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UNIVESP Patricia da Silva Gomes Pratalli Políticas Educacionais e Estrutura e Organização da Educação Básica Atividade Avaliativa Semana 3 HORTOLÂNDIA 2018 UNIVESP Patricia da Silva Gomes Pratalli Políticas Educacionais e Estrutura e Organização da Educação Básica Atividade Avaliativa Semana 3 Cu rso d e G rad uação e m Pedagogia UNESP/UNIVESP Orientador da Disciplina: Prof. Caio Augusto Carvalho Alves Aluna: Patrícia da S. Gomes Pratalli Polo: Hortolândia Ano: 2018 M o d u l o : S e m a n a 3 Disciplina: Políticas Educacionais e Estrutura e Organização da Educação Básica HORTOLÂNDIA 2018 UNIVESP Atividade para avaliação - Semana 3 Assista ao vídeo-base para responder à questão: A sociedade civil e os desafios de acesso à justiça para a garantia do direito à educação (Links para um site externo)Links para um site externo Após assistir ao vídeo e estudar os materiais da semana, responda: por que algumas políticas educacionais são pouco efetivas? Construa um texto que relacione os seguintes conceitos/ideias: • Política participativa, de Pedro Demo (2011); • Especialização educacional do poder judiciário, de Salomão Ximenes (2011). Por que algumas políticas educacionais são pouco efetivas? Estamos sempre ouvindo– frases como “as escolas precisam de mais dinheiro”, “a tecnologia é imprescindível para a melhoria dos índices educacionais” e “a família deve estar dentro da escola”. O que pouco se fala é que essas medidas, em sua maioria, nunca foram comprovadamente responsáveis por garantir a aprendizagem dos alunos. É o que aponta um relatório* lançado recentemente pelo pesquisador John Hattie, especialista do grupo educacional Pearson. Segundo o documento, chamado What Doesn’t Work in Education: The Politics of Distraction (O que não funciona em educação: as políticas de distração, em tradução livre), boa parte das políticas educacionais não impactam na aprendizagem, mesmo quando custam bilhões. O que Hattie chama de distrações são ações que tiram o foco do aluno, distanciando a escola de seu objetivo central que é ensinar conhecimentos mínimos para que as crianças possam se desenvolver ao longo da vida. Segundo o pesquisador, isso acontece não por má fé dos gestores ou porque essas políticas estão erradas, mas porque mesmo quando são boas, essas medidas tendem a surgir como fórmulas mágicas que tiram o foco de outros aspectos mais críticos e comprovadamente eficazes. Abaixo selecionamos cinco medidas apontadas no relatório como ineficazes – e que são amplamente difundidas no Brasil. Confira: 1.Reduzir o número de alunos por sala Essa medida é particularmente bem recebida pelos pais, que pensam que seus filhos receberão atenção mais individualizada com as classes menores, porém, se não há mudança na maneira de ensinar dos professores, isso deixa de fazer uma diferença significativa. Contudo sabemos que, com salas superlotadas, as dificuldades são bem maiores, podemos verificar no artigo UNIVESP onde o Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a constitucionalidade da lei catarinense que limita o número de estudantes por sala de aula a 15 na educação infantil, 30 no ensino fundamental e 40 no ensino médio. Trata-se de uma notícia de extrema relevância não apenas para o estado de Santa Catarina, mas também para todo o Brasil, uma vez que abre caminho para que a medida, importante tanto para assegurar a qualidade da educação quanto para garantir condições dignas de trabalho aos professores, possa ser estendida ao restante do país. Além disso, a decisão do STF representa uma derrota dos interesses do patronato, autor da ação de inconstitucionalidade julgada na quarta-feira, preocupado apenas com os próprios lucros propiciados por salas de aula lotadas e corpo docente reduzido. 2. Reformar escolas Políticos adoram construir novas escolas, principalmente se elas forem amplas, largas, cheias de vidros e com poucas paredes. Entretanto, segundo Hattie, para que fosse realmente efetiva, mudanças na infraestrutura deveria contar com um manual dedicado a ensinar os professores a dar aulas em espaços abertos e como não perder a atenção dos alunos com distrações externas. No vídeo 1 que relata o que acontecia em uma escola CEU, que era marcada pela violência. Não houve apenas uma reforma física onde se derrubaram muros e paredes, mas foram construídos comportamentos, socialização e interação da comunidade com gestores, professores e alunos. 3. Rotular estudantes com dificuldades de aprendizagem No Brasil, assim como no resto do mundo, tem aumentando a cada ano o número de crianças que chegam ao primeiro ano do ensino fundamental com diagnóstico de transtornos de aprendizagem. Entretanto, segundo Hattie, mesmo que os métodos de diagnóstico tenham avançado, facilitando a verificação desses problemas, os transtornos têm aparecido muitas vezes como justificativa para as dificuldades de pais e professores em ensinar corretamente essas crianças. Não quer dizer que o problema não exista – pelo contrário. Mas o que se nota são relatos de um número crescente de crianças tomando mais medicamentos, induzindo ao falso entendimento de que alunos mais calmos serão melhores aprendizes. Considerando a meta 4 do PNE (universalizar para população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.) a escola tem que buscar o desenvolvimento do aluno e propiciar sua integração na sociedade. 