas e das atividades. g) Metas As metas estão diretamente relacionadas com os objetivos específicos, as metas pretendem especificar como se deve fazer para atingi-los. As metas são resultados parciais dos objetivos, por isso cada objetivo específico deve conter mais de uma meta. As metas são expressões de quantidade e qualidade e precisam estar bem definidas para poder definir com precisão os indicadores que serão utilizados para avaliar se os resultados foram alcançados. h) Atividades As atividades estão diretamente relacionadas com os objetivos específicos e com as metas, por isso, as ações precisam ser bem detalhadas, enumeradas em ordem cronológica. i) Público alvo. São as pessoas que serão beneficiadas com o projeto. j) Plano de trabalho/Metodologia Esse item é de suma importância para avaliação/aprovação do projeto pela agência financiadora. Na elaboração da metodologia deve conter de forma detalhada o objetivo (finalidade do projeto), quem são os parceiros e de que forma o projeto será executado. k) Cronograma O projeto tem início, meio e fim, tem um período para ser executado, portanto, o cronograma vai definir quando cada ação será desenvolvida. l) Resultados É um impacto que o projeto causou na vida das pessoas e na comunidade onde foi executado. É analisar se os objetivos específicos e gerais foram alcançados. É importante frisar a necessidade de publicitar os resultados nos mais diversos meios de comunicação. m) Monitoramento/avaliação É de suma importância para o desenvolvimento do projeto, pois a população beneficiada, assim como os parceiros e demais agentes envolvidos no projeto podem avaliar permanentemente a execução das atividades proporcionando com isso não apenas o controle social, mas o aperfeiçoamento do projeto durante a sua execução, propondo soluções para problemas que vão surgindo. n) Orçamento É um cronograma financeiro do projeto detalhando quando e quanto cada ação vai gastar. É importante detalhar ao máximo a planilha de gastos. o) Resumo É a apresentação sucinta do projeto, deve conter os objetivos a duração e o custo, e a justificativa do projeto. É a síntese do projeto. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 35 o) Anexos É o espaço para colocar informações que não se enquadram nos item anteriores, assim como anexar documentos solicitados. DICA DE LEITURA: BAFFI, Maria Adélia Teixeira. O planejamento em educação: revisando conceitos para mudar concepções e práticas. In: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco. Petrópolis, 2002. Disponível em: <www.pedagogiaemfoco.pro.br>. Acessado em: novembro de 2010. CAVALCANTE, Itanamara Guedes. OLIVEIRA, Ilma Cristina Silva. Administração e Planejamento em Serviço Social. Aracaju: UNIT, 2011. http://pt.slideshare.net/edgarmartins2014/adm-e-planejamento-em-servio- social SOUSA, Charles Toniolo. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. Emancipação, Ponta Grossa, 8(1): 119-132, 2008. Disponível em http: uepg.br/emancipação TENÓRIO, Fernando Guilherme. Elaboração de projetos comunitários: abordagem prática. São Paulo: Loyola, 2005. PARA REFLETIR Neste Item podemos aprender a importância do plano, programa e projeto como instrumento na atuação do Serviço Social, assim como identificar um plano, programa, projeto e como se elaborar um projeto. PlanejamentoSocial: intencionalidade e instrumentação Autora: Myrian Veras Baptista Planejamento é um instrumento que dá vida a prática, é ao mesmo tempo um processo e um instrumento. Como processo é a ação planejada, como instrumento se transforma num documento que norteia as ações. • Este processo tem uma característica fundamental: é técnico, administrativo e político. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 36 • É um processo político porque se envolve a tomada de decisão e decide quem tem o poder decisório. Planejamento, como um processo integrado e cíclico, desenvolve-se distinguindo fases bem definidas, como: • Análise da situação que, a partir da escala de valores em presença, revelará as necessidades dos indivíduos e grupos. • A identificação de estratégias ou orientações de políticas e das linhas de ação necessárias para atingir os objetivos. • O confronto das linhas de ação com os meios disponíveis, os seus custos e vantagens e as opções ou escolhas necessárias. Planejamento estratégico procura ver este processo sob um novo paradigma, que é caracterizada por uma nova forma de pensar, nova racionalidade, uma nova forma de agir; tem como enfoque central as relações de poder (o aspecto político). Implica: • nova forma de pensar: do pensamento funcional passa para o pensamento dialético. • nova racionalidade: de normativa / estratégica e racional objetiva X substancial, passa para reiterativa / criadora. Novas formas de agir: 1 - Nos propósitos: do crescimento, da mudança e da legitimação. 2 - Nas respostas: de imediativa passa para reiterativa e para criadora. 3 - Nas relações de poder: descentralização; desburocratização; flexibilidade; relação entre sujeitos e (deserarquização). O planejamento como processo que institucionaliza a tomada de decisão, envolve alguns passos (itens): 1- Refletir: (reconstruir o objetivo) tendo como ponto de partida: a demanda institucional, as dimensões do objeto (singularidade), o espaço de alcance da ação profissional / a sede / a sociedade. 