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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA CIVIL GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Ouro Branco – MG Dezembro, 2017 Ana Flávia Moraes de Souza – 164150037 1. INTRODUÇÃO A construção civil ocupa um lugar de destaque na economia e na geração de empregos em um território. Ela é, assim, uma grande contribuinte para o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de um país. Por outro lado, porém, ela é uma das indústrias que mais emitem CO2 na atmosfera, além de gerar quase metade dos resíduos sólidos existentes no mundo. Esses impactos gerados pela construção civil, devido ao contínuo descarte de entulhos e a crescente utilização de recursos, gera a necessidade imediata de novas formas de gestão desse resíduo. Autoridades públicas em conjunto com a sociedade devem se unir em prol da busca por programas e metas que minimizem esse impacto. Um adequado manuseio, a redução e a reutilização dos recursos devem ser discutidos. 2. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL A Resolução 307 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), em vigor desde 2003, determina formas de gerenciamento dos resíduos produzidos pela construção civil, com a meta principal de minimizar os impactos ambientais. Ela estabelece também um plano integrado de geração de resíduos, conhecido como PIGRCC, que é de responsabilidade municipal. Esse plano tem diretrizes de como deve ser dispostos os diversos resíduos gerados em canteiros de obras, por exemplo. 2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS Os resíduos são separados em classes A, B, C e D, de acordo com suas características, e são depositados em áreas específicas. Classe A: nessa classe estão os resíduos que são reutilizáveis ou recicláveis na forma de agregados. São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições. Os tijolos, blocos cerâmicos, concreto, solos e pavimentos são exemplos de resíduos da classe A. Classe B: nessa classe estão os resíduos que deverão ser reutilizados para outras destinações. Esses resíduos são reciclados imediatamente ou armazenados em locais temporários, até que se tenha uma segunda utilização. O plástico, o metal, o vidro e o papelão estão entre os materiais classificados em B. Classe C: nessa classe estão os resíduos que não possuem formas viáveis de reciclagem. Esses materiais devem ser armazenados e transportados para locais onde tenham conformidade com as normas. O gesso é um exemplo de resíduo classificado em C. Classe D: nessa classe estão os resíduos perigosos que são gerados na construção civil. Esses materiais devem ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados para locais em conformidade com normas específicas. As tintas, solventes e óleos são exemplos de materiais classificados em D. Segundo Lima e Lima (2009), a fase de caracterização é particularmente importante no sentido de identificar e quantificar os resíduos e, desta forma, realizar o planejamento adequado, visando a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. 2.2. SEGREGAÇÃO É na segregação que acontece a triagem dos resíduos, sendo separados de acordo com sua classe. Essa seleção pode ser feita pelo gerador no próprio local da construção, ou pode ser realizada nas áreas que já são licenciadas para essa finalidade. Os materiais da classe A são separados de todos os demais. Esses passam por processos de trituração e granulagem, sendo, posteriormente, vendidos como matéria prima secundária. Os resíduos classificados em B são separados por tipo de resíduo, já que o serviço de reciclagem pode ser feita por empresas diferentes. Os de classe C também devem ser segregados dos demais, visto que esses não apresentam reais possibilidades de reutilização. Os da classe D, classificados como perigosos e nocivos à saúde, devem ser devidamente separados dos demais, a fim de que não ocorra nenhum tipo de contaminação. 2.3. ACONDICIONAMENTO Essa fase deve garantir a triagem que foi feita anteriormente e permitir que o resíduo chegue em condições ideais no local indicado como destinação final. Os dispositivos definidos para esse acondicionamento devem ser compatíveis com os tamanhos e com os tipos de resíduos para que não ocorram acidentes e não aconteça a proliferação de odores pelo caminho. Em cada embalagem deve conter uma etiqueta grande que contenha informações do tipo de resíduo e onde ele deve ser depositado. Nessa fase são usados big- bags, caçambas, lixeiras comuns, baias, etc. 2.4. TRANSPORTE Nessa etapa ocorre o transporte dos resíduos de acordo com as normas vigentes do local. É importante que se tenha uma organizada e eficaz logística de transporte, garantindo que não se tenha excesso de resíduos espalhados pelo local. 2.5. TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL O tratamento desses resíduos é de grande importância para que o objetivo da Resolução seja alcançado. A Resolução não prevê o fim da geração de resíduos, mas a sua diminuição e a sua reutilização. Com isso, o tratamento correto dos resíduos das obras da construção civil permite a sua valorização, visto que serão corretamente depositados e reutilizados. Essa ação, além de mostrar uma responsabilidade ambiental, é economicamente vantajosa para o construtor. 3. BIBLIOGRAFIA Gerenciamento de Resíduos na Construção Civil. (s.d.). Acesso em 14 de Dezembro de 2017, disponível em Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná: https://sindusconpr.com.br/gerenciamento-de-residuos-da-construcao-civil-1960-p MACHADO, G. (3 de Janeiro de 2014). Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil. Acesso em 14 de Dezembro de 2017, disponível em Portal Resíduos Sólidos: http://www.portalresiduossolidos.com/reciclagem-de-residuos-solidos-da-construcao- civil/ SILVA, O., UMADA, M., POLASTRI, P., NETO, G., ANGELIS, B., & MIOTTO, J. (2015). Etapas do gerenciamento de resíduos da construção civil. REGET/UFSM , 41- 46.
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