4. Ampliar o tempo das crianças na escola Uma das políticas públicas que mais se fala no Brasil é a expansão do ensino em tempo integral, no qual o aluno passa mais de sete horas por dia dentro da escola. Entretanto, Hattie afirma que o aumento do dia letivo é um ajuste muito dispendioso e tem comprovadamente pouco efeito, já que não há correlação positiva entre o tempo de instrução e o rendimento do aluno. Porém se considerarmos a Meta 6 do PNE (oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50%(cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25%(vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica.) com o objetivo de atender os alunos no contraturno com atividades esportivas, culturais, etc., acredito que o interesse pela escola por parte do aluno aumentará, pois esta se tornará um espaço de lazer e interação com os demais alunos. UNIVESP 5. Colocar mais profissionais na escola Assim como o argumento de que reduzir o número de alunos por sala ajudaria a garantir atendimento mais individualizado, o aumento do número de educadores nas escolas também surge como uma bandeira de muitos. Hattie aponta um estudo da Universidade de Londres que mostrou que turmas que tinham esse profissional apresentavam rendimento igual ou até pior em provas, porque os auxiliares acabavam se atendo a questões não curriculares. A pesquisa mostrou ainda que esse segundo profissional não ajudava os alunos com dificuldade e que, em geral, acabava fornecendo as respostas corretas a eles, em vez de ensiná-los corretamente. Este texto nos ajuda a exemplificar como as políticas educacionais merecem uma atenção especial,tanto na aplicação pratica, como na elaboração de leis que garantam os direitos de acesso à educação. Conforme LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 – (Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de 2017) § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). Portanto, entendo que os profissionais a serem inseridos na sala deve ser capacitados a desenvolver uma parceria com o professor. No texto de Demo (2011) conseguimos identificar essas práticas, que muitas vezes partem para o assistencialismo, as medidas que era para serem tomadas em situações emergências são praticadas corriqueiramente para amenizar uma problemática. Nos itens C e D sobre a Assistências Demo (2011) diz: c) assistência significa direito a sobrevivência, em sua essência, não se apresentando como estratégia validade enfrentamento das desigualdades sociais, em contraposição: d) para combater a pobreza, é necessário introduzir outros componentes da política social voltados a processos emancipatórios. Com isso percebemos uma linha de raciocínio que visa uma preocupação com a impressão à primeira vista, na qual se tem uma falsa perspectiva de solução dos problemas. No vídeo de Ximenes (2011), essa problemática se torna mais evidente, pois essas medidas muitas vezes acabam por buscar embasamento legal, ou seja, garantido por lei. Por exemplo, quando se responsabiliza o Município pelo atendimento de crianças menores de 3 anos cujas os pais trabalham e precisam deixa-las nas creches. Se o Municipio por sua vez não dispõe de estrutura para atender toda a demanda, onde fica a efetividade e a eficácia na aplicação desta estratégia. O autor destaca a importância de conectar as políticas educacionais à arena geral da política social, superar o isolamento teórico e incluir as pessoas nas políticas. Ele argumenta que é preciso romper com a visão predominante de que a política é algo que é ‘feito’ para as pessoas ou alguma coisa para ser ‘implementada’. Ao contrário, defende que as políticas colocam problemas para seus sujeitos e que estes problemas precisam ser resolvidos no contexto e de UNIVESP forma criativa, utilizando uma política social emancipatória com sujeitos coparticipativos e codecisivos, conforme texto de Demo (2011) considerando ainda as mudanças de ordens econômicas e tecnológicas, bem como, corrigindo os pontos falhos de cada política educacional. Referencias http://www.alfaebeto.org.br/blog/cinco-praticas-ineficazes-o-que-nao-funciona-em-educacao/; Por: Instituto Alfa e Beto acessado em 12/09/2018. http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/viewFile/14070/8004; ESPAÇO DO CURRÍCULO, v.5, n.1, pp.346-353, Junho a Dezembro de 2012 ISSN 1983-1579 http://periodicos.ufpb.fbr/ojs2/index.php/rec 346 QUESTÕES E DILEMAS NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS1 acessado em 12/09/2018. http://sinprominas.org.br/noticias/stf-garante-constitucionalidade-da-lei-que-limita-numero-de- alunos-por-sala/ acessado em 12/09/2018.
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