2- Conhecer: descrever / interpretar / explicar / compreender o objeto (o estudo da situação e as circunstâncias). 3- Decidir: estabelecer prioridades / objetivos / metas. 4- Projetar: sistematizar e redigir o plano / programa / projeto. 5- Executar: implementar / organizar / agir. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 37 6- Controlar: relatório de resultados. 7- Analisar: relatório de avaliação Na fase do conhecimento (conhecer) são necessários os conhecimentos teóricos, pois os conceitos definem como se vai trabalhar e dão sustentação para as explicações que a teoria oferece para as diferentes situações da prática. Operacionalização de conceitos procura estabelecer uma relação entre os componentes da situação não diretamente observáveis com elementos passíveis de observação direta. Consiste na identificação de um conjunto de elementos que representam esses componentes e de indicadores que permitam sua observação empírica, a coleta e o registro de dados, buscando sua utilização no planejamento. Operacionalizar conceitos significa compatibilizá-los a um marco de referência, tendo em vista sua posterior utilização prática, propiciando; • Um marco de referência para a ação; • A coleta e o registro de dados empíricos; • Maior precisão à descrição e às interpretações de dados; • Maior facilidade de comunicação entre especialistas, entre a equipe planejadora e a população e entre estas e a instituição, possibilitando a interpretação dos conceitos expressos sem ambiguidades. • A construção de um sistema de indicadores se faz pela decomposição dos elementos identificados como relevantes para o conceito em aspectos observáveis empiricamente, quantificáveis e escalonáveis quanto à sua força relativa no contexto da questão. A pesquisa empírica desses indicadores permite a mensuração de dados concretos de realidade, isto é, o alcance dos índices dos indicadores, que informa em que proporção aquele indicador incide na realidade observada. Para análise desses dados há que confrontá-los com parâmetros: padrões indicativos das possibilidades de variação de proporcionalidade intrínsecas a cada aspecto estudado e de seus significados. Esses parâmetros são obtidos através da acumulação e da universalização de informações sobre o comportamento dos indicadores em diferentes espaços geográficos e conjunturas históricas. Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 38 Parâmetro: é uma referência teórica para os indicadores, é um processo histórico. Você está aquém, além ou dentro dos parâmetros (nível aceitável); se você está no limite, está em situação de necessidade. Se você está abaixo do esperado está em situação de crise. Avaliação de eficiência: faz-se a partir dos dados de controle, ver se o problema estava no projeto ou na execução e detectar o porquê ocorreu mudanças e suas causas. Avaliação do funcionamento da máquina (pessoal, equipamento, etc.) e a capacidade da equipe de se adaptar a realidade. Avaliação de Eficácia (alcance do objetivo) se não foi eficaz – houve um defeito de projeto, necessariamente precisa de pesquisa para verificar, após um período de tempo, como se encontram as pessoas que participaram do projeto. Avaliação de Efetividade: colocar em choque a alternativa, ou seja, não opera mudança na problemática geral, ex.: a política pública atende 20.000 crianças em creches, quando a demanda é de 2.000.000. EXEMPLOS: INTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO MODELO BRASILEIRO • PLANO PLURIANUAL, instrumento de ordenação das ações governamentais a serem implementadas a médio prazo (4 anos), elaborado no 1º ano do mandato atual e abrangendo até o 1º ano do mandato seguinte. • LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS, instrumento disciplinador da elaboração do Orçamento Público, de modo a adequá-lo às prioridades, necessidades e limitações da administração pública. • LEI DE MEIOS, ou LEI ORÇAMENTÁRIA, ou ORÇAMENTO ANUAL, que compreende a previsão e a autorização para a arrecadação das receitas e realização das despesas públicas. • PLANOS: Conjunto de ações e decisões de ordem política, social e econômica que têm por objetivo direcionar os esforços da administração pública para a satisfação do bem comum, contemplando determinadas áreas (funções) da ação governamental; Serviço Social para o INSS Aula Demonstrativa Proposta de intervenção na área social: planejamento, planos, programas, projetos e atividades de trabalho. Profa. Conceição de Fátima Costa www.pontodosconcursos.com.br | Professora Conceição de Fátima Costa 39 • é um conjunto de atividades devidamente descritas, especificadas, quantificadas em termos físico-financeiros e ordenados em PROGRAMAS. Um Plano é formado por esses “subconjuntos” de ações previstas para causar uma mudança de ações previstas para causar uma mudança externa (e definitiva) no quadro que pretende modificar. • PROGRAMAS: conjuntos de atividades específicas, orientadas para a solução
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